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Definição O sistema tegumentar é composto pela pele e seus anexos — as glândulas sudoríparas, as glândulas sebáceas, os folículos pilosos, pêlos e os órgãos digitais (cascos, garras, cornos e chifres). É o maior órgão do corpo, constituindo 16% do peso corporal. Localização/distribuição Localizada em toda a superfície corporal, tornando-se contínuo com as membranas mucosas do sistema digestório (lábios e ânus) com a mucosa do sistema respiratório (nariz); e com a mucosa dos sistemas urinário e genitais, onde atinge a superfície. Além disso, a pele das pálpebras é contínua com a conjuntiva do revestimento da porção anterior dos olhos. A pele também reveste o meato auditivo externo e recobre a superfície externa da membrana timpânica. Variações de apresentação e espessura Tem grandes variações de apresentação com relação a espessura, podendo ser peluda, mais espessa, delgada, enrugada, lisa e etc., o que varia de acordo com espécie, raça, sexo e região corporal. O epitélio estratificado pavimentoso queratinizado da pele é constituído por quatro populações de células: 1. Queratinócitos 2. Melanócitos 3. Células de Langerhans 4. Células de Merkel Origem embrionária: ectoderma Constituição: Epitélio estratificado pavimentoso queratinizado. Revestimento e impermeabilização relativa: é uma barreira impermeabilizante, inespecífica. Proteção: contra lesões, invasão de bactérias e dessecação Defesa: SALT (tecido linfoide associado à pele) que é uma barreira específica. Regulação de temperatura: através da retenção ou perda de calor, pelos processos de convecção e evaporação. Percepção sensorial: percepção táctil, devido a variações de superfície identificadas através de receptores sensoriais e também variações de temperatura e dor. Absorção: da radiação ultravioleta dos raios solares para a síntese de vitamina D e de outras substâncias que podem penetrar a pele. Excreção: a partir das glândulas sudoríparas e sebáceas para se livrar de algo incomum ao organismo Sistema Tegumentar - Pele ESTRUTURA HISTOLÓGICA DA PELE A pele é composta pela epiderme e pela derme subjacente. INTRODUÇÃO FUNÇÕES EPIDERME Ep. estratificado pavimentoso. Epitélio estratificado pavimentoso queratinizado Daniela Costa Localização: é a camada mais profunda da epiderme e está na interface com a derme Espessura: é formado por apenas uma camada de células Sustentação e apoio estrutural: é sustentado por uma lâmina basal e apoiado estrutural e funcionalmente pela derme, camada de onde retira de onde os nutrientes necessários para sua manutenção. Capacidade proliferativa e período de multiplicação celular: A atividade mitótica ocorre principalmente durante a noite e a camada anterior de células é empurrada em direção a superfície para se unir ao estrato espinhoso. Função: tem a função de fazer a reposição celular da epiderme Forma: cúbicas ou cilíndricas baixas Núcleo: grande Afinidade tintorial do citoplasma: basófilos Características de membrana: Possui desmossomos para fazer a adesão das células basais entre si mesmas e com as células do estrato espinhoso e hemidesmossomos para aderir às células da lâmina basal. Os queratinócitos formam a maior população celular da e piderme e estão organizados em 5 estratos ou camadas: basal, espinhoso, granuloso, lúcido e córneo ESTRATO BASAL / GERMINATIVO Morfologia das células Localização: acima do estrato basal Espessura relativa: É a camada mais espessa da epiderme se tiver em superfícies que estão sujeitas a pouca abrasão, caso contrário, o estrato lúcido chega a ser o mais espesso. Formatos: células achatadas - cúbicas baixas Filamentos intermediários de citoqueratina: Tem as mesmas organelas que o estrato basal, entretanto, são mais ricas em tonofilamentos, o que representa um incremento na formação das citoqueratinas. Esses feixes se irradiam para a periferia dos prolongamentos celulares e se associam permitindo a adesão entre células adjacentes através dos desmossomos. Esses prolongamentos são denominados “filamentos intermediários” e dão o aspecto espinhoso as células desses estrato. ESTRATO ESPINHOSO Características morfológicas das células Estrato basal Aspecto espinhoso dos queratinócitos 1 QUERATINÓCITOS Estrato basal circulado em branco Tonofilamentos, tonofibrilas e afinidade tintorial: A medida que os queratinócitos se deslocam em direção à superfície, a produção de tonofilamentos continuam e estes se agrupam formando feixes chamados de tonofibrilas, tornando o citoplasma eosinofílico Grânulos secretores revestidos por membrana: possuem grânulos citoplasmáticos de secreção; os grânulos revestidos por membranas ou grânulos lamelares, que são vesículas achatadas armazenadoras de substâncias lipídicas Capacidade proliferativa das células: ainda possuem atividade mitótica, porém, com menos frequência que o estrato basal. Grânulos: conteúdo, delimitação, dimensão, forma e afinidade tintorial: O citoplasma desses queratinócitos possuem grânulos de querato-hialina, que são grandes, de formato irregular, grosseiros, basófilos e que não são envolvidos por membrana. Os feixes de filamentos de citoqueratina passam através desses grânulos. Liberação de grânulos de secreção (e suas conseqüências): As células desse estrato também contêm os grânulos revestidos por membranas (que foram produzidos quando estes faziam parte do estrato espinhoso), cujo conteúdo é liberados por exocitose no espaço extracelular formando lâminas de uma substância rica em lipídeos, que atua como barreira impermeabilizante. Digestão de constituintes celulares: ocorre uma digestão intracelular dos constituintes celulares como organelas e núcleo Situações nas quais esse estrato não está presente: em regiões que o epitélio é estratificado pavimentoso NÃO queratinizado, como cascos e garras. Estrato basal Localização: É a camada mais superficial da epiderme na qual as células ainda possuem núcleo, e a última camada de células vivas. Espessura: 3 a 5 camadas de células Características morfológicas das células ESTRATO GRANULOSO Estrato espinhoso Estrato espinhoso Estrato basal Estrato espinhoso Estrato granuloso] ] Localização: está presente na epiderme de pele espessa (palma das mãos e dos pés) Espessura: 3 a 5 camadas de células Aspecto geral: células anucleadas, que estão em processo de necrobiose Características morfológicas das células: células achatadas, sem núcleo e sem ESTRATO LÚCIDO Localização: é a camada mais externa Espessura: Várias camadas de queratinócitos, tendo espessura variável de acordo com a abrasão Características morfológicas: as células possuem formato de conchas delgadas, achatadas. Os queratinócitos são intensamente queratinizados, mortos, sem núcleo ou organelas (por isso denominados escamas ou células córneas) que serão descamadas. Descamação: Cada fio é uma geração de queratinócitos interligados por meio de desmossomos, então eles se afrouxam das outras camadas, mas os da mesma camada se mantém aderidos e quando ocorre a descamação, é da camada inteira e não apenas os queratinócitos individuais. ESTRATO CÓRNEO núcleo e sem organelas, com formato de conchas delgadas. Possui uma coloração pálida, de aspecto translúcido. Os queratinócitos desse estrato têm o acumulo de uma substância chamada eleidina, produto de degradação da querato-hialina. Situações nas quais esse estrato está presente: períoplo (região de pele que margeia o casco), espelho nasal, coxins e tetas da maioria das espécies. Localização: estão pontualmente localizados entre os queratinócitos do estrato basal embora também possam estar presentes em porções superficiais da derme. Características morfológicas: são células grandes que possuem prolongamentos ondulados que se estendem e penetram nos espaços intercelulares do estrato espinhoso. Origem embrionária: a partir da crista neural Função: produção e secreção de melanina, que é um dos pigmentos responsáveis pela coloração da pele. Produção e destino da melanina: os melanócitos produzem, atravésdo REG, uma enzima chamada tirosinase, que é armazenada no complexo de Golgi, em grânulos ovais conhecidos como melanossomas. Estrato basal Estrato espinhoso Estrato granuloso ] ] ] Estrato lúcido Estrato basal Estrato espinhoso Estrato granuloso ] ] ] Estrato lúcido Estrato córneo] 2 MELANÓCITOS O aminoácido tirosina é transportado preferencialmente para dentro dos melanossomas, onde a tirosinase a converte em melanina através de uma série de reações. Os melanossomas são mobilizados até as pontas dos longos prolongamentos do melanócito. Uma vez aí, as pontas dos prolongamentos penetram no citoplasma dos queratinócitos do estrato espinhoso e se destacam através de um processo de secreção citócrina. Distribuição e importância da melanina: No queratinócito a melanina vai se distribuir na região supranuclear, semelhantemente a um ‘’chapéu’’. A melanina tem a função de absorver a radiação UV e proteger o núcleo contra as ações lesivas da radiação. Diferenças de pigmentação da pele entre indivíduos de uma mesma espécie: A diferença na pigmentação da pele está mais relacionada à localização da melanina do que ao número total de melanócitos na pele, que é quase o mesmo para todas as raças. Localização, tamanho e número de grânulos transferidos para os queratinócitos: Nos indivíduos de pele escura, os melanossomas são grandes, numerosos, e dispersos por todo o citoplasma dos queratinócitos, enquanto nos indivíduos de pele clara, os melanossomas são menores, em pouca quantidade e agregados nas proximidades do núcleo. Além disso, os melanossomas são degradados e removidos mais rapidamente em peles claras do que em peles escuras. Influências hormonais sobre a atuação dos melanócitos: o ACTH produzido pela hipófise também influência a pigmentação. Na doença de Addison, ocorre produção insuficiente de cortisol pelo córtex supra- renal e, com isso, o ACTH é produzido em excesso, o que leva à hiperpigmentação. Características morfológicas: são células dendríticas, com longos e numerosos prolongamentos Afinidade tintorial: núcleo escuro e citoplasma claro Distribuição: se encontram entre os queratinócitos do estrato espinhoso. Origem: se originam da medula óssea, primariamente como monócitos, depois macrófagos e enfim como células de Langerhans. Função: são células apresentadoras de antígeno (APC), atuando na defesa da pele, de modo que fagocitam e processam os agentes estranhos. Sensibilidade à ação de raios UV: por não ser de linhagem epitelial, essas células não recebem os grânulos de melanina através dos melanócitos e consequentemente ficam 3 CÉLULAS DE LANGERHANS Melanócito Melanócito com seus prolongamentos Melanócitos no estrato basal da epiderme 4 CÉLULAS DE MERKEL Características morfológicas: células alongadas com núcleos grandemente identados. Distribuição: também estão interpostos entre as células do estrato basal, juntamente com os queratinócitos e os melanócitos, onde formam desmossomas e compartilham da mesma lâmina basal das células desse estrato. São especialmente abundantes nas pontas dos dedos, na mucosa oral e na base dos folículos pilosos Origem embrionária: crista neural Função: atuam como mecanorreceptores, na qual se ligam à terminações nervosas sensoriais, captam estímulos e conduzem esses estímulos ao SNC. desprotegidas da radiação UV, dessa forma podem morrer em casos de grande exposição à luz, fragilizando a defesa da pele. Disco tátil Célula de Merkel (M). Terminal nervoso (NT). Prolongamentos semelhantes a espinhos (asteriscos). Desmossomas (d). Lâmina basal (bl) Células de Langerhans entremeadas no estrato espinhoso (seta) da epiderme -Neurona sensitiva DERME Origem embrionária: mesodérmica Constituição: tecido conjuntivo denso não modelado. Localização: abaixo da epiderme CAMADAS Localização: É a camada mais superficial da derme, de contorno irregular Proporção entre células e fibras: é constituída por tecido conjuntivo frouxo cujas delgadas fibras de colágeno dos tipos I e III (fibras reticulares) e as fibras elásticas estão dispostas em redes frouxas. As fibrilas de ancoragem, constituídas por colágeno tipo VII, se estendem da membrana basal para dentro da camada papilar, ligando a epiderme à derme. A camada papilar contém fibroblastos, macrófagos, plasmócitos, mastócitos, e outras células comuns do tecido conjuntivo. Interface com a epiderme: possui invaginações que vem da epiderme que são chamadas de cristas epidérmicas e as projeções da derme que se interdigitam são chamadas de papilas dérmicas. Vascularização: é bastante vascularizada, com alças capilares com função de regulara temperatura e nutrir as células da epiderme. Presença de mecanorreceptores: os corpúsculos de Meissner, são mecanorreceptores especializados em Derme papilar HIPODERME Localização: é a camada mais profunda da derme. Proporção entre células e fibras: é constituída por um tecido conjuntivo denso não modelado, apresentando espessas fibras de colágeno tipo I, e possui redes de espessas fibras elásticas entremeadas com as fibras colágenas, sendo especialmente abundantes nas proximidades das glândulas sebáceas e sudoríparas. Presença de mecanorreceptores: há, pelo menos, dois tipos de mecanorreceptores encapsulados: os corpúsculos de Pacini, os quais respondem a pressão e vibrações, e os corpúsculos de Rufini, que respondem às forças de tensão. Derme reticular responder a pequenas deformações da epiderme. Estes receptores são mais comuns em áreas da pele que são especialmente sensíveis aos estímulos táteis (p. ex., lábios, genitália externa e mamilos). Papila dérmica 2. Crista epidérmica 3. Derme1. papilar 4. Derme reticular Derme Definição: a hipoderme não faz parte da pele, mas constitui a fáscia superficial (no contexto da dissecção anatômica), a qual cobre todo o corpo. Localização: abaixo da derme Função: isolamento térmico, modelagem da superfície corporal, absorção de choques e preenchimento para a fixação de órgãos. Constituição: um tecido conjuntivo frouxo contendo quantidades variáveis de tecido adiposo Panículo adiposo: Indivíduos obesos ou que vivem em locais de climas frios possuem uma grande quantidade de gordura depositada na hipoderme chamada de panículo adiposo. Epiderme Derme Hipoderme
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