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2020 ENEM - 3ª SÉRIE 1º DIA EXAME NACIONAL DO ENSINO MÉDIO PROVA DE LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS PROVA DE CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS LEIA ATENTAMENTE AS INSTRUÇÕES SEGUINTES 1 O CARTÃO-RESPOSTA será entregue cinquenta minutos após o início da prova. Verifique, no CARTÃO-RESPOSTA, se seu nome, turma e número de matrícula estão corretos. Verifique, no CARTÃO-RESPOSTA, se há o campo para assinar, preencher com data e sua opção de língua estrangeira. Verifique também se há, no CARTÃO-RESPOSTA, campos para respostas numerados de 1 a 90. Caso haja algum campo faltando, comunique imediatamente ao aplicador da sala. 2 Esse CADERNO DE QUESTÕES contém 90 questões numeradas de 1 a 90, dispostas da seguinte maneira: a. as questões de número 1 a 45 são relativas à área de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias. b. as questões de número 46 a 90 são relativas à área de Ciências Humanas e suas Tecnologias. 3 ATENÇÃO: as questões de 1 a 5 são relativas à língua estrangeira. Você deverá responder apenas às questões relativas à língua estrangeira (inglês ou espanhol) escolhida. 4 Confira se o seu CADERNO DE QUESTÕES contém a quantidade de questões e se essas questões estão na ordem mencionada na instrução anterior. Caso o caderno esteja incompleto, tenha qualquer defeito ou apresente divergência, comunique ao aplicador da sala para que ele tome as providências cabíveis. 5 Para cada uma das questões objetivas, são apresentadas 5 opções. Apenas uma responde corretamente à questão. 6 O tempo disponível para esta prova é de cinco horas e trinta minutos. 7 Reserve os 30 minutos finais para marcar seu CARTÃO- RESPOSTA. Os rascunhos e as marcações assinaladas no CADERNO DE QUESTÕES não serão considerados na avaliação. 8 Quando terminar as provas, escreva, acene para chamar o aplicador e entregue o CARTÃO-RESPOSTA. 9 Você poderá deixar o local de prova somente após decorrida uma hora e trinta minutos do início da aplicação e poderá levar seu CADERNO DE QUESTÕES. 10 Você será eliminado do Exame, a qualquer tempo, no caso de: a. prestar, em qualquer documento, declaração falsa ou inexata; b. perturbar, de qualquer modo, a ordem no local de aplicação das provas, incorrendo em comportamento indevido durante a realização do Exame; c. comunicar-se, durante as provas, com outro participante verbalmente, por escrito ou por qualquer outra forma; d. portar qualquer tipo de equipamento eletrônico e de comunicação após ingressar na sala de provas; e. utilizar ou tentar utilizar meio fraudulento, em benefício próprio ou de terceiros, em qualquer etapa do Exame; f. utilizar livros, notas ou impressos durante a realização do Exame; g. ausentar-se da sala de provas levando consigo o CADERNO DE QUESTÕES antes do prazo estabelecido e/ou o CARTÃO- RESPOSTA/FOLHA DE REDAÇÃO a qualquer tempo. Simulado | ENEM 3ª Série - 1° dia - Página 2 2020 LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS Questões de 01 a 45 Questões de 01 a 05 (opção inglês) Texto comum às questões 01, 02, 03 1Last month America’s unemployment rate climbed to 8,1%, the highest in a quarter of a century. For those newly out of a job, the chances of finding another soon are the worst since records began 50 years ago. In China 20m 5migrant workers (maybe 3% of the labour force) have been laid off. Cambodia’s textile industry, its main source of exports, has cut one worker in ten. In Spain the building bust has pushed the jobless rate up by two-thirds in a year, to 14.8% in January. And in Japan, where 10official unemployment used to be all but unknown, tens of thousands of people on temporary contracts are losing not just their jobs but also the housing provided by their employers. The next phase of the world’s economic downturn is 15taking shape: a global jobs crisis. Its contours are only just becoming clear, but the severity, breadth and likely length of the recession, together with changes in the structure of labour markets in both rich and emerging economies, suggest the world is about to undergo its biggest increase 20in unemployment for decades. The Economist, March 14th 2009. QUESTÃO 01 De acordo com o texto, publicado em março de 2009, A o aumento de postos de trabalho é vital para as economias emergentes. B a crise mundial poderia afetar sobretudo os países mais pobres. C a estrutura do mercado de trabalho vigente em países ricos é a principal responsável pela crise. D o mundo poderia enfrentar a maior crise de desemprego das últimas décadas. E a crise que a economia mundial vivencia vem sendo anunciada há décadas. QUESTÃO 02 Segundo o texto, no Japão, A o número oficial de desempregados é desconhecido. B milhares de pessoas estão perdendo seus empregos e sua moradia. C grande parte dos trabalhadores possui contratos temporários de trabalho. D os empregadores omitem o número de postos de trabalho porque muitos não são oficiais. E os desempregados estão lutando para manter suas casas. QUESTÃO 03 O pronome “another” (ref. 1) na sentença “...the chances of finding another...” refere-se a A país. B trabalhador. C emprego. D oportunidade. E recorde. Texto comum às questões 04 e 05 As everybody knows, if you do not work out, your muscles get flaccid. What most people don’t realize, however, is that your brain also stays in better shape when you exercise. Surprised? Although the idea of exercising cognitive machinery by performing mentally demanding activities – popularly termed the “use it or lose it” hypothesis – is better known, a review of dozens of studies shows that maintaining a mental edge requires more than that. Other things you do – including participating in activities thatmake you think, getting regular exercise, staying socially engaged and even having a positive attitude – have a meaningful influence on how effective your cognitive functioning will be in old age. www.scientificamerican.com/article. Acessado em 06/07/2009. Adaptado. QUESTÃO 04 O texto informa que A exercícios físicos são benéficos para o corpo e para a saúde mental. B as pessoas não se dão conta da importância de músculos fortes. C o cérebro é muito pouco exercitado por pessoas que não trabalham. D todo mundo deveria exercitar-se diariamente. E grande parte das pessoas preocupa-se apenas com a aparência física. 2020 Simulado | ENEM 3ª Série - 1º dia - Página 3 QUESTÃO 05 Segundo o texto, o bom funcionamento de nosso cérebro na velhice depende, entre outros fatores, A das perdas e ganhos que vivenciamos ao longo da vida. B da herança genética que trazemos conosco. C das modalidades de exercícios físicos que realizamos. D da complexidade de exercícios intelectuais a que somos expostos. E de nosso engajamento em atividades intelectuais e sociais. Questões de 01 a 05 (opção espanhol) Texto comum às questões 01, 02 e 03 La Ñ resiste: la letra clave del español ya llegó a Internet y ahora va por más Las direcciones ubicadas en España ahora pueden incluir la Ñ. Pero falta que esa posibilidad se extienda a otros países. ¿Cómo fue el origen de esta letra, exclusiva de um idioma que usan 500 millones de personas? (Susana Anaine) Ñ. Un estilizado diseño de la letra, realizado en los siglos XI y XII. UNA Ñ DEL ROMÁNICO RENACENTISTA. Una representación del siglo XVI. A fines de 2006 se dio a conocer en España um anteproyecto de ley dentro del área informática, impulsado por el Ministerio de Industria, Turismo y Comercio. Su objetivo: incluir en Internet algunos caracteres castellanos, portugueses, valencianos, vascos o catalanes, entre ellos nuestra emblemática ñ. La propuesta apuntaba a que esos caracteres aparecieran en nuevos dominios, con la extensión “.es”. Finalmente, se aprobó el proyecto de Ley de la Sociedad de la Información que establece el servicio “Petición de dominios multilingües.es”, es decir: se puede poner um sitio web que tenga en su dirección esos caracteres si el sitio lleva el dominio que correspondea España. (...) (...) Los signos gráficos que se incluyen no se habían utilizado hasta el momento (...) por razones “técnicas”. Existía una “limitación en el sistema binario de siete ‘bits’”, lo que suponía que había un total de 128 posiciones, que ya estaban ocupadas por el alfabeto anglosajón. El reciente paso de siete a ocho ‘bits’ multiplicó las posibilidades, lo que ha permitido los dominios multilingües. No todo el mundo se queda tranquilo con esta explicación. Dice el dramaturgo Rafael Spregelburd: “Desconozco los motivos por los cuales no hay eñe en Internet, pero sospecho que no deben ser totalmente técnicos. La gran red de democratización de la información sigue sólo el modelo de democratización norteamericana: es decir, representa sólo a una parte de todos los hablantes del mundo. No me sorprende: Internet fue pensada en inglés. Pero ya es hora de que se la piense de nuevo, ¿no? La pesadilla anticipada por Zamenhof, quien diseñó una lengua universal, el esperanto, se cumple al pie de la ley: el idioma universal no es el más sencillo, ni mucho menos el más perfecto, sino sencillamente el idioma del Imperio”. El idioma latino no poseía inicialmente un sonido eñe, explica el lingüista José Luis Moure (...) “Sin embargo, la eñe apareció luego en razón de un mecanismo por el cual, en algunas combinaciones de sonidos, el primitivo lugar de articulación se desplaza hacia el paladar. Así, “vinea” pasó a ser “vinia”. La n, influida por el punto donde se articula la i retrajo la lengua hacia el paladar, lo que determinó que se dijera viña; algo semejante pasó con el grupo gn y entonces “lignu” se transformó en “leño”. En castellano también se cumplió este proceso en palabras que tenían dos enes juntas y así “annu” terminó en “año” y “canna” en “caña”. ¿Cómo respondió el alfabeto latino a esas modificaciones si no tenía un signo para representarlas? Durante siglos se escribió vinea aunque se pronunciase viña. Pero a medida que las regiones del antiguo imperio romano se conformaron como dominios diferenciados, necesitaron reformular el código gráfico y adecuarlo a sus novedades fonológicas. Por eso, cada ortografía “nacional” escogió una determinada modalidad. En el caso de la eñe, otros idiomas latinos optaron por representarla mediante dos caracteres: en portugués lo hacen con nh (Espanha), en francés e italiano, con gn (Espagne, Spagna); en catalán, con ny (Espanya). ¿_____________________ ? Simulado | ENEM 3ª Série - 1° dia - Página 4 2020 Esa virgulilla es una “n” abreviada. “Los antiguos copistas habían desarrollado una serie de signos que hacían menos gravosa la tarea de escribir. Los escribas castellanos superponían las enes finales como tildes horizontales sobre la letra precedente. Para escribir “nn” con el sonido de la actual eñe (Espanna), se consolidó este uso. La primera ene se escribía en su forma habitual y la segunda arriba, con un rasgo horizontal recto u ondulado”. Bienvenida a Internet, claro, ¿cómo va a seguir ausente esta letra del sombrero enrulado, del firulete, que es casi un emblema de nuestro idioma? La eñe es la 17ª letra del abecedario español. Su peculiaridad reside en que no existe en el orden latino internacional y esa peculiaridad se entiende al adentrarnos en su origen. Esta letra nació de la necesidad de representar gráficamente un nuevo sonido, inexistente en latín. La eñe surgió, por lo tanto, al tiempo que surgía el castellano medieval en su forma escrita.(...) Con ñ escribimos en español desde el siglo IX y hoy la ñ está presente en los dominios de Internet, el medio de comunicación escrita del siglo XXI. (...) Es uma de las representaciones gráficas más breves y poderosas, en una única letra se condensan la lengua y la cultura hispana. La eñe simboliza el idioma en el que se comunican hoy cerca de 500 millones de personas: el español. Carmen Cafarell. http://www.revistaenie.clarin.com/notas/2007/11/15/01541403.html QUESTÃO 01 Aponte as duas situações que, conforme o texto, NÃO favoreceram o uso da letra Ñ nos domínios da Internet. A O grande desenvolvimento do sistema técnico e a inércia da informática anglo-saxã. B A multiplicação dos “bits” e a concorrência dos americanos com os espanhóis. C A falta do sinal gráfico no alfabeto inglês e acordos internacionais recentes. D Uma limitação do sistema tecnológico e a dominação da língua inglesa na web. E A abundância de posições ocupadas pelo alfabeto inglês no sistema binário e a importância dessa letra no mundo hispânico. QUESTÃO 02 Conforme as informações contidas no artigo, a origem da letra Ñ em espanhol deve-se A ao mecanismo do alfabeto latino nos tempos modernos. B à necessidade de representar por escrito uma nova combinação de sons. C à necessidade de aprimorar a comunicação oral dos falantes hispânicos. D ao surgimento de novas letras combinadas no código sonoro. E à permanência no código gráfico de sons da época do antigo império romano. QUESTÃO 03 Qual a diferença principal entre as línguas latinas no referente à representação gráfica do som em pauta? Aponte a alternativa que NÃO está de acordo com o texto. A O italiano optou pelas mesmas letras do francês. B O espanhol representa o som com apenas uma letra. C A forma de representação do português é igual à do espanhol. D O catalão representa o som com o mesmo número de letras do português. E O francês o faz mediante dois caracteres, embora não iguais ao português. 2020 Simulado | ENEM 3ª Série - 1º dia - Página 5 Texto comum às questões 04 e 05 FACEBOOK: UN NEGOCIO DE 1 300 MILLONES DE _______________. El controvertido experimento psicológico llevado a cabo por la red social en 2012 en donde manipuló miles de cuentas de usuarios genera un dilema ético. Captura del videojuego para PS4 “Summer Lesson” 1 Facebook lo sabe todo de sus usuarios. Que no le engañen. En el mismo instante en el que un usuario le da al 2 botón “me gusta”, ese simple gesto queda guardado y monitorizado en alguna parte de la arquitectura de la red social. 3 Porque, debajo de los datos que proporcionamos (gratuitamente) hay un búnker de información demasiado seductor como 4 para pasar de largo. 5 Puede que muchos usuarios no sean conscientes de que Facebook, más allá de ser un simpático y práctico muro en 6 el que subir imágenes de viajes o desahogarse mediante un reguero de palabras, también es una profunda fuente de datos 7 para los investigadores académicos, tanto dentro como fuera de la empresa. Una verdadera mina de oro. El negocio del 8 siglo, a todos los efectos. No olvidemos que, a día de hoy, nadie le hace sombra; es la mayor red social del mundo gracias a 9 sus más de 1 300 millones de usuarios, un tercio de la población global. Imagínense que esta red social fuese un país. 10 Después de todo, no hay más que pensar en la vasta información que millones de personas regalan libremente a 11 este lugar que ha hecho del “me gusta” un nuevo eslabón de la cadena de la amistad. Y, para colmo, lo hacen de forma 12 inconsciente. Un simple e inocente comentario supone a la compañía la oportunidad de beber del manantial de la sabiduría. 13 Y sí, Facebook lo sabe todo de usted, lector, no solo su nombre, sus apellidos, su edad y los centros educativos por donde 14 ha pasado, sino también los lugares que visita, sus ideologías, sus estados emocionales y todo tipo de aficiones y gustos 15 que, al final, sirven de base al negocio. ¿No ha pensado nunca por qué a usted, que en su biografía incluye una relación de 16 casado, no le aparecen anuncios de páginas de ligues como su amigo que se define como soltero? No es casual. 17 Por tanto, estamos ante un lugar muy goloso para poder extraer acertadas y completas estadísticas sobre el 18 comportamiento del ser humano. Es el sondeo más completo de la historia. Ha quedado demostrado tras desvelarse la 19 manipulación de 689 003 cuentas de usuarios para elaborar un estudio psicológico en colaboración a dosuniversidades 20 norteamericanas (Cornell y San Francisco). La conclusión de todo fue que existe un “contagio emocional” sobre nuestras 21 reacciones. (…) 22 Tomados a granel, todos nuestros datos representan el mejor mapa social acerca del comportamiento 23 humano. Desde al menos el año 2008 -la marca llevaba volando por internet unos cuatro años- la plataforma dispone de su 24 propio centro de investigación para recolectar y analizar los datos de usuario. (…) 25 Aunque gran parte de estos análisis sirven de base para la mejora de servicios publicitarios a fin de hacer más 26 rentable de la red (ingresó 2 509 millones de dólares en 2013), Facebook también ha utilizado sus datos para alimentar una 27 serie de estudios académicos sobre temas de relevancia social. “Facebook es una red muy emotiva. Es nuestra vida privada 28 la que exponemos ahí. Lógicamente, tiene un impacto en la forma en la que nos sentimos. Aunque sea legal [porque se 29 aceptan voluntariamente las condiciones de uso en el momento de ingresar], no ha sido muy ético”, señala al diario 30 ABC Ismael El-Qudsi, responsable de la agencia Internet República, especializada en medios sociales. (…) 31 “Está claro que el valor de Facebook es ser capaz de manipular a la gente a su antojo. El modelo de negocio está 32 clarísimo. Me sorprende que la gente se sorprenda. Detrás de este experimento ha habido investigación académica. Son 33 experimentos que nos aporta mucha información sobre el comportamiento humano y las palancas que nos mueven. 34 Facebook, ahora, está en el punto de mira y le ha tocado, pero como socióloga no puedo verlo mal. Está poniendo a 35 nuestra disposición una gran herramienta por la que no pagamos, encima es gratis, ¿y pensamos que no van a hacer nada?”, 36 manifiesta Silvia Leal, directora del departamento de Tecnología del Instituto de Empresa y asesora de la Comisión Europea. 37 (…). http://www.abc.es/ tecnologia/redes/20140706/abci-facebook-experimento-psicologico-debate- etico-moral-criticas-201407041443.html Simulado | ENEM 3ª Série - 1° dia - Página 6 2020 QUESTÃO 04 A expressão que completa a lacuna no título do texto é A cobayas humanas. B personas unidas. C pueblos virtuales. D empresarios descontentos. E usuarios éticos. QUESTÃO 05 O Facebook faz a sondagem mais completa da história porque A há muita manipulação nos dados individuais. B as reações dos usuários são emocionalmente contagiantes. C nunca é casual que haja tantas “curtidas” em determinados tópicos. D as redes sociais se tornaram um negócio milionário no mundo inteiro. E voluntariamente são informados inúmeros dados pessoais de todo tipo. QUESTÃO 06 Há muito se sabe que a Bacia Bauru – depósito e rochas formadas por sedimentos localizados entre os estados de São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Paraná, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul – foi habitada, há milhões de anos, por uma abundante fauna de crocodiliformes, um grupo de répteis em que estão inclusos os crocodilos, jacarés e seus parentes pré-históricos extintos. Entre as famílias que por lá viveram está Baurusuchidae, que, na região, engloba outras seis espécies de crocodiliformes exclusivamente terrestres e com grande capacidade de deslocamento, crânio alto e comprido lateralmente e com longos dentes serrilhados. Agora, em um artigo publicado na versão on-line da revista Cretaceous Research, um grupo de pesquisadores das universidades federais do Rio de Janeiro e do Triângulo Mineiro, em Minas Gerais, identificaram mais um membro dessa antiga família. Disponível em: http://revistapesquisa.fapesp.br. Acesso em: 2 nov. 2013. A circulação do conhecimento científico ocorre de diferentes maneiras. Por meio da leitura do trecho, identifica-se que o texto é um artigo de divulgação científica, pois, entre outras características, A exige do leitor conhecimentos específicos acerca do tema explorado. B destina-se a leitores vinculados a diferentes comunidades científicas. C faz referência a artigos publicados em revistas científicas internacionais. D trata de descobertas da ciência com linguagem acessível ao público em geral. E aborda temas que receberam destaque em jornais e revistas não especializados. QUESTÃO 07 Cientistas da Grã-Bretanha anunciaram ter identificado o primeiro gene humano relacionado com o desenvolvimento da linguagem, o FOXP2. A descoberta pode ajudar os pesquisadores a compreender os misteriosos mecanismos do discurso — que é uma característica exclusiva dos seres humanos. O gene pode indicar por que e como as pessoas aprendem a se comunicar e a se expressar e porque algumas crianças têm disfunções nessa área. Segundo o professor Anthony Monaco, do Centro Wellcome Trust de Genética Humana, de Oxford, além de ajudar a diagnosticar desordens de discurso, o estudo do gene vai possibilitar a descoberta de outros genes com imperfeições. Dessa forma, o prosseguimento das investigações pode levar a descobrir também esses genes associados e, assim, abrir uma possibilidade de curar todos os males relacionados à linguagem. Disponível em: http://www.bbc.co.uk. Acesso em: 4 maio 2009 (adaptado). Para convencer o leitor da veracidade das informações contidas no texto, o autor recorre à estratégia de A citar autoridade especialista no assunto em questão. B destacar os cientistas da Grã-Bretanha. C apresentar citações de diferentes fontes de divulgação científica. D detalhar os procedimentos efetuados durante o processo da pesquisa. E elencar as possíveis consequências positivas que a descoberta vai trazer. 2020 Simulado | ENEM 3ª Série - 1º dia - Página 7 QUESTÃO 08 Considere as orações abaixo: 1 Mariana está à espera de notícias desde que amanheceu. 2 Mariana mudaria para São Paulo desde que fosse aprovada no vestibular da USP. Assinale o que for correto em relação às orações acima: A Reescrevendo as orações sem prejudicar seu sentido, teríamos: 1- Mariana está à espera de notícias porque amanheceu. 2- Mariana mudaria para São Paulo, pois conseguiu um bom emprego. B As duas orações, por apresentarem a mesma locução conjuntiva, têm a mesma classificação. C A oração subordinada da oração 1 equivale a uma oração adjetiva, já que está modificando o substantivo “notícias” da oração principal. D As orações subordinadas, respectivamente de 1 e 2, equivalem a um substantivo e a um adjunto adverbial. E As duas orações subordinadas de 1 e 2, respectivamente, equivalem a adjuntos adverbiais, porém com valores semânticos diferentes. Texto comum à questão 09 Crítica: ‘O crime do Cais do Valongo’ é literatura da melhor qualidade Segundo romance de Eliana Alves Cruz reafirma autora como voz poderosa e contundente 1 O início de “O crime do Cais do Valongo”, 2 segundo romance de Eliana Alves Cruz, autora do 3 premiado “Água de barrela”, é um clássico das tramas 4 policiais. Nos tempos de Dom João VI, o corpo de um 5 próspero negociante da região do Valongo é achado 6 em uma ruela carioca. A partir daí, a história se 7 desenvolve, pistas vão sendo deixadas e a narrativa, 8 habilmente construída, circula naquela encruzilhada 9 entre a História e a ficção que pode nos fazer cair 10 na tentação de enquadrar o livro como um romance 11 histórico-policial. Acontece que “O crime do Cais do 12 Valongo” é muito mais do que isso. 13 Narrado a partir das vozes de dois personagens, 14 o livreiro mestiço Nuno Alcântara Moutinho e a 15 moçambicana escravizada Muana Lomué, o romance 16 apresenta um relato poderoso, cheio de sutilezas. 17 É o cotidiano de um Rio marcado pelo horror da 18 escravidão e, ao mesmo tempo, pela potência da 19 cultura das ruas e da incessante reconstrução de 20 sociabilidades produzidas pelas descendentes de 21 africanas e africanos sequestrados do lado de lá do 22 Atlântico. 23 Há quem possa ver no romance influência do 24 realismo fantástico. Parece-me limitado ler o livro a 25 partir dessa referência. O que a autora fazé dominar 26 com maestria os códigos de percepção de mundo 27 dos subalternizados, entendendo a ancestralidade, 28 o corpo mítico como modelador de condutas e os 29 procedimentos de ligação entre o visível e o invisível, 30 expressos em toda a sorte de mandingas, como 31 componentes da sofisticada cosmogonia e dos 32 modos de invenção da vida dos povos saídos das 33 Áfricas. A tragédia da diáspora, afinal, também é um 34 empreendimento inventivo de rara potência. 35 Outro mérito poderoso do livro reside na 36 apresentação de uma África pouquíssimo vista nas 37 nossas letras: aquela da parte oriental do continente. 38 A unidade portuguesa já é uma ficção. Minhotos, 39 trasmontanos, beirões, alentejanos, algarvios, 40 estremenhos, ribatejanos, açorianos e madeirenses 41 — que normalmente não se encontrariam nem 42 em Portugal — aqui se encontram e redefinem 43 dinamicamente suas culturas, entre violências tantas 44 e afetos vários, no contato conflituoso e/ou negociado 45 com negros que não se viam como africanos, mas 46 como membros de sua aldeia: mandingas, bijagós, 47 fantes, achantis, gãs, jalofos, fons, guns, baribas, 48 gurúnsis, quetos, ondos, ijebus, oiós, ibadãs, benins, 49 hauçás ibos, ijós, calabaris, teques, bamuns, ijexás, 50 anzicos, congos, andongos, songos, pendes, lenjes, 51 ovimbundos, nupês, ovambos, macuas, mangajas, e 52 outros tantos. 53 Não se imagine, todavia, que o livro caia no 54 didatismo rasteiro que prende a narrativa com âncoras 55 pesadas. A história é fluente, extremamente bem 56 contada, mescla figuras reais — como o Intendente 57 Geral e a cantora lírica Joaquina Lapinha — com 58 inventadas, mergulha nas notícias da “Gazeta do Rio 59 de Janeiro” e transforma a cidade em personagem 60 fundamental da trama. 61 A cidade cindida pela Pedra do Sal, que tentou 62 afastar da Corte o horror do comércio negreiro feito 63 pelas bandas do Valongo, é também a cidade cerzida 64 por aqueles que tiveram a sua humanidade negada 65 pela coisificação e o sequestro. 66 Um livro escrito por uma autora negra, com 67 protagonistas negros e contado a partir dos saberes 68 afro-cariocas, já seria importante em um país em que 69 o mercado editorial reproduz nossa desigualdade 70 gritante. Além disso, “O crime do Cais do Valongo” 71 é literatura da melhor qualidade e firma Eliana 72 Alves Cruz como uma voz poderosa e contundente 73 da literatura brasileira. Como diz em certo trecho a 74 protagonista Muana, “uma mulher do meu povoado 75 jamais poderia deixar seus antepassados de lado”. A 76 literatura de Eliana faz exatamente isso. SIMAS, L.A. Crítica: ‘O crime do Cais do Valongo’ é literatura da melhor qualidade. O Globo, Rio de Janeiro, 2 jun. 2018. Disponível em: <https://oglobo.com/cultura/livros/critica-crime-do- -cais-do-valongo-literatura-da-melhor-qualidade-22739683>. Acesso em: 23 jul. 2018. Adaptado. Simulado | ENEM 3ª Série - 1° dia - Página 8 2020 QUESTÃO 09 O cenário da narrativa de O crime do cais do Valongo é o Brasil da época do primeiro império, na vigência da escravatura. No percurso literário brasileiro, a estética literária que claramente levantou a voz contra essa prática foi o Romantismo. O seguinte trecho de um poema romântico aborda esse tema: A “Meu canto de morte, Guerreiros, ouvi: Sou filho das selvas, Nas selvas cresci; Guerreiros, descendo da tribo tupi.” (Gonçalves Dias) B “Oh! ter vinte anos sem gozar de leve A ventura de uma alma de donzela!” (Álvares de Azevedo) C “Ontem plena liberdade, A vontade por poder… Hoje...cúm’lo de maldade, Nem são livres p’ra morrer…” (Castro Alves) D “Oh! que saudades que eu tenho Da aurora da minha vida, Da minha infância querida Que os anos não trazem mais!” (Casimiro de Abreu) E “Stava aberta a janela. Um cheiro agreste Exalavam as silvas da campina... E ao longe, num pedaço do horizonte Via-se a noite plácida e divina.” (Castro Alves) QUESTÃO 10 As comunicações que partem dos órgãos públicos federais devem ser compreendidas por todo e qualquer cidadão brasileiro. Para atingir esse objetivo, há que evitar o uso de uma linguagem restrita a determinados grupos. Não há dúvida de que um texto marcado por expressões de circulação restrita, como a gíria, os regionalismos vocabulares ou o jargão técnico, tem sua compreensão dificultada. (Manual de Redação da Presidência da República) Sobre o trecho transcrito acima é correto afirmar que A “...que partem dos órgãos públicos federais...” a oração iniciada por conjunto integrante equivale a um adjetivo / adjunto adnominal. B “...que evitar o uso de uma linguagem restrita a determinados grupos.” A oração iniciada por pronome relativo equivale a um advérbio / adjunto adverbial. C “... que um texto marcado por expressões de circulação restrita...” A oração iniciada por pronome relativo equivale a um substantivo / objetivo indireto. D “... que um texto marcado por expressões de circulação restrita...” A oração iniciada por conjunção integrante equivale a um substantivo / complemento nominal. E “Para atingir esse objetivo,...” A oração é desenvolvida e de natureza adjetiva. QUESTÃO 11 “O presidente do Fed de Richmond, Jeffrey Lacker, afirmou ontem que a inflação será o fator essencial para determinar quão agressivamente o banco central americano aumentará os juros nos anos que virão.” VALOR ECONÔMICO, 08 de janeiro de 2016 A sequência de orações subordinadas do excerto acima iniciadas pelo que é, respetivamente: A Subordinada substantiva – subordinada adjetiva B Subordinada adjetiva – subordinada substantiva C Subordinada substantiva – subordinada substantiva D Subordinada adverbial – subordinada substantiva E Subordinada adjetiva – subordinada adjetiva QUESTÃO 12 Se na década de 40 amadureceu a tradição literária nacionalista, nos anos que se lhe seguiram, ditos da “segunda geração romântica”, a poesia brasileira percorrerá os meandros do extremo subjetivismo, à Byron e à Musset. Alguns poetas adolescentes, mortos antes de tocarem a plena juventude, darão exemplo de toda uma temática emotiva de amor e morte, dúvida e ironia, entusiasmo e tédio. Alfredo Bosi, História concisa da Literatura Brasileira As considerações de Alfredo Bosi são corretamente exemplificadas com os versos: A Deus! ó Deus! onde estás que não respondes? / Em que mundo, em que estrela tu te escondes / embuçado nos céus? / Há mais de dois mil anos te mandei meu grito, / Que embalde, desde então, corre o infinito... / Onde estás, Senhor meu Deus?... (Castro Alves) B Eras na vida a pomba predileta / Que sobre um mar de angústias conduzia / O ramo da esperança. – Eras a estrela / Que entre as névoas do inverno cintilava / Apontando o caminho ao pegureiro. (Fagundes Varela) C Oh! que saudades que tenho / Da aurora da minha vida, / Da minha infância querida / Que os anos não trazem mais! / Que amor, que sonhos, que flores, / Naquelas tardes fagueiras / À sombra das bananeiras, / Debaixo dos laranjais! (Casimiro de Abreu) D Eu deixo a vida como deixa o tédio / Do deserto o poento caminheiro / – Como as horas de um longo pesadelo / Que se desfaz ao dobre de um sineiro. (Álvares de Azevedo) E Ó Guerreiros da Taba sagrada, / Ó Guerreiros da Tribo Tupi / Falam Deuses nos cantos do Piaga, / Ó Guerreiros, meu canto ouvi. (Gonçalves Dias) 2020 Simulado | ENEM 3ª Série - 1º dia - Página 9 QUESTÃO 13 Texto I Se eu tenho de morrer na flor dos anos, Meu Deus! não seja já; Eu quero ouvir na laranjeira, à tarde, Cantar o sabiá! Meu Deus, eu sinto e bem vês que eu morro Respirando esse ar; Faz que eu viva, Senhor! dá-me de novo Os gozos do meu lar! Dá-me os sítios gentis onde eu brincava Lá na quadra infantil; Dá que eu veja uma vez o céu da pátria, O céu de meu Brasil! Se eu tenho de morrer na flor dos anos, Meu Deus! Não seja já! Eu quero ouvircantar na laranjeira, à tarde, Cantar o sabiá! ABREU, C. Poetas românticos brasileiros. São Paulo: Scipione, 1993. Texto II A ideologia romântica, argamassada ao longo do século XVIII e primeira metade do século XIX, introduziu- se em 1836. Durante quatro decênios, imperaram o “eu”, a anarquia, o liberalismo, o sentimentalismo, o nacionalismo, através da poesia, do romance, do teatro e do jornalismo (que fazia sua aparição nessa época). MOISÉS, M. A literatura brasileira através dos textos. São Paulo: Cultrix, 1971 (fragmento). De acordo com as considerações de Massaud Moisés no Texto II, o Texto I centra-se A no imperativo do “eu”, reforçando a ideia de que estar longe do Brasil é uma forma de estar bem, já que o país sufoca o eu lírico. B no nacionalismo, reforçado pela distância da pátria e pelo saudosismo em relação à paisagem agradável onde o eu lírico vivera a infância. C na liberdade formal, que se manifesta na opção por versos sem métrica rigorosa e temática voltada para o nacionalismo. D no fazer anárquico, entendida a poesia como negação do passado e da vida, seja pelas opções formais, seja pelos temas. E no sentimentalismo, por meio do qual se reforça a alegria presente em oposição à infância, marcada pela tristeza. Texto comum à questão 14 Linguagem de computador Como funciona o código de barras? Alexandre Nogueira, Maceió, AL Também chamado de código UPC, Universal Product Code, Código Universal de Produtos, as barras nada mais são do que representações gráficas do código binário utilizado pelos computadores (0 e 1). Cada barra escura equivale a 1 e cada barra clara equivale a 0. Uma barra escura mais grossa que as outras é, na verdade, a somatória de várias barras escuras, umas ao lado das outras; o mesmo vale para as barras claras. Sim, parece difícil de entender, afinal, é uma operação que envolve muitas contas, mas a intenção é simples: rastrear os passos de uma mercadoria e permitir ao proprietário ter mais controle do que tem e do que vende em uma loja. Apesar da tecnologia ter sido desenvolvida na década de 50, somente após sua padronização, nos anos 70, empresas americanas e europeias começaram a utilizá-la em larga escala. Funciona assim: cada produto recebe uma numeração exclusiva internacionalmente reconhecida como GTIN, Número Global de Item Comercial (Global Trade Item Number), que será a chave de acesso para identificação do produto e suas características que devem estar armazenadas nos bancos de dados das empresas. É como se fosse um RG internacional da mercadoria e que pode ser representada por um ou mais tipos de código de barras. [...] Para decodificar a sequência de barras claras e escuras, os scanners (como aqueles que encontramos nos caixas dos supermercados) emitem sinais luminosos ou raios laser que são projetados no código, refletindo seu desenho e possibilitando sua identificação. [...] GALILEU, São Paulo, set. 2004, p. 84. QUESTÃO 14 “Linguagem de computador” é um texto de divulgação, que se constitui a partir da intersecção de dois tipos discursivos, o científico e o jornalístico. Para tornar interessante e acessível ao grande público o assunto “funcionamento do código de barras”, Alexandre Nogueira utilizou como estratégia a A apresentação das motivações políticas para a implantação do GTIN. B caracterização da linguagem computacional recorrendo ao emprego de estrangeirismos. C descrição das representações gráficas do código de barras via oposição entre formato e cor. D explicação do funcionamento do código de barras seguindo as regras da linguagem de propaganda. E simulação de um diálogo com o leitor a partir do uso de perguntas e respostas retóricas. Simulado | ENEM 3ª Série - 1° dia - Página 10 2020 Texto comum à questão 15 Drogas e mortes As taxas de homicídios dolosos e de mortes de trânsito no Brasil, é notório, situam o país entre os mais violentos do planeta. No ano passado, registraram-se quase 56 mil assassinatos intencionais, ou 27 por 100 mil habitantes. Em 2016, pelo dado mais recente, 38 mil vidas foram ceifadas em ruas e estradas nacionais, cerca de 19 por 100 mil. Diante dessa carnificina cotidiana, deve-se exigir das autoridades nada menos que a busca de estratégias mais efetivas para a prevenção desses óbitos. Países desenvolvidos, já há algumas décadas, passaram a adotar com sucesso políticas públicas ancoradas em evidências empíricas. Nem sempre é o que ocorre por aqui, no entanto. Tome-se o exemplo da associação entre a ingestão de álcool e o aumento da violência interpessoal (homicídios e agressões) e dos acidentes de trânsito. Embora a relação esteja bem estabelecida na literatura da área, praticamente inexistem no país dados sobre o consumo da substância pelas vítimas. Estudo recente conduzido por pesquisadores da Faculdade de Medicina da USP e noticiado por esta Folha jogou luz sobre tal questão na cidade de São Paulo. Os pesquisadores analisaram amostras de sangue de 365 vítimas de crimes violentos. Constatou-se que, em 55% dos casos, havia traços de álcool ou outras drogas. Também entre as vítimas de acidentes de trânsito analisadas no trabalho, chama a atenção o alto percentual de casos (43%) que mostraram resquícios de álcool no sangue. Embora o país conte há uma década com severa legislação sobre o tema, a taxa indica que o diploma deveria ser mais efetivo em seu propósito. Leis como essa não devem ter a meta de apreender transgressores, mas de criar a percepção de que aqueles que a infringirem serão pegos e punidos. O estudo deveria servir de exemplo para que o país invista na geração contínua de dados como esses. Assim será possível identificar as causas dos problemas, avaliar a efetividade das políticas públicas adotadas e orientar a formulação de novas estratégias. Editorial. Folha de S.Paulo, 20.10.2018. Adaptado QUESTÃO 15 Um dos recursos utilizados no editorial para convencimento do público em relação ao tema tratado é o emprego dos dados estatísticos. Outra estratégia é o uso de linguagem figurada que acentua a problemática, como na passagem: A Tome-se o exemplo da associação entre a ingestão de álcool e o aumento da violência interpessoal (homicídios e agressões) e dos acidentes de trânsito. (3º parágrafo) B As taxas de homicídios dolosos e de mortes de trânsito no Brasil, é notório, situam o país entre os mais violentos do planeta. (1º parágrafo) C Os pesquisadores analisaram amostras de sangue de 365 vítimas de crimes violentos. Constatou-se que, em 55% dos casos, havia traços de álcool ou outras drogas. (5º parágrafo) D Diante dessa carnificina cotidiana, deve-se exigir das autoridades nada menos que a busca de estratégias mais efetivas para a prevenção desses óbitos. (2º parágrafo) E Estudo recente conduzido por pesquisadores da Faculdade de Medicina da USP e noticiado por esta Folha jogou luz sobre tal questão na cidade de São Paulo. (4º parágrafo) QUESTÃO 16 O trecho a seguir é parte do poema “Mocidade e morte”, do poeta romântico Castro Alves: Oh! eu quero viver, beber perfumes Na flor silvestre, que embalsama os ares; Ver minh’alma adejar pelo infinito, Qual branca vela n’amplidão dos mares. No seio da mulher há tanto aroma... Nos seus beijos de fogo há tanta vida... –– Árabe errante, vou dormir à tarde À sombra fresca da palmeira erguida. Mas uma voz responde-me sombria: Terás o sono sob a lájea fria. ALVES, Castro. Os melhores poemas de Castro Alves. Seleção de Lêdo Ivo. São Paulo: Global, 1983. Esse poema, como o próprio título sugere, aborda o inconformismo do poeta com a antevisão da morte prematura, ainda na juventude. A imagem da morte aparece na palavra A embalsama. B infinito. C amplidão. D dormir. E sono. 2020 Simulado | ENEM 3ª Série - 1º dia - Página 11 QUESTÃO 17 Ao abrirmos o nosso olhar para a percepção e compreensão de tudo que nos rodeia, assumindo uma postura mais altruísta e generosa, entendemosque o fato de nossas vontades não prevalecerem não quer dizer que o mundo está contra nós. Porque realmente não está. Mas as situações que nos desagradam devem servir de aprendizado para que passemos a lidar com as pequenas frustações com mais leveza, encarando- as como parte do nosso processo de crescimento e amadurecimento. E não como um complô ou uma armadilha do tempo. É importante dizer que todo esse processo de ação e reação está diretamente ligado a nos conhecermos melhor. Somente quando isso acontece e reconhecemos nossos maiores medos e algumas de nossas frustações, somos capazes de identificar o que nos tira do sério. O importante, mesmo diante desses obstáculos, é que nunca deixemos de nos fazer questionamentos simples como: “Onde foi parar o meu bom humor?” “Onde foi que perdi a capacidade de rir da vida?” Ou: “Por que me irritar com isso que é passageiro?” GOMES, Débora. Espalhe bom humor. Vida simples. São Paulo: Abril, e. 187, 2017, p. 18-19. Considerando-se o gênero discursivo do texto, é correto afirmar que se trata de A uma crônica dissertativa, caracterizada como uma narrativa curta sobre um acontecimento cotidiano, escrita na primeira pessoa e apresentando uma opinião explícita por meio de uma argumentação consistente. B um editorial, por ter caráter mais opinativo que informativo, escrito de forma impessoal, mas sem obrigação de ser indiferente ou neutro em relação aos itens que aborda, estabelecendo interlocução com o leitor a fim de produzir as chamadas afirmações de efeito. C uma resenha crítica, em que o locutor, de maneira breve e imparcial, avalia uma situação, fazendo, inclusive, uma descrição dos fatos, com a finalidade de informar o leitor. D uma notícia, pois tem como objetivo principal comunicar uma determinada ocorrência à sociedade, geralmente de interesse público e transmitida por meio de uma linguagem simples e precisa. E um artigo de opinião, em que a voz autoral expõe seu ponto de vista sobre um assunto, de forma subjetiva, usando marcas linguísticas predominantes no presente e apoiando-se em argumentos sustentados por fatos e ideias coerentes e articulados entre si, com a intenção de convencer os seus interlocutores. QUESTÃO 18 O Brasil será, em poucas décadas, um dos países com maior número de idosos do mundo, e precisa correr para poder atendê-los no que eles têm de melhor e mais saudável: o desejo de viver com independência e autonomia. […] O mantra da velhice no século XXI é “envelhecer no lugar”, o que os americanos chamam de aging in place. O conceito que guia novas políticas e negócios voltados para os longevos tem como principal objetivo fazer com que as pessoas consigam permanecer em casa o maior tempo possível, sem que, para isso, precisem de um familiar por perto. Não se trata de apologia da solidão, mas de encarar um dado da realidade contemporânea: as residências não abrigam mais três gerações sob o mesmo teto e boa parte dos idosos de hoje prefere, de fato, morar sozinha, mantendo-se dona do próprio nariz. Disponível em: <http://veja.abril.com.br/brasillenvelhecer-no-seculo-xxi/>, 18 mar. 2016. Adaptado. Acesso em: 10 ago. 17. A conjunção em destaque na frase “Não se trata de apologia da solidão, mas de encarar um dado da realidade contemporânea: …” possui a função semântica de A retificação. B compensação. C complementação. D separação. E acréscimo. QUESTÃO 19 Sinopse - O Rei Leão O Rei Leão, da Disney, dirigido por Jon Favreau, retrata uma jornada pela savana africana, onde nasce o futuro rei da Pedra do Reino, Simba. O pequeno leão que idolatra seu pai, o rei Mufasa, é fiel ao seu destino de assumir o reinado. Mas nem todos no reino pensam da mesma maneira. Scar, irmão de Mufasa e ex-herdeiro do trono, tem seus próprios planos. A batalha pela Pedra do Reino é repleta de traição, eventos trágicos e drama, o que acaba resultando no exílio de Simba. Com a ajuda de dois novos e inusitados amigos, Simba terá que crescer e voltar para recuperar o que é seu por direito. Disponível em: https://www.cinepolis.com.br/filme/9848-o-rei-leao.html. Acesso em: 02 set5 2019 No período Mas nem todos no reino pensam da mesma maneira a palavra sublinhada expressa, em relação ao período anterior, a ideia de A causa. B consequência. C explicação. D justificativa. E oposição. Simulado | ENEM 3ª Série - 1° dia - Página 12 2020 Texto comum à questão 20 O Princípio da Universalidade na Medicina A Medicina é uma profissão a serviço da saúde do ser humano e da coletividade e será exercida sem discriminação de nenhuma natureza. 1 Houve tempo no qual a medicina se devotava ou se 2 restringia a determinadas classes ou grupos da 3 sociedade. 4 Na antiga medicina hindu, representada 5 pelo ayurveda, o médico estava acima de tudo em busca 6 de sua evolução pessoal. Para promover sua ascese, 7 dentro do sistema de castas da antiguidade oriental, 8 deveria o médico evitar o contato com a classe dos párias 9 ou Shudras. Posteriormente, com o budismo, o médico 10 tornou-se apto a entrar em contato próximo com todas 11 as classes e castas. 12 No século XX, em modelos repletos de crueldade, 13 outros exemplos de acepção entre pessoas foram 14 observados na medicina nazista e na comunista. Os 15 nazistas comprometiam-se com determinada raça, 16 embora o próprio conceito de raça tenha sido questionado 17 por alguns à época. Já os comunistas, no próprio 18 juramento, colocam a revolução acima da vida humana, 19 priorizando a classe que o regime totalitário priorizava. 20 A concepção atual de nossa civilização acerca do 21 que é a boa medicina tem suas raízes na antiquíssima 22 tradição hipocrática e em seu desenvolvimento ao longo 23 dos séculos, passando pela concepção cristã. 24 No Juramento Hipocrático, o médico se 25 comprometia a tratar com dignidade igual pessoas de 26 ambos os sexos, livres ou escravos, uma vez que 27 adentrava o lar alheio para exercer sua profissão: 28 [...] em quantas casas eu entrar, entrarei para 29 benefício dos que sofrem, evitando toda injustiça 30 voluntária e outra forma de corrupção, e também atos 31 libidinosos no corpo de mulheres e homens, livres ou 32 escravos. 33 Com o advento do cristianismo, as características 34 da fé emergente reforçaram a ideia de igual dignidade 35 entre humanos, dando alcance universal às tradições 36 judaicas e acatando os ideais essenciais da medicina 37 hipocrática. 38 Hoje, quando falamos de Direitos Humanos 39 Universais, é inegável que a raíz da dignidade comum 40 do ser humano está ligada à antiga percepção de que 41 no ser humano há algo de divino e de transcendental, 42 seja da escola pitagórica — segundo alguns, precursora 43 religiosa do hipocratismo médico —, seja do judaísmo, 44 ao anunciar que o homem foi feito à imagem e 45 semelhança do próprio Deus. 46 Essa concepção de dignidade universal do ser 47 humano alia-se à percepção de que cada vida humana é 48 especial per se, repetida na concepção kantiana de que 49 cada ser humano deve ser tratado como um fim em si 50 mesmo. 51 Diante de tal nobre e elevada concepção do ser 52 humano, a ideia mais perigosa que hoje ameaça a 53 medicina é a de que seres humanos nada têm de 54 especial. 55 Diante dessa tradição de respeito ao valor e à 56 dignidade da vida humana, podemos interpretar melhor 57 esse que é o primeiro princípio do Código de Ética 58 Médica, assim como podemos apreender as implicações 59 do Código como um todo quando se dedica o ato médico 60 ao ser humano e à coletividade sem discriminação de 61 nenhuma natureza. 62 Quanto à definição de saúde propalada pela 63 Organização Mundial da Saúde — talvez a mais citada e 64 acatada —, guarda forte elemento de utopia, sem dúvida, 65 mas tem seu mérito ao lembrar que a saúde está ligada 66 às partes física, mental e social do ser humano. Carece 67 de precisão ao utilizar o termo “completo bem-estar” e 68 mostra-se incompletaao não incluir diretamente o 69 aspecto espiritual ou transcendente do ser humano. 70 Porém, é difícil imaginar definição incontestável de saúde. 71 Daí a importância em estabelecer princípios de ação 72 geral e fundamentá-los na experiência comum de nossa 73 civilização, incluindo suas raízes religiosas ou seculares 74 e seu desenvolvimento ao longo dos séculos. Nesse 75 panorama imenso, os assustadores exemplos da 76 subversão de tais ideais nos mostram as consequências 77 de esquecer a vocação universalista da medicina e o 78 local especial ocupado pelo ser humano na prática 79 médica. ANGOTTI NETO, Hélio. O princípio da universalidade na medicina. Disponível em: https:// academiamedica.com.br/author/helioangotti/>. Acesso em: 26 out. 2016. QUESTÃO 20 No tocante aos aspectos discursivos em que o texto está baseado, é correto afirmar. A Estrutura-se como uma reportagem por ter a finalidade de proporcionar ao leitor uma gama maior de dados que permitam vislumbrar a medicina e seus princípios com maior profundidade. B Configura-se como um artigo científico pelo fato de as informações remeterem ao universo específico da ciência médica e, também, ao predomínio do jargão médico. C É um editorial, posto que discorre sobre um tema de interesse público, revelando a posição de uma corrente defendida pelo autor em torno do universalismo da medicina. D Trata-se de uma crônica argumentativa, pois apresenta, subjetivamente, uma opinião do autor sobre um assunto do cotidiano médico: os princípios éticos da profissão. E Constitui-se um artigo de opinião, devido à defesa feita de um ponto de vista pessoal, acerca dos princípios que devem nortear a medicina, fundamentando-o em argumentação consistente. 2020 Simulado | ENEM 3ª Série - 1º dia - Página 13 QUESTÃO 21 Segundo Antonio Candido: Gonçalves Dias é um grande poeta, em parte por encontrar na poesia o veículo natural para a sensação de deslumbramento ante o Novo Mundo [...]. O seu verso, incorporando o detalhe pitoresco da vida americana ao ângulo romântico e europeu de visão, criou (verdadeiramente criou) uma convenção poética nova. Esse cocktail de medievismo, idealismo e etnografia fantasiada nos aparece como construção lírica e heroica, de que resulta uma composição nova para sentirmos os velhos temas da poesia ocidental. Formação da literatura brasileira. Rio de Janeiro: Itatiaia. (8. ed.) vol. 2, 1975, p. 73. Considerando o trecho citado e a leitura integral do livro Últimos Cantos, de Gonçalves Dias, a alternativa correta é: A A representação dos povos indígenas descreve as tradições coletivas dessas comunidades, mas pode, por vezes, apresentar os sentimentos individuais e particulares de alguns de seus membros. B Gonçalves Dias demonstra em sua poesia americana o interesse de se distanciar da tradição indianista, apresentando temas universais, nos quais o gosto pelo exótico e pela tematização do nacional não deveria predominar. C A tematização da miscigenação entre índios e brancos é considerada prejudicial, uma vez que apagaria os traços próprios da cultura indígena que deveriam ser preservados. D O emprego exclusivo de poemas narrativos longos demonstra que o livro pretende ser uma epopeia que cultua os valores heroicos e descarta a expressão lírica amorosa. E A diversidade de temas e de modelos formais se contrapõe ao emprego da mesma medida métrica em todos os poemas. QUESTÃO 22 Faça a leitura do poema, Adormecida, de Castro Alves. [...] Uma noite, eu me lembro... Ela dormia Numa rede encostada molemente... Quase aberto o roupão... solto o cabelo E o pé descalço do tapete rente. ‘Stava aberta a janela. Um cheiro agreste Exalavam as silvas da campina... E ao longe, num pedaço do horizonte, Via-se a noite plácida e divina. De um jasmineiro os galhos encurvados, Indiscretos entravam pela sala, E de leve oscilando ao tom das auras, Iam na face trêmulos — beijá-la. Era um quadro celeste!... A cada afago Mesmo em sonhos a moça estremecia... Quando ela serenava... a flor beijava-a... Quando ela ia beijar-lhe... a flor fugia... Dir-se-ia que naquele doce instante Brincavam duas cândidas crianças... A brisa, que agitava as folhas verdes, Fazia-lhe ondear as negras tranças! E o ramo ora chegava ora afastava-se... Mas quando a via despeitada a meio, P’ra não zangá-la... sacudia alegre Uma chuva de pétalas no seio... Eu, fitando esta cena, repetia, Naquela noite lânguida e sentida: “Ó flor! — tu és a virgem das campinas!” “Virgem! — tu és a flor de minha vida!...” ALVES, Castro. Espumas flutuantes. 3 ed. São Paulo: Ateliê Editorial, 1998, pp. 138-139. [Clássicos para o Vestibular]. Sobre esse poema de Castro Alves é correto afirmar que ele se difere de outros poemas românticos porque a figura da amada se apresenta como A uma sombra envolta em névoa. B um ser distante e inatingível. C um objeto de desejo tangível e realizável. D um demônio sombrio e sedutor. E um ser sagrado. Simulado | ENEM 3ª Série - 1° dia - Página 14 2020 QUESTÃO 23 Na memorável regência da princesa Isabel, sua caneta de ouro assinalou fatos marcantes na história do país, como é do conhecimento geral. Um episódio, porém, viria a criar um certo embaraço ao uso de tão celebrado instrumento: é que a Câmara Municipal resolvera criar uns novos “mijadouros públicos”, palavras consideradas impróprias para figurar em documento a ser levado ao conhecimento público subscrito por sua alteza imperial. Seria, porém, um contrassenso privar a população dessa comodidade e a cidade desse valioso equipamento por um problema de lexicografia. Criou-se, então, um novo vocábulo, como vai registrado no Dicionário etimológico da língua portuguesa, de Antenor Nascentes: “Mictório. Neologismo criado quando a princesa imperial regente, D. Isabel, teve de sancionar uma postura da Ilustríssima Câmara Municipal acerca de mijadouros públicos. Figueiredo tira do lat. mictoriu, que aliás é um adjetivo com o sentido de diurético”. Benedito Lima de Toledo, O Estado de São Paulo No trecho palavras consideradas impróprias para figurar em documento a ser levado ao conhecimento público subscrito por sua alteza imperial, as expressões destacadas A expressam ações contínuas, uma vez que correspondem a gerúndios. B são formas nominais de verbos e, no texto, qualificam substantivos. C têm valor apenas verbal e são independentes dos substantivos próximos. D qualificam os substantivos imediatamente anteriores: palavras e conhecimento. E omitem a desinência de gênero, por serem empregadas como verbos. QUESTÃO 24 Durante a Copa do Mundo deste ano, foi veiculada, em programa esportivo de uma emissora de TV, a notícia de que um apostador inglês acertou o resultado de uma partida, porque seguiu os prognósticos de seu burro de estimação. Um dos comentaristas fez, então, a seguinte observação: “Já vi muito comentarista burro, mas burro comentarista é a primeira vez.” Percebe-se que a classe gramatical das palavras se altera em função da ordem que elas assumem na expressão. Assinale a alternativa em que isso NÃO ocorre A obra grandiosa B jovem estudante C brasileiro trabalhador D velho chinês E fanático religioso QUESTÃO 25 Na oração Certos pais não chegam jamais a ser pais certos, os termos sublinhados são, respectivamente: A adjetivo posposto / adjetivo anteposto. B adjetivo / pronome. C pronome substantivo / pronome adjetivo. D pronome adjetivo / adjetivo. E pronome adjetivo / pronome indefinido. QUESTÃO 26 Canção do Exílio Minha terra tem palmeiras, Onde canta o Sabiá; As aves, que aqui gorjeiam, Não gorjeiam como lá. Nosso céu tem mais estrelas, Nossas várzeas têm mais flores, Nossos bosques têm mais vida, Nossa vida mais amores. Em cismar, sozinho, à noite, Mais prazer eu encontro lá; Minha terra tem palmeiras, Onde canta o Sabiá. DIAS, Gonçalves. Poesia. Coleção Nossos Clássicos.São Paulo: Agir, 1969, p. 10. Canção do Exílio é um dos mais conhecidos poemasbrasileiros do século XIX. As imagens de natureza nele presentes são expressão de A peculiaridades do sujeito brasileiro. B formulação literária do nacionalismo. C exaltação do subjetivismo romântico. D crítica às agressões sofridas pelo meio ambiente brasileiro. E elementos representativos de valores da literatura europeia. 2020 Simulado | ENEM 3ª Série - 1º dia - Página 15 QUESTÃO 27 O Brasil é sertanejo Que tipo de música simboliza o Brasil? Eis uma questão discutida há muito tempo, que desperta opiniões extremadas. Há fundamentalistas que desejam impor ao público um tipo de som nascido das raízes socioculturais do país. O samba. Outros, igualmente nacionalistas, desprezam tudo aquilo que não tem estilo. Sonham com o império da MPB de Chico Buarque e Caetano Veloso. Um terceiro grupo, formado por gente mais jovem, escuta e cultiva apenas a música internacional, em todas as vertentes. E mais ou menos ignora o resto. A realidade dos hábitos musicais do brasileiro agora está claro, nada tem a ver com esses estereótipos. O gênero que encanta mais da metade do país é o sertanejo, seguido de longe pela MPB e pelo pagode. Outros gêneros em ascensão, sobretudo entre as classes C, D e E, são o funk e o religioso, em especial o gospel. Rock e música eletrônica são músicas de minoria. É o que demonstra uma pesquisa pioneira feita entre agosto de 2012 e agosto de 2013 pelo Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (Ibope). A pesquisa Tribos musicais – o comportamento dos ouvintes de rádio sob uma nova ótica faz um retrato do ouvinte brasileiro e traz algumas novidades. Para quem pensava que a MPB e o samba ainda resistiam como baluartes da nacionalidade, uma má notícia: os dois gêneros foram superados em popularidade. O Brasil moderno não tem mais o perfil sonoro dos anos 1970, que muitos gostariam que se eternizasse. A cara musical do país agora é outra. GIRON, L. A. Época, n. 805, out. 2013 (fragmento). O texto objetiva convencer o leitor de que a configuração da preferência musical dos brasileiros não é mais a mesma da dos anos 1970. A estratégia de argumentação para comprovar essa posição baseia-se no(a) A caracterização das opiniões relativas a determinados gêneros, considerados os mais representativos da brasilidade, como meros estereótipos. B uso de estrangeirismos, como rock, funk e gospel, para compor um estilo próximo ao leitor, em sintonia com o ataque aos nacionalistas. C ironia com relação ao apego a opiniões superadas, tomadas como expressão de conservadorismo e anacronismo, com o uso das designações “império” e “baluarte”. D contraposição a impressões fundadas em elitismo e preconceito, com a alusão a artistas de renome para melhor demonstrar a consolidação da mudança do gosto musical popular. E apresentação dos resultados de uma pesquisa que retrata o quadro atual da preferência popular relativa à música brasileira. Texto comum à questão 28 “O certo é falar assim porque se escreve assim”. Diante de uma placa escrita TEATRO, é provável que um pernambucano, lendo em voz alta, diga TÉ-atru, que um carioca diga TCHI-atru, que um paulistano diga TÊ-atru. E agora? Quem está certo? Ora, todos estão igualmente certos. O que acontece é que em toda comunidade linguística do mundo existe um fenômeno chamado variação, isto é, nenhuma língua é falada do mesmo jeito em todos os lugares, assim como nem todas as pessoas falam a própria língua de modo idêntico o tempo todo. Infelizmente, existe uma tendência (mais um preconceito!) muito forte no ensino da língua de querer obrigar o aluno a pronunciar “do jeito que se escreve”. Como se essa fosse a única maneira “certa” de falar português. (Imagine se alguém fosse falar inglês ou francês do jeito que se escreve!) Muitas gramáticas e livros didáticos chegam ao cúmulo de aconselhar a professora a “corrigir” quem fala muleque, bêju, minino, bisôro, como se isso pudesse anular o fenômeno da variação tão natural e inevitável na vida das línguas. Essa supervalorização da língua escrita combinada com o desprezo da língua falada é um preconceito que data de antes de Cristo! É claro que é preciso ensinar a escrever de acordo com a ortografia oficial, mas não se pode fazer isso tentando criar uma língua falada “artificial”, e reprovando como “erradas” as pronúncias que são resultado da história social e cultural das pessoas que falam a língua em cada canto do Brasil. Seria mais justo e democrático explicar ao aluno que ele pode dizer “bulacha” ou “bolacha”, mas que só pode escrever BOLACHA, porque é necessária uma ortografia única para toda a língua, para que todos possam ler e compreender o que está escrito. Marcos Bagno. Preconceito linguístico. São Paulo: Parábola, 2015. p. 79-80. QUESTÃO 28 Observe o seguinte trecho: “É claro que é preciso ensinar a escrever de acordo com a ortografia oficial, mas não se pode fazer isso tentando criar uma língua artificial”. O entendimento coeso e coerente do que está afirmado nesse trecho depende, sobretudo, da identificação A do complemento sintático-semântico do verbo ‘escrever’. B da distinção entre pronome pessoal e pronome indefinido. C do sentido da expressão “é claro”, embora seja uma expressão corriqueira. D da função coesiva desempenhada pela expressão ‘de acordo com’. E do que está anteriormente referido pelo pronome ‘isso’. Simulado | ENEM 3ª Série - 1° dia - Página 16 2020 QUESTÃO 29 O Twitter é uma das redes sociais mais importantes no Brasil e no mundo. (...) Um estudo identificou que as fake news são 70% mais propensas a serem retweetadas do que fatos verdadeiros. (...) Outra conclusão importante do trabalho diz respeito aos famosos bots: ao contrário do que muitos pensam, esses robôs não são os grandes responsáveis por disseminar notícias falsas. Nem mesmo comparando com outros robozinhos: tanto os que espalham informações mentirosas quanto aqueles que divulgam dados verdadeiros alcançaram o mesmo número de pessoas. Super Interessante, “No Twitter, fake news se espalham 6 vezes mais rápido que notícias verdadeiras”. Maio/2019. No período “Nem mesmo comparando com outros robozinhos: tanto os que espalham informações mentirosas quanto aqueles que divulgam dados verdadeiros alcançaram o mesmo número de pessoas.”, os dois-pontos são utilizados para introduzir uma A conclusão. B concessão. C explicação. D contradição. E condição. QUESTÃO 30 Leia. Hora do pôr do sol? - hora fagueira, Qu’encerras tanto amor, tristeza tanta! Quem há que de te ver não sinta enlevos, Quem há na terra que não sinta as fibras Todas do coração pulsar-lhe amigas, Quando desse teu manto as pardas franjas Soltas, roçando a habitação dos homens? Há i prazer tamanho que embriaga, Há i prazer tão puro, que parece Haver anjos dos céus com seus acordes A mísera existência acalentado! Gonçalves Dias, trecho de A Tarde Os versos acima exemplificam a característica romântica A do sentimentalismo romântico que aponta para a desilusão amorosa. B do nacionalismo que exalta a beleza exótica da natureza brasileira. C do escapismo em que a morte representa a libertação da vida material. D da projeção do estado de espírito do poeta nos elementos da natureza. E do pessimismo e da melancolia, configurando o chamado “mal do século”. QUESTÃO 31 Soneto Oh! Páginas da vida que eu amava, Rompei-vos! nunca mais! tão desgraçado!... Ardei, lembranças doces do passado! Quero rir-me de tudo que eu amava! E que doido que eu fui! como eu pensava Em mãe, amor de irmã! em sossegado Adormecer na vida acalentado Pelos lábios que eu tímido beijava! Embora — é meu destino. Em treva densa Dentro do peito a existência finda Pressinto a morte na fatal doença! A mim a solidão da noite infinda! Possa dormir o trovador sem crença. Perdoa minha mãe – eu te amo ainda! AZEVEDO, A. Lira dos vinte anos. São Paulo: Martins Fontes, 1996. A produção de Álvares de Azevedo situa-se na década de 1850, período conhecidona literatura brasileira como Ultrarromantismo. Nesse poema, a força expressiva da exacerbação romântica identifica-se com o(a) A amor materno, que surge como possibilidade de salvação para o eu lírico. B saudosismo da infância, indicado pela menção às figuras da mãe e da irmã. C construção de versos irônicos e sarcásticos, apenas com aparência melancólica. D presença do tédio sentido pelo eu lírico, indicado pelo seu desejo de dormir. E fixação do eu lírico pela ideia da morte, o que o leva a sentir um tormento constante. 2020 Simulado | ENEM 3ª Série - 1º dia - Página 17 QUESTÃO 32 E se a água potável acabar? O que aconteceria se a água potável do mundo acabasse? As teorias mais pessimistas dizem que a água potável deve acabar logo, em 2050. Nesse ano, ninguém mais tomará banho todo dia. Chuveiro com água só duas vezes por semana. Se alguém exceder 55 litros de consumo (metade do que a ONU recomenda), seu abastecimento será interrompido. Nos mercados, não haveria carne, pois, se não há água para você, imagine para o gado. Gastam-se 43 mil litros de água para produzir 1 kg de carne. Mas, não é só ela que faltará. A Região Centro- Oeste do Brasil, maior produtor de grãos da América Latina em 2012, não conseguiria manter a produção. Afinal, no país a agricultura e a agropecuária 70% do uso. Faltariam arroz, feijão, soja, milho e outros grãos. Disponível em: http://super.abril.com.br. Acesso em: 30 jul. 2012. A língua portuguesa dispõe de vários recursos para indicar a atitude do falante em relação ao conteúdo de seu enunciado. No início do texto, o verbo “dever” contribui para expressar A uma constatação sobre como as pessoas administram os recursos hídricos. B a habilidade das comunidades em lidar com problemas ambientais contemporâneos. C a capacidade humana de substituir recursos naturais renováveis. D uma previsão trágica a respeito das fontes de água potável. E uma situação ficcional com base na realidade ambiental brasileira. QUESTÃO 33 (...) Existe um povo que a bandeira empresta P’ra cobrir tanta infâmia e cobardia!... E deixa-a transformar-se nessa festa Em manto impuro de bacante fria! Meu Deus! meu Deus! Mas que bandeira é esta Que impudente na gávea tripudia?!... Silêncio!...Musa chora, chora tanto, Que o pavilhão se lave no teu pranto!... A escravidão no Brasil representou uma cruel forma de degradação social e moral, marcada, principalmente, pela exploração da mão de obra negra trazida do continente africano. Castro Alves, ao registrar a escravidão, produziu imagens de grande valor estético, como a que se verifica na metáfora “manto impuro de bacante fria”, na qual ele A desenha os rostos da massa escrava oprimida e os cânticos de lamento entoados nos porões dos navios. B descreve os horrores da escravidão mostrando a bandeira nacional tingida com o sangue dos escravos trazidos nas embarcações. C sugere que os desumanos atos praticados estão encobertos por uma bandeira metamorfoseada em vestes de uma libertina. D sintetiza os horrores do tráfico através da alusão ao martírio da chibata, utilizando a metáfora para denunciar o sofrimento negro. E analisa as relações de trabalho dos negros transportados da África nas galés dos navios oriundos da Europa. QUESTÃO 34 Uma flor, o Quincas Borba. Nunca em minha infância, nunca em toda a minha vida, achei um menino mais gracioso, inventivo e travesso. Era a flor, e não já da escola, senão de toda a cidade. A mãe, viúva, com alguma cousa de seu, adorava o filho e trazia-o amimado, asseado, enfeitado, com um vistoso pajem atrás, um pajem que nos deixava gazear a escola, ir caçar ninhos de pássaros, ou perseguir lagartixas nos morros do Livramento e da Conceição, ou simplesmente arruar, à toa, como dous peraltas sem emprego. E de imperador! Era um gosto ver o Quincas Borba fazer de imperador nas festas do Espírito Santo. De resto, nos nossos jogos pueris, ele escolhia sempre um papel de rei, ministro, general, uma supremacia, qualquer que fosse. Tinha garbo o traquinas, e gravidade, certa magnificência nas atitudes, nos meneios. Quem diria que... Suspendamos a pena; não adiantemos os sucessos. Vamos de um salto a 1822, data da nossa independência política, e do meu primeiro cativeiro pessoal. Machado de Assis, Memórias póstumas de Brás Cubas A enumeração de substantivos expressa gradação ascendente em A “menino mais gracioso, inventivo e travesso”. B “trazia-o amimado, asseado, enfeitado”. C “gazear a escola, ir caçar ninhos de pássaros, ou perseguir lagartixas”. D “papel de rei, ministro, general”. E “tinha garbo (...), e gravidade, certa magnificência”. Simulado | ENEM 3ª Série - 1° dia - Página 18 2020 Texto comum à questão 35 A internet e os direitos autorais 1 A internet e outras tecnologias mudaram a rotina 2 das famílias, a vida social e até a sua percepção 3 do mundo. Distâncias parecem menores, a ideia de 4 privacidade está em questão, e os relacionamentos 5 amorosos ganharam nova dimensão. De forma tão 6 avassaladora, que quem não participa das redes sociais 7 em algum momento pode se sentir excluído ou 8 desinformado. 9 A transformação trazida pela tecnologia, no entanto, 10 não pode ser confundida com ruptura com tudo 11 o que havia antes. Os critérios para avaliar um livro 12 continuam os mesmos, não importa se em e-book ou 13 edição de capa dura; a relação custo-benefício de 14 uma compra ainda precisa ser pensada com critério, 15 seja em e-commerce ou loja de shopping; e o cuidado 16 com a publicação de uma notícia, o que inclui a 17 sua correta apuração e a clareza do texto, deve ser o 18 mesmo em site ou jornal de papel. 19 O mesmo raciocínio se aplica à propriedade intelectual 20 de músicas, textos, filmes e quaisquer outras 21 obras, que ganham novas formas de exposição com a 22 internet, mas continuam a ter donos. Da mesma maneira 23 que antes do aparecimento das mídias digitais. 24 Infelizmente, não é dessa forma que parecem pensar 25 grandes empresas internacionais da internet, que 26 brigam na Justiça com a União Brasileira das Editoras 27 de Música e impedem assim o pagamento aos 28 filiados à entidade dos valores relativos à exibição de 29 seus trabalhos nos canais de áudio e vídeo. É uma 30 situação inadmissível, que já dura muitos meses. 31 O respeito aos direitos autorais na era da internet 32 é questão vital porque o mercado de CDs só faz 33 encolher. As novas mídias representam a perspectiva 34 de trabalho para os criadores a longo prazo. É necessário 35 assegurar a sua adequada remuneração e, por 36 extensão, os recursos para que a produção musical 37 se sustente a longo prazo. A agilidade e a onipresença 38 da rede podem — e devem — servir para trazer mais 39 recursos ao compositor, e não o contrário. 40 Empresas jornalísticas, no Brasil e no mundo, 41 também já viram o conteúdo da imprensa profissional 42 ser divulgado na internet sem contrapartida alguma, 43 ignorando os altos custos de produção da notícia. No 44 Brasil, a Associação Nacional de Jornais (ANJ) proíbe, 45 por notificação judicial, que se reproduza a íntegra 46 dos textos dos associados. 47 Se as novas tecnologias facilitam o entretenimento 48 e aumentam a oferta de bens culturais a consumidores 49 no mundo inteiro, elas são bem-vindas. 50 Mas isso não pode acontecer à custa do sagrado direito 51 autoral. Rio de Janeiro, O Globo, Opinião, 23 abr. 2015, p.16. Adaptado QUESTÃO 35 O editorial é um gênero textual de caráter argumentativo, destinado a defender uma opinião sobre algum assunto da atualidade. O texto defende a tese de que A o desenvolvimento da tecnologia provocou um aumento avassalador do uso das redes sociais. B a divulgação de conteúdos na rede deve respeitar a propriedade intelectual de seus autores. C as grandes empresas de comunicação impressa precisam considerar os direitos dos jornalistas. D o mercado audiovisual tem muito a ganhar com a divulgação de seus produtospela internet. E os órgãos da justiça brasileira deveriam penalizar as grandes empresas de comunicação digital. QUESTÃO 36 Leia o excerto abaixo, da autoria de Castro Alves. Mocidade e morte [...] Morrer... quando este mundo é um paraíso, E a alma um cisne de douradas plumas: Não! O seio da amante é um lago virgem... Quero boiar à tona das espumas. Vem! formosa mulher – camélia pálida, Que banharam de pranto as alvoradas. Minh’alma é a borboleta, que espaneja O pó das asas lúcidas, douradas... [...] Fonte: ALVES, Antônio Frederico de Castro. Mocidade e Morte. Disponível em: http://www. dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.do?select_ action=&co_obra=86840>. Acesso em: 13 fev. 15. A respeito do trecho lido, é correto afirmar que A os versos melancólicos enfatizam a tomada da morte como um meio de evasão desejado pelo sujeito lírico. B a decepção com o amor das mulheres está entre os motivos para o eu lírico romântico desejar a morte. C o sensualismo latente nos versos se opõe aos contornos idealizantes com que o Romantismo tende a pintar a figura feminina. D as imagens construídas acerca do ser feminino deixam transparecer uma sutil referência ao ato sexual, reforçando o modo de mostrar o amor no Romantismo. E o sujeito lírico, nos versos, rebela-se contra o fim, exaltando a liberdade, o que caracteriza o autor como o “Poeta dos escravos”. 2020 Simulado | ENEM 3ª Série - 1º dia - Página 19 QUESTÃO 37 Os deputados que votam sem ler Cansados de apreciar projetos cuja escrita não entendem, parlamentares de Guiné-Bissau querem curso de língua portuguesa 01 Os deputados de Guiné-Bissau querem aulas de português. Mais de 50 dos cem políticos guineenses enviaram um pedido à Embaixada de Portugal em Bissau para participar de cursos sobre o idioma, que devem começar em setembro. Segundo o cabeça da reivindicação, Armando Procel, primeiro-secretário da Assembleia 05 Popular (o parlamento do país), o objetivo da medida é combater a falta de rigor no órgão, em que os parlamentares usam o crioulo em vez do português, idioma constitucional, só usado por eles em discursos oficiais. Procel afirmou à agência de notícias Lusa que Guiné-Bissau não pode correr o risco de se tornar um país cujo idioma oficial é negligenciado pelos próprios governantes. Segundo ele, a falta 10 de familiaridade com o idioma faz com que os deputados acabem aprovando documentos que não sabem ao certo o que significam. Apenas 11% da população de 9,5 milhões de habitantes tem o nosso idioma como primeira língua (...) O parlamento também estuda uma proposta de lei que torna obrigatório o uso do português nos meios de comunicação, em pelo menos metade da programação. A iniciativa faz parte de uma 15 série de ações de valorização do idioma, que resultará na criação de um órgão, a Associação Lusófona. Há substantivos que mudam de sentido quando ocorre uma mudança de gênero, como se vê em “o cabeça [o chefe] da reivindicação” versus a cabeça [parte do corpo]. Assinale, entre as alternativas abaixo, aquela(s) em que se observa(m) essa particularidade da língua portuguesa. A Capital entregue ao “Criança Esperança” permitirá otimizar projetos. B Segundo boletim médico, doente reage muito bem ao novo tratamento. C Sobrevivente da chacina presta depoimento à polícia. D Ainda hoje, juízes do STF ouvirão testemunha de acusação. E O cônjuge negou-se a denunciar o crime à polícia. QUESTÃO 38 Embora muitos dos nossos escritores do Romantismo tenham acreditado que suas obras constituíssem um mundo inteiramente original, sabe-se que nossa literatura romântica A deveu muito aos princípios do Naturalismo, que sustentava a crença segundo a qual a realidade se impõe à linguagem que a duplica. B firmou-se sobre fortes traços universais que a norteavam, tais como a idealização da natureza e a obsessão pelos extremos do amor e da morte. C combateu, na poesia, os efeitos já deixados pela geração dos parnasianos, que os líricos românticos viam como artificiais e rasos. D rebateu, na sua prosa irônica, a convicção de autores nacionalistas, para quem o país recém-emancipado pedia forma própria de expressão. E caracterizou-se pela timidez da imaginação pessoal, uma vez que os escritores tendiam a se expressar por meio de teses abstratas. QUESTÃO 39 Mais escolarizadas, mulheres ainda ganham menos e têm dificuldades de subir na carreira As mulheres brasileiras já engravidam menos na adolescência, estudam mais do que os homens e tiveram aumento maior na renda média mensal, segundo mostram as Estatísticas de Gênero do IBGE, retiradas da base de dados do Censo de 2010, mas elas ainda ganham salários menores e têm dificuldades em ascender na carreira. http://tinyurl.com/gnbsmbs. Acesso em: 29.08.2016. Adaptado. O título do artigo – Mais escolarizadas, mulheres ainda ganham menos e têm dificuldades de subir na carreira – poderia ser substituído, sem causar prejuízo de sentido, por: A Mulheres, mais escolarizadas, porventura ganham mais, entretanto possuem empecilhos para subir na carreira. B Mulheres, mais escolarizadas, ainda ganham menos, bem como enfrentam obstáculos para subir na carreira. C Mulheres, mais escolarizadas, às vezes ganham menos, por conseguinte apresentam especificidades para se elevarem na carreira. D Mais escolarizadas, mulheres, ainda que enfrentem dificuldades para progredirem na carreira, ganham o mesmo ou mais. E Mais escolarizadas, mulheres apresentam particularidades para subir na carreira, porquanto já ganham mais. Simulado | ENEM 3ª Série - 1° dia - Página 20 2020 QUESTÃO 40 Leia o texto. Elegância 1, racismo 0 Editorial Folha de S.Paulo, 1º de maio de 2014 O paradoxo costuma rondar sistemas democráticos. Até que ponto se pode tolerar a intolerância, ser liberal com quem pretende demolir as liberdades, assegurar os direitos dos que não os reconhecem? Em alguns casos, a dúvida se resolve facilmente. Criminaliza-se a tentativa de derrubar pela força um governo legítimo. Atentados terroristas recebem sanções severas, não importando a fundamentação política que possam ter. Nos chamados crimes de opinião, todavia, o debate se torna mais complexo. Poucas coisas são mais repugnantes e estúpidas do que o preconceito racial, e têm sido frequentes manifestações desse tipo nos estádios de futebol. Do Reino Unido ao Peru, do Japão ao Brasil, registram- se atos de insulto a jogadores afrodescendentes por parte de alguns (ou muitos) torcedores que estão prontos a aplaudir o jogador negro ou mulato quando estes fazem gols para seus times de dileção. Várias iniciativas se tomam para punir os responsáveis. Uma equipe peruana foi condenada a pagar multa (meros US$ 12 mil) depois de seus torcedores terem emitido gritos de “macaco” para agredir o jogador Tinga, do Cruzeiro. No Brasil, um time gaúcho perdeu nove pontos e foi rebaixado pelo fato de seus fãs terem atirado bananas contra um árbitro. A questão é saber se punições como essas cumprem um papel determinante, pedagógico e civilizatório, no sentido de modificar a mentalidade do torcedor racista. A repressão a um sentimento, por mais odioso que seja, não o desarma. Pode-se desencorajar, pela lei, certos comportamentos que o manifestem de forma explícita. Seu fundo de ressentimento e destrutividade permanece e pode até fermentar, depois de recalcado. Não poderia ser mais educativa – no que teve de superioridade, humor e indiferença – a reação do brasileiro Daniel Alves, que soberanamente comeu a banana que lhe fora atirada. Uma agência publicitária tomou daí a inspiração, a pedido do atacante Neymar, também hostilizado nos campos espanhóis, para campanha contra o racismo. “Somos todos macacos”, diz o slogan, obtendo a adesão de inúmeras celebridades. Torna-se moda, nas redes sociais, divulgar fotos com a fruta em mãos; o insulto se neutraliza, o agressor se desconcerta, o símbolo inverte o sentido. É no campo das formas de
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