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Hipertensão (parte 1) - Teorização PIESC

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JOSÉ SANTANA FARIAS NETO - UESB 
 
1 PIESC III Teorização 2 
 
 
HIPERTENSÃO (parte I): EPIDEMIOLOGIA, DEFINIÇÃO, TÉCNICA DE AFERIÇÃO PA, CLASSIFICAÇÃO 
 
# DEFINIÇÃO 
Hipertensão arterial (HA) = condição clínica MULTIFATORIAL caracterizada por elevação sustentada dos níveis pressóricos ≥ 140 
e/ou 90 mmHg. Frequentemente se associa a distúrbios metabólicos, alterações funcionais e/ou estruturais de órgãos-alvo, 
sendo agravada pela presença de outros fatores de risco. Mantém associação independente com eventos como morte súbita, 
AVE, IAM, IC, doença arterial periférica (DAP) e doença renal crônica (DRC), fatal e não fatal. 
 
# EPIDEMIOLOGIA 
➔ IMPACTO MÉDICO E SOCIAL DA HA 
• Dados norte-americanos de 2015 → HA presente em 69% dos pcts com 1º episódio de IAM, 77% de AVE, 75% com IC e 
60% com DAP / HA responsável por 45% das mortes cardíacas e 51% das mortes decorrentes de AVE. 
 
➔ HÁ E DOENÇA CARDIOVASCULAR NO BRASIL 
• HA atinge 32,5% (36 milhões) de indivíduos adultos, >60% dos idosos, contribuindo direta ou indiretamente para 50% 
das mortes por doença cardiovascular (DCV). 
• Junto com DM, suas complicações (cardíacas, renais e AVE) têm impacto elevado na perda da produtividade do trabalho 
e da renda familiar, estimada em US$ 4,18 bilhões entre 2006 e 2015. 
• 2013 → 1.138.670 óbitos, sendo 29,8% decorrentes de DCV = principal causa de morte no país. 
• DCV ainda são responsáveis por alta frequência de internações, com custos socioeconômicos elevados → dados do SIH-
SUS apontam significativa ↓ da tendência de internação por HA, de 98,1/100.000 habitantes em 2000 para 44,2/100.000 
habitantes em 2013. 
 
➔ PREVALÊNCIA DE HA 
• Tendência à diminuição da prevalência nas últimas três décadas, de 36,1% para 31,0%. 
• Estudo com 15.103 servidores públicos de seis capitais brasileiras observou prevalência de HA em 35,8%, com 
predomínio entre homens (40,1% vs 32,2%). 
• Dados do VIGITEL (2006 a 2014) → prevalência de HA autorreferida entre indivíduos com ≥ 18 anos, residentes nas 
capitais, variou de 23% a 25%, sem diferenças em todo o período analisado, inclusive por sexo / entre adultos com 18 a 
29 anos, o índice foi 2,8%; de 30 a 59 anos, 20,6%; de 60 a 64 anos, 44,4%; de 65 a 74 anos, 52,7%; e ≥ 75 anos, 55% / 
SUDESTE = região com maior prevalência de HA autorreferida (23,3%) → Sul (22,9%), Centro-Oeste (21,2%), Nordeste 
(19,4%) e Norte (14,5%). 
• Em 2014, a PNS mediu a PA de moradores selecionados em domicílios sorteados → A prevalência geral de PA ≥140/90 
mmHg foi 22,3%, com predomínio entre os HOMENS (25,3% vs 19,5%), variando de 26,7% no Rio de Janeiro a 13,2% no 
Amazonas, com predomínio na ÁREA URBANA em relação à rural (21,7% vs 19,8%). 
 
➔ PRÉ-HIPERTENSÃO (PH) 
• A prevalência mundial variou de 21% a 37,7% em estudos de base populacional, com exceção do Irã (52,1%). 
• PH associa-se a maior risco de desenvolvimento de HA e anormalidades cardíacas → ~ 1/3 dos eventos cardiovasculares 
atribuíveis à ↑ PA ocorrem em indivíduos com PH / PA de indivíduos pré-hipertensos deve ser monitorada mais de 
perto, pois uma significativa proporção deles irá desenvolver HA e suas complicações. 
 
# MEDIÇÃO DA PA 
➔ NO CONULTÓRIO 
• Recomenda-se, pelo menos, a medição da PA A CADA 2 ANOS para os adultos com PA ≤ 120/80 mmHg, e ANUALMENTE 
para aqueles com PA > 120/80 mmHg e < 140/90 mmHg. 
• Na suspeita de HA secundária à coartação da aorta, a medição deverá ser realizada nos membros inferiores, utilizando-
se manguitos apropriados. 
• HIPOTENSÃO ORTOSTÁTICA deve ser suspeitada em pacientes idosos, diabéticos, disautonômicos e naqueles em uso de 
medicação anti-hipertensiva. 
o Nessas condições, deve-se medir a PA com o paciente de pé, após 3 minutos, sendo a hipotensão ortostática 
definida como a redução da PAS > 20 mmHg ou da PAD > 10 mmHg. 
• Recomenda-se a realização de várias medições, com o paciente sentado em ambiente calmo e confortável para melhorar 
a reprodutibilidade e aproximar os valores da PA obtidos no consultório àqueles fornecidos pela monitorização 
ambulatorial da pressão arterial (MAPA) na vigília. 
 
 
 
JOSÉ SANTANA FARIAS NETO - UESB 
 
2 PIESC III Teorização 2 
 
 
➔ FORA DO CONSULTÓRIO 
• Pode ser obtida através da medição residencial da pressão arterial (MRPA), com protocolo específico, ou da MAPA de 
24 horas. 
• Princiais vantagens → maior número de medidas obtidas; refletem as atividades usuais dos examinandos; abolição ou 
sensível redução do efeito de avental branco (EAB); maior engajamento dos pacientes com o diagnóstico e o seguimento. 
 
 
 
 
 
➔ IDOSOS 
• Maior frequência do hiato auscultatório. 
• A grande variação da PA nos idosos ao longo das 24 horas torna a MAPA uma ferramenta muitas vezes útil. 
• PSEUDO-HIPERTENSÃO, que está associada ao processo aterosclerótico, pode ser detectada pela MANOBRA DE OSLER 
(artéria radial permanece palpável após a insuflação do manguito pelo menos 30 mmHg acima do desaparecimento do 
pulso radial). 
• Maior ocorrência de EAB, hipotensão ortostática e pós-prandial e, finalmente, a presença de arritmias, como fibrilação 
atrial, podem dificultar a medição da PA. 
 
# CLASSIFICAÇÃO 
 
 
 
 
JOSÉ SANTANA FARIAS NETO - UESB 
 
3 PIESC III Teorização 2 
 
 
➔ HIPERTENSÃO 
• Quando utilizadas as medidas de consultório, o diagnóstico deverá ser sempre validado por medições repetidas, em 
condições ideais, em duas ou mais ocasiões, e confirmado por medições fora do consultório (MAPA ou MRPA), 
excetuando-se aqueles pacientes que já apresentem LOA detectada. 
• HAS não controlada = mesmo sob tratamento anti-hipertensivo, o paciente permanece com a PA elevada tanto no 
consultório como fora dele por algum dos dois métodos (MAPA ou MRPA). 
 
➔ NORMOTENSÃO 
• Medidas de consultório ≤ 120/80 mmHg e as medidas fora dele (MAPA ou MRPA) confirmam os valores considerados 
normais. 
• HA controlada = sob tratamento anti-hipertensivo, o paciente permanece com a PA controlada tanto no consultório 
como fora dele. 
 
➔ PRÉ-HIPERTENSÃO (PH) 
• PH = condição caracterizada por PA sistólica (PAS) entre 121 e 139 e/ou PA diastólica (PAD) entre 81 e 89 mmHg. 
 
➔ EFEITO DO AVENTAL BRANCO (EAB) 
• É a diferença de pressão entre as medidas obtidas no consultório e fora dele, desde que essa diferença seja ≥ 20 mmHg 
na PAS e/ou 10 mmHg na PAD. 
• Não muda o diagnóstico → se o indivíduo é normotenso, permanecerá normotenso, e se hipertenso...; pode, contudo, 
alterar o estágio e/ou dar a falsa impressão de necessidade de adequações no esquema terapêutico. 
 
➔ HIPERTENSÃO DO AVENTAL BRANCO 
• Caracterizada por valores anormais da PA no consultório, com valores considerados normais pela MAPA ou MRPA. 
• Em termos prognósticos, a HAB pode ser comparada à normotensão? → em debate, porque alguns estudos revelam 
que o risco CV em longo prazo desta condição é intermediário entre o da HA e o da normotensão. 
 
➔ HIPERTENSÃO MASCARADA 
• Caracterizada por valores normais da PA no consultório, porém com PA elevada pela MAPA ou medidas residenciais. 
• Vários fatores podem elevar a PA fora do consultório → idade jovem, sexo masculino, tabagismo, consumo de álcool, 
atividade física, hipertensão induzida pelo exercício, ansiedade, estresse, obesidade, DM, DRC e história familiar de HAS. 
• Em Diabéticos → associa-se a um risco aumentado de nefropatia, especialmente quando a ↑ PA ocorre durante o sono. 
 
➔ HIPERTENSÃO SISTÓLICA ISOLADA (HSI) 
• PAS aumentada com PAD normal. 
• HSI e pressão de pulso (PP) são importantes fatores de risco cardiovascular (FRCV) em pacientes de meia-idade e idosos.

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