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Governador
Vice Governador
Secretária da Educação
Secretário Adjunto
Secretário Executivo
Assessora Institucional do Gabinete da Seduc
Coordenadora da Educação Profissional – SEDUC
Cid Ferreira Gomes
Domingos Gomes de Aguiar Filho
Maria Izolda Cela de Arruda Coelho
Maurício Holanda Maia
Antônio Idilvan de Lima Alencar
Cristiane Carvalho Holanda
Andréa Araújo Rocha
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CAJU
 
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SUMÁRIO 
 
I. INTRODUÇÃO ......................................................................................... 3 
II. MERCAD DO CAJU .................................................................................. 3 
III. CLIMA E SOLO ......................................................................................... 5 
IV. CARACTERÍSTICAS DA PLANTA ......................................................... 7 
V. VARIEDADES ............................................................................................ 8 
VI. MANEJO DA CULTURA DO CAJUEIRO .............................................. 9 
VII. DOENÇAS .................................................................................................. 17 
VIII. PRAGAS ..................................................................................................... 20 
IX. COLHEITA E PÓS-COLHEITA ................................................................ 24 
X. BIBLIOGRAFIA ......................................................................................... 31 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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I. INTRODUÇÃO 
 
O cajueiro, planta encontrada em quase todo o mundo tropical, é originário do 
Brasil, onde pode ser encontrado em todo o território, não obstante concentrar-se no 
Nordeste, principalmente nos estados do Piauí, Ceará e Rio Grande do Norte. 
Enfrentando um mercado cada vez mais competitivo, liderado por Índia e 
Vietnã, a cajucultura brasileira procura alternativas para melhorar sua posição no 
mercado mundial de nozes, especialmente no tocante à produtividade dos pomares e a 
qualidade da amêndoa processada. Para o país, a importância sócio-econômica do 
agronegócio caju pode ser vista nos 690 mil hectares de cajueiros existentes, que 
mobilizam no campo cerca de 280 mil pessoas e proporcionam uma produção de 
147.629 t de castanha e 1,5 milhões de toneladas de pedúnculo por ano. (OLIVEIRA, 
2006) 
A matéria-prima castanha supre um parque industrial formado por uma dezena 
de fábricas de grande porte e cerca de oitenta mini-fábricas, responsáveis pela obtenção 
da amêndoa de castanha de caju - ACC, destinada, na sua maioria, para exportação, 
gerando divisas da ordem de US$ 150 milhões anuais. Por sua vez, o consumo do caju-
de-mesa no mercado interno (caju in natura) vem crescendo significativamente nos 
últimos dez anos, principalmente na região Sudeste, com preços cada vez mais atrativos 
para o produtor, estimulando, ainda que em pequena escala, novos investimentos na 
expansão e modernização dos pomares e na adoção de Boas Práticas Agrícolas e 
Sistemas de Produção que possibilitem a certificação da matéria prima produzida. 
 
II. MERCADO DO CAJU 
 
Segundo estudo realizado em 2008 por Hugo Santana Júnior o setor de 
castanha de caju no Brasil é essencialmente voltado para a exportação e enfrenta grande 
pressão, pela oferta de produtos por parte da Índia e do Vietnã em condições de 
qualidade superiores, pela estagnação da produção de castanha de caju no país, pela 
tendência de redução dos preços internacionais da amêndoa da castanha de caju, e por 
uma situação conjuntural de câmbio desfavorável no Brasil. Nestas circunstâncias, têm 
sido bem-sucedidos processadores que possuem canais de comercialização direta com 
os países importadores, cada vez mais diversificados, que conseguem diferenciar sua 
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amêndoa da castanha de caju e que aderem às normas internacionais de fabricação de 
alimentos. 
A posição de desvantagem da cajucultura do Brasil em relação aos seus 
principais competidores, Índia e Vietnã, requer ações rápidas e consistentes de toda a 
cadeia produtiva. O elevado poder de barganha dos processadores sobre os produtores 
no Brasil, exercido diretamente ou agravado por atravessadores, permite que 
ineficiências tecnológicas dos processadores sejam transferidas para os produtores, 
mantendo baixos os preços pagos pela castanha in natura e desencorajando, ou mesmo 
eliminando, a possibilidade de avanços de produtividade no campo. No longo prazo, 
pode inclusive ocorrer redução da área plantada com níveis de produtividade 
decrescentes, implicando uma menor oferta de castanha para processamento nas 
indústrias locais e real necessidade de importação de matéria-prima, em um mercado 
dominado pela Índia. 
Ainda segundo Júnior (2008) para os grandes processadores brasileiros, o foco 
é no desenvolvimento de processos automatizados que alcancem rendimento de 
castanhas inteiras na faixa de 70%, superiores aos atuais 50-55%, ao mesmo tempo que 
consigam obter amêndoas mais claras sem alterar seu sabor natural. Apesar dos 
insucessos do passado, esta inovação tecnológica tem o poder de modificar a estrutura 
do processamento até mesmo nos países com abundante mão-de-obra, quando associada 
com exigências de práticas de fabricação mais restritas quanto à saúde dos 
consumidores. 
Enquanto é resolvido o problema do modelo de processamento mecanizado das 
grandes processadoras, a baixa produtividade no campo, conseqüência da remuneração 
inadequada dos produtores, pode ser minorada com um sistema de crédito capilarizado, 
sintonizado com o ciclo da safra e com a recompensa de melhores preços aos produtores 
de castanha de maior qualidade. 
Além disso, a implantação de sistemas de rastreamento e produção integrada da 
castanha pode contribuir para essa distinção de preços, com reflexos na diferenciação da 
amêndoa, algo que a Índia, que importa castanhas da África, não poderá seguir. 
O aproveitamento integral do potencial do mercado interno também deve dar 
maior flexibilidade aos processadores nacionais, que ampliarão seus volumes e 
ganharão escala onde os concorrentes de outros países não atuam. 
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O insucesso destas ações pode acarretar até mesmo uma redução, por equilíbrio 
de mercado, da oferta de castanha in natura, com elevação de preços e estreitamento das 
margens dos processadores, que terão de optar entre importar da África, sob a tutela da 
Índia, ou aumentar a produção própria para suprir as suas necessidades de matéria-
prima. 
Enquanto os grandes processadores se encontram em situação mais difícil no 
curto prazo, os APLs têm a oportunidade de se diferenciar e colocar sua pequena 
produção de amêndoas de castanha de caju de melhor qualidade no mercado, se 
conseguirem ultrapassar a barreira dos canais de comercialização externos, explorar 
oportunidades no subaproveitado mercado interno, inclusive em conjunto com APLs de 
produtos complementares como vinho e mel, e se adequar às normas internacionais de 
fabricação. Neste sentido, as intervenções necessárias para o APL de Barreira/CE − que 
servem de referência para outros APLs de pequenos e médios produtores de castanha de 
caju e minifábricas processadoras de amêndoa da castanha de caju − podem ser seg-
mentadas por etapa da cadeia de negócios, com potenciaisparceiros de execução. 
 
III. CLIMA E SOLO 
 
3.1. CLIMA 
O cajueiro é uma planta sempre verde, podendo, no entanto, ocorrer renovação 
parcial da folhagem. Dada a sua sensibilidade à baixa temperatura, sua distribuição 
geográfica está confinada na faixa de latitude 27°N e 28°S. 
Por sua origem tropical, o cajueiro desenvolve-se bem em temperaturas 
variando de 22 a 40 °C, porém Parente et al. (1972) citam 27 °C como temperatura 
média ideal para desenvolvimento e frutificação normais. Dada a influência da altitude 
sobre a temperatura, nas proximidades do equador são encontrados plantios de cajueiros 
em altitudes de até 1.000 metros. Em latitudes mais elevadas e altitude superior a 170 
metros, o rendimento da cultura, segundo Aguiar e Costa (2002), tem sido afetada 
negativamente. 
Quanto à umidade relativa do ar, o cajueiro desenvolve-se bem entre os limites 
de 70% a 85%, no entanto, tem-se observado pleno desenvolvimento da planta em 
regiões onde a umidade relativa do ar, por longo período de tempo, é de 50%. 
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Para isso, é necessário que o solo apresente boa reserva hídrica, ou seja, 
submetido à irrigação. Em regiões onde a umidade relativa do ar é superior a 85% 
observa-se maior incidência de doenças fúngicas nas folhas, flores e frutos. 
O vento exerce pouca influência sobre a cultura do cajueiro. Contudo, 
velocidade de 7 m s-1 ou superior, Aguiar e Costa (2002) relataram elevada queda de 
flores, frutos e tombamento de plantas, principalmente. 
Segundo Aguiar e Costa (2002) o cultivo do cajueiro é realizado com sucesso, 
quando a precipitação pluvial anual situa-se nos limites entre 800 a 1500 mm, 
distribuída em 5 a 7 meses e período seco de 5 a 6 meses, coincidindo com as fases de 
floração e frutificação. A esse respeito, Frota et al. (1985) citados por Aguiar e Costa 
(2002), relataram cultivos bem sucedidos, em regiões de precipitação pluvial de até 
4.000 mm; porém, com estação seca de quatro a sete meses, nem sempre bem 
distribuída. 
 
3.2. SOLOS 
No Brasil, principalmente no Nordeste, a maioria das plantações de cajueiros é 
encontrada vegetando em solos Neossolos Quartzarênicos (Areias Quartzosas), 
Latossolos e Argissolos (Podzólicos), profundos, bem drenados, sem pedregosidade e 
sem camadas endurecidas, porém, de baixa fertilidade química (Crisostomo, 1991). 
De acordo com Latis e Chibiliti (1988) o cajueiro requer menos nutrientes do 
que outras fruteiras, razão pela qual muitos cultivos são encontrados em solos de 
fertilidade marginal. No entanto, pesquisas têm revelado respostas satisfatórias a 
adubação mineral como as realizadas por (Falade, 1978; Sawke et al., 1985; 
Hamamashettti et al., 1985 e Grundon, 1999). Falade (1984) concluiu que, as 
características físicas e químicas do solo influenciam tanto a copa (altura das plantas e 
diâmetro da copa) como a morfologia do sistema radicular, concluindo daí, que solos de 
textura leve, profundos, bem drenados, moderadamente ácidos, conteúdo e saturação 
por bases baixos, livres de pedregosidade, e sem camada ou horizonte endurecido nos 
100 cm superficiais são os mais adequados para o cultivo do cajueiro. 
A análise química do solo, como guia para recomendação de corretivos e de 
fertilizantes, deve ser realizada com certa antecedência ao transplante da muda. Em 
pomares já estabelecidos, as análises do solo e de folha, fornecem subsídios ao técnico 
para recomendação de fertilizantes e corretivos necessários. 
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IV. CARACTERÍSTICAS DA PLANTA 
 
O cajueiro (Anacardium occidentale L.) pertence ao gênero Anacardium da 
família Anacardiaceae, sendo a única espécie do gênero cultivada comercialmente. 
Diversas outras espécies foram descritas, sendo possível, no entanto, a existência de 
espécies ainda desconhecidas, como também uma superposição entre as conhecidas, 
necessitando, portanto, de mais estudos na área de sistemática para melhor classificação 
taxonômica do gênero. 
- Floração: 
O cajueiro é uma planta andromonóica, com flores masculinas (estaminadas) e 
hermafroditas numa mesma panícula. As flores masculinas abrem-se às 06:00 horas (até 
as 16:00 horas) e as hermafroditas às 10:00 horas (até as 12:00 horas). A receptividade 
do órgão reprodutor feminino existe desde 24 horas antes até às 48 horas depois da 
abertura da flor. A polinização é predominantemente cruzada. A frutificação ocorre na 
época seca decorrendo 60-65 dias da floração à frutificação completa (SEBRAE. 2005). 
- Fruto – a castanha: 
O fruto do cajueiro é a castanha, um aquênio reniforme, com comprimento e 
largura variáveis, de cor castanho-acinzentada, a casca coriácea lisa, com mesocarpo 
alveolado, cheio de um líquido escuro, quase preto, cáustico, inflamável, denominado 
Líquido da Casca da Castanha (LCC) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 1: Partes do fruto do caju – castanha 
Fonte: Adaptado de Rios (2011) 
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O LCC é muito utilizado na indústria química (PAIVA; GARRUTI; SILVA 
NETO, 2000). A parte comestível do fruto (embrião) é a amêndoa, de coloração branca 
quando crua. 
- Pseudo fruto 
O pseudo-fruto ou maçã, é um pedúnculo hipertrofiado, carnoso, suculento, 
que apresenta grande variação de tamanho; formato cilíndrico, periforme ou alongado; e 
cor variando desde o amarelo-canário ao vermelho vinho. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
V. VARIEDADES 
 
De acordo com Leite (1994), na natureza existem dois tipos de caju: o comum 
(ou gigante) e o anão precoce. 
 
5.1. Cajueiro Comum 
O cajueiro comum é uma planta de porte alto, atingindo uma altura entre 6 e 20 
metros. Sua copa apresenta-se ereta, compacta a esparramada. A primeira floração dá-se 
entre 3º e 5º ano de vida. O peso da castanha varia de 3 a 33g. O pseudo fruto tem cor 
amarela ou vermelha e pode pesar de 20 a 500g. Estabiliza a produção no 8º ano de 
vida; a floração dura 4 a 5 meses e a planta vive 35 anos (SEBRAE, 2005). 
 
5.2. Cajueiro Anão Precoce 
 
Figura 2: Pseudo fruto do caju 
Fonte: Adaptado de Rios (2011) 
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O cajueiro anão precoce é uma planta de porte baixo, entre 2 a 4 metros. Sua 
copa apresenta-se compacta (em torno de 7 metros de envergadura), ereta; entra em 
floração aos seis meses, inicia floração um mês antes do que a do cajueiro comum e esta 
dura 7 a 9 meses. O peso do fruto varia de 3 a 13g e o do pseudo fruto 20 a 160g 
(SEBRAE, 2005). 
 
VI. MANEJO DA CULTURA DO CAJUEIRO (OLIVEIRA, 2006) 
6.1. ESCOLHA DE VARIEDADES 
 
Os clones atualmente disponíveis para o plantio sob regime de sequeiro ou 
irrigado, tanto para as regiões do litoral e transição, como para o semi-árido e cerrado, 
são apresentados na Tabela 1. 
 
 
 
 
6.2 PREPARO DO SOLO 
 
O cajueiro deve preferencialmente ser cultivado em solos com textura arenosa 
ou franco arenosa, relevo plano ou suave ondulado, não sujeitos a encharcamento, sem 
camadas impermeáveis e de profundidade nunca inferior a 1,5 m. 
O terreno deve estar desmatado, destocado e livre de raízes, principalmente na 
área ao redor do local onde vai ser preparada a cova, isto assegura um ambiente livre de 
concorrência com as plantas daninhas. Recomenda-se, antes da abertura das covas, a 
coleta de amostras de solo para análise química para fins de fertilidade. As operações de 
aração e gradagem devem ser realizadas de modoa evitar a pulverização do solo, por 
um lado, e compactação por outro. 
A profundidade de aração é de 30 cm enquanto a da gradagem é de cerca de 20 
cm. Nestas operações é comum a incorporação do calcário: metade da quantidade 
recomendada antes da aração e a outra metade antes da gradagem. 
Tabela 1:Variedades 
Fonte: Adaptado de Oliveira (2006) 
 
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Recomenda-se a abertura de covas de 40 x 40 x 40 cm para solos com textura 
arenosa ou franco-arenosa e de 50 x 50 x 50 cm para os de textura argilosa, distanciadas 
de 7 m x 7 m (sequeiro) ou de 8 m x 7 m (irrigado). 
 
6.3. CORREÇÃO DO SOLO 
 
A calagem ou correção do solo deve ser feita pelo menos três meses antes do 
plantio, considerando sempre o teor de umidade do solo. 
Essa operação deve ser feita em áreas que apresentem saturação por bases 
abaixo de 60%, teores de cálcio inferiores a 3,0 e os de magnésio a 4,0 mmolc/dm3 nas 
profundidades de 0 – 20 cm e 20 - 40 cm. A quantidade de calcário a aplicar para elevar 
a saturação de bases do solo a 70% é calculada pela expressão: 
 
Onde: 
T - capacidade de troca de cátions: [Ca + Mg + K + (H + Al) ] em mmolc/dm3; 
V1 - saturação de base atual do solo: [S x 100) / T], sendo: 
S = K + Ca + Mg em mmolc/dm3 
V2 - saturação de base desejada (70%); 
PRNT - Poder Relativo de Neutralização Total do Calcário. 
Lembrar sempre que a metade do calcário deve ser aplicada antes da aração e a 
outra após a gradagem. 
 
6.4. ADUBAÇÃO 
 
- ADUBAÇÃO DE FUNDAÇÃO 
Aplicar 100g de calcário dolomítico no fundo da cova e misturá-lo com a terra 
que foi retirada do local. Em seguida, encher a cova com uma mistura de terra 
superficial + superfosfato simples, de acordo com a análise de solo, mais 100g de FTE 
BR 12 + 10 litros de esterco animal bem curtido. Deixar a cova assim preparada, por um 
período de 30 dias antes do transplante da muda, quando do início do período chuvoso 
(CRISÓSTOMO et. al., 2001). 
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- ADUBAÇÃO DE FORMAÇÃO 
A adubação para o primeiro ano, segundo a análise de solo, deverá ocorrer 60 
dias após o transplante da muda. No caso de cultivo sob sequeiro, aplicar os fertilizantes 
ao redor das plantas, em três parcelas iguais no início, meio e fim da estação chuvosa. 
Para o cultivo irrigado, objetivando o maior aproveitamento dos fertilizantes, bem como 
minimizar a lixiviação, o parcelamento poderá ser mensal. 
Para a adubação no 2°, 3° e 4° ano recomenda-se seguir o mesmo sistema de 
aplicação do 1° ano, contudo, o fósforo deverá ser aplicado em uma única parcela, tanto 
para cultivo de sequeiro, como para o irrigado. 
 
- ADUBAÇÃO DE PRODUÇÃO 
• Cultivo sob sequeiro 
Nesta condição, a produtividade máxima esperada é de 1.200 kg.ha-1. Por essa 
razão, deve ser utilizada a recomendação para a cultura irrigada, para a produtividade 
esperada de até 1.200 kg.ha-1. Os adubos poderão ser aplicados em faixa contínua com 
1,0 a 1,5 m de largura, ao longo da linha de plantas. 
• Cultivo sob irrigação 
Os adubos poderão ser aplicados juntamente com a água de irrigação, por 
aumentar a uniformidade de distribuição e diminuir os custos com a mão-de-obra. 
 
6.5. PLANTIO 
 
Em regime de sequeiro, o plantio das mudas deve ser efetuado no início da 
estação chuvosa. Em áreas irrigadas, pode ser realizado em qualquer época do ano. Por 
ocasião do plantio é necessário retirar o saco ou tubete plástico com cuidado, para não 
danificar o sistema radicular das mudas, colocando-a no centro da cova, com o colo 3 
cm acima da superfície. 
Após o plantio deve-se realizar o tutoramento (amarrio da muda em uma estaca 
de 1 m de altura, enterrada junto ao caule da planta) para orientar o crescimento da 
planta e evitar que ventos fortes causem o seu tombamento. 
O emprego da cobertura morta ou “mulch” é importante para a manutenção da 
umidade do solo e controle parcial das plantas daninhas, devendo ser realizada após o 
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plantio. Pode-se usar materiais existentes na propriedade (capim não sementado, palha 
de arroz, bagana de carnaúba e de coco ou palhadas em geral). 
O replantio, se necessário, deve ser realizado de imediato. 
 
6.6. SINTOMAS DE DEFICIÊNCIAS MINERAIS 
 
São descritos a seguir os principais sintomas de deficiência de macro e 
micronutrientes na cultura do cajueiro: 
- Nitrogênio (N): os sintomas de deficiência de N são os primeiros a se 
manifestarem, com as folhas mais velhas tornando-se cloróticas da região apical do 
limbo. E, face à mobilidade do nitrogênio, a carência começa nas folhas mais velhas, 
com as mais novas mantendo-se verdes em consequência da redistribuição, que é um 
processo relativamente rápido no caso do N. A coloração amarelada está associada com 
a menor produção de clorofila. 
- Fósforo (P): a deficiência de fósforo é caracterizada pela coloração verde-
escura mais intensa das folhas inferiores, na fase inicial da identificação do sintoma, e, 
nos estágios mais avançados, tornam-se verde-opacas e caem. As folhas também são 
menores do que as das plantas sem os sintomas de deficiência. A rápida redistribuição 
do P dos órgãos mais velhos para os mais novos, quando ocorre a carência do elemento, 
faz com que as folhas mais velhas sejam as primeiras a mostrarem os sintomas. 
- Potássio (K): os sintomas de deficiência de potássio iniciam-se também nas 
folhas mais velhas, que apresentam uma leve clorose nas bordas. Ao contrário do N, os 
sintomas desenvolvem-se lentamente. Nos estágios mais avançados, a clorose avança 
para o limbo da folha, permanecendo verde apenas a base, numa espécie de V invertido. 
- Cálcio (Ca): os sintomas de deficiência aparecem tão logo a planta começa a 
se desenvolver, ou seja, de modo prematuro, e a progressão é lenta. As folhas 
superiores, que são as mais novas, desenvolvem ondulações nas margens, que se 
curvam para dentro e entre as nervuras. 
- Magnésio (Mg): o sintoma característico de deficiência é um amarelecimento 
internervural que começa na nervura principal e evolui para as bordas. Os sintomas 
manifestam-se nas folhas inferiores (mais velhas). 
- Enxofre (S): os sintomas de deficiência deste nutriente também são 
observados tão logo as plantas começam a se desenvolver. As folhas mais novas 
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tornam-se cloróticas, ao mesmo tempo em que ficam com a consistência mais rígida, 
aparecendo no ápice necroses acompanhadas de enrolamento das pontas afetadas e 
bordas rompidas. Além desses sintomas, as folhas terminais mais novas, enquanto se 
desenvolvem, ficam mais estreitas, diminuindo consideravelmente a superfície do 
limbo. 
- Manganês (Mn): inicialmente, as folhas mais novas apresentam uma 
coloração verde pálida, que evolui posteriormente para verde-amarelada, com as partes 
próximas às nervuras permanecendo verdes. Em algumas folhas, as margens apresentam 
coloração marrom. As plantas produzem pequenos números de folhas e o crescimento 
torna-se bastante lento, apesar de desenvolverem grande número de ramos laterais. É 
comum ocorrerem agrupamentos de pequenas folhas em forma de roseta, além do 
secamento e queda prematura das folhas. 
- Boro (B): os principais sintomas são: a morte das gemas e das folhas mais 
novas, com as adjacentes tomando um aspecto coriáceo. Ocorre superbrotamento e 
repetição dos sintomas nos novos brotos emitidos. 
- Zinco (Zn): na ausência de zinco, as plantasapresentam-se com internódios 
curtos e poucos ramos laterais. As folhas mais novas mostram-se pequenas, alongadas, 
com a coloração variando gradualmente do verde até o verde-pálido, com as nervuras 
permanecendo verde. As folhas maduras inferiores desenvolvem-se normalmente. 
- Ferro (Fe): o crescimento do cajueiro é seriamente comprometido na 
ausência de ferro. Em apenas um mês, os sintomas de deficiência ficam visíveis, com 
uma severa clorose das folhas jovens que se transformam em estreitas e delicadas ao 
tato. Com a progressão da carência, as folhas tornam-se translúcidas, permanecendo 
verde-claras somente as mais velhas. 
- Cobre (Cu): a carência do cobre traduz-se num ligeiro escurecimento na 
tonalidade verde. As folhas jovens apresentam-se mais alongadas e curvam-se para 
baixo, como se estivessem com estresse hídrico. O crescimento parece não ser afetado, 
pelo menos nos primeiros meses de vida da planta. 
 
6.7. IRRIGAÇÃO 
 
A microirrigação (microaspersão) é o método mais recomendável para o 
cajueiro-anão, principalmente em solos arenosos. 
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Na Tabela 3 são apresentadas as recomendações para a irrigação (sistemas de 
microirrigação) do cajueiro-anão na região litorânea do Ceará, durante as fases de 
formação (1º ano da cultura) e produção (a partir do 2o ano). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Para iniciar as irrigações após o período chuvoso, se as plantas não estiverem 
em plena floração, pode-se aguardar cerca de 30 dias após a última chuva superior a 10 
mm. 
 
6.8. PODAS 
 
A operação de poda depende do hábito de crescimento do clone, porte da 
planta, sistema de plantio empregado e a forma de colheita. Podem ser divididas nos 
seguintes tipos: formação. limpeza e manutenção. 
- Poda de formação 
 Desbrota 
A desbrota consiste na retirada das brotações laterais inferiores da planta, 
próximas aos cotilédones ou desenvolvidas no porta-enxerto. Efetua-se logo após o 
período chuvoso, no ano de instalação do pomar. As vantagens desta técnica são: menor 
desgaste da planta no período seco pela redução da área foliar, equilíbrio entre o sistema 
radicular e a parte aérea e redução dos custos da poda nos anos subsequentes. 
 Retirada de panículas 
As panículas que surgirem durante o primeiro ano após o plantio devem ser 
removidas, já que nesta fase constituem uma fonte de desvio de energia, que deve estar 
 
Tabela 2 – Recomendações para irrigação do cajueiro-anão precoce na região litorânea 
do Ceará 
Fonte: Adaptado de Oliveira, 2006 
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direcionada para o crescimento vegetativo da planta. Esta operação deve ser feita com o 
emprego de uma tesoura de poda, tendo-se o cuidado de evitar danos às plantas. 
É realizada a partir do primeiro ano, eliminando-se, sempre que possível ramos 
emitidos próximo ao solo ou no porta-enxerto e aqueles com crescimento lateral 
anormal. Deve-se manter a planta em haste única, deixando a primeira ramificação 
próxima a 0,50 m da superfície do solo. 
 Poda de limpeza 
É feita normalmente após a safra para eliminar os ramos secos, caídos e 
praguejados. Como a frutificação do cajueiro é periférica, predominantemente nos 2/3 
inferiores da planta, deve-se evitar a eliminação excessiva destes ramos. A poda 
exagerada diminui o sombreamento da área sob a copa, aumentando o potencial de 
crescimento das plantas daninhas. 
 Poda de manutenção 
Visa a eliminação dos ramos ladrões e aqueles que crescem para baixo, 
encostando, por vezes, na superfície, dificultando o coroamento. 
 
6.9. CONSORCIAÇÃO 
 
O consórcio pode ser realizado até o terceiro ou quarto ano após o plantio. 
Recomendam-se culturas de ciclo curto, como o feijão, mandioca, soja, sorgo granífero 
e amendoim. O plantio dessas culturas deve ser efetuado a 1,0 m de distância das linhas 
do cajueiro. 
A criação de abelhas também pode ser explorada, pois além da renda adicional 
gerada pela produção de mel, poderá trazer benefícios na floração. 
 
6.10. CONTROLE DE PLANTAS DANINHAS 
 
O controle de plantas daninhas nos pomares de cajueiro, especialmente nos 
primeiros meses após o plantio, é uma prática indispensável. A ocorrência dessas 
plantas geralmente prejudica o crescimento e o desenvolvimento das plantas jovens, 
com reflexos negativos na produção. 
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O cajueiro, como ocorre com outras culturas econômicas, é muito sensível à 
infestação e à concorrência de plantas daninhas, por competirem com a cultura em 
nutrientes, água e luz. 
Em pomares em formação, as plantas daninhas, via de regra, quando atingem 
altura superior à do cajueiro, podem ainda abrigar pragas e dificultar a realização das 
práticas fitossanitárias recomendadas. Além disso, dificultam a inspeção e manutenção 
dos sistemas de irrigação, quando a cultura é irrigada. 
Se por um lado podem reduzir a produção, as plantas daninhas podem também, 
desde que bem manejadas, trazer benefícios à lavoura, seja evitando a incidência direta 
dos raios solares pelo sombreamento, seja diminuindo os efeitos da erosão, aumentando 
a matéria orgânica do solo e favorecendo a absorção de nutrientes. 
As plantas daninhas que geralmente ocorrem nos cajueirais nordestinos podem 
ser separadas em duas classes: folhas largas e folhas estreitas ou gramíneas. Na Tabela 
4, estão relacionadas às principais espécies presentes em pomares de cajueiro-anão 
precoce no litoral do Ceará. Merece destaque a tiririca (Cyperus rotundus L.), por tratar-
se de uma invasora de difícil controle, resistente aos herbicidas, e causadora da redução 
do estande e do rendimento das culturas comerciais. 
Através de seus tubérculos, raízes e rizomas, esta planta libera no solo, 
compostos fenólicos que inibem o desenvolvimento de plântulas no viveiro e no campo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Tabela 3: Principais plantas daninhas em pomares de cajueiro-anão precoce no litoral 
nordestino. 
Fonte: Adaptado de Oliveira, 2006 
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VII. DOENÇAS 
7.1. ANTRACNOSE (Colletotrichum gloeosporioides (Penz) Pez. & Sacc.) 
 
Figura 3. Sintomas de Antracnose nas Folhas e Frutos. 
 
- Sintomas: lesões necróticas, irregulares, inicialmente de cor parda em folhas jovens e 
posteriormente de coloração avermelhada em folhas mais velhas. As folhas jovens 
ficam enegrecidas, retorcidas e posteriormente caem, quando o ataque é muito severo. 
Também causa queda das flores e frutos jovens, com enormes prejuízos no pomar. 
- Controle: pulverizações semanais alternadas com benomil, na dosagem de 100 g/ 
100L d’água, cujo intervalo de segurança é de 21 dias; e com mancozeb (150 g/ 100L 
d’água), cujo intervalo de segurança também é de 21 dias. Ambos são enquadrados 
como pouco tóxicos. O oxicloreto de cobre, em dosagens que variam de 200 a 400 g/ 
100L d’água, dependendo do produto comercial, apresenta excelentes resultados quando 
aplicado preventivamente. 
 
7.2. MOFO-PRETO (Pilgeriella anacardii von Arx & Miller) 
 
 
Figura 4: Sintomas do mofo-preto. 
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- Sintomas: ocorre geralmente no início da floração, atacando preferencialmente as 
folhas mais velhas, produzindo um bolornegro de aspecto similar ao feltro, que se 
forma na parte inferior das folhas, daí a denominação de mofo-preto. É encontrado mais 
comumente no cajueiro anão precoce do que no tipo comum. 
- Controle: pulverizações quinzenais alternadas com oxicloreto de cobre (3 g/ L de 
água) e benomil (1 g/ L de água). 
 
7.3. MANCHA ANGULAR (Septoria anacardii Freire) 
 
Figura 5. Sintomas da mancha-angular. 
 
- Sintomas: em folhas de plantas adultas as manchas são pretas, circundadas por um 
halo amarelado. Ataques muitos severos podem provocar a queda de folhas. 
- Controle: os mesmos produtos utilizados para a antracnose. 
 
7.4. OÍDIO (Oidio anacardii Noack) 
 
Figura 6: Sintomas de oídio. 
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- Sintomas: presença de um revestimento pulverulento, branco-acinzentado, nas folhas. 
A ocorrência é centralizada nas folhas adultas, ocasião em que não é tão prejudicial 
como quando ataca as inflorescências. No Brasil é considerada de importância 
secundária, não necessitando medidas de controle. Entretanto, pulverizações com 
produtos à base de enxofre e benomil podem controlar o fungo. 
 
7.5. RESINOSE (Lasiodiplodia theobromae (Pat.) Griffon & Maubl) 
 
 
Figura 7: Sintomas de resinose. 
 
- Sintomas: em plantas adultas, caracterizam-se pelo escurecimento, intumescimento e 
rachadura da casca, formando cancros no tronco e ramos, seguidos de intensa exsudação 
de goma. Abaixo da casca, observa-se um escurecimento dos tecidos o qual se prolonga 
até a parte interna do lenho. Ocorrem também amarelecimento e queda foliares. 
- Prevenção: evitar ferimentos na planta; desinfetar os instrumentos de corte, remover e 
destruir plantas ou tecidos infectados. 
- Controle: proceder a uma cirurgia de limpeza por meio de um canivete ou faca bem 
afiada. Retirado todo o tecido atacado, aplicar uma porção de pasta bordalesa ou de um 
fungicida comercial à base de cobre na área lesionada. A pasta bordalesa deve ser 
preparada no dia anterior, misturando-se uma solução feita com 2 kg de sulfato de cobre 
em 5 L de água com outra solução feita com 3 kg de cal virgem em 5 L de água. 
 
7.6. QUEIMA-DAS-MUDAS (Phytophthora heveae Thompson e P. nicotiana Tucker) 
 
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- Sintomas: Inicialmente surgem manchas foliares arredondadas, com aspecto 
encharcado, de coloração marrom-clara. As folhas necrosam rapidamente e podem cair. 
Em mudas enxertadas ocorre morte das brotações novas. A infecção pode se iniciar 
também pelas raízes, provocando murcha, seca e morte das mudinhas. 
- Controle: Pulverizações semanais com metalaxyl (1 g/ L de água). Eliminar as mudas 
mortas ou com sintomas avançados da doença. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 8. Sintomas de queima-das-mudas. 
 
VIII. PRAGAS (RIOS, 2011) 
 
8.1. BROCA-DAS-PONTAS (Anthistarcha binocularis Meyrick) 
 
Figura 9: Ramo atacado pela broca-das-pontas. 
 
- Sintomas: ocorrência de galerias no interior dos ramos e inflorescência atacados, 
presença de orifícios de saída do adulto e secamento da inflorescência. Na maioria dos 
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casos ocorre quebra do ramo da inflorescência no orifício de saída do adulto. Esses 
sintomas permitem distinguir entre o ataque da praga e o da antracnose, que também 
causa a seca da inflorescência. 
- Controle: quatro pulverizações em intervalos de dez dias, na época da floração e 
início da frutificação. Dentre os produtos listados no Tabela 4, recomenda-se o 
fenitrothion e o malathion na dosagem de 150 a 200 g ou ml para cada 100 L de água. 
 
8.2. TRAÇA-DA-CASTANHA (Anacampsis phytomiella Busck) 
 
 
Figura 10: Sintomas de ataque da traça-da-castanha. 
 
- Sintomas: a lagarta recém emergida penetra na castanha no estágio de maturi e destrói 
toda a amêndoa. Antes de se tornar pupa, abre um orifício circular na castanha, 
geralmente na parte distal, por onde sairá posteriormente o inseto adulto (pequena 
mariposa). A presença da praga, portanto, só é notada quando os maturis apresentam um 
pequeno furo circular na sua parte inferior. 
- Controle: além dos produtos listados no Tabela 4, os inseticidas cartap, triazophos e 
monocrotophos mostraram-se eficientes no controle dessa praga. 
 
8.3. PULGÃO DA INFLORESCÊNCIA (Aphis gossypii Glover) 
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Figura 11: Ataque do pulgão-da-inflorescência. 
 
- Sintomas: o inseto, ao mesmo tempo em que suga a seiva da planta, expele uma 
substância açucarada denominada "mela", que recobre principalmente as inflorescências 
e folhas, servindo de substrato para o crescimento da fumagina, que é um fungo de 
coloração negra. O ataque intenso às inflorescências do cajueiro tem como 
consequência a murcha e a seca, com reflexos diretos na produção. 
- Controle: utilizar os inseticidas sugeridos no Tabela 4, levando-se em conta que os 
produtos etoato ethyl, monocrotophos, ometoato, dimetoato e pirimicarb, são também 
recomendados. 
 
8.4. TRIPES (Selenothrips rubrocinctus Giard) 
 
 
Figura 12: Ataque de tripes. 
 
- Sintomas: o inseto ataca principalmente a face inferior das folhas, preferindo as de 
meia idade, ponteiros, inflorescências, pedúnculos e frutos. As partes atacadas tornam-
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se cloróticas a princípio, passando depois para uma coloração prateada, com 
ressecamento e queda intensa das folhas, diminuindo a área foliar da planta, ocorrendo 
também secamento da inflorescência e depreciação dos frutos. 
 
8.5. LAGARTA SAIA-JUSTA (Cicinnus callipiusSch.) 
 
Figura 13. Ataque de lagarta-saia-justa. 
 
- Sintomas: o ataque ocorre principalmente em época de início de floração, 
prejudicando a produção pela redução da área foliar e brotações novas, como também 
pela destruição parcial ou total das inflorescências. 
- Controle: os inseticidas listados como eficientes no controle desta praga são 
triclorfon, malathion, fenthion, parathion, diazinon, monocrotophos, phosphamilon emethidathion. 
 
8.6. BROCA-DO-TRONCO E DAS RAÍZES (Marshallius anacardii Lima e M. 
bondari Rosado Neto) 
 
Figura 14. Sintoma de ataque da broca-do-tronco. 
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- Sintomas: os danos às plantas são causados pelas larvas que são encontradas 
formando galerias abaixo da casca, no caule e nas raízes. À medida que se 
desenvolvem, aprofundam-se cada vez mais em seu interior. Quando completamente 
desenvolvidas, penetram no lenho. Ao abandonarem a planta, deixam a marca de sua 
presença por meio de vários furos visíveis ao longo do caule seco. Outros sintomas: 
queda parcial ou total das folhas ou morte completa da planta. 
- Controle: derrubada e queima de galhos das plantas atacadas no local de ocorrência, 
evitando a disseminação do inseto. 
 
IX. COLHEITA E PÓS-COLHEITA (OLIVEIRA, 2006) 
 
A comercialização do pedúnculo de caju como fruta fresca, principalmente nos 
mercados mais distantes da produção, tais como São Paulo, Rio de Janeiro e Minas 
Gerais, é uma conquista recente da cajucultura do Nordeste. Para consolidar essa 
tendência de mercado, ressalta-se que as operações de colheita e pós-colheita são parte 
fundamental dessa nova cadeia no agronegócio do caju, e como tal devem estar bem 
articuladas com os outros elos, especialmente a distribuição e a comercialização. 
Desta forma, não se pode esquecer que a qualidade da fruta começa no campo, 
que depende da colheita feita no momento correto, e que os procedimentos a partir da 
colheita são destinados a manter a qualidade e pouco ou nada podem fazer para 
melhorá-la, ou seja, na pós-colheita do caju é imprescindível a utilização dos princípios 
tecnológicos atualizados e adequados, de tal forma que o manuseio do produto ao longo 
da cadeia, desde a sua colheita, seleção, classificação, beneficiamento, embalagem até a 
distribuição, comercialização e consumo, permita a obtenção de um produto final, com 
qualidade suficiente para atender às expectativas dos consumidores, cada vez mais 
exigentes. 
9.1. Fatores pré-colheita que afetam a qualidade do pedúnculo 
As técnicas empregadas no momento e após a colheita visam apenas preservar 
a qualidade dos frutos, não sendo capazes de melhorá-la. Assim, a qualidade e o 
comportamento pós-colheita dos frutos dependem, em grande parte, dos fatores pré-
colheita e das características químicas e fisiológicas do pedúnculo, bem como do ataque 
de pragas e doenças. 
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• Fatores ambientais e culturais 
Os fatores pré-colheita que influenciam na qualidade e no comportamento pós-
colheita dos frutos podem ser ambientais e culturais. Os fatores ambientais incluem 
temperatura, umidade relativa do ar, luz, textura do solo, vento, altitude e precipitação 
pluviométrica. Os fatores culturais são: nutrição mineral, manejo do solo, produtos 
químicos utilizados em pulverizações, densidade de plantio, irrigação e drenagem. 
• Fatores genéticos 
Além desses, para a formação de um pomar comercial que garanta 
produtividade, homogeneidade e qualidade é fundamental a seleção de um material 
genético adequado para a propagação, pois o plantio de pomares a partir de sementes 
acarreta falta de uniformidade no porte das plantas, na produção, no peso, na cor e na 
qualidade dos pedúnculos. O principal fator a ser considerado na escolha do clone a ser 
plantado é a qualidade do pedúnculo que satisfaça as necessidades do mercado 
consumidor pretendido. As características desejáveis de um clone para a produção de 
frutos de mesa são: as plantas devem ter porte baixo para facilitar a colheita manual, 
produzir pedúnculo com coloração variando de vermelho a vermelho laranja, formato 
piriforme, peso entre 80 e 140 g, textura consistente, sabor doce (mínimo de 10º Brix), 
baixo teor de taninos (máximo de 0,4%) e baixa acidez (0,3%-0,4%). 
• Características químicas e distúrbios fisiológicos do pedúnculo 
a) Adstringência 
A sensação de "travar", quando se prova o pedúnculo fresco de caju, é 
provocada por uma propriedade de alguns frutos, denominada adstringência. Essa 
propriedade é consequência da presença no fruto de substâncias complexas conhecidas 
como taninos. Não só no caju, mas quando qualquer fruto amadurece, a adstringência é 
menos percebida, seja por modificações químicas nos taninos ou pelo aumento no teor 
de açúcar, que mascara a sensação. 
Em geral, não é possível identificar, apenas pela aparência, se um caju é 
adstringente ou não. Porém, existem algumas exceções, como o caso do chamado caju-
banana que contém alto teor de taninos e é conhecido pela acentuada adstringência. 
Com o desenvolvimento de pesquisas em melhoramento genético do cajueiro, foram 
selecionados clones que passaram a ser utilizados em plantios comerciais. Atualmente, 
já é possível indicar para o plantio clones de cajueiro-anão precoce que produzem 
pedúnculos de baixa adstringência. 
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b) Rachadura do pedúnculo 
Na pré-colheita, durante a época de chuvas, o pedúnculo pode apresentar um 
distúrbio fisiológico, facilmente identificado pelas rachaduras, as quais são causadas 
pelo crescimento rápido, resultante do fornecimento súbito de grande quantidade de 
água. 
c) Seca fisiológica 
Em estudo realizado na Índia, foi constatado que o aumento da salinidade 
diminui: o teor de clorofila nas folhas, a taxa respiratória da planta, o aproveitamento do 
nitrogênio absorvido e, devido ao aumento da pressão osmótica, induz a seca 
fisiológica, reduzindo o crescimento da planta e diminuindo a absorção dos nutrientes 
do solo. Esse desequilíbrio afeta negativamente o tamanho e a qualidade pós-colheita 
dos pedúnculos de caju. 
 
9.3. Colheita e pós-colheita 
• Ponto de colheita 
Os melhores indicadores do ponto de colheita do caju são a coloração, a 
firmeza e a composição características de cada clone cultivado. Na prática, contudo, a 
colheita é realizada quando o pedúnculo está completamente desenvolvido, ou seja, com 
o tamanho máximo, textura firme e com a coloração característica do clone. Além disso, 
por ser não climatérico (não completa o amadurecimento após a colheita), o pedúnculo 
tem que ser colhido completamente maduro, quando apresenta as melhores 
características de sabor e aroma (máximo teor de açúcares, menor acidez e 
adstringência). 
Por este motivo, os colhedores devem percorrer o pomar todos os dias, durante 
a produção, pois o pedúnculo maduro desprende-se espontaneamente da planta e fica 
inutilizado para consumo. 
• Procedimento na Colheita 
De acordo com as NTPICaju (Oliveira, 2003), recomenda-se a implementação 
do sistema de Boas Práticas Agrícolas (BPA), no campo, tanto para a colheita de caju in 
natura quanto para a indústria ou para a colheita de castanhas. As BPA são mecanismos 
utilizados como subsídios da implementação do sistema de Análises de Perigos e Pontos 
Críticos de Controle (APPCC – campo). O enfoque das BPA e do sistema APPCC é 
assegurar a inocuidade dos alimentos, considerando como perigo a contaminação 
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inaceitável de natureza biológica, química ou física que possa causar dano à saúde do 
consumidor. São perigos biológicos na produção de caju, de acordocom o Manual de 
Segurança e Qualidade para a Cultura do Caju, 2004, os microrganismos vindos do solo 
ou de adubos orgânicos; água contaminada; superfícies sujas (caixas, equipamentos, 
veículos, bancadas); falta de higiene dos trabalhadores. São perigos químicos os 
agrotóxicos usados de forma indevida e, principalmente, quando os frutos são colhidos 
antes de se completar o período de carência. Os perigos físicos são considerados de 
menor severidade, são oriundos de materiais estranhos provenientes do campo, do 
transporte ou armazenamento, como vidro, madeira, metal, terra. 
A colheita deve ser feita nas horas de temperaturas mais amenas, para evitar 
murchamento e perda de peso e de qualidade. Para que o caju seja colhido corretamente, 
deve ser feita uma leve torção para que o pedúnculo se solte do pedicelo. Caso o 
pedúnculo ofereça resistência para soltar-se, ainda não alcançou o estádio de maturação 
para colheita. O contato direto com a palma da mão também deve ser evitado, pelo fato 
de que a película que reveste o pedúnculo é muito delgada, e o contato com a mão do 
colhedor pode elevar a temperatura da polpa, acelerando a senescência. Para evitar 
ferimentos no pedúnculo, os colhedores devem manter as unhas aparadas e limpas. A 
colheita realizada com vara longa ou pela agitação dos galhos não é recomendada, pois 
machuca o pedúnculo, podendo provocar, também, a queda de flores e de frutos 
imaturos. 
O caju deve ser colhido diretamente na planta com o máximo cuidado para que 
não sejam derrubados frutos jovens, flores e botões florais. Devem ser retirados os 
pedúnculos que apresentem doenças, deformações, defeitos ou ferimentos, formato ou 
cor não característicos do clone, tamanhos inadequados, verdes ou demasiadamente 
maduros, ou seja, os pedúnculos impróprios para a comercialização. Recomenda-se, 
também, separar, em caixas distintas, os pedúnculos destinados para consumo in natura 
daqueles destinados para a indústria. Estas operações devem ser realizadas à sombra e 
no menor tempo possível. Para tanto, as caixas devem ser colocadas sob a copa do 
próprio cajueiro, evitando-se, assim, insolação direta, que causa a redução da vida útil 
pós-colheita. No entanto, todas as operações pós-colheita devem ser feitas 
preferencialmente no galpão de embalagem. 
 
 
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• Procedimentos na pós-colheita 
O correto manuseio pós-colheita do caju é o primeiro passo para garantir a 
qualidade e a boa apresentação do produto, indispensáveis para o mercado de mesa. Os 
cajus para consumo in natura devem ser acondicionados, em uma única camada, nas 
caixas plásticas de colheita (47cm x 30,5cm x 12 cm), revestidas internamente por uma 
camada de espuma sintética (esponja) de aproximadamente 1 cm de espessura, para não 
danificar os pedúnculos. 
Caso os cajus sejam acondicionados, nessas caixas de colheita, em camadas 
duplas ou triplas, os que estão na parte de cima poderão machucar os da camada 
inferior, assim como os da superior poderão ser machucados pela caixa que está logo 
acima, no empilhamento. 
Para o processamento industrial, a colheita pode ser feita manualmente, se o 
porte da planta permitir, ou com o emprego de uma vara de longa, provida de um saco 
na ponta. Os pedúnculos colhidos devem ser acondicionados abaixo do limite de 
capacidade da caixa de colheita, para evitar perdas por amassamento das camadas 
inferiores. 
Recomenda-se ainda evitar o contato direto das caixas de colheita com o solo, e 
no caso de caju para consumo in natura, realizar duas colheitas diárias durante a safra. 
De acordo com as NTPICaju (Oliveira, 2003), são proibidos, para caju in natura a coleta 
de pedúnculos caídos ao chão, em estado de decomposição, mofados, rachados, 
atacados por insetos, roedores ou pássaros. 
• Transporte para o galpão de embalagem 
A demora no campo acelera o processo de deterioração, diminuindo a vida útil 
do pedúnculo, e a exposição prolongada a alta temperatura provoca perda de peso. 
Os cajus devem ser transportados para o galpão nas próprias caixas de colheita, 
que devem ser colocadas no veículo com cuidado, e nunca jogadas. O empilhamento 
deve permitir ventilação entre as caixas, e o fundo de uma caixa nunca deve tocar os 
pedúnculos da caixa abaixo dela. Recomenda-se usar uma cobertura de cor clara, 
deixando espaço de 40 a 50 cm entre esta e a superfície das caixas, para proteção e 
ventilação. Deve-se, também, orientar o condutor do veículo para evitar velocidade alta 
e solavancos, pois, nesta etapa, é grande a ocorrência de danos mecânicos. 
Todo carregamento destinado ao galpão de embalagem deve estar 
acompanhado de uma ficha de controle da produção, contendo, pelo menos, as seguintes 
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informações: 
_ Nome da empresa; 
_ Variedade/cultivar; 
_ Quantidade; 
_ Encarregado de campo; 
_ Área; 
_ Data. 
Esta ficha facilitará a identificação das causas de algum problema pós-colheita 
que venha a ser registrado nas diferentes etapas da comercialização. 
• Operações no galpão de embalagem 
Cada operação no galpão de embalagem pode representar uma etapa potencial 
na perda de qualidade, se não forem observados os cuidados necessários e as 
características do caju. Recomenda-se que, em pomares extensos, o galpão esteja 
localizado na região central da propriedade e que as vias de acesso sejam mantidas em 
boas condições. 
O galpão de embalagem deve ser um local fresco, ventilado e claro, e deve 
apresentar as seguintes características: 
 Facilidade para movimentar os frutos antes e após o processamento; 
 Portas, janelas e acessórios fáceis de serem higienizados; 
 Facilidade na remoção de sujeiras; 
 Facilidade para limpeza do piso e para a drenagem da água; 
 Proteção contra a entrada de animais domésticos, pássaros, insetos e roedores; 
 Cobertura das áreas de recebimento e saída dos frutos; 
 Facilidade para o armazenamento separado do produto, caixas de campo, 
paletes e materiais de embalagem; 
 Limpeza e manutenção adequadas dos equipamentos; 
 Superfícies de trabalho lisas e de fácil limpeza; 
 Dispor de água potável para as operações de lavagem; 
 Materiais de embalagem que satisfaçam as exigências do cliente; 
 Proteção contra possibilidades de contaminação do produto por objetos 
estranhos; 
 Segurança no armazenamento dos produtos químicos usados no processo ou na 
limpeza; 
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 Banheiros limpos e de fácil acesso; 
 Roupas de proteção adequadas e higienizadas. 
Recomendam-se não fumar, comer ou beber na linha de produção, e evitar o 
uso de unhas longas ou adereços como anéis e pulseiras, que possam ferir os frutos. 
9.4. Fatores pós-colheita que afetam a qualidade do pedúnculo 
• Danos pelo calor 
A exposição do pedúnculo ao sol ou à alta temperatura, depois da colheita, 
provoca perda de água por transpiração e aumenta consideravelmente a taxa de 
respiração. Como resultado, o caju perde o brilho, a firmeza, e fica menos doce. Para 
evitar o dano pelo calor, a colheita deve ser feita nas horas de temperatura mais fresca. 
Além disso, os cajus devem ficar à sombra enquanto estiverem no campo, e devem ser 
levados rapidamente para o galpão de embalagem. 
• Danos Mecânicos 
Os danos mecânicos estão entre as principais causas de perda pós-colheita de 
frutas frescas. O pedúnculo de caju tem uma estrutura delicada e extremamente sensível 
e, por este motivo, deve ser manuseado com o máximo cuidado. 
A queda do caju ao solo inutiliza o pedúnculo para a comercialização.O 
colhedor deve evitar unhas grandes e instrumentos de colheita como vara, tesoura ou 
faca, que possam ferir o pedúnculo. Caixas de colheita inadequadas, com superfícies 
ásperas ou cortantes, provocam ferimentos no pedúnculo. Qualquer ferimento 
representa uma porta de entrada para microrganismos causadores de podridão. 
O amassamento do pedúnculo, causado pelo empilhamento nas caixas de 
colheita, pela compressão durante o transporte para o galpão ou pelo manuseio 
descuidado causa amolecimento e escurecimento da polpa. 
• Danos pelo frio 
O caju, como a maioria dos frutos tropicais, é sensível à temperatura baixa. Isto 
significa que, se armazenado em temperatura abaixo de sua faixa de tolerância, o 
pedúnculo pode desenvolver sintomas como manchas marrons na película, alteração da 
cor de avermelhada ou alaranjada para tonalidades pardas, e amolecimento. O emprego 
de embalagem com filme de PVC (cloreto de polivinila) protege o caju contra os efeitos 
do frio, e permite o armazenamento a 5ºC. Os pedúnculos não embalados não podem ser 
armazenados em temperatura abaixo de 8ºC. 
 
Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à 
Educação Profissional 
 
Curso Técnico em Fruticultura – Cultura do Caju Página 31 
 
 
 
 
X. BIBLIOGRAFIA 
 
Crisostomo, L.A. (1991): Avaliação da fertilidade em dez unidades de solo 
cultivadas com cajueiro nos estados de Piauí, Ceará e Rio Grande do Norte. Tese 
(Professor Titular) – Universidade Federal do Ceará, Fortaleza. 
 
Crisostomo,L.A.; Oliveira,V.H.de; Santos,F.de S.(2002): Cultivo do cajueiro anão 
precoce em regime de sequeiro. Fortaleza: Embrapa Agroindústria Tropical, folder. 
 
Crisostomo, L.A; Santos,F.J.de S; Oliveira,V.H.de;Raij,B. van; Bernardi, A.C.de 
C.;Silva, C. A.; Soares, I. (2003): Cultivo do cajueiro anão precoce: aspectos 
fitotécnicos com ênfase na adubação e irrigação. Fortaleza: Embrapa Agroindústria 
Tropical, 8p. (Embrapa Agroindústria Tropical, Circular Técnica Nº 08) 
 
Crisostomo. L. A.; Rossetti, A. G.; Pimentel, C. R. M.; Barreto, P. D.; Lima. R. N. 
(2004): Produtividade, atributos industriais e avaliação econômica de castanha em 
cajueiro anão precoce adubado com doses crescentes de nitrogênio e potássio em 
cultivo sob sequeiro. Revista Ciência Agronômica. 35(1): 87-95. 
 
OLIVEIRA, V.H. PRODUÇÃO, PÓS-COLHEITA E CERTIFICAÇÃO EM 
POMARES DE CAJUEIRO. 13ª SEMANA DA FRUTICULTURA, 
FLORICULTURA E AGROINDÚSTRIA. 11 a 14 de setembro de 2006 – Centro de 
Convenções do Ceará. Fortaleza – Ceará – Brasil 
 
RIOS, S.P. Cultivo e processamento do Caju. 
 
 
Hino do Estado do Ceará
Poesia de Thomaz Lopes
Música de Alberto Nepomuceno
Terra do sol, do amor, terra da luz!
Soa o clarim que tua glória conta!
Terra, o teu nome a fama aos céus remonta
Em clarão que seduz!
Nome que brilha esplêndido luzeiro
Nos fulvos braços de ouro do cruzeiro!
Mudem-se em flor as pedras dos caminhos!
Chuvas de prata rolem das estrelas...
E despertando, deslumbrada, ao vê-las
Ressoa a voz dos ninhos...
Há de florar nas rosas e nos cravos
Rubros o sangue ardente dos escravos.
Seja teu verbo a voz do coração,
Verbo de paz e amor do Sul ao Norte!
Ruja teu peito em luta contra a morte,
Acordando a amplidão.
Peito que deu alívio a quem sofria
E foi o sol iluminando o dia!
Tua jangada afoita enfune o pano!
Vento feliz conduza a vela ousada!
Que importa que no seu barco seja um nada
Na vastidão do oceano,
Se à proa vão heróis e marinheiros
E vão no peito corações guerreiros?
Se, nós te amamos, em aventuras e mágoas!
Porque esse chão que embebe a água dos rios
Há de florar em meses, nos estios
E bosques, pelas águas!
Selvas e rios, serras e florestas
Brotem no solo em rumorosas festas!
Abra-se ao vento o teu pendão natal
Sobre as revoltas águas dos teus mares!
E desfraldado diga aos céus e aos mares
A vitória imortal!
Que foi de sangue, em guerras leais e francas,
E foi na paz da cor das hóstias brancas!
Hino Nacional
Ouviram do Ipiranga as margens plácidas
De um povo heróico o brado retumbante,
E o sol da liberdade, em raios fúlgidos,
Brilhou no céu da pátria nesse instante.
Se o penhor dessa igualdade
Conseguimos conquistar com braço forte,
Em teu seio, ó liberdade,
Desafia o nosso peito a própria morte!
Ó Pátria amada,
Idolatrada,
Salve! Salve!
Brasil, um sonho intenso, um raio vívido
De amor e de esperança à terra desce,
Se em teu formoso céu, risonho e límpido,
A imagem do Cruzeiro resplandece.
Gigante pela própria natureza,
És belo, és forte, impávido colosso,
E o teu futuro espelha essa grandeza.
Terra adorada,
Entre outras mil,
És tu, Brasil,
Ó Pátria amada!
Dos filhos deste solo és mãe gentil,
Pátria amada,Brasil!
Deitado eternamente em berço esplêndido,
Ao som do mar e à luz do céu profundo,
Fulguras, ó Brasil, florão da América,
Iluminado ao sol do Novo Mundo!
Do que a terra, mais garrida,
Teus risonhos, lindos campos têm mais flores;
"Nossos bosques têm mais vida",
"Nossa vida" no teu seio "mais amores."
Ó Pátria amada,
Idolatrada,
Salve! Salve!
Brasil, de amor eterno seja símbolo
O lábaro que ostentas estrelado,
E diga o verde-louro dessa flâmula
- "Paz no futuro e glória no passado."
Mas, se ergues da justiça a clava forte,
Verás que um filho teu não foge à luta,
Nem teme, quem te adora, a própria morte.
Terra adorada,
Entre outras mil,
És tu, Brasil,
Ó Pátria amada!
Dos filhos deste solo és mãe gentil,
Pátria amada, Brasil!

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