Buscar

Resumo D Proc Civil- CPC

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 96 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 96 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 96 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

DIREITO PROCESSUAL CIVIL
DIERLE NUNES
Resumo Doutrina Marcus Vinicius Rios Gonçalves, 9° Edição 2018.
Da execução em geral :
Desde a edição da lei nº 11.232 de 2005, estabeleceu-se uma distinção fundamental entre dois tipos de execução: a fundada em título judicial, denominada cumprimento de sentença, que constitui, em regra, apenas uma fase subsequente ao processo de conhecimento, na qual tenha sido proferida sentença que reconheça a exigibilidade de uma obrigação; e a fundada em título executivo extrajudicial que, estas sim, implica a formação de um novo processo.
A execução civil faz-se, assim, em nosso ordenamento jurídico,por duas maneiras: como uma fase subsequente ao processo de conhecimento, na qual tenha sido proferida sentença que reconhece a exigibilidade de obrigação, não cumprida voluntariamente; ou como processo autônomo, quando fundada em título executivo extrajudicial.
Salvo quando fundado em sentença arbitral, penal condenatória ou estrangeira, o cumprimento de sentença sempre será precedido de um processo civil de conhecimento.
O processo de conhecimento pode ser condenatório, constitutivo ou declaratório. Estes dois últimos,em regra, não dão ensejo a execução civil, porquanto a sentença cúmplice automaticamente, sem nenhuma providência do réu. Só a sentença condenatória, em regra, dá ensejo à execução.
Antes da lei nº 11.232 de 2005, o processo de conhecimento, de cunho condenatório e o de execução que ele seguia eram considerados dois processos distintos, com funções diferentes. Isso exigia que o devedor fosse citado para o processo de conhecimento e depois, para o de execução. Após a lei, os dois processos passaram a constituir duas fases distintas de um processo único. O anterior processo de conhecimento tornou-se fase cognitiva, e o antigo processo de execução por título judicial tornou-se fase que o legislador denominou de" cumprimento de sentença".
Com isso, basta que o devedor seja citado uma única vez, na fase inicial do processo.
Apenas o que antes se denominava processo de execução passou a chamar-se fase, tornando despicienda nova citação Esse processo único, que passou a conter duas fases, foi apelidado de "sincrético", por ter fases distintas, com finalidades diferentes.
Quando se tratar de cumprimento de sentença arbitral,penal condenatória ou estrangeira, conquanto fundado em título judicial, continuará constituído um novo processo, porque não há nenhum outro processo judicial civil anterior.No entanto, ainda que assim seja, as regras aplicáveis são as do cumprimento de sentença pois o título é judicial. Ter-se-á ,é verdade, um novo processo, no qual o executado será citado. Mas, a partir daí, serão aplicadas as novas regras do livro II da parte especial do CPC, mas as do cumprimento de sentença.
Já execução de título extrajudicial constitui um processo autônomo, não precedido de nenhum anterior.
 Pode-se dizer que:
💓• Tem natureza de processo autônomos as execuções fundadas em título extrajudicial e os cumprimentos de sentença arbitral, penal condenatória ou estrangeira.
💖•Não tem natureza de processo autônomo as execuções fundadas em título judicial, com as exceções supramencionadas.
Portanto há duas formas de execução civil: o cumprimento de sentença( que não forma novo processo, salvo nos casos de sentença arbitral, penal condenatória ou estrangeira) e a execução por título extrajudicial, que sempre resultará na formação de um novo processo.
O cumprimento de sentença é tratado no livro I da parte especial a partir do artigo 513 do CPC.
O que é Execução?
A função do poder judiciário é solucionar os conflitos de interesses. Há alguns que, levados em juízo, se resolvem pelo simples pronunciamento judicial, sem necessidade, para a satisfação do titular do direito, de algum tipo de comportamento do obrigado.
Mas há casos em que ela depende de um comportamento, de uma ação ou omissão do réu. O titular da obrigação só se satisfará se o réu cumprir uma prestação, de fazer, não fazer, entregar coisa ou pagar.
Para que o estado-juiz possa desencadear a sanção executiva, fazendo uso dos mecanismos previstos em lei para a satisfação da obrigação, é preciso que esta esteja dotada de um grau suficiente de certeza. Afinal isso implicará que o estado tome medidas que podem ser drásticas contra o devedor, invadindo, se necessário, o seu patrimônio para alcançar o resultado almejado.
Esse grau de certeza é dado pelo título executivo. A lei considera como tais alguns documentos extrajudiciais, produzidos sem a intervenção do judiciário, mas aos quais se reconhece esse grau suficiente de certeza. Esses documentos permitiram a instauração do processo de conhecimento. Na ausência deles, O titular da obrigação deve ingressar em juízo com um processo de conhecimento para que o judiciário reconheça a ele o direito de fazer cumprir a obrigação. Se eu fizer e o devedor não a satisfazer espontaneamente, terá início a fase de cumprimento da sentença "ou fase de execução".
O que distingue, portanto, o processo (ou fase) de conhecimento do processo (ou fase) de execução é, antes de tudo, a finalidade de um e de outro.No primeiro, o que se busca é uma sentença, em que o juiz diga o direito, decidindo se a pretensão do autor deve ser acolhida em face do réu ou não. No segundo, a finalidade é que o juiz tome providências concretas, materiais, que tenham por objetivo a satisfação do titular do direito, consubstanciado em um título executivo. No primeiro, o juiz resolve a dúvida, a incerteza, a respeito da pretensão do autor; no segundo, ele toma as providências necessárias para a satisfação do credor, diante do inadimplemento do devedor.
1 ) Competência para a Execução Civil
 
Há, sobre o tema, dois artigos fundamentais do CPC, o ART 516 ( trata da competência para o cumprimento de sentença), e o ART 781 ( trata do processo de execução, fundada em título extrajudicial).
1.1 Competência para processar o cumprimento de sentença
As regras fundamentais de competência para o cumprimento de sentença estão dadas no artigo 516:
I- se processará nos tribunais, nas causas de sua competência originária;
II- no juízo que decidiu a causa no primeiro grau de jurisdição; 
III- no juízo civil competente, quando se tratar de sentença penal condenatória, de sentença arbitral ou de sentença estrangeira.
Art. 516. O cumprimento da sentença efetuar-se-á perante:
I - os tribunais, nas causas de sua competência originária;
II - o juízo que decidiu a causa no primeiro grau de jurisdição;
III - o juízo cível competente, quando se tratar de sentença penal condenatória, de sentença arbitral, de sentença estrangeira ou de acórdão proferido pelo Tribunal Marítimo.
Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II e III, o exequente poderá optar pelo juízo do atual domicílio do executado, pelo juízo do local onde se encontrem os bens sujeitos à execução ou pelo juízo do local onde deva ser executada a obrigação de fazer ou de não fazer, casos em que a remessa dos autos do processo será solicitada ao juízo de origem.
Inciso I e II
pelo juízo do atual domicílio do executado, 
pelo juízo do local onde se encontrem os bens sujeitos à execução 
pelo juízo do local onde deva ser executada a obrigação de fazer ou de não fazer
As duas primeiras hipóteses são de competência funcional, pois a execução civil está sempre atrelada a um processo de conhecimento que antecedeu. Sendo absoluta, não pode ser modificada pelas partes, nem modificada por foro de eleição. 
No entanto, na hipótese do inciso II, a competência sofrem importante flexibilização. 
O parágrafo único do artigo 516 dispõe que: "nas hipóteses dos incisos II e III, o exequente poderá optar pelo juízo do atual domicílio do executado, pelo juízo do local onde se encontram bens sujeitos à execução, ou pelo juízo onde deva ser executada a obrigação de fazer ou de não fazer, casos em que a remessa dos autos do processo será solicitada ao juízo de origem". Tudo para tornar mais rápido o cumprimento da sentença, evitando, por exemplo,a expedição de precatórios e a prática de atos e diligências em outras comarcas.
Teria essa Norma transformado a competência, na hipótese do inciso II, em relativa? Em caso afirmativo, as partes poderiam escolher qualquer foro para o processamento da ação. Aqui não. A Ação só pode correr em um dos juízos concorrentes previamente estabelecidos por lei, escolhidos não por contrato ou eleição, mas por opção do credor. Se for proposta em outro juízo, que não deles, ele, de ofício, dar-se-á por incompetente.
O credor que optar por um dos juízos concorrentes deverá requerer o cumprimento da sentença no juízo escolhido, que solicitará ao de origem à remessa dos autos.
 O juízo escolhido receberá a petição desacompanhado dos autos do processo, cumprido-lhe verificar se é mesmo competente para o cumprimento da sentença. Em caso afirmativo, fará a solicitação ao juízo de origem, que os remeterá ao final, os autos serão arquivados no juízo onde ocorreu a execução.
Se o juízo onde ocorreu o processo de conhecimento não quiser remeter os autos e, por entender que o solicitante não é competente, deverá suscitar conflito positivo de competência.
Para as execuções de alimentos provenientes de direito de família (não de ato ilícito), além dos foros concorrentes já mencionados, o credor poderá optar pelo foro de seu próprio domicílio, ainda que a sentença tenha sido proferida em outro foro. É o que dispõe o artigo 528, parágrafo nono, do CPC.
Art. 528. No cumprimento de sentença que condene ao pagamento de prestação alimentícia ou de decisão interlocutória que fixe alimentos, o juiz, a requerimento do exequente, mandará intimar o executado pessoalmente para, em 3 (três) dias, pagar o débito, provar que o fez ou justificar a impossibilidade de efetuá-lo.
§ 9º Além das opções previstas no art. 516, parágrafo único, o exequente pode promover o cumprimento da sentença ou decisão que condena ao pagamento de prestação alimentícia no juízo de seu domicílio.
Na hipótese do inciso III, do artigo 516, a competência não é funcional porque não há nenhum prévio processo de conhecimento. No caso de sentença penal condenatória, cumprirá verificar qual é o juízo competente, de acordo com as regras gerais de competência dos artigos 46 e ss do CPC. A competência ser absoluta ou relativa, conforme a regra aplicável ao caso concreto.
Na execução de sentença arbitral, a competência será a do foro em que se realizou a arbitragem. 
Se o título for sentença estrangeira, homologada pelo STJ, a execução será processada perante a justiça federal de primeira instância, na forma do artigo 109,X,da CF. 
Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar:
X - os crimes de ingresso ou permanência irregular de estrangeiro, a execução de carta rogatória, após o "exequatur", e de sentença estrangeira, após a homologação, as causas referentes à nacionalidade, inclusive a respectiva opção, e à naturalização;
A seção judiciária competente será apurada de acordo com as normas de competência da CF e do CPC.
1.2 Competência para a execução de título extrajudicial
A competência para o processo de execução de título extrajudicial é relativa e deve ser apurada de acordo com as regras gerais, estabelecidas no artigo 781 do CPC.
Art. 781. A execução fundada em título extrajudicial será processada perante o juízo competente, observando-se o seguinte:
I - a execução poderá ser proposta no foro de domicílio do executado, de eleição constante do título ou, ainda, de situação dos bens a ela sujeitos;
II - tendo mais de um domicílio, o executado poderá ser demandado no foro de qualquer deles;
III - sendo incerto ou desconhecido o domicílio do executado, a execução poderá ser proposta no lugar onde for encontrado ou no foro de domicílio do exequente;
IV - havendo mais de um devedor, com diferentes domicílios, a execução será proposta no foro de qualquer deles, à escolha do exequente;
V - a execução poderá ser proposta no foro do lugar em que se praticou o ato ou em que ocorreu o fato que deu origem ao título, mesmo que nele não mais resida o executado.
 É preciso verificar:
 1) se há foro de eleição, pois, tratando-se de competência relativa, as partes podem fixar, o que deverá constar do título. É possível, por exemplo, que, em contrato de locação- título extrajudicial - conste o foro escolhido pelas partes para cobrança ou execução dos aluguéis. 
2) se não houver eleição, deverá prevalecer a regra geral de competência do foro do domicílio do executado ou de situação dos bens sujeitos à execução.
Essas regras valem também para execução hipotecária, que não tem natureza real mas pessoal: o que se executa é a dívida, ainda que venha garantida por um direito real.
Nas execuções fiscais, a competência dada pelo artigo 46 parágrafo 5º do CPC.
Artigos Comentados
José Rogério Cruz e TUCCI, CPC anotado 2018
Da penhora, do depósito e da avaliação
Do objeto da penhora
Art. 831. A penhora deverá recair sobre tantos bens quantos bastem para o pagamento do principal atualizado, dos juros, das custas e dos honorários advocatícios.
Objeto da Penhora. Na execução por quantia certa, como se sabe, os atos executivos recaem sobre o patrimônio do executado. A penhora – na condição de ato típico da execução, ordenado pelo juiz, que visa à apreensão do bem – deve voltar se ao patrimônio do executado. Há, porém, necessária proporcionalidade entre este ato executivo consistente na penhora de bens e a dívida. Dessa forma, a penhora só deve incidir sobre bens suficientes para garantir o pagamento do valor atualizado, acrescidos de juros, custas e honorários advocatícios.
Art. 832. Não estão sujeitos à execução os bens que a lei considera impenhoráveis ou inalienáveis.
Bens impenhoráveis e inalienáveis. Este dispositivo é auto explicativo: nem todo o patrimônio do executado está sujeito à excussão. Aqueles bens que a lei considera impenhoráveis ou inalienáveis não podem ser atacados pelos atos executivos.
Art. 833. São impenhoráveis:
I ­ os bens inalienáveis e os declarados, por ato voluntário, não sujeitos à execução;
II ­ os móveis, os pertences e as utilidades domésticas que guarnecem a residência do executado, salvo os de elevado valor ou os que ultrapassem as necessidades comuns correspondentes a um médio padrão de vida;
III ­ os vestuários, bem como os pertences de uso pessoal do executado, salvo se de elevado valor;
IV ­ os vencimentos, os subsídios, os soldos, os salários, as remunerações, os proventos de aposentadoria, as pensões, os pecúlios e os montepios, bem como as quantias recebidas por liberalidade de terceiro e destinadas ao sustento do devedor e de sua família, os ganhos de trabalhador autônomo e os honorários de profissional liberal, ressalvado o § 2o;
V ­ os livros, as máquinas, as ferramentas, os utensílios, os instrumentos ou outros bens móveis necessários ou úteis ao exercício da profissão do executado;
VI ­ o seguro de vida;
VII ­ os materiais necessários para obras em andamento, salvo se essas forem penhoradas;
VIII ­ a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela família;
IX ­ os recursos públicos recebidos por instituições privadas para aplicação compulsória em educação, saúde ou assistência social;
X ­ a quantia depositada em caderneta de poupança, até o limite de 40 (quarenta) salários mínimos;
XI ­ os recursos públicos do fundo partidário recebidos por partido político, nos termos da lei;
XII ­ os créditos oriundos de alienação de unidades imobiliárias, sob regime de incorporação imobiliária, vinculados à execução da obra.
§ 1o A impenhorabilidade não é oponível à execução de dívida relativa ao próprio bem, inclusive àquela contraída para sua aquisição.
§ 2o O disposto nos incisos IV e X do caput não se aplica à hipótese de penhora para pagamento de prestação alimentícia, independentemente de sua origem, bem como às importâncias excedentes a 50 (cinquenta) salários mínimos mensais, devendo a constrição observar o disposto no art. 528, § 8o, e no art. 529, § 3o.§ 3o Incluem Sena impenhorabilidade prevista no inciso V do caput os equipamentos, os implementos e as máquinas agrícolas pertencentes a pessoa física ou a empresa individual produtora rural, exceto quando tais bens tenham sido objeto de financiamento e estejam vinculados em garantia a negócio jurídico ou quando respondam por dívida de natureza alimentar, trabalhista ou previdenciária.
1. Bens impenhoráveis. Este artigo traz o rol de bens impenhoráveis. Trata Se do que a doutrina comumente chama de impenhorabilidade absoluta, porque a lei expressamente assim dispôs. Por questões de ordem política, valoradas pelo legislador, há bens que não podem ser retirados do patrimônio do executado. Há, contudo, exceções à regra da impenhorabilidade, as quais estão previstas nos parágrafos, daí correto dizer se que não se trata propriamente de uma regra de caráter absoluto. 
2. Bens inalienáveis e os declarados, por ato voluntário, não sujeitos à execução – inciso I. O inc. I estabelece a impenhorabilidade absoluta dos bens inalienáveis e daqueles declarados, por ato voluntário, não sujeitos à execução. A inalienabilidade do direito material afeta, pois, diretamente a penhorabilidade no plano processual. Assim, os bens tidos como inalienáveis (e., os bens públicos – CC, art. 100, 22 bem de família voluntário – CC, art. 1.711, 23 o bem doado com a cláusula de inalienabilidade – CC, art. 1.911) 24 não podem ser penhorados.
3. Os móveis, os pertences e as utilidades domésticas que guarnecem a residência do executado, salvo os de elevado valor ou que ultrapassem as necessidades comuns correspondentes a um médio padrão de vida – inciso II. O inc. II consagra a impenhorabilidade dos móveis, pertences e utilidades domésticas que guarnecem a residência do executado, salvo os de elevado valor ou que ultrapassem as necessidades comuns correspondentes a um médio padrão de vida. 3.1. Há certa discussão a respeito da compatibilidade deste dispositivo com o parágrafo único do art. 1.o da Lei 8.009/90 que dispõe acerca da impenhorabilidade do imóvel e também dos “móveis que guarnecem a casa”. A nosso ver, os textos são compatíveis, notadamente quando se tem em mente o art. 2.o da Lei. 8.009/90 que exclui da impenhorabilidade as “obras de arte e adornos suntuosos”. 25 ­ 26 3.2. A aferição do que venha a ser um médio padrão de vida, conceito evidentemente vago, ficará sob a responsabilidade do juiz, atento às condições econômicas da população da Comarca, do Estado, ou mesmo da região, que são extremamente diferentes no Brasil. 3.3. Utilizando Se exemplos da jurisprudência do STJ, pode­se dizer que ela é divergente quando há duplicidade de eletrodomésticos, havendo julgados entendendo tal ocorrência como irrelevante para se afastar a alegação de impenhorabilidade, 27 enquanto outros apenas admitem a garantia em relação a um único bem, ficando passível de penhora o que estiver em duplicidade. 28 3.4. Ainda na esteira do STJ são tidos como impenhoráveis a televisão, a máquina de lavar louça, o forno de microondas, ou freezer, o microcomputador e a impressora. 
4. Os vestuários, bem como os pertences de uso pessoal do executado, salvo se de elevado valor – inciso III. Este inc. III, tal como o anterior, preocupa se em manter um padrão médio e digno para o executado, dessa vez livrando da penhora suas vestes e pertences de uso pessoal, salvo se de elevado valor. As mesmas ponderações feitas no inciso anterior valem, portanto, para este, impondo se um exame casuístico e afinado com a proporcionalidade
e a razoabilidade.
5. Os vencimentos, os subsídios, os soldos, os salários, as remunerações, os proventos de aposentadoria, as pensões, os pecúlios e os montepios, bem como as quantias recebidas por liberalidade de terceiro e destinadas ao sustento do devedor e de sua família, os ganhos de trabalhador autônomo e os honorários de profissional liberal, ressalvado o § 2.o – inciso IV. Este inc. IV proteger da penhora, com ressalvas, os rendimentos do executado. A primeira observação que se impõe é a menção ao § 2.o que, por sua vez, permite a penhora para pagamento de prestação alimentícia, independentemente de sua origem, bem como relativamente às importâncias excedentes a cinquenta salários mínimos mensais. 
5.1. Trata Se de um avanço, mesmo que ainda de forma tímida, porém, a nosso ver, a possibilidade de penhora parcial dos rendimentos do executado deve ser aplaudida. A possibilidade de penhora para pagamento de prestação alimentícia há muito é uma realidade. O Novo Código de Processo Civil avançou e permitiu a penhora, fora das hipóteses de dívida alimentar, mas o fez tão somente daquilo que exceder a cinquenta salários mínimos mensais. Ora, o equivalente a 50 (cinquenta) salários mínimos é demasiadamente alto para os padrões salariais brasileiros e, nesse passo, teria sido melhor e mais razoável permitir ao juiz que, analisando se o caso concreto, fixasse a parcela a ser decotada dos vencimentos do executado, atento à sua sobrevivência digna, mas sem perder de vista
também a dignidade do exequente que, afinal de contas, faz jus ao recebimento dos valores que lhe são devidos. Infelizmente, a lei não deu um passo completo, porém o fez parcialmente. 
5.2. Pondere Se, ainda, que a penhora não está limitada às parcelas vincendas, pois o dispositivo previsto no § 2.o refere se ao art. 529, § 3.o, que, tratándose de alimentos, permite que não só as parcelas vencidas como também o débito vencido seja descontado dos rendimentos do executado, de forma parcelada e desde que o total do desconto não ultrapasse 50% dos seus ganhos líquidos. 5.3. De resto, voltando à impenhorabilidade e deixando de lado a exceção aberta pela lei, é importante mencionar que cabe ao executado o ônus da prova sobre a natureza salarial de sua remuneração.
6. Os livros, as máquinas, as ferramentas, os utensílios, os instrumentos ou outros bens móveis necessários ou úteis ao exercício da profissão do executado – inciso V. O inc. V traz a impenhorabilidade absoluta dos livros, máquinas, ferramentas, utensílios, instrumentos ou outros bens móveis necessários ou úteis ao exercício da profissão do executado. 
6.1. Há certa discussão quanto ao destinatário da norma. Para alguns, somente a pessoa natural seria capaz de exercer literalmente uma “profissão”, tornando a única beneficiária da impenhorabilidade. O STJ tem precedentes estendendo a regra às pequenas e às microempresas, quando administradas pessoalmente por um sócio apenas 30 e também tem considerado impenhorável o veículo automotor quando utilizado no exercício de uma profissão, não sendo necessária a demonstração da indispensabilidade, mas apenas da simples utilidade. 
7. O seguro de vida – inciso VI. Aqui se impõe a impenhorabilidade do seguro de vida. A razão da vedação repousa na natureza alimentar do crédito em favor do beneficiário. Enquanto o instituidor é vivo, a impenhorabilidade se dá tanto no prêmio (importância paga pelo segurado) quanto no valor por ele segurando (indenização). Após seu falecimento, o valor recebido pelo beneficiário igualmente é impenhorável. 
8. Os materiais necessários para obras em andamento, salvo se estas forem penhoradas – inciso VII. Os materiais necessários para obras em andamento são impenhoráveis. Todavia, se a obra for objeto da penhora, mesmo que inacabada, seus materiais também o serão.
9. A pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela família – inciso VIII. A regra de impenhorabilidade da pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela família, 33 ampliou a norma constitucional prevista no inc. XXVI da CF: “a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela família, não será objeto de penhora para pagamento de débitos decorrentes de sua atividade produtiva, dispondo a lei sobre os meios de financiar o seu desenvolvimento”. Assim, o que a Constituição protegeu para fins de nos casos de dívidas decorrentes da própria atividade produtiva, a lei processual ampliou, garantindo a impenhorabilidadesem qualquer restrição quanto à natureza da dívida. 
9.1. Há mais de uma lei (v.g., Lei 4.504/64, Lei 8009/90, Lei 11.326/2006) que traz parâmetros para definir o conceito de pequena propriedade rural. Quanto ao aspecto territorial, os Tribunais têm aplicado o conceito de módulo fiscal fundamentado nas Leis 8.629/93 e 11.326/2006 e no novo Código Florestal para definir pequena propriedade rural como sendo aquela com área entre 1 (um) e 4 (quatro) módulos fiscais. O módulo fiscal de cada Município, expresso em hectares, é fixado pelo Incra, através de Instrução Especial. 
9.2. Dessa forma, deve ser entendida como pequena propriedade rural aquela com área entre 1 (um) e 4 (quatro) módulos fiscais, comprovadamente trabalhada pela família e sendo a sua única fonte de sobrevivência.
10. Os recursos públicos recebidos por instituições privadas para aplicação compulsória em educação, saúde ou assistência social – inciso IX. Recursos públicos recebidos por entidades privadas para aplicação compulsória em educação, saúde ou assistência social, são impenhoráveis.Nestas áreas mencionadas no dispositivo é mais comum a destinação de recursos públicos para entidades privadas do terceiro setor – Organizações Sociais, como a Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP) etc. –, daí sua razão de ser: evitar que recursos públicos, destinados a estas entidades para a realização de políticas públicas, possam ser objeto de penhora.
10.1. É certo, porém, que recursos públicos de forma geral são, em princípio, penhoráveis, independentemente da área em sejam aplicados, mesmo que em
mãos de particulares. Recaindo a penhora sobre tais valores, caberá ao executado fazer prova da origem dos recursos.
11. A quantia depositada em caderneta de poupança, até o limite de quarenta salários mínimos – inciso X. O Novo Código de Processo Civil, infelizmente, manteve a regra de impenhorabilidade de valores depositados em caderneta de poupança, até o limite de quarenta salários mínimos. Trata Se de um estímulo para a aplicação em cadernetas de poupança, favorecendo assim a política governamental para a aquisição da casa própria. 
11.1. Não nos parece razoável esta regra. Se os recursos estão aplicados em investimento financeiro, mesmo que em caderneta de poupança, não há razão para que não possam ser penhorados para o cumprimento de obrigações assumidas anteriormente. Tal prática é, em certa medida, um incentivo à inadimplência. 
11.2. Para que não sejam penhoradas, impõe se que as quantias tenham sido depositadas na caderneta antes da obrigação inadimplida ter sido contraída, pois do contrário bastaria a simples transferência de recursos da conta corrente para a poupança, o que pode ser feito inclusive por meio eletrônico, para que os valores estivessem a salvo da penhora on line. 
11.3. Além disso, caso o executado possua mais de uma caderneta de poupança, a impenhorabilidade ficará
limitada ao valor total de quarenta salários mínimos, esteja ele depositado em uma ou em várias cadernetas de poupança, não sendo possível a alegação de impenhorabilidade nesse limite para cada caderneta. 
11.4. É curial a observação de que esta norma impõe uma interpretação restritiva, daí porque tão somente os valores até o limite de quarenta salários mínimos depositados em caderneta de poupança estão a salvo da penhora. Se os recursos estiverem aplicados em qualquer outro tipo de conta, aplicação financeira ou fundo de investimento, não há que se falar em impenhorabilidade. 
11.5. Por fim, vale o registro de que, mercê da ressalva prevista no § 2.o, esta impenhorabilidade não se aplica às verbas de natureza alimentar. Assim, tratando se de prestações de alimentos, os valores depositados em caderneta de poupança, mesmo que inferiores a quarenta salários mínimos poderão ser penhorados.
12. Os recursos públicos do fundo partidário recebidos por partido político, nos termos da lei – inciso XI. Também são impenhoráveis os recursos públicos do fundo partidário recebidos por partido político, nos termos da lei. A ideia que norteia esta impenhorabilidade parte da premissa que os recursos públicos recebidos pelos partidos políticos do fundo partidário não perdem a natureza pública, porquanto, ao menos em tese, devem ser empregados para o funcionamento dos partidos políticos, organismos essenciais, sob a ótica da Constituição, ao bom funcionamento do Estado Democrático de Direito. 
12.1. Além disso, o legislador pretendeu estabelecer por meio da Lei Orgânica dos Partidos Políticos (Lei 9.096/95) um maior controle dos recursos percebidos, via fundo partidário. É, portanto, sob o manto deste discurso que se sacrifica o direito do credor, em prol de uma suposta proteção à coletividade. 
12.2. Por fim, vale a nota de que, diante da notória desconfiança e incredulidade da sociedade brasileira em relação aos partidos políticos e à classe política, está impenhorabilidade mostrasse, na melhor das hipóteses, bastante antipática.
13. Os créditos oriundos de alienação de unidades imobiliárias, sob regime de incorporação imobiliária, vinculados à execução da obra – inciso XII. Este dispositivo apresenta uma novidade do Novo Código de Processo Civil.
Os créditos decorrentes de alienação de unidades imobiliárias, sob o regime de incorporação imobiliária e vinculados à execução da obra, são impenhoráveis. A justificativa apresentada na Câmara dos Deputados para a inclusão deste inciso, citada a seguir, bem demonstra a intenção do legislador, a saber: “(...) Os créditos oriundos dessas vendas são destinados prioritariamente à execução da obra e regularização da construção no Registro de Imóveis, para entrega das unidades aos adquirentes, livres e desembaraçadas de quaisquer débitos ou ônus. Dada a vinculação das receitas de venda à consecução da incorporação, os créditos oriundos das vendas, até o limite do orçamento da construção, são destinados exclusivamente à construção e, por isso, são considerados afetados a essa destinação exclusiva. Em virtude do regime de vinculação de receitas, os créditos correspondentes às prestações devidas pelos adquirentes das unidades em construção devem ser considerados impenhoráveis, como medida de proteção do consumidor.”
13.1. Como se vê, a intenção foi a de proteger a viabilidade financeira do empreendimento e sua construção, impedindo que a penhora de créditos oriundos da alienação das unidades e afetados à consecução da obra, pudessem atrasar ou mesmo inviabilizar o empreendimento, em prejuízo dos consumidores adquirentes desses imóveis.
14. A impenhorabilidade não é oponível à execução de dívida relativa ao próprio bem, inclusive àquela contraída para sua aquisição – parágrafo primeiro. Por força do § 1.o, a impenhorabilidade não é oponível à execução de dívida relativa ao próprio bem, inclusive àquela contraída para sua aquisição. Não se cogita de impenhorabilidade quando se estiver diante de execução de dívida do próprio bem (como é o caso, por exemplo, de dívidas condominiais), bem como de dívida contraída para a aquisição do próprio bem. Esta disposição encontra similar na Lei 8.009/90 (bem de família), especificamente em seu art. 3.o, incs. II e IV, verbis:“Art. 3.o A impenhorabilidade é oponível em qualquer processo de execução civil, fiscal, previdenciária, trabalhista ou de outra natureza, salvo se movido:
II – pelo titular do crédito decorrente do financiamento destinado à construção ou à aquisição do imóvel, no limite dos créditos e acréscimos constituídos em função do respectivo contrato;
IV – para cobrança de impostos, predial ou territorial, taxas e contribuições devidas em função do imóvel familiar”.
14.1. A disposição do Novo Código de Processo Civil amplia a regra para além do bem de família. Assim, por exemplo, caso se tenha contratado financiamento de automóvel e se deixe de pagar as prestações, não poderá o executado alegar sua impenhorabilidade, mesmo se o veículo for utilizado como instrumento de trabalho.
15. O disposto nos incisos IV e X do caput não se aplica à hipótese de penhorapara pagamento de prestação alimentícia, independentemente de sua origem, bem como relativamente às importâncias excedentes a cinquenta salários mínimos mensais, devendo a constrição observar o disposto no art. 528, § 8.o, e no art. 529, § 3.o – parágrafo segundo. Este dispositivo já foi comentado ao tratarmos dos incs. IV e X.
16. Incluem Se na impenhorabilidade prevista no inciso V do caput os equipamentos, implementos e máquinas agrícolas pertencentes à pessoa física ou à empresa individual produtora rural, exceto quando tais bens tenham sido objeto de financiamento e estejam vinculados em garantia a negócio jurídico, ou quando respondam por dívida de natureza alimentar, trabalhista ou previdenciária – parágrafo terceiro. Este parágrafo visa complementar a regra do inc. V que estabelece a impenhorabilidade absoluta dos livros, máquinas, ferramentas, utensílios, instrumentos ou outros bens móveis necessários ou úteis ao exercício da profissão do executado. Com efeito, ampliasse a impenhorabilidade para abarcar também os equipamentos, implementos e máquinas agrícolas pertencentes à pessoa física ou à empresa individual produtora rural. Reconhece Se, portanto, que o destinatário da norma não é só a pessoa física, estendendo expressamente à empresa individual produtora rural. 34 16.1. A segunda parte do dispositivo excepciona a regra, excluindo tais bens da impenhorabilidade nas seguintes hipóteses: (a) se os indigitados bens foram objeto de financiamento e estão vinculados em garantia; (b) ou ainda tratando se de dívida alimentar, trabalhista e previdenciária.
Legitimidade passiva:
 Os legitimados passivos vêm enumerados no artigo 779 do CPC.
O devedor veicula reconhecido como tal no título executivo
Esse é o legitimado passivo primário, desde que figura e como tal no título executivo. Se a execução é fundada em título judicial, é legitimado passivo aquele a quem foi imposta a condenação; ciente título extrajudicial, o que figura no título como devedor.
O espólio, os herdeiros ou os sucessores do devedor
Trata-se da hipótese de sucessão Mortis causa, aplicando-se as mesmas regras e já examinadas. A uma particularidade: a execução não pode ultrapassar as forças da herança. Se houver a extinção de pessoa jurídica, é preciso verificar se o patrimônio da empresa foi transferido para outra, caso em que esta assuma o passivo; do contrário, os legitimados serão os sócios da empresa extinta.
O novo devedor, que assumiu, com o consentimento do credor, a obrigação resultante do título executivo
Assunção de débito exige prévia anuência do credor, é o patrimônio do devedor que responde pela dívida, e o credor poderá não concordar que terceiro possa assumir lá, se tiver um patrimônio menor do que a do devedor originário. Tendo havido anuência do credor, a execução será proposta diretamente contra o novo devedor; se a sessão ocorrer no curso da execução, o devedor originário será substituído pelo novo.
O fiador do débito constante em título extrajudicial
O contrato de fiança é sempre acessório de uma obrigação principal. Se ela é dada como garantia de uma obrigação consubstanciada em direito executivo extrajudicial, terá a mesma natureza. Por exemplo: o contrato de locação tem força executiva. Se dele constar fiança, haverá título também contra o fiador, que poderá ser executado diretamente. Mas aqui um detalhe: o fiador pode ter benefício de ordem, estabelecido no artigo 827 do CC, o que lhe dá o direito de primeiro ver executivos os bens do devedor, antes dos seus.
O responsável titular do bem vinculado por garantia real ao pagamento do débito
Aquele que deu bem em garantia real de uma dívida torna-se responsável, até o limite do valor do bem, pelo pagamento da dívida, ainda que não seja ele o devedor ponto-final a garantia real pode ser oferecida em razão de dívida própria ou de terceiro. Se for dado em garantia de dívida de terceiro, o titular do bem torna-se responsável pelo pagamento, respeitado o valor do bem.
Litisconsórcio na execução
Tanto no cumprimento de sentença quanto na execução por título extrajudicial será possível litisconsórcio, ativo, passivo ou misto, dependendo do que conste do título. Se no processo de conhecimento havia litisconsórcio, poderá também haver na execução. Se mais de um réu foi condenado, ela poderá dirigir-se contra todos; e se foi dado em benefício de mais de um autor, todos poderão promovê-la. O mesmo ocorrerá se no título extra judicial mais de uma pessoa figurar como credora ou devedora. O litisconsórcio, na execução, será facultativo ou necessário, conforme a obrigação que conste do título. Sempre que for de pagamento, será facultativo, já que as quantias são sempre divisíveis ainda que a sentença condene dois ou mais réus, ou no título figura em dois ou mais devedores e, o credor poderá promover a execução em face de apenas um, mas, se a obrigação imposta no título foi de fazer ou não fazer, ou de entregar coisa, e tiver objeto indivisível, litisconsórcio será necessário.
Intervenção de terceiros
Das formas de intervenção de terceiros previstos na parte geral do CPC, apenas a denunciação da lide ou chamamento ao processo não são admissíveis na execução. As demais formas de intervenção (incidente de desconsideração da personalidade jurídica, assistência e o amicus curiae) são possíveis. Além disso, existem situações próprias da execução, em que se admitirá o ingresso de terceiro no processo, e que não se enquadram entre aquelas hipóteses previstas na parte geral.
 Podem ser citados:
Adjudicação, requerida pelo credor com garantia real, pelos credores concorrentes, ou pelo cônjuge, descendente ou ascendente, na forma do artigo 876, parágrafo 5º. 
A arrematação, feita em leilão judicial, por terceiros.
O concurso de preferências, quando credores preferenciais intervém na execução para assegurar a prioridade de pagamento, em caso de alienação judicial do bem.
Princípios:
NULLA EXECUTIO SINE TITULO 
Primeiramente, quanto ao princípio da nulla executio sine titulo, ensina Luiz Fux (2007), ministro de nosso Superior Tribunal de Justiça, que não há execução sem título que a embase, uma vez que na execução, além da permissão para a invasão do patrimônio do executado por meio de atos de constrição judicial, o executado é colocado numa situação processual desvantajosa em relação ao exequente (NEVES, 2015).
Ensina ainda o ilustre Araken de Assis (2010) que a execução das prestações pecuniárias baseia-se em título judicial, isto é, não há como executar um sujeito de direito sem pretexto concreto e sedimentado – traduzido no título executivo – capaz de assegurar a existência de um crédito cediço a ser recebido pela pessoa do exequente.
Assim, esse princípio processual vem a conferir maior segurança jurídica ao executado, caso contrário, uma mera alegação fria e vazia de que o sujeito fosse devedor poderia levar a uma situação em que ele se tornasse réu em um processo de execução, situação desagradável que poderia culminar com a constrição judicial de seus bens. Dessa forma, exige-se que o título assegure ao menos uma probabilidade de existência de crédito.
Ao lado deste princípio encontra-se o nullus titulus sine lege que elenca, em numerus clausus, os títulos executivos previstos na legislação, sem que o acordo de vontades das partes possibilita a criação de um novo título executivo.
Interessante questão surge quanto à executoriedade das decisões interlocutórias que concedem a antecipação de tutela. Se a lei é taxativa e não prevê a decisão interlocutória como título executivo, não poderia esta ser executada. Parte da doutrina entende que há uma exceção baseada no princípio da “execução sem título permitida” pelo fato de que esta tutela de urgência é concedida somente quando há iminente probabilidade de o direito alegado pelo autor existir. Outra parcela da doutrina afirma que o termo “sentença proferida no processo civil” deve ser interpretado extensivamente, de modo a abranger as decisões interlocutórias. Portanto, executável é a decisão interlocutóriaque concede a antecipação de tutela.
DISPONIBILIDADE DA EXECUÇÃO 
Quanto à disponibilidade da execução, leciona o art. 775, NCPC: é permitido ao exequente desistir de toda a execução ou de apenas alguma medida executiva a qualquer momento – ainda que pendentes de julgamento os embargos à execução – não sendo necessária a concordância do executado, presumindo a lei sua aceitação, vez que não há possibilidade de tutela em seu favor. Isto é,
diversamente do que sucede no processo de conhecimento, em que ao réu assiste idêntico direito a um juízo de mérito, visando à eliminação da incerteza a seu favor, a execução só almeja o benefício do credor. Por isso, dela pode desistir sem o consentimento do adversário.
(ASSIS, 2010).
A desistência, instituto de direito processual, não se confunde com a renúncia, instituto de direito material. Desde que comprovada a quitação das custas judiciais, pode, posteriormente, o executor ingressar com demanda idêntica.
São legitimados a desistir do processo de execução todos os legitimados a ingressarem com a ação, salvo o Ministério Público, vez que tutela interesse alheio.
Condicionada está a admissibilidade da desistência a não realização de atos que não possam sofrer anulação sem o prejuízo do devedor ou de terceiro. Ao lado disso, já quanto à pendência de julgamento de embargos de execução, esta não impede a desistência por parte do legitimado.
Se no caso os embargos versam apenas sobre a matéria processual, perderam seu objeto e logo serão extintos sem a resolução de mérito, e, caso versem sobre direito material a extinção dos embargos está condicionada à concordância do embargante.
Já quanto às defesas incidentais, por terem natureza incidental, é impossível a extinção da execução e a continuidade destas defesas. Então, se a defesa tiver conteúdo meramente processual, será extinta por perda superveniente de interesse, mas, se versar sobre direito material, a extinção dependerá da anuência do executado, que, se permanecer com o interesse no julgamento da defesa, impedirá a extinção da execução.
MENOR ONEROSIDADE
Este princípio processual vem como garantia de que o executado não sofra mais gravames do que o necessário para a satisfação do direito do exequente. Sempre que for possível a satisfação do direito do exequente por outros meios que sejam menos dolorosos ao executado estes devem ser adotados. A menor onerosidade vem como uma barragem a onda daqueles sujeitos que creem ser a execução um instrumento de vingança.
O art. 805 do Novo Código de Processo Civil prevê que “quando por vários meios o exequente puder promover a execução, o juiz mandará que se faça pelo modo menos gravoso para o executado.”, positivando, assim, o princípio da menor onerosidade no código processualista.
Ao lado disso, outras duas previsões são feitas no código processualista que remetem a ideia da menor onerosidade no cumprimento da dívida ao credor, a ver: arts. 891 e 899, CPC.
Este princípio veda a aplicação de medidas executivas incapazes de gerar satisfação ao direito do exequente, como entendimento pacificado do STJ de que são inaplicáveis as astreintes quando o cumprimento específico da obrigação se mostra impossível.
Por fim, quanto ao princípio da menor onerosidade deve restar cristalino que este princípio não sacrifica o princípio da efetividade da tutela executiva, sendo que o juiz, pautado pela razoabilidade e proporcionalidade, deverá encontrar um meio a evitar situações de sacrifício descomunal tanto ao exequente como ao executado.
PATRIMONIALIDADE
O princípio da patrimonialidade traduz a proibição da execução pessoal, isto é, a execução nunca poderá recair sobre o corpo do devedor como se costumava fazer com a Lei das XII Tábuas, na qual dividir o corpo do devedor em números que correspondem o número de credores que ele tivesse à espera da satisfação de seu crédito era a regra.
Segundo o mestre Pontes de Miranda (2001) o executar é ir extra, é seguir até onde se quer. Compreende-se que se fale de execução, de ação executiva, quando se tira algo de um patrimônio e se leva para diante, para outro.
Portanto, a partir dos ensinamentos, resta cristalino que com o princípio da patrimonialidade no processo executório a execução passou a ser real, recaindo esta sobre os bens do executado. Interessante questionamento surge quanto à prisão civil do devedor de alimentos, não seria esta um tipo de execução pessoal?
Respondem os doutrinadores que a prisão civil não passa de uma mera medida de execução indireta por meio de pressão psicológica a fazer com que o devedor satisfaça o direito do exequente. O princípio da patrimonialidade vem como um importante marco na caminhada pelo abandono da execução como forma de vingança privada.
UTILIDADE
O princípio da utilidade vem como uma razão de ser do processo de execução, isto quer dizer, o processo de execução deve ter uma utilidade que traga benefícios ao exequente, fulminando com a satisfação do seu direito. Destarte, o processo de execução não tem seu escopo como um ato que vá prejudicar o devedor, mas sim na satisfação do direito do credor. Baseado neste princípio, o magistrado não deve submeter o exequendo às astreintes quando a obrigação é materialmente impossível.
Sendo assim, quando se entender que não há meios de satisfazer o direito do credor, não haverá razão na admissão da execução e na aplicação de meios executivos. Prevê o art. 836 do Novo Código de Processo Civil que “não se levará a efeito a penhora quando evidente que o produto da execução dos bens encontrados será totalmente absorvido pelo pagamento das custas da execução.”.
 
ATIPICIDADE DOS MEIOS EXECUTIVOS
Previstos em rol meramente exemplificativo, os meios executivos são os instrumentos pelos quais o direito do exequente será satisfeito. Este princípio, consagrado pelo art. 536, §1º do CPC, ao se valer da expressão “entre outras medidas” permite ao juiz, no exercício de sua função, adotar outros meios executivos que não estejam expressamente previstos na legislação.
São previstas na legislação medidas como multa, penhora, expropriação, busca e apreensão, remoção de pessoas e coisas, desfazimento de obras, impedimento de atividade nociva, entre outros.
Por fim, cumpre destacar que o Superior Tribunal de Justiça reconhece expressamente a existência deste princípio, que em oportunidade entendeu admissível o bloqueio ou sequestro de verbas públicas como medida coercitiva para o fornecimento de medicamentos pelo Estado, na hipótese em que a demora no cumprimento da obrigação acarrete risco à saúde e à vida do demandante (NEVES, 2015).
CONTRADITÓRIO
Ensina Fredie Didier Jr. (2014) que
a função jurisdicional realiza-se processualmente, isso significa dizer que o método de exercício do poder jurisdicional pressupõe a participação efetiva e adequada dos sujeitos interessados ao longo do procedimento. Este direito à participação efetiva é o direito ao contraditório.
No processo de execução, em razão de o magistrado partir de uma presunção de existência de direito do credor, sustenta-se que não há a presença da discussão meritória, fazendo com que o processo de execução fosse apelidado de “processo do credor”. Inclusive, uma doutrina hoje já superada, sustentava ser dispensável o contraditório no processo de execução.
No entanto, apesar dessas sustentações, sabe-se que o processo de execução possui natureza jurisdicional, sendo que, por isso, ficará sob o crivo do princípio constitucional do contraditório. Além disso, inegável a existência de cognição acerca das questões incidentais no processo nas quais haverá nulidade se não observado o princípio constitucional supramencionado. Exemplos de questões incidentais que devem se desenrolar sob o crivo do contraditório são: o preço vil na arrematação, a avaliação do bem, a alienação antecipada de bens, a modificação ou reforço da penhora, decisão acerca da natureza do bem penhorado, entre outros.
Parte Esquematizada 
Da Execução
1) Noção: o juiz busca satisfazer a obrigação contida no título executivo, através dos chamadosmeios executivos.
2) Generalidade:
A) Atividade cognitiva ou executiva 
B) Meios executivos: Coerção (multa e prisão) e Sub- rogação.
-Meios executivos: coerção (multa e prisão): meio utilizado para exercer pressão psicológica no devedor-executado para que ele cumpra a obrigação. 
Multa: astreintes artigo 814 CPC multa periódica que o juiz pode fixar para o devedor cumprir com a obrigação (resultado prático equivalente só Será aplicado caso não seja possível a realização da obrigação principal) 
 Prisão: somente é permitida em caso de não pagamento dos alimentos (pensão alimentícia).
Obs: Multa é um meio de coerção; perdas e danos é uma forma de reparação pelo não cumprimento.
-Sub-rogação: (meio mais utilizado) quando alguém se sub-roga no lugar de outro, se põe no lugar de outro. Utilizados pelo juiz em que ele se coloca na figura do devedor para dar ao credor aquilo que ele faz jus. Exemplo: penhora de valor.
OBS: A coerção é realmente um meio executivo? 
C) Títulos Executivos:
- Judicial - (CPC ART 515) Aquele que vem de um ato do juiz. 
- Extrajudicial (CPC ART 783)
** os títulos executivos extrajudiciais sempre irão formar um processo autônomo de execução.
3) Princípios Informativos
A) Toda execução é REAL (789)- Ela atinge o patrimônio do devedor, mas não
atinge o devedor. Seja para a obtenção de uma execução específica ou subsidiária.
**Exceção: ART 5º LXVII e súmula 25 STF.
*execução específica: o juiz vai fazer de tudo para que a obrigação se execute in natura.
*execução subsidiária: de fazer e de não fazer (o juiz determinará que outro faça o serviço às custas do devedor), entregar coisa (o juiz determinará que seja entregue coisa semelhante).
ART 805 CPC - "A execução sempre se faz da forma menos gravosa para/ o devedor".
B) É atividade precipuamente SATISFATIVA, sendo a execução, portanto, PARCIAL ART (830), ART (891) , ART (831).
C) Princípio da EFETIVIDADE da execução ou ESPECIFICIDADE.
**Ex: execução de obrigação de fazer ~> conversão em perdas e danos.
D) Princípio da UTILIDADE - ART (836).
Os bens penhorados têm que trazer alguma utilidade para o credor. Não adianta penhor, por ex., se seus valores não conseguem pagar nem as custas processuais.
E) Princípio da ECONOMIA - ART (805).
F) Princípio do ÔNUS da execução - ART (851).
Quem paga as custas e honorários é quem dá causa à instauração do processo.
G) Princípio do RESPEITO À DIGNIDADE HUMANA - ART (883).
Em regra, o bem de família é impenhorável!!!
Suponhamos que o devedor tenha apena s uma casa, e nenhum outro bem, esta não poderá ser penhorada. Bens de família que obedeçam a um padrão médio como T V, etc e vestuário (e m regra) não podem ser penhorados.
H) Princípio da DISPONIBILIDADE DA EXECUÇÃO - ART (765).
** Processo autônomo de execução.
Disponibilidade = poder de desistência do autor.
Na fase de conhecimento, o autor só pode desistir com anuência do réu até o recebimento da denúncia. No processo d e execução, pode o exequente desistir d a execução a qualquer momento? E se já houver impugnação/ embargos à execução?
 O instrumento de defesa através do qual o devedor, na fase de execução do processo de conhecimento, surte contra o credor denomina-se IMPUGNAÇÃO.
ART (775) - Pode o credor desistir da execução sem anuência d o embargante? Se os embargos versarem sobre
questões judiciais - EXTINÇÃO; Se os embargos versarem sobre questão de mérito - somente com ANUÊNCIA.
Na hipótese do processo autônomo de execução, segundo a regra do ART 569 CPC, o credor pode desistir da
execução mesmo sem a concordância do devedor executado.
Em havendo embargos à execução, dúvidas não restam de que a execução estará extinta se nos embargos houver a discussão de questão meramente processual, pois, nesta hipótese tanto a ação de execução quanto os embargos 
estarão extintos.
 A discussão doutrinária que aqui surge diz respeito à existência de embargos que versem sobre a matéria de mérito. Neste particular, iremos encontrar duas correntes:
I - Para alguns doutrinadores a execução somente será extinta se com ela concordar o devedor/ executado/ embargante;
II - Para outros, entretanto, a execução será sempre extinta e os embargos transmudar -se-ão e m "AÇÃO DECLARATÓRIA AUTÔNOMA A" ~> Posição majoritária!
Como subsistir embargos à execução se n a execução? Transmudando o rótulo da peça de embargos à execução a AÇÃO DECLARATÓRIA, pois não é possível a subsistência do s embargos com a execução extinta.
***Existem três tipos de ação: declaratória, negatória e constitutiva.
I) Princípio do CONTRADITÓRIO (Divergência Doutrinária).
Possibilidade que ambas as partes têm de influenciarem na decisão do juiz.
TEM CONTRADITÓRIO NA EXECUÇÃO!!!!
 Tipos de execução:
A) Execução específica ou obrigação in natura
B) Execução subsidiária ou genérica
C) Execução diferida - ART (514)
D) Execução de título judicial (Fase executiva ~> o processo é sincrético)
E) Execução de título extrajudicial (processo autônomo de execução)
** Processo sincrético: cognição e execução no mesmo processo.
_____________________________________________________
ATIVIDADE COGNITIVA X ATIVIDADE EXECUTIVA
A.C.> O juiz toma conhecimento dos fatos. Campo propício: fase de conhecimento.
A.E.> É imprescindível a existência do título executivo - "nulla executio sine titulo". Campo propício: fase de execução. * Nessa fase já existe a presunção de que o exequente é o titular do direito.
____________________________________________________________ ____
> A execução não é praticada somente no processo de execução, ela pode ser realizada na fase de
cumprimento da sentença. O executado é intimado.
Questões:
- O QUE É EXECUTAR? "Fazer valer" o direito consolidado no título executivo.
- COMO EXECUTAR? Através de meios executivos.
- QUAIS SÃO OS MEIOS EXECUTIVOS? A coerção (multa e prisão) e a sub -rogação.
1°) Tutela Específica
2°) Resultado prático equivalente
3°) Perdas e danos
** O juiz vai sempre fazer de tudo para que o exequente adquire a tutela específica, e somente quando não for possível esta, e nem o resultado prático equivalente é que a obrigação se converterá em perdas e danos.
Obrigação de fazer ~ fungível ~ infungível
*** MULTA PERDAS E DANOS:
Multa é um meio de coerção; perdas e danos é uma forma de reparação pelo não cumprimento.
Tutela Cautelar x Tutela Antecipada 
Enquanto na T.C. o objetivo é a garantia da eficácia de um provimento jurisdicional, na T.A o objetivo é de proteger o próprio direito substancial, ou seja, o próprio direito material.
 obs: Instrumento do direito substancial: Processo Civil.
Obrigação: a) de fazer/não fazer 
 B) entregar coisa
C) Pagar quantia certa 
Questão: existe mérito na execução interrogação o mérito é sempre objeto do processo, não existe processo sem mérito
No processo autônomo de execução o mérito é resolvido nos embargos de execução.
Pode o exequente desistir da execução a qualquer momento? sim.
 Precisa dar anuência do executado ? não
 E se já houver ou impugnação ou embargos de execução interrogação? não, só se os embargos forem sobre questão de mérito. Caso em que a ação de execução extinta.
 
Transmudar o rótulo dos embargos para ação declaratória negativa, porque não é possível subsistência dos embargos sem existência da ação de execução.
OBS: quando o título executivo é judicial, mas a execução não pode ser mero prolongamento da atividade cognitiva, como se dá, por exemplo no caso de execução de sentença penal condenatória transitada em julgado, de sentença arbitral, de sentença estrangeira homologada pelo STJ e decisão interlocutória estrangeira, após a concessão do exequatur à carta rogatória pelo STJ,será necessário instaurar um processo autônomo, pois nesses casos não há processo anterior do qual possa desdobrar o prolongamento da fase de conhecimento, razão pela qual, inclusive, o parágrafo único prevê a citação e não a intimação e, apesar de se ter efetivamente um processo autônomo, com estrutura de petição inicial mais se passam, o conteúdo/procedimento será decumprimento de sentença.
Quanto aos meios executórios, atividade executiva se desenvolve através de medidas classificadas como de um meios de execução meios de coerção (execução indireta e dois meios de sub-rogação (execução direta) ponto assim, na execução indireta, o estado não substitui a vontade do executado, mas, por meio de pressão psicológica, tenta convencê-lo ao cumprimento voluntário da obrigação, que pode se dar de duas formas: a) ameaça de piora (astreintes e prisão civil ) e b) ameaça de melhora (artigo 827 parágrafo 1º). Já na execução direta, o estado substitui a vontade do executado e satisfaz o direito do exequente ponto independente da vontade do executado, pois o juiz, através de medidas executivas, substitui a vontade do executado, gerando a satisfação do direito do exequente (exemplo penhora/expropriação) frise-se, que é possível observar no mesmo procedimento as duas medidas de execução (direta e indireta).
Princípio da nulla executio sine titulo: não há execução sem título que a embase. Um dos requisitos da execução e apresentação do título. Quando se tem uma execução, o executado se encontra em situação material (restrição de bens) e processual (está no processo para evitar abusos, excessos, para não sofrer mais do que o estritamente necessário) de desvantagem, a qual deve ser justificada. Essa justificativa é feita pela grande probabilidade do direito existir e essa probabilidade está no título. É uma da tipicidade dos títulos executivos Nula títulos sine lege, significa que o elenco previsto em lei (artigo 515 e artigo 784 e leis esparsas) constitui numerus clausus, sendo, portanto, restritivo, impossibilita o operador do direito a criar títulos executivos.
Meios Sub-Rogatórios (Execução direta) ↪ Expropriação 
https://www.sajadv.com.br/novo-cpc/art-824-a-826-do-novo-cpc/
Art. 825 do Novo CPC
Art. 825. A expropriação consiste em:
I. adjudicação;mas, se a obrigação imposta no título foi de fazer ou não fazer, ou de entregar coisa, e tiver objeto indivisível, litisconsórcio será necessário.
II. alienação;
III. apropriação de frutos e rendimentos de empresa ou de estabelecimentos e de outros bens.
Art. 825, caput, do Novo CPC
(1) O art. 825, Novo CPC, então, dispõe as formas pela qual a expropriação poderá ocorrer. Desse modo, a expropriação no processo de execução poderá seguir destas 3 formas:
· adjudicação: o bem é transferido, então, do patrimônio do executado para o patrimônio do exequente ou de terceiro, como forma de pagamento;
· alienação: o bem é alienado, então, por iniciativa particular ou em leilão judicial, e o valor é revertido para o adimplemento da obrigação;
· apropriação de frutos e rendimentos de empresa ou de estabelecimentos e de outros bens.
 Por fim, a doutrina entende que o rol de modos de expropriação devem ser seguidos de forma preferencial. Portanto, a alienação será realizada apenas se adjudicação não for possível. Do mesmo modo, optar-se-á pela apropriação de frutos e rendimentos de empresas ou de estabelecimentos e de outros bens quando não for possível a adjudicação e a alienação.
Art. 825, inciso I, do Novo CPC
(4) A adjudicação prevista no inciso I do art. 825 do CPC/2015 é a forma preferencial de expropriação no processo de execução. Como vislumbrado, trata-se da transferência de um bem do executado para o exequente. E, ainda, possui regras específicas nos artigos 876 a 878, Novo CPC.
(5) Segundo o art. 876 do CPC/2015, o exequente poderá requerer a adjudicação de um bem penhorado no processo de execução. Deverá, contudo, observar as condições do dispositivo:
Art. 876. É lícito ao exequente, oferecendo preço não inferior ao da avaliação, requerer que lhe sejam adjudicados os bens penhorados.
(6) Ainda, de acordo com o artigo 877, §1º, Novo CPC, a adjudicação se completa com a lavratura e assinatura do auto pelo juiz, escrivão ou chefe de secretaria, adjudicatário executado. De igual modo, deve-se emitir uma carta de adjudicação e um mandado de imissão na posse (para bem imóvel) ou ordem de entrega ao adjudicatário (para bem móvel).
(7) Na carta de adjudicação, deverão constar:
· descrição do imóvel;
· matrícula e registro dos imóveis;
· cópia do auto de adjudicação; e
· prova de quitação do imposto de transmissão.
(8) Desse modo, como em outros procedimentos que visem a satisfação da execução, também poderão ser opostos embargos de terceiro após o processo de adjudicação. Em regra, o terceiro terá 5 dias para opor os embargos, contados da carta de adjudicação.
Art. 825, inciso II, do Novo CPC
(9) A segunda espécie de expropriação no processo de execução, então, é a alienação. A medida é prevista, também, nos artigos 879 a 903 do Novo CPC. E como mencionado, portanto, somente se prosseguirá à alienação caso a adjudicação resta impossibilitada. Nesse sentido, também, é o que dispõe o art. 880 do Novo CPC:
(10) Por fim, a alienação no processo de execução, prevista no art. 825, CPC/2015, poderá ocorrer de duas formas, em ordem de preferência:
· particular (art. 880, Novo CPC); ou
· por leilão judicial (art. 881, Novo CPC).
Art. 825, inciso III, no Novo CPC
(11) O inciso III, enfim, apresenta a última modalidade de expropriação do art. 825 do CPC/2015. Trata-se, então, da apropriação de frutos e rendimentos de empresa ou de estabelecimentos e de outros bens. É importante ressaltar, contudo, que esta modalidade dependerá da ineficiência ou impossibilidade das demais. Ou seja, apenas ocorrerá quando restarem impedidas a adjudicação e a alienação.
(12) Não obstante, segundo Didier [2]:
a adjudicação pode ser tanto de bens móveis quanto de bens imóveis. Bem penhorado que possa ser alienado pode ser adjudicado – alguns bens penhorados não são alienados; deles se extraem os frutos e rendimentos, outra forma de expropriação.
FASES DE EXPROPRIAÇÃO 
https://www.jornaljurid.com.br/colunas/gisele-leite/expropriacao-dos-bens-do-executado
1. Adjudicação transferência do bem do patrimônio do executado para o patrimônio do exequente pelo valor avaliado; 2. Alienação por iniciativa particular – – não havendo interesse por parte do credor em ficar com o bem, mas indica um interessado em comprar o bem, de acordo com o valor avaliado em juízo; 3. Alienação em Hasta Pública – – não havendo interesse nem por parte do credor, nem de outro. Publica-se em editais os bens que estão sendo vendidos, cujo lance, no 1º leilão não deve ser inferior ao valor de avaliação; no 2º leilão por qualquer valor desde que não caracterize preço vil (abaixo de 50% da avaliação). Se o imóvel for arrematado no leilão em pagamento parcelado, este será hipotecado.
Liquidação de sentença
Liquidação por Arbitramento
É aquela que se presta a apuração do valor de um bem ou serviço. A única tarefa é apuração desse valor, o que demandará apresentação de pareceres e documentos elucidativos pelas partes , se isso não for suficiente, a nomeação de um perito. Não há nenhum fato novo a ser demonstrado.
Por exemplo: o juiz condena o réu a pagar ao autor indenização correspondente ao aluguel do imóvel por ele indevidamente ocupado, durante 12 meses. A sentença é ilíquida porque não se sabe qual é o aluguel daquele imóvel. A liquidação será feita por arbitramento porque a única coisa a ser feita é apurá-lo. Para tanto, as partes podem valer-se de pareceres, documentos e, caso necessário, haverá a nomeação do perito.
A diferença da liquidação de procedimento comum é que, nesta, a necessidade de prova de fatos novos, que vão além da simples apuração do valor do bem ou do serviço.
Dispõe o artigo 509,I , do CPC que a liquidação será feita por arbitramento quando determinado por sentença ou convencionado pelas partes ou quando o exigir a natureza do objeto da liquidação.
Muitas vezes, ao proferir a sentença condenatória, o juiz estabelece a forma pelo qual se fará a liquidação. Mas isso não tem caráter definitivo: mesmo que nela conste o arbitramento, pode ser necessária a de procedimento comum, caso se constate a necessidade da prova de fatos novos.
Requerido pelo credor ou devedor,o arbitramento, o juiz, não sendo possível decidir de plano, após a intimação das partes para apresentação de pareceres e documentos elucidativos, nomear um perito e fixará prazo para entrega do laudo. As partes poderão formular quesitos e indicar assistentes técnicos.
Liquidação pelo Procedimento Comum
É aquela em que há necessidade de comprovação de fatos novos, ligados ao Quantum debeatur. Dispõe o artigo 509,II: "pelo procedimento comum, quando houver necessidade de alegar e provar fato novo"
 
Por fato novo entende-se não O que tenha ocorrido após a sentença, mas o que não tenha sido apreciado, quando do julgamento , e que diga respeito ao quanto.
Por exemplo: o artigo 324,II,do CPC permite sentença genérica, quando não é possível determinar, de modo definitivo, as consequências do ato ou fato ilícito. Por vezes, a vítima sofre lesões cuja extensão não pode ser apurada quando da sentença. O juiz condenará o réu arcar com todos os danos e despesas de tratamento da vítima.
Mas apuração do Quantum exigirá a demonstração de fatos novos, relacionados a extensão dos danos e dos cuidados exigidos pela vítima. 
Na petição inicial, o autor os apresenta e eles constituíram a causa de pedir da liquidação, a qual o juiz deverá ater-se, sobre pena de proferir julgamento Extra petita. 
O procedimento da liquidação por artigos é o comum, ainda que a fase de conhecimento tem observado especial.
 O réu será intimado para apresentar contestação, sob pena de presumirem-se verdadeiros os fatos novos relacionados ao quantum debeatur. Todos os meios de provas serão admitidos, podendo o juiz determinar prova técnica e designar audiência de instrução e julgamento.
 Ao final, proferir a decisão interlocutória, julgando a liquidação. Poderá considerar aprovados, total ou parcial parcialmente, os fatos novos, declarando líquida a obrigação e apontando o Quantum debeatur.
 Nada impede que seja mais de uma liquidação pelo procedimento comum, nos casos em que há danos que se manifestem ou se agravam ao longo do tempo. Na primeira, serão apurados os danos que até então se apresentar em e, oportunamente, os outros, que se manifestar posteriormente.
A liquidação é julgada por decisão interlocutória
A liquidação é apenas uma fase intermediária entre a condenatória e a executiva. Hora, só pode ser considerado sentença o ato que põe fim ao processo ou a fase condenatória. O que julga a liquidação, não se enquadrando em nenhuma dessas categorias, é decisão interlocutória. O recurso adequado para impugnar é O agravo de instrumento (artigo 1015, parágrafo único)
Ao proferir a decisão, o juiz examinará a pretensão formulada pelo requerente, que a declaração do valor devido. Se, ao longo da liquidação, foram colhidos elementos suficientes e produzidas as provas necessárias e, ele declarar líquida a obrigação. Se as provas forem suficientes, e o juiz, ao final, não puder indicar o valor, julgará a liquidação extinta, em apurar o quanto, o que não impedirá o requerente de ajuizar, mais tarde, uma nova, já que sua decisão que declara o Quantum debeatur não pode mais, esgotados os recursos, ser discutida.
Admite-se ainda (embora exista controvérsia a respeito) a possibilidade de o juiz declarar líquida a obrigação ao montante zero. É o que ocorrerá, por exemplo, quando a juizada liquidação pelo procedimento comum de sentença penal condenatória e colorida todas as provas e, o juiz concluir que a vítima não sofreu dano nenhum, não teve nenhum prejuízo.
José Rogério Cruz e TUCCI, CPC anotado 2018
Código Comentado
Luiz Rodrigues Wambier
Da Liquidacao de sentenca 
Art. 509 - Quando a sentença condenar ao pagamento de quantia ilíquida, proceder-se-á à sua liquidação, a requerimento do credor ou do devedor: I - por arbitramento, quando determinado pela sentença, convencionado pelas partes ou exigido pela natureza do objeto da liquidação;
II - pelo procedimento comum, quando houver necessidade de alegar e provar fato novo.
§ 1o - Quando na sentença houver uma parte líquida e outra ilíquida, ao credor é lícito promover simultaneamente a execução daquela e, em autos apartados, a liquidação desta.
§ 2o - Quando a apuração do valor depender apenas de cálculo aritmético, o credor poderá promover, desde logo, o cumprimento da sentença.
§ 3o - O Conselho Nacional de Justiça desenvolverá e colocará à disposição dos interessados programa de atualização financeira.
§ 4o - Na liquidação é vedado discutir de novo a lide ou modificar a sentença que a julgou.
I. A liquidação de sentença na sistemática do CPC/2015
É a simplificação do sistema um dos principais vetores do Código de Processo Civil de 2015. Em regra, deve a atividade judicial ser instrumentalmente dirigida à declaração – em sentido amplo – e à efetivação do direito material. Daí a necessidade de o sistema processual ser sobretudo operativo e funcional, dando-se máxima utilidade à atividade jurisdicional, que se destinará a resolver, preponderantemente, a controvérsia havida no plano do direito material. É por isso que a liquidação de sentença, assim como no sistema vigente sob a égide do CPC/1973, deve ser cingida a hipóteses excepcionais. No CPC/2015, às hipóteses permissivas da liquidação são mais restritas. É o caso, por exemplo, da regra do art. 491, segundo a qual, na ação relativa à obrigação de pagar quantia, mesmo que a parte tenha formulado pedido genérico, deverá a decisão, ao definir a extensão da obrigação, fixar o índice de correção monetária, a taxa de juros e os respectivos termos a quo. Além disso, se couber a capitalização de juros, deverá a decisão determinar a sua periodicidade, exceto quando não se puder definir o montante devido (inciso I), ou quando a apuração do valor depender de prova cuja produção seja demorada ou excessivamente cara (inciso II). Não andou bem o legislador ao referir-se à hipótese de definição da extensão da obrigação, pois nessa ação se buscará exclusivamente a fixação de valor em dinheiro. A teor do que dispõe a regra do art. 509, o manejo da liquidação de sentença será possível apenas quando a sentença efetivamente deva ser ilíquida, isto é, quando não houver elementos para que sua liquidez seja desde logo afirmada. Nesse dispositivo também há uma imprecisão. Aqui, o legislador optou por restringir a liquidação à hipótese de condenação ao pagamento de quantia ilíquida quando, na verdade, a ação de liquidação é necessária também quando não houver a definição quanto à mensuração da quantidade de coisas, indicação de extensão, volume, medida e, portanto, à grandeza ou ao tamanho daquilo que deva ser prestado pelo devedor.
II. Conceito e natureza jurídica
A ação de liquidação deriva da excepcionalíssima possibilidade de que sentenças genéricas (ou ilíquidas) sejam proferidas. São hipóteses em que o juiz não tem condições de determinar desde logo o montante da condenação ou de individuar o objeto da obrigação. O escopo da ação de liquidação é, portanto, conceder exequibilidade à sentença. Trata-se de ação de conhecimento autônoma, que não depende da ação em que se proferiu a sentença ilíquida, nem do subsequente cumprimento de sentença. É conveniente destacar que o legislador do período de reforma do CPC/ 1973 optou por tratar as ações que se sucedem ao longo da relação jurídica processual sincrética, como se de meras fases se tratasse. Essa mesma postura foi adotada pelo legislador do CPC/2015. Trata-se, todavia, de opção decorrente de razões pragmáticas. Essa opção não retira nem altera a natureza jurídica dessas ações que são ajuizadas em sequência, na mesma relação jurídica processual. Dessa maneira, a ação de conhecimento em que a parte formule pedido de prestação da tutela jurisdicional, é tida como fase de conhecimento. Se a sentença proferida nessa ação (fase de conhecimento) for ilíquida, haverá a subsequente ação (fase, de acordo com a opção legislativa) de liquidação. E, ao final, havendo decisão de mérito da ação da liquidação, determinando o valor da obrigação ou a sua extensão, seguir-se-á a ação de execução,que o legislador denomina de fase de cumprimento da sentença.
III. Requerimento
A ação de liquidação de sentença inicia-se pelo pedido de liquidação, que, nos termos do que dispõe o art. 509, caput, pode ser formulado tanto pelo credor quanto pelo devedor. Isso significa que o órgão jurisdicional somente se movimenta após expressa provocação, seja pelo credor, seja pelo devedor, observando-se o princípio da inércia da jurisdição. É natural que, sendo ilíquida a sentença, o credor queira desde logo manejar a ação de liquidação para que se determine o quantum debeatur, obtendo-se o título executivo judicial, que será objeto do subsequente cumprimento de sentença, onde se realizarão os atos de constrição destinados à satisfação da obrigação. A concessão ao devedor da legitimidade para o requerimento da liquidação de sentença é uma novidade muito positiva trazida pelo CPC/2015, pois sem que se saiba o valor do título judicial, fica o devedor impossibilitado de realizar o pagamento em dinheiro ou destinar patrimônio suficiente para tanto. Sem esse valor, aliás, nem mesmo a responsabilidade patrimonial pode ser delimitada.
IV. Procedimentos de liquidação
Na sistemática do CPC/2015, existem somente dois procedimentos de liquidação: o da liquidação por arbitramento e o da liquidação pelo procedimento comum (antiga liquidação por artigos), cabível quando houver a necessidade de alegação e prova de fato novo. É líquida, portanto, a sentença que condene ao pagamento de valor que se possa determinar por meio da realização de simples cálculo, sendo desnecessário o manejo da ação de liquidação.
V. Parte líquida e parte ilíquida
O CPC/2015, assim como o CPC/1973, admite que o credor promova simultaneamente o cumprimento da parte líquida da sentença e a liquidação da parte ilíquida. Embora o § 1o do art. 509 faça referência apenas ao credor, a interpretação em conjunto com a regra do caput nos faz crer que, em relação à parte ilíquida, tanto o credor quanto o próprio devedor podem promover a ação de liquidação.
VI. Apuração do valor por cálculo aritmético
Como já dito, a sentença cujo cumprimento dependa apenas de cálculos aritméticos não é ilíquida. Nessa hipótese, portanto, não cabe ação de liquidação de sentença. O § 2o do art. 509 apenas deixa clara regra que já era prevista no CPC/1973 reformado. Assim, se a sentença depender apenas de cálculos aritméticos, deverá o credor, quando do requerimento do cumprimento de sentença, apresentá-los sob a forma de memória discriminada, que deverá conter o débito atualizado.
VII. CNJ e programas de cálculo
A teor do que dispõe o § 3o do art. 509, o Conselho Nacional de Justiça deverá desenvolver e colocar à disposição de todos programa único de atualização financeira. Essa regra é novidade e será de grande utilidade na medida em que se evitarão discussões tão presentes na jurisprudência das últimas décadas, a respeito do cabimento deste ou daquele índice de atualização. O CNJ não tem competência para determinar os índices aplicáveis, mas deve oferecer aos interessados esses programas, optando pelos índices que tenham sido definidos como adequados pela autoridade monetária e assim aceitos pelo Superior Tribunal de Justiça.
VIII. Vedação à rediscussão da lide ou modificação da sentença
O § 4o do art. 509 afasta, na ação de liquidação, a discussão, de qualquer espécie ou natureza, sobre o mérito da ação resolvida na sentença ilíquida que a julgou. O pedido formulado pelo autor da ação de liquidação, portanto, fica restrito aos limites da condenação, fixados na sentença ilíquida. Mesmo que da liquidação pelo procedimento comum se trate, em que se admite expressiva atividade probatória, a observância aos limites da sentença liquidanda é inafastável. Caso contrário, desrespeitar-se-á a coisa julgada que se tenha formado (se se tratar de liquidação de sentença transitada em julgado) ou a própria sentença liquidanda ainda sujeita a recurso (art. 512). Portanto, a cognição na ação de liquidação – seja pelo procedimento comum, seja por arbitramento – deve limitar-se ao quantum debeatur ou à extensão da obrigação. Por outro lado, os juros de mora e o índice de correção monetária, assim como seus termos iniciais ou a periodicidade da capitalização de juros, se houver, poderão ser objeto de discussão na ação de liquidação, desde que a sentença liquidanda seja omissa quanto a tais questões.
IX. Resultado igual a zero
A liquidação zero ocorre em duas situações: quando a parte não se desincumbe com eficiência do ônus de provar ou quando, apesar da farta produção de provas, o valor a que se chegue, na ação de liquidação, seja efetivamente igual a zero. Nesse caso, conclui-se pela inexistência de prejuízo, já que o an debeatur não pode ser juridicamente qualificado como um dano. Trata-se de hipóteses de improcedência da ação de liquidação, aplicando-se a regra geral da incidência da coisa julgada, mesmo sobre sentenças de improcedência.
X. Fato superveniente
Outra situação excepcional, mas possível, é a que diz respeito a fato novo, superveniente à decisão de liquidação, decorrente direta e imediatamente do mesmo conjunto de fatos que determinou a condenação ilíquida, e que, sem ofender a coisa julgada, modifique a quantia do objeto do cumprimento de sentença. Em situações como essa, é possível ao credor promover nova ação de liquidação, decorrente da mesma sentença condenatória, visando a obtenção de nova definição de valor ou objeto referente a tais fatos supervenientes.
Art. 510 - Na liquidação por arbitramento, o juiz intimará as partes para a apresentação de pareceres ou documentos elucidativos, no prazo que fixar, e, caso não possa decidir de plano, nomeará perito, observando-se, no que couber, o procedimento da prova pericial.
I. Liquidação por arbitramento
Se houver necessidade de atividade pericial para fixação do valor ou da extensão do objeto da sentença ilíquida, o procedimento cabível será o da liquidação por arbitramento. A regra do art. 510 dispõe que as partes deverão ser intimadas para que apresentem documentos e pareceres destinados a dar respaldo ao juiz para a determinação do quantum debeatur ou da extensão da obrigação. O termo partes, no contexto do dispositivo, deve ser entendido como quem não tenha apresentado o pedido de liquidação. Tais documentos e pareceres já deverão ser juntados pelo autor (credor ou devedor) da liquidação com o pedido inicial. Se forem insuficientes os documentos apresentados pelas partes, deverá o juiz nomear perito judicial com conhecimento na área do saber humano em que se insira o objeto da condenação, observando-se, a partir desse momento, naquilo que for aplicável, o procedimento da prova pericial.
II. Adequação do procedimento
Embora a sentença ilíquida tenha determinado a liquidação por arbitramento, pode ocorrer que, durante seu curso, seja constatada a ausência de elementos necessários à liquidação e o procedimento por arbitramento não se revele adequado. Assim, se a prova de fato novo se mostrar imperiosa para a determinação do valor ou da extensão da obrigação, pode o juiz da liquidação a ela aplicar o procedimento comum. Trata-se de regra que respeita o princípio do máximo aproveitamento dos atos processuais, dando utilidade à sentença condenatória genérica que equivocadamente determinou um rito procedimental de liquidação inadequado ao caso.
Art. 511 - Na liquidação pelo procedimento comum, o juiz determinará a intimação do requerido, na pessoa de seu advogado ou da sociedade de advogados a que estiver vinculado, para, querendo, apresentar contestação no prazo de 15 (quinze) dias, observando-se, a seguir, no que couber, o disposto no Livro I da Parte Especial deste Código.
I. Fato novo
A liquidação pelo procedimento comum é cabível quando, para se determinar o quantum debeatur ou a extensão da obrigação, houver necessidade de alegação e prova de fato novo. Pode-se dizer que fato novo é todo acontecimento real que é relevante para o fenômeno jurídico, pois desse fato decorrem consequências jurídicas.

Outros materiais