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CASO CONCRETO 2 - Mandado de injução

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO
SINDICATO DOS SERVIDORES PUBLICOS MUNICIPAIS DO MUNICÍPIO Y, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNJP sob o nº (...), com sede no Município Y, (Estado), situada à Rua (...), (bairro), CEP nº (...), neste ato representado por CAIO, estado civil, nacionalidade, profissão, portador da carteira de identidade nº(...), inscrito no CPF sob o nº (...), residente e domiciliado á Rua (...), (bairro), (município), (estado), CEP nº (...), com endereço eletrônico (...), vêm, interpor, meio dos seus advogados ao final assinados, conforme procuração em anexo, com respeito e acatamento devidos à presença de Vossa Excelência neste ato, impetrar o presente 
MANDADO DE INJUÇÃO COLETIVO
pelo rito especial, em face do MUNICÍPIO Y, sito à (...), (estado), CEP nº (...) e do PREFEITO DO MUNICÍPIO Y, com fundamentos nº Art. 24, XII e §3º c /c art. 30, II da Constituição da República Federativa do Brasil e da Lei 13. 300 de 2016, em razão de ausência do órgão do poder legislativo em regulamentar o direito de aposentadoria especial dos servidores públicos municipais, pelos fatos e fundamentos que passa a expor:
I- DOS FATOS
A servidora pública que exerce há 16 anos atividade profissional em estação de tratamento de esgoto, submetendo-se à exposição constante a agentes nocivos à saúde, recebe, assim como todos aqueles que trabalham nesta função, adicional por insalubridade.
A entidade representante de classe afirma que segundo a lei orgânica do município, compete ao prefeito apresentar proposta de Lei Complementar para regular o exercício do direito à aposentadoria especial dos servidores públicos municipais, efetivando-se, assim, o direito previsto na constituição estadual o benefício citado. 
 
Assim sendo, restou a essa entidade representante de classe, a busca da tutela judicial, haja vista o “vácuo legislativo” sobre o direito de, para garantir a esses o direito de requerer a isonomia de tratamento, que é basilar para o estado democrático de direito de aposentadoria especial dos servidores públicos municipais, conforme fundamentos que serão expostos a seguir.
II – DOS FUNDAMENTOS
Diante dos fatos expostos, não há dúvidas quanto ao cabimento da presente medida, encontrando o impetrante amparo no Art. 5, LXXI, da Constituição Federal de 1988, que prevê a concessão de Mandado de Injunção sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício de direitos e liberdades constitucionais. 
Não obstante, a Lei Federal nº 13.300 de 2016, que veio para regulamentar o processo e julgamento do mandado de injunção, especialmente no que diz respeito ao seu art. 2º, onde lê-se:
Art . 2º Conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta total ou parcial de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania. 
No caso em tela, fica cristalino o cabimento, haja vista que não existe uma norma que regulamente o direito de aposentaria especial dos servidores públicos. 
Conforme preconiza a Constituição do Estado de São Paulo no seu artigo 126, §4º, III, que cabe aso servidores o regime de previdência em caráter especial para aqueles que exercem suas atividades sob condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física e conforme a Lei Orgânica do Município Y a competência para o legislar sobre tal regime jurídico é da prefeitura (art. 51, III). 
Importante salientar que enquanto existir a omissão do Prefeito, referente a sua competência de legislar conforme preconiza a CRFB/88 no art. 24, XII e §3º c/c art. 30, II, deve ser aplicado o art. 57, caput e §1º da Lei 8.213, que prevê a aposentaria especial para o trabalhador de iniciativa privada quando laborado em condições especiais . 
Isto posto, frente a omissão legislativa, confere a este Egrégio Tribunal, na forma do art. 105, I, h da CRFB/88 reconhecer a omissão da regulamentação estabelecendo qual a norma existente deverá disciplinar o direito do impetrante até que o Poder Executivo competente, na pessoa do Prefeito do Município Y, o faça, pois não se pode olvidar o deferimento para o pleito da aposentadoria especial, dos servidores que laborem com condições especiais que prejudicam a sua saúde.
IV- DOS PEDIDOS
Ante ao exposto vêm requer:
a. Notificação da autoridade coautora para prestar informações, no prazo de 10 dias;
b. a ciência do ajuizamento da ação ao órgão de representação judicial da pessoa jurídica interessada, devendo-lhe ser enviada cópia da petição inicial, para que, querendo, ingresse no feito;
c. intimação do Ministério Público; 
d. a procedência do pedido com a aplicação analógica do disposto no art. 57, caput e §1º da Lei nº 8.213/91, que disciplina o regime geral da previdência social, aos servidores que cumprirem as exigências legais. 
 
V- VALOR DA CAUSA 
Dar-se-á o valor da causa R$ (...) 
Nestes termos,
Pede deferimento.
(Local) e (Data)
Advogado
OAB/UF nº (...)

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