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CADERNO DE ORIENTAÇÕES METODOLÓGICAS - ENSINO FUNDAMENTAL - LÍNGUA PORTUGUESA - 1º E 2º ANO

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ORIENTAÇÕES METODOLÓGICAS 
ENSINO FUNDAMENTAL 1º E 2º ANOS 
FASCÍCULO I 
 
 
 
 
 
 
ELABORADORES 
 
Ana Maria Moraes Rosa 
 
ELABORADORES 
 
Edna Batista Siqueira 
Maria da Conceição Gonçalves Ferreira 
 
 
 
 
2019 
3 
 
 
 
 
 
Prezado (a) Professor (a), 
 
 A partir da construção e publicação do Currículo de Pernambuco para o Ensino 
Fundamental, a Secretaria de Educação e Esportes do Estado, em parceria com a 
Undime, apresenta os Cadernos de Orientações Metodológicas como material 
de apoio. Estes cadernos foram elaborados com o objetivo de proporcionar 
sugestões didático-metodológicas que contribuam com a prática docente. Eles se 
constituem em documentos complementares que abordam objetos de 
conhecimento, unidades temáticas e temais contemporâneos, entre outros 
aspectos, contemplando todos os componentes curriculares, com ênfase na 
conexão entre a teoria e a prática, promovendo a articulação ora entre as 
competências gerais e específicas, ora entre estas e as habilidades a serem 
desenvolvidas a cada ano escolar. Ressaltamos que este é o primeiro fascículo de 
uma série de outros cadernos que serão publicados posteriormente. 
 As atividades propostas no Caderno de Orientações Metodológicas poderão 
servir de inspiração para a elaboração e o desenvolvimento de outras atividades 
que busquem promover o engajamento dos estudantes no processo de ação e 
reflexão, favorecendo a construção e sistematização dos conhecimentos. 
 Esperamos que este material contribua para enriquecer a sua prática de sala 
de aula, auxiliando você, professor, no planejamento das atividades e fortalecendo 
o processo de ensino-aprendizagem. 
 
 
 
 
 
 
 
APRESENTAÇÃO 
 Ana Coelho Vieira Selva Sônia Regina Diógenes Tenório 
 Coordenadora Estadual - SEE Coordenadora Estadual UNDIME/PE 
4 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUGESTÕES DE 
SEQUÊNCIAS DE 
ATIVIDADES 
5 
 
 
 
 
 
 À luz da BNCC, o Currículo de Pernambuco defende a ideia de que ao final 
do 2º Ano do Ensino Fundamental – Anos Iniciais, os estudantes leiam e produzam 
pequenos textos, de acordo com o seu nível de escolaridade, e estejam no nível 
alfabético (escrever com base em uma correspondência entre fonemas e grafemas 
ainda que com ortografia não totalmente convencional). Nessa hipótese de escrita, 
os estudantes aprenderam o valor sonoro convencional da maior parte dos 
grafemas da língua na apropriação do sistema de escrita e que essa apropriação 
acontece norteada pela perspectiva de alfabetizar e letrar. Assim, o ensino 
sistemático e gradual do processo da alfabetização precisa se dar atrelado aos 
usos que os estudantes fazem da língua, através das práticas sociais (leitura, 
escrita, oralidade, produção textual e análise linguística/semiótica) para que 
percebam, desde o início do processo escolar, que o sistema de escrita notacional 
que estão estudando e se apropriando na escola representa a língua que usam 
diariamente. 
 É necessário, portanto, que as atividades planejadas para o desenvolvimento 
de habilidades deem conta dessas competências elencadas acima e, sobretudo, se 
concretizem através de um trabalho sistemático de formação do leitor, do produtor 
de textos e de atividades planejadas especificamente para que as crianças se 
apropriem do sistema da escrita, bem como fundamentado pelo contato constante 
e sistematizado com os gêneros textuais impressos e digitais que circulam na 
sociedade contemporânea. 
 Metodologicamente, a ideia defendida aqui é que o trabalho de alfabetização, 
de apropriação do sistema da escrita precisa ser planejado, sistematizado, 
lançando desafios para que a criança perceba a complexa relação existente entre 
a escrita e o que ela representa. Cabe aos professores elaborarem tarefas que 
permitam aos estudantes refletirem sobre a aprendizagem desse sistema. Portanto, 
essa aquisição não deve acontecer apenas pela memorização de letras e sons, ou 
pela memorização de famílias silábicas descontextualizadas, mas como um 
processo reflexivo sobre o funcionamento desse sistema, tanto nas especificidades 
da alfabetização, como na sua relação com os gêneros que circulam socialmente. 
 Assume-se aqui, portanto, que só memorização e decodificação/codificação 
não dão conta da aquisição desse sistema porque essa aprendizagem requer 
questões conceituais que as crianças precisam compreender. Ou seja, as 
especificidades da alfabetização. São essas especificidades que geram 
inquietações para os estudantes e que o ensino precisa dar contar de respondê-
las, tais como: o que a escrita representa/nota? O que essa notação representa? 
 Para responder a esses questionamentos, os estudantes precisam 
compreender propriedades do sistema notacional, tais como: se escreve com letras 
 
1. ALFABETIZAR LETANDO: ORIENTAÇÃO PARA O 
PROCESSO DE APROPRIAÇÃO DO SITEMA DA ESCRITA 
EM SALA DE AULA. 
6 
 
e essas não podem ser inventadas; letras, números e outros símbolos são 
diferentes; as letras têm formas fixas (p, q, b e d têm o mesmo formato, mas que a 
posição não pode variar porque muda a letra); uma mesma letra tem vários 
formatos (impressa, cursiva, manuscrita); quais combinações de letras podem vir 
juntas e qual posição ela ocupa na palavra; há terminações e início de sílabas que 
não são possíveis na língua portuguesa (não se termina palavras com “qu” e “que” 
“rr” e “ss” não iniciam palavras); existem letras que têm valores sonoros fixos, 
convencionalizados, mas várias letras como, por exemplo, /a, â, ã, á/ não têm e 
que alguns sons são escritos por letras diferentes (o som do /s/ tem várias 
representações gráficas S,C,SS,Ç,X,Z,SC, etc.) (MORAIS, 2005). 
 Como se pode perceber, apenas a decodificação e a codificação não dão conta 
do processo de alfabetização e do letramento das crianças de forma reflexiva. 
Entretanto, também é relevante entender que apenas o contato delas com a 
diversidade de gêneros, sem sistematizar conhecimentos sobre as especificardes 
do sistema de escrita alfabética, não garantirá, de forma alguma, a sua 
alfabetização, comprometendo assim sua autonomia enquanto leitor e produtor de 
textos, limitando sua ação social no mundo letrado. A perspectiva defendida pelo 
Currículo de Pernambuco é a de que é preciso sistematizar o ensino das 
propriedades do sistema, tendo como referência os gêneros que circulam 
socialmente nos diversos campos onde o estudante atua. 
 Desta forma, as sequências didáticas foram pensadas na ideia de contribuir e 
fortalecer o seu trabalho pedagógico na sala de aula pautado na perspectiva de 
alfabetizar letrando. Nesse sentido, estamos propondo exemplos de sequências 
didáticas explorando o gênero Lista para mobilizar habilidades de todas as práticas 
de ensino e campos de atuação, considerando a gradação e complexidade 
específicas para os 1º e 2º Anos, com o intuito de favorecer a aplicabilidade do 
Currículo Pernambuco em sala de aula. 
 
 
 
 
 
 As listas podem ser consideradas como um gênero atemporal uma vez que é 
muito utilizado em todos os tempos. Certamente, toda criança já viu, na família ou 
em outro ambiente, pessoas escrevendo listas em vários contextos sociais. A 
maioria dos falantes ainda fazem muito uso desse gênero, tanto nas formas 
manuscritas, impressas, como digitais. Ou seja, é um gênero com função social 
clara, porque são textos com propósitos específicos, que têm como função 
organizar dados ou então servem de apoio à memória. Assim, é importante 
trabalhar com listas que tenham também um propósito, necessidades reais de 
escritas com as crianças. Além disso, os elementos de uma lista costumam estar 
 
2. POR QUE
TRABALHAR COM LISTAS EM CONTEXTO DE 
ALFABETIZAR LETRANDO? 
7 
 
organizados de acordo com um critério e esse critério precisa ser conhecido e 
compreendido pelos estudantes. 
 Diariamente escrevemos e lemos listas de compras do mercado, de 
convidados para um aniversário ou de atividades que temos programadas para o 
dia, dentre outras. Portanto, se apropriar desse recurso de elencar conteúdo é 
significativo para as crianças porque ele tem uma função social. 
As listas de palavras são modelos estáveis de escrita e, por isso, servem 
para que as crianças sempre recorram a elas quando necessário. Na perspectiva 
de alfabetizar letrando, a escrita é vista como algo muito maior do que um código, 
pois ela não serve só para ser decifrada, mas também para permitir que as pessoas 
se comuniquem. Para que isso aconteça, o processo de alfabetização deve se 
preocupar em ensinar o sistema de escrita alfabética e também a linguagem em 
seus usos sociais. Nessa perspectiva, o gênero lista atende a esse propósito 
porque as crianças se deparam com muitas listas no seu dia a dia. 
 Dentre as listas que o estudante convive diariamente estão as dos nomes dos 
estudantes de uma mesma sala de aula. É muito interessante trabalhar listas dos 
próprios nomes das crianças porque o nome é pessoal, então, faz sentido aprender 
a ler e a escrevê-lo logo de início, fazendo com que essa lista seja a primeira a ser 
construída no ano. A leitura, análise e escrita de listas é uma atividade que também 
possibilita na sala de aula, os seguintes aspectos: 
 
 O conhecimento das letras – sua forma gráfica, seu valor sonoro e sua ordem 
no alfabeto; 
 Auxilia as crianças na referência de memória visual e auditiva dos fonemas e 
seus respectivos grafemas; 
 Favorece a aquisição da base alfabética; 
 Possibilita a reflexão entre as hipóteses de escrita dos estudantes e a escrita 
convencional das palavras, promovendo o conflito cognitivo; 
 Concretiza na sala de aula a perspectiva do alfabetizar letrando, porque as 
crianças refletem sobre o sistema de escrita alfabética a partir de um gênero 
que faz parte do seu cotidiano (a lista dos nomes colegas da sala de aula, a 
lista de supermercado, lista dos pacientes que serão atendidos em um 
consultório, lista das atividades que serão realizadas na sala de aula, 
playlists), ou seja, um gênero que tem funções reais na comunicação e no 
cotidiano das crianças. 
 
 
 
 
a) Seleção de práticas de linguagem, campos de atuação, objetos de 
conhecimento, conteúdos e habilidades que serão exploradas na 
sequência didática. 
 
 
3. SEQUÊNCIA DIDÁTICA DO GÊNERO LISTA 
8 
 
Prática de 
Linguagem 
Campo de 
Atuação 
Objeto de 
conhecimento 
Conteúdo Habilidades 
Leitura/escuta 
(compartilhada 
e autônoma) 
Todos os 
campos de 
atuação 
 
Reconstrução das 
condições de 
produção e 
recepção de 
textos 
Função social e 
comunicativa dos 
textos 
 
(EF15LP01PE) Identificar a 
função social de textos que 
circulam no cotidiano, nas 
mídias impressa, de massa e 
digital, reconhecendo para 
que foram produzidos, onde 
circulam, quem os produziu e 
a quem se destinam e que os 
gêneros possuem funções 
sociais relacionadas aos 
campos de atuação nos quais 
circulam. 
Leitura/escuta 
(compartilhada 
e autônoma) 
Todos os 
campos de 
atuação 
Estratégia de 
leitura 
Informações 
explícitas 
(EF12LPX01PE) Inferir 
informações implícitas em 
textos lidos, ouvidos e/ou 
sinalizados. 
Leitura/escuta 
(compartilhada 
e autônoma) 
Todos os 
campos de 
atuação 
Estratégia de 
leitura 
Expectativas e 
pressuposições 
antecipadoras de 
sentido no texto 
(EF15LP02PE) Estabelecer 
expectativas em relação ao 
texto que vai ler 
(pressuposições 
antecipadoras dos sentidos, 
da forma e da função social 
do texto), apoiando-se em 
seus conhecimentos prévios 
sobre as condições de 
produção e recepção desse 
texto, o gênero, o suporte e o 
universo temático, bem como 
sobre saliências textuais, 
recursos gráficos, imagens, 
dados da própria obra (índice, 
prefácio etc.), confirmando 
antecipações e inferências 
realizadas antes e durante a 
leitura de textos, checando a 
adequação das hipóteses 
realizadas. 
Leitura/escuta 
(compartilhada 
e autônoma) 
Campo da 
vida 
cotidiana 
Compreensão em 
leitura 
 
 
Funções 
sociodiscursivas 
em textos da vida 
cotidiana 
 
 
(EF12LP04PE) Ler, em 
colaboração com os colegas 
e com a ajuda do professor, 
ou já com certa autonomia, 
listas, agendas, calendários, 
avisos, convites, receitas, 
instruções de montagem 
(digitais ou impressos), 
dentre outros gêneros do 
campo da vida cotidiana, 
considerando a situação 
comunicativa e o 
tema/assunto do texto e 
relacionando sua forma de 
organização à sua finalidade. 
Escrita 
(compartilhada 
e autônoma) 
 
Campo da 
vida 
cotidiana 
Escrita autônoma 
e compartilhada 
Planejamento e 
produção de 
gêneros da vida 
cotidiana 
(EF01LP17PE) Planejar e 
produzir, em colaboração 
com os colegas e com a ajuda 
do professor, listas, agendas, 
calendários, avisos, convites, 
receitas, instruções de 
montagem e legendas para 
álbuns, fotos ou ilustrações 
(digitais ou impressos), 
dentre outros gêneros do 
campo da vida cotidiana, 
9 
 
considerando a situação 
comunicativa e o 
tema/assunto/ finalidade do 
texto. 
Escrita 
(compartilhada 
e autônoma) 
 
Todos os 
campos 
de atuação 
Correspondência 
Fonema grafema 
Escrita de 
pequenos textos 
em forma 
alfabética. 
(EF01LP02PE) Escrever, 
espontaneamente, ou por 
ditado, pequenos textos 
(listas, trecho de parlendas, 
estrofe de uma cantiga, 
receitas, títulos, legendas, 
dentre outros), de forma 
alfabética – usando 
letras/grafemas que 
representem fonemas. 
 
Escrita 
(compartilhada 
e autônoma) 
 
Todos os 
campos 
de atuação 
Construção do 
sistema 
alfabético/ 
Convenções 
da escrita 
Semelhanças e 
diferenças entre 
escritas 
convencionais e 
individuais 
(EF01LP03PE) Observar 
escritas convencionais, 
comparando-as as suas 
produções escritas, 
percebendo semelhanças e 
diferenças em listas (de 
nomes de colegas, de frutas, 
de brinquedos, textos de 
tradição oral, dentre outros), 
que possibilitem a reflexão 
sobre o sistema da escrita. 
Oralidade 
Todos os 
campos 
de atuação 
Características da 
conversação 
espontânea 
Conversão 
espontânea 
(EF15LP11PE) Reconhecer 
características da 
conversação espontânea 
presencial, respeitando os 
turnos de fala, selecionando e 
utilizando, durante a 
conversação, formas 
adequadas de tratamento de 
acordo com a situação e a 
posição do interlocutor. 
Oralidade 
Campo da 
vida 
cotidiana 
Produção de texto 
oral 
Planejamento e 
produção de 
gêneros orais do 
campo da vida 
cotidiana 
(EF12LP06PE) Planejar e 
produzir, em colaboração 
com os colegas e com a ajuda 
do professor, listas, recados, 
avisos, convites, receitas, 
instruções de montagem, 
dentre outros gêneros do 
campo da vida cotidiana, que 
possam ser repassados 
oralmente e/ou por meio de 
ferramentas digitais, em 
áudio ou vídeo, considerando 
a situação comunicativa e o 
tema/assunto/finalidade do 
texto. 
Produção de 
textos (escrita 
compartilhada e 
autônoma) 
Todos os 
campos 
de atuação 
 
 
Planejamento de 
texto 
 
 
Planejamento/ 
produção/ 
reescrita 
textual/situação 
comunicativa 
(EF15LP05PE) Planejar, com 
a ajuda do professor, o texto 
que será produzido, 
considerando a situação 
comunicativa: (os 
interlocutores (quem 
escreve/para quem escreve); 
a finalidade ou o propósito 
(escrever para quê); a 
circulação (onde o texto vai 
circular; o suporte (qual é o 
portador do texto); a 
linguagem, organização e 
forma do texto e seu tema), 
pesquisando em meios 
10 
 
impressos ou digitais, sempre 
que for preciso, informações 
necessárias à produção do 
texto, organizando em 
tópicos os dados e as fontes 
pesquisadas). 
Produção de 
textos (escrita 
compartilhada e 
autônoma) 
Todos
os 
campos de 
atuação 
Revisão de texto 
Releitura/ 
revisão/ reescrita 
textual 
(EF15LP06PE) Reler e 
revisar o texto produzido, 
individualmente ou com a 
ajuda do professor e a 
colaboração dos colegas, 
para ajustá-lo e aprimorá-lo, 
fazendo cortes, acréscimos, 
reformulações, correções de 
ortografia e pontuação, 
visando aos efeitos de 
sentido pretendidos. 
Produção de 
textos (escrita 
compartilhada e 
autônoma) 
Todos os 
campos 
de atuação 
Edição de texto Edição de textos 
(EF15LP07PE) Editar a 
versão final do texto, em 
colaboração com os colegas 
e com a ajuda do professor, 
ilustrando, quando for o caso, 
em suporte adequado, 
manual ou digital. 
Análise 
linguística/ 
semiótica 
(Alfabetização) 
 
Todos os 
campos 
de atuação 
Construção do 
sistema alfabético 
Reconhecimento 
da escrita 
alfabética como 
representação 
dos sons da fala 
(EF01LP05/PE) Reconhecer 
o sistema de escrita 
alfabética como 
representação dos sons da 
fala, através da exploração 
de textos de tradição oral, 
listas, textos genuínos do 
repertório local, atentando 
para o interesse temático dos 
estudantes, explorando a 
comparação reflexiva entre 
as palavras (correspondência 
som/ letra, 
quantidade/qualidade de 
letras, ordem das letras, etc.). 
Análise 
linguística/ 
semiótica 
(Alfabetização) 
 
Todos os 
campos 
de atuação 
Construção do 
sistema alfabético 
e da ortografia 
Comparação de 
semelhanças e 
diferenças de 
sons em sílabas 
iniciais, mediais e 
finais. 
(EF01LP09PE) Comparar 
palavras, identificando 
semelhanças e diferenças 
entre sons de sílabas iniciais, 
mediais e finais, a partir de 
textos conhecidos (crachás, 
listas dos nomes da sala, de 
objetos do mesmo campo 
semântico, parlendas, 
cantigas, dentre outros), que 
favoreçam a análise da 
relação fonema-grafema. 
Análise 
linguística/ 
semiótica 
(Alfabetização) 
 
Todos os 
campos 
de atuação 
Conhecimento do 
alfabeto do 
português do 
Brasil 
Nomeação e 
ordem das letras 
do alfabeto 
(EF01LP10PE) Nomear as 
letras do alfabeto, 
compreendendo a ordem das 
letras, através de práticas de 
ler e escrever textos (listas 
dos nomes dos colegas da 
classe em ordem alfabética, 
por exemplo), que contribuam 
para a relação existente entre 
leitura e escrita. 
Análise 
linguística/ 
semiótica 
(Alfabetização) 
Campo da 
vida 
cotidiana 
Forma de 
composição 
do texto 
Identificação e 
reprodução 
/formatação e 
(EF01LP20PE) Identificar e 
reproduzir, em listas, 
agendas, calendários, regras, 
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 Observe que, em uma sequência didática de um gênero textual 
(lista), é possível articular habilidades de todas as práticas de 
linguagem e de determinados campos de atuação (que, 
geralmente, estão atrelados à esfera discursiva onde o gênero 
selecionado circula) e objetos de ensino diferentes e várias 
habilidades. O critério utilizado para a seleção foi elencar práticas 
de linguagem e habilidade que estiverem atreladas à exploração 
do gênero que será trabalhado. Já para selecionar as habilidades 
de análise linguística, foram tomadas como referência aquelas 
voltadas às especificidades da alfabetização para o 1º Ano e que 
pudessem ser exploradas dentro do gênero lista, ou em qualquer 
outro, uma vez que estão elencadas para serem trabalhadas em 
todos os campos de atuação. Vale salientar que são habilidades 
que permitem aos estudantes refletirem durante o processo de 
aquisição do sistema de escrita alfabética e que representa 
apenas uma das formas possíveis de desenvolver as habilidades 
em sala de aula. 
 O desenvolvimento da sequência: após a seleção dos conhecimentos que 
precisam ser sistematizados nessa sequência, apresentaremos uma proposta 
para o seu desenvolvimento, que precisa, certamente, ser ajustada, analisada, 
ampliada para que se adeque aos estudantes de sua turma. 
 
b) Etapas da sequência didática do gênero lista 
 
 1ª etapa: sistematizando as práticas de linguagem de leitura 
 
Antes de iniciar a sequência, é importante considerar que qualquer atividade 
de leitura/escrita na sala de aula precisa partir do princípio de que para realizá-la 
os estudantes coordenam e utilizam, nessas tarefas de ler ou de escrever, 
informações que aprenderam em outras ocasiões. Ao mesmo tempo, ao escrever 
de acordo com suas hipóteses, têm a possibilidade de se voltar para a análise da 
palavra e refletir sobre o uso das letras. Fazendo isso, em vez de apenas copiar 
palavras escritas corretamente, os estudantes terão condições de usar o que 
sabem, refletir e ampliar seus conhecimentos. 
diagramação 
específica 
avisos, convites, receitas, 
instruções de montagem e 
legendas para álbuns, fotos 
ou ilustrações (digitais ou 
impressos), a formatação e 
diagramação específica de 
cada um desses gêneros, 
considerando a 
complexidade dos textos e a 
autonomia dos estudantes. 
12 
 
 Partindo dessa ideia, professor(a), inicie a sequência explorando os 
conhecimentos prévios das crianças sobre o gênero lista, questionando: 
 
 Vocês sabem o que é uma lista? 
 Vocês já viram escreveram/leram/ alguma lista? 
 Já viu alguém escrevendo uma lista? 
 Você acham que as pessoas escreveram essas listas para quê? 
 Para quem elas escreveram? 
 Então, para que servem as listas? 
 Quem faz lista? Para quê? 
 Onde encontramos listas? 
 Que tipos de listas vocês conhecem? 
 
Após ouvir e discutir todas as respostas dadas, amplie as discussões, 
explicando para as crianças que escrevemos um texto por vários objetivos. Dentre 
eles, escrevemos por uma necessidade de se comunicar com alguém, ou com nós 
mesmos, e que, no caso das listas, elas atendem às duas funções: podem 
comunicar algumas informações para outras pessoas ou para nós mesmos. 
(EF15LP01PE e EF15LP02PE). Como essas habilidades são do bloco de 
habilidades 15 e 12, podem ser aplicadas nos 1º e 2º Anos. 
 
Questione: 
 
 Quando as pessoas escrevem uma lista de compras antes de ir ao 
supermercado, escrevem para quem? Para que escrevem? 
 Quando se escreve o nome dos estudantes numa sala de aula, escreve-se 
para quem? Para que escreveram? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Informe às crianças que vai apresentar algumas listas. Use para isso 
retroprojetor, folhas impressas ou mesmo no quadro listas só com os itens 
elencados, sem dizer o tema/título das listas (você também pode apresentar outras 
listas de interesse de sua turma), como: 
 
 
 
 Professor(a), após respostas dos estudantes, explique que as 
listas são textos usados cotidianamente, geralmente, para 
organizar dados (no caso da lista com o nome dos estudantes, 
para organizar e informar quais estudantes devem estudar 
naquele espaço. Já as listas de convidados de uma festa 
servem para organizar espaço, alimentação, música, etc.) ou 
então servem de apoio à memória (a lista das compras do 
supermercado para não esquecer dos alimentos que precisam 
ser comprados, lista de tarefas que precisam ser realizadas 
durante um dia/semana, etc. ). 
 
 
13 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Após a exposição, crie situações para verificar se as crianças conseguem ler 
as palavras das listas, uma de cada vez. Você também pode ajudá-las a lê-las, 
realizando leituras compartilhadas e autônomas (EF12LP04PE). Em seguida, pelo 
campo semântico de cada lista, peça às crianças para tentar descobrir qual o 
tema/título/assunto de cada lista, questionando: vocês acham que essas três listas 
são de quê? (EF12LPX01E). 
 
Nota: As listas acima foram pensadas com os seguintes temas: Lista A “Coisas para levar 
para a Praia”; Lista B “ Coisas que detesto”; e Lista C “ Coisas que gosto de fazer”. As 
crianças podem dar respostas próximas a essas temáticas, que podem ser aceitas, desde que o 
campo semântico seja coerente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Repelente 
Protetor solar 
Toalhas 
Sandálias 
Maiô 
Guarda-sol 
Boné 
Água 
 
Briga
Chatice 
Falsidade 
Atraso 
Grito 
Brabeza 
Negatividade 
Dentista 
 
 
 
 
Viajar 
Jogar 
Dançar 
Cantar 
Dormir 
Comer 
Conversar 
Caminhar 
A B C 
Professor(a), esta atividade é interessante porque, além de 
proporcionar momentos para a realização de leitura 
compartilhada e/ou autônoma (EF12LPX01PE), também 
desenvolve a habilidade de realizar inferência 
(EF12LPX01PE), uma vez que, para responder, as crianças 
precisam estabelecer relação entre seus conhecimentos 
prévios e as palavras de um mesmo campo semântico. Isso faz 
com que elas percebam a necessidade de trabalhar com 
palavras de um mesmo campo semântico, atreladas a um título. 
É importante salientar que, geralmente, no dia a dia, quando 
fazemos uma lista para nós mesmos, nem sempre precisamos 
colocar um título. Mas quando a lista é direcionada a outras 
pessoas, o título é indispensável, porque nem sempre 
poderemos deduzir a intenção do produtor dela listas. Ou seja, 
o que a lista pretende informar. 
 
14 
 
Estimule os estudantes com questionamentos que contribuam para que surjam 
temáticas que deem conta das palavras elencadas em cada lista. Se eles 
encontrarem dificuldades para refletir e ler tais palavras, ofereça as informações 
necessárias e dê dicas para ajudá-los a continuar o trabalho, com perguntas do 
tipo: A palavra começa com qual letra? E com qual sílaba? E as sílabas seguintes? 
Quais são as letras? Como se lê essas sílabas? Dentre outras questões que podem 
ser levantadas, dependendo do nível de sua turma. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Para concluir o trabalho de leitura, apresente a lista com os nomes dos 
estudantes da sala (você pode apresentar essa lista numa cartolina, num datashow, 
no quadro ou onde você achar que fica interessante fazer essa exposição). Solicite 
que cada estudante encontre o seu nome na lista. Depois faça a leitura 
compartilhada dos nomes de todos os estudantes da turma. Em seguida, explique 
que um nome não representa só um conjunto de letras e sons, mas que o nome 
que está escrito/anotado traz consigo as características, a identidade da pessoa 
nomeada, porque as palavras têm som, letras e significados. 
 Nesse momento, disponibilize na sala de aula vários emojis com carinhas 
diversas (triste, feliz, enfurecido, zangado, pensativo, apaixonado, anjinho, etc. 
enfim, uma para cada criança (podem ser repetidos). Evite emoji depreciativo. 
 
 
 
 
 
Professor (a), perceba que, na atividade de leitura, você 
já está trabalhando questões da análise linguística, pois, 
conforme já salientado aqui, a divisão das práticas de 
linguagem tem um caráter meramente organizacional, 
para que você perceba quando está desenvolvendo 
habilidades de cada prática. Mas ao mesmo tempo que 
você está nas habilidades da prática de leitura, já iniciou 
também o trabalho com as habilidades de análise 
linguística (EF01LP10PE), assim como já foram 
introduzidas habilidades da prática da oralidade, durante 
o momento de conversa e orientação com os estudantes, 
com a habilidade (EF15LP11PE), porque, para entender 
a exposição e os comandos, eles precisam estar atentos 
e atendendo a todas as características de uma conversa. 
 
 
15 
 
Em seguida, peça que cada criança escolha o nome de um colega e pegue 
o emoji que melhor o caracteriza. Lembre-se de dizer que eles só levarão em 
consideração as características boas, positivas dos colegas. Dando 
prosseguimento, peça que expliquem o porquê de ter relacionado o colega àquele 
emoji, explicando a característica positiva de seu colega de sala. 
 Observe todos os estudantes e verifique se todas as crianças estão 
comtempladas. Se acontecer de alguma criança ter ficado de fora, você, 
professor(a), fica responsável para pegar o emoji que represente a criança e as 
apresentações começam por você. Essa atividade, nesse momento, tem como 
objetivo levar a criança a identificar seu nome na lista, favorecer que as crianças 
conheçam o nome dos colegas, fortalecer os laços de afetividade na sala, visto que 
a análise do perfil através dos emojis traz só os aspectos que elevem a autoestima 
das crianças da turma e leva as crianças a perceberem que as palavras têm 
também significados. 
 
2ª etapa: Fortalecendo o processo de alfabetização com a lista dos 
nomes dos estudantes da sala de aula 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Antes de propor que os estudantes escrevam listas, a sugestão é que você 
professor(a), sistematize habilidades de análise linguística/semiótica para que 
encontrem menos dificuldades para produzir outras listas nas etapas seguintes. 
 Nesse sentido, sugerimos que você selecione alguns nomes da lista da turma 
seguindo a ordem alfabética de A a L (você pode optar por outros critérios), por 
exemplo, selecionando só o primeiro nome. Explique para os estudantes que serão 
estudados outros nomes em cada etapa do trabalho. Por exemplo: 
Professor(a), assim como já salientamos que as 
sequências podem comtemplar várias habilidades na 
distribuição das tarefas, também não existe uma ordem 
rígida para que as práticas de linguagem se 
desenvolvam na sala de aula. A nossa sugestão é que 
as sequências funcionam melhor quando se começa pela 
leitura de vários textos, tendo sempre como assunto as 
temáticas e os gêneros selecionados para serem 
trabalhados. Acreditamos que o trabalho inicial de leitura 
ajuda a definir melhor as condições de produção para o 
estudante saberem o que vão dizer (assunto), para quem 
vão dizer (seu interlocutor), como vão dizer (dimensões 
do gênero) e para que vão dizer (finalidade da escrita do 
texto). As demais práticas podem acontecer de acordo 
com a necessidade que você observar na sua turma. 
 
 
16 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Em seguida, leia os nomes um a um e peça para 10 estudantes (os quais não 
são os donos do nome) que indiquem, se possível, pelo número, onde estão os 
nomes que você vai ler. Essa tabela pode ser com os nomes que você preferir 
para abordar as necessidades de sua turma sobre as propriedades da 
alfabetização. 
 É interessante também usar o maior número possível de nomes das crianças, 
levando-as a refletir sobre a escrita de cada um dos nomes, criando situações para 
que reflitam sobre: 
 
a) Quantos nomes começam com a mesma letra? 
b) Quantas terminam com a mesma letra? 
c) Quantos nomes têm o mesmo número de letras e de sons? Quais são esses 
nomes? 
d) Quais nomes têm número de letras diferente do número de sons? Quais são 
esses nomes? 
 
 Você também pode selecionar alguns nomes que você considera 
interessante para dividir sílabas, identificar padrões silábicos (CV, CCV, V, dentre 
outros). Após essa divisão silábica, você pode repetir as perguntas acima. 
 Como é de seu conhecimento, professor(a), as atividades lúdicas favorecem 
o interesse das crianças para realizar as tarefas e, consequentemente, promovem 
as aprendizagens. Portanto, você poderá realizar a brincadeira “Responde ou 
Passa”. Nessa brincadeira, você divide a turma em grupos de quatro ou três 
estudantes. Coloque perguntas em um saquinho com questões específicas sobre 
a consciência fonológica referentes aos nomes de estudantes trabalhados e outro 
saquinho com o número dos grupos. Sorteie o número do grupo que vai responder 
à pergunta. Retire uma pergunta do saquinho, e o grupo decide se vai responder 
 
Lista dos estudantes do 1º Ano A 
 
01 - Adriana 
02 - Adriele 
03 - Beatriz 
04 - Breno 
05 - Bruna 
06 - Camila 
07 - Catarina 
08 - Laís 
09 - Luciana 
10 - Luiza 
17 
 
ou passar para outro grupo, no tempo definido por você professor. Se o grupo 
acerta, marca 10 pontos. Se não acertar, perde 10 pontos. Mas se repassar a 
pergunta, não perde nem ganha pontos. Vence a brincadeira o grupo que marcar 
mais pontos. Exemplo de
questionamentos que podem ser feitos na brincadeira: 
 
 O que existe de igual entre os nomes Adriana e Adriele? 
 O nome Adriele tem --------- letras e -------------- fonemas (sons); 
 Quais nomes têm as primeiras sílabas iguais? 
 Existem nomes com as últimas sílabas iguais? Quais? 
 Existem na lista nomes que têm o mesmo número de letras e o mesmo 
número de fonemas (sons)? 
 Quais outros nomes de pessoas é possível formar com as letras do nome 
LUCIANA? 
 O que existe de igual entre os nomes CAMILA E CATARINA? 
 O que existe de igual nos nomes ADRIANA E LUCIANA? 
 
 
 
 
 
 
 
JOGO RESPONDE OU PASSA 
 
GRUPOS 
 
 
PLACAR 
 
1 
2 
3 
4 
5 
 
Após essas atividades, disponibilize saquinhos com letras dos nomes de 
colegas da sala (evite entregar o próprio nome, uma vez que as crianças podem ter 
memorizado a disposição das letras do seu próprio nome) e peça que os estudantes 
montem o nome que está no saquinho. Verifique as hipóteses apresentadas pelas 
crianças, oriente-as, ajudando a refletir sobre a ordem correta das letras e, em 
seguida, questione 
 
 
18 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
a) Ao ordenar as letrinhas, você encontrou o nome de qual colega? 
 
 
 
 
b) Quantas letras tem esse nome? 
 
 
 
 
c) Quantos sons têm esse nome? 
 
 
 
 
d) Quantas sílabas tem esse nome? 
 
 
 
 
e) Você consegue descobrir outras palavras/nomes usando as letrinhas do 
nome do colega? Quais? 
 
 
 
 
 
 
 
 Outra sugestão é a realização de palavras cruzadas. Como o gênero 
possibilita muitos desafios para as crianças, é importante deixar sempre dicas sobre 
os nomes que serão cruzados. 
 Essas atividades têm como objetivo criar situações para que os estudantes 
reflitam sobre o sistema da escrita alfabética e desenvolvam a consciência 
fonológica através de gêneros que circulam em todos os campos de atuação e com 
os quais eles interagem socialmente, como na sugestão abaixo. Exemplo: 
Complete a palavra-cruzada com os nomes de: 
 
 
 
 
 
 
 
19 
 
PALAVRAS PARA A CRUZADINHA 
ADRIANA, ADRIELE, BRUNA, BRENO, BEATRIZ, CAMILA, CATARINA, 
LUCIANA, LUZIA, LAÍS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Caça – Palavras 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 A 
 
 
 
 
 C A M I L A 
L 
 
 
 B 
 
 B L 
 A 
 
 
 
 
M 
 
A 
 
H G B R U N A B J B 
 
L 
 
D 
 
J Y E K H P F B T R 
 
U 
 
R 
 
C S A A D R I E L E 
 
Í 
 
I 
 
C A T A R I N A A N 
 
Z 
 
A 
 
X B R N K H T X I O 
A 
 
N 
 
 
 
L 
 
E I N G K Z V S J 
 
C 
 
A 
 
Z S Z M C A M I L A 
 
ADRIANA 
ADRIELE 
BRUNA 
BRENO 
BEATRIZ 
CATARINA 
CAMILA 
LUCIANA 
LUÍZA 
LAIS 
20 
 
Bingo 
 
 Você poderá também fazer na sala o bingo dos nomes. Nessa brincadeira, 
você distribui cartelas diferentes com os nomes dos colegas da sala e dita os nomes 
para que os estudantes marquem em suas cartelas. Como as crianças estão em 
processo de alfabetização, você pode repetir os nomes ditados e determinar um 
espaço de tempo para que elas consigam fazer as relações entre os nomes “lidos”, 
ditados por você e a escrita deles nas cartelas. Os dez primeiros que baterem, 
podem ganhar uma bala, um pirulito. Como em todo bingo, é importante fazer a 
conferência entre os nomes ditados e os marcados. É interessante você conferir os 
que bateram e os que não bateram para que você possa verificar se os que não 
bateram foi porque os nomes não foram chamados ou porque os estudantes não 
conseguiram fazer a relação entre o nome chamado (lido) e a escrita do referido 
nome. Exemplo: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Professor(a), essas atividades propostas sistematizam as 
propriedades da alfabetização e são importantes nesse 
processo porque auxiliam o desenvolvimento da 
consciência fonológica dos estudantes e proporcionam 
essa reflexão através de atividades lúdicas, levando-os a 
aprender brincando, de forma leve, descontraída e 
sinalizam para você o que eles já sabem, o que ainda 
precisam aprender e quais propriedades você precisa 
retomar para eles se apropriarem do sistema de escrita 
alfabética. 
 
 
 
21 
 
3ª Etapa: Integrando habilidades das práticas de linguagem de leitura, 
da oralidade, da escrita e da produção textual lista 
 
Após todo trabalho feito de leitura e de análise linguística/semiótica pode-se 
fazer integração com outras habilidades de leitura, podendo seguir a sequência, 
com atividades mais centradas na escrita e na oralidade. Nesse momento, você 
professor(a), pode separar a turma em grupo. Aqui, você precisa ter o cuidado de 
organizar os grupos com estudantes já avançados no processo de alfabetização e 
outros que ainda encontram dificuldades. Essa integração é muito importante para 
que troquem conhecimentos, questionamentos e reflexões sobre o que já sabem a 
respeito do processo de apropriação do sistema de escrita alfabética e o que 
precisam saber. O importante é que todos participem ativamente das atividades. 
 Após a divisão de grupo, distribua algumas temáticas de listas em tarjetas, que 
terão uma função real na sala de aula, tais como: lista de atitudes que devemos 
ter na sala de aula; lista de atitudes que não devemos ter na sala de aula; lista 
de atitudes que o professor não deve ter; lista de atitudes que o professor 
precisa ter. Você pode repetir as listas para mais de um grupo, dependendo da 
quantidade de grupos formados. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Lista de atitudes que não 
devemos ter na sala de aula 
22 
 
No primeiro momento, defina as condições de produção, explicando para 
os estudantes que as listas serão produzidas para serem afixadas na sala de aula, 
na perspectiva de orientarem diariamente as atitudes de estudantes e professores, 
para que eles reflitam sobre suas atitudes (nesse momento, você estará propondo 
o gênero lista, visando firmar com ele o gênero acordo didático). Explique que as 
listas devem ser construídas só com uma palavra (para estudantes do 1º Ano (Ex.: 
atitudes que devo ter (Ex.: ajudar, participar, aprender...), atitudes que não devo 
ter (Ex.: brigar, bater, etc.). Para o 2º e 3º Anos, você pode propor a escrita de 
frases curtas (Ex.: brigar com os colegas, prestar atenção às aulas, etc.). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Depois que os estudantes chegarem a um consenso sobre a construção de 
suas listas, cada grupo deverá apresentá-la para professor (a) e demais colegas. A 
lista pode ser apresentada oralmente pelos estudantes ou através de um vídeo 
gravado na sala de aula e apresentado para todos. Essa gravação poderá ser 
através de um celular do grupo ou do professor (a). 
 Após a produção oral, peça que cada grupo registre, anote no papel suas listas 
escritas. Deixe-os à vontade para que escrevam suas representações mentais do 
registro das palavras da lista. Em seguida, faça o arcabouço em branco das listas 
só com o título, no quadro ou outro suporte onde todos possam visualizar e 
participar da atividade. Trabalhe uma de cada vez. Peça que os representantes de 
cada grupo ditem para você, professor(a), as atitudes positivas e negativas que 
apontaram para estudantes e professor (nesse momento, esteja aberto para ouvir 
a opinião da turma sobre o que pensam das atitudes que um professor deve ter ou 
não) em sala de aula. É importante ouvi-los sempre. Geralmente, os estudantes 
entendem muito de atitudes de professores, assim como os professores entendem 
as dos estudantes. 
Professor(a), é importante que os estudantes discutam 
bastante sobre o que acham imprescindível estar nessas 
listas (EF12LP06PE).
Pesquisas apontam para a relevância 
dos estudantes falarem, oralizarem, explicitarem, oralmente 
para colegas e professores conhecimentos elaborados 
mentalmente, como dimensões dos gêneros textuais. Tais 
estudos indicam uma relação forte entre falar sobre os 
gêneros e incluir conhecimentos explicitados no momento da 
produção escrita deles, DOLZ E SCHNEUWLY (2010). 
Dentre essas pesquisas, ROSA (2011) aponta a relação clara 
entre a explicitação verbal das dimensões de gêneros 
discursivos e o registro de tais dimensões no momento da 
escrita. Portanto, é indispensável proporcionar momentos 
para que as explicitações verbais aconteçam em contextos de 
aprendizagem. 
 
 
23 
 
 Os estudantes dizem a forma como escreveram os nomes, 
independentemente, se estão grafadas convencionalmente ou não. Por isso, peça 
que digam as letras que usaram para escrever as palavras. Mesmo que apareçam 
palavras repetidas, mas com escritas diferentes, é interessante tomar notas, para 
que, ao concluir o trabalho com cada lista, se reflita sobre essas possibilidades de 
escritas propostas pelos estudantes. Depois, questione se as palavras ditadas 
estão escritas de forma convencional ou não. Você pode usar emojis (os mesmos 
que você usou no início da sequência) para sinalizar palavras. Se a palavra estiver 
com escrita convencional, usar uma carrinha feliz ou o sinal de legal. Se não estiver 
escrita da maneira convencional, colocar uma carinha pensativa ou símbolo com o 
dedinho para baixo. Reflita, em conjunto, com cada uma das palavras e, em 
especial, as que não estão grafadas convencionalmente. Trabalhe com uma lista 
de cada vez. E, antes de passar para a lista seguinte, sugerimos que você elabore, 
juntos com eles, a tabela abaixo com cada palavra escrita de forma não 
convencional, a fim de que seja retomada como objeto de análise e reflexão 
(número de letras, de sons, padrões silábicos, número de sílabas e divisão silábica, 
etc.). 
 
 
TENTATIVA DE ESCRITA 
 
 
ESCRITA CONVENCIONAL 
BIGA (para brigar) 
(carinha pensativa) 
 BRIGAR 
AUDA (para ajudar) AJUDAR 
 
 Essa lista/tabela pode ser afixada em sala de aula para que os estudantes 
possam consultá-la sempre que necessário e ter espaço para a inserção de novas 
palavras e/ou construção sempre de novas tabelas para afixar na sala de aula, de 
forma que, aos poucos, os estudantes transitem entre o nível alfabético e caminhem 
para o alfabético/ortográfico, de forma reflexiva. 
 Após a revisão de todas as palavras das listas construídas pelos estudantes, 
divida a sala em quatro grupos (conforme o número de listas das atitudes positivas 
que devem acontecer na sala de aula e negativas que não devem acontecer). Em 
seguida, solicite que cada grupo revise, reescreva cada palavra (EF15LP06PE) e 
faça a edição final das listas, incentivando para que cada grupo torne suas listas 
interessantes, divertidas. Eles poderão usar imagens, símbolos, ou qualquer outro 
recurso que torne suas listas diferentes, divertidas, alegres e instrutivas 
(EF15LP07PE) para serem afixadas em sala de aula. Explique que elas servirão 
de “acordos” feitos entre todos e que, constantemente, você, professor(a), e 
estudantes se reportarão a elas para verificar se todos estão cumprindo os acordos 
estabelecidos nas listas. Observe que as listas produzidas pelos estudantes terão 
em sentido real, uma situação social concreta, dentro da sala de aula. 
 
4ª Etapa: Avaliando, sistematizando aprendizagens e desenvolvendo 
atitudes de colaboração com os estudantes 
24 
 
 Professor(a), além das listas que já estão afixadas nas salas, é importante que 
você elabore mais atividades, inclusive voltando a usar o nome das crianças, para 
que essa aprendizagem seja constantemente ativa e reflexiva e não apenas um 
resultado da memória fotográfica fantástica da criança. Nesse sentido, você pode 
organizar essa sistematização da seguinte forma: 
 
a) Construa com eles uma tabela com espaços entrecortados para colocar os 
nomes dos estudantes colaboradores por semana; 
b) Corte tarjetas de cartolina em branco para que os estudantes possam 
escrever, semanalmente, os nomes dos colegas colaboradores que serão 
colocados na tabela; 
c) Semanalmente, você, professor(a), escolhe 05 nomes dos estudantes 
colaboradores que constarão na lista, de forma que, em cada dia da semana, 
seja definido qual estudante desempenhará a função; 
d) Após a escolha dos nomes, selecione também 05 estudantes para escrever 
um dos nomes do colega colaborador (indique para escrever os estudantes 
cuja escrita você quer observar). Evite indicar que o estudante escreva seu 
próprio nome, uma vez que ele pode escrever apenas usando a memória 
visual; 
e) Após escolher os estudantes colaboradores, dite qual nome vai ser escrito 
e quem vai escrever. De início, peça que escrevam no caderno. Após você 
verificar se a escrita está correta, peça que escrevam na tarjeta e coloque 
na tabela, conforme modelo abaixo e procure sempre colocar os nomes em 
ordem alfabética, explicando aos estudantes as especificidades dessa 
ordem: 
 
Estudante colaborador SEMANA 
04 a 08 de 02/2019 
Dias da semana 
ADRIANA 04/02 
BRENO 05/02 
CAMILA 06/02 
LAÍS 07/02 
LUÍZA 08/02 
 
 
 
 
 
 
 
Professor(a), todas as sugestões dadas aqui nessa 
sequência podem ser desenvolvidas para estudantes do 
1º e do 2º anos. Você pode ainda exercitar a 
interdisciplinaridade com o componente curricular de 
Matemática, incluindo conteúdos como tabelas, 
calendário, períodos, dentre outros. 
 
 
25 
 
5ª etapa: Atividade específica para estudantes do 2º Ano do Ensino 
Fundamental - Anos Iniciais 
 
 
 Para os professores do 2º Ano, sugerimos a construção do gênero textual das 
músicas preferidas dos estudantes, denominada de “As 10 mais”, na 
perspectiva de ampliar o gênero lista que já vem sendo trabalhado 
anteriormente. Para essa atividade, sugerimos a seguinte sequência: 
 Pergunte aos estudantes da turma quais são as suas músicas preferidas. 
Cada estudante só pode escolher uma música; 
 À medida que os estudantes vão falando, o professor vai elencando as 
composições no quadro. Quando houver repetição, o professor vai anotando 
os votos que a música vai tendo; 
 Observe se, no final das falas das crianças, já existem 10 músicas que mais 
apareceram na relação delas. Caso não existam, diante de todas que foram 
elencadas, faça uma votação aberta para que escolher as 10 mais votadas. 
 Explique para os estudantes que, juntos, irão construir uma playlist das 10 
músicas mais bem votadas, para que, em momentos recreativos, de 
realização de alguma tarefa quando possam usar a música, elas sejam 
ouvidas para animar e motivar a realização das atividades; 
 Procure verificar se todos conhecem o gênero, se já o produziram; 
 Explique para os estudantes o que é uma playlist, qual sua funcionalidade 
e apresente um tutorial para a construção da playlist, como no exemplo que 
iremos disponibilizar aqui. 
 
Passo a passo de como criar uma playlist de músicas: 
 
 1º Passo: Escolha qual aplicativo irá utilizar. Para Smarthphones Android e 
iOS (gratuitos): Spotify, Deezer, Google Play Music, Palco MP3, etc.; 
 2º Passo: Se o usuário não possuir cadastro, será necessário fazer um; 
 3º Passo: Se for o primeiro acesso, o usuário deverá escolher suas 
preferências musicais (gêneros, bandas, cantores); 
 4º Passo: Selecionar o perfil e no menu de opções “Playlists”; 
 5º Passo: Criar nova playlist e nomear como desejar; 
 6º Passo: Pesquisar dentro do aplicativo a música/álbum/cantor 
preferida(o); 
 7º Passo: Após selecionar a música escolhida, em opções clica em 
“Adicionar à Playlist”; 
 8º Passo: Automaticamente a música vai fazer parte da playlist criada. 
 
OBS1: Esse passo a passo foi elaborado tendo como base o aplicativo Deezer. 
 
 Se
o aplicativo usado é o Spotify, basta ir à biblioteca, criar a playlist e 
adicionar músicas. 
 
OBS2: Para uma Playlist de vídeos, usando o YouTube, selecionar o vídeo e 
clicar em salvar, clicar em “Nova Playlist”, nomear e adicionar o vídeo. 
 
26 
 
Você pode professor (a), à medida que vai falando sobre as etapas do tutorial, 
já ir construindo a playlist com os estudantes, de forma que quando acabarem as 
etapas, ela já esteja pronta. Coloque-a para tocar e peça que os estudantes opinem 
sobre o que acharam da construção dela e da seleção das músicas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Professor(a), lembre-se de que os gêneros midiáticos, 
como a playlist, já são muito presentes e usados no 
cotidiano dos estudantes. Portanto, é muito provável 
que você tenha a colaboração direta e ativa deles na 
construção desse gênero. Nesse momento, aproveite 
para valorizar bastante a contribuição dos estudantes 
nessa atividade e mostre a importância de professores 
e estudantes construírem juntos o conhecimento, uma 
vez que os estudantes precisam ser vistos como 
protagonistas no processo ensino/aprendizagem. É 
natural que eles tenham outros caminhos mais fáceis e 
interessantes para construir playlists. Compartilhe com 
eles e desenvolvam um trabalho interessante e 
divertido. Procure sempre usar a playlist da turma em 
várias situações na sala de aula, lembrando que, 
durante o ano, você pode ir atualizando-a, de forma 
que todos se sintam contemplados e contenha as 
músicas que todos gostam de ouvir. 
 
 
 
27 
 
 
 
 
 
DOLZ, J. SCHNEUWLY, B; Gêneros orais e escritos na escola. Tradução R. Rojo 
e G. S. Cordeiro. Campinas/SP: Mercado das Letras, 2010. 
 
MORAIS, A.G. Se a escrita alfabética é um sistema notacional (e não um código), 
que implicações isso tem para a alfabetização? In: MORAIS, A. G., 
ALBUQUERQUE, B.C., LEAL, T. L. (org.) Alfabetização: apropriação do sistema de 
escrita alfabética. MEC, UFPE/CEEL, 2005. 
 
ROSA, A. M. M. A explicitação consciente-verbal de conhecimentos sobre o gênero 
notícia e sua relação com o processo de produção de textos. Recife, UFPE, 2011. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
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