Unidade 06 - Água no planeta

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FUNDAMENTOS NATURAIS DA GEOGRAFIA 
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UNIDADE 06 - Água no planeta 
O homem começou a compreender melhor a água já no século 17, quando relacionou as 
chuvas com o aumento dos níveis dos rios, contradizendo as interpretações religiosas e 
divinas muito comuns naquela época. Tais análises realizadas naquele século, fez abrir 
caminhos para estudos mais específicos sobre as águas dos lugares habitados - a 
hidrografia. 
 
Hidrografia é a ciência que trata dos fenômenos relativos à água na atmosfera, na 
superfície terrestre e no solo e da relação desses fenômenos com a vida e com a 
atividade do homem. É parte da Geografia Física. 
A hidrografia é uma ciência recente, embora certos conhecimentos sobre as enchentes do 
rio Nilo (3000 a.C.) e evidências de medidas de precipitação pluvial na Índia (350 a.C.) já 
tivessem sido adquirido e aplicados pelo homem naquele período da nossa história. 
Já no século XIX, a hidrografia já era conhecida como ciência das águas, que tinha o 
objetivo de conhecer e estudar as propriedades da água, sua formação, sua circulação e 
sua circulação na atmosfera e na superfície da Terra e no subsolo. A ideia geral do ciclo 
hidrológico (Figura 01) só começou a se desenvolver na Renascença, com Leonardo da 
Vinci. 
 
Figura 01: Modelo esquemático do ciclo hidrológico. 
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A água é utilizada como referência para o estudo de outros líquidos. Quando 
indicamos que um líquido é mais viscoso, ou mais quente, ou mais denso, estamos 
indicando que essas situações são se comparadas á água no seu estado natural e 
num ambiente natural. 
O uso da água 
A hidrosfera é constituída pela água existente na terra nos três estados (sólido, gasosos e 
líquido), sendo um recurso indispensável para a manutenção da vida no planeta e. Por 
causa dessa necessidade, o aumento da população mundial vem contribuindo para que 
este recurso natural alcance um nível preocupante de abastecimento social, econômico e 
industrial. 
 
Por ser um recurso natural, é um recurso finito. É renovável, mas facilmente 
poluível e contaminável, sendo que os custos necessários para torna-la limpa 
novamente são muito elevados. 
Além da poluição doméstica e industrial lançada nos rios que abastecem a comunidade 
local, o desmatamento de florestas também atua determinantemente na redução da 
qualidade das águas, como já foi discutido na Unidade 01, quando foram feitas as 
apresentações da importância de se conhecer os fundamentos naturais da Geografia 
(reveja Cenas 1 a 7). 
▪ O que acontece naquela sequência cenas em relação a questão hídrica? 
➢ Confira o que acontece: 
O que se vê ali, é que sem uma vegetação no local onde originalmente 
deveria estar, qualquer chuva ali precipitada, favorece que o solo (agora 
nu), seja erodido e levado para a calha dos rios. 
Com a chegada desse solo vindo da área sem floresta, ele se acumula no 
leito do rio, reduzindo a sua profundidade original. Com rio mais raso, 
suas águas se aquecem com mais facilidade. 
Quando a água está mais aquecida, perde mais oxigênio do que quando 
sua condição normal. Com menos oxigênio, a biodiversidade local fica 
reduzida, causando impactos difíceis de serem reduzidos. 
 
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O surgimento da água na Terra 
O esquema de funcionamento do ciclo hidrológico é um modelo bastante estudado nos 
ensinos fundamental e médio, mas o surgimento da primeira partícula de água na Terra 
ainda é pouco discutido e trabalhado em sala de aula. 
A água como a conhecemos hoje na Terra, teve origem em conjunto com formação do 
próprio planeta, como parte do processo natural em que os gases armazenados nas 
superfícies sólidas ainda muito quentes começaram a se desprender devido ao seu 
resfriamento. 
 
A soltura dos gases de uma superfície acontece quando esta é resfriada ou 
aquecida. Esse processo de é chamado de desgaseificação. 
Por causa desse resfriamento, o núcleo da Terra que continuava quente, expeliu uma 
grande quantidade de água em forma de vapor (H2O) para a crosta, juntamente com gás 
hidrogênio (H) e gás carbônico (CO2). Esse processo formou a nossa atmosfera. 
Mediante ao contínuo resfriamento da atmosfera, esse vapor d’água passou pelo processo 
de condensação, que formou as nuvens que causaram as consequentes chuvas e que 
formaram os oceanos. 
Aquelas chuvas precipitadas sobre os continentes, parte dessas águas ficaram presas em 
áreas mais rebaixadas formando as primeiras lagoas, enquanto que outra parte se infiltrou 
na superfície, acumulando-se entre as rochas do subsolo, dando sustentação para o 
surgimento dos primeiros seres vivos a partir de então. 
Bacias Hidrográficas 
Uma vez entendida a importância da água em nossas vidas, uma das estratégias 
encontradas para que esse recurso natural pudesse ser melhor gerenciado, foi a divisão do 
território geográfico em Bacias Hidrográficas. 
 
Para o estudo da hidrografia, o entendimento de uma bacia hidrográfica é um dos 
principais assuntos que devem ser priorizados. 
 
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Em linhas gerais, a definição de uma bacia hidrográfica (Figura 02) corresponde a um 
determinado espaço geográfico circundado por elevações topográficas (também chamados 
de divisores de água – Figura 03), que drenam a precipitação para cotas topográficas mais 
baixas, para uma mesma direção através de pequenos córregos e riachos, até se 
encontrarem num rio maior que recebe águas desses rios menores todos ali localizados. 
 
Figura 02: Modelo esquemático de uma bacia hidrográfica, com 
indicação dos rios afluentes - ou tributários (1 e 2) que abastecem o rio 
principal (3), até essas águas chegarem no seu ponto final antes de sair 
daquela bacia - foz (E). 
 
Figura 03: Modelo esquemático do um divisor de águas entre duas 
bacias hidrográficas (A e B; neste desenho). 
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No Brasil, devido à interação do quadro climático com os aspectos geológicos dominam os 
excedentes hídricos que alimentam uma das mais extensas e densas redes de rios perenes 
do mundo. Essa condição natural propicia a manutenção de uma rede hidrográfica 
numerosa e formada por rios com grande volume de água. 
Em decorrência dessa riqueza hídrica, o Brasil possui oito (8) bacias hidrográficas 
regionais, dentre as quais as da Amazônia, do São Francisco e do Paraná concentram 
cerca de 80% da produção hídrica do país. Estas bacias cobrem cerca de 72% do território 
brasileiro, dando-se destaque à Bacia Amazônica, que possui cerca de 57% da superfície 
do País (Figura 04). 
 
 
Figura 04: Bacias hidrográficas do Brasil. 
Neste contexto, uma maneira de classificar os cursos d’água baseia-se na constância do 
escoamento normal que acontece em cada um desses corpos d’água. Dessa forma, 
podendo apresentar rios da seguinte forma (também vale para córregos e riachos): 
▪ Rio perene: aquele que é abastecido por uma nascente e contém água durante todo 
o tempo; 
▪ Rio intermitente: aquele que é abastecido por uma nascente, mas que a água escoa 
somente durante as estações de chuvas e seca nas de estiagem; e, 
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▪ Rio efêmero: aquele que não é abastecido por uma nascente e que existe apenas 
durante ou imediatamente após os períodos de precipitação e só transportam 
escoamento superficial. 
O consumo da água 
Embora tamanha quantidade de água doce disponível no Brasil, há um grave problema de 
abastecimento no País, devido ao crescimento das localidades e à degradação da 
qualidade da água. 
Mesmo tendo o conhecimento das variações de tempo, dos espaços das chuvas, das 
descargas dos rios, de fatores ambientais e socioculturais, ainda assim é baixo nível de 
organização e gerenciamento dessas águas causam problemas associados à 
disponibilidade de uso para os diferentes fins que se destina. 
 
Uma grande parte das doenças do mundoestá relacionada à qualidade deficiente 
da água; sobretudo em países em desenvolvimento, como é o caso do Brasil, onde 
é comum o lançamento de esgotos domésticos e industriais na rede hidrográfica 
que também fornece água para a população. 
Quando tratamos das questões que envolvem o consumo da água no planeta, este 
consumo pode ser classificado como consultivo quando, de modo geral, é utilizada para 
abastecimento de água e não consuntivo, quando utilizada para recreação e lazer, 
preservação flora e fauna, geração de energia, transporte e deposição de despejos. 
A água no funcionamento do sistema ambiental 
Uma vez sabido que a água integra os diferentes processos ambientais da Terra; desde a 
manutenção da vida, até a modelagem do muitos relevos e desencadeamento de 
fenômenos meteorológicas diversos, essa dinâmica acontece a partir dos três estados 
físicos que pode assumir de acordo com sua posição no planeta. 
Isso significa que nas regiões muito frias do planeta, essa água assume seu estado sólido; 
ou em regiões muito quentes, é encontrada nos seus estados líquidos e gasoso. 
 
Embora seus estados sólido, líquido e gasoso sejam mais comuns em regiões do 
globo terrestre com condições meteorológicas que proporcionem tais condições, 
isso não quer sejam encontradas ali exclusivamente em tais condições. Isso quer 
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dizer que nas regiões polares, por exemplo, onde as temperaturas são abaixo do 
ponto de congelamento ali também existe uma parcela de água no seu estado 
líquido e também gasoso naturalmente. 
O que será visto nas próximas aulas 
A água no planeta Terra é determinante e vital para nossa existência no planeta Terra. 
Quando associada aos demais fenômenos naturais que aqui acontecem essa mesma 
água age como modificador do relevo na superfície terrestre através de processos 
contínuos de intemperismo químico e mecânico. 
Para entender melhor esse processo, o próximo capítulo (Unidade 07) vai apresentar as 
os principais tipos de relevo distribuídos no planeta e que refletem as ações erosivas 
dessa água, assim como as próprias forças atuantes no interior desse planeta.