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22_06_2020 Simulado ENEM - 3ª série e Pré-Vestibular - CICLO 2 - 1º dia

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2020
ENEM - 3ª SÉRIE
1º DIA
EXAME NACIONAL DO ENSINO MÉDIO
PROVA DE LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS
PROVA DE CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS
LEIA ATENTAMENTE AS INSTRUÇÕES SEGUINTES
1 O CARTÃO-RESPOSTA será entregue cinquenta minutos após 
o início da prova. Verifique, no CARTÃO-RESPOSTA, se seu 
nome, turma e número de matrícula estão corretos. Verifique, no 
CARTÃO-RESPOSTA, se há o campo para assinar, preencher 
com data e sua opção de língua estrangeira. Verifique também 
se há, no CARTÃO-RESPOSTA, campos para respostas 
numerados de 1 a 90. Caso haja algum campo faltando, 
comunique imediatamente ao aplicador da sala.
2 Esse CADERNO DE QUESTÕES contém 90 questões numeradas 
de 1 a 90, dispostas da seguinte maneira: 
a. as questões de número 1 a 45 são relativas à área de 
Linguagens, Códigos e suas Tecnologias.
b. as questões de número 46 a 90 são relativas à área de Ciências 
Humanas e suas Tecnologias.
3 ATENÇÃO: as questões de 1 a 5 são relativas à língua estrangeira. 
Você deverá responder apenas às questões relativas à língua 
estrangeira (inglês ou espanhol) escolhida.
4 Confira se o seu CADERNO DE QUESTÕES contém a quantidade 
de questões e se essas questões estão na ordem mencionada 
na instrução anterior. Caso o caderno esteja incompleto, tenha 
qualquer defeito ou apresente divergência, comunique ao aplicador 
da sala para que ele tome as providências cabíveis.
5 Para cada uma das questões objetivas, são apresentadas 5 
opções. Apenas uma responde corretamente à questão.
6 O tempo disponível para esta prova é de cinco horas e trinta 
minutos. 
7 Reserve os 30 minutos finais para marcar seu CARTÃO-
RESPOSTA. Os rascunhos e as marcações assinaladas no 
CADERNO DE QUESTÕES não serão considerados na avaliação.
8 Quando terminar as provas, escreva, acene para chamar o 
aplicador e entregue o CARTÃO-RESPOSTA.
9 Você poderá deixar o local de prova somente após decorrida uma 
hora e trinta minutos do início da aplicação e poderá levar seu 
CADERNO DE QUESTÕES.
10 Você será eliminado do Exame, a qualquer tempo, no caso de:
a. prestar, em qualquer documento, declaração falsa ou inexata;
b. perturbar, de qualquer modo, a ordem no local de aplicação 
das provas, incorrendo em comportamento indevido durante a 
realização do Exame;
c. comunicar-se, durante as provas, com outro participante 
verbalmente, por escrito ou por qualquer outra forma;
d. portar qualquer tipo de equipamento eletrônico e de 
comunicação após ingressar na sala de provas;
e. utilizar ou tentar utilizar meio fraudulento, em benefício próprio 
ou de terceiros, em qualquer etapa do Exame;
f. utilizar livros, notas ou impressos durante a realização do Exame;
g. ausentar-se da sala de provas levando consigo o CADERNO 
DE QUESTÕES antes do prazo estabelecido e/ou o CARTÃO-
RESPOSTA/FOLHA DE REDAÇÃO a qualquer tempo.
Simulado | ENEM 3ª Série - 1° dia - Página 2
2020
LINGUAGENS, CÓDIGOS E 
SUAS TECNOLOGIAS
Questões de 01 a 45
Questões de 01 a 05 (opção inglês)
Texto comum às questões 01, 02, 03
1Last month America’s unemployment rate climbed to 
8,1%, the highest in a quarter of a century. For those newly 
out of a job, the chances of finding another soon are the worst 
since records began 50 years ago. In China 20m 5migrant 
workers (maybe 3% of the labour force) have been laid 
off. Cambodia’s textile industry, its main source of exports, 
has cut one worker in ten. In Spain the building bust has 
pushed the jobless rate up by two-thirds in a year, to 14.8% 
in January. And in Japan, where 10official unemployment 
used to be all but unknown, tens of thousands of people on 
temporary contracts are losing not just their jobs but also 
the housing provided by their employers.
The next phase of the world’s economic downturn is 
15taking shape: a global jobs crisis. Its contours are only 
just becoming clear, but the severity, breadth and likely 
length of the recession, together with changes in the 
structure of labour markets in both rich and emerging 
economies, suggest the world is about to undergo its 
biggest increase 20in unemployment for decades.
The Economist, March 14th 2009.
QUESTÃO 01
De acordo com o texto, publicado em março de 2009,
A o aumento de postos de trabalho é vital para as 
economias emergentes.
B a crise mundial poderia afetar sobretudo os países 
mais pobres.
C a estrutura do mercado de trabalho vigente em 
países ricos é a principal responsável pela crise.
D o mundo poderia enfrentar a maior crise de 
desemprego das últimas décadas.
E a crise que a economia mundial vivencia vem sendo 
anunciada há décadas.
QUESTÃO 02
Segundo o texto, no Japão,
A o número oficial de desempregados é desconhecido.
B milhares de pessoas estão perdendo seus empregos 
e sua moradia.
C grande parte dos trabalhadores possui contratos 
temporários de trabalho.
D os empregadores omitem o número de postos de 
trabalho porque muitos não são oficiais.
E os desempregados estão lutando para manter suas 
casas.
QUESTÃO 03
O pronome “another” (ref. 1) na sentença “...the chances 
of finding another...” refere-se a
A país.
B trabalhador.
C emprego.
D oportunidade.
E recorde.
Texto comum às questões 04 e 05 
As everybody knows, if you do not work out, your 
muscles get flaccid. What most people don’t realize, 
however, is that your brain also stays in better shape 
when you exercise.
Surprised? Although the idea of exercising cognitive 
machinery by performing mentally demanding activities 
– popularly termed the “use it or lose it” hypothesis – 
is better known, a review of dozens of studies shows 
that maintaining a mental edge requires more than that. 
Other things you do – including participating in activities 
thatmake you think, getting regular exercise, staying 
socially engaged and even having a positive attitude 
– have a meaningful influence on how effective your 
cognitive functioning will be in old age.
www.scientificamerican.com/article. Acessado em 06/07/2009. Adaptado.
QUESTÃO 04
O texto informa que
A exercícios físicos são benéficos para o corpo e para 
a saúde mental.
B as pessoas não se dão conta da importância de 
músculos fortes.
C o cérebro é muito pouco exercitado por pessoas que 
não trabalham.
D todo mundo deveria exercitar-se diariamente.
E grande parte das pessoas preocupa-se apenas com 
a aparência física.
2020
Simulado | ENEM 3ª Série - 1º dia - Página 3
QUESTÃO 05
Segundo o texto, o bom funcionamento de nosso cérebro 
na velhice depende, entre outros fatores,
A das perdas e ganhos que vivenciamos ao longo da 
vida.
B da herança genética que trazemos conosco.
C das modalidades de exercícios físicos que 
realizamos.
D da complexidade de exercícios intelectuais a que 
somos expostos.
E de nosso engajamento em atividades intelectuais e 
sociais.
Questões de 01 a 05 (opção espanhol)
Texto comum às questões 01, 02 e 03
La Ñ resiste: la letra clave del español ya llegó a 
Internet y ahora va por más
Las direcciones ubicadas en España ahora pueden 
incluir la Ñ. Pero falta que esa posibilidad se extienda a 
otros países. ¿Cómo fue el origen de esta letra, exclusiva 
de um idioma que usan 500 millones de personas? 
(Susana Anaine)
Ñ. Un estilizado diseño de la letra, realizado en los 
siglos XI y XII.
UNA Ñ DEL ROMÁNICO RENACENTISTA. Una 
representación del siglo XVI.
A fines de 2006 se dio a conocer en España um 
anteproyecto de ley dentro del área informática, 
impulsado por el Ministerio de Industria, Turismo y 
Comercio. Su objetivo: incluir en Internet algunos 
caracteres castellanos, portugueses, valencianos, 
vascos o catalanes, entre ellos nuestra emblemática ñ.
La propuesta apuntaba a que esos caracteres 
aparecieran en nuevos dominios, con la extensión “.es”. 
Finalmente, se aprobó el proyecto de Ley de la Sociedad 
de la Información que establece el servicio “Petición de 
dominios multilingües.es”, es decir: se puede poner um 
sitio web que tenga en su dirección esos caracteres si 
el sitio lleva el dominio que correspondea España. (...)
(...) Los signos gráficos que se incluyen no se 
habían utilizado hasta el momento (...) por razones 
“técnicas”. Existía una “limitación en el sistema binario 
de siete ‘bits’”, lo que suponía que había un total 
de 128 posiciones, que ya estaban ocupadas por el 
alfabeto anglosajón. El reciente paso de siete a ocho 
‘bits’ multiplicó las posibilidades, lo que ha permitido los 
dominios multilingües.
No todo el mundo se queda tranquilo con esta explicación. 
Dice el dramaturgo Rafael Spregelburd: “Desconozco 
los motivos por los cuales no hay eñe en Internet, pero 
sospecho que no deben ser totalmente técnicos. La gran 
red de democratización de la información sigue sólo el 
modelo de democratización norteamericana: es decir, 
representa sólo a una parte de todos los hablantes del 
mundo. No me sorprende: Internet fue pensada en inglés. 
Pero ya es hora de que se la piense de nuevo, ¿no? La 
pesadilla anticipada por Zamenhof, quien diseñó una 
lengua universal, el esperanto, se cumple al pie de la ley: 
el idioma universal no es el más sencillo, ni mucho menos 
el más perfecto, sino sencillamente el idioma del Imperio”.
El idioma latino no poseía inicialmente un sonido eñe, 
explica el lingüista José Luis Moure (...) “Sin embargo, 
la eñe apareció luego en razón de un mecanismo por el 
cual, en algunas combinaciones de sonidos, el primitivo 
lugar de articulación se desplaza hacia el paladar. Así, 
“vinea” pasó a ser “vinia”. La n, influida por el punto donde 
se articula la i retrajo la lengua hacia el paladar, lo que 
determinó que se dijera viña; algo semejante pasó con el 
grupo gn y entonces “lignu” se transformó en “leño”. En 
castellano también se cumplió este proceso en palabras 
que tenían dos enes juntas y así “annu” terminó en “año” 
y “canna” en “caña”.
¿Cómo respondió el alfabeto latino a esas 
modificaciones si no tenía un signo para representarlas? 
Durante siglos se escribió vinea aunque se pronunciase 
viña. Pero a medida que las regiones del antiguo imperio 
romano se conformaron como dominios diferenciados, 
necesitaron reformular el código gráfico y adecuarlo a 
sus novedades fonológicas. Por eso, cada ortografía 
“nacional” escogió una determinada modalidad. En 
el caso de la eñe, otros idiomas latinos optaron por 
representarla mediante dos caracteres: en portugués lo 
hacen con nh (Espanha), en francés e italiano, con gn 
(Espagne, Spagna); en catalán, con ny (Espanya).
¿_____________________ ?
Simulado | ENEM 3ª Série - 1° dia - Página 4
2020
Esa virgulilla es una “n” abreviada. “Los antiguos copistas habían desarrollado una serie de signos que hacían menos 
gravosa la tarea de escribir. Los escribas castellanos superponían las enes finales como tildes horizontales sobre la letra 
precedente. Para escribir “nn” con el sonido de la actual eñe (Espanna), se consolidó este uso. La primera ene se escribía 
en su forma habitual y la segunda arriba, con un rasgo horizontal recto u ondulado”.
Bienvenida a Internet, claro, ¿cómo va a seguir ausente esta letra del sombrero enrulado, del firulete, que es casi 
un emblema de nuestro idioma?
La eñe es la 17ª letra del abecedario español. Su peculiaridad reside en que no existe en el orden latino internacional y 
esa peculiaridad se entiende al adentrarnos en su origen. Esta letra nació de la necesidad de representar gráficamente 
un nuevo sonido, inexistente en latín. La eñe surgió, por lo tanto, al tiempo que surgía el castellano medieval en su 
forma escrita.(...)
Con ñ escribimos en español desde el siglo IX y hoy la ñ está presente en los dominios de Internet, el medio de 
comunicación escrita del siglo XXI. (...) Es uma de las representaciones gráficas más breves y poderosas, en una única 
letra se condensan la lengua y la cultura hispana. La eñe simboliza el idioma en el que se comunican hoy cerca de 500 
millones de personas: el español.
Carmen Cafarell. http://www.revistaenie.clarin.com/notas/2007/11/15/01541403.html
QUESTÃO 01
Aponte as duas situações que, conforme o texto, NÃO favoreceram o uso da letra Ñ nos domínios da Internet.
A O grande desenvolvimento do sistema técnico e a inércia da informática anglo-saxã.
B A multiplicação dos “bits” e a concorrência dos americanos com os espanhóis.
C A falta do sinal gráfico no alfabeto inglês e acordos internacionais recentes.
D Uma limitação do sistema tecnológico e a dominação da língua inglesa na web.
E A abundância de posições ocupadas pelo alfabeto inglês no sistema binário e a importância dessa letra no 
mundo hispânico.
QUESTÃO 02
Conforme as informações contidas no artigo, a origem da letra Ñ em espanhol deve-se
A ao mecanismo do alfabeto latino nos tempos modernos.
B à necessidade de representar por escrito uma nova combinação de sons.
C à necessidade de aprimorar a comunicação oral dos falantes hispânicos.
D ao surgimento de novas letras combinadas no código sonoro.
E à permanência no código gráfico de sons da época do antigo império romano.
QUESTÃO 03
Qual a diferença principal entre as línguas latinas no referente à representação gráfica do som em pauta? Aponte a 
alternativa que NÃO está de acordo com o texto.
A O italiano optou pelas mesmas letras do francês.
B O espanhol representa o som com apenas uma letra.
C A forma de representação do português é igual à do espanhol.
D O catalão representa o som com o mesmo número de letras do português.
E O francês o faz mediante dois caracteres, embora não iguais ao português.
2020
Simulado | ENEM 3ª Série - 1º dia - Página 5
Texto comum às questões 04 e 05
FACEBOOK: UN NEGOCIO DE 1 300 MILLONES DE 
_______________.
El controvertido experimento psicológico llevado a 
cabo por la red social en 2012 en donde manipuló miles 
de cuentas de usuarios genera un dilema ético.
Captura del videojuego para PS4 “Summer Lesson”
1 Facebook lo sabe todo de sus usuarios. Que no le 
engañen. En el mismo instante en el que un usuario le da 
al 2 botón “me gusta”, ese simple gesto queda guardado y 
monitorizado en alguna parte de la arquitectura de la red 
social. 3 Porque, debajo de los datos que proporcionamos 
(gratuitamente) hay un búnker de información demasiado 
seductor como 4 para pasar de largo.
5 Puede que muchos usuarios no sean conscientes de 
que Facebook, más allá de ser un simpático y práctico 
muro en 6 el que subir imágenes de viajes o desahogarse 
mediante un reguero de palabras, también es una profunda 
fuente de datos 7 para los investigadores académicos, tanto 
dentro como fuera de la empresa. Una verdadera mina de 
oro. El negocio del 8 siglo, a todos los efectos. No olvidemos 
que, a día de hoy, nadie le hace sombra; es la mayor red 
social del mundo gracias a 9 sus más de 1 300 millones de 
usuarios, un tercio de la población global. Imagínense que 
esta red social fuese un país.
10 Después de todo, no hay más que pensar en la 
vasta información que millones de personas regalan 
libremente a 11 este lugar que ha hecho del “me 
gusta” un nuevo eslabón de la cadena de la amistad. 
Y, para colmo, lo hacen de forma 12 inconsciente. Un 
simple e inocente comentario supone a la compañía la 
oportunidad de beber del manantial de la sabiduría. 13 Y 
sí, Facebook lo sabe todo de usted, lector, no solo su 
nombre, sus apellidos, su edad y los centros educativos 
por donde 14 ha pasado, sino también los lugares que 
visita, sus ideologías, sus estados emocionales y todo 
tipo de aficiones y gustos 15 que, al final, sirven de base 
al negocio. ¿No ha pensado nunca por qué a usted, que 
en su biografía incluye una relación de 16 casado, no le 
aparecen anuncios de páginas de ligues como su amigo 
que se define como soltero? No es casual.
17 Por tanto, estamos ante un lugar muy goloso para 
poder extraer acertadas y completas estadísticas sobre el 
18 comportamiento del ser humano. Es el sondeo más 
completo de la historia. Ha quedado demostrado tras 
desvelarse la 19 manipulación de 689 003 cuentas de usuarios 
para elaborar un estudio psicológico en colaboración a dosuniversidades 20 norteamericanas (Cornell y San Francisco). 
La conclusión de todo fue que existe un “contagio emocional” 
sobre nuestras 21 reacciones. (…)
22 Tomados a granel, todos nuestros datos representan 
el mejor mapa social acerca del comportamiento 
23 humano. Desde al menos el año 2008 -la marca llevaba 
volando por internet unos cuatro años- la plataforma 
dispone de su 24 propio centro de investigación para 
recolectar y analizar los datos de usuario. (…)
25 Aunque gran parte de estos análisis sirven de 
base para la mejora de servicios publicitarios a fin 
de hacer más 26 rentable de la red (ingresó 2 509 
millones de dólares en 2013), Facebook también 
ha utilizado sus datos para alimentar una 27 serie 
de estudios académicos sobre temas de relevancia 
social. “Facebook es una red muy emotiva. Es 
nuestra vida privada 28 la que exponemos ahí. 
Lógicamente, tiene un impacto en la forma en la que 
nos sentimos. Aunque sea legal [porque se 29 aceptan 
voluntariamente las condiciones de uso en el momento 
de ingresar], no ha sido muy ético”, señala al diario 
30 ABC Ismael El-Qudsi, responsable de la agencia 
Internet República, especializada en medios sociales. 
(…)
31 “Está claro que el valor de Facebook es ser capaz 
de manipular a la gente a su antojo. El modelo de 
negocio está 32 clarísimo. Me sorprende que la gente 
se sorprenda. Detrás de este experimento ha habido 
investigación académica. Son 33 experimentos que nos 
aporta mucha información sobre el comportamiento 
humano y las palancas que nos mueven. 34 Facebook, 
ahora, está en el punto de mira y le ha tocado, pero 
como socióloga no puedo verlo mal. Está poniendo a 
35 nuestra disposición una gran herramienta por la que 
no pagamos, encima es gratis, ¿y pensamos que no van 
a hacer nada?”, 36 manifiesta Silvia Leal, directora del 
departamento de Tecnología del Instituto de Empresa y 
asesora de la Comisión Europea.
37 (…).
http://www.abc.es/ tecnologia/redes/20140706/abci-facebook-experimento-psicologico-debate-
etico-moral-criticas-201407041443.html
Simulado | ENEM 3ª Série - 1° dia - Página 6
2020
QUESTÃO 04
A expressão que completa a lacuna no título do texto é
A cobayas humanas.
B personas unidas.
C pueblos virtuales.
D empresarios descontentos.
E usuarios éticos.
QUESTÃO 05
O Facebook faz a sondagem mais completa da história 
porque
A há muita manipulação nos dados individuais.
B as reações dos usuários são emocionalmente 
contagiantes.
C nunca é casual que haja tantas “curtidas” em 
determinados tópicos.
D as redes sociais se tornaram um negócio milionário 
no mundo inteiro.
E voluntariamente são informados inúmeros dados 
pessoais de todo tipo.
QUESTÃO 06
Há muito se sabe que a Bacia Bauru – depósito e rochas 
formadas por sedimentos localizados entre os estados 
de São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Paraná, Mato 
Grosso e Mato Grosso do Sul – foi habitada, há milhões 
de anos, por uma abundante fauna de crocodiliformes, 
um grupo de répteis em que estão inclusos os crocodilos, 
jacarés e seus parentes pré-históricos extintos. Entre as 
famílias que por lá viveram está Baurusuchidae, que, na 
região, engloba outras seis espécies de crocodiliformes 
exclusivamente terrestres e com grande capacidade de 
deslocamento, crânio alto e comprido lateralmente e com 
longos dentes serrilhados. Agora, em um artigo publicado 
na versão on-line da revista Cretaceous Research, um 
grupo de pesquisadores das universidades federais do 
Rio de Janeiro e do Triângulo Mineiro, em Minas Gerais, 
identificaram mais um membro dessa antiga família.
Disponível em: http://revistapesquisa.fapesp.br. Acesso em: 2 nov. 2013.
A circulação do conhecimento científico ocorre de diferentes 
maneiras. Por meio da leitura do trecho, identifica-se que o 
texto é um artigo de divulgação científica, pois, entre outras 
características,
A exige do leitor conhecimentos específicos acerca do 
tema explorado.
B destina-se a leitores vinculados a diferentes 
comunidades científicas.
C faz referência a artigos publicados em revistas 
científicas internacionais.
D trata de descobertas da ciência com linguagem 
acessível ao público em geral.
E aborda temas que receberam destaque em jornais e 
revistas não especializados.
QUESTÃO 07
Cientistas da Grã-Bretanha anunciaram ter 
identificado o primeiro gene humano relacionado com o 
desenvolvimento da linguagem, o FOXP2. A descoberta 
pode ajudar os pesquisadores a compreender os 
misteriosos mecanismos do discurso — que é uma 
característica exclusiva dos seres humanos. O gene 
pode indicar por que e como as pessoas aprendem 
a se comunicar e a se expressar e porque algumas 
crianças têm disfunções nessa área. Segundo o 
professor Anthony Monaco, do Centro Wellcome Trust 
de Genética Humana, de Oxford, além de ajudar a 
diagnosticar desordens de discurso, o estudo do gene 
vai possibilitar a descoberta de outros genes com 
imperfeições. Dessa forma, o prosseguimento das 
investigações pode levar a descobrir também esses 
genes associados e, assim, abrir uma possibilidade 
de curar todos os males relacionados à linguagem.
Disponível em: http://www.bbc.co.uk. Acesso em: 4 maio 2009 (adaptado).
Para convencer o leitor da veracidade das informações 
contidas no texto, o autor recorre à estratégia de
A citar autoridade especialista no assunto em questão.
B destacar os cientistas da Grã-Bretanha.
C apresentar citações de diferentes fontes de 
divulgação científica.
D detalhar os procedimentos efetuados durante o 
processo da pesquisa.
E elencar as possíveis consequências positivas que a 
descoberta vai trazer.
2020
Simulado | ENEM 3ª Série - 1º dia - Página 7
QUESTÃO 08
Considere as orações abaixo: 
1 Mariana está à espera de notícias desde que 
amanheceu.
2 Mariana mudaria para São Paulo desde que fosse 
aprovada no vestibular da USP.
Assinale o que for correto em relação às orações acima:
A Reescrevendo as orações sem prejudicar seu 
sentido, teríamos: 1- Mariana está à espera de 
notícias porque amanheceu. 2- Mariana mudaria 
para São Paulo, pois conseguiu um bom emprego.
B As duas orações, por apresentarem a mesma 
locução conjuntiva, têm a mesma classificação.
C A oração subordinada da oração 1 equivale a 
uma oração adjetiva, já que está modificando o 
substantivo “notícias” da oração principal.
D As orações subordinadas, respectivamente de 1 e 2, 
equivalem a um substantivo e a um adjunto adverbial.
E As duas orações subordinadas de 1 e 2, 
respectivamente, equivalem a adjuntos adverbiais, 
porém com valores semânticos diferentes.
Texto comum à questão 09
Crítica: ‘O crime do Cais do Valongo’ é literatura da 
melhor qualidade
Segundo romance de Eliana Alves Cruz reafirma 
autora como voz poderosa e contundente
1 O início de “O crime do Cais do Valongo”, 2 segundo 
romance de Eliana Alves Cruz, autora do 3 premiado 
“Água de barrela”, é um clássico das tramas 4 policiais. 
Nos tempos de Dom João VI, o corpo de um 5 próspero 
negociante da região do Valongo é achado 6 em uma ruela 
carioca. A partir daí, a história se 7 desenvolve, pistas vão 
sendo deixadas e a narrativa, 8 habilmente construída, 
circula naquela encruzilhada 9 entre a História e a ficção 
que pode nos fazer cair 10 na tentação de enquadrar o 
livro como um romance 11 histórico-policial. Acontece que 
“O crime do Cais do 12 Valongo” é muito mais do que isso.
13 Narrado a partir das vozes de dois personagens, 
14 o livreiro mestiço Nuno Alcântara Moutinho e a 15 
moçambicana escravizada Muana Lomué, o romance 16 
apresenta um relato poderoso, cheio de sutilezas. 17 É o 
cotidiano de um Rio marcado pelo horror da 18 escravidão 
e, ao mesmo tempo, pela potência da 19 cultura das 
ruas e da incessante reconstrução de 20 sociabilidades 
produzidas pelas descendentes de 21 africanas e africanos 
sequestrados do lado de lá do 22 Atlântico.
23 Há quem possa ver no romance influência do 24 
realismo fantástico. Parece-me limitado ler o livro a 25 
partir dessa referência. O que a autora fazé dominar 
26 com maestria os códigos de percepção de mundo 27 
dos subalternizados, entendendo a ancestralidade, 28 
o corpo mítico como modelador de condutas e os 29 
procedimentos de ligação entre o visível e o invisível, 
30 expressos em toda a sorte de mandingas, como 
31 componentes da sofisticada cosmogonia e dos 32 
modos de invenção da vida dos povos saídos das 33 
Áfricas. A tragédia da diáspora, afinal, também é um 34 
empreendimento inventivo de rara potência.
35 Outro mérito poderoso do livro reside na 36 
apresentação de uma África pouquíssimo vista nas 37 
nossas letras: aquela da parte oriental do continente. 
38 A unidade portuguesa já é uma ficção. Minhotos, 
39 trasmontanos, beirões, alentejanos, algarvios, 40 
estremenhos, ribatejanos, açorianos e madeirenses 41 — 
que normalmente não se encontrariam nem 42 em Portugal 
— aqui se encontram e redefinem 43 dinamicamente suas 
culturas, entre violências tantas 44 e afetos vários, no 
contato conflituoso e/ou negociado 45 com negros que 
não se viam como africanos, mas 46 como membros de 
sua aldeia: mandingas, bijagós, 47 fantes, achantis, gãs, 
jalofos, fons, guns, baribas, 48 gurúnsis, quetos, ondos, 
ijebus, oiós, ibadãs, benins, 49 hauçás ibos, ijós, calabaris, 
teques, bamuns, ijexás, 50 anzicos, congos, andongos, 
songos, pendes, lenjes, 51 ovimbundos, nupês, ovambos, 
macuas, mangajas, e 52 outros tantos.
53 Não se imagine, todavia, que o livro caia no 54 
didatismo rasteiro que prende a narrativa com âncoras 
55 pesadas. A história é fluente, extremamente bem 
56 contada, mescla figuras reais — como o Intendente 
57 Geral e a cantora lírica Joaquina Lapinha — com 58 
inventadas, mergulha nas notícias da “Gazeta do Rio 
59 de Janeiro” e transforma a cidade em personagem 60 
fundamental da trama.
61 A cidade cindida pela Pedra do Sal, que tentou 62 
afastar da Corte o horror do comércio negreiro feito 63 
pelas bandas do Valongo, é também a cidade cerzida 
64 por aqueles que tiveram a sua humanidade negada 65 
pela coisificação e o sequestro.
66 Um livro escrito por uma autora negra, com 67 
protagonistas negros e contado a partir dos saberes 68 
afro-cariocas, já seria importante em um país em que 
69 o mercado editorial reproduz nossa desigualdade 70 
gritante. Além disso, “O crime do Cais do Valongo” 71 é 
literatura da melhor qualidade e firma Eliana 72 Alves Cruz 
como uma voz poderosa e contundente 73 da literatura 
brasileira. Como diz em certo trecho a 74 protagonista 
Muana, “uma mulher do meu povoado 75 jamais poderia 
deixar seus antepassados de lado”. A 76 literatura de 
Eliana faz exatamente isso.
SIMAS, L.A. Crítica: ‘O crime do Cais do Valongo’ é literatura da melhor qualidade. O Globo, 
Rio de Janeiro, 2 jun. 2018. Disponível em: <https://oglobo.com/cultura/livros/critica-crime-do- 
-cais-do-valongo-literatura-da-melhor-qualidade-22739683>. 
Acesso em: 23 jul. 2018. Adaptado.
Simulado | ENEM 3ª Série - 1° dia - Página 8
2020
QUESTÃO 09
O cenário da narrativa de O crime do cais do Valongo 
é o Brasil da época do primeiro império, na vigência da 
escravatura. No percurso literário brasileiro, a estética 
literária que claramente levantou a voz contra essa 
prática foi o Romantismo.
O seguinte trecho de um poema romântico aborda esse 
tema:
A “Meu canto de morte, 
Guerreiros, ouvi: 
Sou filho das selvas, 
Nas selvas cresci; 
Guerreiros, descendo 
da tribo tupi.” (Gonçalves Dias)
B “Oh! ter vinte anos sem gozar de leve 
A ventura de uma alma de donzela!” (Álvares de 
Azevedo)
C “Ontem plena liberdade, 
A vontade por poder… 
Hoje...cúm’lo de maldade, 
Nem são livres p’ra morrer…” (Castro Alves)
D “Oh! que saudades que eu tenho 
Da aurora da minha vida, 
Da minha infância querida 
Que os anos não trazem mais!” (Casimiro de Abreu)
E “Stava aberta a janela. Um cheiro agreste 
Exalavam as silvas da campina... 
E ao longe, num pedaço do horizonte 
Via-se a noite plácida e divina.” (Castro Alves)
QUESTÃO 10
As comunicações que partem dos órgãos públicos 
federais devem ser compreendidas por todo e qualquer 
cidadão brasileiro. Para atingir esse objetivo, há que 
evitar o uso de uma linguagem restrita a determinados 
grupos. Não há dúvida de que um texto marcado por 
expressões de circulação restrita, como a gíria, os 
regionalismos vocabulares ou o jargão técnico, tem 
sua compreensão dificultada. (Manual de Redação da 
Presidência da República)
Sobre o trecho transcrito acima é correto afirmar que
A “...que partem dos órgãos públicos federais...” a 
oração iniciada por conjunto integrante equivale a 
um adjetivo / adjunto adnominal.
B “...que evitar o uso de uma linguagem restrita 
a determinados grupos.” A oração iniciada por 
pronome relativo equivale a um advérbio / adjunto 
adverbial.
C “... que um texto marcado por expressões de 
circulação restrita...” A oração iniciada por pronome 
relativo equivale a um substantivo / objetivo indireto.
D “... que um texto marcado por expressões de circulação 
restrita...” A oração iniciada por conjunção integrante 
equivale a um substantivo / complemento nominal.
E “Para atingir esse objetivo,...” A oração é desenvolvida 
e de natureza adjetiva.
QUESTÃO 11
 “O presidente do Fed de Richmond, Jeffrey Lacker, 
afirmou ontem que a inflação será o fator essencial 
para determinar quão agressivamente o banco central 
americano aumentará os juros nos anos que virão.”
VALOR ECONÔMICO, 08 de janeiro de 2016
 A sequência de orações subordinadas do excerto acima 
iniciadas pelo que é, respetivamente:
A Subordinada substantiva – subordinada adjetiva
B Subordinada adjetiva – subordinada substantiva
C Subordinada substantiva – subordinada substantiva
D Subordinada adverbial – subordinada substantiva
E Subordinada adjetiva – subordinada adjetiva
QUESTÃO 12
Se na década de 40 amadureceu a tradição literária 
nacionalista, nos anos que se lhe seguiram, ditos 
da “segunda geração romântica”, a poesia brasileira 
percorrerá os meandros do extremo subjetivismo, à 
Byron e à Musset. Alguns poetas adolescentes, mortos 
antes de tocarem a plena juventude, darão exemplo de 
toda uma temática emotiva de amor e morte, dúvida e 
ironia, entusiasmo e tédio.
Alfredo Bosi, História concisa da Literatura Brasileira
As considerações de Alfredo Bosi são corretamente 
exemplificadas com os versos:
A Deus! ó Deus! onde estás que não respondes? / Em 
que mundo, em que estrela tu te escondes / embuçado 
nos céus? / Há mais de dois mil anos te mandei meu 
grito, / Que embalde, desde então, corre o infinito... / 
Onde estás, Senhor meu Deus?... (Castro Alves)
B Eras na vida a pomba predileta / Que sobre um mar 
de angústias conduzia / O ramo da esperança. – Eras 
a estrela / Que entre as névoas do inverno cintilava / 
Apontando o caminho ao pegureiro. (Fagundes Varela)
C Oh! que saudades que tenho / Da aurora da minha 
vida, / Da minha infância querida / Que os anos não 
trazem mais! / Que amor, que sonhos, que flores, / 
Naquelas tardes fagueiras / À sombra das bananeiras, 
/ Debaixo dos laranjais! (Casimiro de Abreu)
D Eu deixo a vida como deixa o tédio / Do deserto o 
poento caminheiro / – Como as horas de um longo 
pesadelo / Que se desfaz ao dobre de um sineiro. 
(Álvares de Azevedo)
E Ó Guerreiros da Taba sagrada, / Ó Guerreiros da 
Tribo Tupi / Falam Deuses nos cantos do Piaga, / Ó 
Guerreiros, meu canto ouvi. (Gonçalves Dias)
2020
Simulado | ENEM 3ª Série - 1º dia - Página 9
QUESTÃO 13
Texto I
Se eu tenho de morrer na flor dos anos,
Meu Deus! não seja já;
Eu quero ouvir na laranjeira, à tarde,
 Cantar o sabiá!
Meu Deus, eu sinto e bem vês que eu morro
 Respirando esse ar;
Faz que eu viva, Senhor! dá-me de novo
 Os gozos do meu lar!
Dá-me os sítios gentis onde eu brincava
 Lá na quadra infantil;
Dá que eu veja uma vez o céu da pátria,
 O céu de meu Brasil!
Se eu tenho de morrer na flor dos anos,
Meu Deus! Não seja já!
Eu quero ouvircantar na laranjeira, à tarde,
 Cantar o sabiá!
ABREU, C. Poetas românticos brasileiros. São Paulo: Scipione, 1993.
Texto II
A ideologia romântica, argamassada ao longo do 
século XVIII e primeira metade do século XIX, introduziu-
se em 1836. Durante quatro decênios, imperaram o 
“eu”, a anarquia, o liberalismo, o sentimentalismo, o 
nacionalismo, através da poesia, do romance, do teatro 
e do jornalismo (que fazia sua aparição nessa época).
MOISÉS, M. A literatura brasileira através dos textos. São Paulo: Cultrix, 1971 (fragmento).
De acordo com as considerações de Massaud Moisés 
no Texto II, o Texto I centra-se
A no imperativo do “eu”, reforçando a ideia de que 
estar longe do Brasil é uma forma de estar bem, já 
que o país sufoca o eu lírico.
B no nacionalismo, reforçado pela distância da pátria e 
pelo saudosismo em relação à paisagem agradável 
onde o eu lírico vivera a infância.
C na liberdade formal, que se manifesta na opção por 
versos sem métrica rigorosa e temática voltada para 
o nacionalismo.
D no fazer anárquico, entendida a poesia como 
negação do passado e da vida, seja pelas opções 
formais, seja pelos temas.
E no sentimentalismo, por meio do qual se reforça a 
alegria presente em oposição à infância, marcada 
pela tristeza.
Texto comum à questão 14 
Linguagem de computador
Como funciona o código de barras?
Alexandre Nogueira, Maceió, AL
Também chamado de código UPC, Universal Product 
Code, Código Universal de Produtos, as barras nada 
mais são do que representações gráficas do código 
binário utilizado pelos computadores (0 e 1). Cada barra 
escura equivale a 1 e cada barra clara equivale a 0. Uma 
barra escura mais grossa que as outras é, na verdade, 
a somatória de várias barras escuras, umas ao lado das 
outras; o mesmo vale para as barras claras.
Sim, parece difícil de entender, afinal, é uma operação 
que envolve muitas contas, mas a intenção é simples: 
rastrear os passos de uma mercadoria e permitir ao 
proprietário ter mais controle do que tem e do que vende 
em uma loja.
Apesar da tecnologia ter sido desenvolvida na década 
de 50, somente após sua padronização, nos anos 70, 
empresas americanas e europeias começaram a utilizá-la 
em larga escala. Funciona assim: cada produto recebe uma 
numeração exclusiva internacionalmente reconhecida 
como GTIN, Número Global de Item Comercial (Global 
Trade Item Number), que será a chave de acesso para 
identificação do produto e suas características que devem 
estar armazenadas nos bancos de dados das empresas. 
É como se fosse um RG internacional da mercadoria 
e que pode ser representada por um ou mais tipos de 
código de barras. [...]
Para decodificar a sequência de barras claras e 
escuras, os scanners (como aqueles que encontramos 
nos caixas dos supermercados) emitem sinais luminosos 
ou raios laser que são projetados no código, refletindo 
seu desenho e possibilitando sua identificação. [...]
GALILEU, São Paulo, set. 2004, p. 84.
QUESTÃO 14
 “Linguagem de computador” é um texto de divulgação, 
que se constitui a partir da intersecção de dois tipos 
discursivos, o científico e o jornalístico. Para tornar 
interessante e acessível ao grande público o assunto 
“funcionamento do código de barras”, Alexandre Nogueira 
utilizou como estratégia a
A apresentação das motivações políticas para a 
implantação do GTIN.
B caracterização da linguagem computacional 
recorrendo ao emprego de estrangeirismos.
C descrição das representações gráficas do código de 
barras via oposição entre formato e cor.
D explicação do funcionamento do código de barras 
seguindo as regras da linguagem de propaganda.
E simulação de um diálogo com o leitor a partir do uso 
de perguntas e respostas retóricas.
Simulado | ENEM 3ª Série - 1° dia - Página 10
2020
Texto comum à questão 15
Drogas e mortes
As taxas de homicídios dolosos e de mortes de 
trânsito no Brasil, é notório, situam o país entre os mais 
violentos do planeta. No ano passado, registraram-se 
quase 56 mil assassinatos intencionais, ou 27 por 100 
mil habitantes. Em 2016, pelo dado mais recente, 38 
mil vidas foram ceifadas em ruas e estradas nacionais, 
cerca de 19 por 100 mil.
Diante dessa carnificina cotidiana, deve-se exigir das 
autoridades nada menos que a busca de estratégias 
mais efetivas para a prevenção desses óbitos. Países 
desenvolvidos, já há algumas décadas, passaram a 
adotar com sucesso políticas públicas ancoradas em 
evidências empíricas. Nem sempre é o que ocorre por 
aqui, no entanto.
Tome-se o exemplo da associação entre a ingestão de 
álcool e o aumento da violência interpessoal (homicídios 
e agressões) e dos acidentes de trânsito. Embora a 
relação esteja bem estabelecida na literatura da área, 
praticamente inexistem no país dados sobre o consumo 
da substância pelas vítimas.
Estudo recente conduzido por pesquisadores da 
Faculdade de Medicina da USP e noticiado por esta Folha 
jogou luz sobre tal questão na cidade de São Paulo.
Os pesquisadores analisaram amostras de sangue de 
365 vítimas de crimes violentos. Constatou-se que, em 
55% dos casos, havia traços de álcool ou outras drogas.
Também entre as vítimas de acidentes de trânsito 
analisadas no trabalho, chama a atenção o alto 
percentual de casos (43%) que mostraram resquícios 
de álcool no sangue.
Embora o país conte há uma década com severa 
legislação sobre o tema, a taxa indica que o diploma 
deveria ser mais efetivo em seu propósito. Leis como 
essa não devem ter a meta de apreender transgressores, 
mas de criar a percepção de que aqueles que a 
infringirem serão pegos e punidos.
O estudo deveria servir de exemplo para que o país 
invista na geração contínua de dados como esses. 
Assim será possível identificar as causas dos problemas, 
avaliar a efetividade das políticas públicas adotadas e 
orientar a formulação de novas estratégias.
Editorial. Folha de S.Paulo, 20.10.2018. Adaptado
QUESTÃO 15
Um dos recursos utilizados no editorial para 
convencimento do público em relação ao tema tratado é 
o emprego dos dados estatísticos. Outra estratégia é o 
uso de linguagem figurada que acentua a problemática, 
como na passagem:
A Tome-se o exemplo da associação entre a ingestão 
de álcool e o aumento da violência interpessoal 
(homicídios e agressões) e dos acidentes de trânsito. 
(3º parágrafo)
B As taxas de homicídios dolosos e de mortes de 
trânsito no Brasil, é notório, situam o país entre os 
mais violentos do planeta. (1º parágrafo)
C Os pesquisadores analisaram amostras de sangue 
de 365 vítimas de crimes violentos. Constatou-se 
que, em 55% dos casos, havia traços de álcool ou 
outras drogas. (5º parágrafo)
D Diante dessa carnificina cotidiana, deve-se exigir 
das autoridades nada menos que a busca de 
estratégias mais efetivas para a prevenção desses 
óbitos. (2º parágrafo)
E Estudo recente conduzido por pesquisadores da 
Faculdade de Medicina da USP e noticiado por esta 
Folha jogou luz sobre tal questão na cidade de São 
Paulo. (4º parágrafo)
QUESTÃO 16
O trecho a seguir é parte do poema “Mocidade e 
morte”, do poeta romântico Castro Alves:
Oh! eu quero viver, beber perfumes
Na flor silvestre, que embalsama os ares;
Ver minh’alma adejar pelo infinito,
Qual branca vela n’amplidão dos mares.
No seio da mulher há tanto aroma...
Nos seus beijos de fogo há tanta vida...
–– Árabe errante, vou dormir à tarde
À sombra fresca da palmeira erguida.
Mas uma voz responde-me sombria:
Terás o sono sob a lájea fria.
ALVES, Castro. Os melhores poemas de Castro Alves. Seleção de Lêdo Ivo. 
 São Paulo: Global, 1983.
Esse poema, como o próprio título sugere, aborda 
o inconformismo do poeta com a antevisão da morte 
prematura, ainda na juventude.
A imagem da morte aparece na palavra
A embalsama.
B infinito.
C amplidão.
D dormir.
E sono.
2020
Simulado | ENEM 3ª Série - 1º dia - Página 11
QUESTÃO 17
Ao abrirmos o nosso olhar para a percepção e 
compreensão de tudo que nos rodeia, assumindo uma 
postura mais altruísta e generosa, entendemosque o 
fato de nossas vontades não prevalecerem não quer 
dizer que o mundo está contra nós. Porque realmente 
não está. Mas as situações que nos desagradam devem 
servir de aprendizado para que passemos a lidar com 
as pequenas frustações com mais leveza, encarando-
as como parte do nosso processo de crescimento e 
amadurecimento. E não como um complô ou uma 
armadilha do tempo. É importante dizer que todo esse 
processo de ação e reação está diretamente ligado a nos 
conhecermos melhor. Somente quando isso acontece e 
reconhecemos nossos maiores medos e algumas de 
nossas frustações, somos capazes de identificar o que 
nos tira do sério. 
O importante, mesmo diante desses obstáculos, é que 
nunca deixemos de nos fazer questionamentos simples 
como: “Onde foi parar o meu bom humor?” “Onde foi 
que perdi a capacidade de rir da vida?” Ou: “Por que me 
irritar com isso que é passageiro?” 
GOMES, Débora. Espalhe bom humor. Vida simples. São Paulo: Abril, e. 187, 2017, p. 18-19. 
Considerando-se o gênero discursivo do texto, é correto 
afirmar que se trata de 
A uma crônica dissertativa, caracterizada como uma 
narrativa curta sobre um acontecimento cotidiano, 
escrita na primeira pessoa e apresentando uma 
opinião explícita por meio de uma argumentação 
consistente. 
B um editorial, por ter caráter mais opinativo que 
informativo, escrito de forma impessoal, mas sem 
obrigação de ser indiferente ou neutro em relação 
aos itens que aborda, estabelecendo interlocução 
com o leitor a fim de produzir as chamadas 
afirmações de efeito. 
C uma resenha crítica, em que o locutor, de maneira 
breve e imparcial, avalia uma situação, fazendo, 
inclusive, uma descrição dos fatos, com a finalidade 
de informar o leitor. 
D uma notícia, pois tem como objetivo principal 
comunicar uma determinada ocorrência à sociedade, 
geralmente de interesse público e transmitida por 
meio de uma linguagem simples e precisa.
E um artigo de opinião, em que a voz autoral expõe seu 
ponto de vista sobre um assunto, de forma subjetiva, 
usando marcas linguísticas predominantes no 
presente e apoiando-se em argumentos sustentados 
por fatos e ideias coerentes e articulados entre si, 
com a intenção de convencer os seus interlocutores.
QUESTÃO 18
O Brasil será, em poucas décadas, um dos países com 
maior número de idosos do mundo, e precisa correr para 
poder atendê-los no que eles têm de melhor e mais saudável: 
o desejo de viver com independência e autonomia. […] O 
mantra da velhice no século XXI é “envelhecer no lugar”, o 
que os americanos chamam de aging in place. O conceito 
que guia novas políticas e negócios voltados para os 
longevos tem como principal objetivo fazer com que as 
pessoas consigam permanecer em casa o maior tempo 
possível, sem que, para isso, precisem de um familiar por 
perto. Não se trata de apologia da solidão, mas de encarar 
um dado da realidade contemporânea: as residências 
não abrigam mais três gerações sob o mesmo teto e boa 
parte dos idosos de hoje prefere, de fato, morar sozinha, 
mantendo-se dona do próprio nariz.
Disponível em: <http://veja.abril.com.br/brasillenvelhecer-no-seculo-xxi/>, 18 mar. 2016. 
Adaptado. Acesso em: 10 ago. 17.
A conjunção em destaque na frase “Não se trata de 
apologia da solidão, mas de encarar um dado da realidade 
contemporânea: …” possui a função semântica de
A retificação.
B compensação.
C complementação. 
D separação. 
E acréscimo.
QUESTÃO 19
Sinopse - O Rei Leão
O Rei Leão, da Disney, dirigido por Jon Favreau, 
retrata uma jornada pela savana africana, onde nasce 
o futuro rei da Pedra do Reino, Simba. O pequeno leão 
que idolatra seu pai, o rei Mufasa, é fiel ao seu destino 
de assumir o reinado. Mas nem todos no reino pensam 
da mesma maneira. Scar, irmão de Mufasa e ex-herdeiro 
do trono, tem seus próprios planos. A batalha pela Pedra 
do Reino é repleta de traição, eventos trágicos e drama, 
o que acaba resultando no exílio de Simba. Com a ajuda 
de dois novos e inusitados amigos, Simba terá que 
crescer e voltar para recuperar o que é seu por direito.
Disponível em: https://www.cinepolis.com.br/filme/9848-o-rei-leao.html. Acesso em: 02 set5 2019
No período Mas nem todos no reino pensam da mesma 
maneira a palavra sublinhada expressa, em relação ao 
período anterior, a ideia de
A causa.
B consequência.
C explicação.
D justificativa.
E oposição.
Simulado | ENEM 3ª Série - 1° dia - Página 12
2020
Texto comum à questão 20
O Princípio da Universalidade na Medicina
A Medicina é uma profissão a serviço da saúde do ser
humano e da coletividade e será exercida sem
discriminação de nenhuma natureza.
1 Houve tempo no qual a medicina se devotava ou se 2 
restringia a determinadas classes ou grupos da 3 sociedade.
4 Na antiga medicina hindu, representada 5 pelo 
ayurveda, o médico estava acima de tudo em busca 
6 de sua evolução pessoal. Para promover sua ascese, 
7 dentro do sistema de castas da antiguidade oriental, 
8 deveria o médico evitar o contato com a classe dos 
párias 9 ou Shudras. Posteriormente, com o budismo, 
o médico 10 tornou-se apto a entrar em contato próximo 
com todas 11 as classes e castas.
12 No século XX, em modelos repletos de crueldade, 
13 outros exemplos de acepção entre pessoas foram 
14 observados na medicina nazista e na comunista. 
Os 15 nazistas comprometiam-se com determinada 
raça, 16 embora o próprio conceito de raça tenha sido 
questionado 17 por alguns à época. Já os comunistas, no 
próprio 18 juramento, colocam a revolução acima da vida 
humana, 19 priorizando a classe que o regime totalitário 
priorizava.
20 A concepção atual de nossa civilização acerca do 
21 que é a boa medicina tem suas raízes na antiquíssima 
22 tradição hipocrática e em seu desenvolvimento ao 
longo 23 dos séculos, passando pela concepção cristã.
24 No Juramento Hipocrático, o médico se 25 comprometia 
a tratar com dignidade igual pessoas de 26 ambos os 
sexos, livres ou escravos, uma vez que 27 adentrava o lar 
alheio para exercer sua profissão:
28 [...] em quantas casas eu entrar, entrarei para 29 benefício 
dos que sofrem, evitando toda injustiça 30 voluntária e outra 
forma de corrupção, e também atos 31 libidinosos no corpo 
de mulheres e homens, livres ou 32 escravos.
33 Com o advento do cristianismo, as características 34 da 
fé emergente reforçaram a ideia de igual dignidade 35 entre 
humanos, dando alcance universal às tradições 36 judaicas 
e acatando os ideais essenciais da medicina 37 hipocrática.
38 Hoje, quando falamos de Direitos Humanos 
39 Universais, é inegável que a raíz da dignidade comum 
40 do ser humano está ligada à antiga percepção 
de que 41 no ser humano há algo de divino e de 
transcendental, 42 seja da escola pitagórica — segundo 
alguns, precursora 43 religiosa do hipocratismo médico 
—, seja do judaísmo, 44 ao anunciar que o homem foi 
feito à imagem e 45 semelhança do próprio Deus.
46 Essa concepção de dignidade universal do ser 
47 humano alia-se à percepção de que cada vida 
humana é 48 especial per se, repetida na concepção 
kantiana de que 49 cada ser humano deve ser tratado 
como um fim em si 50 mesmo.
51 Diante de tal nobre e elevada concepção do ser 
52 humano, a ideia mais perigosa que hoje ameaça 
a 53 medicina é a de que seres humanos nada têm de 
54 especial.
55 Diante dessa tradição de respeito ao valor e à 
56 dignidade da vida humana, podemos interpretar 
melhor 57 esse que é o primeiro princípio do Código 
de Ética 58 Médica, assim como podemos apreender 
as implicações 59 do Código como um todo quando se 
dedica o ato médico 60 ao ser humano e à coletividade 
sem discriminação de 61 nenhuma natureza.
62 Quanto à definição de saúde propalada pela 
63 Organização Mundial da Saúde — talvez a mais 
citada e 64 acatada —, guarda forte elemento de 
utopia, sem dúvida, 65 mas tem seu mérito ao lembrar 
que a saúde está ligada 66 às partes física, mental 
e social do ser humano. Carece 67 de precisão ao 
utilizar o termo “completo bem-estar” e 68 mostra-se 
incompletaao não incluir diretamente o 69 aspecto 
espiritual ou transcendente do ser humano. 70 Porém, 
é difícil imaginar definição incontestável de saúde. 
71 Daí a importância em estabelecer princípios de ação 
72 geral e fundamentá-los na experiência comum de 
nossa 73 civilização, incluindo suas raízes religiosas 
ou seculares 74 e seu desenvolvimento ao longo dos 
séculos. Nesse 75 panorama imenso, os assustadores 
exemplos da 76 subversão de tais ideais nos mostram as 
consequências 77 de esquecer a vocação universalista 
da medicina e o 78 local especial ocupado pelo ser 
humano na prática 79 médica.
ANGOTTI NETO, Hélio. O princípio da universalidade na medicina. Disponível em: https://
academiamedica.com.br/author/helioangotti/>. Acesso em: 26 out. 2016.
QUESTÃO 20
No tocante aos aspectos discursivos em que o texto 
está baseado, é correto afirmar.
A Estrutura-se como uma reportagem por ter a 
finalidade de proporcionar ao leitor uma gama maior 
de dados que permitam vislumbrar a medicina e 
seus princípios com maior profundidade.
B Configura-se como um artigo científico pelo fato de 
as informações remeterem ao universo específico 
da ciência médica e, também, ao predomínio do 
jargão médico.
C É um editorial, posto que discorre sobre um tema 
de interesse público, revelando a posição de 
uma corrente defendida pelo autor em torno do 
universalismo da medicina.
D Trata-se de uma crônica argumentativa, pois 
apresenta, subjetivamente, uma opinião do autor 
sobre um assunto do cotidiano médico: os princípios 
éticos da profissão.
E Constitui-se um artigo de opinião, devido à 
defesa feita de um ponto de vista pessoal, acerca 
dos princípios que devem nortear a medicina, 
fundamentando-o em argumentação consistente.
2020
Simulado | ENEM 3ª Série - 1º dia - Página 13
QUESTÃO 21
Segundo Antonio Candido:
Gonçalves Dias é um grande poeta, em parte 
por encontrar na poesia o veículo natural para a 
sensação de deslumbramento ante o Novo Mundo 
[...]. O seu verso, incorporando o detalhe pitoresco 
da vida americana ao ângulo romântico e europeu de 
visão, criou (verdadeiramente criou) uma convenção 
poética nova. Esse cocktail de medievismo, idealismo 
e etnografia fantasiada nos aparece como construção 
lírica e heroica, de que resulta uma composição nova 
para sentirmos os velhos temas da poesia ocidental. 
Formação da literatura brasileira. Rio de Janeiro: Itatiaia. (8. ed.) vol. 2, 1975, p. 73.
Considerando o trecho citado e a leitura integral do livro 
Últimos Cantos, de Gonçalves Dias, a alternativa correta 
é:
A A representação dos povos indígenas descreve as 
tradições coletivas dessas comunidades, mas pode, 
por vezes, apresentar os sentimentos individuais e 
particulares de alguns de seus membros. 
B Gonçalves Dias demonstra em sua poesia americana 
o interesse de se distanciar da tradição indianista, 
apresentando temas universais, nos quais o gosto 
pelo exótico e pela tematização do nacional não 
deveria predominar. 
C A tematização da miscigenação entre índios e 
brancos é considerada prejudicial, uma vez que 
apagaria os traços próprios da cultura indígena que 
deveriam ser preservados. 
D O emprego exclusivo de poemas narrativos longos 
demonstra que o livro pretende ser uma epopeia que 
cultua os valores heroicos e descarta a expressão 
lírica amorosa. 
E A diversidade de temas e de modelos formais se 
contrapõe ao emprego da mesma medida métrica 
em todos os poemas.
QUESTÃO 22
Faça a leitura do poema, Adormecida, de Castro 
Alves.
[...]
Uma noite, eu me lembro... Ela dormia
Numa rede encostada molemente...
Quase aberto o roupão... solto o cabelo
E o pé descalço do tapete rente.
‘Stava aberta a janela. Um cheiro agreste
Exalavam as silvas da campina...
E ao longe, num pedaço do horizonte,
Via-se a noite plácida e divina.
De um jasmineiro os galhos encurvados,
Indiscretos entravam pela sala,
E de leve oscilando ao tom das auras,
Iam na face trêmulos — beijá-la.
Era um quadro celeste!... A cada afago
Mesmo em sonhos a moça estremecia...
Quando ela serenava... a flor beijava-a...
Quando ela ia beijar-lhe... a flor fugia...
Dir-se-ia que naquele doce instante
Brincavam duas cândidas crianças...
A brisa, que agitava as folhas verdes,
Fazia-lhe ondear as negras tranças!
E o ramo ora chegava ora afastava-se...
Mas quando a via despeitada a meio,
P’ra não zangá-la... sacudia alegre
Uma chuva de pétalas no seio...
Eu, fitando esta cena, repetia,
Naquela noite lânguida e sentida:
“Ó flor! — tu és a virgem das campinas!”
“Virgem! — tu és a flor de minha vida!...”
ALVES, Castro. Espumas flutuantes. 3 ed. São Paulo: Ateliê Editorial, 1998, pp. 138-139. 
[Clássicos para o Vestibular].
Sobre esse poema de Castro Alves é correto afirmar 
que ele se difere de outros poemas românticos porque a 
figura da amada se apresenta como
A uma sombra envolta em névoa.
B um ser distante e inatingível.
C um objeto de desejo tangível e realizável.
D um demônio sombrio e sedutor.
E um ser sagrado.
Simulado | ENEM 3ª Série - 1° dia - Página 14
2020
QUESTÃO 23
Na memorável regência da princesa Isabel, sua 
caneta de ouro assinalou fatos marcantes na história 
do país, como é do conhecimento geral. Um episódio, 
porém, viria a criar um certo embaraço ao uso de tão 
celebrado instrumento: é que a Câmara Municipal 
resolvera criar uns novos “mijadouros públicos”, 
palavras consideradas impróprias para figurar em 
documento a ser levado ao conhecimento público 
subscrito por sua alteza imperial. 
Seria, porém, um contrassenso privar a população dessa 
comodidade e a cidade desse valioso equipamento por 
um problema de lexicografia. Criou-se, então, um novo 
vocábulo, como vai registrado no Dicionário etimológico 
da língua portuguesa, de Antenor Nascentes: “Mictório. 
Neologismo criado quando a princesa imperial regente, 
D. Isabel, teve de sancionar uma postura da Ilustríssima 
Câmara Municipal acerca de mijadouros públicos. 
Figueiredo tira do lat. mictoriu, que aliás é um adjetivo com 
o sentido de diurético”.
Benedito Lima de Toledo, O Estado de São Paulo
No trecho palavras consideradas impróprias para 
figurar em documento a ser levado ao conhecimento 
público subscrito por sua alteza imperial, as expressões 
destacadas
A expressam ações contínuas, uma vez que 
correspondem a gerúndios.
B são formas nominais de verbos e, no texto, qualificam 
substantivos.
C têm valor apenas verbal e são independentes dos 
substantivos próximos.
D qualificam os substantivos imediatamente anteriores: 
palavras e conhecimento.
E omitem a desinência de gênero, por serem 
empregadas como verbos.
QUESTÃO 24
Durante a Copa do Mundo deste ano, foi veiculada, em 
programa esportivo de uma emissora de TV, a notícia 
de que um apostador inglês acertou o resultado de uma 
partida, porque seguiu os prognósticos de seu burro de 
estimação. Um dos comentaristas fez, então, a seguinte 
observação: “Já vi muito comentarista burro, mas burro 
comentarista é a primeira vez.” Percebe-se que a classe 
gramatical das palavras se altera em função da ordem 
que elas assumem na expressão.
Assinale a alternativa em que isso NÃO ocorre
A obra grandiosa
B jovem estudante
C brasileiro trabalhador
D velho chinês
E fanático religioso
QUESTÃO 25
Na oração Certos pais não chegam jamais a ser pais 
certos, os termos sublinhados são, respectivamente:
A adjetivo posposto / adjetivo anteposto.
B adjetivo / pronome.
C pronome substantivo / pronome adjetivo.
D pronome adjetivo / adjetivo.
E pronome adjetivo / pronome indefinido.
QUESTÃO 26
Canção do Exílio
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.
Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.
Em cismar, sozinho, à noite,
Mais prazer eu encontro lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
DIAS, Gonçalves. Poesia. Coleção Nossos Clássicos.São Paulo: Agir, 1969, p. 10.
Canção do Exílio é um dos mais conhecidos poemasbrasileiros do século XIX. As imagens de natureza nele 
presentes são expressão de
A peculiaridades do sujeito brasileiro.
B formulação literária do nacionalismo.
C exaltação do subjetivismo romântico.
D crítica às agressões sofridas pelo meio ambiente 
brasileiro.
E elementos representativos de valores da literatura 
europeia.
2020
Simulado | ENEM 3ª Série - 1º dia - Página 15
QUESTÃO 27
O Brasil é sertanejo
Que tipo de música simboliza o Brasil? Eis uma 
questão discutida há muito tempo, que desperta opiniões 
extremadas. Há fundamentalistas que desejam impor ao 
público um tipo de som nascido das raízes socioculturais 
do país. O samba. Outros, igualmente nacionalistas, 
desprezam tudo aquilo que não tem estilo. Sonham com 
o império da MPB de Chico Buarque e Caetano Veloso. 
Um terceiro grupo, formado por gente mais jovem, escuta 
e cultiva apenas a música internacional, em todas as 
vertentes. E mais ou menos ignora o resto.
A realidade dos hábitos musicais do brasileiro agora 
está claro, nada tem a ver com esses estereótipos. O 
gênero que encanta mais da metade do país é o sertanejo, 
seguido de longe pela MPB e pelo pagode. Outros gêneros 
em ascensão, sobretudo entre as classes C, D e E, são o 
funk e o religioso, em especial o gospel. Rock e música 
eletrônica são músicas de minoria.
É o que demonstra uma pesquisa pioneira feita entre 
agosto de 2012 e agosto de 2013 pelo Instituto Brasileiro 
de Opinião Pública e Estatística (Ibope). A pesquisa Tribos 
musicais – o comportamento dos ouvintes de rádio sob 
uma nova ótica faz um retrato do ouvinte brasileiro e traz 
algumas novidades. Para quem pensava que a MPB e o 
samba ainda resistiam como baluartes da nacionalidade, 
uma má notícia: os dois gêneros foram superados em 
popularidade. O Brasil moderno não tem mais o perfil 
sonoro dos anos 1970, que muitos gostariam que se 
eternizasse. A cara musical do país agora é outra.
GIRON, L. A. Época, n. 805, out. 2013 (fragmento).
O texto objetiva convencer o leitor de que a configuração 
da preferência musical dos brasileiros não é mais a mesma 
da dos anos 1970. A estratégia de argumentação para 
comprovar essa posição baseia-se no(a)
A caracterização das opiniões relativas a determinados 
gêneros, considerados os mais representativos da 
brasilidade, como meros estereótipos.
B uso de estrangeirismos, como rock, funk e gospel, 
para compor um estilo próximo ao leitor, em sintonia 
com o ataque aos nacionalistas.
C ironia com relação ao apego a opiniões superadas, 
tomadas como expressão de conservadorismo e 
anacronismo, com o uso das designações “império” 
e “baluarte”.
D contraposição a impressões fundadas em elitismo e 
preconceito, com a alusão a artistas de renome para 
melhor demonstrar a consolidação da mudança do 
gosto musical popular.
E apresentação dos resultados de uma pesquisa que 
retrata o quadro atual da preferência popular relativa 
à música brasileira.
Texto comum à questão 28
“O certo é falar assim porque se escreve assim”.
Diante de uma placa escrita TEATRO, é provável que um 
pernambucano, lendo em voz alta, diga TÉ-atru, que um 
carioca diga TCHI-atru, que um paulistano diga TÊ-atru. 
E agora? Quem está certo? Ora, todos estão igualmente 
certos. O que acontece é que em toda comunidade 
linguística do mundo existe um fenômeno chamado 
variação, isto é, nenhuma língua é falada do mesmo jeito 
em todos os lugares, assim como nem todas as pessoas 
falam a própria língua de modo idêntico o tempo todo.
Infelizmente, existe uma tendência (mais um preconceito!) 
muito forte no ensino da língua de querer obrigar o aluno 
a pronunciar “do jeito que se escreve”. Como se essa 
fosse a única maneira “certa” de falar português. (Imagine 
se alguém fosse falar inglês ou francês do jeito que se 
escreve!) Muitas gramáticas e livros didáticos chegam 
ao cúmulo de aconselhar a professora a “corrigir” quem 
fala muleque, bêju, minino, bisôro, como se isso pudesse 
anular o fenômeno da variação tão natural e inevitável 
na vida das línguas. Essa supervalorização da língua 
escrita combinada com o desprezo da língua falada é um 
preconceito que data de antes de Cristo!
É claro que é preciso ensinar a escrever de acordo com 
a ortografia oficial, mas não se pode fazer isso tentando 
criar uma língua falada “artificial”, e reprovando como 
“erradas” as pronúncias que são resultado da história 
social e cultural das pessoas que falam a língua em cada 
canto do Brasil. Seria mais justo e democrático explicar 
ao aluno que ele pode dizer “bulacha” ou “bolacha”, mas 
que só pode escrever BOLACHA, porque é necessária 
uma ortografia única para toda a língua, para que todos 
possam ler e compreender o que está escrito.
Marcos Bagno. Preconceito linguístico. São Paulo: Parábola, 2015. p. 79-80.
QUESTÃO 28
Observe o seguinte trecho: “É claro que é preciso 
ensinar a escrever de acordo com a ortografia oficial, mas 
não se pode fazer isso tentando criar uma língua artificial”. 
O entendimento coeso e coerente do que está afirmado 
nesse trecho depende, sobretudo, da identificação
A do complemento sintático-semântico do verbo 
‘escrever’.
B da distinção entre pronome pessoal e pronome 
indefinido.
C do sentido da expressão “é claro”, embora seja uma 
expressão corriqueira.
D da função coesiva desempenhada pela expressão 
‘de acordo com’.
E do que está anteriormente referido pelo pronome ‘isso’.
Simulado | ENEM 3ª Série - 1° dia - Página 16
2020
QUESTÃO 29
O Twitter é uma das redes sociais mais importantes no 
Brasil e no mundo. (...) Um estudo identificou que as fake 
news são 70% mais propensas a serem retweetadas do 
que fatos verdadeiros. (...) Outra conclusão importante 
do trabalho diz respeito aos famosos bots: ao contrário 
do que muitos pensam, esses robôs não são os grandes 
responsáveis por disseminar notícias falsas. Nem mesmo 
comparando com outros robozinhos: tanto os que 
espalham informações mentirosas quanto aqueles que 
divulgam dados verdadeiros alcançaram o mesmo número 
de pessoas.
Super Interessante, “No Twitter, fake news se espalham 6 vezes mais rápido que notícias 
verdadeiras”. Maio/2019.
No período “Nem mesmo comparando com outros 
robozinhos: tanto os que espalham informações mentirosas 
quanto aqueles que divulgam dados verdadeiros 
alcançaram o mesmo número de pessoas.”, os dois-pontos 
são utilizados para introduzir uma
A conclusão.
B concessão.
C explicação.
D contradição.
E condição.
QUESTÃO 30
Leia.
Hora do pôr do sol? - hora fagueira,
Qu’encerras tanto amor, tristeza tanta!
Quem há que de te ver não sinta enlevos,
Quem há na terra que não sinta as fibras
Todas do coração pulsar-lhe amigas,
Quando desse teu manto as pardas franjas
Soltas, roçando a habitação dos homens?
Há i prazer tamanho que embriaga,
Há i prazer tão puro, que parece
Haver anjos dos céus com seus acordes
A mísera existência acalentado!
Gonçalves Dias, trecho de A Tarde
Os versos acima exemplificam a característica romântica 
A do sentimentalismo romântico que aponta para a 
desilusão amorosa.
B do nacionalismo que exalta a beleza exótica da 
natureza brasileira.
C do escapismo em que a morte representa a libertação 
da vida material.
D da projeção do estado de espírito do poeta nos 
elementos da natureza.
E do pessimismo e da melancolia, configurando o 
chamado “mal do século”.
QUESTÃO 31
Soneto
Oh! Páginas da vida que eu amava,
Rompei-vos! nunca mais! tão desgraçado!...
Ardei, lembranças doces do passado!
Quero rir-me de tudo que eu amava!
E que doido que eu fui! como eu pensava
Em mãe, amor de irmã! em sossegado
Adormecer na vida acalentado
Pelos lábios que eu tímido beijava!
Embora — é meu destino. Em treva densa
Dentro do peito a existência finda
Pressinto a morte na fatal doença!
A mim a solidão da noite infinda!
Possa dormir o trovador sem crença.
Perdoa minha mãe – eu te amo ainda!
AZEVEDO, A. Lira dos vinte anos. São Paulo: Martins Fontes, 1996.
A produção de Álvares de Azevedo situa-se na década 
de 1850, período conhecidona literatura brasileira como 
Ultrarromantismo. Nesse poema, a força expressiva da 
exacerbação romântica identifica-se com o(a)
A amor materno, que surge como possibilidade de 
salvação para o eu lírico.
B saudosismo da infância, indicado pela menção às 
figuras da mãe e da irmã.
C construção de versos irônicos e sarcásticos, apenas 
com aparência melancólica.
D presença do tédio sentido pelo eu lírico, indicado 
pelo seu desejo de dormir.
E fixação do eu lírico pela ideia da morte, o que o leva 
a sentir um tormento constante.
2020
Simulado | ENEM 3ª Série - 1º dia - Página 17
QUESTÃO 32
E se a água potável acabar? O que aconteceria se a 
água potável do mundo acabasse?
As teorias mais pessimistas dizem que a água potável 
deve acabar logo, em 2050. Nesse ano, ninguém mais 
tomará banho todo dia. Chuveiro com água só duas vezes 
por semana. Se alguém exceder 55 litros de consumo 
(metade do que a ONU recomenda), seu abastecimento 
será interrompido. Nos mercados, não haveria carne, 
pois, se não há água para você, imagine para o gado. 
Gastam-se 43 mil litros de água para produzir 1 kg de 
carne. Mas, não é só ela que faltará. A Região Centro-
Oeste do Brasil, maior produtor de grãos da América 
Latina em 2012, não conseguiria manter a produção. 
Afinal, no país a agricultura e a agropecuária 70% do uso. 
Faltariam arroz, feijão, soja, milho e outros grãos.
Disponível em: http://super.abril.com.br. Acesso em: 30 jul. 2012.
A língua portuguesa dispõe de vários recursos para 
indicar a atitude do falante em relação ao conteúdo 
de seu enunciado. No início do texto, o verbo “dever” 
contribui para expressar
A uma constatação sobre como as pessoas 
administram os recursos hídricos.
B a habilidade das comunidades em lidar com 
problemas ambientais contemporâneos.
C a capacidade humana de substituir recursos naturais 
renováveis.
D uma previsão trágica a respeito das fontes de água 
potável.
E uma situação ficcional com base na realidade 
ambiental brasileira.
QUESTÃO 33
 (...)
Existe um povo que a bandeira empresta
P’ra cobrir tanta infâmia e cobardia!...
E deixa-a transformar-se nessa festa
Em manto impuro de bacante fria!
Meu Deus! meu Deus! Mas que bandeira é esta
Que impudente na gávea tripudia?!...
Silêncio!...Musa chora, chora tanto,
Que o pavilhão se lave no teu pranto!...
A escravidão no Brasil representou uma cruel forma de 
degradação social e moral, marcada, principalmente, 
pela exploração da mão de obra negra trazida do 
continente africano. Castro Alves, ao registrar a 
escravidão, produziu imagens de grande valor estético, 
como a que se verifica na metáfora “manto impuro de 
bacante fria”, na qual ele
A desenha os rostos da massa escrava oprimida e os 
cânticos de lamento entoados nos porões dos navios.
B descreve os horrores da escravidão mostrando a 
bandeira nacional tingida com o sangue dos escravos 
trazidos nas embarcações.
C sugere que os desumanos atos praticados estão 
encobertos por uma bandeira metamorfoseada em 
vestes de uma libertina.
D sintetiza os horrores do tráfico através da alusão 
ao martírio da chibata, utilizando a metáfora para 
denunciar o sofrimento negro.
E analisa as relações de trabalho dos negros 
transportados da África nas galés dos navios 
oriundos da Europa.
QUESTÃO 34
Uma flor, o Quincas Borba. Nunca em minha 
infância, nunca em toda a minha vida, achei um 
menino mais gracioso, inventivo e travesso. Era a 
flor, e não já da escola, senão de toda a cidade. A 
mãe, viúva, com alguma cousa de seu, adorava o 
filho e trazia-o amimado, asseado, enfeitado, com 
um vistoso pajem atrás, um pajem que nos deixava 
gazear a escola, ir caçar ninhos de pássaros, ou 
perseguir lagartixas nos morros do Livramento e da 
Conceição, ou simplesmente arruar, à toa, como dous 
peraltas sem emprego. E de imperador! Era um gosto 
ver o Quincas Borba fazer de imperador nas festas do 
Espírito Santo. De resto, nos nossos jogos pueris, ele 
escolhia sempre um papel de rei, ministro, general, 
uma supremacia, qualquer que fosse. Tinha garbo 
o traquinas, e gravidade, certa magnificência nas 
atitudes, nos meneios. Quem diria que... Suspendamos 
a pena; não adiantemos os sucessos. Vamos de um 
salto a 1822, data da nossa independência política, e 
do meu primeiro cativeiro pessoal. 
Machado de Assis, Memórias póstumas de Brás Cubas
A enumeração de substantivos expressa gradação 
ascendente em
A “menino mais gracioso, inventivo e travesso”.
B “trazia-o amimado, asseado, enfeitado”.
C “gazear a escola, ir caçar ninhos de pássaros, ou 
perseguir lagartixas”.
D “papel de rei, ministro, general”.
E “tinha garbo (...), e gravidade, certa magnificência”.
Simulado | ENEM 3ª Série - 1° dia - Página 18
2020
Texto comum à questão 35
A internet e os direitos autorais
1 A internet e outras tecnologias mudaram a rotina 2 das 
famílias, a vida social e até a sua percepção 3 do mundo. 
Distâncias parecem menores, a ideia de 4 privacidade está 
em questão, e os relacionamentos 5 amorosos ganharam 
nova dimensão. De forma tão 6 avassaladora, que quem 
não participa das redes sociais 7 em algum momento 
pode se sentir excluído ou 8 desinformado.
9 A transformação trazida pela tecnologia, no entanto, 
10 não pode ser confundida com ruptura com tudo 11 o que 
havia antes. Os critérios para avaliar um livro 12 continuam 
os mesmos, não importa se em e-book ou 13 edição de capa 
dura; a relação custo-benefício de 14 uma compra ainda 
precisa ser pensada com critério, 15 seja em e-commerce ou 
loja de shopping; e o cuidado 16 com a publicação de uma 
notícia, o que inclui a 17 sua correta apuração e a clareza 
do texto, deve ser o 18 mesmo em site ou jornal de papel.
19 O mesmo raciocínio se aplica à propriedade intelectual 
20 de músicas, textos, filmes e quaisquer outras 21 obras, que 
ganham novas formas de exposição com a 22 internet, mas 
continuam a ter donos. Da mesma maneira 23 que antes 
do aparecimento das mídias digitais. 24 Infelizmente, não 
é dessa forma que parecem pensar 25 grandes empresas 
internacionais da internet, que 26 brigam na Justiça com 
a União Brasileira das Editoras 27 de Música e impedem 
assim o pagamento aos 28 filiados à entidade dos valores 
relativos à exibição de 29 seus trabalhos nos canais de 
áudio e vídeo. É uma 30 situação inadmissível, que já dura 
muitos meses.
31 O respeito aos direitos autorais na era da internet 
32 é questão vital porque o mercado de CDs só faz 33 
encolher. As novas mídias representam a perspectiva 34 
de trabalho para os criadores a longo prazo. É necessário 
35 assegurar a sua adequada remuneração e, por 36 
extensão, os recursos para que a produção musical 37 
se sustente a longo prazo. A agilidade e a onipresença 38 
da rede podem — e devem — servir para trazer mais 39 
recursos ao compositor, e não o contrário.
40 Empresas jornalísticas, no Brasil e no mundo, 41 
também já viram o conteúdo da imprensa profissional 
42 ser divulgado na internet sem contrapartida alguma, 43 
ignorando os altos custos de produção da notícia. No 44 
Brasil, a Associação Nacional de Jornais (ANJ) proíbe, 45 
por notificação judicial, que se reproduza a íntegra 46 dos 
textos dos associados.
47 Se as novas tecnologias facilitam o entretenimento 48 
e aumentam a oferta de bens culturais a consumidores 49 
no mundo inteiro, elas são bem-vindas. 50 Mas isso não 
pode acontecer à custa do sagrado direito 51 autoral.
Rio de Janeiro, O Globo, Opinião, 23 abr. 2015, p.16. Adaptado
QUESTÃO 35
O editorial é um gênero textual de caráter argumentativo, 
destinado a defender uma opinião sobre algum assunto da 
atualidade.
O texto defende a tese de que
A o desenvolvimento da tecnologia provocou um 
aumento avassalador do uso das redes sociais.
B a divulgação de conteúdos na rede deve respeitar a 
propriedade intelectual de seus autores.
C as grandes empresas de comunicação impressa 
precisam considerar os direitos dos jornalistas.
D o mercado audiovisual tem muito a ganhar com a 
divulgação de seus produtospela internet.
E os órgãos da justiça brasileira deveriam penalizar as 
grandes empresas de comunicação digital.
QUESTÃO 36
Leia o excerto abaixo, da autoria de Castro Alves.
Mocidade e morte
[...] Morrer... quando este mundo é um paraíso,
E a alma um cisne de douradas plumas:
Não! O seio da amante é um lago virgem...
Quero boiar à tona das espumas.
Vem! formosa mulher – camélia pálida,
Que banharam de pranto as alvoradas.
Minh’alma é a borboleta, que espaneja
O pó das asas lúcidas, douradas... [...]
Fonte: ALVES, Antônio Frederico de Castro. Mocidade e Morte. Disponível em: http://www.
dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.do?select_ 
action=&co_obra=86840>. Acesso em: 13 fev. 15.
A respeito do trecho lido, é correto afirmar que
A os versos melancólicos enfatizam a tomada da 
morte como um meio de evasão desejado pelo 
sujeito lírico.
B a decepção com o amor das mulheres está entre os 
motivos para o eu lírico romântico desejar a morte.
C o sensualismo latente nos versos se opõe aos 
contornos idealizantes com que o Romantismo 
tende a pintar a figura feminina.
D as imagens construídas acerca do ser feminino 
deixam transparecer uma sutil referência ao ato 
sexual, reforçando o modo de mostrar o amor no 
Romantismo.
E o sujeito lírico, nos versos, rebela-se contra o fim, 
exaltando a liberdade, o que caracteriza o autor 
como o “Poeta dos escravos”.
2020
Simulado | ENEM 3ª Série - 1º dia - Página 19
QUESTÃO 37
Os deputados que votam sem ler
Cansados de apreciar projetos cuja escrita não 
entendem, parlamentares de
Guiné-Bissau querem curso de língua portuguesa
01 Os deputados de Guiné-Bissau querem aulas de 
português. Mais de 50 dos cem políticos guineenses 
enviaram um pedido à Embaixada de Portugal em 
Bissau para participar de cursos sobre o idioma, que 
devem começar em setembro.
Segundo o cabeça da reivindicação, Armando 
Procel, primeiro-secretário da Assembleia 05 Popular (o 
parlamento do país), o objetivo da medida é combater a 
falta de rigor no órgão, em que os parlamentares usam 
o crioulo em vez do português, idioma constitucional, só 
usado por eles em discursos oficiais.
Procel afirmou à agência de notícias Lusa que 
Guiné-Bissau não pode correr o risco de se tornar um 
país cujo idioma oficial é negligenciado pelos próprios 
governantes. Segundo ele, a falta 10 de familiaridade com 
o idioma faz com que os deputados acabem aprovando 
documentos que não sabem ao certo o que significam. 
Apenas 11% da população de 9,5 milhões de habitantes 
tem o nosso idioma como primeira língua (...)
O parlamento também estuda uma proposta de lei 
que torna obrigatório o uso do português nos meios de 
comunicação, em pelo menos metade da programação. 
A iniciativa faz parte de uma 15 série de ações de 
valorização do idioma, que resultará na criação de um 
órgão, a Associação Lusófona.
Há substantivos que mudam de sentido quando ocorre 
uma mudança de gênero, como se vê em “o cabeça 
[o chefe] da reivindicação” versus a cabeça [parte 
do corpo]. Assinale, entre as alternativas abaixo, 
aquela(s) em que se observa(m) essa particularidade 
da língua portuguesa.
A Capital entregue ao “Criança Esperança” permitirá 
otimizar projetos.
B Segundo boletim médico, doente reage muito bem 
ao novo tratamento.
C Sobrevivente da chacina presta depoimento à 
polícia.
D Ainda hoje, juízes do STF ouvirão testemunha de 
acusação.
E O cônjuge negou-se a denunciar o crime à polícia.
QUESTÃO 38
Embora muitos dos nossos escritores do Romantismo 
tenham acreditado que suas obras constituíssem 
um mundo inteiramente original, sabe-se que nossa 
literatura romântica
A deveu muito aos princípios do Naturalismo, que 
sustentava a crença segundo a qual a realidade se 
impõe à linguagem que a duplica.
B firmou-se sobre fortes traços universais que a 
norteavam, tais como a idealização da natureza e a 
obsessão pelos extremos do amor e da morte.
C combateu, na poesia, os efeitos já deixados pela 
geração dos parnasianos, que os líricos românticos 
viam como artificiais e rasos.
D rebateu, na sua prosa irônica, a convicção de autores 
nacionalistas, para quem o país recém-emancipado 
pedia forma própria de expressão.
E caracterizou-se pela timidez da imaginação pessoal, 
uma vez que os escritores tendiam a se expressar 
por meio de teses abstratas.
QUESTÃO 39
Mais escolarizadas, mulheres ainda ganham menos e 
têm dificuldades de subir na carreira
As mulheres brasileiras já engravidam menos na 
adolescência, estudam mais do que os homens e tiveram 
aumento maior na renda média mensal, segundo mostram 
as Estatísticas de Gênero do IBGE, retiradas da base de 
dados do Censo de 2010, mas elas ainda ganham salários 
menores e têm dificuldades em ascender na carreira.
http://tinyurl.com/gnbsmbs. Acesso em: 29.08.2016. Adaptado.
O título do artigo – Mais escolarizadas, mulheres 
ainda ganham menos e têm dificuldades de subir na 
carreira – poderia ser substituído, sem causar prejuízo 
de sentido, por:
A Mulheres, mais escolarizadas, porventura ganham 
mais, entretanto possuem empecilhos para subir na 
carreira.
B Mulheres, mais escolarizadas, ainda ganham 
menos, bem como enfrentam obstáculos para subir 
na carreira.
C Mulheres, mais escolarizadas, às vezes ganham 
menos, por conseguinte apresentam especificidades 
para se elevarem na carreira.
D Mais escolarizadas, mulheres, ainda que enfrentem 
dificuldades para progredirem na carreira, ganham o 
mesmo ou mais.
E Mais escolarizadas, mulheres apresentam 
particularidades para subir na carreira, porquanto já 
ganham mais.
Simulado | ENEM 3ª Série - 1° dia - Página 20
2020
QUESTÃO 40
Leia o texto.
Elegância 1, racismo 0
Editorial
Folha de S.Paulo, 1º de maio de 2014
O paradoxo costuma rondar sistemas democráticos. 
Até que ponto se pode tolerar a intolerância, ser liberal 
com quem pretende demolir as liberdades, assegurar os 
direitos dos que não os reconhecem?
 Em alguns casos, a dúvida se resolve facilmente. 
Criminaliza-se a tentativa de derrubar pela força um 
governo legítimo. Atentados terroristas recebem sanções 
severas, não importando a fundamentação política que 
possam ter.
Nos chamados crimes de opinião, todavia, o debate 
se torna mais complexo. Poucas coisas são mais 
repugnantes e estúpidas do que o preconceito racial, 
e têm sido frequentes manifestações desse tipo nos 
estádios de futebol.
Do Reino Unido ao Peru, do Japão ao Brasil, registram-
se atos de insulto a jogadores afrodescendentes por 
parte de alguns (ou muitos) torcedores que estão 
prontos a aplaudir o jogador negro ou mulato quando 
estes fazem gols para seus times de dileção.
Várias iniciativas se tomam para punir os responsáveis. 
Uma equipe peruana foi condenada a pagar multa 
(meros US$ 12 mil) depois de seus torcedores terem 
emitido gritos de “macaco” para agredir o jogador 
Tinga, do Cruzeiro. No Brasil, um time gaúcho perdeu 
nove pontos e foi rebaixado pelo fato de seus fãs terem 
atirado bananas contra um árbitro.
A questão é saber se punições como essas cumprem 
um papel determinante, pedagógico e civilizatório, no 
sentido de modificar a mentalidade do torcedor racista.
A repressão a um sentimento, por mais odioso que 
seja, não o desarma. Pode-se desencorajar, pela lei, 
certos comportamentos que o manifestem de forma 
explícita. Seu fundo de ressentimento e destrutividade 
permanece e pode até fermentar, depois de recalcado.
Não poderia ser mais educativa – no que teve de 
superioridade, humor e indiferença – a reação do 
brasileiro Daniel Alves, que soberanamente comeu a 
banana que lhe fora atirada.
Uma agência publicitária tomou daí a inspiração, a 
pedido do atacante Neymar, também hostilizado nos 
campos espanhóis, para campanha contra o racismo.
“Somos todos macacos”, diz o slogan, obtendo a 
adesão de inúmeras celebridades. Torna-se moda, 
nas redes sociais, divulgar fotos com a fruta em mãos; 
o insulto se neutraliza, o agressor se desconcerta, o 
símbolo inverte o sentido.
É no campo das formas de

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