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Antinomia

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Ana Luiza Bittencourt 
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO 
Antinomia 
 Temos uma antinomia quando o aplicador do direito constata que os legisladores 
manifestaram duas vontades contraditórias a respeito do mesmo assunto. Para resolver as 
antinomias, a teoria do direito elaborou uma série de critérios que estudaremos a seguir. 
1º critério da superioridade (ou critério hierárquico) 
- As normas jurídicas constituem um sistema porque são hierarquizadas, existindo entre elas 
relações de superioridade e subordinação. Como diz um conhecido brocardo: lex superior 
derogat legi inferior (a norma superior revoga a inferior). Esse critério permite resolver muitas 
antinomias. Portanto, lei ordinária contrária à constituição é inconstitucional; decreto que 
desrespeita disposição legislativa é ilegal. 
- Na hierarquia, a Constituição ocupa o topo. É a norma mais superior. 
- As leis (ordinárias, delegadas, complementares) e as Medidas Provisórias estão abaixo da 
Constituição. 
- Os atos administrativos vêm abaixo das leis. 
- Os atos privados vêm abaixo dos atos administrativos. 
Pontos polêmicos: 
1. Há quem defenda que Emenda à Constituição é inferior à própria Constituição. 
2. Há defensores de que as Leis Complementares são superiores às leis ordinárias (apenas 
porque alguns temas são tratados apenas por LC). 
3. Nem todo ato administrativo estão no mesmo nível hierárquico. 
2º critério da posterioridade (ou critério cronológico) 
- Quando as normas conflitantes possuem a mesma força jurídica (encontram-se no mesmo 
escalão de hierarquia), mas foram promulgadas em tempos diferentes, prevalece a norma mais 
nova. Nesse caso, utiliza-se o brocardo lex posterior derogat legi priori (a norma posterior revoga 
a anterior). 
- Existe possibilidade de uma lei revogada voltar a vigorar? Esse fenômeno se chama 
repristinação. Ele não existe no ordenamento jurídico brasileiro, a menos que a lei o diga 
expressamente. 
3º critério da especialidade 
- Em casos de antinomia entre as normas do mesmo escalão da pirâmide jurídica, prevalece a 
norma específica, isto é, aquela que regulamenta de forma particular determinados casos. Aqui 
se aplica o brocardo lex specialis derogat legi generali: a norma específica revoga a geral. 
 
 
Conflito de critérios 
- Quando o critério hierárquico entre em conflito com algum dos outros (da posterioridade ou 
da especialidade), vale a norma hierarquicamente superior, ainda que a inferior seja posterior 
ou específica. 
- Quando o conflito existe entre o critério da posteridade e da especialidade, não há consenso 
sobre qual deve prevalecer. A corrente dominante diz que deve ser aplicado o critério da 
especialidade sobre o da posteridade, mas há exceções. 
- Se for uma “briga” entre normas constitucionais, a decisão é do STF, caso não for, é do STJ. 
- Exemplos de conflitos: 
• Critério hierárquico x critério da posteridade > norma A é superior e anterior; norma B 
é inferior e posterior. Neste caso, o critério hierárquico deve prevalecer. 
• Critério hierárquico x critério da especialidade > norma C é superior e geral; norma D é 
inferior e específica. Neste caso, o critério hierárquico deve prevalecer. 
• Critério da posterioridade x critério da especialidade > norma X é posterior e geral; 
norma Y é anterior e específica. Neste caso, não há consenso. A maioria diz valer o 
critério da especialidade, mas há exceções.

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