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Desafio para se promover a inclusão dos refugiados na sociedade brasileira

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Desafios para se promover a inclusão dos refugiados na sociedade brasileira
 A constituição Federal de 1988 tem como princípio fundamental a dignidade da pessoa humana, o que, por conseguinte, deveria garantir a proteção de que os refugiados necessitam. No entanto, ainda assim, são diversos, os obstáculos enfrentados por esses indivíduos, no Brasil, como a ausência de efetiva execução das políticas públicas e a dificuldade em assimilar o idioma. Outrossim, preconceito e intolerância são entraves perversos que impedem a concreta inclusão dos refugiados na sociedade brasileira.
 Diante desse cenário, é nítida a necessidade de implementar-se, permanentemente, a inserção social dos apátridas. Contudo, para tal, é imprescindível o bom funcionamento das políticas públicas, haja vista a assincronia entre o que é previsto na legislação e o que verifica-se na prática: a complexidade imposta aos imigrantes para assegurar seus direitos básicos. Nesse sentido, a aprendizagem da língua portuguesa é uma das notáveis adversidades enfrentados por eles, visto que 16,8% dos recém-chegados apontam o idioma como uma das principais barreiras à compreensão das instituições públicas, de acordo com pesquisa realizada pelo IPEA ( Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada). Diante disso, compreende-se que o acesso ao letramento é direito desse grupo.
 Ademais, vale ressaltar que a xenofobia é outro desafio que dificulta a inclusão dos estrangeiros, uma vez que o preconceito está enraizado na mentalidade brasileira. Evidentemente, os refugiados exilam-se de suas nações para abandonar situações nefastas como guerras, perseguições políticas, violações dos direitos humanos, entre outros, isto é, em pretensão de um recomeço com condição digna de sobrevivência. Entretanto, apesar de obter refúgio, essas pessoas não encontram acolhimento no Brasil, isso ocorre porque, conforme a perspectiva do psicanalista Christian Dunker, o corpo social é incapaz de lidar com as diferenças, logo, ao deparar-se com o que é distinto, classifica-o como potencialmente perigoso. Por consequência, os refugiados lidam com circunstâncias como intolerância religiosa, preconceito e segregação social.
 Portanto, é fulcral que a sociedade civil organizada mobilize-se para promover a inclusão aos refugiados por meio de ações voluntárias, como o ensino de português instrumental realizado por voluntários formados em língua portuguesa — esse aprendizado facilitará o dia a dia e a integração social dos imigrantes— e por intermédio de campanhas sobre tolerância, com a finalidade de difundir o ideal de que todo cidadão merece respeito e acolhimento, independentemente de sua nacionalidade. Paralelamente, essa mobilização deve, também, exigir para o Poder Público, medidas de efetivação das políticas direcionadas aos apátridas. Desse modo, será possível a formação de uma sociedade mais justa, solidária e livre de preconceitos, no Brasil.
 Wilkaren Madeiro Batista

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