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SIMULADO ABERTO 1.o DIA LEIA ATENTAMENTE AS INSTRUÇÕES SEGUINTES: 1. Este CADERNO DE QUESTÕES contém 90 questões numeradas de 01 a 90 e a Proposta de Redação, dispostas da seguinte maneira: a) questões de número 01 a 45, relativas à área de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias; b) Proposta de Redação; c) questões de número 46 a 90, relativas à área de Ciências Humanas e suas Tecnologias. ATENÇÃO: as questões de 01 a 05 são relativas à língua estrangeira. Você deverá responder apenas às questões relativas à língua estrangeira (inglês ou espanhol) escolhida no ato de sua inscrição. 2. Confira se a quantidade e a ordem das questões do seu CADERNO DE QUESTÕES estão de acordo com as instruções anteriores. Caso o caderno esteja incompleto, tenha defeito ou apresente qualquer divergência, comunique ao aplicador da sala para que ele tome as providências cabíveis. 3. Para cada uma das questões objetivas, são apresentadas 5 opções. Apenas uma responde corretamente à questão. 4. O tempo disponível para estas provas é de cinco horas e trinta minutos. 5. Reserve os 30 minutos finais para marcar seu CARTÃO-RESPOSTA. Os rascunhos e as marcações assinaladas no CADERNO DE QUESTÕES não serão considerados na avaliação. 6. Somente serão corrigidas as redações transcritas na FOLHA DE REDAÇÃO. 7. Quando terminar as provas, acene para chamar o aplicador e entregue este CADERNO DE QUESTÕES e o CARTÃO-RESPOSTA/FOLHA DE REDAÇÃO. 8. Você poderá deixar o local de prova somente após decorridas duas horas do início da aplicação e poderá levar seu CADERNO DE QUESTÕES ao deixar em definitivo a sala de prova nos 30 minutos que antecedem o término das provas. 2 1 0 0 0 0 0 1 1 1 ALUNO_ENEM_PROVA1_23_5_ALICE_2021 12/05/2021 10:09 Página 1 LC – 1.o dia – Página 2 ALUNO_ENEM_PROVA1_23_5_ALICE_2021 12/05/2021 10:09 Página 2 LC – 1.o dia – Página 3 LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS Questões de 01 a 45 Questões de 01 a 05 (opção inglês) Disponível em: nytimes.com Shimmering white and gracefully statuesque, the Mount Washington Hotel is a granite fortress, a manmade anomaly among the raw wilderness of the surrounding White Mountains in remote northern New Hampshire, U.S. Even to this day, the hotel is geographically secured by 800,000 acres of the White Mountain National Forest around it. This was the main reason why the Hotel was chosen for a World War Two meeting – a meeting that shaped present-day global economic policies. Linda Laban. Disponível em: www.bbc.com (adapted). O termo “this”, que introduz a última frase do texto, refere-se ao fato de que o Mount Washington Hotel � serviu como alojamento durante a Segunda Guerra Mundial. � é isolado e quase secreto. � permanece tão sólido quanto uma fortaleza de granito. � encanta os visitantes com seu belo cenário circundante. � exibe imponência e graciosidade. Locust swarms have taken over parts of eastern Africa. The insects are rapidly eating the only source of food for many people in a region that is already food insecure. The swarms over the Horn of Africa are made up of "desert locusts," which are known for forming swarms that can be highly dense and mobile, according to the UN's Food and Agriculture Organization (FAO) desert locust information center. The desert locust is considered the most destructive migratory pest in the world, according to the FAO. A small swarm of locusts can consume enough food for 35,000 people. Farmers are complaining that about 90% of their crops have already been destroyed. Audrey McNamara. Disponível em: www.cbsnews. com (adapted). Escolha o título que melhor resume a principal ideia do texto. � Impedindo a propagação de enxames de gafanho - tos do deserto. � O que causou um surto de gafanhotos do deserto no leste africano. � O papel da FAO no controle de gafanhotos do deserto na África. � Os gafanhotos estão causando danos no leste africano. � Armas naturais contra uma antiga praga: os gafanhotos. QUESTÃO 01 QUESTÃO 02 ALUNO_ENEM_PROVA1_23_5_ALICE_2021 12/05/2021 10:09 Página 3 LC – 1.o dia – Página 4 A curious item was found among Beethoven’s effects, locked away in a drawer, at the time of his death: three letters, written but apparently never sent (they may have been sent but returned to him), to the “Immortal Beloved.” The content, which varies from high-flown poetic sentiments to banal complaints about his health and discomfort, makes it clear that this is no literary exercise but was intended for a real person. The month and day of the week are given, but not the year. The periods 1801–02, 1806–07, and 1811– 12 have been proposed, but the last is the most probable. The most cogent arguments regarding the identity of the person addressed, those by Maynard Solomon, point to Antonie Brentano, a native Viennese, who was the wife of a Frankfurt merchant and sister-in-law to Beethoven familiar Bettina Brentano. Disponível em: https://www.britannica.com/biography/Ludwig- van-Beethoven (adaptado). A partir do conteúdo do texto, pode-se afirmar que � as cartas mencionadas foram enviadas por Beethoven, mas devolvidas a ele. � a destinatária das cartas de Beethoven seria uma cunhada do próprio compositor. � as cartas foram enviadas no período de 1801 a 1812. � a hipótese mais sólida é a de que a destinatária das cartas seria uma vienense. � as cartas foram encontradas no sótão da casa onde Beethoven morava. Study: Literary Criticism Is Still Overwhelmingly Male By Zach Schonfeld Women writers are all over the best-seller lists, but literary criticism is still predominantly a male field. That’s according to the latest numbers from the volunteer organization VIDA: Women in the Literary Arts, which works for gender and racial parity in the literary world. This year’s report covers prestigious publications like The New York Review of Books, which published 227 male reviewers last year but only 54 female reviewers, and The London Review of Books, which published 146 male critics and 44 women during the same period. The Paris Review “made great strides toward gender parity” in 2013, the report notes, but then slid and published substantially fewer women than men in 2014. As The Guardian points out, those figures are especially striking when you consider that women are more avid readers than men in the U.K., where some of the biggest offenders are based. The figures are not all disheartening. Major magazines like The New Yorker, The Atlantic and Harper’s all showed increases in the number of women published in 2014. That data are valuable (without VIDA, the figures would likely go untallied), and the broader awareness even more so. Top editors likely know gender disparity is an issue, but they’re more likely to pay attention to it when an organization like VIDA is paying attention to them. SCHONFELD, Z. Dispsonível em: newsweek.com (adaptado). No texto, o autor lança mão de palavras como “literary”, “male” e “female” para apresentar uma matéria jornalística cujo tema está relacionado ao(à) � quantidade de produções literárias de homens e mulheres. � predominância de produções masculinas na crítica literária. � papel das associações na produção literária das mulheres. � resultado da produção literária de homens e mulheres em 2014. � prestígio das mulheres no desenvolvimento da produção literária. QUESTÃO 04 QUESTÃO 03 ALUNO_ENEM_PROVA1_23_5_ALICE_2021 12/05/2021 10:09 Página 4 Disponível em: https://group.bnpparibas A campanha acima está � prometendo incentivar o talento e a criatividade das mulheres. � promovendo condições para impedir o assédio às mulheres. � conscientizando as pessoas a respeito da igual - dade de gênero. � lutando por condições de trabalho mais flexíveis para as mulheres. � apelando à tomada de medidas para o combate da discriminação no ambinete de trabalho. Questões de 01 a 05 (opção espanhol) Disponível em: http://viajenaviagem.com. Acesso em: 11 fev. 2021 (adaptado). La propaganda es un género ampliamente explotado,que presenta un producto al consumidor, promoviendo su venta o su imagen y, como su objetivo es convencer, es normal que además de estrategias argumentativas diversas, � una metáfora sea esencial para que el receptor comprenda el texto. � la función conativa del lenguaje se destaque en este género textual. � la función referencial del lenguaje sea descartada de este género textual. � el texto se aleja del receptor para transmitir mejor el mensaje. � la norma culta de la lengua sea el principal recurso para este género. QUESTÃO 01 QUESTÃO 05 LC – 1.o dia – Página 5 ALUNO_ENEM_PROVA1_23_5_ALICE_2021 12/05/2021 10:09 Página 5 LC – 1.o dia – Página 6 “El Yastay”, cuento escrito en 2013 Para los que nunca han escuchado hablar del Yastay, quiero hacer un paralé en esta historia y quiero llegar a hablar el mismo idioma con ustedes, especialmente con estas muestras de flora y fauna. El Yastay es un hermoso ejemplar de guanaco, mucho más grande que los otros machos, inclusive más que el jefe de una manada que llamamos “relincho”. El jefe de todos los relinchos es el Yastay. Ahora sí, me siento relajado para decirles que hay arrieros que son realmente prodigiosos, donde ellos son los principales protagonistas, contando mentiras, aventuras o historias. La noche del río Jorquera invitaba con la claridad de nuestro límpido cielo nortino, a reunirnos al lado afuera del rancho, (…) echábamos a correr la imaginación y atentamente escuchábamos al Negro García alias “el ollito” dirigiéndome una burlada burlesca. Cuentan que es justo y muy inteligente; en una oportunidad un arriero encontró cerca de su corral unos pequeños guanaquitos heridos, que se salvaron de una criminal balacera con metralletas, él los metió en su corral y los cuidó con esmero, del mismo modo los alimentó con la leche de su ganado caprino y cuando estaban totalmente recuperados, los soltó para verlos libres correr por el campo. Una mañana el Yastay se le cruzó en el camino al arriero y con su cuerpo lo tapaba por delante del caballo para que lo siguiera. Lo hizo y muy cerca del lugar encontró unos animales recién muertos. El Yastay pagó su deuda de estadía. El arriero charqueó los guanacos y cuando terminó su faena, escuchó un relincho de saludo del más grande de los guanacos. Disponível em: www.udd.cl. Acesso em: 11 fev. 2021 (adaptado). Qual foi o propósito do Yastay ao obstruir o passo do boiadeiro? � Advertir sobre o perigo de tropeçar com os animais mortos. � Delatar os criminosos que causaram a morte dos guanaquitos. � Premiar o boiadeiro por interromper oportuna - mente o tiroteio. � Agradecer por ter cuidado dos guanaquitos mor - tos. � Socorrer os guanaquitos. QUESTÃO 02 ALUNO_ENEM_PROVA1_23_5_ALICE_2021 12/05/2021 10:09 Página 6 Disponível em: www.udd.cl. Acesso em: 11 fev. 2021 (adaptado). QUESTÃO 03 LC – 1.o dia – Página 7 ALUNO_ENEM_PROVA1_23_5_ALICE_2021 12/05/2021 10:09 Página 7 LC – 1.o dia – Página 8 El contacto visual es permanente durante el baile. El hombre suele tomar el vestón en algunos pasajes del baile. El pañuelo es utilizado en todo momento y ayuda a enfatizar algunos pasajes del baile. La dama suele moverlo mucho durante el baile para distraer las pretensiones directas de su pareja. El pañuelo es utilizado como una extensión de la mano para tocar a su pareja, acariciarla o abrazarla. En las presentaciones en vivo o en lugares especializados, los bailarines usan prendas más parecidas al tango que a la cueca huasa. Esta variante es libre, pues también va con jeans y zapatillas, lo que le da un toque más urbano. Qual a relevância no uso do lenço na cueca brava? � Ressalta as qualidades dos dançarinos. � Define as funções do casal. � Expressa o dinamismo dos dançarinos. � Manifesta as intensões do casal. � Divulga o espirito genuíno da cueca. Danzas folclóricas son una forma tradicional de danza recreativa de un pueblo y siempre fueron un importante componente cultural de la humanidad. Muchas de las danzas folclóricas tienen origen anónimo y fueron pasadas de generación a generación durante un largo período de tiempo. El folclore brasileño es rico en danzas que representan las tradiciones y la cultura de una determinada región. Están ligadas a los aspectos religiosos, fiestas, leyendas, hechos históricos, sucesos del cotidiano y bromas. Las danzas folclóricas brasileñas se caracterizan por tener músicas alegres (con letras sencillas y populares) con vestimentas y escenarios representativos. Esas danzas se realizan, generalmente, en espacios públicos como plazas, calles y avenidas. Questão 22, Língua Portuguesa ENEM 2020 (adaptado). A dança, como manifestação e representação da cultura rítmica, envolve expressão corporal própria de um povo. Considerando-a como elemento folclórico, a dança revela � acontecimentos do cotidiano, relacionados com a influência mitológica e religiosa de cada região, que se sobrepõem a aspectos políticos. � manifestações afetivas, históricas, ideológicas, intelectuais e espirituais de um povo, refletindo sobre seu modo de expressar-se no mundo. � aspectos eminentemente afetivos, espirituais e de entretenimento de um povo, desconsiderando fatos históricos. � tradições culturais de cada região, cujas manifestações rítmicas são classificadas em um ranking das mais originais. � lendas, que se sustentam como inverdades, uma vez que são inventadas e servem apenas para a vivência lúdica de um povo. “La revista de los lectores” Correo Sr. Director: maravillosa la nota sobre Gustavo Santaolalla. Ahora todos hablan de él por haber ganado el Oscar, pero ningún medio lo mostró como ustedes. ¿Sabían que ahora Orfelia está por todos lados? Qué mujer divina. Las fotos que acompañan la nota demuestran el amor entre madre e hijo. Por eso Gustavo le dedicó el Oscar a ella. Felicitaciones por esta entrañable nota, por esa foto, por hablar de Gustavo y Orfelia antes que todos. Natalia Urrutia Enlaces 3, pág.185 – Processo seletivo 2009 UFMT (adaptado). Sobre o sentido do texto, assinale a afirmativa correta. � A revista foi o meio que mais divulgou notícias sobre a entrega do Oscar. � O prêmio obtido por Gustavo contribuiu para destacar a celebridade de sua esposa. � A leitora elogia a revista pelos detalhes publi - cados sobre Gustavo na entrega do Oscar. � A beleza de Orfelia destacou-se muito mais que o prêmio ganho por Gustavo. � Natalia felicita a revista pela entrega do Oscar a Gustavo. QUESTÃO 04 QUESTÃO 05 ALUNO_ENEM_PROVA1_23_5_ALICE_2021 12/05/2021 10:09 Página 8 Questões de 06 a 45 A gramaticografia O gramático é, o mais das vezes, o árbitro de seus próprios juízos: inventa exemplos (certamente por se ter como exemplar suficiente do falante “correto”); ou seleciona, na literatura, exemplos que possam sustentar suas asserções – mas apenas estes. Os que as contradizem são convenientemente esquecidos, o que é uma prática que introduz perturbadora inconsistência nos fundamentos do discurso. FARACO, Carlos Alberto. História sociopolítica da língua portuguesa. São Paulo: Parábola Editorial, 2016. Ao tratar das histórias das gramáticas produzidas em língua portuguesa, o professor Carlos Alberto Faraco faz uma crítica ao modo como são selecionados os exemplos de uso “correto” da língua. Faraco aponta um descompasso entre exemplos pinçados para as gramáticas e � a desconsideração pelas variedades populares do português brasileiro. � uma análise vivenciada da realidade linguística. � o fato de que muitos exemplos são inventados pelos próprios gramáticos. � o esquecimento conveniente de exemplos não literários. � a arbitrariedade de asserções que levam a um discurso gramatical inconsistente. Um, dois, feijão com arroz; três, quatro, feijão no prato Quando a gente olha um monte de grãos com feijões e favas, parece que é tudo da mesma família. Mas não são, não: favas e feijão-de-corda são bem diferentes e até dão em trepadeiras, que, de tão lindas, inspiraram contos de fada. Acho que todacriança, quando coloca grão de feijão em algodão molhadinho num copo para brotar, fica imaginando que ele vai crescer, ficar imenso e chegar às nuvens, para que se possa subir e subir como o João ao ir atrás da galinha dos ovos de ouro do gigante. BACELLAR, Heloísa. Cozinhando para amigos 2: entre panelas e tigelas, a aventura continua. São Paulo: DBA, 2008. A chef Heloísa Bacellar, em capítulo dedicado ao pre - paro do arroz e do feijão, descreve as semelhanças en - tre favas e feijão-de-corda. Para tanto, ela se vale do � conhecimento prévio do leitor sobre contos de fadas para ilustrar a diferença entre feijões e favas. � sentido de fato consumado (“favas contadas”), para indicar a diferença entre feijões e favas. � fato de que ambos são trepadeiras, para fazer uma digressão sobre contos de fadas. � repertório sociocultural erudito do leitor para mobilizar um conhecimento de botânica. � experimento realizado em idade escolar para observar o crescimento de feijões. O sotaque e seu papel cultural Na prática pedagógica, é muito importante que os docentes estejam atentos aos mecanismos de discriminação que podem ser ativados com base nos sotaques de seus alunos. Principalmente quando a sala de aula é mais homogênea, com alunos nascidos num mesmo lugar, é muito comum ocorrer atitudes de zombaria diante de alunos provenientes de outras regiões. Uma escola democrática e democratizadora tem de respeitar a diversidade linguística e impor esse respeito na formação de seus alunos. BAGNO, Marcos. Gramática pedagógica do português brasileiro. São Paulo: Parábola Editorial, 2012. Em texto dirigido a professores e professoras, o autor explica como deve ser a recepção e o manejo de dife - rentes sotaques na sala de aula. Na lógica desse ex - cert o, uma escola democrática e democratizadora deve � cuidar para que a variedade padrão da língua portuguesa seja ensinada a todos os alunos como mecanismo de inserção social. � respeitar as manifestações de desagravo perante o desconhecido, visto que tal reação é instintiva e natural na trajetória de formação dos alunos. � promover o debate sobre todas as formas de pre - conceito e discriminação nos anos de for mação. � levar em consideração a homogeneidade das tur mas e relativizar eventuais zombarias, respei tan do-se o fato de que o Brasil tem dimensões conti nen tais. � primar pelo respeito a todos os sotaques, o que deve ser explorado criticamente pelos educadores durante a formação escolar. QUESTÃO 06 QUESTÃO 07 QUESTÃO 08 LC – 1.o dia – Página 9 ALUNO_ENEM_PROVA1_23_5_ALICE_2021 12/05/2021 10:09 Página 9 LC – 1.o dia – Página 10 Termos e expressões herdadas do período escra - vagista presentificam o violento passado racista quando ditas, mesmo que muitas vezes como repro - dução viciada e sem relação à origem específica do termo. A maioria dos casos associam direta ou vela - damente a cor preta a algo ruim, ofensivo, negativo, desumanizado, não necessariamente no significado do dicionário, mas no sentido social que adquire com a linguagem. Denegrir é um exemplo, significa “fazer ficar mais negro”, porém o contorno que o sustenta é pejorativo e o tornar-se negro vira uma situação ofen - siva, sinônimo de difamação, rebaixamento. O mes - mo para expressões como “a coisa tá preta”, “mer cado negro”, normalmente interligando a nega - tividade, a ilegalidade e o submundo à cor negra. O cancelamento virtual ou presencial é autoritário por natureza, ousa impor o apagamento do outro e dos registros do que somos enquanto sociedade. Faz da aniquilação alheia uma estratégia despolitizada de combate (nunca debate) aplaudida, copiada e em expansão. Nesta perspectiva, não se trata de fazer cancela - mento do termo proibido e censurado, mas de res - gatar seu trajeto social para provocar a reflexão trans formadora, vislumbrando alternativas que desa - guem na ressignificação. O mercado negro, por exem - plo, pode ser utilizado para situar um projeto de em preen dedoras negras e empreendedores negros, e, no modo pejorativo, ser substituído por mercado ilegal. O racismo (todas as formas de opressão) não está na palavra, mas na forma. Está na semântica da fala, do olhar, da atitude. Vale o convite à ressignificação, à ativação da engre nagem linguística para superar as desigual - dades, transformar as realidades. Demonizar palavras longe de seu contexto ou pessoas que deixaram escapulir uma expressão dita por vício linguístico, ou até mesmo um erro concreto, adia a chamada do enfrentamento coletivo. ROMÃO, Juliana. “O que e como se diz: delírio lacrativo e usos da linguagem”. Disponível em: https://revistacult.uol.com.br/home/delirio-lacrativo-e-usos-da- linguagem/. Acesso em: 4 mar. 2021 (adaptado). O texto traz uma reflexão a respeito do racismo na linguagem e do cancelamento tanto das expressões de cunho racista quanto daqueles que as reproduzem. A análise apresentada pela autora evidencia qual atitude se deve tomar em relação ao uso desses termos, concluindo que é necessária a � demonização desse discurso racista e o silen - ciamento daqueles que o reproduzem. � transformação desse discurso e o cancelamento da - queles que o reproduzem a fim de discipliná-los. � aniquilação dessas expressões e a desconstrução daqueles que possuem esse discurso opressor. � ressignificação dessas expressões e a descons - trução do indivíduo em vez da imposição do silenciamento. � supressão dessas expressões e o cancelamento do indivíduo que usa esse discurso como forma de opressão. QUESTÃO 09 ALUNO_ENEM_PROVA1_23_5_ALICE_2021 12/05/2021 10:09 Página 10 Texto I Sampa Alguma coisa acontece no meu coração Que só quando cruza a Ipiranga e a avenida São João É que quando eu cheguei por aqui eu nada entendi Da dura poesia concreta de tuas esquinas Da deselegância discreta de tuas meninas Ainda não havia para mim Rita Lee A tua mais completa tradução Alguma coisa acontece no meu coração Que só quando cruza a Ipiranga e a avenida São João Quando eu te encarei frente a frente não vi o meu rosto Chamei de mau gosto o que vi, de mau gosto, mau gosto É que Narciso acha feio o que não é espelho E à mente apavora o que ainda não é mesmo velho Nada do que não era antes quando não somos Mutantes E foste um difícil começo Afasto o que não conheço E quem vem de outro sonho feliz de cidade Aprende depressa a chamar-te de realidade Porque és o avesso do avesso do avesso do avesso (...) VELOSO, Caetano. Disponível em: https://www.letras.mus.br/caetano-veloso/41670/ Texto II Disponível no perfil de Instagram Tropicália Viva Considerada o “hino” da cidade de São Paulo, a mú - sica “Sampa”, composta por Caetano Veloso, des - creve o momento em que o cantor chega à cidade e, por meio de metáforas e referências a lugares e outros grupos musicais, o cantor descreve a São Paulo que encontrou, relatando as experiências que viveu em seu encontro com a alteridade. A imagem apresen tada no texto II, retirada de um perfil da rede social Instagram, retoma um dos versos da música de Caetano e faz uma crítica à exposição de selfies no meio virtual. Dessa forma, pode-se afirmar que a imagem se relaciona ao verso, pois se refere à (ao) � estranhamento do eu lírico que se perde por São Paulo ao chegar pela primeira vez à cidade. � costume comum entre os jovens de fotografar e expor selfies nas redes sociais, a fim de serem exaltados e vistos pelo outro. QUESTÃO 10 LC – 1.o dia – Página 11 ALUNO_ENEM_PROVA1_23_5_ALICE_2021 12/05/2021 10:09 Página 11 LC – 1.o dia – Página 12 � busca por reconhecimento por meio da exposição das redes sociais, assim como o eu lírico procura encontrar-se na cidade de São Paulo. � não reconhecimento de si mesmo em uma foto - grafia que não seja uma selfie, assim como o eu lírico não se reconhece ao encarar a cidade de São Paulo. � personagem da mitologia grega, Narciso, símbolo da vaidade, cuja preocupação excessiva com a imagem é encontrada hoje nas redes sociais. COUTINHO, Laerte. Disponívelem: https://deposito-de- tirinhas.tumblr.com/. Acesso em: 9 mar. 2021. A tirinha acima da cartunista Laerte foi publicada em homenagem ao Dia Nacional da Visibilidade Trans. Levando em conta as ações da personagem, nota-se que sua última atitude demonstra a (o) � pouco valor que uma fotografia antiga pode ter. � busca pelo registro do nome social da pessoa trans. � importância da autoaceitação da identidade da pessoa trans. � tentativa de orientar outros indivíduos sobre a identidade da pessoa trans. � necessidade de apagar as lembranças de pessoas que não reconhecem sua identidade. Disponível em: https://economia.culturamix.com/medidas/campanha-publicitaria- da-wwf-brasil Essa campanha de conscientização sobre a necessi - dade de cuidado com o meio ambiente constrói-se pela combinação da linguagem verbal e não verbal. A imagem da pegada escurecida cercada pela vege - tação verde representa o(a) � intervenção do ser humano para conter o avanço de práticas ilegais de desmatamento e de quei - madas. � destruição da fauna em decorrência das quei ma - das ocasionadas pelas condições climáticas nacionais. � incapacidade de a natureza recuperar-se das agres sões sofridas pelos avanços das áreas urbanas. � impacto negativo que as decisões tomadas pelo ser humano podem gerar no meio ambiente. � violência contra a população nativa das florestas devido à exploração das reservas naturais. QUESTÃO 11 QUESTÃO 12 ALUNO_ENEM_PROVA1_23_5_ALICE_2021 12/05/2021 10:09 Página 12 Entrávamos em nossos povoados... de pé, resta - ram os aquecedores, e só isso. Só os aquecedores! Na Ucrânia, libertamos lugares onde não tinha sobrado nada, só cresciam melancias, as pessoas só comiam essas melancias e não tinham mais nada. Iam nos receber com melancias... em vez de flores... Voltei para casa. Em um abrigo na terra viviam minha mãe e os três filhos, nosso cachorrinho comia espinafre da montanha cozido. Cozinhavam o espi - nafre, eles mesmos comiam e davam para o cachor - rinho. E ele comia... antes da guerra, havia tantos rouxinóis na nossa terra, mas depois passamos dois anos sem ouvir o canto deles; toda a terra estava revirada, tinha vindo à tona, como se diz, o esterco dos nossos avós. Foi preciso arar de novo. Os rouxinóis só apareceram no terceiro ano. Onde estavam? Ninguém sabe. Só voltaram para o lugar de sempre depois de três anos. As pessoas construíram casas, e aí os rouxinóis chegaram... ALEKSIÉVITCH, Svetlana. A guerra não tem rosto de mulher. São Paulo: Companhia das Letras, 2016, p. 177. Pelas características do texto lido, que trata das con - sequências enfrentadas após o término da Segunda Guerra Mundial, considera-se que ele se enquadra no gênero � conto, pois se trata de uma narrativa com perso - nagens, ações, desenvolvimento e clímax, cujo desfecho é o retorno dos rouxinóis. � depoimento, pois relata, em primeira pessoa, as vivências e observações da narradora que eviden - cia a precariedade após a guerra. � reportagem, pois apresenta informações sobre a Segunda Guerra Mundial com o objetivo de fazê- las chegar ao público de forma imparcial. � notícia, pois recolhe testemunhos de sobre - viventes da guerra com o intuito de transmitir os acontecimentos aos leitores de uma revista. � crônica, pois a escritora expõe sua opinião diante da miséria à qual as mulheres na Ucrânia estão expostas até os dias atuais. Primeiro romance de Wagner G. Barreira, Deme - rara (Instante) narra a disseminação da gripe espa - nho la, a imigração, a industrialização e a urbanização no Brasil a partir da história ficcionalizada do avô paterno do autor. Por que escolher a narrativa de ficção? Porque a história que conto em Demerara não poderia ser narrada de outra forma. O livro nasceu em 2016, na pós-graduação em formação de escritores da escola Vera Cruz, e foi interrompido por dois anos, tempo que levei para pesquisar e escrever Lampião e Maria Bonita: uma história de amor e balas (Planeta, 2018). Ainda que se apoie em fatos históricos, o livro é uma história possível do protagonista Bernardo Gutierrez Barreira. O que veio antes, a vontade de contar sua história familiar ou narrar um momento histórico decisivo? Demerara nasceu de uma pesquisa sobre meu avô paterno. Dele, sei que era espanhol, chegou ao Brasil no vapor Demerara e teve um filho com minha avó. Quando descobri que o mesmo navio trouxe a gripe espanhola para a América do Sul, eu me dei conta de que tinha o plot para um romance, a História, com agá maiúsculo, está presente na travessia do Atlântico, na pandemia, nas descrições de cenários em Vigo e São Paulo, no movimento sindical. Mas o livro também foi construído com memórias familia - res: o jeito de montar uma cama, a reza da benzedeira, o gosto pelo futebol. Bernardo foi envolvido no turbilhão do período, a História acontece diante de seus olhos, mas ele está preocupado em sobreviver, em chegar ao dia seguinte. BIDERMAN, Iara. Quatro Cinco Um, janeiro de 2021, p. 6. O texto acima é um trecho de uma entrevista com o escritor Wagner Barreira para apresentar seu livro Demerara. De acordo com as informações apresen - tadas, compõem os âmbitos da história, da memória afetiva e da ficção, respectivamente, � a trajetória de Bernardo, os cenários de São Paulo e a reza da benzedeira. � o navio Demerara, a reza da benzedeira e o cotidiano do protagonista. � a história de Lampião, a travessia do Atlântico e a vida do avô do narrador. QUESTÃO 13 QUESTÃO 14 LC – 1.o dia – Página 13 ALUNO_ENEM_PROVA1_23_5_ALICE_2021 12/05/2021 10:09 Página 13 LC – 1.o dia – Página 14 � a chegada da gripe espanhola ao Brasil, o movi - mento sindical e o gosto pelo futebol. � a trajetória do próprio autor, a chegada do vapor Demerara e o início de uma pandemia. Race is not race jogue esta frase no google tradutor algumas traduções possíveis corrida não é corrida raça não é raça google nem é gente caso fosse esta tradutora as opções seriam raça não é carreira fechem o mercado George Floyd RIZZI, Nina. “Poesia”, in: Piauí, edição 174, março de 2021. Disponível em: https://piaui.folha.uol.com.br/materia/raca-nao-e-raca/ Nina Rizzi é poetisa e trabalha em sua obra o cotidiano feminino e negro para construir uma poesia reflexiva, voltada para a condição de ser mulher negra no mundo atual. No poema apresentado, a autora critica a � ausência de empatia em relação aos problemas sociais evidenciados pelo caso George Floyd. � permanência da visão do corpo negro e da tragédia como mercadorias a serem exploradas. � interferência da tecnologia na circulação de infor - mações importantes para o debate sobre o racismo. � poesia como ferramenta de questionamento social que não alcança o público acostumado à internet. � falta de visibilidade dentro da internet ao tratar de temas essenciais à garantia dos direitos humanos. A arquitetura metafórica é um movimento arquite - tônico que se desenvolveu na Europa em meados do século XX. É considerado por alguns como mera - mente um aspecto do pós-modernismo, enquanto outros o consideram uma escola em si e um posterior desenvolvimento da arquitetura expressionista. O estilo é caracterizado pelo uso de analogia e me táfora como a principal inspiração e diretriz para o design. Exemplos bem conhecidos disso podem ser encontrados na Mesquita de Palm, na Universidade Rei Saud, em Riad, por Basil Al Bayati, baseada na forma de uma palmeira, o Templo de Lótus em Nova Delhi, por Fariborz Sahba, baseado em uma flor de lótus. Templo de Lótus, em Nova Delhi. Disponível em: https://www.hisour.com/pt/metaphoric-architecture-28347/ (adaptado). Com base no que os estudos da linguagem definem e no conceito de arquitetura metafórica apresentado no texto, um templo religioso cujo formato fosse denota - tivo deveria conceitualmente � apresentar formato de “flor de lótus”. � ter formato de “templo religioso”. � ter qualquer formato que não o de “templo religioso”. � ter uma torre, uma cruz e um sino. � ser chamado de “alegórico”. QUESTÃO 15QUESTÃO 16 ALUNO_ENEM_PROVA1_23_5_ALICE_2021 12/05/2021 10:09 Página 14 “Palavras cruzadas” são jogos de passatempo em que se devem preencher pequenos quadrados com pala vras relacionadas às indicadas pelo jogo, se - guindo a orientação das setas. Para conseguir encontrar as respostas e preencher os espaços, o jogador deve � preencher cada quadrado somente com duas letras. � entender que entre a pergunta e a resposta há sempre uma relação metonímica. � desconsiderar a sílaba tônica das respostas. � perceber que as respostas são sempre sinônimos das perguntas. � perceber que as perguntas são abstratas, enquanto as respostas, concretas. A opinião da personagem da charge, apresentada por meio da linguagem conotativa, fica evidente tanto pela função sintática dos termos quanto pelo texto visual. O termo conotativo nas sentenças abaixo de - sempenha a mesma função sintática daquela obser - vada pelos termos conotativos em ambas as falas do indivíduo em � Aquele treinador é uma fera. � É um torpedo esse lateral direito. � O escudo do time era aquele experiente goleiro. � As torcidas eram o combustível do jogo. � Era o gramado verde um palco de bailados. A língua indígena tradicionalmente mais conhe - cida dos brasileiros – conquanto esse conhecimento se limite em regra só a um de seus nomes, tupi – é justamente o tupinambá. Esta foi a língua predo - minante nos contatos entre portugueses e indígenas nos séculos XVI e XVII e tornou-se a língua da expan - são bandeirante no sul e da ocupação da Amazônia no norte. Seu uso pela população luso-brasileira, tanto no norte quanto no sul da Colônia, era tão geral no século XVIII, que o governo português chegou a baixar decretos (cartas régias) proibindo esse uso. Uma das consequências da prolongada convivência do tupinambá com o português foi a incorporação a este último de considerável número de palavras daquele. Numa amostra de pouco mais de mil nomes brasileiros populares de aves, um terço, cerca de 350 nomes, são oriundos do tupinambá. RODRIGUES, Aryon Dall’Igna. Línguas Brasileiras. São Paulo Loyola, 1994. (adaptado). O texto trata de aspectos da formação histórica do por tuguês brasileiro. Considerando o que é apresen - tado sobre contato linguístico, é possível depreender que � as línguas que conviveram no Brasil sofreram um processo de modificação único, não descrito em outros idiomas. � muitos vocábulos do tupinambá estão presentes no português, devido ao intenso contato entre essas línguas. � o tupinambá influenciou o português principal - mente em seus aspectos sintáticos e morfoló - gicos. � o governo português incomodava-se com a ex - pan são bandeirante no Brasil, que resultou na incorporação de parte do léxico tupinambá ao português. � o tupi originou o português falado no sul do Brasil nos séculos XVI e XVII, em cuja base gramatical também está a fala de variadas etnias indígenas. QUESTÃO 18 QUESTÃO 19 QUESTÃO 17 LC – 1.o dia – Página 15 ALUNO_ENEM_PROVA1_23_5_ALICE_2021 12/05/2021 10:09 Página 15 LC – 1.o dia – Página 16 A famosa Casa da Dona Yayá, na Bela Vista. Foto: Acervo Estadão. A casa da Dona Yayá e os “gritos noturnos” Uma mansão localizada na rua Major Diogo, no bairro da Bela Vista, era propriedade da abastada família Mello Freire, no início da década de 1920. Após a morte dos familiares, Sebastiana, conhecida como Dona Yayá, começou a apresentar sérios problemas mentais e era atendida por uma funcionária de confiança. Ela viveu reclusa por mais de quarenta anos até morrer, em 1961. O local, que ficou quase uma década abandonado, tem fama de mal-assombrado. Algumas pessoas que passam por ali de madrugada asseguram que ouvem os gritos de sofrimento de Dona Yayá. Disponível em: https://emais.estadao.com.br/noticias Os diversos gêneros textuais que circulam na socie - dade têm funções e motivações sociais específicas. Considerando o texto e suas características, podemos afirmar que se trata de � uma anedota de origem urbana. � uma fábula de origem popular. � uma lenda de origem imprecisa. � uma fábula de origem social. � uma lenda de origem urbana. Disponível em: https://tecnologia.educacional.com.br/tecnologia- educacional/ziraldo-reforca-campanha-sobre-seguranca-na- internet/. Acesso em: 16 mar. 2021. Nesse cartaz, o uso da imagem do lobo aliada ao texto verbal tem por objetivo � alertar apenas sobre os perigos das redes sociais. � esconder hackers que agem em benefício próprio na rede. � promover a segurança do usuário da internet em apps de encontro. � orientar para um uso mais seguro e consciente da internet. � relacionar o conteúdo virtual com a vida pessoal do usuário. QUESTÃO 20 QUESTÃO 21 ALUNO_ENEM_PROVA1_23_5_ALICE_2021 12/05/2021 10:09 Página 16 Abandonar ou maltratar animais é crime previsto pela Lei Federal nº 9.605/98. Vale lembrar que uma nova legislação, a Lei Federal n .o 14.064/20, san cio - nada em setembro, aumentou a pena de detenção que era de até um ano para até cinco anos para quem cometer esse crime. Além disso, o rito processual passa à vara criminal, não mais ao juizado especial. “A maioria dos animais abandonados não é res - gatada e sofre com fome, doenças, exposição ao tempo, riscos de atropelamento e traumas que inter - ferem em seu bem-estar mental e comporta mento”, alerta a médico-veterinária Cristiane Pizzutto, presi - dente da Comissão Técnica de Bem-estar Animal (CTBEA) do CRMV-SP. Outra questão grave são os prejuízos à saúde pú - blica. “O abandono impacta diretamente na vida das pessoas, pois animais nas ruas causam acidentes de trânsito, prejudicam o turismo e afetam a saúde pública devido às doenças que afetam tanto humanos quanto animais”, diz a médico-veterinária Rosângela Gebara, que integra a CTBEA/CRMV-SP. Disponível em: https://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2020-12/dezembro- verde-alerta-sobre-maus-tratos-e-abandono-de-animais. Acesso em: 08 mar. 2021. Pelas características do texto lido, que trata dos maus- tratos e do abandono de animais, considera-se que ele se enquadra no gênero � notícia, pois divulga informações sobre a crimi na - lização do abandono e dos maus-tratos de ani - mais. � relato, pois narra fatos vividos pelas médico- veterinárias, relacionados a abandono de animais. � reportagem, pois discute detalhadamente as leis que criminalizam maus-tratos contra animais. � depoimento, pois expõe a luta das médico- veterinárias para a aprovação das leis. � conto, pois exibe a história de animais resgatados, vítimas de maus-tratos e de abandono. Disponível em https://www.gov.br/mdh/pt-br/assuntos/campanha. Acesso em: 15 mar. 2021. Essa peça publicitária faz uma homenagem ao Dia Internacional da Mulher (8 de março) por meio da � sobreposição da figura feminina a do homem pa - ra consolidar as leis que fomentam o desen - volvimento da mulher na sociedade. � valorização do papel coadjuvante que a mulher desempenha na sociedade brasileira pós-revolu - ção tecnológica. � promoção de uma cultura de respeito e valo - rização da mulher, além do estímulo da produção feminina no mercado de trabalho. � inserção da mulher nas cadeias de comando das grandes corporações do agronegócio nacional e da indústria farmacêutica. � diminuição do contato feminino com o universo doméstico, promovendo uma maior participação delas na cadeia produtiva do País. QUESTÃO 22 QUESTÃO 23 LC – 1.o dia – Página 17 ALUNO_ENEM_PROVA1_23_5_ALICE_2021 12/05/2021 10:09 Página 17 LC – 1.o dia – Página 18 Disponível em: https://www.tate.org.uk/art/artworks/meireles- insertions-into-ideological-circuits-coca-cola-project-t12328. Acesso em: 07 mar. 2021. Cildo Meireles concebeu uma série chamada Inser - ções em circuitos ideológicos. Nela, inseriu o Projeto Coca-Cola, exposto no Museu de Arte Moderna de Nova York, em 1970. Ele retirou as garrafas de Coca- Cola da circulação normal e as modificou, adicio nan - do mensagens políticas antes de devolvê-las ao circuito de troca. Quando preenchidas com o líquidoescuro, a mensagem ficava em evidência. Trata-se de um exemplo de arte conceitual que revela � a retomada da estética greco-romana. � o desejo de retratar o inconsciente. � a busca da proporcionalidade dos objetos. � a representação deturpada do real. � a inserção de um objeto em novo contexto. Durante 40 anos, mulheres foram proibidas de jogar futebol profissional no Brasil. Dizia a lei, decre - tada em 1941, durante o Estado Novo de Getúlio Vargas: “às mulheres não se permitirá a prática de desportos incompatíveis com as condições de sua natureza”. A norma não citava exatamente o futebol, mas estava implícito que a bola não deveria rolar entre pés femininos. Sobravam argumentos pseudo - cien tíficos para tentar manter as mulheres belas, recatadas e no lar. Artigos em jornais e revistas destacavam a condição física supostamente menos privilegiada das moças. Defendia-se que elas tinham ossos mais frágeis, menos glóbulos vermelhos e menor “resistência nervosa”. “Até hoje, meninas não ganham bolas quando crianças”, diz Aira Bonfim, pesquisadora dos pri mór - dios do futebol nacional de mulheres na FGV-RJ. (...) Ainda que muitas atletas agora pertençam aos grandes clubes do futebol masculino, as relações de trabalho não costumam ser as mesmas. Times femi ninos, so - bretudo os menores, quase sempre ofere cem ape nas contratos, de no máximo um ano, o que faz com que muitas atletas sejam cortadas assim que aca bam a competição, e precisem trocar de clube com frequência. Superinteressante, julho, 2019. O excerto apresentado traça, brevemente, os obs - táculos enfrentados pelo futebol feminino no Brasil. A frase “Até hoje, meninas não ganham bolas quando crianças” revela � manutenção de um padrão sociocultural que consi - dera as características femininas incompa tíveis com a atividade lúdica ligada à prática do futebol. � desvalorização do futebol por parte das próprias meninas, portanto é natural que elas queiram brincar com bonecas e rejeitem ganhar bolas. � preocupação dos pais em deixar as filhas longe de esportes violentos, porque essas práticas não são compatíveis com a fisiologia feminina. � comprovação genética do desinteresse feminino por atividades futebolísticas, por isso desde a infância nota-se o interesse pelas bonecas. � influência das meninas sobre os pais, ao desejar bonecas como presente, embora o articulista con - sidere isso como proveniente da moral social. QUESTÃO 24 QUESTÃO 25 ALUNO_ENEM_PROVA1_23_5_ALICE_2021 12/05/2021 10:09 Página 18 projeto parede | roçabarroca* Esta obra reveste o corredor do MAM com pare - des de pau a pique. A técnica de construção usa uma trama quadriculada de galhos e bambus entrelaçados de forma regular, gerando uma estrutura oca pos - teriormente preenchida com barro. Esse procedi - mento tem sido empregado no Brasil desde o período colonial. Sua ampla presença em edificações para diferentes classes sociais ao longo da história evi - dencia uma continuidade material entre os prédios ostentosos, como a igreja barroca, e as moradias populares, como a casa da roça. Parte dos galhos aqui utilizados veio do parque do Ibirapuera; somados à terra aparente, trazem um cheiro orgânico ao cor - redor. Ao construir com elementos vivos do entorno, o artista aproxima museu e natureza por meio de um saber que nos une a um Brasil profundo. *Este título vem do poema e do livro Roça barroca da poetisa e tradutora Josely Vianna Baptista. Disponível em: https://mam.org.br/exposicao/projeto-parede- rocabarroca/. Acesso em: 08 mar. 2021 (adaptado). Roçabarroca é o nome da instalação de Thiago Honório localizada no saguão de entrada do MAM e na Sala Milú Villela. Como obra de arte, sua constituição formal tem a capacidade de representar � a conexão entre as realidade urbana e natural paulistanas. � a solução arquitetônica presente nos centros urbanos nacionais. � o patrimônio e a identidade cultural de uma sociedade. � o odor e a arquitetura urbana adaptada à estética provinciana. � o misticismo nas diversas facetas do Brasil dito profundo. Texto I GUIMARÃES, C. “Gambiarras e mestres da gambiarra”. Disponível em: http://www.obrasilcoms.com.br/wp- content/uploads/2013/11/394081_379724495438114_631660622_n.jpg. Acesso em: 10 mar. 2021. Texto II A série Gambiarras, ampliada com novas foto - grafias, é fotografada a maior parte do tempo em Minas Gerais. É a prova viva do espírito criativo das pessoas da cidade e do campo: um fio de ferro substitui a armação dos óculos, um prendedor de roupa serve de prendedor de partitura de uma fan - farra ambulante, a estrutura de ferro de uma cadeira serve de porta-espeto de churrasco. Mesmo que o objeto pareça banal, o espírito de improviso e as descobertas possuem uma beleza sóbria do enqua - dramento e de suas cores. BADER, J. “Gambiarras e mestres da gambiarra, por Cao Guimarães”. Disponível em: http://www.obrasilcoms.com.br/2013/11/gambiarras-e-mestres-da- gambiarra-por-cao-guimaraes/. Acesso em: 10 mar. 2021 (adaptado). A fotografia moderna, assim como boa parte da arte contemporânea, alcança valor estético por meio da busca do inusitado seja no campo temático, seja no campo formal. Cao Guimarães, no texto I, encaixa-se nessa tendência. Analisando-se o texto II, assinale a alternativa que vai ao encontro do que foi proposto na obra de Cao Guimarães e o do que foi explicado no excerto de J. Bader. QUESTÃO 26 QUESTÃO 27 LC – 1.o dia – Página 19 ALUNO_ENEM_PROVA1_23_5_ALICE_2021 12/05/2021 10:09 Página 19 LC – 1.o dia – Página 20 � � � � � ALUNO_ENEM_PROVA1_23_5_ALICE_2021 12/05/2021 10:09 Página 20 A terra é nossa A terra é um bem comum Que pertence a cada um. Com o seu poder além, Deus fez a grande Natura Mas não passou escritura Da terra para ninguém. Se a terra foi Deus quem fez, Se é obra da criação, Deve cada camponês Ter uma faixa de chão. Quando um agregado solta O seu grito de revolta, Tem razão de reclamar. Não há maior padecer Do que um camponês viver Sem terra pra trabalhar. O grande latifundiário, Egoísta e usurário, Da terra toda se apossa Causando crises fatais Porém nas leis naturais Sabemos que a terra é nossa. ASSARÉ, Patativa do. Disponível em: https://www.correiobraziliense.com.br/impresso/2018/02/2758 017-tantas-palavras.html. Acesso em: 5 fev. 2021. Patativa do Assaré (1909-2002) é um dos mais consa - grados poetas populares brasileiros, apresen tando uma obra com fôlego para abordar de maneira crítica o contexto sociopolítico em que ela está inserida. Prova dessa capacidade é a representação do fator impeditivo para a justiça social, como se nota no trecho � “Quando um agregado solta / O seu grito de revolta”. � “Porém nas leis naturais / Sabemos que a terra é nossa”. � “Se a terra foi Deus quem fez / Se é obra da criação”. � “Deve cada camponês / Ter uma faixa de chão”. � “Egoísta e usurário / Da terra toda se apossa”. astronauta (s.m. e s.f.) é quem chega aonde quer. ou quem foge do mundo rotineiro para se encontrar. é quem sabe que somos viajantes de nós mesmos em órbita das cidades em que vivemos e que, algumas vezes, corações colidem uns com os outros. é, às vezes, se sentir sozinho no mundo. é quando percebemos que não somos o único planeta buscando um lugar ao sol. é quem, quando ouviu dizerem que o céu era o limite, pisou na lua. DOEDERLEIN, J. O livro dos ressignificados. São Paulo: Parábola. 2017, p. 16. Uma das características marcantes da poesia contem - porânea é a ressignificação inusitada de aspectos temáticos e formais. O texto de João Doederlein é pro va dessa característica, pois ressignifica o verbete de um dicionário ao utilizar a palavra astronauta em sentido � conotativo. � objetivo. � denotativo. � estrito. � literal. QUESTÃO 28 QUESTÃO 29 LC – 1.o dia – Página 21 ALUNO_ENEM_PROVA1_23_5_ALICE_2021 12/05/2021 10:09 Página 21 LC – 1.o dia – Página 22 Congresso Internacional do Medo Provisoriamente não cantaremos o amor, que se refugiou mais abaixo dos subterrâneos. Cantaremoso medo, que esteriliza os abraços, não cantaremos o ódio, porque este não existe, existe apenas o medo, nosso pai e nosso companheiro, o medo grande dos sertões, dos mares, dos desertos, o medo dos soldados, o medo das mães, o medo das igrejas, cantaremos o medo dos ditadores, o medo dos democratas, cantaremos o medo da morte e o medo de depois da morte, depois morreremos de medo e sobre nossos túmulos nascerão flores amarelas e [medro sas. ANDRADE, C. D. de “Sentimento do mundo”. In: Poesia completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2002, p. 73. “Congresso Internacional do Medo” foi escrito por Carlos Drummond de Andrade durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Nesse poema, o senti - mento do eu lírico diante desse período histórico é � reiterado ao longo do discurso. � retificado nos quatro versos finais. � aludido de forma subliminar. � contraposto a outro de forma radical. � imperceptível devido ao hermetismo. Disponível em: https://palpitedeluxo.com.br/wp- content/uploads/2014/06/197.jpg. Acesso em: 26 fev. 2021. O grafite, forma de arte inscrita em espaços urbanos, tem como um de seus traços principais o envol - vimento com as questões sociais. Na imagem acima, em que aparece uma obra dos irmãos grafiteiros Gustavo e Otávio Pandolfo, mais conhecidos como Os Gêmeos, esse engajamento consiste em � contrapor o contexto social a estilo relacionado ao cânone estético. � tratar indissoluvelmente a realidade e a fatura artística, plasmando-as. � fundir as características da pintura impressionista com a realidade social. � afastar a condição socioeconômica precária da representação estética. � desconsiderar concepção estética ao retratar classe social sem poder econômico. QUESTÃO 30 QUESTÃO 31 ALUNO_ENEM_PROVA1_23_5_ALICE_2021 12/05/2021 10:09 Página 22 Descanse bastante Cada pessoa tem uma necessidade de sono diferente. Descubra quanto você precisa dormir para funcionar no máximo e mantenha uma rotina de sono regular. Descanse sua voz sempre que possível. Re - serve um tempo para relaxar durante o dia. Isso per - mitirá que você tenha sempre energia renovada quan do precisar cantar. Não espere esgotamento para então reservar tempo para se recuperar das atividades estressantes. PECKHAM, A. Berklee: canto popular. São Paulo: Editora Passarim, 2017, p. 75. Em seu manual, Anne Peckham aplica conceitos cientificamente comprovados para conduzir seu curso de canto. Além disso, determinados recursos foram utilizados com a intenção de associar a ciência ao futuro cantor. Para promover tal aproximação, a autora lança mão das funções � conativa, ao exortar o receptor, e poética, ao orga - nizar com preocupação estética a linguagem. � emotiva, ao valorizar a musicalidade, e referencial, ao elencar uma série de informações para o cantor. � fática, ao checar o canal, e metalinguística, porque o texto incide na explicação da linguagem musi cal. � emotiva, ao centrar-se no interlocutor, e poética, ao discutir com leveza as técnicas musicais. � conativa, ao invocar o receptor, e referencial, ao informar procedimentos adequados para o cantor. Texto I A repórter Rita Batista entrou ao vivo [...] para apresentar ao público a Mostra Brasileires, direta - mente do Parque Minhocão, em São Paulo, mas as obras pintadas nos prédios que circundam a área foram ofuscadas pelo discurso da curadora do evento, que concedeu a entrevista usando pronomes neutros. "Bom dia a todes. Estamos aqui na galeria de arte a céu aberto de São Paulo, no polo cultural Parque Minhocão, com a mostra Brasileires, com vários artistas ocupando esse espaço com arte urbana no espaço público de acesso livre e gratuito para todes", disse a produtora cultural Fernanda Bueno. Disponível em: https://noticiasdatv.uol.com.br/noticia/televisao/artista-usa- pronome-neutro-no-e-de-casa-e-publico-detona-vergonha-alheia- 52241. Acesso em: 13 mar. 2021. Texto II (...) o uso de -e, pronunciado em geral como [ɪ], como marcador de neutro tem maior motivação no interior da língua (...). Todavia, este último fato (...) pode exercer algum controle sobre a progressão de uma mudança nesse sentido, já que, como vimos, há palavras masculinas e femininas fechadas por essa vogal na língua. Entretanto, no grupo dos nomes sexua dos que fazem oposição a/o, como vimos, uma forma de neutro em -e parece encontrar algum lugar. Por outro lado, não se pode perder de vista que a inclusão de um -e designando neutro nesse grupo força a identificação de -a e -o como marcas respec ti - vas de feminino e masculino, ou seja, demandando, ao menos formalmente, uma oposição do tipo presi - denta vs. presidento vs. presidente. O prejuízo é que o emprego de formas como presidenta reduzem neste caso seu potencial pragmático de inclusão, que pare - ce mais efetivo num contraste binário. SCHWINDT, L. C. “Sobre o gênero neutro em português brasileiro e os limites do sistema linguístico”. Disponível em: https://revista.abralin.org/index.php/abralin/article/view/1709. Acesso em: 16 mar. 2021. QUESTÃO 32 QUESTÃO 33 LC – 1.o dia – Página 23 ALUNO_ENEM_PROVA1_23_5_ALICE_2021 12/05/2021 10:09 Página 23 LC – 1.o dia – Página 24 Os textos apresentados trazem discussões a respeito do uso do gênero neutro como forma de inclusão da diversidade de gênero na condição humana. O confronto entre os dois excertos permite perceber que � utilizar o -e como marcador de gênero neutro po - de gerar a identificação de -a e -o como marcas espe cíficas de feminino e masculino, causando uma mudança ainda maior em outras demar - cações linguísticas e seus significados sociais. � considerar que o uso do -e possa causar grande mudança na forma como esses grupos são iden - tificados quanto ao gênero não faz sentido social, já que essa vogal, ao longo dos anos, não tem valor reconhecido com a neutralidade de gêneros. � trocar as vogais a, e ou o, que determinam os gêneros das palavras, por x seria mais efetivo, já que é possível observar que historicamente o -e não tem essa função específica na língua portu - guesa. � usar @ também poderia ser uma alternativa, já que o símbolo não possui um gênero específico e todos os países já o utilizam, tornando importante encontrar algum som que possa representar esse signo. � rechaçar a forma -o para a designação do neutro em prol do -e é uma solução de quem considera que o uso do e é exclusivamente masculino; a questão linguística pouco significa quando se observa a ideologia do status quo patriarcal. A Inteligência Artificial apresenta, cada vez mais, uma vasta aplicação em atividades humanas, como por exemplo no esporte. Um estudo liderado por João Gustavo Claudino, pesquisador da Escola de Educação Física e Esporte (EEFE) da USP, identificou quais eram os esportes coletivos que mais tinham aplicação de Inteligência Artificial (IA) para prevenir lesões e melhorar a performance e quais as técnicas dessa tecnologia eram as mais recorrentes. Os principais resultados apontaram para a prevalência do futebol e do basquete, com maior frequência das técnicas de redes neurais artificiais e de árvore de decisão, respectivamente. (...) Outro resultado destacado pelo pesquisador diz respeito à quantidade de homens e mulheres que participaram dos estudos. Dos 6.456 participantes, 97% eram homens e apenas 3% mulheres. “São dados que evidenciam essa diferença que existe no esporte profissional”, salienta. Claudino conta que o estudo foi desenvolvido a partir de uma revisão sistemática, ou seja, a busca na literatura científica por todos os artigos que tratavam do uso de Inteligência Artificial no rendimento esportivo e para previsão de risco de lesão. CANQUERINO, M. “Futebol e basquete usam Inteligência Artificial para evitar lesão e melhorar performance”. Jornal da USP, 27 nov. 2019. Disponível em: https://jornal.usp.br/ciencias/ciencias-da-saude/futebol-e- basquete-usam-inteligencia-artificial-para-evitar-lesao-e-melhorar- performance/. Acesso em 17 mar. 2021. A Inteligência Artificial tem sido cada vez mais utili- zada em atividades do nosso cotidiano. O texto de Marcelo Canquerino comprova esse fenômeno ao mostrar que essa ferramenta foi capaz de � exemplificar as formas mais comuns de lesão que ocorrem no esporte coletivo comprovadas por meio de pesquisas. � considerar que os homens estão mais predis - postos à lesão no esporte, já que correspondem a 97% dos participantes da pesquisa. � implementar técnicas e procedimentos para a previsão de risco de lesão e melhora de perfor - mance em atividades esportivas. � levantar, principalmente nos atletas masculinos, os principais dados a respeito de lesões nas modalidades futebol e basquete. � mostrar que esportes coletivos como futebol e basquete causam maior lesão nos seus jogadores quando comparados a outros esportes. QUESTÃO 34 ALUNO_ENEM_PROVA1_23_5_ALICE_2021 12/05/2021 10:09 Página 24 Projeto usa Inteligência Artificial para diferenciar heterônimos de Fernando Pessoa O poeta português Fernando Pessoa é famoso por ter criado heterônimos, ou seja, autores fictícios com estilos e personalidades diferentes de escrita. Seria possível fazer distinção dos poemas de Alberto Caeiro e Ricardo Reis através de mecanismos computa cio - nais? Para um grupo de estudantes da USP, sim. Eles aplicaram Machine Learning para criar um Classifi - cador de Poemas do Fernando Pessoa. “Montamos um modelo que conseguia dizer se um poema é do Ri cardo Reis ou do Álvaro de Campos através da análise do vocabulário, estilo e outras técnicas, por exemplo”, conta Júlia Pocciotti, estudante de Letras da USP e líder da área de Processamento de Lingua - gem Natural do grupo. O classificador considera os quatro principais heterônimos com mais textos disponíveis: Bernardo Soares, Alberto Caeiro, Ricardo Reis e Álvaro de Campos. FERRARI. D. “Projeto usa Inteligência Artificial para diferenciar heterônimos de Fernando Pessoa”. Jornal da USP, 18 set. 2020. Disponível em: https://jornal.usp.br/universidade/projeto-usa- inteligencia-artificial-para-diferenciar-heteronimos-de-fernando- pessoa/. Acesso em: 17 mar. 2021. A Inteligência Artificial tem-se mostrado uma ferra - menta tão eficiente que sua aplicação ocorre em áreas que não se restringem ao campo tecnológico. O artigo de Davi Ferrari identifica um exemplo dessa diver - sidade, pois mostra como um classificador de poemas � diferencia os heterônimos de Fernando Pessoa considerando as características psicológicas de cada personalidade poética. � distingue os heterônimos de Fernando Pessoa tomando por base o vocabulário, estilo, entre outros padrões de cada autor fictício. � apresenta a característica de cada eu poemático criado por Fernando Pessoa, diferenciando-o de possíveis cópias. � age como ferramenta contra a paráfrase de Bernardo Soares feita por Alberto Caeiro; e a de Ricardo Reis feita por Álvaro de Campos. � seleciona os poemas de Fernando Pessoa que mais agradam o leitor, considerando as expecta - tivas do receptor. Quando o tema escravidão negra é apresentado, a ideia que se tem em mente é que os africanos eram um povo pacífico, nada contestador e pouco desen - volvido, certo? Errado, essa é a visão que os livros de história passam, mas a realidade era bem diferente, pois eles tinham uma cultura e uma organização política e econômica bastante prósperas e desenvol - vidas, assim como qualquer outro povo, só que infelizmente nunca foram enaltecidas. Guia Conhecer Fantástico – escravidão. 8. ed., São Paulo: Online, 2016, p. 7. Na construção de um texto, uma série de expedientes entra em ação para permitir a progressão temática. No excerto acima, por exemplo, a pergunta apresen - tada assume a função de � presumir uma resposta correta do interlocutor que o emissor ratifica, mas veiculada erronea - mente pelo senso comum. � direcionar o raciocínio dos leitores, chamando a atenção para o fato de a história oficial estar submetida à visão da ideologia dominante. � compartilhar uma dúvida do emissor com o leitor, a fim de que, juntos, possam chegar a um consen - so quanto à presumível verdade histórica. � lograr o interlocutor, manipulando-o e fornecen - do-lhe uma visão equivocada em relação ao discurso histórico oficial. � corroborar o pensamento histórico oficial de que os africanos foram escravizados por serem pouco desenvolvidos. QUESTÃO 35 QUESTÃO 36 LC – 1.o dia – Página 25 ALUNO_ENEM_PROVA1_23_5_ALICE_2021 12/05/2021 10:09 Página 25 LC – 1.o dia – Página 26 Se pudéssemos substituir alguns dos milhares de voluntários humanos que são necessários para fazer - mos testes de vacinas por réplicas digitais — uma das 10 Principais Tecnologias Emergentes de 2020 — o desenvolvimento das vacinas contra a covid-19 poderia ter sido ainda mais rápido. Em breve, ensaios clínicos virtuais poderão ser uma realidade para a criação de novas vacinas e medicamentos. Scientific American Brasil, ano 20, n. 215, jan. 2021, p. 36. Durante o ato de comunicação, diversos proce dimen - tos podem ser utilizados para a exposição de um conceito. É o que ocorre no texto acima, em que, para a incorporação de uma tecnologia potencial mente capaz de apresentar desempenho superior ao de práticas consagradas em testes com vacinas, propõe- se a admissão de uma � hipótese como princípio a partir do qual os cientis - tas poderiam chegar a determinadas conclusões. � oposição de resultados entre a eficácia das vaci - nas nos testes realizados em voluntários humanos e aquela feita em réplicas digitais. � convergência entre resultados práticos, obtidos por meio de testes em humanos, e teóricos, provenientes de ensaios clínicos digitais. � transformação digital nos métodos científicos para se obterem resultados mais rápidos em testes realizados em voluntários humanos. � evolução científica capaz de criar, em réplicas digitais, resultados mais precisos e superiores aos obtidos em voluntários humanos. Muitas atividades em grupos estimulam nosso senso de pertencimento, e a pesquisa [sobre sincronia na Universidade de Toronto] mostra que fazer coisas em sincronia pode fortalecer laços sociais e criar um sentimento de bem-estar. Remar em equipe, dançar em linha, cantar em coro ou simplesmente tamborilar em sincronia aumenta a generosidade, confiança e tolerância com os outros (...). Agora estamos come - çando a entender por que os movimentos simultâ - neos e coordenados propiciam essa dose extra de afinidade, diz Laura Cirelli, psicóloga e pesquisadora de sincronia na Universidade de Toronto. Os efeitos poderosos desse fenômeno em nós resultam da combinação de fatores neuro-hormonais, cognitivos e perceptivos. “É uma interação complexa”, explica ela. Há também evidências de que temos uma propensão à sincronia que pode ter sido selecionada durante o curso da evolução humana, em parte porque nos permite uma ligação com um número maior de pessoas ao mesmo tempo, proporcionando uma vantagem para a sobrevivência. (...) [A] coordenação pode não ser um remédio permanente para o antagonismo. Mas ela parece minimizar o preconceito em algumas situações. Uma possível razão pode ser porque simplesmente nos torne mais parecidos uns com os outros. Scientific American Brasil, ano 20, n.215, jan. 2021, p. 45. O corpo muitas vezes funciona como ferramenta para que se atinjam objetivos que vão além dos aspectos imediatistas e pragmáticos, podendo alcançar o campo das relações éticas e afetivas. O excerto acima transcrito apresenta um exemplo dessa capacidade, pois revela como a sensação de bem-estar é obtida por meio da � coordenação de gestos ou atitudes no momento da atividade física. � disposição para condutas inesperadas surpreen - dendo positivamente os companheiros. � consolidação de laços entre pessoas da mesma condição social. � diminuição de antagonismos em situação de busca pela sobrevivência. � combinação de fatores como confiança e tolerân - cia com os outros. QUESTÃO 37 QUESTÃO 38 ALUNO_ENEM_PROVA1_23_5_ALICE_2021 12/05/2021 10:09 Página 26 minha carta de alforria não me deu fazendas, nem dinheirono banco, nem bigodes retorcidos. minha carta de alforria costurou meus passos aos corredores da noite de minha pele VENTURA, A. “Negro Forro”. Disponível em: https://www.escritas.org/pt/t/47790/negro-forro. Acesso em: 17 mar. 2021. Os textos literários costumam estar inseridos nas questões de seu tempo histórico. Corrobora essa característica o poema de Adão Ventura, que revela de maneira poética e singular � o desamparo em que foram deixados os escravos após a abolição e as privações a que estiveram sujeitos durante o longo período de escravismo. � o desejo de rebelião por parte dos ex-escravos, pro me tendo um acerto de contas com os fazen - deiros que os mantiveram no cativeiro. � a falta de política assistencialista do grupo do - minante aos ex-escravos para reparar os danos causados no escravismo. � a exclusão socioeconômica do ex-escravo por parte do grupo dominante, após a alforria, impelindo os afrodescendentes à penúria. � a união necessária entre as etnias, que não impediu a condição precária em que se encontra a maioria dos descendentes de escravos. O fim da história Não creio que o tempo Venha comprovar Nem negar que a história Possa se acabar Basta ver que um povo Derruba um czar Derruba de novo Quem pôs no lugar É como se o livro dos tempos pudesse Ser lido trás pra frente, frente pra trás Vem a História, escreve um capítulo Cujo título pode ser "Nunca mais" Vem o tempo e elege outra história, que escreve Outra parte, que se chama "Nunca é demais" "Nunca mais", "Nunca é demais", "Nunca mais" "Nunca é demais", e assim por diante, tanto faz Indiferente se o livro é lido De trás pra frente ou lido de frente pra trás GIL, G. “O fim da história”. Disponível em: https://www.letras.mus.br/gilberto-gil/585143/. Acesso em: 17 mar. 2021. Em “O fim da história”, Gilberto Gil vale-se de um jogo de palavras estabelecido entre a expressões “Nunca mais” e “Nunca é demais”. Esse expediente foi usado para que o enunciador representasse de ma - neira particular os fatos arrolados como � reiterativos, pois os diferentes atores sociais repetiriam processos históricos. � singulares, pois a espécie humana estaria inovan - do na pós-modernidade. � extraordinários, pois ocorrem revoluções e convulsões sociais quando menos se espera. � ultrapassados, pois a marcha da história é evolutiva e não retrocede. � inexplicáveis, pois as constantes lutas políticas não têm relação com elementos socioeconô - micos. QUESTÃO 39 QUESTÃO 40 LC – 1.o dia – Página 27 ALUNO_ENEM_PROVA1_23_5_ALICE_2021 12/05/2021 10:09 Página 27 LC – 1.o dia – Página 28 Ah a frescura na face de não cumprir um dever! Faltar é positivamente estar no campo! Que refúgio o não se poder ter confiança em nós! Respiro melhor agora que passaram as horas dos encontros. Faltei a todos, com uma deliberação do desleixo, Fiquei esperando a vontade de ir para lá, que eu [saberia que não vinha. Sou livre, contra a sociedade organizada e vestida. Estou nu, e mergulho na água da minha imaginação. É tarde para eu estar em qualquer dos dois pontos [onde estaria à mesma hora, Deliberadamente à mesma hora… Está bem, ficarei aqui sonhando versos e sorrindo em [itálico. É tão engraçada esta parte assistente da vida! Até não consigo acender o cigarro seguinte… Se é um [gesto, Fique com os outros, que me esperam, no desencontro [que é a vida. CAMPOS, A. de. Ficções do interlúdio / Poesias de Álvaro de Campos. In: PESSOA, F. Obra poética. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2001, p. 373-374. Álvaro de Campos é o heterônimo de Fernando Pes - soa que traduziu de maneira magistral as inquietações do homem de seu tempo. Prova desse dom é o poema acima, em que o eu lírico assume uma postura � apreensiva diante da situação crítica em que se encontra a sociedade moderna que o cerca. � resignada em razão do fracasso da humanidade, que tentou demonstrar empatia e solidariedade. � envergonhada em relação ao descompasso entre a sua atitude e a expectativa da sociedade. � irônica a respeito da hipocrisia que marca o com - portamento do homem que vive nos centros urbanos. � inconciliada ao se colocar em desacordo com as expectativas e obrigações impostas pelo seu meio. As lições de R. Q. Aprendi com Rômulo Quiroga (um pintor boliviano): A expressão reta não sonha. Não use o traço acostumado. A força de um artista vem das suas derrotas. Só a alma atormentada pode trazer para a voz um formato de pássaro. Arte não tem pensa: O olho vê, a lembrança revê, e a imaginação transvê. É preciso transver o mundo. Isto seja: Deus deu a forma. Os artistas desformam. É preciso desformar o mundo: Tirar da natureza as naturalidades. Fazer cavalo verde, por exemplo. [...] BARROS, M. de. Livro sobre o nada. In: Poesia completa. São Paulo: Leya, 2010, pp. 349-350. Manoel de Barros, no Livro sobre o nada, traz um convite a deixar-se viver em um contexto pueril e fantástico. Segundo essa poética, o eu lírico observa que o mundo apresentado deve basear-se no(a) � respeito a uma concepção poética que valorize as peculiaridades da realidade, mas que mantenha a verossimilhança. � exigência de integração ao universo do leitor, satisfazendo-lhe a expectativa, estabelecendo-se, assim, cumplicidade entre autor e receptor. � expectativa de que o artista seja aceito e respeitado em sua particularidade estética, seja ela canônica ou transgressora. � valorização da atitude iconoclasta em relação aos temas, mas mantendo-se a norma culta na escrita. � necessidade imperiosa de transfiguração do real, obtendo-se, assim, o efeito estético do estranha - mento. QUESTÃO 41 QUESTÃO 42 ALUNO_ENEM_PROVA1_23_5_ALICE_2021 12/05/2021 10:09 Página 28 Silogismos A minha filha perguntou-me o que era para a vida inteira e eu disse-lhe que era para sempre. Naturalmente, menti, mas também os conceitos de infinito são diferentes: é que ela perguntou depois o que era para sempre e eu não podia falar-lhe em universos paralelos, em conjunções e disjunções de espaço e tempo, nem sequer em morte. A vida inteira é até morrer, mas eu sabia ser inevitável a questão seguinte: o que é morrer? Por isso respondi que para sempre era assim largo, abri muito os braços, distraí-a com o jogo que ficara a meio. (No fim do jogo todo, disse-me que amanhã queria estar comigo para a vida inteira) AMARAL, A. L. Inversos. Lisboa: Dom Quixote, 2010, p. 354. O eu lírico criado por Ana Luísa Amaral se vê diante de um impasse: o sentido da expressão “para a vida inteira”. Coerente com o ideário da poesia contem - porânea, a maneira como o eu poemático resolve o embaraço revela � a incorrespondência entre perguntas de criança e questões metafísicas. � a valorização da estética como explicação coerente e plausível para a questão colocada. � a ressignificação inusitada de conceitos repetidos sem maior profundidade. � a digressão que evidencia a incapacidade de explicar algo tão simples. � a explicação silogística, sem maiores evasivas e complexidade. Fantasia de forma minuciosa a execução de todos os que o traíram enquanto mastiga a sardinha com cuidado. Atento às espinhas. Há sempre uma ameaça. Pensa em levá-los a um sítio afastado, um local que só existe em sua mente, e mantê-los amarrados para que possa fazer tudo o que a força de um covarde faz quando tem a sua mercê criaturas indefesas. MUTARELLI, L. A arte de produzir efeito sem causa. São Paulo: Companhia das Letras, 2008, p. 36. No trecho de A arte de produzir efeito sem causa (2008), Lourenço Mutarelli aponta para um conflito entre a realidade objetiva e a psicológica. A correlação desse conflito é fundamentada na � ideia de que alguém planeja uma execução real para se livrar da ameaça provocada pela natureza circundante. � imaginação fértil da personagem que aproxima o perigo provocado pelas espinhas da sardinha e a violência da traição praticada pelos seus adversá - rios. � desproporção entre a ameaça momentânea,as espinhas de sardinha, e a violência que imagina fazer com aqueles que o traíram e o machucaram. � tentativa da personagem de arquitetar um plano inesperado e insidioso contra os seus inimigos também sorrateiros. � medo não só demonstrado pela personagem ao comer a sardinha como também pelos traidores que fugiram da vingança. QUESTÃO 43 QUESTÃO 44 LC – 1.o dia – Página 29 ALUNO_ENEM_PROVA1_23_5_ALICE_2021 12/05/2021 10:09 Página 29 LC – 1.o dia – Página 30 Lá se tinha ficado o Josias, na sua cova à beira da estrada, com uma cruz de dois paus amarrados, feita pelo pai. Ficou em paz. Não tinha mais que chorar de fome, estrada afora. Não tinha mais alguns anos de miséria à frente da vida, para cair depois no mesmo buraco, à sombra da mesma cruz. Cordulina, no entanto, queria-o vivo. Embora sofrendo, mas em pé, andando junto dela, chorando de fome, brigando com os outros... E quando reencetou a marcha pela estrada infindável, chamejante e vermelha, não cessava de passar pelos olhos a mão trêmula: – Pobre do meu bichinho! QUEIROZ, R. de. O quinze. São Paulo: Siciliano, 1993, pp. 61-62. Em seu romance de estreia, O quinze, Rachel de Quei - roz aborda a questão da grande seca do ano de 1915. O trecho acima permite perceber nessa abordagem a � exclusão de traços de afetividade, como se nota tanto na insensibilidade da mãe do falecido, como também no narrador. � diferença fundamentada na contraposição entre o discurso realista do narrador e a fala condoída de Cordulina. � exclusão de sentimentos, em virtude do caráter objetivo não só do discurso do narrador como também na depreciação do falecido, que se nota no discurso direto. � valorização, tanto em Cordulina quanto no nar - rador, da morte como solução para os sofrimentos de uma vida miserável. � desconsideração de fatores climáticos como motor de flagelo, pois não há referência à aridez nem no discurso do narrador nem na fala de Cordulina. QUESTÃO 45 ALUNO_ENEM_PROVA1_23_5_ALICE_2021 12/05/2021 10:09 Página 30 TEXTOS MOTIVADORES TEXTO I O Brasil é o país onde os professores têm menor prestígio na sociedade. A profissão é vista como sendo desrespeitada e mal paga. Um estudo da organização educacional Varkey Foundation, feito para avaliar a percepção da população de 35 países sobre a carreira docente, revelou que, na comparação com profissionais de outras áreas, os brasileiros são os que pior avaliam os professores. Em uma escala de 0 a 14 para indicar o status da carreira docente, o Brasil tem nota 5. Na China, a nota é 9. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/educacao/2020/10/brasil-e-o-pais-com-menor-valorizacao-dos-professores-indica-estudo- internacional.shtml?origin=folha (adaptado). TEXTO II Estamos vivendo uma era em que os recursos da Terra estão acabando, estamos ficando sem nada. E a única coisa que é ilimitada, o único recurso ilimitado que temos, é a inteligência humana, a engenhosidade humana, nossa capacidade de resolver problemas. Os professores são aqueles que cultivam esse potencial humano. No futuro, veremos muitos avanços tecnológicos, mas eles serão incorporados e usados pelos professores. Assim, argumento que ensinar será o trabalho mais importante do nosso século. Não tenho dúvidas disso, mas no momento não estamos preparando os professores para que sejam bem-sucedidos nesse trabalho. Temos de resolver não apenas os problemas de formação, mas também de capacitação, de fomento à profissão, para que não troquem a sala de aula por empregos mais bem remunerados. Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/geral-51457665 (adaptado). LC – 1.o dia – Página 31 INSTRUÇÕES PARA REDAÇÃO 1. O rascunho da redação deve ser feito no espaço apropriado. 2. O texto definitivo deve ser escrito à tinta, na folha própria, em até 30 linhas. 3. A redação que apresentar cópia dos textos da Proposta de Redação ou do Caderno de Questões terá o número de linhas copiadas desconsiderado para efeito de correção. 4. Receberá nota zero, em qualquer das situações expressas a seguir, a redação que: 4.1. tiver até 7 (sete) linhas escritas, sendo considerada “texto insuficiente”. 4.2. fugir ao tema ou que não atender ao tipo dissertativo-argumentativo. 4.3. apresentar parte do texto deliberadamente desconectada do tema proposto. ALUNO_ENEM_PROVA1_23_5_ALICE_2021 12/05/2021 10:09 Página 31 LC – 1.o dia – Página 32 TEXTO III ALUNO_ENEM_PROVA1_23_5_ALICE_2021 12/05/2021 10:09 Página 32 TEXTO IV A imprensa vive martelando, com razão, que sem um grande salto no ensino básico o Brasil continuará a se desenvolver aquém do seu potencial. No entanto, quando noticia o mau desempenho da maioria dos alunos nos exames nacionais de avaliação, deixa em segundo plano, ou nem mesmo menciona, uma das causas básicas do fracasso disseminado: a desva - lorização social do magistério, que afugenta da profissão muitos daqueles que, de outro modo, fariam a diferença nas salas de aula. Disponível em: hhttp://www.observatoriodaimprensa.com.br/codigo-aberto/no- que-deu-o-desprestigio-do-professor/ TEXTO V Schulz LC – 1.o dia – Página 33 PROPOSTA DE REDAÇÃO A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo, em modalidade escrita formal da língua portuguesa, sobre o tema “A desvalorização do professor no Brasil”, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista. ALUNO_ENEM_PROVA1_23_5_ALICE_2021 12/05/2021 10:09 Página 33 CH – 1.o dia – Página 34 CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS Questões de 46 a 90 O autor francês Ignacio Ramonet afirmava na introdução de seu livro Guerra do Século XXI que, Depois dos atentados de 11 de setembro de 2001, depois da guerra contra a rede da Al-Qaeda e o regime dos talibãs no Afeganistão, quais são as prin - cipais características geopolíticas do planeta, neste início do século XXI? Os Estados Unidos dominam o mundo como nenhum império jamais o dominou. Exercem uma esmagadora supremacia nos cinco campos tradicio - nais do poder: político, econômico, militar, tecnoló - gico e cultural. “De certa forma, os Estados Unidos são o primeiro Estado protomundial, pensa um analista norte-americano. Têm a capacidade de liderar uma versão moderna do Império Universal, um império espontâneo, cujos membros se submetem voluntaria mente à sua autoridade”. Guerras do Século XXI, Novos temores e novas ameaças, Editora Vozes. A imagem vislumbrada pelo autor em princípios da década de 2000 se contrapõe atualmente à ideia de � mundo multipolar, como o surgimento dos países emergentes. � mundo bipolar, pois permanece a oposição EUA versus Rússia. � total instabilidade, devido à ação do radicalismo muçulmano. � Guerra Fria 2.0, que opõe EUA e Índia. � mundo unipolar, com a emergência da China. Atente para a seguinte passagem, que trata do alvorecer da filosofia: “A derrocada do sistema mi - cênico ultrapassa, largamente, em suas consequên - cias, o domínio da história política e social. Ela re per cute no próprio homem grego; modifica seu universo espiritual, transforma algumas de suas atitudes psicológicas. A Grécia se reconhece numa certa forma de vida social, num tipo de reflexão que definem a seus próprios olhos sua originalidade, sua superioridade sobre o mundo bárbaro: no lugar do Rei cuja onipotência se exerce sem controle, sem limite, no recesso de seu palácio, a vida política grega pretende ser o objeto de um debate público, em plena luz do Sol, na ágora, da parte de cidadãos definidos como iguais e de quem o Estado é a questão comum; no lugar das antigas cosmogonias associadas a rituais reais e a mitos de soberania, um pensamento novo procura estabelecer a ordem do mundo em relações de simetria, de equilíbrio, de igualdade entre os diversos elementos que compõem o cosmos”. VERNANT, J. P. As origens do pensamento
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