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ENEM_PROVA1_23_05_2021_PROVA

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Prévia do material em texto

SIMULADO ABERTO
1.o DIA
LEIA ATENTAMENTE AS INSTRUÇÕES SEGUINTES:
1. Este CADERNO DE QUESTÕES contém 90 questões numeradas de 01 a 90 e a Proposta de Redação, dispostas
da seguinte maneira:
a) questões de número 01 a 45, relativas à área de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias;
b) Proposta de Redação;
c) questões de número 46 a 90, relativas à área de Ciências Humanas e suas Tecnologias.
ATENÇÃO: as questões de 01 a 05 são relativas à língua estrangeira. Você deverá responder apenas às questões
relativas à língua estrangeira (inglês ou espanhol) escolhida no ato de sua inscrição.
2. Confira se a quantidade e a ordem das questões do seu CADERNO DE QUESTÕES estão de acordo com as
instruções anteriores. Caso o caderno esteja incompleto, tenha defeito ou apresente qualquer divergência,
comunique ao aplicador da sala para que ele tome as providências cabíveis.
3. Para cada uma das questões objetivas, são apresentadas 5 opções. Apenas uma responde corretamente à questão.
4. O tempo disponível para estas provas é de cinco horas e trinta minutos.
5. Reserve os 30 minutos finais para marcar seu CARTÃO-RESPOSTA. Os rascunhos e as marcações assinaladas
no CADERNO DE QUESTÕES não serão considerados na avaliação.
6. Somente serão corrigidas as redações transcritas na FOLHA DE REDAÇÃO.
7. Quando terminar as provas, acene para chamar o aplicador e entregue este CADERNO DE QUESTÕES e o
CARTÃO-RESPOSTA/FOLHA DE REDAÇÃO.
8. Você poderá deixar o local de prova somente após decorridas duas horas do início da aplicação e poderá levar
seu CADERNO DE QUESTÕES ao deixar em definitivo a sala de prova nos 30 minutos que antecedem o término
das provas.
2 1 0 0 0 0 0 1 1 1
ALUNO_ENEM_PROVA1_23_5_ALICE_2021 12/05/2021 10:09 Página 1
LC – 1.o dia – Página 2
ALUNO_ENEM_PROVA1_23_5_ALICE_2021 12/05/2021 10:09 Página 2
LC – 1.o dia – Página 3
LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS 
TECNOLOGIAS
Questões de 01 a 45
Questões de 01 a 05 (opção inglês)
Disponível em: nytimes.com
Shimmering white and gracefully statuesque, the
Mount Washington Hotel is a granite fortress, a
manmade anomaly among the raw wilderness of the
surrounding White Mountains in remote northern
New Hampshire, U.S. Even to this day, the hotel is
geographically secured by 800,000 acres of the White
Mountain National Forest around it. This was the main
reason why the Hotel was chosen for a World War
Two meeting – a meeting that shaped present-day
global economic policies.
Linda Laban. Disponível em: www.bbc.com (adapted).
O termo “this”, que introduz a última frase do texto,
refere-se ao fato de que o Mount Washington Hotel
� serviu como alojamento durante a Segunda
Guerra Mundial.
� é isolado e quase secreto.
� permanece tão sólido quanto uma fortaleza de
granito.
� encanta os visitantes com seu belo cenário
circundante.
� exibe imponência e graciosidade.
Locust swarms have taken over parts of eastern
Africa. The insects are rapidly eating the only source
of food for many people in a region that is already
food insecure. The swarms over the Horn of Africa
are made up of "desert locusts," which are known for
forming swarms that can be highly dense and mobile,
according to the UN's Food and Agriculture
Organization (FAO) desert locust information center.
The desert locust is considered the most destructive
migratory pest in the world, according to the FAO. A
small swarm of locusts can consume enough food for
35,000 people. Farmers are complaining that about
90% of their crops have already been destroyed. 
Audrey McNamara. Disponível em: www.cbsnews. com
(adapted).
Escolha o título que melhor resume a principal ideia
do texto.
� Impedindo a propagação de enxames de gafanho -
tos do deserto.
� O que causou um surto de gafanhotos do deserto
no leste africano.
� O papel da FAO no controle de gafanhotos do
deserto na África.
� Os gafanhotos estão causando danos no leste
africano.
� Armas naturais contra uma antiga praga: os
gafanhotos.
QUESTÃO 01
QUESTÃO 02
ALUNO_ENEM_PROVA1_23_5_ALICE_2021 12/05/2021 10:09 Página 3
LC – 1.o dia – Página 4
A curious item was found among Beethoven’s
effects, locked away in a drawer, at the time of his
death: three letters, written but apparently never sent
(they may have been sent but returned to him), to the
“Immortal Beloved.” The content, which varies from
high-flown poetic sentiments to banal complaints
about his health and discomfort, makes it clear that
this is no literary exercise but was intended for a real
person. The month and day of the week are given, but
not the year. The periods 1801–02, 1806–07, and 1811–
12 have been proposed, but the last is the most
probable. The most cogent arguments regarding the
identity of the person addressed, those by Maynard
Solomon, point to Antonie Brentano, a native
Viennese, who was the wife of a Frankfurt merchant
and sister-in-law to Beethoven familiar Bettina
Brentano.
Disponível em: https://www.britannica.com/biography/Ludwig-
van-Beethoven (adaptado).
A partir do conteúdo do texto, pode-se afirmar que
� as cartas mencionadas foram enviadas por
Beethoven, mas devolvidas a ele.
� a destinatária das cartas de Beethoven seria uma
cunhada do próprio compositor.
� as cartas foram enviadas no período de 1801 a
1812.
� a hipótese mais sólida é a de que a destinatária
das cartas seria uma vienense.
� as cartas foram encontradas no sótão da casa
onde Beethoven morava.
Study: Literary Criticism Is Still 
Overwhelmingly Male
By Zach Schonfeld 
Women writers are all over the best-seller lists, but
literary criticism is still predominantly a male field.
That’s according to the latest numbers from the
volunteer organization VIDA: Women in the Literary
Arts, which works for gender and racial parity in the
literary world. This year’s report covers prestigious
publications like The New York Review of Books,
which published 227 male reviewers last year but only
54 female reviewers, and The London Review of
Books, which published 146 male critics and 44
women during the same period. The Paris Review
“made great strides toward gender parity” in 2013,
the report notes, but then slid and published
substantially fewer women than men in 2014.
As The Guardian points out, those figures are
especially striking when you consider that women are
more avid readers than men in the U.K., where some
of the biggest offenders are based. 
The figures are not all disheartening. Major
magazines like The New Yorker, The Atlantic and
Harper’s all showed increases in the number of
women published in 2014.
That data are valuable (without VIDA, the figures
would likely go untallied), and the broader awareness
even more so. Top editors likely know gender disparity
is an issue, but they’re more likely to pay attention to
it when an organization like VIDA is paying attention
to them.
SCHONFELD, Z. Dispsonível em: newsweek.com (adaptado).
No texto, o autor lança mão de palavras como
“literary”, “male” e “female” para apresentar uma
matéria jornalística cujo tema está relacionado ao(à) 
� quantidade de produções literárias de homens e
mulheres. 
� predominância de produções masculinas na
crítica literária. 
� papel das associações na produção literária das
mulheres. 
� resultado da produção literária de homens e
mulheres em 2014.
� prestígio das mulheres no desenvolvimento da
produção literária. 
QUESTÃO 04
QUESTÃO 03
ALUNO_ENEM_PROVA1_23_5_ALICE_2021 12/05/2021 10:09 Página 4
Disponível em: https://group.bnpparibas
A campanha acima está
� prometendo incentivar o talento e a criatividade
das mulheres.
� promovendo condições para impedir o assédio às
mulheres.
� conscientizando as pessoas a respeito da igual -
dade de gênero.
� lutando por condições de trabalho mais flexíveis
para as mulheres.
� apelando à tomada de medidas para o combate
da discriminação no ambinete de trabalho.
Questões de 01 a 05 (opção espanhol)
Disponível em: http://viajenaviagem.com. Acesso em: 11 fev. 2021
(adaptado).
La propaganda es un género ampliamente explotado,que presenta un producto al consumidor,
promoviendo su venta o su imagen y, como su
objetivo es convencer, es normal que además de
estrategias argumentativas diversas,
� una metáfora sea esencial para que el receptor
comprenda el texto.
� la función conativa del lenguaje se destaque en
este género textual.
� la función referencial del lenguaje sea descartada
de este género textual.
� el texto se aleja del receptor para transmitir mejor
el mensaje.
� la norma culta de la lengua sea el principal
recurso para este género.
QUESTÃO 01
QUESTÃO 05
LC – 1.o dia – Página 5
ALUNO_ENEM_PROVA1_23_5_ALICE_2021 12/05/2021 10:09 Página 5
LC – 1.o dia – Página 6
“El Yastay”, cuento escrito en 2013
Para los que nunca han escuchado hablar del
Yastay, quiero hacer un paralé en esta historia y
quiero llegar a hablar el mismo idioma con ustedes,
especialmente con estas muestras de flora y fauna. 
El Yastay es un hermoso ejemplar de guanaco,
mucho más grande que los otros machos, inclusive
más que el jefe de una manada que llamamos
“relincho”. El jefe de todos los relinchos es el Yastay.
Ahora sí, me siento relajado para decirles que hay
arrieros que son realmente prodigiosos, donde ellos
son los principales protagonistas, contando mentiras,
aventuras o historias.
La noche del río Jorquera invitaba con la claridad
de nuestro límpido cielo nortino, a reunirnos al lado
afuera del rancho, (…) echábamos a correr la
imaginación y atentamente escuchábamos al Negro
García alias “el ollito” dirigiéndome una burlada
burlesca. Cuentan que es justo y muy inteligente; en
una oportunidad un arriero encontró cerca de su
corral unos pequeños guanaquitos heridos, que se
salvaron de una criminal balacera con metralletas, él
los metió en su corral y los cuidó con esmero, del
mismo modo los alimentó con la leche de su ganado
caprino y cuando estaban totalmente recuperados, los
soltó para verlos libres correr por el campo.
Una mañana el Yastay se le cruzó en el camino al
arriero y con su cuerpo lo tapaba por delante del
caballo para que lo siguiera. Lo hizo y muy cerca del
lugar encontró unos animales recién muertos. El
Yastay pagó su deuda de estadía. El arriero charqueó
los guanacos y cuando terminó su faena, escuchó un
relincho de saludo del más grande de los guanacos.
Disponível em: www.udd.cl. Acesso em: 11 fev. 2021 (adaptado).
Qual foi o propósito do Yastay ao obstruir o passo do
boiadeiro?
� Advertir sobre o perigo de tropeçar com os
animais mortos.
� Delatar os criminosos que causaram a morte dos
guanaquitos.
� Premiar o boiadeiro por interromper oportuna -
mente o tiroteio.
� Agradecer por ter cuidado dos guanaquitos mor -
tos.
� Socorrer os guanaquitos.
QUESTÃO 02
ALUNO_ENEM_PROVA1_23_5_ALICE_2021 12/05/2021 10:09 Página 6
Disponível em: www.udd.cl. Acesso em: 11 fev. 2021 (adaptado).
QUESTÃO 03
LC – 1.o dia – Página 7
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LC – 1.o dia – Página 8
El contacto visual es permanente durante el baile.
El hombre suele tomar el vestón en algunos pasajes
del baile. El pañuelo es utilizado en todo momento y
ayuda a enfatizar algunos pasajes del baile. La dama
suele moverlo mucho durante el baile para distraer
las pretensiones directas de su pareja. El pañuelo es
utilizado como una extensión de la mano para tocar a
su pareja, acariciarla o abrazarla. En las
presentaciones en vivo o en lugares especializados,
los bailarines usan prendas más parecidas al tango
que a la cueca huasa. Esta variante es libre, pues
también va con jeans y zapatillas, lo que le da un
toque más urbano.
Qual a relevância no uso do lenço na cueca brava?
� Ressalta as qualidades dos dançarinos.
� Define as funções do casal.
� Expressa o dinamismo dos dançarinos.
� Manifesta as intensões do casal.
� Divulga o espirito genuíno da cueca. 
Danzas folclóricas son una forma tradicional de
danza recreativa de un pueblo y siempre fueron un
importante componente cultural de la humanidad.
Muchas de las danzas folclóricas tienen origen
anónimo y fueron pasadas de generación a
generación durante un largo período de tiempo. El
folclore brasileño es rico en danzas que representan
las tradiciones y la cultura de una determinada región.
Están ligadas a los aspectos religiosos, fiestas,
leyendas, hechos históricos, sucesos del cotidiano y
bromas. Las danzas folclóricas brasileñas se
caracterizan por tener músicas alegres (con letras
sencillas y populares) con vestimentas y escenarios
representativos. Esas danzas se realizan,
generalmente, en espacios públicos como plazas,
calles y avenidas.
Questão 22, Língua Portuguesa ENEM 2020 (adaptado).
A dança, como manifestação e representação da
cultura rítmica, envolve expressão corporal própria de
um povo. Considerando-a como elemento folclórico,
a dança revela
� acontecimentos do cotidiano, relacionados com a
influência mitológica e religiosa de cada região,
que se sobrepõem a aspectos políticos.
� manifestações afetivas, históricas, ideológicas,
intelectuais e espirituais de um povo, refletindo
sobre seu modo de expressar-se no mundo.
� aspectos eminentemente afetivos, espirituais e de
entretenimento de um povo, desconsiderando
fatos históricos. 
� tradições culturais de cada região, cujas
manifestações rítmicas são classificadas em um
ranking das mais originais.
� lendas, que se sustentam como inverdades, uma
vez que são inventadas e servem apenas para a
vivência lúdica de um povo.
“La revista de los lectores”
Correo
Sr. Director: maravillosa la nota sobre Gustavo
Santaolalla. Ahora todos hablan de él por haber
ganado el Oscar, pero ningún medio lo mostró como
ustedes. ¿Sabían que ahora Orfelia está por todos
lados? Qué mujer divina. Las fotos que acompañan la
nota demuestran el amor entre madre e hijo. Por eso
Gustavo le dedicó el Oscar a ella. Felicitaciones por
esta entrañable nota, por esa foto, por hablar de
Gustavo y Orfelia antes que todos.
Natalia Urrutia
Enlaces 3, pág.185 – Processo seletivo 2009 UFMT (adaptado). 
Sobre o sentido do texto, assinale a afirmativa correta.
� A revista foi o meio que mais divulgou notícias
sobre a entrega do Oscar.
� O prêmio obtido por Gustavo contribuiu para
destacar a celebridade de sua esposa.
� A leitora elogia a revista pelos detalhes publi -
cados sobre Gustavo na entrega do Oscar.
� A beleza de Orfelia destacou-se muito mais que o
prêmio ganho por Gustavo.
� Natalia felicita a revista pela entrega do Oscar a
Gustavo.
QUESTÃO 04
QUESTÃO 05
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Questões de 06 a 45
A gramaticografia
O gramático é, o mais das vezes, o árbitro de seus
próprios juízos: inventa exemplos (certamente por se
ter como exemplar suficiente do falante “correto”); ou
seleciona, na literatura, exemplos que possam
sustentar suas asserções – mas apenas estes. Os que
as contradizem são convenientemente esquecidos, o
que é uma prática que introduz perturbadora
inconsistência nos fundamentos do discurso. 
FARACO, Carlos Alberto. História sociopolítica da língua
portuguesa. São Paulo: Parábola Editorial, 2016.
Ao tratar das histórias das gramáticas produzidas em
língua portuguesa, o professor Carlos Alberto Faraco
faz uma crítica ao modo como são selecionados os
exemplos de uso “correto” da língua. Faraco aponta
um descompasso entre exemplos pinçados para as
gramáticas e 
� a desconsideração pelas variedades populares do
português brasileiro.
� uma análise vivenciada da realidade linguística.
� o fato de que muitos exemplos são inventados
pelos próprios gramáticos.
� o esquecimento conveniente de exemplos não
literários.
� a arbitrariedade de asserções que levam a um
discurso gramatical inconsistente. 
Um, dois, feijão com arroz; 
três, quatro, feijão no prato
Quando a gente olha um monte de grãos com
feijões e favas, parece que é tudo da mesma família.
Mas não são, não: favas e feijão-de-corda são bem
diferentes e até dão em trepadeiras, que, de tão
lindas, inspiraram contos de fada. Acho que todacriança, quando coloca grão de feijão em algodão
molhadinho num copo para brotar, fica imaginando
que ele vai crescer, ficar imenso e chegar às nuvens,
para que se possa subir e subir como o João ao ir
atrás da galinha dos ovos de ouro do gigante. 
BACELLAR, Heloísa. Cozinhando para amigos 2: entre panelas e
tigelas, a aventura continua. São Paulo: DBA, 2008. 
A chef Heloísa Bacellar, em capítulo dedicado ao pre -
paro do arroz e do feijão, descreve as semelhanças en -
tre favas e feijão-de-corda. Para tanto, ela se vale do
� conhecimento prévio do leitor sobre contos de
fadas para ilustrar a diferença entre feijões e favas.
� sentido de fato consumado (“favas contadas”),
para indicar a diferença entre feijões e favas.
� fato de que ambos são trepadeiras, para fazer
uma digressão sobre contos de fadas.
� repertório sociocultural erudito do leitor para
mobilizar um conhecimento de botânica.
� experimento realizado em idade escolar para
observar o crescimento de feijões.
O sotaque e seu papel cultural
Na prática pedagógica, é muito importante que os
docentes estejam atentos aos mecanismos de
discriminação que podem ser ativados com base nos
sotaques de seus alunos. Principalmente quando a
sala de aula é mais homogênea, com alunos nascidos
num mesmo lugar, é muito comum ocorrer atitudes
de zombaria diante de alunos provenientes de outras
regiões. Uma escola democrática e democratizadora
tem de respeitar a diversidade linguística e impor esse
respeito na formação de seus alunos. 
BAGNO, Marcos. Gramática pedagógica do português brasileiro.
São Paulo: Parábola Editorial, 2012.
Em texto dirigido a professores e professoras, o autor
explica como deve ser a recepção e o manejo de dife -
rentes sotaques na sala de aula. Na lógica desse ex -
cert o, uma escola democrática e democratizadora deve
� cuidar para que a variedade padrão da língua
portuguesa seja ensinada a todos os alunos como
mecanismo de inserção social. 
� respeitar as manifestações de desagravo perante
o desconhecido, visto que tal reação é instintiva e
natural na trajetória de formação dos alunos. 
� promover o debate sobre todas as formas de pre -
conceito e discriminação nos anos de for mação. 
� levar em consideração a homogeneidade das tur mas
e relativizar eventuais zombarias, respei tan do-se o
fato de que o Brasil tem dimensões conti nen tais. 
� primar pelo respeito a todos os sotaques, o que
deve ser explorado criticamente pelos educadores
durante a formação escolar.
QUESTÃO 06
QUESTÃO 07
QUESTÃO 08
LC – 1.o dia – Página 9
ALUNO_ENEM_PROVA1_23_5_ALICE_2021 12/05/2021 10:09 Página 9
LC – 1.o dia – Página 10
Termos e expressões herdadas do período escra -
vagista presentificam o violento passado racista
quando ditas, mesmo que muitas vezes como repro -
dução viciada e sem relação à origem específica do
termo. A maioria dos casos associam direta ou vela -
damente a cor preta a algo ruim, ofensivo, negativo,
desumanizado, não necessariamente no significado
do dicionário, mas no sentido social que adquire com
a linguagem. Denegrir é um exemplo, significa “fazer
ficar mais negro”, porém o contorno que o sustenta é
pejorativo e o tornar-se negro vira uma situação ofen -
siva, sinônimo de difamação, rebaixamento. O mes -
mo para expressões como “a coisa tá preta”,
“mer cado negro”, normalmente interligando a nega -
tividade, a ilegalidade e o submundo à cor negra.
O cancelamento virtual ou presencial é autoritário
por natureza, ousa impor o apagamento do outro e
dos registros do que somos enquanto sociedade. Faz
da aniquilação alheia uma estratégia despolitizada de
combate (nunca debate) aplaudida, copiada e em
expansão.
Nesta perspectiva, não se trata de fazer cancela -
mento do termo proibido e censurado, mas de res -
gatar seu trajeto social para provocar a reflexão
trans formadora, vislumbrando alternativas que desa -
guem na ressignificação. O mercado negro, por exem -
plo, pode ser utilizado para situar um projeto de
em preen dedoras negras e empreendedores negros,
e, no modo pejorativo, ser substituído por mercado
ilegal.
O racismo (todas as formas de opressão) não está
na palavra, mas na forma. Está na semântica da fala,
do olhar, da atitude.
Vale o convite à ressignificação, à ativação da
engre nagem linguística para superar as desigual -
dades, transformar as realidades. Demonizar palavras
longe de seu contexto ou pessoas que deixaram
escapulir uma expressão dita por vício linguístico, ou
até mesmo um erro concreto, adia a chamada do
enfrentamento coletivo. 
ROMÃO, Juliana. “O que e como se diz: delírio lacrativo e usos da
linguagem”. Disponível em:
https://revistacult.uol.com.br/home/delirio-lacrativo-e-usos-da-
linguagem/. Acesso em: 4 mar. 2021 (adaptado).
O texto traz uma reflexão a respeito do racismo na
linguagem e do cancelamento tanto das expressões
de cunho racista quanto daqueles que as reproduzem.
A análise apresentada pela autora evidencia qual
atitude se deve tomar em relação ao uso desses
termos, concluindo que é necessária a 
� demonização desse discurso racista e o silen -
ciamento daqueles que o reproduzem. 
� transformação desse discurso e o cancelamento da -
queles que o reproduzem a fim de discipliná-los. 
� aniquilação dessas expressões e a desconstrução
daqueles que possuem esse discurso opressor. 
� ressignificação dessas expressões e a descons -
trução do indivíduo em vez da imposição do
silenciamento. 
� supressão dessas expressões e o cancelamento
do indivíduo que usa esse discurso como forma
de opressão. 
QUESTÃO 09
ALUNO_ENEM_PROVA1_23_5_ALICE_2021 12/05/2021 10:09 Página 10
Texto I
Sampa
Alguma coisa acontece no meu coração
Que só quando cruza a Ipiranga e a avenida São João
É que quando eu cheguei por aqui eu nada entendi
Da dura poesia concreta de tuas esquinas
Da deselegância discreta de tuas meninas
Ainda não havia para mim Rita Lee
A tua mais completa tradução
Alguma coisa acontece no meu coração
Que só quando cruza a Ipiranga e a avenida São João
Quando eu te encarei frente a frente não vi o meu rosto
Chamei de mau gosto o que vi, de mau gosto, mau gosto
É que Narciso acha feio o que não é espelho
E à mente apavora o que ainda não é mesmo velho
Nada do que não era antes quando não somos Mutantes
E foste um difícil começo
Afasto o que não conheço
E quem vem de outro sonho feliz de cidade
Aprende depressa a chamar-te de realidade
Porque és o avesso do avesso do avesso do avesso
(...)
VELOSO, Caetano. Disponível em:
https://www.letras.mus.br/caetano-veloso/41670/
Texto II
Disponível no perfil de Instagram Tropicália Viva 
Considerada o “hino” da cidade de São Paulo, a mú -
sica “Sampa”, composta por Caetano Veloso, des -
creve o momento em que o cantor chega à cidade e,
por meio de metáforas e referências a lugares e
outros grupos musicais, o cantor descreve a São
Paulo que encontrou, relatando as experiências que
viveu em seu encontro com a alteridade. A imagem
apresen tada no texto II, retirada de um perfil da rede
social Instagram, retoma um dos versos da música de
Caetano e faz uma crítica à exposição de selfies no
meio virtual. Dessa forma, pode-se afirmar que a
imagem se relaciona ao verso, pois se refere à (ao)
� estranhamento do eu lírico que se perde por São
Paulo ao chegar pela primeira vez à cidade. 
� costume comum entre os jovens de fotografar e
expor selfies nas redes sociais, a fim de serem
exaltados e vistos pelo outro.
QUESTÃO 10
LC – 1.o dia – Página 11
ALUNO_ENEM_PROVA1_23_5_ALICE_2021 12/05/2021 10:09 Página 11
LC – 1.o dia – Página 12
� busca por reconhecimento por meio da exposição
das redes sociais, assim como o eu lírico procura
encontrar-se na cidade de São Paulo. 
� não reconhecimento de si mesmo em uma foto -
grafia que não seja uma selfie, assim como o eu
lírico não se reconhece ao encarar a cidade de São
Paulo. 
� personagem da mitologia grega, Narciso, símbolo
da vaidade, cuja preocupação excessiva com a
imagem é encontrada hoje nas redes sociais. 
COUTINHO, Laerte. Disponívelem: https://deposito-de-
tirinhas.tumblr.com/. Acesso em: 9 mar. 2021.
A tirinha acima da cartunista Laerte foi publicada em
homenagem ao Dia Nacional da Visibilidade Trans.
Levando em conta as ações da personagem, nota-se
que sua última atitude demonstra a (o)
� pouco valor que uma fotografia antiga pode ter. 
� busca pelo registro do nome social da pessoa
trans. 
� importância da autoaceitação da identidade da
pessoa trans. 
� tentativa de orientar outros indivíduos sobre a
identidade da pessoa trans. 
� necessidade de apagar as lembranças de pessoas
que não reconhecem sua identidade.
Disponível em:
https://economia.culturamix.com/medidas/campanha-publicitaria-
da-wwf-brasil
Essa campanha de conscientização sobre a necessi -
dade de cuidado com o meio ambiente constrói-se
pela combinação da linguagem verbal e não verbal.
A imagem da pegada escurecida cercada pela vege -
tação verde representa o(a)
� intervenção do ser humano para conter o avanço
de práticas ilegais de desmatamento e de quei -
madas. 
� destruição da fauna em decorrência das quei ma -
das ocasionadas pelas condições climáticas
nacionais.
� incapacidade de a natureza recuperar-se das
agres sões sofridas pelos avanços das áreas
urbanas.
� impacto negativo que as decisões tomadas pelo
ser humano podem gerar no meio ambiente. 
� violência contra a população nativa das florestas
devido à exploração das reservas naturais. 
QUESTÃO 11
QUESTÃO 12
ALUNO_ENEM_PROVA1_23_5_ALICE_2021 12/05/2021 10:09 Página 12
Entrávamos em nossos povoados... de pé, resta -
ram os aquecedores, e só isso. Só os aquecedores!
Na Ucrânia, libertamos lugares onde não tinha
sobrado nada, só cresciam melancias, as pessoas só
comiam essas melancias e não tinham mais nada. Iam
nos receber com melancias... em vez de flores...
Voltei para casa. Em um abrigo na terra viviam
minha mãe e os três filhos, nosso cachorrinho comia
espinafre da montanha cozido. Cozinhavam o espi -
nafre, eles mesmos comiam e davam para o cachor -
rinho. E ele comia... antes da guerra, havia tantos
rouxinóis na nossa terra, mas depois passamos dois
anos sem ouvir o canto deles; toda a terra estava
revirada, tinha vindo à tona, como se diz, o esterco
dos nossos avós. Foi preciso arar de novo. Os
rouxinóis só apareceram no terceiro ano. Onde
estavam? Ninguém sabe. Só voltaram para o lugar de
sempre depois de três anos.
As pessoas construíram casas, e aí os rouxinóis
chegaram...
ALEKSIÉVITCH, Svetlana. A guerra não tem rosto de mulher. São
Paulo: Companhia das Letras, 2016, p. 177.
Pelas características do texto lido, que trata das con -
sequências enfrentadas após o término da Segunda
Guerra Mundial, considera-se que ele se enquadra no
gênero
� conto, pois se trata de uma narrativa com perso -
nagens, ações, desenvolvimento e clímax, cujo
desfecho é o retorno dos rouxinóis.
� depoimento, pois relata, em primeira pessoa, as
vivências e observações da narradora que eviden -
cia a precariedade após a guerra. 
� reportagem, pois apresenta informações sobre a
Segunda Guerra Mundial com o objetivo de fazê-
las chegar ao público de forma imparcial.
� notícia, pois recolhe testemunhos de sobre -
viventes da guerra com o intuito de transmitir os
acontecimentos aos leitores de uma revista. 
� crônica, pois a escritora expõe sua opinião diante
da miséria à qual as mulheres na Ucrânia estão
expostas até os dias atuais.
Primeiro romance de Wagner G. Barreira, Deme -
rara (Instante) narra a disseminação da gripe espa -
nho la, a imigração, a industrialização e a urbanização
no Brasil a partir da história ficcionalizada do avô
paterno do autor.
Por que escolher a narrativa de ficção?
Porque a história que conto em Demerara não
poderia ser narrada de outra forma. O livro nasceu em
2016, na pós-graduação em formação de escritores da
escola Vera Cruz, e foi interrompido por dois anos,
tempo que levei para pesquisar e escrever Lampião e
Maria Bonita: uma história de amor e balas (Planeta,
2018). Ainda que se apoie em fatos históricos, o livro
é uma história possível do protagonista Bernardo
Gutierrez Barreira.
O que veio antes, a vontade de contar sua história
familiar ou narrar um momento histórico decisivo?
Demerara nasceu de uma pesquisa sobre meu
avô paterno. Dele, sei que era espanhol, chegou ao
Brasil no vapor Demerara e teve um filho com minha
avó. Quando descobri que o mesmo navio trouxe a
gripe espanhola para a América do Sul, eu me dei
conta de que tinha o plot para um romance, a História,
com agá maiúsculo, está presente na travessia do
Atlântico, na pandemia, nas descrições de cenários
em Vigo e São Paulo, no movimento sindical. Mas o
livro também foi construído com memórias familia -
res: o jeito de montar uma cama, a reza da benzedeira,
o gosto pelo futebol. Bernardo foi envolvido no
turbilhão do período, a História acontece diante de
seus olhos, mas ele está preocupado em sobreviver,
em chegar ao dia seguinte.
BIDERMAN, Iara. Quatro Cinco Um, janeiro de 2021, p. 6.
O texto acima é um trecho de uma entrevista com o
escritor Wagner Barreira para apresentar seu livro
Demerara. De acordo com as informações apresen -
tadas, compõem os âmbitos da história, da memória
afetiva e da ficção, respectivamente, 
� a trajetória de Bernardo, os cenários de São Paulo
e a reza da benzedeira.
� o navio Demerara, a reza da benzedeira e o
cotidiano do protagonista. 
� a história de Lampião, a travessia do Atlântico e a
vida do avô do narrador.
QUESTÃO 13 QUESTÃO 14
LC – 1.o dia – Página 13
ALUNO_ENEM_PROVA1_23_5_ALICE_2021 12/05/2021 10:09 Página 13
LC – 1.o dia – Página 14
� a chegada da gripe espanhola ao Brasil, o movi -
mento sindical e o gosto pelo futebol.
� a trajetória do próprio autor, a chegada do vapor
Demerara e o início de uma pandemia.
Race is not race
jogue esta frase no google tradutor
algumas traduções possíveis
corrida não é corrida
raça não é raça
google nem é gente
caso fosse esta tradutora
as opções seriam
raça não é carreira
fechem o mercado George Floyd
RIZZI, Nina. “Poesia”, in: Piauí, edição 174, março de 2021.
Disponível em: https://piaui.folha.uol.com.br/materia/raca-nao-e-raca/
Nina Rizzi é poetisa e trabalha em sua obra o cotidiano
feminino e negro para construir uma poesia reflexiva,
voltada para a condição de ser mulher negra no mundo
atual. No poema apresentado, a autora critica a
� ausência de empatia em relação aos problemas
sociais evidenciados pelo caso George Floyd. 
� permanência da visão do corpo negro e da
tragédia como mercadorias a serem exploradas.
� interferência da tecnologia na circulação de infor -
mações importantes para o debate sobre o racismo.
� poesia como ferramenta de questionamento social
que não alcança o público acostumado à internet. 
� falta de visibilidade dentro da internet ao tratar de
temas essenciais à garantia dos direitos humanos.
A arquitetura metafórica é um movimento arquite -
tônico que se desenvolveu na Europa em meados do
século XX. É considerado por alguns como mera -
mente um aspecto do pós-modernismo, enquanto
outros o consideram uma escola em si e um posterior
desenvolvimento da arquitetura expressionista. 
O estilo é caracterizado pelo uso de analogia e
me táfora como a principal inspiração e diretriz para o
design. Exemplos bem conhecidos disso podem ser
encontrados na Mesquita de Palm, na Universidade
Rei Saud, em Riad, por Basil Al Bayati, baseada na forma
de uma palmeira, o Templo de Lótus em Nova Delhi, por
Fariborz Sahba, baseado em uma flor de lótus. 
Templo de Lótus, em Nova Delhi. Disponível em:
https://www.hisour.com/pt/metaphoric-architecture-28347/
(adaptado).
Com base no que os estudos da linguagem definem e
no conceito de arquitetura metafórica apresentado no
texto, um templo religioso cujo formato fosse denota -
tivo deveria conceitualmente
� apresentar formato de “flor de lótus”. 
� ter formato de “templo religioso”. 
� ter qualquer formato que não o de “templo
religioso”.
� ter uma torre, uma cruz e um sino.
� ser chamado de “alegórico”.
QUESTÃO 15QUESTÃO 16
ALUNO_ENEM_PROVA1_23_5_ALICE_2021 12/05/2021 10:09 Página 14
“Palavras cruzadas” são jogos de passatempo em
que se devem preencher pequenos quadrados com
pala vras relacionadas às indicadas pelo jogo, se -
guindo a orientação das setas. 
Para conseguir encontrar as respostas e preencher os
espaços, o jogador deve
� preencher cada quadrado somente com duas
letras.
� entender que entre a pergunta e a resposta há
sempre uma relação metonímica. 
� desconsiderar a sílaba tônica das respostas. 
� perceber que as respostas são sempre sinônimos
das perguntas. 
� perceber que as perguntas são abstratas,
enquanto as respostas, concretas. 
A opinião da personagem da charge, apresentada por
meio da linguagem conotativa, fica evidente tanto
pela função sintática dos termos quanto pelo texto
visual. O termo conotativo nas sentenças abaixo de -
sempenha a mesma função sintática daquela obser -
vada pelos termos conotativos em ambas as falas do
indivíduo em
� Aquele treinador é uma fera. 
� É um torpedo esse lateral direito.
� O escudo do time era aquele experiente goleiro.
� As torcidas eram o combustível do jogo.
� Era o gramado verde um palco de bailados. 
A língua indígena tradicionalmente mais conhe -
cida dos brasileiros – conquanto esse conhecimento
se limite em regra só a um de seus nomes, tupi – é
justamente o tupinambá. Esta foi a língua predo -
minante nos contatos entre portugueses e indígenas
nos séculos XVI e XVII e tornou-se a língua da expan -
são bandeirante no sul e da ocupação da Amazônia
no norte. Seu uso pela população luso-brasileira,
tanto no norte quanto no sul da Colônia, era tão geral
no século XVIII, que o governo português chegou a
baixar decretos (cartas régias) proibindo esse uso.
Uma das consequências da prolongada convivência
do tupinambá com o português foi a incorporação a
este último de considerável número de palavras
daquele. Numa amostra de pouco mais de mil nomes
brasileiros populares de aves, um terço, cerca de 350
nomes, são oriundos do tupinambá.
RODRIGUES, Aryon Dall’Igna. Línguas Brasileiras. São Paulo
Loyola, 1994. (adaptado).
O texto trata de aspectos da formação histórica do
por tuguês brasileiro. Considerando o que é apresen -
tado sobre contato linguístico, é possível depreender
que
� as línguas que conviveram no Brasil sofreram um
processo de modificação único, não descrito em
outros idiomas.
� muitos vocábulos do tupinambá estão presentes
no português, devido ao intenso contato entre
essas línguas.
� o tupinambá influenciou o português principal -
mente em seus aspectos sintáticos e morfoló -
gicos.
� o governo português incomodava-se com a ex -
pan são bandeirante no Brasil, que resultou na
incorporação de parte do léxico tupinambá ao
português.
� o tupi originou o português falado no sul do Brasil
nos séculos XVI e XVII, em cuja base gramatical
também está a fala de variadas etnias indígenas. 
QUESTÃO 18
QUESTÃO 19
QUESTÃO 17
LC – 1.o dia – Página 15
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A famosa Casa da Dona Yayá, na Bela Vista. Foto: Acervo
Estadão.
A casa da Dona Yayá e os “gritos noturnos”
Uma mansão localizada na rua Major Diogo, no
bairro da Bela Vista, era propriedade da abastada
família Mello Freire, no início da década de 1920. Após
a morte dos familiares, Sebastiana, conhecida como
Dona Yayá, começou a apresentar sérios problemas
mentais e era atendida por uma funcionária de
confiança. Ela viveu reclusa por mais de quarenta
anos até morrer, em 1961.
O local, que ficou quase uma década abandonado,
tem fama de mal-assombrado. Algumas pessoas que
passam por ali de madrugada asseguram que ouvem
os gritos de sofrimento de Dona Yayá. 
Disponível em: https://emais.estadao.com.br/noticias
Os diversos gêneros textuais que circulam na socie -
dade têm funções e motivações sociais específicas.
Considerando o texto e suas características, podemos
afirmar que se trata de 
� uma anedota de origem urbana. 
� uma fábula de origem popular. 
� uma lenda de origem imprecisa. 
� uma fábula de origem social.
� uma lenda de origem urbana. 
Disponível em: https://tecnologia.educacional.com.br/tecnologia-
educacional/ziraldo-reforca-campanha-sobre-seguranca-na-
internet/. Acesso em: 16 mar. 2021.
Nesse cartaz, o uso da imagem do lobo aliada ao texto
verbal tem por objetivo 
� alertar apenas sobre os perigos das redes sociais.
� esconder hackers que agem em benefício próprio
na rede.
� promover a segurança do usuário da internet em
apps de encontro.
� orientar para um uso mais seguro e consciente da
internet.
� relacionar o conteúdo virtual com a vida pessoal
do usuário.
QUESTÃO 20 QUESTÃO 21
ALUNO_ENEM_PROVA1_23_5_ALICE_2021 12/05/2021 10:09 Página 16
Abandonar ou maltratar animais é crime previsto
pela Lei Federal nº 9.605/98. Vale lembrar que uma
nova legislação, a Lei Federal n .o 14.064/20, san cio -
nada em setembro, aumentou a pena de detenção
que era de até um ano para até cinco anos para quem
cometer esse crime. Além disso, o rito processual
passa à vara criminal, não mais ao juizado especial.
“A maioria dos animais abandonados não é res -
gatada e sofre com fome, doenças, exposição ao
tempo, riscos de atropelamento e traumas que inter -
ferem em seu bem-estar mental e comporta mento”,
alerta a médico-veterinária Cristiane Pizzutto, presi -
dente da Comissão Técnica de Bem-estar Animal
(CTBEA) do CRMV-SP.
Outra questão grave são os prejuízos à saúde pú -
blica. “O abandono impacta diretamente na vida das
pessoas, pois animais nas ruas causam acidentes de
trânsito, prejudicam o turismo e afetam a saúde
pública devido às doenças que afetam tanto humanos
quanto animais”, diz a médico-veterinária Rosângela
Gebara, que integra a CTBEA/CRMV-SP.
Disponível em:
https://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2020-12/dezembro-
verde-alerta-sobre-maus-tratos-e-abandono-de-animais. Acesso
em: 08 mar. 2021.
Pelas características do texto lido, que trata dos maus-
tratos e do abandono de animais, considera-se que
ele se enquadra no gênero
� notícia, pois divulga informações sobre a crimi na -
lização do abandono e dos maus-tratos de ani -
mais. 
� relato, pois narra fatos vividos pelas médico-
veterinárias, relacionados a abandono de animais.
� reportagem, pois discute detalhadamente as leis
que criminalizam maus-tratos contra animais.
� depoimento, pois expõe a luta das médico-
veterinárias para a aprovação das leis. 
� conto, pois exibe a história de animais resgatados,
vítimas de maus-tratos e de abandono. 
Disponível em https://www.gov.br/mdh/pt-br/assuntos/campanha.
Acesso em: 15 mar. 2021.
Essa peça publicitária faz uma homenagem ao Dia
Internacional da Mulher (8 de março) por meio da
� sobreposição da figura feminina a do homem pa -
ra consolidar as leis que fomentam o desen -
volvimento da mulher na sociedade.
� valorização do papel coadjuvante que a mulher
desempenha na sociedade brasileira pós-revolu -
ção tecnológica.
� promoção de uma cultura de respeito e valo -
rização da mulher, além do estímulo da produção
feminina no mercado de trabalho.
� inserção da mulher nas cadeias de comando das
grandes corporações do agronegócio nacional e
da indústria farmacêutica.
� diminuição do contato feminino com o universo
doméstico, promovendo uma maior participação
delas na cadeia produtiva do País.
QUESTÃO 22 QUESTÃO 23
LC – 1.o dia – Página 17
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LC – 1.o dia – Página 18
Disponível em: https://www.tate.org.uk/art/artworks/meireles-
insertions-into-ideological-circuits-coca-cola-project-t12328.
Acesso em: 07 mar. 2021.
Cildo Meireles concebeu uma série chamada Inser -
ções em circuitos ideológicos. Nela, inseriu o Projeto
Coca-Cola, exposto no Museu de Arte Moderna de
Nova York, em 1970. Ele retirou as garrafas de Coca-
Cola da circulação normal e as modificou, adicio nan -
do mensagens políticas antes de devolvê-las ao
circuito de troca. Quando preenchidas com o líquidoescuro, a mensagem ficava em evidência. Trata-se de
um exemplo de arte conceitual que revela 
� a retomada da estética greco-romana.
� o desejo de retratar o inconsciente.
� a busca da proporcionalidade dos objetos.
� a representação deturpada do real.
� a inserção de um objeto em novo contexto.
Durante 40 anos, mulheres foram proibidas de
jogar futebol profissional no Brasil. Dizia a lei, decre -
tada em 1941, durante o Estado Novo de Getúlio
Vargas: “às mulheres não se permitirá a prática de
desportos incompatíveis com as condições de sua
natureza”. A norma não citava exatamente o futebol,
mas estava implícito que a bola não deveria rolar
entre pés femininos. Sobravam argumentos pseudo -
cien tíficos para tentar manter as mulheres belas,
recatadas e no lar. Artigos em jornais e revistas
destacavam a condição física supostamente menos
privilegiada das moças. Defendia-se que elas tinham
ossos mais frágeis, menos glóbulos vermelhos e
menor “resistência nervosa”. 
“Até hoje, meninas não ganham bolas quando
crianças”, diz Aira Bonfim, pesquisadora dos pri mór -
dios do futebol nacional de mulheres na FGV-RJ. (...)
Ainda que muitas atletas agora pertençam aos grandes
clubes do futebol masculino, as relações de trabalho
não costumam ser as mesmas. Times femi ninos, so -
bretudo os menores, quase sempre ofere cem ape nas
contratos, de no máximo um ano, o que faz com que
muitas atletas sejam cortadas assim que aca bam a
competição, e precisem trocar de clube com frequência.
Superinteressante, julho, 2019.
O excerto apresentado traça, brevemente, os obs -
táculos enfrentados pelo futebol feminino no Brasil.
A frase “Até hoje, meninas não ganham bolas quando
crianças” revela 
� manutenção de um padrão sociocultural que consi -
dera as características femininas incompa tíveis
com a atividade lúdica ligada à prática do futebol.
� desvalorização do futebol por parte das próprias
meninas, portanto é natural que elas queiram
brincar com bonecas e rejeitem ganhar bolas.
� preocupação dos pais em deixar as filhas longe
de esportes violentos, porque essas práticas não
são compatíveis com a fisiologia feminina. 
� comprovação genética do desinteresse feminino
por atividades futebolísticas, por isso desde a
infância nota-se o interesse pelas bonecas.
� influência das meninas sobre os pais, ao desejar
bonecas como presente, embora o articulista con -
sidere isso como proveniente da moral social.
QUESTÃO 24 QUESTÃO 25
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projeto parede | roçabarroca*
Esta obra reveste o corredor do MAM com pare -
des de pau a pique. A técnica de construção usa uma
trama quadriculada de galhos e bambus entrelaçados
de forma regular, gerando uma estrutura oca pos -
teriormente preenchida com barro. Esse procedi -
mento tem sido empregado no Brasil desde o período
colonial. Sua ampla presença em edificações para
diferentes classes sociais ao longo da história evi -
dencia uma continuidade material entre os prédios
ostentosos, como a igreja barroca, e as moradias
populares, como a casa da roça. Parte dos galhos aqui
utilizados veio do parque do Ibirapuera; somados à
terra aparente, trazem um cheiro orgânico ao cor -
redor. Ao construir com elementos vivos do entorno,
o artista aproxima museu e natureza por meio de um
saber que nos une a um Brasil profundo.
*Este título vem do poema e do livro Roça barroca da
poetisa e tradutora Josely Vianna Baptista.
Disponível em: https://mam.org.br/exposicao/projeto-parede-
rocabarroca/. Acesso em: 08 mar. 2021 (adaptado).
Roçabarroca é o nome da instalação de Thiago
Honório localizada no saguão de entrada do MAM e
na Sala Milú Villela. Como obra de arte, sua
constituição formal tem a capacidade de representar 
� a conexão entre as realidade urbana e natural
paulistanas.
� a solução arquitetônica presente nos centros
urbanos nacionais.
� o patrimônio e a identidade cultural de uma
sociedade. 
� o odor e a arquitetura urbana adaptada à estética
provinciana.
� o misticismo nas diversas facetas do Brasil dito
profundo.
Texto I
GUIMARÃES, C. “Gambiarras e mestres da gambiarra”.
Disponível em: http://www.obrasilcoms.com.br/wp-
content/uploads/2013/11/394081_379724495438114_631660622_n.jpg.
Acesso em: 10 mar. 2021.
Texto II
A série Gambiarras, ampliada com novas foto -
grafias, é fotografada a maior parte do tempo em
Minas Gerais. É a prova viva do espírito criativo das
pessoas da cidade e do campo: um fio de ferro
substitui a armação dos óculos, um prendedor de
roupa serve de prendedor de partitura de uma fan -
farra ambulante, a estrutura de ferro de uma cadeira
serve de porta-espeto de churrasco. Mesmo que o
objeto pareça banal, o espírito de improviso e as
descobertas possuem uma beleza sóbria do enqua -
dramento e de suas cores. 
BADER, J. “Gambiarras e mestres da gambiarra, por Cao
Guimarães”. Disponível em:
http://www.obrasilcoms.com.br/2013/11/gambiarras-e-mestres-da-
gambiarra-por-cao-guimaraes/. Acesso em: 10 mar. 2021
(adaptado).
A fotografia moderna, assim como boa parte da arte
contemporânea, alcança valor estético por meio da
busca do inusitado seja no campo temático, seja no
campo formal. Cao Guimarães, no texto I, encaixa-se
nessa tendência. Analisando-se o texto II, assinale a
alternativa que vai ao encontro do que foi proposto
na obra de Cao Guimarães e o do que foi explicado
no excerto de J. Bader.
QUESTÃO 26 QUESTÃO 27
LC – 1.o dia – Página 19
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A terra é nossa
A terra é um bem comum
Que pertence a cada um.
Com o seu poder além,
Deus fez a grande Natura
Mas não passou escritura
Da terra para ninguém.
Se a terra foi Deus quem fez,
Se é obra da criação,
Deve cada camponês
Ter uma faixa de chão.
Quando um agregado solta
O seu grito de revolta,
Tem razão de reclamar.
Não há maior padecer
Do que um camponês viver
Sem terra pra trabalhar.
O grande latifundiário,
Egoísta e usurário,
Da terra toda se apossa
Causando crises fatais
Porém nas leis naturais
Sabemos que a terra é nossa.
ASSARÉ, Patativa do. Disponível em:
https://www.correiobraziliense.com.br/impresso/2018/02/2758
017-tantas-palavras.html. Acesso em: 5 fev. 2021.
Patativa do Assaré (1909-2002) é um dos mais consa -
grados poetas populares brasileiros, apresen tando
uma obra com fôlego para abordar de maneira crítica
o contexto sociopolítico em que ela está inserida.
Prova dessa capacidade é a representação do fator
impeditivo para a justiça social, como se nota no
trecho 
� “Quando um agregado solta / O seu grito de
revolta”.
� “Porém nas leis naturais / Sabemos que a terra é
nossa”.
� “Se a terra foi Deus quem fez / Se é obra da
criação”.
� “Deve cada camponês / Ter uma faixa de chão”.
� “Egoísta e usurário / Da terra toda se apossa”.
astronauta (s.m. e s.f.)
é quem chega aonde quer. ou quem foge do
mundo rotineiro para se encontrar. é quem sabe que
somos viajantes de nós mesmos em órbita das
cidades em que vivemos e que, algumas vezes,
corações colidem uns com os outros. é, às vezes, se
sentir sozinho no mundo. é quando percebemos que
não somos o único planeta buscando um lugar ao sol. 
é quem, quando ouviu dizerem que o céu era o limite,
pisou na lua.
DOEDERLEIN, J. O livro dos ressignificados. São Paulo: Parábola.
2017, p. 16.
Uma das características marcantes da poesia contem -
porânea é a ressignificação inusitada de aspectos
temáticos e formais. O texto de João Doederlein é
pro va dessa característica, pois ressignifica o verbete
de um dicionário ao utilizar a palavra astronauta em
sentido 
� conotativo.
� objetivo.
� denotativo.
� estrito.
� literal.
QUESTÃO 28
QUESTÃO 29
LC – 1.o dia – Página 21
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LC – 1.o dia – Página 22
Congresso Internacional do Medo
Provisoriamente não cantaremos o amor,
que se refugiou mais abaixo dos subterrâneos.
Cantaremoso medo, que esteriliza os abraços,
não cantaremos o ódio, porque este não existe,
existe apenas o medo, nosso pai e nosso companheiro,
o medo grande dos sertões, dos mares, dos desertos,
o medo dos soldados, o medo das mães, o medo das igrejas,
cantaremos o medo dos ditadores, o medo dos democratas,
cantaremos o medo da morte e o medo de depois da morte,
depois morreremos de medo
e sobre nossos túmulos nascerão flores amarelas e
[medro sas.
ANDRADE, C. D. de “Sentimento do mundo”. In: Poesia
completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2002, p. 73.
“Congresso Internacional do Medo” foi escrito por
Carlos Drummond de Andrade durante a Segunda
Guerra Mundial (1939-1945). Nesse poema, o senti -
mento do eu lírico diante desse período histórico é 
� reiterado ao longo do discurso. 
� retificado nos quatro versos finais.
� aludido de forma subliminar.
� contraposto a outro de forma radical.
� imperceptível devido ao hermetismo. 
Disponível em: https://palpitedeluxo.com.br/wp-
content/uploads/2014/06/197.jpg. Acesso em: 26 fev. 2021.
O grafite, forma de arte inscrita em espaços urbanos,
tem como um de seus traços principais o envol -
vimento com as questões sociais. Na imagem acima,
em que aparece uma obra dos irmãos grafiteiros
Gustavo e Otávio Pandolfo, mais conhecidos como Os
Gêmeos, esse engajamento consiste em
� contrapor o contexto social a estilo relacionado ao
cânone estético.
� tratar indissoluvelmente a realidade e a fatura
artística, plasmando-as.
� fundir as características da pintura impressionista
com a realidade social. 
� afastar a condição socioeconômica precária da
representação estética.
� desconsiderar concepção estética ao retratar
classe social sem poder econômico. 
QUESTÃO 30 QUESTÃO 31
ALUNO_ENEM_PROVA1_23_5_ALICE_2021 12/05/2021 10:09 Página 22
Descanse bastante
Cada pessoa tem uma necessidade de sono
diferente. Descubra quanto você precisa dormir para
funcionar no máximo e mantenha uma rotina de sono
regular. Descanse sua voz sempre que possível. Re -
serve um tempo para relaxar durante o dia. Isso per -
mitirá que você tenha sempre energia renovada
quan do precisar cantar. Não espere esgotamento para
então reservar tempo para se recuperar das atividades
estressantes. 
PECKHAM, A. Berklee: canto popular. São Paulo: Editora
Passarim, 2017, p. 75.
Em seu manual, Anne Peckham aplica conceitos
cientificamente comprovados para conduzir seu curso
de canto. Além disso, determinados recursos foram
utilizados com a intenção de associar a ciência ao
futuro cantor. Para promover tal aproximação, a
autora lança mão das funções
� conativa, ao exortar o receptor, e poética, ao orga -
nizar com preocupação estética a linguagem.
� emotiva, ao valorizar a musicalidade, e referencial,
ao elencar uma série de informações para o cantor.
� fática, ao checar o canal, e metalinguística, porque
o texto incide na explicação da linguagem musi cal.
� emotiva, ao centrar-se no interlocutor, e poética,
ao discutir com leveza as técnicas musicais.
� conativa, ao invocar o receptor, e referencial, ao
informar procedimentos adequados para o cantor.
Texto I
A repórter Rita Batista entrou ao vivo [...] para
apresentar ao público a Mostra Brasileires, direta -
mente do Parque Minhocão, em São Paulo, mas as
obras pintadas nos prédios que circundam a área
foram ofuscadas pelo discurso da curadora do evento,
que concedeu a entrevista usando pronomes neutros.
"Bom dia a todes. Estamos aqui na galeria de arte a
céu aberto de São Paulo, no polo cultural Parque
Minhocão, com a mostra Brasileires, com vários
artistas ocupando esse espaço com arte urbana no
espaço público de acesso livre e gratuito para todes",
disse a produtora cultural Fernanda Bueno.
Disponível em:
https://noticiasdatv.uol.com.br/noticia/televisao/artista-usa-
pronome-neutro-no-e-de-casa-e-publico-detona-vergonha-alheia-
52241. Acesso em: 13 mar. 2021.
Texto II
(...) o uso de -e, pronunciado em geral como [ɪ],
como marcador de neutro tem maior motivação no
interior da língua (...). Todavia, este último fato (...)
pode exercer algum controle sobre a progressão de
uma mudança nesse sentido, já que, como vimos, há
palavras masculinas e femininas fechadas por essa
vogal na língua. Entretanto, no grupo dos nomes
sexua dos que fazem oposição a/o, como vimos, uma
forma de neutro em -e parece encontrar algum lugar.
Por outro lado, não se pode perder de vista que a
inclusão de um -e designando neutro nesse grupo
força a identificação de -a e -o como marcas respec ti -
vas de feminino e masculino, ou seja, demandando,
ao menos formalmente, uma oposição do tipo presi -
denta vs. presidento vs. presidente. O prejuízo é que
o emprego de formas como presidenta reduzem neste
caso seu potencial pragmático de inclusão, que pare -
ce mais efetivo num contraste binário.
SCHWINDT, L. C. “Sobre o gênero neutro em português brasileiro
e os limites do sistema linguístico”. Disponível em:
https://revista.abralin.org/index.php/abralin/article/view/1709.
Acesso em: 16 mar. 2021.
QUESTÃO 32 QUESTÃO 33
LC – 1.o dia – Página 23
ALUNO_ENEM_PROVA1_23_5_ALICE_2021 12/05/2021 10:09 Página 23
LC – 1.o dia – Página 24
Os textos apresentados trazem discussões a respeito
do uso do gênero neutro como forma de inclusão da
diversidade de gênero na condição humana. O
confronto entre os dois excertos permite perceber que
� utilizar o -e como marcador de gênero neutro po -
de gerar a identificação de -a e -o como marcas
espe cíficas de feminino e masculino, causando
uma mudança ainda maior em outras demar -
cações linguísticas e seus significados sociais.
� considerar que o uso do -e possa causar grande
mudança na forma como esses grupos são iden -
tificados quanto ao gênero não faz sentido social,
já que essa vogal, ao longo dos anos, não tem
valor reconhecido com a neutralidade de gêneros.
� trocar as vogais a, e ou o, que determinam os
gêneros das palavras, por x seria mais efetivo, já
que é possível observar que historicamente o -e
não tem essa função específica na língua portu -
guesa.
� usar @ também poderia ser uma alternativa, já
que o símbolo não possui um gênero específico e
todos os países já o utilizam, tornando importante
encontrar algum som que possa representar esse
signo.
� rechaçar a forma -o para a designação do neutro
em prol do -e é uma solução de quem considera
que o uso do e é exclusivamente masculino; a
questão linguística pouco significa quando se
observa a ideologia do status quo patriarcal.
A Inteligência Artificial apresenta, cada vez mais,
uma vasta aplicação em atividades humanas, como
por exemplo no esporte. Um estudo liderado por João
Gustavo Claudino, pesquisador da Escola de
Educação Física e Esporte (EEFE) da USP, identificou
quais eram os esportes coletivos que mais tinham
aplicação de Inteligência Artificial (IA) para prevenir
lesões e melhorar a performance e quais as técnicas
dessa tecnologia eram as mais recorrentes. Os
principais resultados apontaram para a prevalência do
futebol e do basquete, com maior frequência das
técnicas de redes neurais artificiais e de árvore de
decisão, respectivamente.
(...) Outro resultado destacado pelo pesquisador
diz respeito à quantidade de homens e mulheres que
participaram dos estudos. Dos 6.456 participantes,
97% eram homens e apenas 3% mulheres. “São
dados que evidenciam essa diferença que existe no
esporte profissional”, salienta. 
Claudino conta que o estudo foi desenvolvido a
partir de uma revisão sistemática, ou seja, a busca na
literatura científica por todos os artigos que tratavam
do uso de Inteligência Artificial no rendimento
esportivo e para previsão de risco de lesão.
CANQUERINO, M. “Futebol e basquete usam Inteligência
Artificial para evitar lesão e melhorar performance”. Jornal da
USP, 27 nov. 2019. Disponível em:
https://jornal.usp.br/ciencias/ciencias-da-saude/futebol-e-
basquete-usam-inteligencia-artificial-para-evitar-lesao-e-melhorar-
performance/. Acesso em 17 mar. 2021.
A Inteligência Artificial tem sido cada vez mais utili-
zada em atividades do nosso cotidiano. O texto de
Marcelo Canquerino comprova esse fenômeno ao
mostrar que essa ferramenta foi capaz de 
� exemplificar as formas mais comuns de lesão que
ocorrem no esporte coletivo comprovadas por
meio de pesquisas.
� considerar que os homens estão mais predis -
postos à lesão no esporte, já que correspondem a
97% dos participantes da pesquisa.
� implementar técnicas e procedimentos para a
previsão de risco de lesão e melhora de perfor -
mance em atividades esportivas.
� levantar, principalmente nos atletas masculinos,
os principais dados a respeito de lesões nas
modalidades futebol e basquete. 
� mostrar que esportes coletivos como futebol e
basquete causam maior lesão nos seus jogadores
quando comparados a outros esportes.
QUESTÃO 34
ALUNO_ENEM_PROVA1_23_5_ALICE_2021 12/05/2021 10:09 Página 24
Projeto usa Inteligência Artificial para diferenciar
heterônimos de Fernando Pessoa
O poeta português Fernando Pessoa é famoso por
ter criado heterônimos, ou seja, autores fictícios com
estilos e personalidades diferentes de escrita. Seria
possível fazer distinção dos poemas de Alberto Caeiro
e Ricardo Reis através de mecanismos computa cio -
nais? Para um grupo de estudantes da USP, sim. Eles
aplicaram Machine Learning para criar um Classifi -
cador de Poemas do Fernando Pessoa. “Montamos
um modelo que conseguia dizer se um poema é do
Ri cardo Reis ou do Álvaro de Campos através da
análise do vocabulário, estilo e outras técnicas, por
exemplo”, conta Júlia Pocciotti, estudante de Letras
da USP e líder da área de Processamento de Lingua -
gem Natural do grupo. O classificador considera os
quatro principais heterônimos com mais textos
disponíveis: Bernardo Soares, Alberto Caeiro, Ricardo
Reis e Álvaro de Campos. 
FERRARI. D. “Projeto usa Inteligência Artificial para diferenciar
heterônimos de Fernando Pessoa”. Jornal da USP, 18 set. 2020.
Disponível em: https://jornal.usp.br/universidade/projeto-usa-
inteligencia-artificial-para-diferenciar-heteronimos-de-fernando-
pessoa/. Acesso em: 17 mar. 2021.
A Inteligência Artificial tem-se mostrado uma ferra -
menta tão eficiente que sua aplicação ocorre em áreas
que não se restringem ao campo tecnológico. O artigo
de Davi Ferrari identifica um exemplo dessa diver -
sidade, pois mostra como um classificador de poemas 
� diferencia os heterônimos de Fernando Pessoa
considerando as características psicológicas de
cada personalidade poética.
� distingue os heterônimos de Fernando Pessoa
tomando por base o vocabulário, estilo, entre
outros padrões de cada autor fictício.
� apresenta a característica de cada eu poemático
criado por Fernando Pessoa, diferenciando-o de
possíveis cópias.
� age como ferramenta contra a paráfrase de
Bernardo Soares feita por Alberto Caeiro; e a de
Ricardo Reis feita por Álvaro de Campos.
� seleciona os poemas de Fernando Pessoa que
mais agradam o leitor, considerando as expecta -
tivas do receptor.
Quando o tema escravidão negra é apresentado,
a ideia que se tem em mente é que os africanos eram
um povo pacífico, nada contestador e pouco desen -
volvido, certo? Errado, essa é a visão que os livros de
história passam, mas a realidade era bem diferente,
pois eles tinham uma cultura e uma organização
política e econômica bastante prósperas e desenvol -
vidas, assim como qualquer outro povo, só que
infelizmente nunca foram enaltecidas.
Guia Conhecer Fantástico – escravidão. 8. ed., São Paulo: Online,
2016, p. 7.
Na construção de um texto, uma série de expedientes
entra em ação para permitir a progressão temática.
No excerto acima, por exemplo, a pergunta apresen -
tada assume a função de
� presumir uma resposta correta do interlocutor
que o emissor ratifica, mas veiculada erronea -
mente pelo senso comum.
� direcionar o raciocínio dos leitores, chamando a
atenção para o fato de a história oficial estar
submetida à visão da ideologia dominante.
� compartilhar uma dúvida do emissor com o leitor,
a fim de que, juntos, possam chegar a um consen -
so quanto à presumível verdade histórica.
� lograr o interlocutor, manipulando-o e fornecen -
do-lhe uma visão equivocada em relação ao
discurso histórico oficial.
� corroborar o pensamento histórico oficial de que
os africanos foram escravizados por serem pouco
desenvolvidos.
QUESTÃO 35 QUESTÃO 36
LC – 1.o dia – Página 25
ALUNO_ENEM_PROVA1_23_5_ALICE_2021 12/05/2021 10:09 Página 25
LC – 1.o dia – Página 26
Se pudéssemos substituir alguns dos milhares de
voluntários humanos que são necessários para fazer -
mos testes de vacinas por réplicas digitais — uma das
10 Principais Tecnologias Emergentes de 2020 — o
desenvolvimento das vacinas contra a covid-19
poderia ter sido ainda mais rápido. Em breve, ensaios
clínicos virtuais poderão ser uma realidade para a
criação de novas vacinas e medicamentos. 
Scientific American Brasil, ano 20, n. 215, jan. 2021, p. 36.
Durante o ato de comunicação, diversos proce dimen -
tos podem ser utilizados para a exposição de um
conceito. É o que ocorre no texto acima, em que, para
a incorporação de uma tecnologia potencial mente
capaz de apresentar desempenho superior ao de
práticas consagradas em testes com vacinas, propõe-
se a admissão de uma 
� hipótese como princípio a partir do qual os cientis -
tas poderiam chegar a determinadas conclusões.
� oposição de resultados entre a eficácia das vaci -
nas nos testes realizados em voluntários humanos
e aquela feita em réplicas digitais. 
� convergência entre resultados práticos, obtidos
por meio de testes em humanos, e teóricos,
provenientes de ensaios clínicos digitais.
� transformação digital nos métodos científicos
para se obterem resultados mais rápidos em
testes realizados em voluntários humanos.
� evolução científica capaz de criar, em réplicas
digitais, resultados mais precisos e superiores aos
obtidos em voluntários humanos.
Muitas atividades em grupos estimulam nosso
senso de pertencimento, e a pesquisa [sobre sincronia
na Universidade de Toronto] mostra que fazer coisas
em sincronia pode fortalecer laços sociais e criar um
sentimento de bem-estar. Remar em equipe, dançar
em linha, cantar em coro ou simplesmente tamborilar
em sincronia aumenta a generosidade, confiança e
tolerância com os outros (...). Agora estamos come -
çando a entender por que os movimentos simultâ -
neos e coordenados propiciam essa dose extra de
afinidade, diz Laura Cirelli, psicóloga e pesquisadora
de sincronia na Universidade de Toronto. Os efeitos
poderosos desse fenômeno em nós resultam da
combinação de fatores neuro-hormonais, cognitivos
e perceptivos. “É uma interação complexa”, explica
ela. Há também evidências de que temos uma
propensão à sincronia que pode ter sido selecionada
durante o curso da evolução humana, em parte
porque nos permite uma ligação com um número
maior de pessoas ao mesmo tempo, proporcionando
uma vantagem para a sobrevivência.
(...) [A] coordenação pode não ser um remédio
permanente para o antagonismo. Mas ela parece
minimizar o preconceito em algumas situações. Uma
possível razão pode ser porque simplesmente nos
torne mais parecidos uns com os outros. 
Scientific American Brasil, ano 20, n.215, jan. 2021, p. 45.
O corpo muitas vezes funciona como ferramenta para
que se atinjam objetivos que vão além dos aspectos
imediatistas e pragmáticos, podendo alcançar o
campo das relações éticas e afetivas. O excerto acima
transcrito apresenta um exemplo dessa capacidade,
pois revela como a sensação de bem-estar é obtida
por meio da 
� coordenação de gestos ou atitudes no momento
da atividade física.
� disposição para condutas inesperadas surpreen -
dendo positivamente os companheiros. 
� consolidação de laços entre pessoas da mesma
condição social. 
� diminuição de antagonismos em situação de
busca pela sobrevivência.
� combinação de fatores como confiança e tolerân -
cia com os outros.
QUESTÃO 37 QUESTÃO 38
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minha carta de alforria
não me deu fazendas,
nem dinheirono banco,
nem bigodes retorcidos.
minha carta de alforria
costurou meus passos
aos corredores da noite
de minha pele
VENTURA, A. “Negro Forro”. Disponível em:
https://www.escritas.org/pt/t/47790/negro-forro. Acesso em: 17
mar. 2021.
Os textos literários costumam estar inseridos nas
questões de seu tempo histórico. Corrobora essa
característica o poema de Adão Ventura, que revela
de maneira poética e singular
� o desamparo em que foram deixados os escravos
após a abolição e as privações a que estiveram
sujeitos durante o longo período de escravismo.
� o desejo de rebelião por parte dos ex-escravos,
pro me tendo um acerto de contas com os fazen -
deiros que os mantiveram no cativeiro.
� a falta de política assistencialista do grupo do -
minante aos ex-escravos para reparar os danos
causados no escravismo. 
� a exclusão socioeconômica do ex-escravo por
parte do grupo dominante, após a alforria,
impelindo os afrodescendentes à penúria.
� a união necessária entre as etnias, que não
impediu a condição precária em que se encontra
a maioria dos descendentes de escravos.
O fim da história
Não creio que o tempo
Venha comprovar
Nem negar que a história
Possa se acabar
Basta ver que um povo
Derruba um czar
Derruba de novo
Quem pôs no lugar
É como se o livro dos tempos pudesse
Ser lido trás pra frente, frente pra trás
Vem a História, escreve um capítulo
Cujo título pode ser "Nunca mais"
Vem o tempo e elege outra história, que escreve
Outra parte, que se chama "Nunca é demais"
"Nunca mais", "Nunca é demais", "Nunca mais"
"Nunca é demais", e assim por diante, tanto faz
Indiferente se o livro é lido
De trás pra frente ou lido de frente pra trás
GIL, G. “O fim da história”. 
Disponível em: https://www.letras.mus.br/gilberto-gil/585143/.
Acesso em: 17 mar. 2021.
Em “O fim da história”, Gilberto Gil vale-se de um
jogo de palavras estabelecido entre a expressões
“Nunca mais” e “Nunca é demais”. Esse expediente
foi usado para que o enunciador representasse de ma -
neira particular os fatos arrolados como 
� reiterativos, pois os diferentes atores sociais
repetiriam processos históricos. 
� singulares, pois a espécie humana estaria inovan -
do na pós-modernidade.
� extraordinários, pois ocorrem revoluções e
convulsões sociais quando menos se espera.
� ultrapassados, pois a marcha da história é
evolutiva e não retrocede.
� inexplicáveis, pois as constantes lutas políticas
não têm relação com elementos socioeconô -
micos.
QUESTÃO 39 QUESTÃO 40
LC – 1.o dia – Página 27
ALUNO_ENEM_PROVA1_23_5_ALICE_2021 12/05/2021 10:09 Página 27
LC – 1.o dia – Página 28
Ah a frescura na face de não cumprir um dever!
Faltar é positivamente estar no campo!
Que refúgio o não se poder ter confiança em nós!
Respiro melhor agora que passaram as horas dos encontros.
Faltei a todos, com uma deliberação do desleixo,
Fiquei esperando a vontade de ir para lá, que eu
[saberia que não vinha.
Sou livre, contra a sociedade organizada e vestida.
Estou nu, e mergulho na água da minha imaginação.
É tarde para eu estar em qualquer dos dois pontos 
[onde estaria à mesma hora,
Deliberadamente à mesma hora…
Está bem, ficarei aqui sonhando versos e sorrindo em 
[itálico.
É tão engraçada esta parte assistente da vida!
Até não consigo acender o cigarro seguinte… Se é um 
[gesto,
Fique com os outros, que me esperam, no desencontro 
[que é a vida.
CAMPOS, A. de. Ficções do interlúdio / Poesias de Álvaro de
Campos. In: PESSOA, F. Obra poética. Rio de Janeiro: Nova
Aguilar, 2001, p. 373-374.
Álvaro de Campos é o heterônimo de Fernando Pes -
soa que traduziu de maneira magistral as inquietações
do homem de seu tempo. Prova desse dom é o
poema acima, em que o eu lírico assume uma postura 
� apreensiva diante da situação crítica em que se
encontra a sociedade moderna que o cerca. 
� resignada em razão do fracasso da humanidade,
que tentou demonstrar empatia e solidariedade.
� envergonhada em relação ao descompasso entre
a sua atitude e a expectativa da sociedade.
� irônica a respeito da hipocrisia que marca o com -
portamento do homem que vive nos centros
urbanos.
� inconciliada ao se colocar em desacordo com as
expectativas e obrigações impostas pelo seu
meio. 
As lições de R. Q.
Aprendi com Rômulo Quiroga (um pintor boliviano): 
A expressão reta não sonha. 
Não use o traço acostumado. 
A força de um artista vem das suas derrotas. 
Só a alma atormentada pode trazer para a voz um 
formato de pássaro. 
Arte não tem pensa: 
O olho vê, a lembrança revê, e a imaginação transvê. 
É preciso transver o mundo. 
Isto seja: 
Deus deu a forma. Os artistas desformam. 
É preciso desformar o mundo: 
Tirar da natureza as naturalidades. 
Fazer cavalo verde, por exemplo. 
[...] 
BARROS, M. de. Livro sobre o nada. In: Poesia completa. São
Paulo: Leya, 2010, pp. 349-350.
Manoel de Barros, no Livro sobre o nada, traz um
convite a deixar-se viver em um contexto pueril e
fantástico. Segundo essa poética, o eu lírico observa
que o mundo apresentado deve basear-se no(a) 
� respeito a uma concepção poética que valorize as
peculiaridades da realidade, mas que mantenha a
verossimilhança.
� exigência de integração ao universo do leitor,
satisfazendo-lhe a expectativa, estabelecendo-se,
assim, cumplicidade entre autor e receptor.
� expectativa de que o artista seja aceito e
respeitado em sua particularidade estética, seja
ela canônica ou transgressora. 
� valorização da atitude iconoclasta em relação aos
temas, mas mantendo-se a norma culta na escrita. 
� necessidade imperiosa de transfiguração do real,
obtendo-se, assim, o efeito estético do estranha -
mento.
QUESTÃO 41
QUESTÃO 42
ALUNO_ENEM_PROVA1_23_5_ALICE_2021 12/05/2021 10:09 Página 28
Silogismos
A minha filha perguntou-me 
o que era para a vida inteira 
e eu disse-lhe que era para sempre. 
Naturalmente, menti, 
mas também os conceitos de infinito 
são diferentes: é que ela perguntou depois 
o que era para sempre 
e eu não podia falar-lhe em universos 
paralelos, em conjunções e disjunções 
de espaço e tempo, 
nem sequer em morte. 
A vida inteira é até morrer, 
mas eu sabia ser inevitável a questão 
seguinte: o que é morrer? 
Por isso respondi que para sempre 
era assim largo, abri muito os braços, 
distraí-a com o jogo que ficara a meio. 
(No fim do jogo todo, 
disse-me que amanhã 
queria estar comigo para a vida inteira) 
AMARAL, A. L. Inversos. Lisboa: Dom Quixote, 2010, p. 354.
O eu lírico criado por Ana Luísa Amaral se vê diante
de um impasse: o sentido da expressão “para a vida
inteira”. Coerente com o ideário da poesia contem -
porânea, a maneira como o eu poemático resolve o
embaraço revela 
� a incorrespondência entre perguntas de criança e
questões metafísicas. 
� a valorização da estética como explicação
coerente e plausível para a questão colocada. 
� a ressignificação inusitada de conceitos repetidos
sem maior profundidade. 
� a digressão que evidencia a incapacidade de
explicar algo tão simples. 
� a explicação silogística, sem maiores evasivas e
complexidade.
Fantasia de forma minuciosa a execução de todos
os que o traíram enquanto mastiga a sardinha com
cuidado. Atento às espinhas. Há sempre uma ameaça.
Pensa em levá-los a um sítio afastado, um local que só
existe em sua mente, e mantê-los amarrados para que
possa fazer tudo o que a força de um covarde faz
quando tem a sua mercê criaturas indefesas. 
MUTARELLI, L. A arte de produzir efeito sem causa. São Paulo:
Companhia das Letras, 2008, p. 36.
No trecho de A arte de produzir efeito sem causa
(2008), Lourenço Mutarelli aponta para um conflito
entre a realidade objetiva e a psicológica. A correlação
desse conflito é fundamentada na
� ideia de que alguém planeja uma execução real
para se livrar da ameaça provocada pela natureza
circundante. 
� imaginação fértil da personagem que aproxima o
perigo provocado pelas espinhas da sardinha e a
violência da traição praticada pelos seus adversá -
rios. 
� desproporção entre a ameaça momentânea,as
espinhas de sardinha, e a violência que imagina
fazer com aqueles que o traíram e o machucaram. 
� tentativa da personagem de arquitetar um plano
inesperado e insidioso contra os seus inimigos
também sorrateiros. 
� medo não só demonstrado pela personagem ao
comer a sardinha como também pelos traidores
que fugiram da vingança.
QUESTÃO 43
QUESTÃO 44
LC – 1.o dia – Página 29
ALUNO_ENEM_PROVA1_23_5_ALICE_2021 12/05/2021 10:09 Página 29
LC – 1.o dia – Página 30
Lá se tinha ficado o Josias, na sua cova à beira da
estrada, com uma cruz de dois paus amarrados, feita
pelo pai. 
Ficou em paz. Não tinha mais que chorar de fome,
estrada afora. Não tinha mais alguns anos de miséria
à frente da vida, para cair depois no mesmo buraco, à
sombra da mesma cruz. 
Cordulina, no entanto, queria-o vivo. Embora
sofrendo, mas em pé, andando junto dela, chorando
de fome, brigando com os outros... 
E quando reencetou a marcha pela estrada
infindável, chamejante e vermelha, não cessava de
passar pelos olhos a mão trêmula: 
– Pobre do meu bichinho! 
QUEIROZ, R. de. O quinze. São Paulo: Siciliano, 1993, pp. 61-62. 
Em seu romance de estreia, O quinze, Rachel de Quei -
roz aborda a questão da grande seca do ano de 1915.
O trecho acima permite perceber nessa abordagem a 
� exclusão de traços de afetividade, como se nota
tanto na insensibilidade da mãe do falecido, como
também no narrador. 
� diferença fundamentada na contraposição entre o
discurso realista do narrador e a fala condoída de
Cordulina. 
� exclusão de sentimentos, em virtude do caráter
objetivo não só do discurso do narrador como
também na depreciação do falecido, que se nota
no discurso direto. 
� valorização, tanto em Cordulina quanto no nar -
rador, da morte como solução para os sofrimentos
de uma vida miserável. 
� desconsideração de fatores climáticos como
motor de flagelo, pois não há referência à aridez
nem no discurso do narrador nem na fala de
Cordulina.
QUESTÃO 45
ALUNO_ENEM_PROVA1_23_5_ALICE_2021 12/05/2021 10:09 Página 30
TEXTOS MOTIVADORES
TEXTO I
O Brasil é o país onde os professores têm menor prestígio na sociedade. A profissão é vista como sendo
desrespeitada e mal paga. 
Um estudo da organização educacional Varkey Foundation, feito para avaliar a percepção da população de
35 países sobre a carreira docente, revelou que, na comparação com profissionais de outras áreas, os brasileiros
são os que pior avaliam os professores. Em uma escala de 0 a 14 para indicar o status da carreira docente, o Brasil
tem nota 5. Na China, a nota é 9. 
Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/educacao/2020/10/brasil-e-o-pais-com-menor-valorizacao-dos-professores-indica-estudo-
internacional.shtml?origin=folha (adaptado).
TEXTO II
Estamos vivendo uma era em que os recursos da Terra estão acabando, estamos ficando sem nada.
E a única coisa que é ilimitada, o único recurso ilimitado que temos, é a inteligência humana, a engenhosidade
humana, nossa capacidade de resolver problemas. Os professores são aqueles que cultivam esse potencial
humano.
No futuro, veremos muitos avanços tecnológicos, mas eles serão incorporados e usados pelos professores.
Assim, argumento que ensinar será o trabalho mais importante do nosso século. Não tenho dúvidas disso,
mas no momento não estamos preparando os professores para que sejam bem-sucedidos nesse trabalho.
Temos de resolver não apenas os problemas de formação, mas também de capacitação, de fomento à
profissão, para que não troquem a sala de aula por empregos mais bem remunerados.
Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/geral-51457665 (adaptado).
LC – 1.o dia – Página 31
INSTRUÇÕES PARA REDAÇÃO
1. O rascunho da redação deve ser feito no espaço apropriado.
2. O texto definitivo deve ser escrito à tinta, na folha própria, em até 30 linhas. 
3. A redação que apresentar cópia dos textos da Proposta de Redação ou do Caderno de Questões terá o número
de linhas copiadas desconsiderado para efeito de correção.
4. Receberá nota zero, em qualquer das situações expressas a seguir, a redação que:
4.1. tiver até 7 (sete) linhas escritas, sendo considerada “texto insuficiente”.
4.2. fugir ao tema ou que não atender ao tipo dissertativo-argumentativo.
4.3. apresentar parte do texto deliberadamente desconectada do tema proposto.
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LC – 1.o dia – Página 32
TEXTO III
ALUNO_ENEM_PROVA1_23_5_ALICE_2021 12/05/2021 10:09 Página 32
TEXTO IV
A imprensa vive martelando, com razão, que sem
um grande salto no ensino básico o Brasil continuará
a se desenvolver aquém do seu potencial. No entanto,
quando noticia o mau desempenho da maioria dos
alunos nos exames nacionais de avaliação, deixa em
segundo plano, ou nem mesmo menciona, uma das
causas básicas do fracasso disseminado: a desva -
lorização social do magistério, que afugenta da
profissão muitos daqueles que, de outro modo, fariam
a diferença nas salas de aula. 
Disponível em:
hhttp://www.observatoriodaimprensa.com.br/codigo-aberto/no-
que-deu-o-desprestigio-do-professor/
TEXTO V
Schulz
LC – 1.o dia – Página 33
PROPOSTA DE REDAÇÃO
A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação,
redija um texto dissertativo-argumentativo, em modalidade escrita formal da língua portuguesa, sobre o tema
“A desvalorização do professor no Brasil”, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos.
Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.
ALUNO_ENEM_PROVA1_23_5_ALICE_2021 12/05/2021 10:09 Página 33
CH – 1.o dia – Página 34
CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS
Questões de 46 a 90
O autor francês Ignacio Ramonet afirmava na
introdução de seu livro Guerra do Século XXI que,
Depois dos atentados de 11 de setembro de 2001,
depois da guerra contra a rede da Al-Qaeda e o
regime dos talibãs no Afeganistão, quais são as prin -
cipais características geopolíticas do planeta, neste
início do século XXI?
Os Estados Unidos dominam o mundo como
nenhum império jamais o dominou. Exercem uma
esmagadora supremacia nos cinco campos tradicio -
nais do poder: político, econômico, militar, tecnoló -
gico e cultural. “De certa forma, os Estados Unidos
são o primeiro Estado protomundial, pensa um
analista norte-americano. Têm a capacidade de liderar
uma versão moderna do Império Universal, um
império espontâneo, cujos membros se submetem
voluntaria mente à sua autoridade”.
Guerras do Século XXI, Novos temores e novas ameaças, 
Editora Vozes.
A imagem vislumbrada pelo autor em princípios da
década de 2000 se contrapõe atualmente à ideia de
� mundo multipolar, como o surgimento dos países
emergentes.
� mundo bipolar, pois permanece a oposição EUA
versus Rússia.
� total instabilidade, devido à ação do radicalismo
muçulmano.
� Guerra Fria 2.0, que opõe EUA e Índia.
� mundo unipolar, com a emergência da China.
Atente para a seguinte passagem, que trata do
alvorecer da filosofia: “A derrocada do sistema mi -
cênico ultrapassa, largamente, em suas consequên -
cias, o domínio da história política e social. Ela
re per cute no próprio homem grego; modifica seu
universo espiritual, transforma algumas de suas
atitudes psicológicas. A Grécia se reconhece numa
certa forma de vida social, num tipo de reflexão que
definem a seus próprios olhos sua originalidade, sua
superioridade sobre o mundo bárbaro: no lugar do
Rei cuja onipotência se exerce sem controle, sem
limite, no recesso de seu palácio, a vida política grega
pretende ser o objeto de um debate público, em plena
luz do Sol, na ágora, da parte de cidadãos definidos
como iguais e de quem o Estado é a questão comum;
no lugar das antigas cosmogonias associadas a rituais
reais e a mitos de soberania, um pensamento novo
procura estabelecer a ordem do mundo em relações
de simetria, de equilíbrio, de igualdade entre os
diversos elementos que compõem o cosmos”.
VERNANT, J. P. As origens do pensamento

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