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1 2 ORIENTAÇÕES METODOLÓGICAS ENSINO FUNDAMENTAL 1º E 2º ANOS FASCÍCULO I ELABORADORES Ana Maria Moraes Rosa ELABORADORES Edna Batista Siqueira Maria da Conceição Gonçalves Ferreira 2019 3 Prezado (a) Professor (a), A partir da construção e publicação do Currículo de Pernambuco para o Ensino Fundamental, a Secretaria de Educação e Esportes do Estado, em parceria com a Undime, apresenta os Cadernos de Orientações Metodológicas como material de apoio. Estes cadernos foram elaborados com o objetivo de proporcionar sugestões didático-metodológicas que contribuam com a prática docente. Eles se constituem em documentos complementares que abordam objetos de conhecimento, unidades temáticas e temais contemporâneos, entre outros aspectos, contemplando todos os componentes curriculares, com ênfase na conexão entre a teoria e a prática, promovendo a articulação ora entre as competências gerais e específicas, ora entre estas e as habilidades a serem desenvolvidas a cada ano escolar. Ressaltamos que este é o primeiro fascículo de uma série de outros cadernos que serão publicados posteriormente. As atividades propostas no Caderno de Orientações Metodológicas poderão servir de inspiração para a elaboração e o desenvolvimento de outras atividades que busquem promover o engajamento dos estudantes no processo de ação e reflexão, favorecendo a construção e sistematização dos conhecimentos. Esperamos que este material contribua para enriquecer a sua prática de sala de aula, auxiliando você, professor, no planejamento das atividades e fortalecendo o processo de ensino-aprendizagem. APRESENTAÇÃO Ana Coelho Vieira Selva Sônia Regina Diógenes Tenório Coordenadora Estadual - SEE Coordenadora Estadual UNDIME/PE 4 SUGESTÕES DE SEQUÊNCIAS DE ATIVIDADES 5 À luz da BNCC, o Currículo de Pernambuco defende a ideia de que ao final do 2º Ano do Ensino Fundamental – Anos Iniciais, os estudantes leiam e produzam pequenos textos, de acordo com o seu nível de escolaridade, e estejam no nível alfabético (escrever com base em uma correspondência entre fonemas e grafemas ainda que com ortografia não totalmente convencional). Nessa hipótese de escrita, os estudantes aprenderam o valor sonoro convencional da maior parte dos grafemas da língua na apropriação do sistema de escrita e que essa apropriação acontece norteada pela perspectiva de alfabetizar e letrar. Assim, o ensino sistemático e gradual do processo da alfabetização precisa se dar atrelado aos usos que os estudantes fazem da língua, através das práticas sociais (leitura, escrita, oralidade, produção textual e análise linguística/semiótica) para que percebam, desde o início do processo escolar, que o sistema de escrita notacional que estão estudando e se apropriando na escola representa a língua que usam diariamente. É necessário, portanto, que as atividades planejadas para o desenvolvimento de habilidades deem conta dessas competências elencadas acima e, sobretudo, se concretizem através de um trabalho sistemático de formação do leitor, do produtor de textos e de atividades planejadas especificamente para que as crianças se apropriem do sistema da escrita, bem como fundamentado pelo contato constante e sistematizado com os gêneros textuais impressos e digitais que circulam na sociedade contemporânea. Metodologicamente, a ideia defendida aqui é que o trabalho de alfabetização, de apropriação do sistema da escrita precisa ser planejado, sistematizado, lançando desafios para que a criança perceba a complexa relação existente entre a escrita e o que ela representa. Cabe aos professores elaborarem tarefas que permitam aos estudantes refletirem sobre a aprendizagem desse sistema. Portanto, essa aquisição não deve acontecer apenas pela memorização de letras e sons, ou pela memorização de famílias silábicas descontextualizadas, mas como um processo reflexivo sobre o funcionamento desse sistema, tanto nas especificidades da alfabetização, como na sua relação com os gêneros que circulam socialmente. Assume-se aqui, portanto, que só memorização e decodificação/codificação não dão conta da aquisição desse sistema porque essa aprendizagem requer questões conceituais que as crianças precisam compreender. Ou seja, as especificidades da alfabetização. São essas especificidades que geram inquietações para os estudantes e que o ensino precisa dar contar de respondê- las, tais como: o que a escrita representa/nota? O que essa notação representa? Para responder a esses questionamentos, os estudantes precisam compreender propriedades do sistema notacional, tais como: se escreve com letras 1. ALFABETIZAR LETANDO: ORIENTAÇÃO PARA O PROCESSO DE APROPRIAÇÃO DO SITEMA DA ESCRITA EM SALA DE AULA. 6 e essas não podem ser inventadas; letras, números e outros símbolos são diferentes; as letras têm formas fixas (p, q, b e d têm o mesmo formato, mas que a posição não pode variar porque muda a letra); uma mesma letra tem vários formatos (impressa, cursiva, manuscrita); quais combinações de letras podem vir juntas e qual posição ela ocupa na palavra; há terminações e início de sílabas que não são possíveis na língua portuguesa (não se termina palavras com “qu” e “que” “rr” e “ss” não iniciam palavras); existem letras que têm valores sonoros fixos, convencionalizados, mas várias letras como, por exemplo, /a, â, ã, á/ não têm e que alguns sons são escritos por letras diferentes (o som do /s/ tem várias representações gráficas S,C,SS,Ç,X,Z,SC, etc.) (MORAIS, 2005). Como se pode perceber, apenas a decodificação e a codificação não dão conta do processo de alfabetização e do letramento das crianças de forma reflexiva. Entretanto, também é relevante entender que apenas o contato delas com a diversidade de gêneros, sem sistematizar conhecimentos sobre as especificardes do sistema de escrita alfabética, não garantirá, de forma alguma, a sua alfabetização, comprometendo assim sua autonomia enquanto leitor e produtor de textos, limitando sua ação social no mundo letrado. A perspectiva defendida pelo Currículo de Pernambuco é a de que é preciso sistematizar o ensino das propriedades do sistema, tendo como referência os gêneros que circulam socialmente nos diversos campos onde o estudante atua. Desta forma, as sequências didáticas foram pensadas na ideia de contribuir e fortalecer o seu trabalho pedagógico na sala de aula pautado na perspectiva de alfabetizar letrando. Nesse sentido, estamos propondo exemplos de sequências didáticas explorando o gênero Lista para mobilizar habilidades de todas as práticas de ensino e campos de atuação, considerando a gradação e complexidade específicas para os 1º e 2º Anos, com o intuito de favorecer a aplicabilidade do Currículo Pernambuco em sala de aula. As listas podem ser consideradas como um gênero atemporal uma vez que é muito utilizado em todos os tempos. Certamente, toda criança já viu, na família ou em outro ambiente, pessoas escrevendo listas em vários contextos sociais. A maioria dos falantes ainda fazem muito uso desse gênero, tanto nas formas manuscritas, impressas, como digitais. Ou seja, é um gênero com função social clara, porque são textos com propósitos específicos, que têm como função organizar dados ou então servem de apoio à memória. Assim, é importante trabalhar com listas que tenham também um propósito, necessidades reais de escritas com as crianças. Além disso, os elementos de uma lista costumam estar 2. POR QUE TRABALHAR COM LISTAS EM CONTEXTO DE ALFABETIZAR LETRANDO? 7 organizados de acordo com um critério e esse critério precisa ser conhecido e compreendido pelos estudantes. Diariamente escrevemos e lemos listas de compras do mercado, de convidados para um aniversário ou de atividades que temos programadas para o dia, dentre outras. Portanto, se apropriar desse recurso de elencar conteúdo é significativo para as crianças porque ele tem uma função social. As listas de palavras são modelos estáveis de escrita e, por isso, servem para que as crianças sempre recorram a elas quando necessário. Na perspectiva de alfabetizar letrando, a escrita é vista como algo muito maior do que um código, pois ela não serve só para ser decifrada, mas também para permitir que as pessoas se comuniquem. Para que isso aconteça, o processo de alfabetização deve se preocupar em ensinar o sistema de escrita alfabética e também a linguagem em seus usos sociais. Nessa perspectiva, o gênero lista atende a esse propósito porque as crianças se deparam com muitas listas no seu dia a dia. Dentre as listas que o estudante convive diariamente estão as dos nomes dos estudantes de uma mesma sala de aula. É muito interessante trabalhar listas dos próprios nomes das crianças porque o nome é pessoal, então, faz sentido aprender a ler e a escrevê-lo logo de início, fazendo com que essa lista seja a primeira a ser construída no ano. A leitura, análise e escrita de listas é uma atividade que também possibilita na sala de aula, os seguintes aspectos: O conhecimento das letras – sua forma gráfica, seu valor sonoro e sua ordem no alfabeto; Auxilia as crianças na referência de memória visual e auditiva dos fonemas e seus respectivos grafemas; Favorece a aquisição da base alfabética; Possibilita a reflexão entre as hipóteses de escrita dos estudantes e a escrita convencional das palavras, promovendo o conflito cognitivo; Concretiza na sala de aula a perspectiva do alfabetizar letrando, porque as crianças refletem sobre o sistema de escrita alfabética a partir de um gênero que faz parte do seu cotidiano (a lista dos nomes colegas da sala de aula, a lista de supermercado, lista dos pacientes que serão atendidos em um consultório, lista das atividades que serão realizadas na sala de aula, playlists), ou seja, um gênero que tem funções reais na comunicação e no cotidiano das crianças. a) Seleção de práticas de linguagem, campos de atuação, objetos de conhecimento, conteúdos e habilidades que serão exploradas na sequência didática. 3. SEQUÊNCIA DIDÁTICA DO GÊNERO LISTA 8 Prática de Linguagem Campo de Atuação Objeto de conhecimento Conteúdo Habilidades Leitura/escuta (compartilhada e autônoma) Todos os campos de atuação Reconstrução das condições de produção e recepção de textos Função social e comunicativa dos textos (EF15LP01PE) Identificar a função social de textos que circulam no cotidiano, nas mídias impressa, de massa e digital, reconhecendo para que foram produzidos, onde circulam, quem os produziu e a quem se destinam e que os gêneros possuem funções sociais relacionadas aos campos de atuação nos quais circulam. Leitura/escuta (compartilhada e autônoma) Todos os campos de atuação Estratégia de leitura Informações explícitas (EF12LPX01PE) Inferir informações implícitas em textos lidos, ouvidos e/ou sinalizados. Leitura/escuta (compartilhada e autônoma) Todos os campos de atuação Estratégia de leitura Expectativas e pressuposições antecipadoras de sentido no texto (EF15LP02PE) Estabelecer expectativas em relação ao texto que vai ler (pressuposições antecipadoras dos sentidos, da forma e da função social do texto), apoiando-se em seus conhecimentos prévios sobre as condições de produção e recepção desse texto, o gênero, o suporte e o universo temático, bem como sobre saliências textuais, recursos gráficos, imagens, dados da própria obra (índice, prefácio etc.), confirmando antecipações e inferências realizadas antes e durante a leitura de textos, checando a adequação das hipóteses realizadas. Leitura/escuta (compartilhada e autônoma) Campo da vida cotidiana Compreensão em leitura Funções sociodiscursivas em textos da vida cotidiana (EF12LP04PE) Ler, em colaboração com os colegas e com a ajuda do professor, ou já com certa autonomia, listas, agendas, calendários, avisos, convites, receitas, instruções de montagem (digitais ou impressos), dentre outros gêneros do campo da vida cotidiana, considerando a situação comunicativa e o tema/assunto do texto e relacionando sua forma de organização à sua finalidade. Escrita (compartilhada e autônoma) Campo da vida cotidiana Escrita autônoma e compartilhada Planejamento e produção de gêneros da vida cotidiana (EF01LP17PE) Planejar e produzir, em colaboração com os colegas e com a ajuda do professor, listas, agendas, calendários, avisos, convites, receitas, instruções de montagem e legendas para álbuns, fotos ou ilustrações (digitais ou impressos), dentre outros gêneros do campo da vida cotidiana, 9 considerando a situação comunicativa e o tema/assunto/ finalidade do texto. Escrita (compartilhada e autônoma) Todos os campos de atuação Correspondência Fonema grafema Escrita de pequenos textos em forma alfabética. (EF01LP02PE) Escrever, espontaneamente, ou por ditado, pequenos textos (listas, trecho de parlendas, estrofe de uma cantiga, receitas, títulos, legendas, dentre outros), de forma alfabética – usando letras/grafemas que representem fonemas. Escrita (compartilhada e autônoma) Todos os campos de atuação Construção do sistema alfabético/ Convenções da escrita Semelhanças e diferenças entre escritas convencionais e individuais (EF01LP03PE) Observar escritas convencionais, comparando-as as suas produções escritas, percebendo semelhanças e diferenças em listas (de nomes de colegas, de frutas, de brinquedos, textos de tradição oral, dentre outros), que possibilitem a reflexão sobre o sistema da escrita. Oralidade Todos os campos de atuação Características da conversação espontânea Conversão espontânea (EF15LP11PE) Reconhecer características da conversação espontânea presencial, respeitando os turnos de fala, selecionando e utilizando, durante a conversação, formas adequadas de tratamento de acordo com a situação e a posição do interlocutor. Oralidade Campo da vida cotidiana Produção de texto oral Planejamento e produção de gêneros orais do campo da vida cotidiana (EF12LP06PE) Planejar e produzir, em colaboração com os colegas e com a ajuda do professor, listas, recados, avisos, convites, receitas, instruções de montagem, dentre outros gêneros do campo da vida cotidiana, que possam ser repassados oralmente e/ou por meio de ferramentas digitais, em áudio ou vídeo, considerando a situação comunicativa e o tema/assunto/finalidade do texto. Produção de textos (escrita compartilhada e autônoma) Todos os campos de atuação Planejamento de texto Planejamento/ produção/ reescrita textual/situação comunicativa (EF15LP05PE) Planejar, com a ajuda do professor, o texto que será produzido, considerando a situação comunicativa: (os interlocutores (quem escreve/para quem escreve); a finalidade ou o propósito (escrever para quê); a circulação (onde o texto vai circular; o suporte (qual é o portador do texto); a linguagem, organização e forma do texto e seu tema), pesquisando em meios 10 impressos ou digitais, sempre que for preciso, informações necessárias à produção do texto, organizando em tópicos os dados e as fontes pesquisadas). Produção de textos (escrita compartilhada e autônoma) Todos os campos de atuação Revisão de texto Releitura/ revisão/ reescrita textual (EF15LP06PE) Reler e revisar o texto produzido, individualmente ou com a ajuda do professor e a colaboração dos colegas, para ajustá-lo e aprimorá-lo, fazendo cortes, acréscimos, reformulações, correções de ortografia e pontuação, visando aos efeitos de sentido pretendidos. Produção de textos (escrita compartilhada e autônoma) Todos os campos de atuação Edição de texto Edição de textos (EF15LP07PE) Editar a versão final do texto, em colaboração com os colegas e com a ajuda do professor, ilustrando, quando for o caso, em suporte adequado, manual ou digital. Análise linguística/ semiótica (Alfabetização) Todos os campos de atuação Construção do sistema alfabético Reconhecimento da escrita alfabética como representação dos sons da fala (EF01LP05/PE) Reconhecer o sistema de escrita alfabética como representação dos sons da fala, através da exploração de textos de tradição oral, listas, textos genuínos do repertório local, atentando para o interesse temático dos estudantes, explorando a comparação reflexiva entre as palavras (correspondência som/ letra, quantidade/qualidade de letras, ordem das letras, etc.). Análise linguística/ semiótica (Alfabetização) Todos os campos de atuação Construção do sistema alfabético e da ortografia Comparação de semelhanças e diferenças de sons em sílabas iniciais, mediais e finais. (EF01LP09PE) Comparar palavras, identificando semelhanças e diferenças entre sons de sílabas iniciais, mediais e finais, a partir de textos conhecidos (crachás, listas dos nomes da sala, de objetos do mesmo campo semântico, parlendas, cantigas, dentre outros), que favoreçam a análise da relação fonema-grafema. Análise linguística/ semiótica (Alfabetização) Todos os campos de atuação Conhecimento do alfabeto do português do Brasil Nomeação e ordem das letras do alfabeto (EF01LP10PE) Nomear as letras do alfabeto, compreendendo a ordem das letras, através de práticas de ler e escrever textos (listas dos nomes dos colegas da classe em ordem alfabética, por exemplo), que contribuam para a relação existente entre leitura e escrita. Análise linguística/ semiótica (Alfabetização) Campo da vida cotidiana Forma de composição do texto Identificação e reprodução /formatação e (EF01LP20PE) Identificar e reproduzir, em listas, agendas, calendários, regras, 11 Observe que, em uma sequência didática de um gênero textual (lista), é possível articular habilidades de todas as práticas de linguagem e de determinados campos de atuação (que, geralmente, estão atrelados à esfera discursiva onde o gênero selecionado circula) e objetos de ensino diferentes e várias habilidades. O critério utilizado para a seleção foi elencar práticas de linguagem e habilidade que estiverem atreladas à exploração do gênero que será trabalhado. Já para selecionar as habilidades de análise linguística, foram tomadas como referência aquelas voltadas às especificidades da alfabetização para o 1º Ano e que pudessem ser exploradas dentro do gênero lista, ou em qualquer outro, uma vez que estão elencadas para serem trabalhadas em todos os campos de atuação. Vale salientar que são habilidades que permitem aos estudantes refletirem durante o processo de aquisição do sistema de escrita alfabética e que representa apenas uma das formas possíveis de desenvolver as habilidades em sala de aula. O desenvolvimento da sequência: após a seleção dos conhecimentos que precisam ser sistematizados nessa sequência, apresentaremos uma proposta para o seu desenvolvimento, que precisa, certamente, ser ajustada, analisada, ampliada para que se adeque aos estudantes de sua turma. b) Etapas da sequência didática do gênero lista 1ª etapa: sistematizando as práticas de linguagem de leitura Antes de iniciar a sequência, é importante considerar que qualquer atividade de leitura/escrita na sala de aula precisa partir do princípio de que para realizá-la os estudantes coordenam e utilizam, nessas tarefas de ler ou de escrever, informações que aprenderam em outras ocasiões. Ao mesmo tempo, ao escrever de acordo com suas hipóteses, têm a possibilidade de se voltar para a análise da palavra e refletir sobre o uso das letras. Fazendo isso, em vez de apenas copiar palavras escritas corretamente, os estudantes terão condições de usar o que sabem, refletir e ampliar seus conhecimentos. diagramação específica avisos, convites, receitas, instruções de montagem e legendas para álbuns, fotos ou ilustrações (digitais ou impressos), a formatação e diagramação específica de cada um desses gêneros, considerando a complexidade dos textos e a autonomia dos estudantes. 12 Partindo dessa ideia, professor(a), inicie a sequência explorando os conhecimentos prévios das crianças sobre o gênero lista, questionando: Vocês sabem o que é uma lista? Vocês já viram escreveram/leram/ alguma lista? Já viu alguém escrevendo uma lista? Você acham que as pessoas escreveram essas listas para quê? Para quem elas escreveram? Então, para que servem as listas? Quem faz lista? Para quê? Onde encontramos listas? Que tipos de listas vocês conhecem? Após ouvir e discutir todas as respostas dadas, amplie as discussões, explicando para as crianças que escrevemos um texto por vários objetivos. Dentre eles, escrevemos por uma necessidade de se comunicar com alguém, ou com nós mesmos, e que, no caso das listas, elas atendem às duas funções: podem comunicar algumas informações para outras pessoas ou para nós mesmos. (EF15LP01PE e EF15LP02PE). Como essas habilidades são do bloco de habilidades 15 e 12, podem ser aplicadas nos 1º e 2º Anos. Questione: Quando as pessoas escrevem uma lista de compras antes de ir ao supermercado, escrevem para quem? Para que escrevem? Quando se escreve o nome dos estudantes numa sala de aula, escreve-se para quem? Para que escreveram? Informe às crianças que vai apresentar algumas listas. Use para isso retroprojetor, folhas impressas ou mesmo no quadro listas só com os itens elencados, sem dizer o tema/título das listas (você também pode apresentar outras listas de interesse de sua turma), como: Professor(a), após respostas dos estudantes, explique que as listas são textos usados cotidianamente, geralmente, para organizar dados (no caso da lista com o nome dos estudantes, para organizar e informar quais estudantes devem estudar naquele espaço. Já as listas de convidados de uma festa servem para organizar espaço, alimentação, música, etc.) ou então servem de apoio à memória (a lista das compras do supermercado para não esquecer dos alimentos que precisam ser comprados, lista de tarefas que precisam ser realizadas durante um dia/semana, etc. ). 13 Após a exposição, crie situações para verificar se as crianças conseguem ler as palavras das listas, uma de cada vez. Você também pode ajudá-las a lê-las, realizando leituras compartilhadas e autônomas (EF12LP04PE). Em seguida, pelo campo semântico de cada lista, peça às crianças para tentar descobrir qual o tema/título/assunto de cada lista, questionando: vocês acham que essas três listas são de quê? (EF12LPX01E). Nota: As listas acima foram pensadas com os seguintes temas: Lista A “Coisas para levar para a Praia”; Lista B “ Coisas que detesto”; e Lista C “ Coisas que gosto de fazer”. As crianças podem dar respostas próximas a essas temáticas, que podem ser aceitas, desde que o campo semântico seja coerente. Repelente Protetor solar Toalhas Sandálias Maiô Guarda-sol Boné Água Briga Chatice Falsidade Atraso Grito Brabeza Negatividade Dentista Viajar Jogar Dançar Cantar Dormir Comer Conversar Caminhar A B C Professor(a), esta atividade é interessante porque, além de proporcionar momentos para a realização de leitura compartilhada e/ou autônoma (EF12LPX01PE), também desenvolve a habilidade de realizar inferência (EF12LPX01PE), uma vez que, para responder, as crianças precisam estabelecer relação entre seus conhecimentos prévios e as palavras de um mesmo campo semântico. Isso faz com que elas percebam a necessidade de trabalhar com palavras de um mesmo campo semântico, atreladas a um título. É importante salientar que, geralmente, no dia a dia, quando fazemos uma lista para nós mesmos, nem sempre precisamos colocar um título. Mas quando a lista é direcionada a outras pessoas, o título é indispensável, porque nem sempre poderemos deduzir a intenção do produtor dela listas. Ou seja, o que a lista pretende informar. 14 Estimule os estudantes com questionamentos que contribuam para que surjam temáticas que deem conta das palavras elencadas em cada lista. Se eles encontrarem dificuldades para refletir e ler tais palavras, ofereça as informações necessárias e dê dicas para ajudá-los a continuar o trabalho, com perguntas do tipo: A palavra começa com qual letra? E com qual sílaba? E as sílabas seguintes? Quais são as letras? Como se lê essas sílabas? Dentre outras questões que podem ser levantadas, dependendo do nível de sua turma. Para concluir o trabalho de leitura, apresente a lista com os nomes dos estudantes da sala (você pode apresentar essa lista numa cartolina, num datashow, no quadro ou onde você achar que fica interessante fazer essa exposição). Solicite que cada estudante encontre o seu nome na lista. Depois faça a leitura compartilhada dos nomes de todos os estudantes da turma. Em seguida, explique que um nome não representa só um conjunto de letras e sons, mas que o nome que está escrito/anotado traz consigo as características, a identidade da pessoa nomeada, porque as palavras têm som, letras e significados. Nesse momento, disponibilize na sala de aula vários emojis com carinhas diversas (triste, feliz, enfurecido, zangado, pensativo, apaixonado, anjinho, etc. enfim, uma para cada criança (podem ser repetidos). Evite emoji depreciativo. Professor (a), perceba que, na atividade de leitura, você já está trabalhando questões da análise linguística, pois, conforme já salientado aqui, a divisão das práticas de linguagem tem um caráter meramente organizacional, para que você perceba quando está desenvolvendo habilidades de cada prática. Mas ao mesmo tempo que você está nas habilidades da prática de leitura, já iniciou também o trabalho com as habilidades de análise linguística (EF01LP10PE), assim como já foram introduzidas habilidades da prática da oralidade, durante o momento de conversa e orientação com os estudantes, com a habilidade (EF15LP11PE), porque, para entender a exposição e os comandos, eles precisam estar atentos e atendendo a todas as características de uma conversa. 15 Em seguida, peça que cada criança escolha o nome de um colega e pegue o emoji que melhor o caracteriza. Lembre-se de dizer que eles só levarão em consideração as características boas, positivas dos colegas. Dando prosseguimento, peça que expliquem o porquê de ter relacionado o colega àquele emoji, explicando a característica positiva de seu colega de sala. Observe todos os estudantes e verifique se todas as crianças estão comtempladas. Se acontecer de alguma criança ter ficado de fora, você, professor(a), fica responsável para pegar o emoji que represente a criança e as apresentações começam por você. Essa atividade, nesse momento, tem como objetivo levar a criança a identificar seu nome na lista, favorecer que as crianças conheçam o nome dos colegas, fortalecer os laços de afetividade na sala, visto que a análise do perfil através dos emojis traz só os aspectos que elevem a autoestima das crianças da turma e leva as crianças a perceberem que as palavras têm também significados. 2ª etapa: Fortalecendo o processo de alfabetização com a lista dos nomes dos estudantes da sala de aula Antes de propor que os estudantes escrevam listas, a sugestão é que você professor(a), sistematize habilidades de análise linguística/semiótica para que encontrem menos dificuldades para produzir outras listas nas etapas seguintes. Nesse sentido, sugerimos que você selecione alguns nomes da lista da turma seguindo a ordem alfabética de A a L (você pode optar por outros critérios), por exemplo, selecionando só o primeiro nome. Explique para os estudantes que serão estudados outros nomes em cada etapa do trabalho. Por exemplo: Professor(a), assim como já salientamos que as sequências podem comtemplar várias habilidades na distribuição das tarefas, também não existe uma ordem rígida para que as práticas de linguagem se desenvolvam na sala de aula. A nossa sugestão é que as sequências funcionam melhor quando se começa pela leitura de vários textos, tendo sempre como assunto as temáticas e os gêneros selecionados para serem trabalhados. Acreditamos que o trabalho inicial de leitura ajuda a definir melhor as condições de produção para o estudante saberem o que vão dizer (assunto), para quem vão dizer (seu interlocutor), como vão dizer (dimensões do gênero) e para que vão dizer (finalidade da escrita do texto). As demais práticas podem acontecer de acordo com a necessidade que você observar na sua turma. 16 Em seguida, leia os nomes um a um e peça para 10 estudantes (os quais não são os donos do nome) que indiquem, se possível, pelo número, onde estão os nomes que você vai ler. Essa tabela pode ser com os nomes que você preferir para abordar as necessidades de sua turma sobre as propriedades da alfabetização. É interessante também usar o maior número possível de nomes das crianças, levando-as a refletir sobre a escrita de cada um dos nomes, criando situações para que reflitam sobre: a) Quantos nomes começam com a mesma letra? b) Quantas terminam com a mesma letra? c) Quantos nomes têm o mesmo número de letras e de sons? Quais são esses nomes? d) Quais nomes têm número de letras diferente do número de sons? Quais são esses nomes? Você também pode selecionar alguns nomes que você considera interessante para dividir sílabas, identificar padrões silábicos (CV, CCV, V, dentre outros). Após essa divisão silábica, você pode repetir as perguntas acima. Como é de seu conhecimento, professor(a), as atividades lúdicas favorecem o interesse das crianças para realizar as tarefas e, consequentemente, promovem as aprendizagens. Portanto, você poderá realizar a brincadeira “Responde ou Passa”. Nessa brincadeira, você divide a turma em grupos de quatro ou três estudantes. Coloque perguntas em um saquinho com questões específicas sobre a consciência fonológica referentes aos nomes de estudantes trabalhados e outro saquinho com o número dos grupos. Sorteie o número do grupo que vai responder à pergunta. Retire uma pergunta do saquinho, e o grupo decide se vai responder Lista dos estudantes do 1º Ano A 01 - Adriana 02 - Adriele 03 - Beatriz 04 - Breno 05 - Bruna 06 - Camila 07 - Catarina 08 - Laís 09 - Luciana 10 - Luiza 17 ou passar para outro grupo, no tempo definido por você professor. Se o grupo acerta, marca 10 pontos. Se não acertar, perde 10 pontos. Mas se repassar a pergunta, não perde nem ganha pontos. Vence a brincadeira o grupo que marcar mais pontos. Exemplo de questionamentos que podem ser feitos na brincadeira: O que existe de igual entre os nomes Adriana e Adriele? O nome Adriele tem --------- letras e -------------- fonemas (sons); Quais nomes têm as primeiras sílabas iguais? Existem nomes com as últimas sílabas iguais? Quais? Existem na lista nomes que têm o mesmo número de letras e o mesmo número de fonemas (sons)? Quais outros nomes de pessoas é possível formar com as letras do nome LUCIANA? O que existe de igual entre os nomes CAMILA E CATARINA? O que existe de igual nos nomes ADRIANA E LUCIANA? JOGO RESPONDE OU PASSA GRUPOS PLACAR 1 2 3 4 5 Após essas atividades, disponibilize saquinhos com letras dos nomes de colegas da sala (evite entregar o próprio nome, uma vez que as crianças podem ter memorizado a disposição das letras do seu próprio nome) e peça que os estudantes montem o nome que está no saquinho. Verifique as hipóteses apresentadas pelas crianças, oriente-as, ajudando a refletir sobre a ordem correta das letras e, em seguida, questione 18 a) Ao ordenar as letrinhas, você encontrou o nome de qual colega? b) Quantas letras tem esse nome? c) Quantos sons têm esse nome? d) Quantas sílabas tem esse nome? e) Você consegue descobrir outras palavras/nomes usando as letrinhas do nome do colega? Quais? Outra sugestão é a realização de palavras cruzadas. Como o gênero possibilita muitos desafios para as crianças, é importante deixar sempre dicas sobre os nomes que serão cruzados. Essas atividades têm como objetivo criar situações para que os estudantes reflitam sobre o sistema da escrita alfabética e desenvolvam a consciência fonológica através de gêneros que circulam em todos os campos de atuação e com os quais eles interagem socialmente, como na sugestão abaixo. Exemplo: Complete a palavra-cruzada com os nomes de: 19 PALAVRAS PARA A CRUZADINHA ADRIANA, ADRIELE, BRUNA, BRENO, BEATRIZ, CAMILA, CATARINA, LUCIANA, LUZIA, LAÍS Caça – Palavras A C A M I L A L B B L A M A H G B R U N A B J B L D J Y E K H P F B T R U R C S A A D R I E L E Í I C A T A R I N A A N Z A X B R N K H T X I O A N L E I N G K Z V S J C A Z S Z M C A M I L A ADRIANA ADRIELE BRUNA BRENO BEATRIZ CATARINA CAMILA LUCIANA LUÍZA LAIS 20 Bingo Você poderá também fazer na sala o bingo dos nomes. Nessa brincadeira, você distribui cartelas diferentes com os nomes dos colegas da sala e dita os nomes para que os estudantes marquem em suas cartelas. Como as crianças estão em processo de alfabetização, você pode repetir os nomes ditados e determinar um espaço de tempo para que elas consigam fazer as relações entre os nomes “lidos”, ditados por você e a escrita deles nas cartelas. Os dez primeiros que baterem, podem ganhar uma bala, um pirulito. Como em todo bingo, é importante fazer a conferência entre os nomes ditados e os marcados. É interessante você conferir os que bateram e os que não bateram para que você possa verificar se os que não bateram foi porque os nomes não foram chamados ou porque os estudantes não conseguiram fazer a relação entre o nome chamado (lido) e a escrita do referido nome. Exemplo: Professor(a), essas atividades propostas sistematizam as propriedades da alfabetização e são importantes nesse processo porque auxiliam o desenvolvimento da consciência fonológica dos estudantes e proporcionam essa reflexão através de atividades lúdicas, levando-os a aprender brincando, de forma leve, descontraída e sinalizam para você o que eles já sabem, o que ainda precisam aprender e quais propriedades você precisa retomar para eles se apropriarem do sistema de escrita alfabética. 21 3ª Etapa: Integrando habilidades das práticas de linguagem de leitura, da oralidade, da escrita e da produção textual lista Após todo trabalho feito de leitura e de análise linguística/semiótica pode-se fazer integração com outras habilidades de leitura, podendo seguir a sequência, com atividades mais centradas na escrita e na oralidade. Nesse momento, você professor(a), pode separar a turma em grupo. Aqui, você precisa ter o cuidado de organizar os grupos com estudantes já avançados no processo de alfabetização e outros que ainda encontram dificuldades. Essa integração é muito importante para que troquem conhecimentos, questionamentos e reflexões sobre o que já sabem a respeito do processo de apropriação do sistema de escrita alfabética e o que precisam saber. O importante é que todos participem ativamente das atividades. Após a divisão de grupo, distribua algumas temáticas de listas em tarjetas, que terão uma função real na sala de aula, tais como: lista de atitudes que devemos ter na sala de aula; lista de atitudes que não devemos ter na sala de aula; lista de atitudes que o professor não deve ter; lista de atitudes que o professor precisa ter. Você pode repetir as listas para mais de um grupo, dependendo da quantidade de grupos formados. Lista de atitudes que não devemos ter na sala de aula 22 No primeiro momento, defina as condições de produção, explicando para os estudantes que as listas serão produzidas para serem afixadas na sala de aula, na perspectiva de orientarem diariamente as atitudes de estudantes e professores, para que eles reflitam sobre suas atitudes (nesse momento, você estará propondo o gênero lista, visando firmar com ele o gênero acordo didático). Explique que as listas devem ser construídas só com uma palavra (para estudantes do 1º Ano (Ex.: atitudes que devo ter (Ex.: ajudar, participar, aprender...), atitudes que não devo ter (Ex.: brigar, bater, etc.). Para o 2º e 3º Anos, você pode propor a escrita de frases curtas (Ex.: brigar com os colegas, prestar atenção às aulas, etc.). Depois que os estudantes chegarem a um consenso sobre a construção de suas listas, cada grupo deverá apresentá-la para professor (a) e demais colegas. A lista pode ser apresentada oralmente pelos estudantes ou através de um vídeo gravado na sala de aula e apresentado para todos. Essa gravação poderá ser através de um celular do grupo ou do professor (a). Após a produção oral, peça que cada grupo registre, anote no papel suas listas escritas. Deixe-os à vontade para que escrevam suas representações mentais do registro das palavras da lista. Em seguida, faça o arcabouço em branco das listas só com o título, no quadro ou outro suporte onde todos possam visualizar e participar da atividade. Trabalhe uma de cada vez. Peça que os representantes de cada grupo ditem para você, professor(a), as atitudes positivas e negativas que apontaram para estudantes e professor (nesse momento, esteja aberto para ouvir a opinião da turma sobre o que pensam das atitudes que um professor deve ter ou não) em sala de aula. É importante ouvi-los sempre. Geralmente, os estudantes entendem muito de atitudes de professores, assim como os professores entendem as dos estudantes. Professor(a), é importante que os estudantes discutam bastante sobre o que acham imprescindível estar nessas listas (EF12LP06PE). Pesquisas apontam para a relevância dos estudantes falarem, oralizarem, explicitarem, oralmente para colegas e professores conhecimentos elaborados mentalmente, como dimensões dos gêneros textuais. Tais estudos indicam uma relação forte entre falar sobre os gêneros e incluir conhecimentos explicitados no momento da produção escrita deles, DOLZ E SCHNEUWLY (2010). Dentre essas pesquisas, ROSA (2011) aponta a relação clara entre a explicitação verbal das dimensões de gêneros discursivos e o registro de tais dimensões no momento da escrita. Portanto, é indispensável proporcionar momentos para que as explicitações verbais aconteçam em contextos de aprendizagem. 23 Os estudantes dizem a forma como escreveram os nomes, independentemente, se estão grafadas convencionalmente ou não. Por isso, peça que digam as letras que usaram para escrever as palavras. Mesmo que apareçam palavras repetidas, mas com escritas diferentes, é interessante tomar notas, para que, ao concluir o trabalho com cada lista, se reflita sobre essas possibilidades de escritas propostas pelos estudantes. Depois, questione se as palavras ditadas estão escritas de forma convencional ou não. Você pode usar emojis (os mesmos que você usou no início da sequência) para sinalizar palavras. Se a palavra estiver com escrita convencional, usar uma carrinha feliz ou o sinal de legal. Se não estiver escrita da maneira convencional, colocar uma carinha pensativa ou símbolo com o dedinho para baixo. Reflita, em conjunto, com cada uma das palavras e, em especial, as que não estão grafadas convencionalmente. Trabalhe com uma lista de cada vez. E, antes de passar para a lista seguinte, sugerimos que você elabore, juntos com eles, a tabela abaixo com cada palavra escrita de forma não convencional, a fim de que seja retomada como objeto de análise e reflexão (número de letras, de sons, padrões silábicos, número de sílabas e divisão silábica, etc.). TENTATIVA DE ESCRITA ESCRITA CONVENCIONAL BIGA (para brigar) (carinha pensativa) BRIGAR AUDA (para ajudar) AJUDAR Essa lista/tabela pode ser afixada em sala de aula para que os estudantes possam consultá-la sempre que necessário e ter espaço para a inserção de novas palavras e/ou construção sempre de novas tabelas para afixar na sala de aula, de forma que, aos poucos, os estudantes transitem entre o nível alfabético e caminhem para o alfabético/ortográfico, de forma reflexiva. Após a revisão de todas as palavras das listas construídas pelos estudantes, divida a sala em quatro grupos (conforme o número de listas das atitudes positivas que devem acontecer na sala de aula e negativas que não devem acontecer). Em seguida, solicite que cada grupo revise, reescreva cada palavra (EF15LP06PE) e faça a edição final das listas, incentivando para que cada grupo torne suas listas interessantes, divertidas. Eles poderão usar imagens, símbolos, ou qualquer outro recurso que torne suas listas diferentes, divertidas, alegres e instrutivas (EF15LP07PE) para serem afixadas em sala de aula. Explique que elas servirão de “acordos” feitos entre todos e que, constantemente, você, professor(a), e estudantes se reportarão a elas para verificar se todos estão cumprindo os acordos estabelecidos nas listas. Observe que as listas produzidas pelos estudantes terão em sentido real, uma situação social concreta, dentro da sala de aula. 4ª Etapa: Avaliando, sistematizando aprendizagens e desenvolvendo atitudes de colaboração com os estudantes 24 Professor(a), além das listas que já estão afixadas nas salas, é importante que você elabore mais atividades, inclusive voltando a usar o nome das crianças, para que essa aprendizagem seja constantemente ativa e reflexiva e não apenas um resultado da memória fotográfica fantástica da criança. Nesse sentido, você pode organizar essa sistematização da seguinte forma: a) Construa com eles uma tabela com espaços entrecortados para colocar os nomes dos estudantes colaboradores por semana; b) Corte tarjetas de cartolina em branco para que os estudantes possam escrever, semanalmente, os nomes dos colegas colaboradores que serão colocados na tabela; c) Semanalmente, você, professor(a), escolhe 05 nomes dos estudantes colaboradores que constarão na lista, de forma que, em cada dia da semana, seja definido qual estudante desempenhará a função; d) Após a escolha dos nomes, selecione também 05 estudantes para escrever um dos nomes do colega colaborador (indique para escrever os estudantes cuja escrita você quer observar). Evite indicar que o estudante escreva seu próprio nome, uma vez que ele pode escrever apenas usando a memória visual; e) Após escolher os estudantes colaboradores, dite qual nome vai ser escrito e quem vai escrever. De início, peça que escrevam no caderno. Após você verificar se a escrita está correta, peça que escrevam na tarjeta e coloque na tabela, conforme modelo abaixo e procure sempre colocar os nomes em ordem alfabética, explicando aos estudantes as especificidades dessa ordem: Estudante colaborador SEMANA 04 a 08 de 02/2019 Dias da semana ADRIANA 04/02 BRENO 05/02 CAMILA 06/02 LAÍS 07/02 LUÍZA 08/02 Professor(a), todas as sugestões dadas aqui nessa sequência podem ser desenvolvidas para estudantes do 1º e do 2º anos. Você pode ainda exercitar a interdisciplinaridade com o componente curricular de Matemática, incluindo conteúdos como tabelas, calendário, períodos, dentre outros. 25 5ª etapa: Atividade específica para estudantes do 2º Ano do Ensino Fundamental - Anos Iniciais Para os professores do 2º Ano, sugerimos a construção do gênero textual das músicas preferidas dos estudantes, denominada de “As 10 mais”, na perspectiva de ampliar o gênero lista que já vem sendo trabalhado anteriormente. Para essa atividade, sugerimos a seguinte sequência: Pergunte aos estudantes da turma quais são as suas músicas preferidas. Cada estudante só pode escolher uma música; À medida que os estudantes vão falando, o professor vai elencando as composições no quadro. Quando houver repetição, o professor vai anotando os votos que a música vai tendo; Observe se, no final das falas das crianças, já existem 10 músicas que mais apareceram na relação delas. Caso não existam, diante de todas que foram elencadas, faça uma votação aberta para que escolher as 10 mais votadas. Explique para os estudantes que, juntos, irão construir uma playlist das 10 músicas mais bem votadas, para que, em momentos recreativos, de realização de alguma tarefa quando possam usar a música, elas sejam ouvidas para animar e motivar a realização das atividades; Procure verificar se todos conhecem o gênero, se já o produziram; Explique para os estudantes o que é uma playlist, qual sua funcionalidade e apresente um tutorial para a construção da playlist, como no exemplo que iremos disponibilizar aqui. Passo a passo de como criar uma playlist de músicas: 1º Passo: Escolha qual aplicativo irá utilizar. Para Smarthphones Android e iOS (gratuitos): Spotify, Deezer, Google Play Music, Palco MP3, etc.; 2º Passo: Se o usuário não possuir cadastro, será necessário fazer um; 3º Passo: Se for o primeiro acesso, o usuário deverá escolher suas preferências musicais (gêneros, bandas, cantores); 4º Passo: Selecionar o perfil e no menu de opções “Playlists”; 5º Passo: Criar nova playlist e nomear como desejar; 6º Passo: Pesquisar dentro do aplicativo a música/álbum/cantor preferida(o); 7º Passo: Após selecionar a música escolhida, em opções clica em “Adicionar à Playlist”; 8º Passo: Automaticamente a música vai fazer parte da playlist criada. OBS1: Esse passo a passo foi elaborado tendo como base o aplicativo Deezer. Se o aplicativo usado é o Spotify, basta ir à biblioteca, criar a playlist e adicionar músicas. OBS2: Para uma Playlist de vídeos, usando o YouTube, selecionar o vídeo e clicar em salvar, clicar em “Nova Playlist”, nomear e adicionar o vídeo. 26 Você pode professor (a), à medida que vai falando sobre as etapas do tutorial, já ir construindo a playlist com os estudantes, de forma que quando acabarem as etapas, ela já esteja pronta. Coloque-a para tocar e peça que os estudantes opinem sobre o que acharam da construção dela e da seleção das músicas. Professor(a), lembre-se de que os gêneros midiáticos, como a playlist, já são muito presentes e usados no cotidiano dos estudantes. Portanto, é muito provável que você tenha a colaboração direta e ativa deles na construção desse gênero. Nesse momento, aproveite para valorizar bastante a contribuição dos estudantes nessa atividade e mostre a importância de professores e estudantes construírem juntos o conhecimento, uma vez que os estudantes precisam ser vistos como protagonistas no processo ensino/aprendizagem. É natural que eles tenham outros caminhos mais fáceis e interessantes para construir playlists. Compartilhe com eles e desenvolvam um trabalho interessante e divertido. Procure sempre usar a playlist da turma em várias situações na sala de aula, lembrando que, durante o ano, você pode ir atualizando-a, de forma que todos se sintam contemplados e contenha as músicas que todos gostam de ouvir. 27 DOLZ, J. SCHNEUWLY, B; Gêneros orais e escritos na escola. Tradução R. Rojo e G. S. Cordeiro. Campinas/SP: Mercado das Letras, 2010. MORAIS, A.G. Se a escrita alfabética é um sistema notacional (e não um código), que implicações isso tem para a alfabetização? In: MORAIS, A. G., ALBUQUERQUE, B.C., LEAL, T. L. (org.) Alfabetização: apropriação do sistema de escrita alfabética. MEC, UFPE/CEEL, 2005. ROSA, A. M. M. A explicitação consciente-verbal de conhecimentos sobre o gênero notícia e sua relação com o processo de produção de textos. Recife, UFPE, 2011. REFERÊNCIAS 28
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