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Ciências do Ambiente

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Ciências do Ambiente
Unidade I – Introdução ao Estudo das Ciências do Ambiente
1.1 - A importância do estudo das ciências do ambiente.
Nos últimos anos e cada vez com maior intensidade, existe uma justificada preocupação sobre o antagonismo economia-ecologia e sobre a qualidade ambiental na Terra. Esta preocupação está permitindo desenvolver políticas que conduzem a sociedade industrializada ecologicamente sustentável.
Dentro dos fatores ambientais suscetíveis de serem modificados pelo homem com mudanças que possam ocasionar problemas, que pela sua magnitude são difíceis de avaliar a médio e longo prazo, podem citar-se o próprio homem, a flora, a fauna, o solo, a água, o ar, o clima, a paisagem e os bens do patrimônio cultural.
Muitas atividades industriais, como a mineração e algumas obras públicas, desenvolvem trabalhos no ambiente subterrâneo, cuja duração pode variar de alguns dias a dezenas de anos. Este tipo de ambiente é afetado por muitos fatores suscetíveis de modificações que podem ocasionar danos ao homem, como são a ocorrência de gases, poeiras, temperatura, ruído, desprendimento de rochas, incêndios, radiação, inundação, etc.
Portanto as experiências, procedimentos, políticas, gestões, normas, avaliação de impactos ambientais e outros importantes avanços da ecologia, são também definitivamente importantes para o ambiente subterrâneo, pelo que, neste capítulo, se desenvolve uma abordagem integrada sobre este tema, de crescente significado contemporâneo.
1.2 – O conceito de sustentabilidade e a sua relação com a economia
Sustentabilidade é um conceito relacionado à conservação ou à manutenção de um cenário no longo prazo, de modo a lidar bem com possíveis ameaças. No aspecto ambiental, que com frequência o termo é empregado, a sustentabilidade diz respeito, então, a um planeta sadio, no qual as pessoas possam encontrar as condições necessárias para a sua sobrevivência, de geração em geração.
A noção de sustentabilidade surgiu baseada no entendimento de que os recursos naturais são finitos. Em relação à biologia, o termo sustentabilidade está ligado à capacidade de regeneração dos ecossistemas diante do uso abusivo dos recursos naturais ou de agressões, como incêndios e eventos naturais, incluindo aí deslizamentos de terra, tsunamis e terremotos.
Já no tocante à economia, ao longo do século XX, desenvolveu-se o entendimento de que o padrão de produção e consumo mundiais não teria condições de se manter. Logo, a sustentabilidade passou a ser utilizada como um adjetivo de desenvolvimento.
Na dimensão econômica, é analisada a questão da eficiência, ou mais propriamente dita, da ecoeficiência. Consiste na busca por formas de redução do consumo de recursos naturais, em especial, das fontes fósseis de energia (como carvão e petróleo) e daqueles mal distribuídos, como a água, sem comprometer o ritmo de crescimento econômico.
1.3 - A conscientização ambiental na sociedade
A prática da conscientização ambiental ainda é uma tarefa desafiadora, visto que as pessoas se restringem à mudança de postura frente às relações com o meio ambiente, tanto como agente pessoal ou coletivo. A ferramenta ideal para a conscientização ambiental é a Educação Ambiental, pois a partir dela se promove em caráter contínuo e permanente de desenvolvimento de ações multiplicadoras, que contemplam o respeito às diferenças, práticas consistentes, qualidade de vida e justiça ambiental.
O entendimento sobre as dinâmicas do meio ambiente, dentro das atividades de conscientização, deve envolver pontos que o caracterize não apenas como natureza e seu caráter de beleza cênica, mas também como recurso, disputa, sistema e local em que se vive e desenvolve a sociedade. Assim, a sociedade enquadrar-se como parte integrante do meio em que vive, conservando os recursos disponíveis, estimulando formas de resolver os impactos ambientais, aplicando práticas ecológicas, incitar mudanças de postura e pautando-se em cooperação e parcerias coletivas.
Ainda é recorrente práticas de desperdício e mau uso de recursos naturais; eliminação de espécies arbóreas; destino inadequado de resíduos sólidos urbanos e rurais, comprometendo o meio ambiente e consequentemente a saúde pública. No entanto, para assumir tais posturas dentro do parâmetro de conscientização ambiental, o sujeito social necessita ter subsídios consistentes que esclareçam a sua importância de participação no meio o qual está inserido para a construção de uma identidade ambiental fortalecida.
Adquirir e adotar uma consciência ambiental significa considerar a modificação de comportamentos e as interações individuais e conjuntas que se dão em um processo ininterrupto no cotidiano e que, somados, constroem uma sociedade estável e sustentável. Neste sentido, faz-se importante fortalecer ações que envolvam todos os diferentes segmentos da sociedade como empresas, escolas, universidades, instituições religiosas, famílias e a população como um todo em prol de uma causa comum, que é a qualidade de vida no meio que habitamos.
1.4 - Fatores de desequilíbrio ambiental
Desequilíbrio ambiental é toda alteração (seja ela intencional ou não) provocada na natureza e que reflete de forma negativa para os sistemas ecológicos. Em outras palavras, é o resultado desastroso da ação humana na natureza, propiciando mudanças de ordem física, química e biológica no equilíbrio ecológico.
Sem dúvida a principal causa do desequilíbrio ambiental está relacionada com as atividades humanas irresponsáveis. Dentre elas, destacam-se:
· Lavar tanques de navio petroleiro em alto mar, poluindo o ecossistema marinho local;
· Despejar na atmosfera grandes quantidades de gases do efeito estufa, resultantes principalmente da queima de combustíveis fósseis;
· Poluir rios que cortam regiões mineradoras, com o despejo de metais pesados e lama tóxica;
· Desmatar florestas e regiões de preservação ambiental, as quais são responsáveis pelo equilíbrio térmico e purificação do ar local;
· Vazar petróleo em plataformas em alto mar;
· Extrair madeira de forma ilegal;
· Queimar material orgânico em grande quantidade, o que aumenta a concentração de CO2 na atmosfera;
· Jogar lixo em locais inapropriados, poluindo não só a vegetação, mas contaminando também o lençol freático.
Unidade II – Fundamentos Ecológicos
 2.1 – A história da ecologia
A ecologia não tem um início muito bem delineado. Encontra seus primeiros antecedentes na história natural dos gregos, particularmente em um discípulo de Aristóteles, Teofrasto, que foi o primeiro a descrever as relações dos organismos entre si e com o meio. As bases posteriores para a ecologia moderna foram lançadas nos primeiros trabalhos dos fisiologistas sobre plantas e animais.
O aumento do interesse pela dinâmica das populações recebeu impulso especial no início do século XIX e depois que Thomas Malthus chamou atenção para o conflito entre as populações em expansão e a capacidade da Terra de fornecer alimento. Raymond Pearl (1920), A. J. Lotka (1925), e Vito Volterra (1926) desenvolveram as bases matemáticas para o estudo das populações, o que levou as experiências sobre a interação de predadores e presas, as relações competitivas entre espécies e o controle populacional.
As ecologias animal e vegetal se desenvolveram separadamente até que os biólogos americanos deram ênfase à inter-relação de comunidades vegetais e animais como um todo biótico. Alguns ecologistas se detiveram na dinâmica das comunidades e populações, enquanto outros se preocuparam com as reservas de energia.
A ecologia moderna atingiu a maioridade em 1942 com o desenvolvimento, pelo americano R. L. Lindeman, do conceito trófico-dinâmico de ecologia, que detalha o fluxo da energia através do ecossistema. Esses estudos quantitativos foram aprofundados pelos americanos Eugene e Howard Odum. Um trabalho semelhante sobre o ciclo dos nutrientes foi realizado pelo australiano J. D. Ovington.
O estudo do fluxo de energia e do ciclo de nutrientes foi estimulado pelo desenvolvimento de novas técnicas -- radioisótopos, micro calorimetria,computação e matemática aplicada -- que permitiram aos ecologistas rotular, rastrear e medir o movimento de nutrientes e energias específicas através dos ecossistemas. Esses métodos modernos deram início a um novo estágio no desenvolvimento dessa ciência -- a ecologia dos sistemas, que estuda a estrutura e o funcionamento dos ecossistemas.
 2.2 - Conceituação do meio ambiente: ecologia, ecossistema e outros conceitos relacionados.
Ecologia é a ciência que estuda as relações existentes entre os seres vivos e o meio ambiente. Em termos estritos, como ciência, a ecologia não estuda os seres vivos como fazem a biologia, a botânica, a zoologia etc. Tampouco estuda o meio ambiente como faz a geologia, a climatologia, a pedologia etc., mas sim as suas relações. Esses objetos de estudo, tanto os seres vivos como o meio ambiente, podem ser diretamente medidos, pesados, coletados etc. Já as suas relações não são passíveis de serem colocadas diretamente sob um microscópio, pesadas, medidas ou fotografadas.
Ao contrário do que muitos imaginam, a ecologia como ciência implica o emprego de numerosos instrumentos matemáticos e estatísticos para poder modelizar a estrutura e o funcionamento dos ecossistemas e, assim, identificar e explicar as relações entre os seres vivos e o meio ambiente. Em termos epistemológicos, a ecologia inspira-se com frequência na fenomelogia e emprega em seus estudos fundamentais a teoria matemática da informação e a termodinâmica moderna.
Quando o assunto é Ecologia, frequentemente utilizamos a palavra ecossistema. Apesar de fazer parte do nosso vocabulário, muitas pessoas não compreendem o real significado desse termo. Podemos definir ecossistema como um conjunto de organismos que vivem em determinado local e interagem entre si e com o meio, formando um sistema estável. Cada ecossistema é formado por várias populações de espécies diferentes, constituindo, assim, uma comunidade.
Unidade III – O Estudo do Ecossistema
 3.1 – Componentes do ecossistema
Podemos dividir o ecossistema em dois componentes básicos: os bióticos e os abióticos.
Os componentes bióticos de um ecossistema são os seres vivos, como as plantas, animais e micro-organismos. Podemos dividir esses componentes em dois grupos principais: os organismos autotróficos e os heterotróficos. Os primeiros produzem seu próprio alimento através de processos de fotossíntese e quimiossíntese, já os heterotróficos são os consumidores e os decompositores.
Os componentes abióticos, por sua vez, são aqueles fatores não vivos, como a luz, a temperatura, os nutrientes, o solo e a água. Apesar de não darmos muita importância aos fatores abióticos quando pensamos em um ecossistema, eles são fundamentais para a sobrevivência dos organismos. Dentre esses componentes, podemos destacar a radiação solar, que permite o processo de fotossíntese pelos seres fotossintetizantes. Além disso, a água e a temperatura também exercem um importante papel na sobrevivência de organismos.
Nível trófico, também conhecido por nível alimentar, representa o conjunto biótico (animais e vegetais) que integra o mesmo ecossistema, e nesse possui semelhantes hábitos alimentares.De acordo com a forma nutricional, os componentes bióticos são classificados em: autotrófico e heterotrófico.
Autotróficos → são aqueles que sintetizam o próprio alimento a partir da conversão da matéria inorgânica em matéria orgânica, na presença de energia solar. Exemplo: algas fotossintetizantes e os vegetais (folhas clorofiladas).
Heterotróficos → são organismos incapacitados de elaborar o próprio alimento, necessitando adquiri-los através do hábito alimentar (ingestão, digestão e absorção). Exemplo: os invertebrados e os vertebrados.
A especificidade dos ecossistemas (aquáticos ou terrestres) caracteriza a estrutura trófica e sua organização, definindo a hierarquização dos níveis alimentares, sendo basicamente ordenada pelos organismos produtores (autótrofos), organismos essenciais do primeiro nível trófico, suporte para os subsequentes níveis, comportando os consumidores e os decompositores (heterótrofos).
A categoria dos consumidores é bem distinta, sua composição tem a seguinte estruturação: 
Todos os consumidores que se alimentam de seres produtores são considerados consumidores primários ou de primeira ordem (herbívoros). Os consumidores que se alimentam dos que constituem a primeira ordem são denominados de consumidores secundários ou de segunda ordem (carnívoros que se alimentam de herbívoros). Organismos que alimentam de consumidores secundários são considerados consumidores terciários (carnívoros que se alimentam de carnívoros), seguindo essa lógica para designar, se houver, as ordens sequentes até atingir o nível ocupado pelos seres decompositores.
Muitos consumidores ocupam no ecossistema distintos níveis tróficos, tendo em vista a baixa seletividade nutricional, ou seja, possuem variados hábitos alimentares. Esses animais são denominados onívoros, alimentando-se tanto de herbívoros (vegetais) quanto de carnívoros (animais), a exemplo da espécie humana, cujas refeições diárias deveriam ser balanceadas, composta de vegetais (frutas, legumes, raízes) e carne (bovina, suína, de aves e peixes).
Contudo, a relação trófica, configurando o aspecto cíclico de reciclagem da matéria, tem como último nível trófico representado pelos seres decompositores ou detritívoros, nutrindo-se de restos orgânicos ou de organismos mortos.
Normalmente, nos ecossistemas, os decompositores mais importantes são os fungos e as bactérias, que se alimentam dos produtos da degradação dos compostos orgânicos, a partir da digestão pela secreção de enzimas. Dessa forma, a matéria retorna ao meio ambiente, sendo reutilizado na síntese orgânica pelos produtores autotróficos.
3.2 – Fluxo de energia, ciclagem de materiais, produtividade e cadeia alimentar
Dois processos são fundamentais para o entendimento do metabolismo geral dos ecossistemas: produção e consumo de matéria orgânica e ciclagem de nutrientes. Enquanto a produção biológica relaciona-se com a magnitude do metabolismo geral do sistema, o estudo da ciclagem dos nutrientes informa o modo como ocorrem as trocas de materiais entre as porções biótica e abiótica do sistema.
	O estudo da produção biológica informa a magnitude e a direção do fluxo de energia no ecossistema, sendo um reflexo direto da disponibilidade de energia em dado nível trófico. Como flui direccionalmente para níveis tróficos superiores (não recircula), a energia presta-se melhor para determinar as interações tróficas dentro do ecossistema.
O fluxo de energia é decrescente, unidirecional e acíclico.
O ecólogo Lindeman publicou em 1942 uma ideia denominada energética ecológica, que tentava quantificar a transferência de energia dentro das cadeias e teias alimentares.
Lindeman visualizou uma pirâmide de energia dentro do ecossistema, na qual a base, que geralmente é maior, é constituída pelos produtores primários, ou seja, a fonte de energia da cadeia alimentar, e a quantidade de energia transmitida de um nível trófico para outro diminui ao longo da pirâmide, diminuindo a eficiência ecológica dos níveis tróficos superiores (decompositores, herbívoros, carnívoros e parasitos).
O fluxo de energia no ecossistema corre em um só sentido. A quantidade de energia diminui em cada nível trófico, pois apenas uma parte da energia que entra no ecossistema é utilizada, a maior parte é degradada e sai sob a forma de calor de baixa qualidade. A energia pode ser armazenada e depois liberada, mas nunca reutilizada.
Os elementos químicos são fundamentais para os processos vitais e, diferente da energia, permanecem no ecossistema, circulando entre os organismos e o meio físico. Os organismos gastam energia para adquirir compostos químicos, que são utilizados nos processos metabólicos e posteriormente eliminados.
O principal componente de matéria viva em qualquer comunidade é a água, seguida de carbono, que é a forma como a energia é acumulada (Begon et al., 2008). No entanto, outros elementos como o nitrogênio,fósforo, oxigênio, enxofre, entre outros, também circulam no ecossistema.
A produtividade em um ecossistema pode ser conceituada como sendo a eficiência com que os organismos de determinado nível trófico aproveitam a energia recebida para produzir biomassa (Amabis & Martho, Biologia das Populações, v.3, p.343).
Produtividade Primária Bruta: corresponde ao total da energia luminosa absorvida pelos autótrofos e convertida em biomassa, em um determinado intervalo de tempo (corresponde ao total de biomassa produzida pela fotossíntese em um intervalo de tempo). A produtividade bruta é elevada em grandes formações vegetais (elevada taxa fotossintética).
Produtividade Primária Líquida: corresponde à parcela da energia armazenada disponível para o nível trófico seguinte. É importante enaltecer que parte da biomassa sintetizada pelos autótrofos é utilizada pelo próprio organismo para a sua sobrevivência (respiração celular). Nas grandes formações vegetais, a produtividade primária líquida é muito baixa, uma vez que a taxa respiratória é elevada.
Então: PPL = PPB – R
Produtividade Secundária: a quantidade de matéria orgânica absorvida por um herbívoro durante certo intervalo de tempo corresponde à produtividade secundária bruta (PSB). Usando o mesmo raciocínio anterior, a quantidade de energia acumulada nos herbívoros, disponível para o nível trófico seguinte (já descontando o que o animal gastou para suas atividades) constitui a produtividade secundária líquida.
Observe que o fator tempo é considerado. Dessa forma, o tempo necessário para se obter 500 quilos de carne (a partir de um bezerro) é maior que o tempo necessário para obter 500 Kg de carne de frango, utilizando-se a mesma quantidade de milho. Diz-se, assim, que a produtividade secundária líquida do frango é maior que a do bezerro.
As cadeias alimentares fornecem um exemplo visual de como a energia é transferida por todo universo. O sol é o ponto inicial de energias nas cadeias alimentares porque o sol fornece energia que é usada pelas plantas quando elas produzem alimento para elas mesmas. Porém, as plantas não somente fornecem energia para elas mesmas como também para alguns heterótrofos. Assim se inicia uma cadeia alimentar.
Em uma cadeia alimentar simples, um produtor produz o “alimento” que fornece a energia, e um consumidor o usa. Em uma cadeia alimentar mais complexa, vários produtores de energia podem estar na cadeia, assim como vários níveis de consumidores. Porém, o consumidor não adquire toda a energia do alimento que o produtor criou. Quando o alimento é digerido por um produtor, parte do material que você consumiu é convertida em energia usada dentro do corpo. O excesso é excretado em fezes. O resíduo excretado não é energia perdida; a energia é somente outra forma que é utilizável por organismos diferentes. Mas, não é utilizável pelo próximo nível mais alto na cadeia alimentar. Na realidade, quanto mais longa uma cadeia alimentar, menos energia os consumidores mais altos adquirem, esse é o motivo para as cadeias alimentares não serem tão longas.
3.3 - O controle biológico do ambiente geoquímico - a hipótese de Gaia
A teoria de Gaia é uma concepção científica do sistema Terra, a Terra vista como autorreguladora com a comunidade de organismos vivos no controle. Ela foi desenvolvida principalmente pelo médico e cientista britânico James Lovelock.
A teoria de Gaia começou a ser desenvolvida em um artigo de 1965, publicado quando Lovelock trabalhava no Laboratório de Propulsão a Jato da Califórnia, no qual se especulava que, sendo a atmosfera da Terra uma agregação biológica, é razoável pensar que seus componentes são mantidos em uma composição química ideal ou próxima do ideal para o ecossistema. Se isto é verdade, também o clima da Terra deve ser mantido próximo de um ideal para o ecossistema. Assim, nasceu a hipótese de Gaia que deu origem à teoria de Gaia.
Ela consiste na ideia de que a química, física e biologia presentes no planeta fizeram dela um organismo vivo, capaz de regular sua temperatura e seus elementos químicos, de modo a favorecer a vida; e vai além ao complementar a Teoria da Evolução que consiste na ideia central de seleção adaptativa dos seres diante do ambiente. A Teoria de Gaia defende que a interação entre a biosfera e todos os componentes da Terra, como sua geologia, mantêm a vida regulando o clima ou os elementos químicos ideais para a vida.
Nesse sentido, a composição atmosférica da Terra é mantida em um estado dinamicamente estável pela presença da vida; além disso, os organismos afetam a composição atmosférica, regulando o clima da Terra para mantê-la favorável à vida. Essa regulação teria sido necessária para preservar a habitabilidade do planeta diante do aquecimento do Sol desde que a vida começou há 3,5 bilhões de anos.
Unidade IV – Os Ciclos Biogeoquímicos
4.1 – Ciclo do carbono
A assimilação do carbono pelos seres vivos e sua devolução à atmosfera, completando, assim, o seu ciclo, estão intimamente ligadas ao fluxo de energia. 
→ Ciclo biológico do carbono
Os organismos autótrofos fotossintetizantes, por meio do processo de fotossíntese, assimilam o carbono presente na atmosfera, bem como os compostos, principalmente carbonatos, dissolvidos na água, transformando-o em matéria orgânica, que é adquirida pelos demais organismos pela cadeia alimentar. Os organismos herbívoros assimilam essa matéria orgânica ingerindo os vegetais. Já os animais carnívoros obtêm-na por meio da digestão dos animais herbívoros. Além dos organismos fotossintetizantes, os organismos quimiossintetizantes (que realizam a quimiossíntese) também utilizam o carbono para a produção de compostos orgânicos. Os principais compostos orgânicos produzidos são os carboidratos.
Após ser assimilado pelos seres vivos, o carbono retorna ao ambiente de diversas formas. Ele é liberado para a atmosfera por meio da respiração, na forma de CO2, um dos produtos finais desse processo. O processo de decomposição também tem como um de seus produtos o CO2.
→ Ciclo geológico do carbono
No ciclo geológico do carbono, o dióxido de carbono (CO2) é trocado entre a atmosfera e a hidrosfera pelo processo de difusão até que se estabeleça o equilíbrio entre a quantidade de CO2 que se encontra na atmosfera acima da água e na água. Além disso, o CO2 pode dissolver-se na água da chuva, produzindo H2CO3, uma solução ácida que facilita a erosão das rochas silicatadas, liberando os íons Ca2+ e HCO3-.
Nos oceanos, esses íons são assimilados por organismos que os utilizarão para a construção de suas conchas carbonatadas. Após a morte desses organismos, suas conchas acumulam-se como sedimentos ricos em carbonatos, que podem migrar para uma região onde a pressão e as altas temperaturas fundem parcialmente os carbonatos. A formação de magma libera CO2 novamente para a atmosfera por meio dos vulcões.
4.2 - Ciclo do nitrogênio
O nitrogênio é um gás encontrado em abundância no ar (cerca de 78%) na forma de N2, mas por ser pouco reativo quimicamente, permanece livre e não é facilmente assimilado pelos seres. Também compõe as moléculas de proteína e os ácidos nucleicos das células, sendo assim muito importante para todos os organismos.
Algumas plantas são capazes de fixar o nitrogênio do ar, através da associação com algumas espécies de bactérias ditas fixadoras, que vivem em nódulos nas suas raízes. Essas plantas são do grupo das leguminosas, como feijões, soja, lentilhas. Existem também bactérias livres no solo que agem na transformação do N2 em nitratos. Outro meio de fixação do nitrogênio na natureza é através de raios. Vale ressaltar o papel das bactérias no ciclo, pois atuam nas várias etapas.
Etapas do Ciclo
É importante perceber que como qualquer ciclo biogeoquímico, como o da água, ou do oxigênio, o ciclo do nitrogênio representa um fluxo de matérias e energia que são constantes na natureza e essenciais para o equilíbrio dos ecossistemas. As etapas a seguir facilitam a compreensão do processo global.
Fixação
Bactérias fixadoras livres no solo ou associadas a raízes deleguminosas transformam nitrogênio do ar (N2) em amônia (NH4+) e nitratos (NO3-).
Amonificação
A ureia (NH2)2CO é um dos resíduos do metabolismo dos animais (eliminada pela urina) é transformada em amônia por bactérias do solo.
Nitrificação
Bactérias nitrificantes do solo transformam a amônia em nitratos.
Desnitrificação
O nitrogênio é devolvido à atmosfera através de bactérias desnitrificantes que o convertem a partir dos nitratos do solo.
4.3 – Ciclo do fósforo
O ciclo biogeoquímico do fósforo é mais simples comparado aos de outros elementos, como carbono e nitrogênio. No ciclo do fósforo não há passagem desse elemento pela atmosfera. O fósforo é o único macro nutriente que não existe na atmosfera. É encontrado apenas em sua forma sólida nas rochas. Apenas um composto de fósforo é importante para os seres vivos - o íon fosfato. O ciclo do fósforo é importante pois influencia no crescimento e sobrevivência de seres vivos.
Etapas do Ciclo do Fósforo
O principal reservatório de fósforo na natureza são as rochas. O ciclo tem início quando as rochas sofrem intemperismo e liberam o íon fosfato no solo. Assim, esse composto pode ser carregado até os rios, oceanos e lagos ou incorporado por seres vivos. Quando são aproveitados pelos seres vivos, podem retornar à natureza durante a decomposição da matéria orgânica. As bactérias fosfolizantes atuam nesse processo e transformam o fósforo em um composto solúvel, que pode ser facilmente dissolvido na água. O fósforo pode ser levado para rios, lagos e mares. Em ambientes aquáticos, o fósforo pode ser aproveitado pelos seres vivos ou sedimenta-se e ser incorporado às rochas em formação. Com o passar do tempo, as rochas sofrem intemperismo e o ciclo recomeça.
Assim, o ciclo do fósforo pode ser diferenciado em dois aspectos relacionados a escalas de tempo:
Ciclo de tempo ecológico: ocorre em tempo relativamente curto. Acontece quando uma parte dos átomos de fósforo é reciclada entre o solo, plantas, animais e decompositores.
Ciclo de tempo geológico: ocorre durante um longo tempo. Acontece quando outra parte dos átomos de fósforo é sedimentada e incorporada às rochas.
4.4 – Ciclo enxofre
O enxofre entra na cadeia alimentar por meio das plantas, que o absorvem de vários compostos para utilizá-lo na produção de seus aminoácidos. Os microrganismos decompõem os aminoácidos de restos de animais e plantas e são os responsáveis pela oxidação do reservatório terrestre de enxofre, por sua liberação para o ambiente e também pela sua fixação nas rochas.
O enxofre pode ser lançado à atmosfera também por emissões vulcânicas, oceânicas, industriais e queima de biomassa. Nos oceanos, esse elemento é emitido, predominantemente, pela decomposição de parte dele presente no organismo de certas algas, formando um reservatório de compostos de enxofre que é parcialmente perdido para a atmosfera. Assim que chega à atmosfera, o enxofre logo passa por um processo de oxidação. Diversos processos físicos e químicos estão envolvidos em suas transformações na atmosfera, no processo de retirada do sulfato da fase gasosa e na sua mudança para a fase aquosa.
Chuva ácida
Devemos salientar, no entanto, que o aumento de óxidos de enxofre na atmosfera, decorrente principalmente do aumento da poluição industrial, leva à ocorrência da chuva ácida. Esses gases, que reagem com vapor de água e outras substâncias, formam o ácido sulfúrico, o qual, além de causar problemas estruturais como o desgaste de monumentos, desencadeia também uma degradação do meio ambiente.
4.5 – Ciclo da água
O ciclo da água faz com que a água circule em nosso meio de maneira contínua, envolvendo tanto componentes bióticos como abióticos. O ciclo da água é movido pela energia solar. O Sol aquece a água de oceanos, mares, rios e lagos, fazendo com que a água passe do estado líquido para o gasoso (evaporação).
Além disso, a energia solar é responsável por promover a sublimação do gelo e o processo de transpiração, sendo a transpiração dos vegetais responsável por liberar uma grande quantidade de água para a atmosfera. Dá-se o nome de evapotranspiração ao processo no qual o vapor de água resultante da transpiração das plantas e evaporação dos solos é levado para a atmosfera.
O vapor de água liberado nos diferentes processos sobe até camadas mais altas da atmosfera, nas quais se condensa e forma nuvens. As correntes de ar podem mover as nuvens para diferentes regiões. A água retorna à superfície da Terra por meio da precipitação, que é a liberação da água das nuvens na forma de chuva, granizo ou neve, a depender de fatores, como a temperatura do local. A água que retorna à superfície pode cair novamente em rios, lagos, oceanos e mares, pode infiltrar no solo e atingir os aquíferos ou fluir pela superfície.
A água na superfície terrestre pode ser absorvida pelas plantas, que necessitam dela para o seu metabolismo, pelas raízes. A água que está presente nas plantas pode ser absorvida por animais quando eles se alimentam delas. Não podemos esquecer-nos de que animais apresentam também água em seu corpo e, portanto, essa substância vai fluindo pela cadeia alimentar. Além disso, os animais também ingerem água, sendo essa substância fundamental para a sua sobrevivência.
Como mencionado, as plantas liberam água de volta ao ambiente por meio da transpiração. Além disso, eliminam água no estado líquido em um processo conhecido como gutação. Os animais, por sua vez, devolvem a água para o meio por meio de urina, fezes, respiração e transpiração. O processo de decomposição dos seres vivos também garante que parte da água incorporada neles retorne ao meio.
Unidade V – Os Grandes Biomas Terrestres e Aquáticos
 5.1 – Florestas
Floresta Temperada
Localiza-se em determinadas regiões da Europa e América do Norte. Ocorre em ambiente de clima temperado e com as quatro estações bem definidas. As plantas são chamadas de decíduas ou caducifólias, pois perdem as folhas ao fim do outono e readquirem na primavera. Essa situação é uma adaptação ao inverno. Com a perda das folhas, as plantas reduzem sua atividade metabólica. As plantas mais características são os carvalhos e faias. A fauna é composta por javalis, veados, raposas, esquilos, pássaros e insetos.
Floresta Tropical
Localiza-se em regiões de clima quente e com elevado índice pluviométrico. Ocorre no norte da América do Sul, América Central, África, Ásia e Austrália. As florestas tropicais são ambientes ricos em biodiversidade. A vegetação é densa e forma estratos, conforme a cobertura das copas das árvores, o que origina diferentes microclimas. A vegetação também apresenta epífitas, cipós e líquens. A fauna é composta por macacos, preguiças, onças, tucanos, araras, jacarés, sapos e uma variedade de espécies de insetos. A maior floresta tropical do mundo é a Floresta Amazônica.
 5.2 - Campos
Os Campos, também chamados de Pampas (termo de origem indígena que significa “região plana”) ou Campos Sulinos, são formações abertas compostas basicamente por gramíneas com alguns arbustos como Matas Ciliares (nos leitos dos rios). Típicos de regiões de clima subtropical e com chuvas regulares, é a vegetação típica do Sul do Brasil e de regiões da Argentina e Uruguai. A nomenclatura de “Pampas” geralmente se atribui aos campos da região sul do Rio Grande do Sul e partes da Argentina e Uruguai onde o relevo é bastante plano. Nas outras regiões são comuns os chamados “campos do alto da serra” em áreas de transição com a Mata de Araucária, ou, ainda, campos semelhantes às savanas em locais mais secos. As gramíneas mais encontradas nos campos da região sul do Brasil são a Stipa, Piptochaetium, Aristida, Briza e Mélica, além de algumas espécies de cactos, leguminosas e bromeliáceas. O bioma dos pampas apresenta algumas espécies endêmicas de mamíferos (11 espécies endêmicas), aves (22) e pelo menos uma de peixe, o Cará.
 5.3 - Desertos e tundras
A Tundra é um bioma que se desenvolve sobre solos permanentemente congelados. A palavra “tundra” significa terra estéril, sem árvores, caracterizando exatamente o queela é: um bioma simples em termos de composição de espécies vegetais e animais.
De acordo com localização, tipo de relevo e vegetação que desenvolvem, a tundra é classificada de duas maneiras, a saber:
Tundra Ártica: caracterizada pela latitude, a tundra ártica é encontrada nas regiões mais frias do ártico, próximas ao polo norte.
Tundra Alpina: caracterizada pela altitude e com clima mais ameno que a tundra ártica, a tundra alpina é encontrada no alto das montanhas chamadas alpes (cordilheira europeia), sendo destituídas de árvores devido aos fortes ventos que atingem a região.
A Tundra, os ventos são muito fortes com baixo índice pluviométrico. O clima que caracteriza as regiões em que se desenvolve a tundra é polar, ou seja, seco com frio intenso na maior parte do ano. A tundra é composta de duas estações. No curto verão (cerca de 2 meses) os dias são longos, podendo atingir temperaturas de no máximo 10°C. Ao contrário do longo inverno (cerca de 10 meses), o qual apresenta dias mais curtos com temperaturas negativas, que podem atingir o -40 °C.
Dessa forma, o solo da tundra é raso e formado por terra, pedras e gelo. Ele é chamado de “permafrost” (permanentemente gelado), o que indica seu congelamento na maior parte do ano, dificultando a existência de grande variedade vegetativa. No entanto, no verão a neve derrete formando regiões pantanosas.
Ao pensarmos no clima da tundra, acreditamos ser impossível a vida numa região tão fria do planeta com condições tão adversas. Entretanto, diversos animais fazem parte dessa gélida paisagem, donde muitos vivem na tundra somente no curto verão, migrando para regiões mais quentes no inverno. Assim, além dos inúmeros insetos na tundra há lobos, ursos, alces, renas, cabras, roedores, raposas, lebres, perdizes, corujas, dentre outros.
O bioma denominado deserto é encontrado em regiões de baixa umidade, onde existe uma grande variação na temperatura ao longo do dia, com pouca ou quase nenhuma precipitação ao longo do ano e o clima é predominantemente seco. A vegetação geralmente é constituída por gramíneas e pequenos arbustos, sendo rala e espaçada, ocupando principalmente fendas do solo ou debaixo das rochas em que a pouca água disponível pode se acumular. A seleção natural fez com que as plantas mais resistentes sobrevivessem às limitações do deserto e com o tempo as plantas desenvolveram estratégias para se adaptar à escassez de água. Os cactos, por exemplo, apresentam sistemas de raízes superficiais, cobrindo uma grande área, para absorver a água das chuvas passageiras. Seu caule é capaz de armazenar água (parênquima aquífero) e fazer fotossíntese (CAM), as folhas com a evolução da espécie foram substituídas por espinhos para impedir uma transpiração excessiva pelos estômatos. Essas transformações nas plantas desérticas são conhecidas por xeromorfismo (forma adaptada para locais secos).
A vegetação esparsa e o tipo de solo arenoso deste bioma terrestre que é o deserto contribuem para uma rápida perda radiativa de energia fazendo com que estes ambientes possam ser tornar extremamente frios durante a noite e extremamente quentes durante o dia. A fauna dos desertos é limitada pelas condições extremas, sendo composta predominantemente por animais roedores (ratos-canguru e marmotas), répteis (cobras e lagartos), escorpiões e insetos. A maioria destes animais desenvolvem suas atividades no período noturno, quando as temperaturas são mais baixas, e durante o dia permanecem refugiados das temperaturas elevadas. Os camelos e os dromedários são mamíferos do deserto, podem passar até um mês sem beber água e vários dias sem se alimentarem, pois possuem a corcova que serve como reserva de gordura.
 5.4 – Biomas aquáticos
Os biomas aquáticos são classificados em dois principais grupos: o marinho e o de água doce. O marinho corresponde aos mares e oceanos e o de água doce corresponde aos lagos, lagoas e rios. Os biomas de água doce podem ser de águas lênticas ou paradas (lagos e lagoas) e de águas lóticas ou em movimento (rios).
O ambiente marinho ocupa cerca de 71% da superfície terrestre, suas partes mais profundas atingem quase 11.000 metros. Nesse ambiente se distinguem dois domínios: o bentônico, que corresponde ao fundo do mar, onde se encontram organismos bentônicos que se fixam ou se deslocam no substrato, e o pelágico, que compreende a massa de água, onde predominam organismos que nadam ativamente. Quanto à penetração de luz, o ambiente marinho possui três regiões distintas: zona eufótica – região mais superficial que recebe maior quantidade de luz solar; zona disfótica – região pouco iluminada; zona afótica – iluminação totalmente ausente.
Existem três categorias de comunidades marinhas:
Plâncton – organismos que têm um deslocamento passivo pela água, sendo arrastados pelas correntes marinhas. Divide-se em fitoplâncton, que são os seres autotróficos (algas), e zooplâncton (heterotrófico), representado por protozoários, pequenos crustáceos e larvas de diversos animais como moluscos e peixes;
Nécton – seres que nadam livremente pelos mares e oceanos, como os polvos, tartarugas, peixes e mamíferos aquáticos;
Bentos – organismos que vivem fixos ao substrato ou dependem dele para sobreviver, representados por algas, corais, esponjas, estrelas-do-mar, peixes e outros.
No bioma Marinho Costeiro encontram-se importantes ecossistemas como o manguezal, recifes de corais e estuários.
Os lagos são mais profundos e com maiores extensões que as lagoas. Esses ambientes apresentam três zonas principais, que possuem características e organismos diferentes:
Zona litorânea – região junto à margem, em contato direto com o ambiente terrestre. Nessa região são encontradas várias plantas aquáticas enraizadas ou flutuantes. Animais como peixes, moluscos, artrópodes e anfíbios habitam essa área;
Zona limnética – região que vai até onde a luz chega. Suas comunidades são o plâncton (bactérias, algas e zooplâncton) e o nécton (peixes). Diferente da zona litorânea onde a fotossíntese é realizada por plantas, nessa região ela é realizada pelas algas.
Zona profunda – região onde não há penetração de luz, por isso é totalmente dependente da matéria orgânica produzida na região litorânea e limnética. Nessa região estão presentes os organismos bentônicos, principalmente bactérias e fungos decompositores.
Importante destacar que nas lagoas a zona litorânea é relativamente grande e as regiões limnética e profunda são pequenas ou ausentes.
Os rios são caracterizados por possuírem um fluxo unidirecional, no qual a água sempre corre para as regiões mais baixas. Os cursos de água possuem três condições principais que os diferenciam dos lagos. A primeira diz respeito à corrente, que atua como fator limitante e estabelece diferenças entre as partes de um curso de água. A outra condição é a interface terra-água. Os rios estão intimamente associados como o ambiente terrestre em seu entorno, e dependem dele para obtenção da maior parte de sua energia básica. Em geral, os organismos produtores são insuficientes para suportar a quantidade de consumidores existentes nos rios. Por último, a quantidade de oxigênio costuma ser abundante e pouco variável nos rios, em virtude da pouca profundidade e do movimento constante da água.
 5.6 - Ambientes de transição
Além de dividir os ecossistemas em aquáticos e terrestres, podemos também falar em ecossistemas de transição (ou biomas de transição), que, como o nome diz, está em trânsito entre os dois primeiros, ou melhor, representa a passagem de um para outro. Nessas zonas de transição, distribuídas pelo planeta, desenvolvem-se ecossistemas semelhantes onde as zonas climáticas são semelhantes. Como já se disse, mais correto que empregar o termo ecossistema, é usar a palavra bioma, pois aqui se fala do meio físico, sem levar em conta as interações entre os seres vivos e o ambiente (que caracterizam o ecossistema). 
Nas desembocaduras de rios nos mares, temos um ambiente de transição típico, os estuários. Eles englobam a foz do rio e as terras vizinhas. Nessas regiõesexiste grande variação na salinidade em função dos fluxos de maré. Os estuários têm grande quantidade de nutrientes e muita produtividade. São também o berçário de muitas espécies de peixes e crustáceos. Tanto a maré como o rio trazem nutrientes para essas áreas. Aparecem aí caranguejos, camarões e peixes (como linguado e o bacalhau pequeno). Muitas espécies de pássaros, como a garça e os pelicanos, voam para os estuários, a fim de se alimentar. No mundo todo, são encontradas áreas frequentemente inundadas e que possuem espécie.
Nas regiões tropicais essas terras umedecidas por águas salgadas formam os manguezais, os quais possuem árvores adaptadas ao alto teor de sal da região. As árvores dos manguezais possuem um tipo de raiz que ajuda a estabilizar o terreno, ajudando a reduzir a erosão. Podemos considerar as praias como outro ambiente de transição. Estas se formam quando há um abastecimento de areia, trazidas pelas correntes marinhas, através das ondas. Na zona intermaré vivem alguns moluscos, crustáceos e vermes.
A partir da praia, em direção à costa, encontramos as dunas, as quais são construídas por areias carregadas pelo vento. Nessas dunas de areia aparecem as plantas pioneiras, algumas plantas rasteiras, que se desenvolvem onde não existem outras plantas e seguram a areia e um pouco de matéria orgânica. As raízes desses vegetais são fibrosas e alcançam a água do subsolo. Suas sementes muitas vezes são trazidas pelos pássaros promovendo a colonização dessas dunas e a posterior sucessão de tipos de vegetação e de seres vivos de um modo geral. Se não houver alteração nas dunas por muitos anos, pode-se desenvolver uma espécie de "floresta", que mantém a costa marítima. Sem a vegetação, aa duna é destruída e passa a se movimentar, dificultando a manutenção da costa. 
Unidade VI – O Meio Terrestre
6.1- Composição, características e classificação do solo
O solo é definido como um corpo natural composto por substâncias orgânicas e inorgânicas presente na superfície terrestre e oriundo da desagregação das rochas. O processo que dá origem à formação do solo é chamado de intemperismo, ou seja, a desagregação das partículas das rochas e minerais que altera suas propriedades químicas.
São fatores que contribuem para a formação do solo o material originário (rocha matriz ou rocha mãe), o clima, a atividade biológica, ligada aos organismos vivos presentes no lugar de origem do solo, o tempo, a hidrografia e a topografia da área. Todos esses elementos agem em conjunto ao promoverem a separação das partículas das rochas.
Assim o solo é formado por meio de processos que fazem a desintegração de partículas, promovendo sua evolução e seu crescimento. Esses processos levam em conta a infiltração de água ou a descompactação de partículas por outros elementos físicos ou químicos, e, assim, o solo vai aumentando, crescendo, desenvolvendo-se, pois, quanto mais profundo é o solo, mais desenvolvido ele é.
Tipos de solo
Os tipos de solo variam de acordo com a localização, seu processo de formação e as condições do ambiente onde ele se formou. Alguns tipos mais comuns são:
Solos arenosos: com muita presença de areia e pouca umidade, são comuns em regiões tropicais. Micro-organismos e plantas vivem com mais dificuldade neles devido à ausência de água.
Solo arenoso presente em região semiárida.
Solos argilosos: são menos arejados e mais compactados, portanto, são mais úmidos, pois a água fica retida por mais tempo neles devido à sua lenta infiltração.
Solos siltosos: apresentam alta concentração de silte e são erosíveis, pois não se apresentam estáveis ou compactados. Suas partículas são bastante leves, pequenas e soltas.
Composição do solo
A composição do solo é variável de um tipo de solo para outro, pois os elementos químicos presentes na sua composição variam por meio de fatores como: umidade, Sol, vento, organismos vivos, clima e até a presença de biodiversidade. No entanto, encontra-se na composição dos solos, de modo geral, 45% de elementos minerais, 25% de ar, 25% de água e 5% de matéria orgânica.
O solo é composto por três fases distintas: sólido, que compreende matéria orgânica e inorgânica; líquido, que é a solução do solo ou água do solo; e gasoso, que é o ar do solo. As matérias orgânica ou inorgânica compreendem partículas minerais do solo, originadas do intemperismo da rocha, ou seja, da sua desintegração. Há também materiais orgânicos provenientes de animais e plantas, que entram em decomposição e formam a camada de húmus (primeira camada do solo).
Cada horizonte dos solos possui composições diferentes, observe:
Horizonte O – Camada com alta presença de matéria orgânica, água, animais e plantas.
Horizonte A – Mais escura por possuir matéria orgânica, água e sais minerais.
Horizonte B – Acumula sais minerais e materiais dos horizontes O e A, possui presença maior de ar.
Horizonte C – Constituído por fragmentos de rochas desintegradas do horizonte D; grande presença de ar.
Horizonte D ou R – Rocha matriz ou originária do solo. 
O líquido compreende a água infiltrada, escoada ou presente no lençol freático. Geralmente as plantas retiram do solo a quantidade de água necessária à sua sobrevivência. Nem toda água que chega ao solo fica disponível às plantas, pois ela pode continuar a infiltrar, abastecendo outros mananciais d’água. O gasoso é constituído pelo ar presente nos poros dos solos; à medida que há maior presença de argila no solo, menor é essa porosidade.
Classificação do solo
No Brasil há o predomínio de três tipos de solos, os latossolos, argissolos e neossolos, que juntos abrangem cerca de 70% do território nacional, segundo o Sistema Brasileiro de Classificação de Solos (SiBCS) - IBGE. Os latossolos e argissolos ocupam aproximadamente 58% da área e são solos mais profundos, altamente intemperizados, ácidos e de baixa fertilidade natural. Em certos casos, também ocorrem solos de média a alta fertilidade, em geral pouco profundos em decorrência de seu baixo grau de intemperismo. Estes se enquadram principalmente nas classes dos neossolos, luvissolos, planossolos, nitossolos, chernossolos e cambissolos.
Os solos apresentam grande variedade química, física e biológica em sua composição. São 13 classes contidas no sistema de solos brasileiro. São exemplos: argissolos, cambissolos, chernossolos, esposossolos, gleissolos, latossolos, luvissolos, leossolos, notssolos, organossolos, planossolos, plintossolos, vertissolos.
6.2- Processos de erosão
Erosão é o processo de desgaste, transporte e sedimentação do solo, dos subsolos e das rochas como efeito da ação dos agentes erosivos, tais como a água, os ventos e os seres vivos. O processo de desagregação das partículas de rochas (chamadas de sedimentos) é ocasionado pela ação do intemperismo (conjunto de processos químicos, físicos e biológicos que provocam o desgaste dos solos e rochas). O transporte desses sedimentos ocorre pela ação da gravidade e dos elementos da superfície. Já a sedimentação consiste na deposição das partículas dos ambientes erodidos.
Existem vários tipos e formas de se classificar e dividir as erosões, variando conforme a sua velocidade, esfera de influência, agente causador ou a sua localidade geográfica. Em primeiro lugar, há a conceituação que divide as erosões em geológicas e aceleradas. A erosão geológica é aquela que envolve um processo lento e gradativo, propriamente constitutivo das diversas formas de relevo existentes, como a formação de vales por onde passam os rios. Já a erosão acelerada é aquela que envolve, geralmente, as atividades humanas e que costuma resultar na rápida destruição ou danificação dos solos.
Em segundo lugar, as erosões são classificadas conforme a sua intensidade, segmentando-as em erosão laminar, sulcos erosivos, ravinas e voçorocas. A erosão laminar é a lavagem dos solos (retirada da camada superficial de sedimentos) pela água das chuvas ou pelos ventos; os sulcos erosivos são as estratificações ou “caminhos” deixados pela água nos solos; as ravinas são buracos ou danificações um pouco mais severos;e as voçorocas manifestam-se quando a erosão é profunda a ponto de atingir o lençol freático.
Classificação das erosões conforme os agentes erosivos
Os agentes erosivos ou intempéricos podem também ser considerados como um fato utilizado para a classificação dos diferentes tipos de erosão. A seguir, segue a conceituação de cada um dos termos dessa tipificação.
Erosão Pluvial: como o próprio nome indica, é causada pela água das chuvas. Em menor intensidade, ela provoca apenas a lavagem dos solos, mas, em grandes proporções, provoca alterações mais intensas, com erosões mais profundas. Quando os solos estão “limpos”, ou seja, sem vegetação (sobretudo em áreas inclinadas), os efeitos da erosão pluvial são mais graves.
Erosão Fluvial: esse tipo de erosão é causado pela água dos rios, transformando o seu curso em vales mais profundos do que o seu entorno. Além disso, quando não há uma vegetação nas margens dos cursos d'água, elas são erodidas pela força das águas, intensificando processos de assoreamento e alargamento do leio das bacias de drenagem.
Erosão Marinha: causada pelo desgaste de rochas e solos litorâneos pela água do mar, contribuindo para a formação de praias e de paisagens costeiras, tais como as falésias.
Erosão Eólica: é causada pela ação dos ventos, que provoca o intemperismo das rochas e também atua no transporte de sedimentos para zonas mais distantes dos pontos de erosão. Costuma ser um processo mais lento do que os demais que envolvem a ação da água.
Erosão Glacial: ocorre com o congelamento dos solos e a consequente movimentação em blocos. Também atua no congelamento da água que se dilata e provoca alterações na composição e disposição das rochas e dos solos.
Erosão Gravitacional: esse tipo de erosão costuma ocorrer em localidades muito inclinadas, como em cadeias montanhosas. Consiste na ruptura e transporte de sedimentos proporcionados pela ação da gravidade, com a deposição gradual de partículas de rochas das localidades mais altas para os pontos de menor altitude.
6.3- Principais fatores de poluição
Poluição é a introdução provocada ou acidental de substâncias ou energia no meio ambiente, trazendo consequências negativas e desequilíbrio para os seres vivos, inclusive para os humanos e para os ecossistemas. A poluição é considerada um dos principais problemas ambientais hoje e passou ser mais comum com o aumento da densidade demográfica, urbanização e industrialização. O agente contaminante é chamado de poluente, que pode ser químico ou genético; ou em forma de energia, como calor, luminosidade e radiação. A poluição surge a partir de atividades humanas que geram resíduos, sejam eles materiais ou energéticos.
Poluição do solo e das águas
Uma substância que é encontrada no meio naturalmente, pode causar efeito negativo, em grande quantidade, sendo considerada poluente. Como o nitrogênio e o fósforo que são encontrados no solo, mas com a alta quantidade provocada pelos fertilizantes, chegam aos cursos d’água causando desequilíbrios, como a eutrofização.
Principais causas: por herbicidas, pesticidas, derramamento de óleo, metais pesados (chumbo, mercúrio, zinco, etc.), dejetos, lixos industriais e domésticos, detergentes. Estes poluentes causam impacto nas comunidades e na saúde humana, diminuição de fontes de alimento e atingem os ecossistemas envolvidos.
A produção de material descartável, eletrônicos, solventes, geram grande quantidade de lixo. O destino destes resíduos sólidos vai impactar solo e água. Outro fator que prejudica os ecossistemas aquáticos são as ações antrópicas que causam erosão do solo nas encostas. A sedimentação causada nos rios implica em turbidez da água e diminuição da luminosidade, afetando a flora, com a diminuição de fotossíntese e a visibilidade da própria fauna.
Poluição do ar
É a liberação de partículas gasosas, líquidas ou sólidas na atmosfera. A queima de combustíveis fósseis libera CO2, que é um gás presente na atmosfera, mas que vira poluente por ser em excesso. O gás carbônico junto ao metano (CH4), causam o efeito estufa, que é natural e essencial para a vida no planeta Terra, porém, a intensa atividade industrial e dos veículos, leva a demasiada produção destes gases e um efeito estufa exacerbado, provocando mudanças, como o aquecimento global.
As indústrias liberam grandes quantidades de sulfatos e nitratos no ar, que combinados com a água da atmosfera, resulta em chuva ácida. Além de danificar estruturas materiais, a chuva ácida baixa o PH do solo e dos corpos d’água que ela atinge, levando ao declínio de diversos tipos de populações, como de peixes e anfíbios. O ozônio e os metais tóxicos também são poluentes para flora e fauna, que mesmo não tendo uma comunidade inteira destruída, pode ter sua composição e estrutura alteradas. Os gases CFCs (cloro, flúor, carbono) causam diminuição na camada de ozônio, o que intensifica a radiação ultravioleta, provocando câncer de pele, cataratas, etc.
Gases poluentes: ácido nítrico, dióxido de carbono, monóxido de carbono, dióxido de nitrogênio, dióxido de enxofre, entre outros.
Principais causas: Excesso de gases tóxicos nas atividades industriais, veículos de transporte, e incineração de lixo; desmatamento; queimadas e vulcões. Poluição atmosférica tem alcances globais, já que o ar se desloca. Além de ser um estresse ambiental aos ecossistemas, prejudica a saúde humana.
Poluição térmica
É o aquecimento de ar e água, através de atividades das hidroelétricas, usinas nucleares e termoelétricas. O aumento de temperatura na água pode levar os animais à morte.
Poluição nuclear
Poluição nuclear é aquela que surge através da radiação gerada pelas usinas nucleares. É diagnosticada como a poluição mais perigosa, pelas consequências que pode causar: Infecções, hemorragia, cânceres, perturbações mentais, distúrbios respiratórios e circulatórios e deformidades crônicas.
Poluição visual e sonora
Há poluição visual e sonora, que é o excesso de informação que estamos condicionados na publicidade, produção de sons e ruídos, causando desconforto mental e estresse. 
6.4- Resíduos sólidos e perigosos
A Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) os define como “todo material, substância, objeto ou bem descartado resultante de atividades humanas em sociedade”. O descarte desse resíduo não significa que ele não tem mais valor, mas sim que não é mais necessário para quem o descartou. Contudo, existem grandes chances desse resíduo ainda ser útil para outras pessoas, em sua forma original ou transformada.
Resíduos são diferentes de rejeitos. Estes últimos não têm possibilidade economicamente viável de tratamento e recuperação. Por isso, devem receber uma disposição final ambientalmente adequada.
Os resíduos perigosos fazem parte da Classe 1 (classificação de resíduos sólidos) e são aqueles tipos de material que apresentam riscos à saúde pública e ao meio ambiente, exigindo tratamento e disposição especiais em função de suas características de inflamabilidade, corrosividade, reatividade, entre outras.
O descarte incorreto de resíduos perigosos é capaz de contaminar o solo e lençóis freáticos. Isso acaba colocando em risco a saúde de pessoas e do meio ambiente, visto que uma grande parte deste tipo de lixo contém substâncias químicas muito perigosas em sua composição como, por exemplo, metais pesados.
Para a reversão de problemas causados pelo descarte incorreto é preciso começar pelo incentivo de instrução da população, bem como a correta punição para aqueles que infringirem a lei e colocam em risco a saúde da população e do meio ambiente.
São considerados resíduos perigosos:
· Restos de tinta (são inflamáveis, podem ser tóxicas);
· Material hospitalar (são patogênicos, tem material genético de outra pessoa e você não sabe se alguma bactéria presente ou algum vírus pode te contaminar);
· Produtos químicos (podem ser tóxicos, podem ser reativos, isto é, reagir com alguma outra substância e causar incêndio ou serem corrosivos também);
· Produtos radioativos;
· Lâmpadas fluorescentes (elas têm dentro do vidro, o mercúrio, queé considerado metal pesado e bioacumula, contaminando o ambiente que ela for jogada, pois o mercúrio solto na natureza contamina outros organismos causando problemas para o metabolismo de quem absorver);
· Pilhas e baterias (têm vários metais em sua composição que podem ser corrosivos, reativos e tóxicos dependendo do ambiente)
Esse tipo de resíduo necessita de tratamento especial e sua gestão adequada é o primeiro passo para que as empresas contribuam para um meio ambiente mais saudável. Por isso, os resíduos perigosos, não só devem ser armazenados separadamente, como também ser transportados em diferentes veículos, que precisam possuir placa de identificação e receber uma destinação final específica e adequada.
É de suma importância tratar os resíduos perigosos de forma cuidadosa e com muita atenção às necessidades especiais de armazenamento e descarte que eles demandam. Assim como o poder público e privado, cada indivíduo dentro da sociedade deve estar ciente em fazer a sua parte quando o quesito é proteger o planeta das consequências do consumo humano.
Unidade VII- O Meio Aquático
7.1 - Recursos hídricos
De acordo com a consultoria legislativa, a parcela de água doce acessível à humanidade, no estágio tecnológico atual e à custos compatíveis com seus diversos usos, é denominado “recursos hídricos”. Em outras palavras, os recursos hídricos são as águas superficiais e subterrâneas disponíveis para uso. A Lei nº 9.433 de 08 de janeiro de 1997, também conhecida como “Lei das Águas”, institui a Política Nacional dos Recursos Hídricos e cria o Sistema Nacional de Gerenciamento dos Recursos Hídricos (Singreh) baseando-se nos seguintes princípios:
· A água é um bem de domínio público
· A água é um recurso natural limitado, dotado de valor econômico
· Em situações de escassez, o uso prioritário dos recursos hídricos é o consumo humano e a dessedentação de animais.
· A gestão dos recursos hídricos deve sempre proporcionar o uso múltiplo das águas
· A bacia hidrográfica é a unidade territorial para implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos e atuação do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos
· A gestão dos recursos hídricos deve ser descentralizada e contar com a participação do Poder Público, dos usuários e das comunidades.
Com isso, determina que a água não pode ser privatizada. Sua gestão deve ser descentralizada e baseada em usos múltiplos. Isto é, deve utilizá-la para abastecimento, irrigação, indústria e afins e contar com intensa participação da sociedade e do governo.
Plano Nacional Dos Recursos Hídricos
O plano é um dos instrumentos que orienta a gestão das águas no Brasil. Seu objetivo geral é estabelecer um pacto nacional para a definição de diretrizes e políticas públicas voltadas para a melhoria da oferta de água, gerenciando as demandas e considerando a água um elemento estruturante para a implementação de políticas setoriais, sob a ótica do desenvolvimento sustentável e da inclusão social.
Seus objetivos específicos são:
· A melhoria da disponibilidade hídrica;
· A redução de conflitos de uso da água;
· A percepção da conservação da água como valor socioambiental relevante.
O planejamento deve ser adequado periodicamente às realidades hidrográficas, a partir de análises técnicas e consultas públicas, resultando em “retratos” da situação dos recursos hídricos do país em diferentes momentos históricos.
O Plano Nacional está em vigor desde janeiro de 2006, aprovado pelo Conselho Nacional de Recursos Hídricos. Em complemento, existem os planos estaduais. Eles estabelecem diretrizes estratégicas para conservar, recuperar e utilizar a água em suas referidas bacias.
7.2 - Tratamento de águas e esgoto
A água oferecida à população é submetida a uma série de tratamentos apropriados que vão reduzir a concentração de poluentes até o ponto em que não apresentem riscos para a saúde. Cada etapa do tratamento representa um obstáculo à transmissão de infecções.
A primeira dessas etapas é a coagulação, quando a água bruta recebe, logo ao entrar na estação de tratamento, uma dosagem de sulfato de alumínio. Este elemento faz com que as partículas de sujeira iniciem um processo de união.
Segue-se a floculação, quando, em tanques de concreto, continua o processo de aglutinação das impurezas, na água em movimento. As partículas se transformam em flocos de sujeira.
A água entra em outros tanques, onde vai ocorrer a decantação. As impurezas, que se aglutinaram e formaram flocos, vão se separar da água pela ação da gravidade, indo para o fundo dos tanques ou ficando presas em suas paredes.
A próxima etapa é a filtração, quando a água passa por grandes filtros com camadas de seixos (pedra de rio) e de areia, com granulações diversas e carvão antracitoso (carvão mineral). Aí ficarão retidas as impurezas que passaram pelas fases anteriores.
A água neste ponto já é potável, mas para maior proteção contra o risco de infecções de origem hídrica, é feito o processo de desinfecção. É a cloração, para eliminar germes nocivos à saúde e garantir a qualidade da água até a torneira do consumidor. Nesse processo pode ser usado o hipoclorito de sódio, cloro gasoso ou dióxido de cloro.
O passo seguinte é a fluoretação, quando será adicionado fluossilicato de sódio ou ácido fluorssilícico em dosagens adequadas. A função disso é previnir e reduzir a incidência de cárie dentária, especialmente nos consumidores de zero a 14 anos de idade, período de formação dos dentes.
A última ação nesse processo de tratamento da água é a CORREÇÃO de pH, quando é adicionado cal hidratado ou barrilha leve (carbonato de sódio) para uma neutralização adequada à proteção da tubulação da rede e da residência dos usuários.
Entre a entrada da água bruta na ETA e sua saída, já potável, decorrem cerca de 30 minutos.
O tratamento dos esgotos domésticos tem como objetivo, principalmente: remover o material sólido; reduzir a demanda bioquímica de oxigênio; exterminar micro-organismos patogênicos; reduzir as substâncias químicas indesejáveis. As diversas unidades da estação convencional podem ser agrupadas em função das eficiências dos tratamentos que proporciona. Assim temos:
· Tratamento preliminar: gradeamento, remoção de gorduras e remoção de areia.
· Tratamento primário: tratamento preliminar, decantação, digestão do lodo e secagem do lodo.
· Tratamento secundário: tratamento primário, tratamento biológico, decantação secundária e desinfecção.
Unidade VIII– O Meio Atmosférico
8.1 – Constituintes da atmosfera
Composta por gases como oxigênio, gás carbônico e nitrogênio, a atmosfera terrestre desempenha importantes funções, como proteger a Terra dos raios ultravioletas, nocivos aos seres vivos, e manter a temperatura média da Terra, evitando grandes amplitudes térmicas entre o dia e a noite. Graças à atmosfera, é possível que haja vida no planeta. É importante ressaltar que essa camada de gás não possui um limite físico que a identifique, pois, à medida que se eleva altitude, os gases tornam-se cada vez mais rarefeitos. 
Alguns estudiosos do campo da climatologia limitam a atmosfera terrestre em aproximadamente 100 quilômetros, considerando que não há um limite superior estabelecido fisicamente. Contudo, em decorrência da força atuante da gravidade sobre os gases que constituem a atmosfera terrestre, esta pode alcançar até 10 000 quilômetros, transitando, então, para o espaço sideral. 
Os gases que compõem a atmosfera terrestre não se dissipam com facilidade em decorrência da ação atuante da gravidade. São eles:
Nitrogênio: representa cerca de 78% do volume da atmosfera. O nitrogênio absorve poucas quantidades de calor proveniente do Sol. Apesar de ser o gás com maior volume na atmosfera, não apresenta papel muito importante.
Oxigênio: representa cerca de 21% do volume da atmosfera. O oxigênio é o gás que possibilita a vida no planeta e que forma o gás ozônio na atmosfera.
Argônio: representa cerca de 0,93% do volume da atmosfera. O argônio é considerado um gás inerte, pois não reage com outros gases que estão presentes na atmosfera.Assim, pode ser encontrado em sua forma pura.
Gás carbônico: representa cerca de 0,039% do volume da atmosfera. O gás carbônico é encontrado na atmosfera em decorrência do processo de respiração dos seres vivos. Também pode ser proveniente de processos de combustão.
Outros gases: há, na atmosfera, gases como neônio, metano, hidrogênio, ozônio e hélio.
Na atmosfera terrestre, também é encontrado vapor d'água, que não é um gás. O vapor d'água representa cerca de 4% do volume atmosférico e diminui à medida que há o aumento da altitude. Esse elemento atmosférico influencia diretamente nas dinâmicas das temperaturas médias em todo o planeta, pois consegue absorver e emitir calor para atmosfera.
8.2 – Principais fatores de poluição
8.3 – Mudança climática global e o Tratado de Kioto
Unidade XI – A Energia e o Meio Ambiente
9.1 - Fontes de energia
9.2 - A eficiência do aproveitamento energético
9.3 – Perspectivas futuras: fontes renováveis e não renováveis
Unidade X - O Sistema de Gestão e Política Ambiental
10.1- O desenvolvimento sustentável: conceituação e a política ambiental
10.2 - Os sistemas de gestão ambiental
10.3 - ISO 14.000
10.4 - Legislação ambiental

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