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Bioquímica Metabólica e Clínica Metabolismo do Glicogênio Professor Hagamenon Alencar 2018 Metabolismo do Glicogênio • O glicogênio é um polímero de glicose e constitui uma reserva do açúcar em bactérias, fungos e animais. • No ser humano, as principais reservas de glicogênio ocorrem no fígado (100g) e em músculos esqueléticos (300g). • O glicogênio é sintetizado nesses órgãos quando a oferta de glicose supera a utilização, como acontece após as refeições. Metabolismo do Glicogênio • Controle hormonal • Células α (indutora do anabolismo): correspondem a cerca de 15-20% das células das ilhotas pancreáticas responsáveis por sintetizar e secretar Glucagon. • Células β (indutora do catabolismo): corresponde a aproximadamente 70 – 80% das células das ilhotas pancreáticas. são responsáveis pela síntese e pela secreção da Insulina. Metabolismo do Glicogênio Metabolismo do Glicogênio • Polímero com estrutura ramificada, resíduos de glicose unidos por ligações glicosídicas α1-4 e ramificações α1-6. • Regula níveis glicêmicos (fígado, cerca de 12-24 horas) • Reserva de glicose para atividade muscular intensa Metabolismo do Glicogênio Metabolismo do Glicogênio • Ao serem degradadas, as duas reservas de glicogênio atendem necessidade diferentes. Metabolismo do Glicogênio • A captação de glicose pelos miócitos e adipócitos é mediada pelo transportador de glicose GLUT4. • A captação de glicose pelos hepatócitos é mediada pelo transportador de glicose GLUT2. Metabolismo do Glicogênio • Glicogênio hepático • Manutenção da glicemia nos períodos entre as refeições, sobretudo durante o jejum noturno. • O fígado não aproveita o glicogênio que armazena; • Quando a hipoglicemia induz a degradação do polímero, a glicose resultante é exportada e consumida por outros órgãos ou tecidos. • Nos tecidos aeróbios, a glicose é totalmente oxidada a CO₂ e H₂O. • Em células anaeróbias (exemplo: hemácias), a glicose é degradada a lactato. Metabolismo do Glicogênio • Glicogênio muscular • Provê energia para as próprias fibras musculares • A glicose resultante da degradação não é exportada • As fibras musculares de contração rápida têm um conteúdo de glicogênio maior do que as fibras lentas. Metabolismo do Glicogênio Regulação e síntese de Glicogênio • É importante a manutenção dos níveis de glicose no sangue, a síntese e a degradação do glicogênio, forma de armazenamento da glicose entre o fígado e músculo. • Para isto existem duas enzimas que devem controlar para que a síntese não ocorra ao mesmo tempo da degradação. • São elas: glicogênio fosforilase e glicogênio sintase. Fígado: Corpo alimentado = síntese de glicogênio aumenta Jejum = degradação de glicogênio aumenta Músculo: Degradação do glicogênio ocorre durante exercício Descanso = ocorre a síntese OBS: Se uma pessoa tiver nível de insulina elevado, isto resultará em um aumento geral da síntese e diminuição na degradação do glicogênio. Metabolismo do Glicogênio • Neste metabolismo, existem 3 vias importantes: • Glicogênese: síntese do glicogênio • Glicogenólise: quebra do glicogênio em glicose • Gliconeogênese: conversão do lactato a glicose Glicogênese • Processo bioquímico que transforma a glicose em glicogênio. • Ocorre virtualmente em todos os tecidos animais, mas é proeminente no fígado e músculos. • O músculo armazena apenas para o consumo próprio e só utiliza durante o exercício, quando há necessidade de energia rápida. • O glicogênio é uma fonte imediata de glicose para os músculos quando há a diminuição da glicose sanguínea (hipoglicemia). O glicogênio fica disponível no fígado e músculos, sendo consumido totalmente cerca de 24 horas após a última refeição. Glicogênese • 1) Fosforilação de glicose, com consumo de ATP, catalisada pela glicoquinase no fígado e hexoquinase no músculo; • 2) Isomerização da glicose-6-fosfato a glicose-1-fosfato, pela fosfoglicomutase; • 3) Reação deste açúcar com UTP formando UDP-glicose e pirofosfato, promovida pela UDP-glicose pirofosforilase; • 4) O pirofosfato é hidrolisado por ação da pirofosfatase, produzindo fosfato inorgânico; • 5) UDP-glicose é substrato da glicogênio sintase (enzima que catalisa a reação α1-4). Glicogênese • As ramificações são feitas pela enzima ramificadora, que transfere uma pequena cadeia de 6 ou 7 resíduos de glicose da extremidade para uma parte mais interna da molécula, criando uma ligação α1-6. • A síntese prossegue por adição de resíduos de glicose às extremidades não redutoras, catalisada pela glicogênio sintase. Glicogênese • A glicogenina é uma proteína que tem a função de ser a molécula iniciadora da síntese de glicogênio. Glicogênese Glicogênese • Ramificação Glicogênese Glicogenólise • A degradação do glicogênio, a glicogenólise, consiste na remoção sucessiva de resíduos de glicose, a partir das suas extremidades não redutoras, por ação da glicogênio fosforilase. • Esta enzima catalisa a fosforólise da ligação α1-4, liberando um resíduo de glicose como glicose-1-fosfato. Glicogenólise • A ação da glicogênio fosforilase prossegue ao longo da cadeia, liberando um a um os resíduos de glicose, mas termina 4 resíduos antes de uma ramificação. • A degradação continua por ação da enzima desramificadora (glicosiltransferase), transferindo 3 dos 4 resíduos de glicose remanescentes na ramificação para uma extremidade não redutora da cadeia de glicogênio, formando ligação α1-4. Glicogenólise Glicogenólise Gliconeogênese • Conversão de outras moléculas que não são carboidratos em glicose. • Síntese de glicose a partir do lactato, aminoácidos e glicerol (com consumo de ATP) • Todos os aminoácidos, exceto a lisina e leucina, podem originar glicose. • Realizada principalmente no fígado e nos rins. Gliconeogênese • No músculo e em outros tecidos, os aminoácidos são convertidos a alanina e glutamina. • O lactato origina-se dos músculos submetidos a contração intensa e de outras células que degradam a glicose anaerobicamente. • No fígado e nos rins: • ALANINA e LACTATO PIRUVATO • GLUTAMINA OXALOACETATO • O glicerol, derivado da hidrólise de triacilgliceróis do tecido adiposo durante o jejum, tem pequena importância quantitativa na produção de glicose. Gliconeogênese Ciclo de Cori • Ciclo de Cori ou via glicose-lactato-glicose consiste na conversão da glicose em lactato, produzido em tecidos musculares durante um período de falta de oxigênio, seguida da conversão do lactato em glicose, no fígado. Ciclo de Cori • Isto ocorre entre fígado e músculo • Músculo: glicose é transformada em lactato (pela via da glicólise), enquanto a glicose por ser guardada no músculo na forma de glicogênio (via glicogênese) e quando necessário degradar em forma de glicose. • Fígado: o músculo forma lactato e pelo sangue vai para o fígado que se transforma em glicose pela via gliconeogênese. Pode ser guardado a glicose na forma de glicogênio. • A glicose sai do fígado e vai novamente para o músculo. Ciclo de Cori Ciclo de Cori Ciclo de Cori • É um processo que só ocorre no fígado, pelo qual o organismo sintetiza glicose a partir de moléculas não glicolíticas, para utilização principalmente pelos órgãos glicodependentes como o cérebro e miocárdio. • Esse processo ocorre quando há necessidade de manutenção de energia pela falta de glicose intracelular. • Ocorre quando o organismo está em estado de fome prolongada ou fome celular como na diabetes. Diferentes papéis no metabolismo de carboidratos Consome glicose (produção de energia) Mantém a homeostasia da glicose sanguínea, produzindo-a (gliconeogênese) ou consumindo-a, dependendo de sua concentração sanguínea Metabolismo do Glicogênio • Observação: • Se uma pessoa tiver deficiência na enzima glicose-6-fosfatase isto deverá causar a doença do armazenamento de glicogênio tipo 1 que é conhecida como doença Von Gierke. • Esta doença resulta na incapacidadedo fígado de fornecer glicose livre para o corpo no jejum. Essa deficiência afeta a degradação de glicogênio e o último passa da gliconeogênese. Metabolismo do Glicogênio Obrigado!
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