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Monitoria- O positivismo: a invenção da sociologia e a pandemia Covid-19

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O Positivismo: a invenção da sociologia e uma breve reflexão sobre a pandemia Covid-19
Carlos Eugênio Júnior
Auguste Comte propôs em seus inúmeros trabalhos a filosofia positiva como o marco 
da humanidade. O espírito positivo seria, segundo Comte, o resultado dos trabalhos 
científicos construídos ao longo da modernidade. A filosofia positiva estaria envolvida pela 
lógica e pela cientificidade, sendo capaz de construir um método que explicasse e previsse 
toda a realidade. Sua ambiciosa missão pressupunha um ser humano lapidado, conhecedor da 
sabedoria superior oferecida pelo espírito positivo. Ainda segundo Comte, a filosofia 
positiva seria superior ao conhecimento metafísico e teológico, sendo o regime definitivo da 
razão humana (Comte, Discurso Preliminar sobre o Espírito Positivo). 
O terceiro estágio da razão humana, a razão positiva, expressa a emancipação dos 
indivíduos e a submissão da imaginação perante a observação, os fatos empíricos em lugar de 
meras especulações teológicas ou metafísicas (os dois estágios anteriores). A supremacia da 
razão positiva se fundamenta em sua cientificidade, que para Comte significa a 
correspondência direta de seus enunciados a seus respectivos fatos empíricos. Segundo 
Comte, essa razão seria capaz de construir ou interpretar as leis fundamentais que regeriam 
os fenômenos observados. 
A ciência social proposta por Comte seria o método suficiente para explicar as leis 
que regeriam toda ordem individual e também exterior. A única alternativa intelectual para 
crise social na Europa no século XIX é a filosofia positiva enquanto expressão da ciência 
capaz de sistematizar o entendimento humano. 
A reorganização da sociedade deveria iniciar no campo das ideias, influenciando 
assim os costumes, para enfim transformar as instituições. Essas transformações 
fundamentariam a ordem social necessária para a visão positiva do progresso. Esse seria o 
papel central da ciência proposta por Auguste Comte. A ordem expressa o equilíbrio 
necessário para se alcançar o fim desejado que é o progresso. 
Podemos dizer então que a ciência social proposta por Comte seria empírica, lógica e 
científica, sendo capaz de expressar as ideias capazes de influenciar os costumes e reformar 
as instituições. Dentro de uma sociedade emancipada os fenômenos sociais seriam explicados 
pela mesma ordem dos fenômenos naturais, ou seja, a observação sendo superior à 
imaginação. Essa caracterização possibilitaria que essa ciência não só explicasse os 
fenômenos, mas também calculasse previsões de fenômenos futuros. 
Uma breve reflexão: 
Nosso país passa por um momento de pandemia, a doença já espalhada pelo mundo 
provocou uma grande crise global. Sabemos que o entendimento a respeito de uma doença 
como a Covid-19 leva em consideração não só aspectos biológicos, como também os 
aspectos sociológicos. A Organização Mundial da Saúde orienta o isolamento social como 
medida de prevenção e combate ao problema, nesse sentido o fato das pessoas ficarem ou não 
em suas casas influencia diretamente nas estatísticas referentes ao número de mortes pela 
doença. 
Como a sociologia positiva de Comte explicaria o fato de algumas pessoas entenderem a 
necessidade do isolamento social e outras não? Se a causa do isolamento é a própria 
pandemia, por qual motivo a pandemia não causa em algumas pessoas o efeito do 
isolamento social? 
Você concorda com Comte? A ciência é superior pois observa antes de 
especular? Os fenômenos sociais possuem a mesma relação causal que os 
fenômenos físicos?

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