Buscar

DESAFIOS E PERSPECTIVAS NA ATENÇÃO BÁSICA DE SAÚDE

Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS
DEPARTAMENTO DE SAÚDE COLETIVA
INSTITUTO DE PATOLOGIA TROPICAL E SAÚDE PÚBLICA
GRADUAÇÃO DE BIOMEDICINA
YNGRID BATISTA DA SILVA
DESAFIOS E PERSPECTIVAS DA ATENÇÃO BÁSICA EM SAÚDE NO BRASIL
Goiânia, 2021
YNGRID BATISTA DA SILVA
DESAFIOS E PERSPECTIVAS DA ATENÇÃO BÁSICA EM SAÚDE NO BRASIL
Trabalho apresentado sendo substituto do
debate, como atividade complementar para
aprovação na disciplina de Saúde Pública do
curso de Biomedicina na Universidade Federal
de Goiás.
Professora: Dra Fabiana Ribeiro Santana.
Goiânia, 2021
INTRODUÇÃO
O Sistema Único de Saúde foi criado a 30 anos e desde sua concepção está em
constante mudança e aprimoramento. Sua principal ferramenta é a Atenção Básica - o
primeiro nível de atendimento à população - , neste trabalho será apresentado desafios e
perspectivas em relação a esse nível.
Sousa, M. F. et al5 , relata a importância da atenção primária bem estruturada,
organizada e eficiente, em seu estudo nos mostram que a expansão de estratégias, como, o
da Estrutura Saude da Familia tem impactos significativos, por exemplo, na redução na
mortalidade pós neonatal e infantil e o combate ao baixo peso à nascença. Isso comprova
a importância da Atenção Básica de Saúde.
DESAFIOS DA ATENÇÃO BÁSICA DE SAÚDE
O Sistema Único de Saúde (SUS) criado pela Constituição Federal de 1988, tem
como principais diretrizes, a Universalidade - que defende que todo cidadão tem direito a
saúde e o Estado tem dever de prover assistência à saúde a todos de forma igualitária; a
Integralidade - prevê que todas as pessoas sejam atendidas, desde necessidades básicas até
as de alta complexidade; Equidade - afirma que todas as pessoas são iguais perante o SUS,
e devem ser atendidas de acordo com suas necessidades individuais 1.
Os atendimentos à população são divididos em três níveis: atenção primária /
básica (UBS), atenção secundária (ambulatórios e hospitais), e atenção terciária (hospitais
de grande porte).
“Quando a Atenção Básica funciona adequadamente, a população consegue
resolver com qualidade a maioria dos seus problemas na saúde." (O SUS no seu município,
2009 p.32) 2 . Todos os níveis de atenção à saúde são de igual importância, mas, a atenção
básica deve ser prioritária, uma vez que pode solucionar grande parte dos atendimentos
necessitados pela população. Problemas nesse nível acarreta em desordem de diferente
intensidade em todo o sistema.
De acordo com Cecílio, L. C. O e Reis, A. A. C. 3, um dos problemas que atingem
a atenção básica, é a complexidade e padronização de suas políticas, eles afirmam que
decisões tomadas pelo Ministério da Saúde (MS), em relação à Atenção Básica,
aparentemente não leva em consideração, a diversidade que há nesse nível, em
infraestrutura, falta de equipamentos, qualificação de profissionais. Eles alegam que as
estratégias criadas pelo MS, são as mesmas tanto para cidades grandes com um bom
suporte no primeiro nível de atenção à saúde, quanto para as cidades com carência, onde
não poderão cumprir com as estratégias homogeneizadas para todo o país. Esse problema
infringe um dos pilares do SUS, o da Equidade.
Desafios vivenciados pela Atenção Básica, também são pautadas por Fertonani,
H. P. et al4 , onde destacam a dificuldade na implementação da integralidade, eles pontuam
como causa desse problema, um vínculo mal estruturado entre os três níveis de atenção à
saúde (primário, secundário e terciário), que fazem com que a população não tenha um
atendimento integral e contínuo como está previsto da Constituição Federal de 1988 1 ,
novamente infringindo os pilares do SUS, agora o da Integralidade. Ainda citam como
obstáculo, o relacionamento entre os profissionais da Atenção Básica de Saúde e a
população a que a unidade atende, que podem ser causados por sobrecarga do sistema,
falta de infraestrutura, déficits nas condições de trabalho, e profissionais mal qualificados.
Sousa, M. F. et al 5 , alegam como outro problema na atenção básica de saúde, as
"injustiças e desigualdades regionais” e populacionais, dizendo que a população
historicamente carente e que vivem à margem da sociedade, não conseguem apoio
adequado na Atenção Primária que possa suprir suas necessidades. Exemplo do que foi
dito, é a falta de amparo as pessoas nas unidades da zona rural e ribeirinha, atendimento
na Atenção Básica que também é insuficiente e por vezes inexistente aos indivíduos em
situação de rua, que se encontram como grupo de risco a diversas enfermidade, e não
possuem condições de ter uma assistência médica que não seja da rede pública. Esse
obstáculo na Atenção Básica descumpre a diretriz do SUS da Universalidade.
PERSPECTIVAS NA ATENÇÃO BÁSICA DE SAÚDE
As perspectivas da Atenção Básica de Saúde estão relacionadas à resolução de
problemas presentes nesse nível de atendimento.
Facchini, L. A.; Tomasi, E. e Dilélio, A. S.6 dizem que para que a infraestrutura
da atenção básica seja eficiente e completa, deve haver profissionais qualificados, que
desempenhem de forma efetiva a Estrutura Saúde da Família ( ESF- principal investimento
do Ministério da Saúde para promover a organização das ações da atenção básica visando
a consolidação completa do SUS no país), o Estado tem criado formas de qualificar os
profissionais da atenção básica, entre os meios utilizados estão, Requalifica UBS, e
programas educacionais que desenvolvidos pela Universidade Aberta do Sus (UNASUS).
Os autores ainda alegam que para que haja integralidade no atendimento a
população deve-se “aprimorar os fluxos dos usuário no interior do serviço, desde a
recepção até a sua saída, ao final do atendimento”, dizem que para isso ocorrer precisa ter
uma melhor organização em relação ao acolhimento, agendamento e demanda, já que a
UBS, não conseguirá manter esse fluxo se estiver sobrecarregada. Também propõe que
com o aumento da demanda por parte dos idosos e pessoas com comorbidade, faz-se
necessário a ampliação e atuação mais efetiva das equipes dos Núcleos de Apoio à Saúde
da Família (Nasf), a telessaúde (que pode ser usado para agendar consultas, exames, e
outros procedimentos via internet) e o atendimento a distância podem ser usados para a
expansão desse programa ao cotidiano dos pacientes.
Facchini, L. A.; Tomasi, E. e Dilélio, A. S.6 , ainda incentivam o desenvolvimento
de parcerias entre as unidades de Atenção Básica de Saúde e instituições acadêmicas, tanto
públicas, quanto privadas, para realização de aprimoramento profissional a nível de
graduandos, para que os novos profissionais de saúde recém formados, que venham a se
dedicar as UBS, se graduem já qualificados ao cargo, entretanto, todos os profissionais
devem estar em constante aprendizados de qualificação para seu conhecimento não se
tornar defasado.
CONCLUSÃO
Podemos concluir que, grande parte dos problemas enfrentados pela Atenção
Básica de saúde, são causados pela infringência às principais diretrizes do Sistema Único
de Saúde - Universalidade, Integralidade e Equidade- , e mesmo após mais de 30 anos de
SUS, ainda enfrentamos problemas relacionados à organização do mesmo. As perspectivas
para a Atenção Primária tem vínculo direto com a estruturação mais efetiva e dentro da
realidade das UBS.
As unidades de Atenção Básica de Saúde são os capilares que nutrem a sociedade,
são a rede de apoio mais próximo da população, com isso seu bom funcionamento é de
suma importância.
REFERÊNCIAS
1 - BRASIL. Constituição, 1988. Constituição da República Federativa do Brasil.
Brasília, DF. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em: 12 de
junho de 2021.
2 - BRASIL. Ministério da Saúde. O SUS no seu município garantindo saúde para
todos. 2° ed, Brasília, DF. 2009. Disponível em:
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/sus_municipio_garantindo_saude.pdf. Acesso
em: 13 de junho de 2021.
3 - CECILIO, Luiz Carlos de Oliveira.; REIS, Ademar Arthur Chioro dos. Apontamentossobre os desafios (ainda) atuais da atenção básica de saúde. Scielo, 2018. Disponível
em: https://doi.org/10.1590/0102-311X00056917 Acesso em: 11 de junho de 2021.
4 - FERTONANI, Hosana Pattring; PIRES, Denise Elvira Pires de; BIFF, Daiane;
SCHERER, Magda Duarte dos Anjos. Modelo assistencial em saúde: conceitos e
desafios para a atenção básica brasileira. Scielo, 2015. Disponível em:
https://doi.org/10.1590/1413-81232015206.13272014 Acesso em: 12 de junho de 2021.
5 - SOUSA, Maria Fátima de; PRADO, Elizabeth Alves de Jesus; LELES, Fernando
Antônio Gomes; ANDRADE, Natália Fernandes de; MARZOLA, Rogério Fagundes;
BARROS, Fernando Passos Cupertino de; MENDONÇA, Ana Valéria Machado.
Potencialidades da Atenção Básica à Saúde na consolidação dos sistemas universais.
Scielo, 2019. Disponível em: https://doi.org/10.1590/0103-11042019S507 Acesso em: 13
de junho de 2021.
6 - FACCHINI, Luiz Augusto; TOMASI, Elaine; DILÉLIO, Alitéia Santiago. Qualidade
da Atenção Primária à Saúde no Brasil: avanços, desafios e perspectivas. Scielo, 2018.
Disponível em: https://doi.org/10.1590/0103-11042018S114 Acesso em: 11 de junho de
2021.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/sus_municipio_garantindo_saude.pdf
https://doi.org/10.1590/0102-311X00056917
https://doi.org/10.1590/1413-81232015206.13272014
https://doi.org/10.1590/0103-11042019S507
https://doi.org/10.1590/0103-11042018S114

Continue navegando