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Eletricidade básica - Prática SENAI-SP � INTRANET AA229-05 Aprendizagem Industrial Eletricista de Manutenção Eletricidade básica Prática Eletricidade básica - Prática SENAI-SP � INTRANET AA229-05 Eletricidade Básica - Prática SENAI-SP, 2005 2ª Edição. Trabalho revisado pela Escola SENAI �Roberto Simonsen� - CFP 1.01 e editorado por Meios Educacionais da Gerência de Educação da Diretoria Técnica do SENAI-SP. Revisão de conteúdos Antônio Hernandes Gonçalves (CFP 1.01) Paulo Dirceu Bonami Briotto (CFP 1.01) Demércio Claudinei Lopes (CFP 1.01) 1a Edição. Elaboração, 1998. Trabalho elaborado pela Divisão de Recursos Didáticos da Diretoria de Educação do Departamento Regional do SENAI-SP. Equipe responsável Coordenação geral Adilson Tabain Kole Coordenação Célio Torrecilha Elaboração Airton Almeida de Moraes Regina Célia Roland Novaes Conteúdo técnico Airton Almeida de Moraes Júlio César Caetano Ilustrações José Joaquim Pecegueiro José Luciano de Souza Filho Capa José Joaquim Pecegueiro Contato: meiosedu@sp.senai.br SENAI Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial Departamento Regional de São Paulo Av. Paulista, 1.313 - Cerqueira César São Paulo � SP CEP 01311-923 Telefone Telefax SENAI on-line (0XX11) 3146-7000 (0XX11) 3146-7230 0800-55-1000 E-mail Home page senai@sp.senai.br http://www.sp.senai.br Eletricidade básica - Prática SENAI-SP � INTRANET AA229-05 Sumário Parte I: Tecnologia aplicada Apresentação 5 Normas técnicas 7 Diagramas elétricos 15 Ferramentas para instalações elétricas 25 Utensílios para eletricistas 31 Condutores elétricos 37 Técnicas de conexão de condutores elétricos 43 Instrumentos de medição 51 Proteção contra os perigos da energia elétrica 65 Aterramento 71 Dispositivos de proteção, acionamento e sinalização 81 Dispositivos de manobra, ligação e conexão 95 Lâmpadas incandescentes 103 Luminárias para lâmpadas fluorescentes 107 Noções de ergonomia 117 Riscos ergonômicos 139 Prevenção de incêndios 149 Descarte de materiais 159 Parte II: Ensaios Emendar, soldar e isolar condutores 169 Medir grandezas elétricas 175 Medir resistência elétrica 183 Comprovar a lei de Ohm 187 Instalar tomada, interruptor e lâmpada 193 Instalar duas lâmpadas incandescentes 197 Instalar luminária 199 Instalar motor monofásico 201 Eletricidade básica - Prática SENAI-SP � INTRANET AA229-05 Instalar motor trifásico 203 Instalar motor trifásico com inversão de rotação 207 Indicações de Normas 211 Referências bibliográficas 215 Eletricidade básica - Prática SENAI-SP – INTRANET AA229-05 5 Apresentação Caro Aluno Neste momento você está iniciando seus estudos na área de Eletricidade no Curso de Aprendizagem Industrial do SENAI. O principal objetivo deste estudo é fazer você conhecer não só os princípios e as leis que comandam o funcionamento dos circuitos elétricos, mas também as características de componentes e instrumentos de medição usados no dia-a-dia do profissional dessa área. Para isso, o presente volume, Eletricidade Básica: Prática Profissional está dividido em duas partes: Tecnologia Aplicada, que complementa os conceitos teóricos que você já estudou com informações tecnológicas sobre ferramentas, instrumentos, componentes, equipamentos e normas de segurança para a realização das atividades práticas e Ensaios, que tem o objetivo de comprovar experimentalmente os conceitos e aplicar na prática todos os conteúdos teóricos estudados. Trata-se de um material de referência preparado com todo o cuidado para ajudá-lo em sua caminhada rumo ao sucesso profissional. Por isso desejamos que ele seja não apenas a porta de entrada para o maravilhoso mundo da elétrica, mas também que indique os inúmeros caminhos que este mundo pode fornecer quando se tem curiosidade, criatividade e vontade de aprender. Eletroeletrônica Tecnologia aplicada e ensaios6 Eletricidade básica - Prática SENAI-SP – INTRANET AA229-05 7 Normas técnicas Se observarmos a natureza, será possível perceber que existem, no ambiente em que vivemos, elementos que se repetem. Exemplos disso são os movimentos dos astros, os formatos das folhas, a estrutura cristalina de determinadas substâncias. Seguindo essa tendência natural, quando o ser humano começou a viver em comunidade, precisou usar normas de convivência, de linguagem, de padrões de comportamento. Conforme foi descobrindo ou inventando armas, ferramentas, objetos de uso doméstico, o homem percebeu também as vantagens de usar normas e procedimentos uniformizados. Isso se tornou ainda mais necessário quando a Revolução Industrial, que começou no fim do século XVIII, fez surgir a produção em massa, ou seja, a fabricação de um mesmo produto em grandes quantidades. Para racionalizar custos de produção e facilitar o uso e manutenção dos produtos fabricados, começaram a surgir critérios de padronização que reduziram a variedade de tamanhos e formatos das peças, diminuindo a quantidade de itens de estoque e facilitando a vida do consumidor. O que é normalização? A padronização foi o primeiro passo para a normalização. Esta nada mais é do que um conjunto de critérios estabelecidos entre as partes interessadas, ou seja, técnicos, engenheiros, fabricantes, consumidores e instituições, para padronizar produtos, simplificar processos produtivos e garantir um produto confiável que atenda às necessidades de seu usuário. Eletricidade básica - Prática SENAI-SP – INTRANET AA229-058 Do processo de normalização surgem as normas que são documentos que contêm informações técnicas para uso de fabricantes e consumidores. Elas são elaboradas a partir da experiência acumulada na indústria e no uso, e a partir dos avanços tecnológicos que vão sendo incorporados à criação e fabricação de novos produtos. O processo de normalização que se iniciou por volta de 1900 e se estendeu até os anos 80, concentrou seus esforços na criação de normas que visavam à especificação e à definição de produtos industriais, agrícolas e outros. Nesse período, a maior atenção da normalização esteve voltada para a padronização de peças usadas na construção de máquinas e de equipamentos. Atualmente as normas englobam questões relativas a terminologias, glossários de termos técnicos, símbolos e regulamentos de segurança entre outros. Por causa disso, os objetivos atuais da normalização referem-se à: • Simplificação, ou seja, à limitação e redução da fabricação de variedades desnecessárias de um produto; • Comunicação, ou seja, ao estabelecimento de linguagens comuns que facilitem o processo de comunicação entre fabricantes, fornecedores e consumidores; • Economia global, isto é, à criação de normas técnicas internacionais que permitam o comércio de produtos entre países; • Segurança, quer dizer, à proteção da saúde e da vida humana; • Proteção dos direitos do consumidor, isto é, à garantia da qualidade do produto. Normas técnicas brasileiras O atual modelo brasileiro de normalização foi implantado a partir de 1992 e tem o objetivo de descentralizar e agilizar a elaboração de normas técnicas. Para isso, foram criados o Comitê Nacional de Normalização (CNN) e o Organismo de Normalização Setorial (ONS). O CNN tem a função de estruturar todo o sistema de normalização, enquanto que cada ONS tem como objetivo agilizar a produção de normas específicas de seus setores. Para que os ONS passem a elaborar normas de âmbito nacional, eles devem se credenciar e ser supervisionados pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Eletricidade básica - Prática SENAI-SP – INTRANET AA229-05 9 A ABNT é uma entidade privada, sem fins lucrativos e a ela compete coordenar, orientar e supervisionar o processo de elaboração de normas brasileiras, bem como elaborar, editar e registrar as referidas normas (NBR). Para que os produtos brasileiros sejam aceitos nos mercados internacionais, as normas da ABNT devem ser elaboradas, de preferência, seguindo diretrizes e instruções de associações internacionais de normalização como a ISO (International Standard Organization), com sede em Genebra,na Suíça, e que significa Organização Internacional de Normas) e a IEC (International Eletrotechnical Commission, que quer dizer, Comissão Internacional de Eletrotécnica) utilizando a forma e o conteúdo das normas internacionais, acrescentando-lhes, quando necessário, as particularidades do mercado nacional. A ABNT é responsável pela elaboração dos seguintes tipos de normas: • Normas de procedimento que fornecem orientações sobre a maneira correta de empregar materiais e produtos; executar cálculos e projetos; instalar máquinas e equipamentos; realizar controle de produtos; • Normas de especificação que fixam padrões mínimos de qualidade para os produtos; • Normas de padronização que fixam formas, dimensões e tipos de produtos usados na construção de máquinas, equipamentos e dispositivos mecânicos; • Normas de terminologia que definem, com precisão, os termos técnicos aplicados a materiais, máquinas, peças e outros artigos; • Normas de classificação que ordenam, distribuem ou subdividem conceitos ou objetos, bem como estabelecem critérios de classificação a serem adotados; • Normas de métodos de ensaio que determinam a maneira de se verificar a qualidade das matérias-primas e dos produtos manufaturados. • Normas de simbologia que estabelecem convenções gráficas para conceitos, grandezas, sistemas ou partes de sistemas, com a finalidade de representar esquemas de montagem, circuitos, componentes de circuitos, fluxogramas etc. Observação A simbologia facilita a comunicação entre fabricantes e consumidores. Sem códigos normalizados, cada fabricante teria que escrever extensos manuais para informar as características dos equipamentos, projetos, desenhos, diagramas, circuitos, esquemas de seus produtos. Eletricidade básica - Prática SENAI-SP – INTRANET AA229-0510 Normas para eletricidade/eletrônica Para existir, uma norma percorre um longo caminho. No caso de eletricidade, ela é discutida inicialmente no COBEI - Comitê Brasileiro de Eletricidade. O COBEI tem diversas comissões de estudos formada por técnicos que se dedicam a cada um dos assuntos específicos, que fazem parte de uma norma. Estes profissionais, muitas vezes partem de um documento básico sobre o tema a ser normatizado, produzido pelo IEC. Como este documento é feito por uma comissão internacional, ele precisa, como já foi dito, ser adaptado para ser aplicado no Brasil. Feitos os estudos, tem-se um projeto de norma que recebe um número da ABNT, é votado por seus sócios e retorna à comissão técnica que pode aceitar ou não as alterações propostas na votação. Se aprovado, transforma-se em norma ABNT que, em seguida é encaminhada ao INMETRO - Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (órgão federal ligado ao Ministério da Justiça), onde receberá uma classificação e será registrada. Esta norma poderá ser uma NBR1, o que a torna obrigatória; uma NBR2, obrigatória para órgãos públicos e chamada de referendada; ou uma NBR3, chamada de registrada e que pode ou não ser seguida. Eletricidade básica - Prática SENAI-SP – INTRANET AA229-05 11 O organograma simplificado da ABNT, mostrado a seguir, representa o trajeto seguido por uma norma até que ela seja aprovada. Periodicamente, as normas devem ser revistas. Em geral, esse exame deve ocorrer em intervalos de cinco anos. Todavia, o avanço tecnológico pode determinar que algumas normas sejam revistas em intervalos menores de tempo. O consumidor e a norma No relacionamento fabricante-consumidor, o consumidor é a parte que mais se beneficia com produtos fabricados segundo normas oficiais, pois quanto maior o número de normas implantadas para se fabricar um produto qualquer, maior a qualidade do produto e, portanto, maior é a confiança do consumidor. Além disso, fabricar produtos segundo normas aceitas internacionalmente é um fator muito importante para a colocação desses produtos no mercado externo. Eletricidade básica - Prática SENAI-SP – INTRANET AA229-0512 Se as normas já eram importantes, com o código de defesa do consumidor as normas técnicas da ABNT estão assumindo um papel ainda mais importante, já que se tornaram verdadeiras referências sobre qualidade e produto. A ABNT é aberta à população e é possível associar-se a ela e receber normas atualizadas. Mesmo não sendo sócio, qualquer cidadão pode fazer consultas ou adquirir normas no seguinte endereço: Rua Marquês de Itu, 88 - 4o andar São Paulo - CEP 01223-000 Tel.: (011) 222-0966 e-mail: http://www.abnt.org.br Exercícios 1. Assinale a alternativa correta: a. As organizações ISO e IEC elaboram normas: 1. ( ) nacionais, para uso restrito em alguns países. 2. ( ) para setores específicos do setor produtivo. 3. ( ) internacionais, para uso comum de vários países. 4. ( ) para uso interno de algumas empresas. b. As mais importantes associações internacionais responsáveis pela elaboração de normas válidas para diversos países são: 1. ( ) ISO, ABNT. 2. ( ) ISO, IEC. 3. ( ) IEC, ABNT. 4. ( ) ABNT, DIN. c. Faça a analogia entre a descrição e o respectivo objetivo da normalização, numerando a coluna da direita de acordo com a da esquerda. Atenção! Um dos parênteses ficará vazio! 1. Reduzir variedades de dimensões e padrões, definir terminologia comum e coerente para facilitar a fabricação e o uso dos produtos. 2. Padronizar termos técnicos, criando uma linguagem comum para facilitar a relação entre fabricantes, fornecedores e ( ) economia global ( ) segurança ( ) interesse do consumidor ( ) diversificação Eletricidade básica - Prática SENAI-SP – INTRANET AA229-05 13 consumidores. 3. Obter produtos com qualidade, custo reduzido, menor índice de refugo, menor quantidade de itens de estoque. 4. Proteger a saúde, a vida humana e o bem- estar da sociedade. 5. Garantir satisfação com a qualidade e eficiência do produto. ( ) simplificação ( ) comunicação 2. Responda às seguintes perguntas: a. Qual é o nome da organização responsável pela elaboração das normas técnicas no Brasil? b. Quantos e quais são os tipos de normas que esse órgão elabora? Eletricidade básica - Prática SENAI-SP – INTRANET AA229-0514 Eletricidade básica - Prática SENAI-SP – INTRANET AA229-05 15 Diagramas elétricos Para a execução de uma instalação elétrica, o eletricista deve ter à sua disposição, uma série de dados importantes tais como: a localização dos elementos na planta do imóvel, a quantidade e seção dos fios que passarão dentro de cada eletroduto, qual o trajeto da instalação, a distribuição dos dispositivos e circuitos e seu funcionamento. Todos esses dados estão contidos neste capítulo que falará sobre diagramas de instalação. Nele você verá que existem diversos tipos de diagramas, conhecerá suas características, simbologia e modo de utilização. Diagrama elétrico Diagrama elétrico é a representação de uma instalação elétrica ou parte dela por meio de símbolos gráficos, definidos nas normas NBR 5259, NBR 5280, NBR 5444, NBR 12519, NBR 12520 e NBR 12523. Dos diagramas existentes, estudaremos neste capítulo três: • Diagrama funcional; • Diagrama multifilar; • Diagrama unifilar. O diagrama funcional apresenta todo o sistema elétrico e permite interpretar com rapidez e clareza o funcionamento ou a seqüência funcional dos circuitos. Esse tipo de diagrama não se preocupa com a posição física dos componentes da instalação elétrica. Eletricidade básica - Prática SENAI-SP – INTRANET AA229-0516 A figura a seguir mostra um exemplo de diagrama funcional de um circuito composto por um interruptor simples, uma tomada e uma lâmpada. O diagrama multifilar é usado somente para os circuitos elementares, pois é de difícil interpretação quando o circuito é complexo. É um diagrama que representa todo sistema elétrico em seus detalhes e todos os condutores. Veja na figura a seguir, um exemplo de diagrama multifilar mostrando um circuito composto de um interruptor simples, uma tomada e uma lâmpada. O diagrama unifilar apresenta as partes principais de um sistema elétrico e identifica o númerode condutores. O trajeto dos condutores é representado por um único traço. Esse tipo de diagrama geralmente representa a posição física dos componentes da instalação, porém não representa com clareza o funcionamento e a seqüência funcional dos circuitos. É o tipo de diagrama mais usado em instalações elétricas prediais. Eletricidade básica - Prática SENAI-SP – INTRANET AA229-05 17 A figura a seguir apresenta um diagrama unifilar do circuito elétrico composto por um interruptor simples, uma tomada e uma lâmpada. Os símbolos gráficos usados neste diagrama são definidos pela norma NBR 5444, para serem usados em planta baixa (arquitetônica) do imóvel. Nesta planta é indicada a localização exata dos circuitos de luz, de força, de telefone e seus respectivos aparelhos. Veja na tabela a seguir, a simbologia do sistema unifilar para instalações elétricas prediais (NBR 5444). No. Símbolo Significado Observações Dutos e distribuição 1 Eletroduto embutido no teto ouparede 2 Eletroduto embutido no piso 3 Telefone no teto 4 Telefone no piso Para todas as dimensões em milímetros, indicar a seção, se esta não for de 15 mm. 5 Tubulação para campainha, som,anunciador ou outro sistema Indicar na legenda o sistema passante. 6 Condutor de fase no interior doeletroduto 7 Condutor neutro no interior doeletroduto Cada traço representa um condutor. Indicar a seção, no do circuito e a seção dos condutores, exceto se forem de 1,5 mm2. 8 Condutor de retorno no interior doeletroduto 9 Condutor terra no interior doeletroduto 10 Condutor positivo no interior doeletroduto 11 Condutor negativo no interior doeletroduto 12 Cordoalha de terra Indicar a seção utilizada; em 50.significa 50 mm2 Eletricidade básica - Prática SENAI-SP – INTRANET AA229-0518 13 Leito de cabos com um circuito passante composto de: três fases, cada um por dois cabos de 25 mm2 mais cabos de neutro de seção 10 mm2 25. significa 25 mm2 10. significa 10 mm2 14 Caixa de passagem no piso Dimensões em mm. 15 Caixa de passagem no teto Dimensões em mm. 16 Caixa de passagem na parede Indicar a altura e se necessáriofazer detalhe (dimensões em mm). 17 Eletroduto que sobe 18 Eletroduto que desce 19 Eletroduto que passa descendo 20 Eletroduto que passa subindo 21 Sistema de calha de piso No desenho aparecem quatro sistemas que são habitualmente: I- Luz e força; II- Telefone (TELEBRÁS); III- Telefone (P(A)BX, KS, ramais); Especiais (COMUNICAÇÕES). 22 Condutor seção 1,0 mm 2, fase para campainha 23 Condutor seção 1,0 mm 2, neutro para campainha Se for de seção maior, indicá-la. 24 Condutor seção 1,0 mm 2, retorno para campainha Quadros de distribuição 25 Quadro parcial de luz e forçaaparente Indicar as cargas de luz em watts e de força em W ou kW. 26 Quadro parcial de luz e forçaembutido 27 Quadro geral de luz e forçaaparente 28 Quadro geral de luz e forçaembutido 29 Caixa de telefones Eletricidade básica - Prática SENAI-SP – INTRANET AA229-05 19 30 Caixa para medidor Interruptores 31 Interruptor de uma seção A letra minúscula indica o pontocomandado. 32 Interruptor de duas seções As letras minúsculas indicam ospontos comandados. 33 Interruptor de três seções As letras minúsculas indicam ospontos comandados. 34 Interruptor paralelo ou three-way A letra minúscula indica o pontocomandado. 35 Interruptor intermediário ou four-way A letra minúscula indica o ponto comandado. 36 Botão de minuteria 37 Botão de campainha na parede(ou comando à distância) 38 Botão de campainha no piso (oucomando a distância) Nota: Os símbolos de 31 a 38 são para plantas; os de 39 a 46 são para diagramas. 39 Fusível Indicar a tensão, correntesnominais. 40 Chave seccionadora com fusíveis,abertura sem carga Indicar a tensão, correntes nominais. Ex.: chave tripolar. 41 Chave seccionadora com fusíveis,abertura em carga Indicar a tensão, correntes nominais. Ex.: chave bipolar. 42 Chave seccionadora aberturasem carga Indicar a tensão, correntes nominais. Ex.: chave monopolar. 43 Chave seccionadora abertura emcarga Indicar a tensão, correntes nominais. 44 Disjuntor a óleo Indicar a tensão, corrente, potência, capacidade nominal de interrupção e polaridade. 45 Disjuntor a seco Indicar a tensão, corrente potência, capacidade nominal de interrupção e polaridade através de traços. 46 Chave reversora Eletricidade básica - Prática SENAI-SP – INTRANET AA229-0520 Luminárias, refletores, lâmpadas 47 Ponto de luz incandescente no teto. Indicar o no de lâmpadas e a potência em watts. A letra minúscula indica o ponto de comando e o número entre dois traços o circuito correspondente. 48 Ponto de luz incandescente naparede (arandela). Deve-se indicar a altura da arandela. 49 Ponto de luz incandescente no teto(embutido). 50 Ponto de luz fluorescente no teto (indicar o no. de lâmpadas e na legenda o tipo de partida e reator). A letra maiúscula indica o ponto de comando e o número entre dois traços o circuito correspondente. 51 Ponto de luz fluorescente naparede. Deve-se indicar a altura da luminária. 52 Ponto de luz fluorescente no teto(embutido). 53 Ponto de luz incandescente no teto em circuito vigia (emergência). 54 Ponto de luz fluorescente no tetoem circuito vigia (emergência). 55 Sinalização de tráfego (rampas,entradas, etc.). 56 Lâmpada de sinalização. 57 Refletor. Indicar potência, tensão e tipo delâmpadas. 58 Poste com duas luminárias parailuminação externa. Indicar potências, tipo de lâmpadas. 59 Lâmpada obstáculo. 60 Minuteria. Diâmetro igual ao do interruptor. 61 Ponto de luz de emergência na parede com alimentação independente. 62 Exaustor. 63 Motobomba para bombeamento da reserva técnica de água para combate a incêndio. Eletricidade básica - Prática SENAI-SP – INTRANET AA229-05 21 Tomadas 64 Tomada de luz na parede, baixo(300 mm do piso acabado). 65 Tomada de luz a meio a altura(1.300 mm do piso acabado). 66 Tomada de luz alta (2.000 mm dopiso acabado). 67 Tomada de luz no piso. 68 Saída para telefone externo naparede (rede Telebrás). A potência deverá ser indicada ao lado em VA (exceto se for de 100 VA), como também o número do circuito correspondente e a altura da tomada, se for diferente da normalizada; se a tomada for de força, indicar o número de W ou kW. 69 Saída para telefone externo naparede a uma altura “h”. Especificar “h”. 70 Saída para telefone interno naparede. 71 Saída para telefone externo nopiso. 72 Saída para telefone interno no piso. 73 Tomada para rádio e televisão. 74 Relógio elétrico no teto. 75 Relógio elétrico na parede. 76 Saída de som, no teto. 77 Saída de som, na parede. Indicar a altura “h”. 78 Cigarra. 79 Campainha. 80 Quadro anunciador. Dentro do círculo, indicar o número de chamadas em algarismos romanos. Eletricidade básica - Prática SENAI-SP – INTRANET AA229-0522 Motores e transformadores 81 Gerador. Indicar as características nominais 82 Motor. Indicar as características nominais 83 Transformador de potência. Indicar a relação de tensões evalores nominais 84 Transformador de corrente (umnúcleo). 85 Transformador de potencial. 86 Transformador de corrente (doisnúcleos). Indicar a relação de espiras, classe de exatidão e nível de isolamento. A barra de primário deve ter um traço mais grosso. 87 Retificador. Acumuladores 88 Acumulador ou elementos depilha. a) O traço longo representa o pólo positivo e o traço curto, o pólo negativo. b) Este símbolo poderá ser usado para representar uma bateria se não houver risco de dúvida. Neste caso, a tensão ou o no e o tipo dos elementos devem(m) ser indicado(s). 89 Bateria de acumuladores oupilhas. Forma 1. Sem indicação do número de elementos. 90 Bateria de acumuladores oupilhas. Forma 2. Sem indicação do número de elementos. Eletricidade básica - Prática SENAI-SP – INTRANET AA229-05 23 Como exemplo, é apresentado a seguir um esquema da instalação elétrica de uma residência, na planta baixa. Exercícios 1. Resolva os exercícios a seguir: a. Qual é a diferença entre os diagramasmultifilar e funcional? b. O que é diagrama elétrico? Eletricidade básica - Prática SENAI-SP – INTRANET AA229-0524 c. Qual tipo de diagrama é mais usado em instalações elétricas prediais? d. Qual é a norma da ABNT que define os símbolos gráficos para serem usados em plantas baixas, em instalações elétricas prediais? 2. Complete a tabela que segue com os respectivos símbolos. a. Eletroduto embutido no teto ou parede b. Eletroduto embutido no piso c. Telefone no teto d. Condutor neutro no interior do eletroduto e. Condutor de retorno no interior do eletroduto f. Interruptor de duas seções g. Campainha h. Retificador i. Tomada de luz na parede, baixo (300mm do piso acabado) j. Tomada de luz a meio a altura (1.300mm do piso acabado) k. Motor l. Ponto de luz incandescente no teto. Indicar o número de lâmpadas e a potência em watts Eletricidade básica - Prática SENAI-SP – INTRANET AA229-05 25 Ferramentas para instalações elétricas Para a realização de suas tarefas do dia-a-dia, o profissional da área eletroeletrônica necessita não só do conhecimento teórico, mas também de uma série de equipamentos, componentes e ferramentas que o auxiliam nesse trabalho. Neste capítulo serão estudadas as ferramentas mais usadas em eletricidade, ou seja, alicates e chaves de fenda. Alicates O alicate é uma ferramenta de aço forjado composta de dois braços e um pino de articulação. Cada uma das extremidades de cada braço (cabeça) pode ser em formato de garras, de lâminas de corte ou de pontas que servem para segurar, cortar, dobrar ou retirar peças de determinadas montagens. Existem vários modelos de alicates, cada um adequado a um tipo de trabalho. Em serviços de eletricidade, os alicates mais usuais são os seguintes: • Alicate universal; • Alicate de corte diagonal; • Alicate de bico; • Alicate decapador; • Alicate gasista. Eletricidade básica - Prática SENAI-SP – INTRANET AA229-0526 O alicate universal é o modelo mais conhecido e usado de toda a família dos alicates. Os tipos existentes no mercado variam principalmente em relação ao acabamento e ao formato da cabeça. Esse tipo de alicate é uma das principais ferramentas usadas pelo eletricista, pois serve para prender, cortar ou dobrar condutores. Este alicate é composto de dois braços articulados por um pino ou eixo, que permite abri-lo e fechá-lo, e em uma das extremidades se encontram suas mandíbulas. São encontrados nos comprimentos de 150mm, 165mm, 175mm, 190mm, 200mm, 210mm e 215mm. O alicate de corte diagonal serve para cortar condutores. É encontrado nos comprimentos de 130mm e 160mm. Eletricidade básica - Prática SENAI-SP – INTRANET AA229-05 27 Alicate de bico redondo é utilizado para fazer olhal em condutores com diâmetros diferentes, de acordo com o parafuso de fixação. É encontrado nos comprimentos de 130mm e 160mm. O alicate decapador possui mandíbulas reguláveis para decapar a isolação com rapidez e sem danificar o condutor. Tem comprimento padronizado conforme o diâmetro do condutor. Outro alicate usado pelo eletricista instalador é o alicate gasista, também chamado de alicate bomba d’água, que possui mandíbulas reguláveis, braços não isolados e não tem corte. Serve para montar rede de eletrodutos, e especificamente buchas e arruelas. É encontrado nos comprimentos de 160mm, 200mm e 250mm. Eletricidade básica - Prática SENAI-SP – INTRANET AA229-0528 Chave de fenda A chave de fenda comum ou chave de parafuso é uma ferramenta manual utilizada para apertar e desapertar parafusos que apresentam uma fenda ou ranhura em suas cabeças. Ela é constituída por uma haste de aço-carbono ou aço especial, com uma das extremidades forjada em forma de cunha e outra, em forma de espiga prismática ou cilíndrica estriada, encravada solidamente em um cabo. O cabo normalmente é feito de material isolante rígido com ranhuras longitudinais que permitem uma boa empunhadura do operador e impedem que a ferramenta escorregue da mão. A região da cunha da chave de fenda é temperada para resistir à ação cortante das ranhuras existentes nas fendas dos parafusos. O restante da haste deve apresentar uma boa tenacidade para resistir ao esforço de torção quando a chave de fenda estiver sendo utilizada. Para permitir o correto ajuste na fenda do parafuso, as chaves de fenda comuns de boa qualidade apresentam as faces esmerilhadas em planos paralelos, próximo ao topo. Eletricidade básica - Prática SENAI-SP – INTRANET AA229-05 29 A finalidade dessas faces esmerilhadas é dificultar o escorregamento da cunha na fenda do parafuso quando ele está sendo apertado ou desapertado. Isso evita que a fenda do parafuso fique danificada e protege o operador de acidentes devidos ao escorregamento da ferramenta Além da chave de fenda comum, existem alguns outros modelos indicados para o uso em trabalhos da área eletroeletrônica. Elas são: • Chave Philips; • Chave tipo canhão. Chave Philips A chave Philips é uma variante da chave de fenda. Nela, a extremidade da haste, oposta ao cabo, tem o formato de cruz. É usada em parafusos que usam este tipo de fenda. Chave tipo canhão A chave tipo canhão tem na extremidade de sua haste um alojamento com dimensões iguais às dimensões externas de uma porca. Esse tipo de chave serve para a colocação de porcas. Conservação e condições de uso Como qualquer outra ferramenta, a chave de fenda requer cuidados especiais de manuseio e armazenamento. Eletricidade básica - Prática SENAI-SP – INTRANET AA229-0530 Para que a chave de fenda se mantenha em perfeito estado para uso, deve-se seguir os seguintes cuidados de manuseio: • Não usar o cabo da chave como um martelo; • Não usar a chave para cortar, raspar ou traçar qualquer material; • Usar a chave adequada ao tamanho e tipo do parafuso; • Jamais esmerilhar ou limar a cunha da chave. Para evitar acidentes, ao apertar parafusos, a peça deve estar apoiada em um lugar firme. Do contrário, a chave poderá escorregar e causar ferimentos na mão que estiver segurando a peça. Exercícios 1. Responda às seguintes questões: a. Quais são as ferramentas mais usada nas atividades da área eletroeletrônica? b. Qual dos alicates estudados nesta lição serve para prender, cortar e dobrar condutores? c. Qual é a função do alicate bomba d’água? 2. Associe a coluna da esquerda com a coluna da direita. a. alicate decapador b. alicate de bico c. alicate de corte diagonal d. chave tipo canhão e. chave Philips ( ) Serve para cortar condutores. ( ) Tem uma fenda no formato de cruz. ( ) Decapa a isolação de condutores. ( ) Serve para montar redes de eletrodutos. ( ) Faz olhal em condutores. ( ) Serve para colocação de porcas. Eletricidade básica - Prática SENAI-SP – INTRANET AA229-05 31 Utensílios para eletricistas Para executar seu trabalho, muitas vezes o eletricista precisa, além de ferramentas como alicates e chaves, de equipamentos adicionais que o auxiliem na execução de determinadas tarefas. Neste capítulo, serão apresentados três utensílios que ajudam o eletricista em seu trabalho. Serão mostradas também as formas corretas de sua utilização. Escadas A escada é um equipamento utilizado pelo eletricista para que possa realizar trabalhos em diferentes alturas. Elas são encontradas basicamente em três modelos diferentes: • Escada simples; • Escada dupla; • Escada com apoio. A escada simples é constituída basicamente por degraus e pernas. Esse tipo de escada só pode ser usado em locais que ofereçam apoio a sua parte superior, como por exemplo paredes. Eletricidade básica - Prática SENAI-SP – INTRANET AA229-0532 O apoio contra as paredes deve ter uma inclinação tal, que os pés fiquem distantes da parede aproximadamente ¼ do comprimento “L”. Antes de subir na escada, é necessário certificar-se de que os pés da escada estejam firmemente apoiados ao chão. Se o piso for escorregadio, use um tapete de borracha no apoio dos pés da escada. Ao utilizar essa escada, deve-se solicitar o auxílio de outra pessoa para segurá-la firmemente antes da subida. Se possível, oúltimo degrau deve ser amarrado no ponto de apoio para que a escada não escorregue de lado. Eletricidade básica - Prática SENAI-SP – INTRANET AA229-05 33 As escadas dupla e com apoio são semelhantes na forma construtiva, diferindo apenas na utilização. A escada dupla permite a subida de duas pessoas, enquanto que a escada com apoio permite a subida de somente uma. Esses tipos de escada não precisam ser apoiadas em paredes, porque possuem dois lados que se abrem com o auxílio de uma dobradiça. Além disso, um braço articulado mantém a escada na posição aberta. Cinto porta-ferramentas Esse cinto é um equipamento de segurança usado não só para proteger o eletricista contra quedas, mas também para transportar as ferramentas de forma prática e organizada, uma vez que, para evitar acidentes nunca se deve carregar ferramentas no bolso. Eletricidade básica - Prática SENAI-SP – INTRANET AA229-0534 O cinto deve ser colocado na cintura com as ferramentas encaixadas nos espaços separados para cada uma; alicates, chaves de fendas e canivete. Guia de náilon O guia de náilon é utilizado para facilitar a passagem dos condutores nos eletrodutos. Na ponta desse utensílio existe uma mola com uma esfera para guiar a haste de nailon através das curvas. Na outra extremidade do guia, a fixação dos condutores é feita por meio do olhal metálico, conforme ilustração a seguir. Após feitas as amarrações, e antes de introduzir o guia através do eletroduto, estas devem ser isoladas com fita isolante. As amarrações devem receber uma camada de vaselina ou talco industrial, fabricados para esse fim, à medida que o guia e as fiações forem sendo introduzidas. Isto é feito para facilitar a passagem dos condutores pelos eletrodutos. Eletricidade básica - Prática SENAI-SP – INTRANET AA229-05 35 Exercício 1. Responda as questões a seguir: a. Quais são os modelos de escadas existentes? b. O que deve ser feito quando se utiliza uma escada simples em pisos escorregadios? c. Qual é a diferença entre a escada simples e a dupla? d. Qual é a função do cinto porta-ferramentas? e. Quando a guia de náilon deve ser usada? Eletricidade básica - Prática SENAI-SP – INTRANET AA229-0536 Eletricidade básica - Prática SENAI-SP – INTRANET AA229-05 37 Condutores elétricos Nas lições anteriores, você aprendeu que para a eletricidade poder ser utilizada, precisa da existência de um circuito por onde possa circular a corrente elétrica. Você estudou, também, que o circuito elétrico mais simples é composto por três componentes: a fonte geradora, a carga e o condutor. Nesta lição, vão ser estudados os diferentes tipos de condutores que podem ser usados nos mais variados tipos de instalações elétricas. Para obter sucesso no estudo dos condutores, é necessário ter conhecimentos anteriores sobre materiais condutores. Materiais para a fabricação de condutores Como já foi estudado, condutor é o componente do circuito que conduz a corrente elétrica. Ele é tão mais eficaz quanto maior for sua capacidade de facilitar a passagem da corrente. Por causa disso, os condutores elétricos são fabricados com materiais cuja formação atômica facilita a ocorrência de uma corrente elétrica, ou seja, materiais que conduzem eletricidade com maior eficácia devido a sua condutibilidade. Os materiais mais utilizados como condutores elétricos são o cobre e o alumínio. Esses dois materiais apresentam vantagens e desvantagens em sua utilização. Eletricidade básica - Prática SENAI-SP – INTRANET AA229-0538 A tabela que segue apresenta em destaque os itens nos quais um material apresenta vantagem sobre o outro. Cobre Alumínio Resistividade (0,017ΩΩΩΩ.mm2) / m Resistividade (0,028Ω .mm2) / m Boa resistência mecânica Baixa resistência mecânica Soldagem das emendas com estanho Requer soldas especiais Custo elevado Custo mais baixo Densidade 8,9kg/dm3 Densidade 2,7kg/dm3 Comparando a resistividade do alumínio com a do cobre, verifica-se que a resistividade do alumínio é 1,6 vezes maior que a do cobre. Portanto, para substituir um condutor de alumínio por um de cobre, deve-se diminuir a seção deste em 1,6 vezes com relação ao condutor de alumínio, para que este conduza a mesma corrente nas mesmas condições. Em instalações residenciais, comerciais e industriais, o condutor de cobre é o mais utilizado. O condutor de alumínio é mais empregado em linhas de transmissão de eletricidade devido a sua menor densidade e, consequentemente menor peso. Isso é um fator de economia, pois as torres de sustentação podem ser menos reforçadas. Tipos de condutores O condutor pode ser constituído de um ou vários fios. Quando é constituído por apenas um fio é denominado de fio rígido. Quando é constituído por vários fios, é chamado de cabo. fio cabo O cabo é mais flexível que um fio de mesma seção. Assim, quando se necessita de um condutor com seção transversal superior a 10mm2 é quase que obrigatório o uso do cabo devido a sua flexibilidade, uma vez que o fio a partir desta seção é de difícil manuseio. Eletricidade básica - Prática SENAI-SP – INTRANET AA229-05 39 O cabo pode ser formado por um condutor (cabo simples ou singelo) ou vários condutores (múltiplo). Isolação Para proteção do condutor é utilizado uma capa de material isolante denominado isolação, com determinadas propriedades destinadas a isolá-los entre si. A isolação deve suportar a diferença de potencial entre os condutores e terra, e proteger o condutor de choques mecânicos, umidade e corrosivos. Alguns condutores são fabricados com duas camadas de materiais diferentes, porém completamente aderidas entre si. A camada interna é constituída por um composto com propriedades elétricas superiores, sendo que a externa é constituída por um material com características mecânicas excelentes. Eletricidade básica - Prática SENAI-SP – INTRANET AA229-0540 A isolação suporta temperaturas elevadas, de acordo com o material que é utilizado na sua fabricação. Veja tabela a seguir. Tipo de isolação Temperatura máxima para serviço contínuo (condutor °C) Temperatura limite de sobrecarga (condutor °C) Temperatura limite de curto-circuito (condutor °C) Cloreto de polivilina (PVC) 70 100 160 Borracha etileno- propileno (EPR) 90 130 250 Polietileno reticulado (XLPE) 90 130 250 Normalização No Brasil, até 1982, os condutores elétricos eram fabricados de acordo com a escala AWG / MCM. A partir daquele ano, de acordo com o plano de metrificação do Instituto Nacional de Metrologia, foi implantado a série métrica conforme as normas da IEC. Como conseqüência, a NBR 5410 inclui duas novas características nas especificações dos fios e cabos: nova escala de seções padronizadas em mm2 e emprego de materiais isolantes com nova temperatura-limite, aumentando de 60°C para 70°C. Com isso, houve um aumento da densidade de corrente (ampères por mm2 ) uma vez que o emprego de materiais isolantes com maior temperatura-limite possibilita este aumento. Outra vantagem dessa mudança é que as seções são dadas em números redondos, ou seja, com menor números de casas decimais em relação ao sistema AWG / MCM. A tabela que segue mostra o limite de condução de corrente elétrica pelos condutores, no sistema métrico, a capacidade de condução de corrente para cabos isolados até 3 condutores carregados, e maneiras de instalar n°s. 1,2 ,3 ,5 e 6 da norma NBR 5410. PVC/70oC - NBR- 6148 ABNT Série Métrica (mm2) Ampères Série Métrica (mm2) Ampères 1,5 15,5 70 171 2,5 21 95 207 4 28 120 239 6 36 150 272 10 50 185 310 16 66 240 364 25 89 300 419 35 111 400 502 50 134 500 578 Eletricidade básica - Prática SENAI-SP – INTRANET AA229-05 41 As normas da ABNT aplicáveis a fios e cabos são: • NBR-6880 para condutores de cobre para cabos isolados; • NBR-6148 para fios e cabos com isolação sólida extrudada de cloreto de polivinila para tensões até 750V - especificações. Exercícios 1. Responda as questões abaixo: a. Cite duas principais vantagens que o cobre oferece em relação ao alumínio. b. Qual é a diferença entre fiorígido e cabo nos aspectos construtivos e de utilização? c. Quais foram as principais vantagens da mudança da escala AWG para a série métrica? 2. Relacione a coluna da esquerda com a coluna da direita. a. Cabo singelo b. Cabo múltiplo c. Isolação PVC d. Isolação EPR ( ) 70° ( ) Prolongamento ( ) 90° ( ) Condutor único ( ) Vários condutores Eletricidade básica - Prática SENAI-SP – INTRANET AA229-0542 Eletricidade básica - Prática SENAI-SP – INTRANET AA229-05 43 Técnicas de conexão de condutores elétricos Quando é necessário unir as extremidades de condutores de modo a assegurar resistência mecânica adequada e um contato elétrico perfeito, usam-se emendas e derivações. As técnicas para realizar esses tipos de conexão entre condutores elétricos são o assunto deste capítulo. Emendas e derivações Os tipos de emendas mais empregados são : • Emendas em linhas abertas; • Emendas em caixas de ligação; • Emendas com fios grossos. As emendas feitas em linhas abertas são feitas enrolando-se a extremidade do condutor à ponta do outro e vice-versa. Este tipo de emenda é denominado de prolongamento. Eletricidade básica - Prática SENAI-SP – INTRANET AA229-0544 Para se executar este tipo de emenda, os condutores a serem unidos devem ser desencapados em aproximadamente 50 vezes seu diâmetro. O fio sem isolação deve ser cruzado, e as primeiras espiras enroladas com os dedos. Então, prossegue-se com o alicate universal, dando o aperto final com dois alicates. Eletricidade básica - Prática SENAI-SP – INTRANET AA229-05 45 As emendas de condutores em caixas de ligações são denominadas rabo de rato. Para esse tipo de emenda, os condutores são desencapados da mesma forma e comprimento do processo anterior. Os fios devem estar fora da caixa e a emenda deve ser iniciada torcendo-se os condutores com os dedos. O aperto final deve ser dado com o alicate. Dobrando-se a emenda no meio, faz-se o travamento. Eletricidade básica - Prática SENAI-SP – INTRANET AA229-0546 Quando é necessário derivar um condutor em uma rede elétrica, independente do tipo de ligação, usa-se a derivação. O condutor a ser derivado deve ser desencapado num comprimento de aproximada- mente 50 vezes seu diâmetro. A região do outro condutor onde se efetuará a emenda deve ser desencapada num comprimento aproximado de 10 vezes o seu diâmetro. Deve-se cruzar o condutor em um ângulo de 90° em relação ao condutor principal, segurando-os com o alicate universal. Eletricidade básica - Prática SENAI-SP – INTRANET AA229-05 47 O condutor derivado deve ser enrolado com os dedos sobre o principal mantendo-se as espiras uma ao lado da outra, e um mínimo de 6 espiras. Utilizando dois alicates, dá-se o aperto final e o arremate. Em virtude da resistência que os condutores oferecem na torção das pontas, em condutores com seção igual ou superior a 10mm2 outro processo de emenda é utilizado. Isso exige técnica especial de junções, a fim de assegurar uma ligação mecânica forte, além do bom contato elétrico. Emendas de fios grossos Em relação às emendas de fios grossos, observa-se a regra geral de que as emendas só podem ser executadas com auxílio de conectores. A tabela a seguir resume informações sobre esse tipo de emenda. Eletricidade básica - Prática SENAI-SP – INTRANET AA229-0548 Tipo de emenda Aplicação Ilustração Emendas com fio amarrilho Instalações interiores. O fio utilizado como amarrilho deve ser de 1mm2 . fio amarrilho Emendas em prolongamento e em derivação Instalações externas Condutor encordoado (cabo) Emenda entrelaçada de uso geral. Emenda com conector Prolongamento ou derivações emfios singelos ou cabos. cobre inibidor alumínio Emenda por soldagem Outra forma de emendar fios grossos é pela emenda por soldagem que apresenta um bom contato elétrico e boa resistência mecânica. Ela é executada com o auxílio de um metal de adição formado por uma liga de estanho e chumbo. Para executar a emenda por soldagem, o ferro de soldar deve estar com a ponta limpa, quente, e com uma certa quantidade de metal de adição derretido. Eletricidade básica - Prática SENAI-SP – INTRANET AA229-05 49 O ferro deve ser o apoio da emenda, e o metal de adição deve estar apoiado na parte superior da emenda, até que a solda fundida preencha todos espaços entre as espiras e cubra totalmente a emenda. Conectores especiais A conexão de condutores pode também ser feita por meio de conectores especiais, denominados bornes ou conectores bornes, que unem fios ou cabos por meio de parafusos. Outra forma de conexão de condutores a equipamentos é o olhal, feito com um alicate de bico. É importante observar o sentido de aperto do parafuso ao se conectar o fio no equipamento para que o olhal não se abra. Isolação de emendas e derivações Toda emenda e derivação deve ser protegida por uma isolação restabelecendo as condições de isolação dos condutores. Essa isolação é feita por meio da fita isolante. A fita isolante é fabricada com materiais plásticos e borracha. É apresentada comercialmente em rolos com diferentes comprimentos e larguras adequadas a cada tipos de condutor que se queira isolar. Eletricidade básica - Prática SENAI-SP – INTRANET AA229-0550 Independente do tipo de emenda ou derivação, esta deve ser isolada com, no mínimo, duas camadas de fita sem que ela seja cortada, procurando deixá-la bem esticada e com a mesma espessura do isolamento do condutor. Eletricidade básica - Prática SENAI-SP – INTRANET AA229-05 51 Instrumentos de medição Estudando os capítulos anteriores, você aprendeu o que é corrente, o que é tensão e o que é resistência. Por isso, você já sabe que corrente, tensão e resistência são grandezas elétricas e que, como tal, podem ser medidas. Existem vários instrumentos para medições dessas grandezas elétricas mas, neste capítulo, estudaremos alguns deles. Instrumentos O multímetro digital e o volt-amperímetro alicate são instrumentos dotados de múltiplas funções: com eles é possível fazer medições de tensão, corrente, resistência. Com alguns de seus modelos pode-se, também, testar componentes eletrônicos, e até mesmo medir outros tipos de grandezas. A figura que segue, ilustra um modelo de multímetro digital e um modelo de volt- amperímetro alicate digital. Eletricidade básica - Prática SENAI-SP – INTRANET AA229-0552 Multímetro digital Com a utilização do multímetro digital, a leitura dos valores observados é de fácil execução, pois eles aparecem no visor digital, sem a necessidade de interpretação de valores como ocorre com os instrumentos analógicos, ou seja, que têm um mostrador com um ponteiro. Antes de se efetuar qualquer medição, deve-se ajustar o seletor de funções na função correta, isto é, na grandeza a ser medida (tensão, ou corrente, ou resistência) e a escala no valor superior ao ponto observado. Quando não se tem idéia do valor a ser medido, inicia-se pela escala de maior valor, e de acordo com o valor observado, diminui-se a escala até um valor ideal. Observação Nunca se deve mudar de escala ou função quando o instrumento de medição estiver conectado a um circuito ligado, porque isso poderá causar a queima do instrumento. Para a mudança de escala, deve-se desligar antes o circuito. Para a mudança de função, deve-se desligar o circuito, desligar as pontas de prova, e selecionar a função e escala apropriadas antes da ligação e conexão das pontas de prova no circuito. Para a medição de tensão elétrica, as pontas de prova do instrumento devem ser conectadas aos pontos a serem medidos, ou seja, em paralelo. Eletricidade básica - Prática SENAI-SP – INTRANET AA229-05 53 Nas medições da corrente elétrica, o circuito deve ser interrompido e o instrumento inserido nesta parte do circuito, para que os elétrons que estão circulando por ele passem também pelo instrumento e este possa informar o valor dessa corrente. Desse modo, o instrumento deve ser ligado em série com o circuito. Para a medição de resistência elétrica, o resistordesconhecido deve estar desconectado do circuito. Se isto não for feito, o valor encontrado não será verdadeiro, pois o restante do circuito funcionará como uma resistência. Além disso, se o circuito estiver energizado poderá ocorrer a queima do instrumento. Volt-amperímetro alicate Para a medição de tensão e resistência com o volt- amperímetro alicate deve-se seguir os mesmos procedimentos empregados na utilização do multímetro. Na medição de corrente elétrica, o manuseio do volt- amperímetro alicate difere do manuseio do multímetro, pois com ele não é necessário interromper o circuito para colocá-lo em série. Basta abraçar o condutor a ser medido com a garra do alicate. condutor Eletricidade básica - Prática SENAI-SP – INTRANET AA229-0554 O volt-amperímetro alicate é indispensável em instalações industriais, para medições da corrente elétrica de motores, transformadores, cabos alimentadores de painéis. No entanto, com este instrumento só é possível medir corrente elétrica alternada, pois seu funcionamento se baseia no princípio da indução eletromagnética. Antes de utilizar qualquer instrumento de medida, é necessário que se consulte o manual do instrumento, no qual são descritas particularidades e formas de utilização, pois de um instrumento para outro ocorrem diferenças significativas. Megôhmetro O megôhmetro é um instrumento portátil utilizado para medir a resistência de isolação das instalações elétricas, motores, geradores, transformadores. Ele é constituído basicamente por um instrumento de medição, com a escala graduada em megohms e um pequeno gerador de corrente contínua girado por meio de uma manivela. Na parte externa, possui dois bornes de conexão e um botão para ajustar o instrumento no momento de se efetuar a medição. Veja nas figuras abaixo um modelo de megôhmetro. Eletricidade básica - Prática SENAI-SP – INTRANET AA229-05 55 Existem megôhmetros sem esse botão, nos quais a tensão do gerador se mantém constante, independentemente da velocidade do giro da manivela. Na parte interna, o megôhmetro possui os seguintes componentes: A - galvanômetro com bobinas cruzadas; B e B1 - bobinas móveis cruzadas; C - gerador manual de CC de 500 ou 1.000V D - regulador de tensão; E - ponteiro F - Escala graduada L e T - bornes para conexões externas R e R1 - resistores de amortecimento Os megôhmetros são construídos com diferentes faixas de medição e um gerador de tensão com o valor adequado a cada aplicação. Os mais comuns são os que permitem medir até 50 megohms com uma tensão de 500V. Quando a instalação elétrica ou o aparelho que se está testando destina-se a trabalhar com alta tensão, deve-se utilizar megôhmetros de maior alcance, de 1.000 ou 10.000 megohms, cujo gerador proporciona uma tensão de 2.500 ou 5.000 V. Funcionamento O funcionamento do megôhmetro é baseado no princípio eletrodinâmico com bobinas cruzadas, tendo como pólo fixo um ímã permanente e, como pólos móveis, as bobinas B e B1. Eletricidade básica - Prática SENAI-SP – INTRANET AA229-0556 Quando a manivela do gerador de CC (componente C) é girada, obtém-se uma tensão de valor variável de acordo com a velocidade que esteja sendo imprimida à manivela. Essa tensão é enviada ao regulador de tensão D, que a estabiliza em 500V, sendo enviada em seguida aos bornes L e T. Se os bornes L e T estiverem abertos, haverá circulação de corrente somente pela bobina B, que, por sua vez, receberá tensão através do resistor de amortecimento R. O campo magnético criado pela bobina (B) provocará um deslocamento do conjunto de bobinas móveis, levando o ponteiro E para o ponto "infinito" da escala graduada F. Resistência de isolação A resistência de isolação é medida pelos megôhmetros e existem vários fatores que interferem na medição a saber: • Temperatura ambiente e da máquina; • Tipo de construção, potência e tensão; • Umidade do ar e do meio envolvente; • Condições da máquina, ou seja, se é nova, recuperada, estocada; • Qualidade dos materiais usados e seus estados. Em virtude desses fatores, é difícil formular regras fixas para se determinar com precisão o valor da resistência de isolação para cada máquina. Por isso, é necessário usar o bom senso baseado em experiências e anotações anteriores. Eletricidade básica - Prática SENAI-SP – INTRANET AA229-05 57 Há, em todo caso, algumas regras que podem ser utilizadas e que são descritas a seguir. Regra para instalações elétricas O Instituto Americano dos Engenheiros Eletricistas (AIEE) sugere que a resistência de isolação seja calculada pela fórmula: ).M (em 000.1 máquina da ntofuncioname de tensão isolação de aresistênci Ω= Com esta fórmula deduz-se que para cada volt deveremos ter 1.000Ω de isolação, admitindo porém que as resistências de isolação para circuitos, mesmo quando calculadas, não podem ser menores que 1MΩ, devido a problemas de corrente de fuga. Tensão Calculado Mínimo exigido entre a parte ativa e a carcaça motor 220V 0,2MΩ 1MΩ 440V 0,4MΩ 1MΩ 550V 0,5MΩ 1MΩ 1.000V 1MΩ 1MΩ Este sistema, embora muito aceito, fica restrito a instalações elétricas, pois deixa a desejar em termos de precisão técnica. Regra para máquinas Esta regra, muito utilizada para máquinas rotativas, precisa de uma resistência de isolação para máquina limpa e seca, numa temperatura de 40°C, quando for aplicada a tensão de ensaio (do megôhmetro) durante um minuto. Assim, Rm = En + 1 Nessa igualdade Rm é a resistência de isolação mínima recomendada em MΩΩΩΩ com enrolamento a 40°C, e En é a tensão nominal da máquina (enrolamento em kV). Eletricidade básica - Prática SENAI-SP – INTRANET AA229-0558 Observações • Quando a medição for feita a temperatura diferente de 40°C, será necessário corrigir o seu valor através da fórmula R40°C = Rt ⋅ Kt40°C, para satisfazer o valor de Rm. Veja a curva no gráfico a seguir. Gráfico da resistência da isolação Eletricidade básica - Prática SENAI-SP – INTRANET AA229-05 59 • Quando não se dispõe dessa curva, pode-se fazer o levantamento de uma nova curva para que sejam estabelecidos parâmetros específicos para determinada máquina. • A cada 10°C de temperatura diminuída no enrolamento, resistência de isolação praticamente dobra. • Máquinas novas poderão fornecer valores de resistência de isolação menores que as mais antigas, devido a secagens incompletas dos solventes dos vernizes. • Quedas bruscas na resistência de isolação indicam que o sistema está comprometido. Se a resistência medida, após a correção, for menor que a indicada pela fórmula e tabela, é indício de que esse motor deverá ser submetido a um processo de recuperação do sistema de isolação. Regra para transformadores Transformador parado (30°C) Transformador em funcionamento (80ºC) Risol = f kVA En 30 Risol = f kVA En Risol = resistência de isolação, em megohms e a 30°C; 30 = constante quando a temperatura for de 30°C; kVA = potência aparente; f = freqüência, em Hz; En = tensão nominal em kV - primária/secundária. Exemplo Num transformador de 10kVA – 3.200/220V - 60Hz, quais devem ser suas resistências de isolação? 1. Com temperatura a 30°C: Risol = Ω== ⋅= 240M 0,4 96 60 10 3,2 30 f kVA Enp 30 Risol = Ω== ⋅= 16,5M 0,4 6,6 60 10 0,22 30 f kVA Ens 30 Eletricidade básica - Prática SENAI-SP – INTRANET AA229-0560 2. Com temperatura a 80°C: Risol = Ω=== 8M 0,4 3,2 60 10 3,2 f kVA Enp Risol = Ω=== 0,55M 0,4 0,22 60 10 0,22 f kVA Enp Observações • Corrente de fuga é a corrente que, por deficiência do meio isolante, flui à terra. • Com o aumento de temperatura, a resistência de isolação diminui. • As medições com o megôhmetro devem ser feitas tomando-se medida durante 1 minuto. • Essas regras são gerais. Para casos específicos, consulte as normas específicas da ABNT. Teste de isolação com o megôhmetro • Verifique se o equipamento a ser testado encontra-se totalmente desligado de fontes de energia elétrica. • Ligue, por meio de um condutor, o borne T do instrumento à massado aparelho sob teste. • Ligue o borne L a um dos extremos do circuito que se deseja testar. • Acione a manivela e faça a leitura. Teste de isolação entre os enrolamentos e a carcaça de um motor. Eletricidade básica - Prática SENAI-SP – INTRANET AA229-05 61 Medição da isolação entre tanque e secundário de um transformador. Medição da isolação entre tanque e primário de um transformador. Se a resistência de isolação for muito elevada é conveniente que as conexões L e T sejam feitas com condutores separados e suficientemente isolados. Medição de cabo Quando, na medição de um cabo, a isolação está muito próxima da proteção metálica, é preciso eliminar as correntes superficiais que provocam erros na medição. Isso é conseguido conectando-se o borne G do aparelho à capa isolante. Observe as figuras a seguir. Isolação entre os enrolamentos da fase 2 e da fase 3. Eletricidade básica - Prática SENAI-SP – INTRANET AA229-0562 Isolação do cabo entre os condutores 1 e 2 e a massa. Isolação do cabo entre o condutor e a massa. Isolação do cabo entre o condutor 1 e seus demais elementos. Isolação do cabo entre os condutores 1, 2 e 3 e a massa. Exercício 1. Responda: a. Quando não se tem idéia do valor a ser medido, qual escala deve ser usada no multímetro? Eletricidade básica - Prática SENAI-SP – INTRANET AA229-05 63 b. O que se deve fazer no circuito quando for necessário mudar de função? c. Relacione: 1. Medição de tensão. 2. Medição de corrente. 3. Medição de resistência. ( ) Desconectar o componente do circuito. ( ) Energizar o circuito. ( ) Ligar o instrumento em série com o circuito. ( ) Ligar o instrumento, em paralelo com o circuito. d. Qual a principal vantagem na utilização do volt-amperímetro alicate? e. Qual deve ser a principal atitude ao se utilizar um instrumento de medição? Eletricidade básica - Prática SENAI-SP – INTRANET AA229-0564 Eletricidade básica - Prática SENAI-SP – INTRANET AA229-05 65 Proteção contra os perigos da energia elétrica Muitas vezes subestimamos os perigos das energia elétrica, por não ser um perigo visível ou apalpável como ocorre em mecânica, por exemplo. Mas uma simples troca de lâmpada pode ser fatal se não forem observados alguns aspectos importantes com relação a segurança. Neste capítulo serão abordados assuntos que devem ser encarados com muita seriedade, pois, sua vida é mais importante que qualquer outra coisa, inclusive seu trabalho. Efeitos da corrente elétrica no corpo humano Partindo do princípio de que tudo é formado por átomos, e corrente elétrica é o movimento dos elétrons de um átomo a outro, o corpo humano é então um condutor de eletricidade. Eletricidade básica - Prática SENAI-SP – INTRANET AA229-0566 A passagem da corrente elétrica pelo corpo humano pode ser perigosa dependendo da sua intensidade, do caminho por onde ela circula e do tipo de corrente elétrica. Assim, uma pessoa suporta, durante um curto período de tempo, uma corrente de até 40mA. Vejamos por quê Com as mãos úmidas, a resistência total de um corpo humano é de aproximadamente 1.300Ω. Aplicando a Lei de Ohm (V = R ⋅⋅⋅⋅ I), vamos nos lembrar de que para uma corrente de 40mA circular em uma resistência de 1.300Ω, é necessária apenas uma tensão elétrica de: V = 1.300 . 0,04 = 52, ou seja, 52V. Por causa disso, em nível internacional, tensões superiores a 50V são consideradas perigosas. Através da tabela que segue, é possível observar em valores de correntes, o que pode ocorrer com uma pessoa quando submetida à passagem de uma corrente elétrica. É claro que cada ser humano tem valores resistivos diferentes e esses valores variam de acordo com o metabolismo, a presença ou não de umidade, e o trajeto que a corrente faz através dos membros da pessoa. Corrente em ampères Efeito 0,005 a 0,01A Pequenos estímulos nervosos. 0,01 a 0,025A Contrações musculares. 0,025 a 0,08A Aumento da pressão sangüínea, transtornos cardíacos erespiratórios, desmaios. 0,08 a 5A Corrente alternada pode provocar a morte por contrações rápidasdo coração (fibrilação). acima de 5A Queimaduras na pele e nos músculos. Veja na ilustração a seguir, o que pode ocorrer em alguns dos órgãos do corpo humano, quando atravessado por uma corrente, entrando pela mão e saindo pelos pés de uma pessoa descalça sobre um chão molhado. Eletricidade básica - Prática SENAI-SP – INTRANET AA229-05 67 1. Cérebro: detenção da circulação sangüínea; 2. Músculo: paralisação do músculo; saída de um órgão ou parte dele; 3. Pulmões: acúmulo anormal de líquido; aumento de pressão; 4. Coração: infarto; aumento do número de contrações e perda da capacidade de bombear sangue; 5. Diafragma: parada respiratória; tetanização; 6. Rim: insuficiência renal; incontinência de urina; 7. Embrião (feto): tetanização; aumento do número de contrações no coração e perda de capacidade de bombear sangue; desprendimento da placenta; 8. Vasos circulatórios: entupimento e parada cardíaca; 9. Sangue: fuga da parte líquida, coagulável do sangue; 10. Bulbo: inibição dos centros respiratórios e cardíacos. Devido ao que acabou de ser explicado, os seguintes cuidados devem ser tomados: • Os reparos de equipamentos elétricos devem ser sempre feitos por especialistas; • As partes do corpo expostas à tensão devem estar devidamente isoladas; • Os equipamentos devem estar desligados por completo durante a execução dos reparos. Eletricidade básica - Prática SENAI-SP – INTRANET AA229-0568 Medidas de proteção Várias medidas podem ser tomadas para proteger as pessoas contra choques elétricos. As mais usuais são: • Proteção através do condutor terra; • Proteção por isolamento; • Proteção por separação de circuitos. Proteção através do condutor terra A falha de isolação de qualquer equipamento cuja instalação tenha sido realizada sem o condutor terra, fará a carcaça do equipamento ficar energizada. Se alguém se encostar nesta carcaça, uma corrente elétrica circulará através de seu corpo, ocasionando um choque elétrico. Para evitar esse tipo de acidente deve-se instalar um condutor terra na carcaça do equipamento. Esta medida de proteção é chamada de aterramento. Se ocorrer falha na isolação do equipamento, estando a carcaça aterrada, teremos um curto-circuito entre a fase e o terra. Isto faz romper o fusível e elimina o perigo. A corrente de curto-circuito passa à terra pelo condutor de proteção. Eletricidade básica - Prática SENAI-SP – INTRANET AA229-05 69 O condutor de proteção deve ter cor verde com espiras amarelas (NBR 5410). Proteção por isolação Uma outra forma de proteção contra choques elétricos é através da utilização de materiais isolantes na carcaça dos equipamentos. As ferramentas elétricas e os aparelhos eletrodomésticos são envolvidos em materiais isolantes com boa resistência mecânica. Proteção por separação de circuitos A proteção por separação de circuitos é feita com o auxílio de um transformador isolador (1:1) com o secundário não aterrado. Assim é possível deixar o secundário sem referência com o terra, deixando de existir, dessa forma, diferença de potencial entre os terminais do secundário e o terra. Eletricidade básica - Prática SENAI-SP – INTRANET AA229-0570 Exercícios 1. Responda às questões que seguem: a. Qual é o valor limite de corrente elétrica que uma pessoa pode suportar durante um curto período de tempo? b. Oque pode ocorrer com uma pessoa quando submetida a passagem de uma corrente elétrica de 30mA? c. Acima de qual valor a tensão é considerada perigosa? d. Cite um exemplo de dano que a corrente elétrica pode causar ao passar pelo coração de uma pessoa. 2. Relacione a coluna da esquerda com a coluna da direita. a. Proteção através do condutor terra. b. Proteção por separação de circuitos. c. Proteção por isolação. ( ) Transformador isolador 1:1. ( ) Aterramento. ( ) Carcaça de materiais isolantes Eletricidade básica - Prática SENAI-SP - INTRANET AA229-05 71 Aterramento Segundo a ABNT, aterrar significa colocar instalaçõese equipamentos no mesmo potencial de modo que a diferença de potencial entre a terra e o equipamento seja zero. Isso é feito para que, ao operar máquinas e equipamentos elétricos, o operador não receba descargas elétricas do equipamento que ele está manuseando. Portanto, o aterramento tem duas finalidades básicas: proteger o funcionamento das instalações elétricas e garantir a segurança do operador e do equipamento que está sendo usado. Neste capítulo são apresentadas as técnicas de aterramento e os materiais que são usados para esse fim. Esses conhecimentos são de fundamental importância para o eletricista de manutenção e devem ser estudados com bastante cuidado. Para aprender com mais facilidade esse assunto, é necessário ter conhecimentos anteriores sobre corrente e tensão elétrica. O que deve ser aterrado Em princípio, todo equipamento deve ser aterrado, inclusive as tomadas para máquinas portáteis. Veja figura a seguir. Eletricidade básica - Prática SENAI-SP - INTRANET AA229-0572 Outros equipamentos que devem ser aterrados são: • Máquinas fixas; • Computadores e outros equipamentos eletrônicos; • Grades metálicas de proteção de equipamentos de alta tensão; • Estruturas que sustentam ou servem de base para equipamentos elétricos e eletrodutos rígidos ou flexíveis. Observações 1. Em equipamentos eletrônicos e impressoras gráficas, o aterramento elimina os efeitos da eletricidade estática. 2. O aterramento para computadores deve ser exclusivo para esse tipo de equipamento. Na prática, é comum adotar-se o conceito de massa com referência ao material condutor onde está contido o elemento eletrizado e que está em contato com a terra. Assim, as bobinas de um motor, por exemplo, são os elementos eletrizados. A carcaça, (base de ferro do motor) e a estrutura de ferro que fazem parte do conjunto constituem a massa, formada de material condutor. Eletrodo de aterramento O eletrodo de aterramento tem a função de propiciar bom contato elétrico entre a terra e o equipamento a ser aterrado. Ele é constituído por hastes de cobre ou tubos galvanizados fincados no solo. Deve ter, no mínimo, 1,50m de comprimento. Eletricidade básica - Prática SENAI-SP - INTRANET AA229-05 73 Observação O ponto de conexão do condutor de proteção com o eletrodo de aterramento deverá ser acessível à inspeção e protegido mecanicamente. No circuito a seguir, vê-se um transformador cujo primário e secundário estão aterrados de modo a atender aos requisitos de funcionamento e segurança. Se, por acidente, o secundário entrar em contato direto com o primário, haverá um curto-circuito através dos eletrodos de aterramento. Esse curto-circuito fará com que a tensão caia praticamente a zero. Por outro lado, a corrente de curto-circuito provocará a interrupção do circuito através dos fusíveis. Corrente de fuga Corrente de fuga (ou de falta) é a corrente que flui de um condutor para outro e/ou para a terra quando um condutor energizado encosta acidentalmente na carcaça do equipamento ou em outro condutor sem isolação. Em quase todos os circuitos, por mais bem dimensionados que sejam, há sempre uma corrente de fuga natural para a terra. Essa corrente é da ordem de 5 a 10mA e não causa prejuízos à instalação. Eletricidade básica - Prática SENAI-SP - INTRANET AA229-0574 A corrente de fuga (ou de falta) é ilustrada no diagrama a seguir no qual a carcaça de uma máquina aterrada no ponto 1 teve um contato acidental com um resistor. Como se pode ver, a corrente passa para a massa e retorna à fonte pela terra, partindo do eletrodo 1 para o eletrodo 2. Se no sistema o neutro é aterrado, a corrente de fuga (falta) retornará por ele como mostra o diagrama a seguir. Eletricidade básica - Prática SENAI-SP - INTRANET AA229-05 75 Qualquer fuga de corrente, seja por meio de isolamento defeituoso ou através do corpo de pessoas ou animais, pode causar incêndios ou acidentes, muitas vezes fatais. Se ela ultrapassar os 15mA, pode haver riscos para o circuito, daí a necessidade de se operar com os dispositivos de segurança. Condutores de proteção O aterramento de um circuito ou equipamento pode ser feito de várias formas, e para cada sistema é utilizada uma terminologia para o condutor de proteção: • Condutor PE; • Condutor N; • Condutor PEN. O condutor PE é aquele que liga a um terminal de aterramento principal as massas e os elementos condutores estranhos à instalação. Muitas vezes, esse condutor é chamado de terra de proteção, terra de carcaça ou simplesmente condutor de proteção. A norma NBR 5410 prescreve que este condutor tenha cor verde com espiras amarelas. O condutor N é aquele que tem a função de neutro no sistema elétrico e tem por finalidade garantir o correto funcionamento dos equipamentos. Esse condutor é também denominado condutor terra funcional. O condutor PEN tem as funções de terra de proteção e neutro simultaneamente. A seção dos condutores para ligação à terra é determinada pela ABNT NBR 5410 (tabela 53), que é apresentada a seguir. Seção dos condutores-fase da instalação (mm2) Seção mínima do condutor de proteção correspondente SP (mm2) S ≤ 16 S 16 < S ≤ 35 16 S > 35 S/2 Eletricidade básica - Prática SENAI-SP - INTRANET AA229-0576 Sistemas de aterramento para redes de baixa tensão Do ponto de vista do aterramento, os sistemas de distribuição de energia em baixa tensão são denominados conforme determina a NBR-5410, ou seja: sistema TT; sistema TN-S; sistema TN-C; sistema IT. O sistema TT é o sistema pelo qual o condutor de proteção serve exclusivamente para aterramento. As massas são ligadas ao cabo que está ligado à terra por um ou vários eletrodos de aterramento. O sistema TN-S é um sistema com condutor neutro e condutor de proteção distintos. Eletricidade básica - Prática SENAI-SP - INTRANET AA229-05 77 No sistema TN-C, o N e o PE formam o condutor PEN com a função de neutro (N) e proteção (PE). Observação Existem restrições quanto ao uso desse sistema, porque oferece riscos. Em caso de rompimento do condutor PEN, a massa do equipamento fica ligada ao potencial da linha como mostra a ilustração a seguir. Além disso, se o sistema de distribuição empregado não é conhecido, o neutro nunca deve ser usado como terra. No sistema IT somente a massa é aterrada, não havendo nenhum ponto de alimentação diretamente aterrado. Eletricidade básica - Prática SENAI-SP - INTRANET AA229-0578 Quando o sistema não oferece condições de aterramento, liga-se a massa diretamente no eletrodo de aterramento. Este pode atender a um ou mais equipamentos como mostra a ilustração a seguir. Terramiter ou terrômetro O instrumento usado para medir a resistência de terra é chamado de terramiter ou terrômetro. A condição necessária para a medição, é que a resistência de terra de um aterramento seja de, no máximo, 2Ω. Eletricidade básica - Prática SENAI-SP - INTRANET AA229-05 79 Exercícios 1. Responda às perguntas que seguem. a. O que significa aterrar? b. O que é massa na terminologia de aterramento? c. Qual é o comprimento mínimo do eletrodo de aterramento? d. A partir de que valor a corrente de fuga se torna perigosa para o circuito? e. Qual deve ser a seção de um condutor de proteção em um circuito com condutores ase de 25mm2 ? 2. Relacione a coluna da direita com a coluna da esquerda. 1. Sistema TT ( ) Condutor neutro e de proteção distintos. 2. Sistema TN-S ( ) Somente a massa é aterrada. 3. Sistema TN-C ( ) Condutor de proteção exclusivo para aterramento. 4. Sistema IT ( ) Condutor terra funcional. 5. Condutor N ( ) Condutor com a função de neutro e proteção. Eletricidade básica - Prática SENAI-SP - INTRANET AA229-0580 Eletricidade básica - Prática SENAI-SP – INTRANET AA229-05 81 Dispositivos de proteção, acionamento e sinalização Neste capítulo serão estudados dispositivos usados em instalações prediais e em comandos elétricos industriais. Para a complementação do estudo desse assunto, é importante que você consulte catálogos técnicos fornecidos por fabricantes dessesdispositivos, nos quais é possível obter informações técnicas que permitem dimensionar e especificar os dispositivos de acordo com os parâmetros do circuito. Dispositivos de proteção Os dispositivos de proteção dos circuitos elétricos podem ser divididos em quatro tipos: • Interruptor de corrente de fuga; • Fusíveis; • Disjuntores; • Relês térmicos. Interruptor de corrente de fuga O interruptor de corrente de fuga é um dispositivo que faz o desligamento de qualquer circuito que apresente uma corrente de fuga entre 15 e 30mA. Isso garante a segurança contra incêndios. Apesar de se ter a sensação de choque em caso de contato da fase com o corpo humano, não há risco de vida, caso o circuito seja protegido por esse dispositivo. Eletricidade básica - Prática SENAI-SP – INTRANET AA229-0582 A ilustração a seguir representa um interruptor de corrente de fuga. O interruptor de corrente de fuga possui um transformador de corrente, um disparador e um mecanismo liga-desliga. Ele funciona comparando uma corrente de entrada com uma corrente de saída. Se a diferença estiver entre 15 e 30mA, o disparador opera em 30ms. Ele deve ser ligado de modo que todos os condutores do circuito, inclusive o neutro, passem pelo interruptor. Isso permite a comparação entre as correntes de entrada e de saída e o desligamento da alimentação do circuito em caso de fuga de corrente. Eletricidade básica - Prática SENAI-SP – INTRANET AA229-05 83 Veja exemplos de esquemas de ligação para interruptores de corrente de fuga nas ilustrações a seguir. Há interruptores projetados para operar com correntes de fuga de 500mA, porém eles só protegem as instalações contra riscos de incêndio, não oferecendo segurança contra riscos pessoais. Fusíveis Os fusíveis são dispositivos de proteção destinados a interromper circuitos pelos quais esteja circulando uma corrente de curto-circuito ou sobrecarga de longa duração. Há vários modelos de fusíveis, de diversos fabricantes. Os mais usuais são os do tipo cartucho, faca, diazed e NH. Os fusíveis são formados por um corpo de material isolante, normalmente fibra prensada ou porcelana no qual está inserido um fio fusível de chumbo, cobre ou prata, que uma vez fundido por sobrecarga ou curto-circuito, interrompe a corrente do circuito. O corpo de material isolante serve de proteção contra acidentes pessoais (choques). Eletricidade básica - Prática SENAI-SP – INTRANET AA229-0584 Os fusíveis são construídos para várias intensidades de correntes e tensão máxima de serviço até 600V. O fio fusível existente no interior do fusível, chamado elo fusível, ou lâmina fusível, é o condutor que se funde dentro do fusível e interrompe a corrente do circuito quando há sobrecarga de longa duração ou curto-circuito. Quando ocorrer a queima do elo fusível, o dispositivo deverá se substituído por outro de mesma característica. Disjuntores Disjuntores são dispositivos de manobra e proteção com capacidade de ligação e interrupção de corrente quando surgem no circuito condições anormais de trabalho como curto-circuito ou sobrecarga. Eletricidade básica - Prática SENAI-SP – INTRANET AA229-05 85 O disjuntor é composto das seguintes partes: • Caixa moldada feita de material isolante na qual são montados os componentes; • Alavanca liga-desliga por meio da qual se liga ou desliga manualmente o disjuntor; • Extintor de arco ou câmara de extinção, que secciona e extingue o arco que se forma entre os contatos quando acontece sobrecarga ou curto-circuito; • Mecanismo de disparo que desliga automaticamente o disjuntor em caso de sobrecarga. • Relê bimetálico que aciona o mecanismo de disparo quando há sobrecarga de longa duração; • Relê eletromagnético que aciona o mecanismo de disparo quando há um curto- circuito. Eletricidade básica - Prática SENAI-SP – INTRANET AA229-0586 O disjuntor inserido no circuito funciona como um interruptor. Como o relê bimetálico e o relê eletromagnético são ligados em série dentro do disjuntor, ao ser acionada a alavanca liga-desliga, fecha-se o circuito que é travado pelo mecanismo de disparo e a corrente circula pelos dois relês. Havendo uma sobrecarga de longa duração no circuito, o relê bimetálico atua sobre o mecanismo de disparo abrindo o circuito. Da mesma forma, se houver um curto- circuito, o relê eletromagnético é que atua sobre o mecanismo de disparo abrindo o circuito instantaneamente. Quando ocorrer o desarme do disjuntor, basta acionar a alavanca de acionamento para que o dispositivo volte a operar, não sendo necessária sua substituição como ocorre com os fusíveis. Quanto às características elétricas, os disjuntores podem ser unipolar, bipolar e tripolar; normalmente para correntes de 6A, 10A, 15A, 20A, 25A, 30A, 35A, 40A, 50A 60A, 70A, 90A, 70A, 100A e 150A. Eles possuem disparo livre, ou seja, se a alavanca for acionada para a posição ligada e houver um curto-circuito ou uma sobrecarga, o disjuntor desarma. Eletricidade básica - Prática SENAI-SP – INTRANET AA229-05 87 Observação O disjuntor deve ser colocado em série com o circuito que irá proteger. O tempo de disparo da proteção térmica (ou contra sobrecarga) torna-se mais curto quando o disjuntor trabalha em temperatura ambiente elevada. Isso ocorre normalmente dentro do quadro de distribuição. Por isso, é necessário dimensionar a corrente nominal do disjuntor, de acordo com as especificações do fabricante, e considerando também essa situação. Relês térmicos Esse componente é também denominado de relê bimetálico. Sua função básica é proteger motores ou outros equipamentos contra aquecimento demasiado produzido por sobrecarga. Protege também os motores trifásicos em caso de funcionamento bifásico, ou seja, se faltar uma fase por um motivo qualquer, o motor continuará funcionando, mas ocorrerá uma elevação da corrente das outras duas fases. Essa elevação da corrente provocará um aquecimento do relê, interrompendo o circuito. O relê térmico é constituído basicamente de um bimetal, contato fixo, contato móvel e elemento de arraste conforme ilustração a seguir. O bimetal é formado pela união de dois metais com coeficientes de dilatação diferentes. Quando esse bimetal é aquecido, pela elevação da corrente, curva-se acionando o contato fechado, abrindo-o. Eletricidade básica - Prática SENAI-SP – INTRANET AA229-0588 Os dispositivos de proteção são representados pelos símbolos gráficos apresentados na tabela a seguir conforme determina a norma NBR 12523. NBR 12523/92 Fusível (item 3.21.1) Disjuntor (item 3.13.5) Relê térmico (item 3.15.21) Observação Antes de substituir ou rearmar qualquer dispositivo de proteção, deve-se sanar as causas que provocaram a interrupção do funcionamento do circuito elétrico. Dispositivos de acionamento São considerados como dispositivos de acionamento aqueles direta ou indiretamente responsáveis pelo acionamento de algum equipamento elétrico, como um motor por exemplo. Nesse grupo de componentes estão as botoeiras, os contatores e as chaves fim de curso. Botoeiras Botoeiras ou botões de comando, são chaves auxiliares de comando manual que interrompem ou estabelecem um circuito de comando por meio de pulsos. A figura a seguir ilustra um tipo de botoeira. As chaves auxiliares tipo botoeira são constituídas por botão de acionamento, contatos móveis e contatos fixos. Eletricidade básica - Prática SENAI-SP – INTRANET AA229-05 89 A norma NBR 12523/92 define o símbolo gráfico desse componente e a NBR 5280/83, a letra para designação, conforme as ilustrações a seguir. Contatores Contatores são dispositivos de manobra mecânica acionados eletricamente, capazes de conduzir ou interromper correntes em condições normais do circuito. Esse componente apresenta várias vantagens, entre elas: • Permite acionar equipamentos com maior segurança e precisão; • Apresenta grande durabilidade; • É construído para uma elevada freqüência de operação; • Pode ser comandado a distância. As figuras que seguem ilustram dois tipos de contatores. Eletricidade básica -
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