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Perguntas e respostas endocrinologia

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Letícia Nano – Medicina Unimes 
Perguntas de revisão - Endocrinologia 
 
1. Paciente feminino, 45 anos recém diagnosticada com DM2, faz uso de um inibidor de alfa glicosidase há 7 meses, 
e refere flatulências e dores abdominais excessiva. Seu IMC é 32 kg/m2, os resultados laboratoriais indicam que 
não há redução significativa da hemoglobina glicada, e sua glicemia de jejum é 160. Qual a conduta? 
Orientar ao paciente de que a perda de peso é necessária no tratamento, estimulando-a realizar exercícios físicos, 
como caminhada 3 vezes na semana e também uma dieta balanceada, evitando a ingestão de carboidratos, gorduras 
saturadas (principalmente nas frituras) e carne vermelha, e consumindo maiores quantidades de legumes, verduras, 
alimentos com bastante fibras e óleos vegetais. É necessário também suspender o uso de acarbose, devido ao 
efeitos colaterais vivenciados, e administrar, portanto, metformina( Glifage) 800 mg VO 2x ao dia, preferencialmente 
após as refeições. Recomendar o retorno ao consultório após 5 meses para avaliação da eficácia do tratamento, e se 
necessário, a indicação de mais um antihiperglicemiante, como a classe das sulfoniluréias, por exemplo. 
 
2. Paciente diagnosticada com DM há 3 anos chega ao consultório para check up. A paciente é obesa, com IMC= 
35kg/m2, e faz uso de metformina, glicazida e tiazolinedionas. Seus exames laboratoriais apontaram 
hemoglobina glicada de 7,5% , e sua glicemia de jejum é 136 mg/dL. Sabendo que a paciente possui boa 
condição sócio-econômica, qual a conduta? 
A conduta é manter a administração de metformina e glicazida e adicionar um inibidor de DPP-IV ao tratamento, 
com uso antes das refeições. Se a paciente não referir dificuldade em lidar com medicamentos injetáveis, é 
preferível que use um análogo de GLP-1 (em vez do DPP-IV), pois esse fornece sensação de saciedade, importante 
para redução do peso. Deve-se orientar também à paciente que a perda de peso é essencial em seu tratamento, e 
estimular o exercício físico e dieta balanceada (...). 
 
3. Paciente diagnosticada com DM2 há 9 anos chega ao consultório para check up. A paciente faz uso de 
sulfoniuréias, inibidor de SGLT-2 e biguanidas para o tratamento do diabetes, e sua hemoglobina glicada é 7,9%. 
Sabendo que a paciente possui baixa condição socioeconômica, qual a conduta? 
 Com a ineficácia do uso de hipoglicemiantes orais combinados é recomendável a administração da insulina. A 
conduta, portanto, é manter a metformina (biguanidas) e se possível aumentar até sua dose diária máxima 
(2250mg/dia), e associá-la com insulina humana intermediária, a NPH ofertada pela SUS, ao deitar (insulina 
bedtime). Deve se orientar também dieta balanceada e estímulo ao exercício físico (...). 
 
4. Paciente de 14 anos, 50 kilos, chega ao pronto socorro local referindo fraqueza, tontura e boca seca. Refere 
também perda de peso, polúria e pólidpsia , embaçamento da visão ,perda de peso e câimbras há duas semanas, 
há 5 meses. Os exames laboratoriais obtiveram os seguintes resultados: glicemia de dedo: 320 mg/dL, glico/ceto 
+++/++++ e pH sanguíneo de 6,8. Qual a hipótese diagnóstica? Qual as medidas iniciais ? Qual é o tratamento 
indicado a longo prazo? 
A hipótese diagnóstica é DM tipo 1 com quadro clínico de cetoacidose diabética. 
As medidas iniciais incluem: hidratação, administração de insulina e potássio. A hidratação é feita com infusão EV de 
soro fisiológico, estimando que a paciente tenha perdido 10% do seu peso, com administração de 6L em 24 horas. Já 
a insulina pode ser dada em 2 formas diferentes, a dose de ataque ou bolus, com 0,2 U/kg/hora de insulina R, sendo 
então 25 U EV, mais a infusão contínua, através da bomba de insulina(EV) 0,1 U/kg/hora , portanto, 5U/ hora de 
insulina R. Após algumas horas do incidente, é recomendável a administração de potássio, com atenção à sua 
velocidade de infusão. Após muitas horas sem o aumento eficiente do pH (abaixo de 7), pode se questionar a 
administração de bicarbonato. 
 Letícia Nano – Medicina Unimes 
O tratamento a longo prazo da diabetes tipo 1 é a base de insulinoterapia. O esquema mais utilizado é o basal-bolus. 
A insulina basal, na forma de insulinas de longa duração, como a Glargina ,é administrada de manhã, com função 
principal de manter a insulinemia constante durante o dia, e é regulada com base na glicemia de jejum. Já as 
insulinas bolus, na forma de insulinas rápidas e ultrarrápidas, como a Aspart, são administradas antes da refeições 
com o objetivo de diminuir a hiperglicemia pós prandial. Sua regulação é feita através do cálculo de ingestão de 
carboidratos e correção da glicemia pós prandial. 
 
5. Paciente de 42 anos, chega ao pronto socorro inconsciente. O acompanhante afirmou que a paciente foi 
diagnosticada recentemente com diabetes. No exame físico: BEG, desidratada, FC: 120 bpm, PA: 92/60mmHg e 
má perfusão periférica. Os exames laboratoriais obtiveram os seguintes resultados: glicemia de dedo: 850 
mg/dL, Na plasmático: 150 mEq/L (132-145), K: 3,1 (3,5-5,0) e pH normal. Qual a hipótese diagnóstica? Qual as 
medidas iniciais ? 
A hipótese diagnóstica é de estado hiperglicêmico hiperosmolar, em uma paciente com DM tipo 2. As medidas 
iniciais incluem: hidratação, administração de insulina, e potássio após algumas horas. A hidratação é feita com 
infusão EV de soro fisiológico, estimando que a paciente tenha perdido 10% do seu peso, com administração de 6L 
em 24 horas. Já a insulina pode ser dada em 2 formas diferentes, a dose de ataque ou bolus, com 0,2 U/kg/hora de 
insulina R, sendo então 25 U EV, e também a infusão contínua, através da bomba de insulina(EV) 0,1 U/kg/hora , 
portanto, 5U/ hora de insulina R. No entanto, na administração do soro fisiológico é importante que sua velocidade 
e quantidade seja monitorada, pois a administração de grandes quantidades de líquidos repentinamente pode ter 
efeitos nocivos, como edema cerebral. 
 
6. Quais são os critérios diagnósticos para Diabetes Mellitus? 
Glicemia de jejum> 125mg/dL ou sintomatologia e glicemia casual ≥200mg/dL ou glicemia ≥200 mg/dL 2 horas após 
teste de tolerância oral a glicose com ingestão de 75gcarboidrato , ou hemoglobina glicada ≥ 6,5. 
7. O que é o efeito incretina? Quais os fármacos envolvidos nesse mecanismo? 
O efeito incretina é um fenômeno de pico de insulina pós prandial, cuja produção é estimulada pelo GLP-1, 
substância produzida pelas células L do íleo após a passagem de nutrientes nesse local. O GLP-1 além de estimular a 
produção de insulina, também inibe a produção de glucagon. Em indivíduos diabéticos, o efeito incrético é 
diminuído, portanto, os fármacos envolvidos nesse mecanismo têm o objetivo de aumentar a produção de GLP-1. 
Esse aumento pode ser realizado através da própria administração de um composto semelhante ao GLP-1, na classe 
dos análogos de GLP-1, ou inibindo os inibidores do GLP-1, na classe dos inibidores de DPP-IV. 
 
8. Quais são as principais complicações microvasculares e macrovasculares do Diabetes Mellitus tipo 2 e qual sua 
relação com a glicemia? Qual é a forma mais comum de neuropatia diabética? 
As complicações microvasculares incluem: nefropatia, neuropatia e retinopatia, enquanto as complicações 
macrovasculares incluem: aterosclerose coronariana, AVC, doença vascular periférica etc. As complicações 
microvasculares da diabetes estão diretamente relacionadas ao controle glicêmico. A hiperglicemia agrava essas 
complicações, portanto, é muito importante o controle glicêmico para prevenção e/ou diminuição dessas 
enfermidades. Já as complicações macrovasculares possuem menor ou ausente correlação com o controle glicêmico, 
no entanto, seu início é anterior ao momento de diagnóstico e se intensifica com o passar do anos, sendo 
importante sua prevenção. 
A forma mais comum é a polineuropatia distal simétrica.

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