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UNIVERSIDADE FEDERAL DO OESTE DA BAHIA CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DAS TECNOLOGIAS CAMPUS REITOR EDGARD SANTOS COMPONENTE CURRICULAR: FÍSICA EXPERIMENTAL III ALAN MARQUES, DANIELLY TELES, JOSÉ MENEZES, LUIZ DE LIMA, PRISCILA ZANGUINI, SAYONARA GUEDES EXPERIMENTO 04 MAPEAMENTO DE LINHAS EQUIPOTENCIAIS BARREIRAS, BAHIA JANEIRO, 2019 2 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 3 2. OBJETIVOS ....................................................................................................................... 3 3. MATERIAIS UTILIZADOS .............................................................................................. 3 4. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL ............................................................................. 4 5. RESULTADOS E DISCUSSÕES ...................................................................................... 5 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................ 8 7. BIBLIOGRAFIA .............................................................................................................. 10 3 1 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Conceitos de linha de força e superfícies equipotenciais serão introduzidos para representar qualitativa e quantitativamente o campo elétrico de duas superfícies condutoras submetidas a uma ddp. A tangente a uma força deve fornecer a direção do campo no ponto considerado, e o módulo do mesmo é dado pela densidade local das linhas de força que atravessam perpendicularmente uma linha de área). Pontos do espaço que possuem a mesma diferença de potencial são ditas superfícies equipotenciais. Podemos traçar linhas de campo a partir de superfícies equipotenciais conhecidas, uma vez que o campo elétrico é sempre perpendicular a essas superfícies. Linhas equipotenciais são aquelas onde o potencial elétrico é o mesmo em qualquer ponto da superfície em questão. Isto significa que a diferença de potencial entre dois pontos, pertencentes a esta superfície, é igual a zero e, portanto, o trabalho para deslocar uma partícula carregada, sobre a mesma superfície, é nulo. Temos também que se podemos desenhar as linhas equipotenciais, as linhas de força podem ser imediatamente construídas, uma vez que elas são perpendiculares às equipotenciais. Assim, partindo de um certo ponto, por exemplo um ponto P, e avançando na direção e sentido do campo elétrico até um ponto muito próximo, e aí avançando de novo na direção e sentido nesse novo ponto até um terceiro ponto muito próximo, e assim sucessivamente, progredindo sempre na direção e sentido do campo, percorre-se uma linha contínua que se designa por linha de força de campo. Uma consequência da definição de superfície equipotencial é que o campo deve ser perpendicular em qualquer ponto. Isto significa que a componente do campo, tangencial à superfície, é nulo. 2 OBJETIVOS • Compreender os conceitos físicos inerentes à cargas, campos e potenciais elétricos; • Determinar as superfícies equipotenciais e linhas de campo elétrico através da cuba eletrolítica; • Observar o fenômeno de blindagem eletrostática. 3 MATERIAIS UTILIZADOS Para fazer o mapeamento de linhas equipotenciais foram usados os seguintes materiais: • 01 gerador de tensão; • Cabos de conexão elétrica; • 01 Multímetro; • Cuba eletrolítica; 4 • Água (não destilada); • 03 folhas milimetradas; • Eletrodo de diferentes configurações. 4 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL Com o papel milimetrado foram feitas três configurações do experimento no qual, a cada dois centímetros, marcava-se um ponto na folha milimetrada. Utilizou-se a disposição horizontal de -12 até 12, e vertical de -8 até 8. Em cada folha milimetrada foram adicionados alguns pontos para posicionar a "sonda móvel" do multímetro (o que tem a ponta fina metálica). Figura 1 Figura 2 Figura 3 5 Após a configuração dos papéis milimetrados, foi colocado o papel milimetrado da Figura 3 embaixo da cuba e logo adicionou-se água. Após ter adicionado a água, conectaram-se os cabos no gerador de tensão e em cada eletrodo em forma de placa, sendo um com o terminal negativo e outro com o terminal positivo. Após fazer isso, configurou-se o multímetro para medidas de corrente contínua (DC) e com a sonda móvel colocada dentro da cuba variando em cada ponto do papel milimetrado foi medida a corrente em cada ponto do papel milimetrado. Depois de anotar os dados, colocou-se debaixo da cuba o papel milimetrado da figura 1 mudando a configuração da cuba, agora com os anéis simulando cargas pontuais e refez-se o experimento, colocando a sonda móvel dentro da cuba e em cima dos pontos que estavam no papel milimetrado. Novamente, foram anotados os dados em cada ponto. Por fim, trocou-se o papel milimetrado debaixo da cuba pelo papel milimetrado da figura 2, retirou-se os eletrodos e forma de placa e um eletrodo de formato cilíndrico. O eletrodo de formato cilíndrico que ficou foi posicionado no centro do papel milimetrado e novamente com a sonda móvel, anota os valores das correntes que indicava no visor do multímetro. 5 RESULTADOS E DISCUSSÃO O mapeamento de linhas equipotenciais naturalmente é um experimento difícil de ser realizado em laboratórios convencionais de ensino, entretanto além das dificuldades geralmente encontradas, neste experimento ocorreram complicações, tais como, o não funcionamento dos multímetros, a ausência de Sulfato de Cobre e a umidade do ambiente. 5.1 PRIMEIRA CONFIGURAÇÃO Na primeira configuração, utilizando duas placas – a carregada positivamente posicionada na reta x=6 e a negativamente carregada posicionada em x=-6 – em teoria, o Campo Elétrico deveria partir uniforme da placa positivamente carregada em direção a placa negativamente carregada, fazendo com que o Potencial Elétrico decrescesse na direção da placa negativa. A diferença de potencial entre pontos participantes de uma mesma reta deveria ser 0 e assim as linhas equipotenciais seriam paralelas às duas placas. Além disso, com o aumento da distância a partir da placa positiva somado à diminuição numérica do Potencial Elétrico, seria esperada a perca de intensidade do Campo Elétrico nos pontos mais à esquerda da configuração. Os resultados realmente observados podem ser verificados no esquema a seguir: 6 Como é possível observar, o Potencial Elétrico realmente decresceu da placa positiva para placa negativa, entretanto é possível observar flutuações para o Potencial nos pontos em cada uma das retas, de forma que a d.d.p. entre elas é diferente de 0. Entretanto, como essas flutuações foram relativamente baixas, se assumirá as retas como reais linhas equipotenciais (desenhadas em vermelho) regidas de acordo com os dados a seguir apresentados: RETA X=-4 X=-2 X=0 X=2 X=4 MÉDIA(V) 2,814 4,455 6,093 7,795 9,504 FLUTUAÇÃO MÁXIMA NEGATIVA(V) 0,086 -0,055 -0,093 -0,065 -0,024 FLUTUAÇÃO MÁXIMA POSITIVA (V) -0,074 0,065 0,057 0,055 0,096 As linhas equipotenciais (vermelho), onde por definição o Potencial Elétrico é constante, são interceptadas perpendicularmente pelas linhas de campo (verde) que partem da placa positiva em direção a placa negativa. 5.2 SEGUNDA CONFIGURAÇÃO Na segunda configuração, com dois eletrodos cilíndricos eletrizados com cargas contrárias, pretende-se simular uma configuração semelhante à de cargas puntiformes contrárias (dipolo elétrico). Desse modo, na região entre os eletrodos, as linhas de campo deveriam ficar mescladas partindo da carga pontual positiva para negativa e novamenteas linhas equipotenciais – que agora teoricamente assumiriam formato mais circular – se -10 -8 -6 -4 -2 0 2 4 6 8 10 -6 -4 -2 0 2 4 6 PRIMEIRA CONFIGURAÇÃO 2,77 2,76 2,74 2,78 2,84 2,80 2,83 2,85 2,87 2,90 4,42 4,40 4,45 4,44 4,50 4,43 4,43 4,48 4,48 4,52 6,10 6,09 6,10 6,14 6,07 6,08 6,11 6,15 6,00 6,09 7,75 7,73 7,80 7,80 7,82 7,85 7,80 7,80 7,85 7,75 9,35 9,50 9,48 9,50 9,54 9,50 9,51 9,56 5 9,60 9,50 7 apresentariam perpendiculares às linhas de campo. Isso porque o deslocamento de uma carga de prova em uma mesma linha não produz variação de energia potencial, logo o campo elétrico onde a carga será inserida não exercerá trabalho sobre ela. Os dados coletados podem ser verificados no esquema a seguir: v Percebe-se que as linhas equipotenciais (em vermelho) – novamente aproximadas pela baixa flutuação na leitura dos dados de voltagem – desta vez não são retas e sim assumem formatos mais circulares quanto mais próximas dos eletrodos, ficando quase retas mais ao meio da configuração. As linhas de campo (verde) também se apresentam deformadas ainda seguindo a regra de ortogonalidade em relação as linhas equipotenciais e sempre saindo do carregamento positivo para o negativo. 5.3 TERCEIRA CONFIGURAÇÃO Na terceira configuração, semelhante à primeira – exceto pela presença de um cilindro condutor, esperava-se observar neste cilindro o efeito de blindagem eletrostática. Essa blindagem acontece justamente pela característica condutora do cilindro. Uma vez que as cargas positivas tendam a ficar nas bordas por repulsão, o campo elétrico no interior do condutor deveria se apresentar nulo, fazendo com que o Potencial Elétrico tivesse o mesmo comportamento. É em virtude deste fenômeno que os carros (de lataria metálica) são considerados como parte dos lugares mais seguros para se estar durante uma tempestade de raios. Os dados obtidos podem ser verificados no esquema a seguir: -10 -8 -6 -4 -2 0 2 4 6 8 10 -12 -10 -8 -6 -4 -2 0 2 4 6 8 10 12 SEGUNDA CONFIGURAÇÃO 11,57 10,43 9,54 6,08 6,08 6,15 6,13 6,16 6,21 6,22 6,23 6,22 6,22 5,69 5,50 5,32 5,13 5,07 5,00 5,11 5,29 5,37 5,58 6,84 6,98 7,21 7,37 7,55 7,56 7,36 7,13 7,00 3,16 2,30 0,39 2,30 2,83 2,53 3,97 2,88 3,03 3,85 8,65 8,03 8,83 9,83 10,0 7 9,00 9,86 3,14 9,34 10,24 10,63 9,52 9,85 2,39 8 Percebe-se que os resultados desta configuração foram visualmente os mesmos da primeira configuração, sem alterações nas linhas equipotenciais, ou mesmo de campo, evidenciando a falha ao se estabelecer a blindagem eletrostática. Em discussão, chegou-se a conclusão de que essa falha ocorreu, pois, os interstícios sob o cilindro permitiram que água conduzisse eletricidade rompendo a barreira estabelecida pelo condutor, uma possível baixa condutividade do material também foi cogitada. Ainda sobre o condutor, notou se que na região abrangida por ele os valores dos Potencias Elétricos ficaram em torno de 6V, mesmo estando em retas distintas. O fato chamou atenção, pois, mesmo que o Potencial não tenha se anulado, é perceptível que a presença do cilindro causou uma perturbação do sistema. 5 CONCLUSÕES Entende-se, portanto, que o intuito desse experimento foi ter a compreensão dos conceitos físicos eletrostáticos. Nesse sentido, vale salientar que houve a coleta de dados em cada mapeamento de linhas equipotenciais. A primeira configuração teve uma alta dificuldade, -10 -8 -6 -4 -2 0 2 4 6 8 10 -10 -8 -6 -4 -2 0 2 4 6 8 10 TERCEIRA CONFIGURAÇÃO 2,76 2,78 2,90 3,38 3,91 4,40 4,47 4,58 5,10 5,90 5,80 5,00 4,60 4,51 4,50 6,13 6,12 6,07 6,06 5,88 6,03 6,08 6,22 6,10 7,69 7,80 7,60 7,10 6,06 6,11 7,28 7,66 7,82 7,85 9,56 9,52 9,38 9,12 8,71 8,87 9,20 9,48 9,59 9,80 3,15 2,90 2,77 8,83 3,75 9 porém realizou-se a coleta de dados, para que fosse obtido o valor do potencial em uma reta entre as placas carregadas positiva e negativamente, sendo que em uma mesma reta obteve-se um valor para o potencial aproximado dos outros anteriormente mapeados. A segunda configuração foi feita com anéis carregados positiva e negativamente, logo o campo sai do anel positivo, onde o potencial é maior, em direção ao negativo, onde é menor. Por fim, na terceira configuração, foi colocado novamente duas placas de sinais opostos e no centro da distância entre as placas colocou-se um anel com intuito de observar a chamada blindagem eletrostática onde o campo elétrico teoricamente seria nulo, porém no experimento não se obteve este resultado pois a água foi capaz de conduzir eletricidade pelos interstícios sob o anel condutor. No geral, apesar das dificuldades, o experimento teve um resultado aceitável, salvo detalhes como perfeição das linhas equipotenciais e verificação da blindagem eletrostática. 10 6 REFERÊNCIAS HALLIDAY, David; RESNICK, Robert; WALKER, Jearl. Fundamentos de Física. 8. ed. Rio de Janeiro, RJ: LTC, 2009 vol 2.4 TIPLER, Paul A.; MOSCA, Gene, Física para Cientistas e Engenheiros - Vol. 2, 5a ed. Rio de Janeiro: LTC, 2006. YOUNG, H. D.; Freedman, D. A. Física: Mecânica, 12° ed. São Paulo: Addison Wesley, 2008, vol.3
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