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QUESTÕES DISCURSIVAS - CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE

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Questões Discursivas – www.questoesdiscursivas.com.br 
CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE 
 
 
 1 
CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE 
 
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CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE 
 
 
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CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE 
 
 
 3 
 
AUTORES: 
BALTAZAR RODRIGUES 
Procurador do Estado do Rio de Janeiro - PGE/RJ. Sócio do escritório 
Fontana, Maurell, Gaio e Rodrigues Advogados. Mestre em Direito 
Processual pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ. Ex-
Diretor Jurídico do Fundo Único de Previdência Social do Estado do Rio de 
Janeiro (Rioprevidência - 2013/2014). Aprovado nos seguintes concursos: 
PGE/RJ (15º lugar - 2010); Advogado do BNDES (65º lugar - 2009). 
RODRIGO DUARTE 
Advogado da União. Ex-Oficial de Justiça e Avaliador Federal no TRF da 2ª 
Região; Ex-Técnico Administrativo do Ministério Público da União (MPU) e 
Ex-Técnico de Atividade Judiciária no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro 
(TJRJ); Aprovado e nomeado no concurso de Analista Processual do 
Ministério Público do Rio de Janeiro (MPE/RJ). 
MIGUEL BLAJCHMAN (Organizador) 
Advogado. Fundador do site Questões Discursivas. Ex-Analista de 
Planejamento e Orçamento da Secretaria Municipal da Fazenda do Rio de 
Janeiro (SMF/RJ). Aprovado nos seguintes concursos: Analista de Controle 
Externo do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE/RJ). 
Analista e Técnico do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro 
(MPE/RJ) e Advogado da Dataprev. 
 
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CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE 
 
 
 4 
ÍNDICE 
CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE 
1. MAGISTRATURA ESTADUAL – TJSP – 2019 – VUNESP 
2. PROCURADOR – ASSEMBLEIA LEGISLATIVA/GO – 2019 – IADES 
3. PROMOTOR DE JUSTIÇA – MPE/PR- 2017 – BANCA PRÓPRIA 
4. DELEGADO DE POLÍCIA – PCRS – 2018 – FUNDATEC 
5. ANALISTA JUDICIÁRIO - STF - CESPE - 2013 
6. DELEGADO DE POLÍCIA – PCGO – 2013 – UEG 
7. DELEGADO DE POLÍCIA – PCGO – 2018 - UFG 
8. MAGISTRATURA – TJDFT – 2014 - CESPE 
9. PROCURADOR DO ESTADO - PGE/SP - 2012 - FCC 
10. PROCURADOR DO ESTADO - PGE/BA - 2014 - CESPE 
11. ADVOGADO DA UNIÃO – AGU - 2016 - CESPE 
12. PROCURADOR LEGISLATIVO –CAMPINA GRANDE DO SUL/PR – 2014 - FAPIFA 
13. MAGISTRATURA FEDERAL – TRF5 – 2015 - CESPE 
14. PROCURADOR AUTÁRQUICO - UNICAMP - 2018 – VUNESP 
15. PROCURADOR DO ESTADO - PGE/RO - 2011 - FCC 
16. PROCURADOR DO BANCO CENTRAL – AGU - CESPE - 2013 
17. MAGISTRATURA ESTADUAL - TJMS - 2015 – VUNESP 
18. PROCURADOR FEDERAL – AGU - CESPE - 2010 
19. PROMOTOR DE JUSTIÇA – MPE/RR – 2017 – CESPE 
20. MAGISTRATURA FEDERAL – TRF2 – 2017 – BANCA PRÓPRIA 
21. DELEGADO DE POLÍCIA – PCRJ – 2012 – FUNCAB 
22. DELEGADO DE POLÍCIA – PCMG – 2018 – ACADEPOL 
23. DELEGADO DE POLÍCIA – PCSP – 2008 – ACADEPOL 
24. DELEGADO DE POLÍCIA – PCGO – 2013 – UEG 
25. DELEGADO DE POLÍCIA – PCGO – 2018 - UFG 
26. AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO - TCE/PA - 2012 - AOCP 
27. AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO - TCE/MS - 2013 – BANCA PRÓPRIA 
28. PROCURADOR DO ESTADO – PGE/MT – FCC - 2016 
29. PROCURADOR – ASSEMBLEIA LEGISLATIVA/GO – 2019 – IADES 
30. PROCURADOR MUNICIPAL - PGM-PAULÍNIA/SP - 2016 – FGV 
31. TRIBUNAIS DE CONTAS – TCM/SP - 2015 – FGV 
32. MAGISTRATURA ESTADUAL – TJPA – 2011 - CESPE 
33. DELEGADO DE POLÍCIA – PCPR – 2013 – COPS UEL 
 
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CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE 
 
 
 5 
MAGISTRATURA ESTADUAL – TJSP – 2019 – VUNESP 
Disserte sobre o tema: Controle judicial de constitucionalidade. 1. Origem. Conceito e 
Importância. 2. Controle incidental ou difuso. Características. Efeitos. Reserva de 
Plenário. 3. Controle concentrado ou principal. Características. Ação Direta de 
Inconstitucionalidade. Legitimidade e pertinência temática. Efeitos temporais e 
modulação. Obs.: No desenvolvimento da dissertação, o candidato deverá levar em 
consideração rigorosamente os itens e subitens, de acordo com a ordem proposta. 
SUGESTÃO DE RESPOSTA: 
O controle de constitucionalidade é um dos temas mais importantes do direito 
constitucional. Pode ser conceituado, basicamente, como a possibilidade de declaração 
de invalidade de leis, tendo como parâmetro a Constituição. 
Sua origem remonta ao caso Marbury vs Madison, onde a Suprema Corte 
Americana declarou que um conflito entre uma norma ordinária e uma norma 
constitucional seria resolvido com a prevalência desta última, tendo em vista a sua 
superioridade normativa. Sua importância decorre do óbvio parâmetro que se 
estabelece para avaliar a validade das normas editadas no ordenamento jurídico 
pátrio. 
Há classicamente duas modalidades de controle: o incidental e o concentrado. 
O controle incidental (ou difuso) é exercido por todos os órgãos julgadores, sem a 
necessidade de deslocamento de competência caso a questão da inconstitucionalidade 
da norma seja suscitada no processo. Em geral, seu efeito é inter partes: ou seja, só é 
aplicável àquele caso sob exame pelo juízo. No Brasil, o art. 97 da CRFB prevê a 
aplicação da chamada reserva de Plenário: quando um órgão colegiado é chamado a 
analisar a validade de uma norma, a sua inconstitucionalidade deve ser declarada por 
maioria absoluta de seus membros. 
Já o controle concentrado (ou principal) baseia-se na indicação de um órgão 
julgador específico para a análise da constitucionalidade das leis, em geral um órgão 
de cúpula. Seus efeitos, em geral, são erga omnes, se espraiando por todo o 
ordenamento, a fim de conferir segurança jurídica à aplicação das leis. 
No Brasil, seu principal instrumento é a ação direta de inconstitucionalidade, de 
competência do STF. Sua legitimidade é restrita às autoridades ou instituições previstas 
no art. 103 da CRFB, sendo que alguns deles, como os Governadores de Estado ou as 
confederações sindicais, devem comprovar a pertinência da norma impugnada com 
seus interesses institucionais (no primeiro caso, uma lei que impacte no ordenamento 
ou nas finanças daquele Estado e, no segundo caso, uma lei que tenha sido editada 
acerca do âmbito de atuação daquela entidade). 
Finalmente, por a inconstitucionalidade ser um vício que afeta a norma em seu 
plano de validade, ela acaba fulminando-a desde seu nascedouro. Contudo, em alguns 
casos isso acaba gerando situações injustas, uma vez que a lei foi aplicada na prática. 
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CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE 
 
 
 6 
Assim, a legislação autoriza que o Supremo Tribunal Federal module esses efeitos, 
sendo resguardada a segurança jurídica (art. 27 da Lei 9.868/99). 
 
PROCURADOR – ASSEMBLEIA LEGISLATIVA/GO – 2019 – IADES 
Leia, com atenção, as informações a seguir. Analise o caso de um cidadão que interpôs 
ação de descumprimento de preceito fundamental (ADPF) perante o Supremo Tribunal 
Federal (STF), para discutir a inconstitucionalidade de determinada lei pré-
constitucional em face da Constituição de 1998. Na ação, foi formulado um pedido 
para que, se não conhecida a ADPF, ela fosse recebida como ação direta de 
inconstitucionalidade (ADI). O estado de Goiás e a Assembleia Legislativa de Goiás 
foram intimados para se manifestarem. Com base nessas informações, redija um texto 
dissertativo e (ou) descritivo respondendo ao questionamento “é correto afirmar que a 
ADPF será julgada procedente?”. Aborde necessariamente, os tópicos a seguir: a) 
Quem são os legitimados para ajuizar a ADPF? b) O que é o princípio da 
subsidiariedade? c) Seria admitido, no caso narrado, o recebimento da ADPF como 
ADI? d) No procedimento da ADPF, o relator poderia indeferir a inicial liminarmente, e 
tal decisão é recorrível? 
SUGESTÃO DE RESPOSTA: 
1. A ADPF tem previsão no art. 102, § 1o da CF; 
2. Os legitimados para ação direita são os mesmo da ADPF - Podem propor arguição de 
descumprimento de preceitofundamental: I - os legitimados para a ação direta de 
inconstitucionalidade (art. 2o, da Lei no 9.882/1999); 
3. Os legitimados para ADI estão na Constituição Federal (CF), art. 103 e seus incisos; 
4. O princípio da subsidiariedade significa que não cabe ADPF quando houver outro 
meio eficaz para sanar a lesividade, por exemplo, quando couber ADI, ADC etc. Não 
será admitida arguição de descumprimento de preceito fundamental quando houver 
qualquer outro meio eficaz de sanar a lesividade (art. 4o, § 1o, da Lei no 9.882/1999); 
5. À ADPF cabe direito pré-constitucional. Caberá também arguição de 
descumprimento de preceito fundamental: I - quando for relevante o fundamento da 
controvérsia constitucional sobre lei ou ato normativo federal, estadual ou municipal, 
incluídos os anteriores à Constituição (art. 1o, parágrafo único da Lei no 9.882/1999); 
6. Não caberia o recebimento, porque não cabe ADI de lei pré-constitucional, nem o 
legitimado está correto; 
7. O STF não admite a fungibilidade da ADPF pela ADI quando se tratar de erro 
grosseiro; 
8. O relator pode indeferir liminarmente, pois o cidadão não é legitimado para o 
ajuizamento da ADPF. A petição inicial será indeferida liminarmente pelo relator, 
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CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE 
 
 
 7 
quando não for o caso de arguição de descumprimento de preceito fundamental, faltar 
algum dos requisitos prescritos nessa lei ou for inepta (art. 4o da Lei no 9.882/1999); 
9. Liminar é no início do processo, sem ouvir as partes; e 
10. Cabe recurso de agravo em cinco dias – art. 4, § 2o, da Lei no 9.882/1999. 
 
PROMOTOR DE JUSTIÇA – MPE/PR- 2017 – BANCA PRÓPRIA 
Conceitue o estado de coisas inconstitucional, identificando os requisitos para sua 
configuração e eventual crítica a respeito do instituto. 
SUGESTÃO DE RESPOSTA: 
Inspirado nas medidas estruturantes do Direito norte americano, o estado de 
coisas inconstitucional é instituto desenvolvido na Suprema Corte da Colômbia, e sua 
configuração demanda os seguintes requisitos: a) violação massiva e generalizada de 
direitos fundamentais de número significativo de pessoas; b) prolongada omissão das 
autoridades na adoção de providências natureza legislativas, administrativas ou 
judiciais para implementação desses direitos; c) a causa dessa violação não seja 
imputada a autoridade identificável, mas sim a causas estruturais; d) a existência de 
problema social grave cuja solução demande providências de mais de uma instituição; 
e) a violação não se situa apenas no plano normativo (não se trata de 
inconstitucionalidade por omissão), mas sim em patamar fático; f) risco de colapso do 
Judiciário em razão da multiplicação de demandas individuais. 
O reconhecimento do estado de coisas inconstitucional, pela Suprema Corte, 
estabelece diálogos institucionais, pois sua superação demanda atuação coordenada 
de mais de um órgão. 
Críticas são dirigidas ao instituto, pois pode ensejar ativismo judicial exagerado, 
com déficit democrático e falta de legitimação, notadamente diante da imprecisão de 
seus requisitos, o que conduz a possível falta de eficácia do instituto. 
Ademais, no Brasil, o enfrentamento desse tipo de demanda tem sido feito em 
sede de ações coletivas, então o STF deve empregar a técnica de maneira dosada. 
 
DELEGADO DE POLÍCIA – PCRS – 2018 – FUNDATEC 
O Estado de Coisas Inconstitucional (ECI) é uma técnica decisória que visa enfrentar 
situações de violações graves e sistemáticas dos direitos fundamentais cujas causas 
sejam de natureza estrutural, isto é, decorram de falhas estruturais em políticas 
públicas adotadas pelo Estado, exigindo uma atuação conjunta de diversas entidades 
estatais. Sendo assim, responda: a) qual a origem do ECI?; b) qual a sua importância?; 
e c) discorra sobre o emblemático caso em que o Direito Brasileiro adotou o ECI. 
Questões Discursivas – www.questoesdiscursivas.com.br 
CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE 
 
 
 8 
SUGESTÃO DE RESPOSTA: 
A ideia em torno do chamado Estado de Coisas Inconstitucional tem origem, 
conforme aponta a doutrina, em decisões proferidas pela Corte Constitucional da 
Colômbia, tendo por objeto o enfrentamento de casos em que se constataram 
sistemáticas, contínuas e generalizadas violações a direitos fundamentais. 
De forma pioneira, o reconhecimento do Estado de Coisas Inconstitucional teria 
ocorrido em 1997, quando a referida Corte deliberou acerca dos direitos 
previdenciários de professores, cujo desrespeito teria alcançado níveis altíssimos por 
parte do poder público, sendo repetidamente inobservados, o que motivou a 
determinação judicial de que tal quadro de inconstitucionalidade fosse superado 
(Sentencia de Unificación – SU 559, 06/11/1997). 
A postura judiciária frente a casos em que se verifica o Estado de Coisas 
Inconstitucional escora-se no denominado “Ativismo Judicial”, por meio do qual o 
Poder Judiciário acaba determinando a adoção de providências que, tradicionalmente, 
comporiam o campo discricionário e político dos demais Poderes. Isso gera, inclusive, 
reflexos orçamentários, uma vez que a concretização de diversos direitos, notadamente 
os de natureza social, pressupõe o destaque e a vinculação de verbas públicas 
específicas. 
Trata-se de movimento objeto de críticas, principalmente sob o enfoque da 
divisão de poderes, pelos fundamentos acima referidos, mas que, por outro lado, 
recebe elogios, suscitando-se que o Poder Judiciário, reconhecendo a força normativa 
da Constituição, não poderia quedar-se inerte frente às - por vezes, deliberadas - 
violações a direitos fundamentais, mormente quando dotadas de caráter sistemático, 
permanente e generalizado. 
No Brasil considera-se emblemático o caso em que se reconheceu o Estado de 
Coisas Inconstitucional frente ao sistema carcerário nacional, em que, como é notório, 
percebem-se permanentes e graves violações a direitos fundamentais, principalmente 
no que tange às condições mínimas de saúde, higiene, e referente à superlotação. 
Por ocasião do julgamento de medidas cautelares pugnadas na ADPF nº 
347/DF, o STF identificou a configuração do Estado de Coisas Inconstitucional no 
sistema prisional brasileiro, frente às severas e contínuas violações a direitos 
fundamentais dos detentos, asseverando que as penas acabam sendo cumpridas em 
descompasso com as disposições constitucionais, que, no Brasil, vedam as de caráter 
cruel (art. 5º, XLVII, da CRFB). Consequentemente, o STF aduziu que seriam imperiosas 
medidas de cunho legal, administrativo e orçamentário a fim de solucionar a crise 
estrutural instalada no sistema carcerário, sob pena de perpetuar e agravar a situação 
constitucionalmente inadmissível. 
GABARITO DA BANCA EXAMINADORA: 
ITEM 1 - Língua Portuguesa: Formalidade de introdução, desenvolvimento e conclusão; 
clareza de argumentação; utilização da norma culta padrão (nota máxima 0,5). ITEM 2 
Questões Discursivas – www.questoesdiscursivas.com.br 
CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE 
 
 
 9 
- Pois bem, o Estado de Coisas Inconstitucional tem origem nas decisões da Corte 
Constitucional Colombiana (CCC) diante da constatação de violações generalizadas, 
contínuas e sistemáticas de direitos fundamentais. Tem por finalidade a construção de 
soluções estruturais voltadas à superação desse lamentável quadro de violação 
massiva de direitos das populações vulneráveis em face das omissões do poder 
público. A primeira decisão da Corte Constitucional Colombiana que reconheceu o ECI 
foi proferida em 1997 (Sentencia de Unificación - SU 559, de 6/11/1997), numa 
demanda promovida por diversos professores que tiveram seus direitos 
previdenciários sistematicamente violados pelas autoridades públicas. Ao declarar, 
diante da grave situação, o Estado de Coisas Inconstitucional, a Corte Colombiana 
determinou às autoridades envolvidas a superação do quadro de 
inconstitucionalidades em prazo razoável. É inegável que o reconhecimento do Estadode Coisas Inconstitucional pressupõe uma atuação ativista do Tribunal (uma espécie de 
Ativismo Judicial Estrutural), na medida em que as decisões judiciais vão 
induvidosamente interferir nas funções executivas e legislativas, com repercussões, 
sobretudo, orçamentárias (nota máxima 1,0). ITEM 3 – Sim. Na sessão plenária de 09 
de setembro de 2015, o Supremo Tribunal Federal, ao deferir parcialmente o pedido 
de medidas cautelares formulado na ADPF nº 347/DF, proposta em face da crise do 
sistema carcerário brasileiro, reconheceu expressamente a existência do Estado de 
Coisas Inconstitucional no sistema penitenciário brasileiro, ante as graves, 
generalizadas e sistemáticas violações de direitos fundamentais da população 
carcerária. Como é do conhecimento de todos, o sistema prisional brasileiro vive uma 
grande crise. São observados inúmeros problemas, como a superlotação e a falta de 
condições mínimas de saúde e de higiene. O STF, assim reconheceu que o sistema 
penitenciário brasileiro vive um "Estado de Coisas Inconstitucional", com uma violação 
generalizada de direitos fundamentais dos presos. As penas privativas de liberdade 
aplicadas nos presídios acabam sendo penas cruéis e desumanas. A ausência de 
medidas legislativas, administrativas e orçamentárias eficazes representa uma 
verdadeira "falha estrutural" que gera ofensa aos direitos dos presos, além da 
perpetuação e do agravamento da situação. Nesse sentido: STF. Plenário. ADPF 347 
MC/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 9/9/2015 (Info 798) (nota máxima 0,5). 
 
ANALISTA JUDICIÁRIO - STF - CESPE - 2013 
Redija um texto dissertativo a respeito dos possíveis momentos de realização do 
controle de constitucionalidade pelo Poder Judiciário. Em seu texto, aborde, 
necessariamente, os seguintes aspectos: 1- diferença entre o controle repressivo e o 
controle preventivo de constitucionalidade; [valor: 8,00 pontos] 2- posicionamento do 
STF quanto à possibilidade de utilização da via do mandado de segurança para a 
realização de controle de constitucionalidade repressivo e preventivo; [valor: 10,50 
pontos] 3- posicionamento do STF quanto à possibilidade de realização de controle 
jurisdicional de constitucionalidade preventivo de projeto de lei por alegação de 
inconstitucionalidade material. [valor: 10,0 pontos] 
SUGESTÃO DE RESPOSTA: 
Questões Discursivas – www.questoesdiscursivas.com.br 
CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE 
 
 
 10 
 Em síntese, pode-se dizer que o controle de constitucionalidade compreende um 
mecanismo de proteção à ordem constitucional e de correção de atos e normas que 
possam divergir materialmente da Lei Maior, ou que não tenham, durante o processo 
de elaboração, respeitado as formalidades exigidas. Nesse sentido, o controle pode 
adquirir feição preventiva ou repressiva, a depender do momento de sua aplicação. 
 Esse instituto jurídico possibilita ao Poder Judiciário zelar pela fiel observância 
da Constituição Federal, ao permitir que se extirpe do ordenamento e do mundo fático 
atos e normas que possam violar os preceitos magnos, bem como prevenindo que tais 
normas anômalas venham a viger no ordenamento jurídico. Quanto ao momento em 
que se realiza, o controle de constitucionalidade pode se dar nas seguintes formas: 
preventiva ou repressiva, isto é, se ocorre antes ou depois que a norma, objeto de 
análise, tenha entrado no ordenamento jurídico. 
 O controle de constitucionalidade preventivo (ou prévio) é aquele realizado 
durante o processo legislativo, ou seja, inicia-se na própria elaboração do projeto de lei 
e ocorre antes que o ato normativo ingresse no ordenamento jurídico. O objetivo do 
controle preventivo é justamente evitar que um ato normativo atentatório à Lei Maior 
ingresse no mundo jurídico e venha a produzir efeitos. Realizável pelos três poderes, o 
controle preventivo é predominantemente verificado no âmbito da função legiferante 
(executado pelas suas Comissões); no âmbito do Poder Executivo (o instrumento é o 
veto jurídico); e, excepcionalmente, o Poder Judiciário realiza essa modalidade de 
controle. 
 Já o controle de constitucionalidade repressivo (ou posterior) é aquele exercido 
depois que a lei é promulgada e já está vigente. Tal controle, realizado via de regra 
pelo Poder Judiciário, destina-se a verificar se a lei, durante a sua elaboração, observou 
todo o trâmite processual constitucionalmente prescrito ou se é materialmente 
compatível com a Lei Maior, isto é, se o seu conteúdo está adequado aos imperativos 
constitucionais. Encontra-se na via de exceção ou por ação. 
 Uma questão peculiar diz respeito ao controle de constitucionalidade preventivo 
realizado pelo Poder Judiciário, que se verifica apenas excepcionalmente. De acordo 
com a jurisprudência consolidada do STF, é possível a utilização de mandado de 
segurança com o fito de questionar a constitucionalidade formal de projeto de lei, dada 
a inobservância do processo legislativo. De acordo com o STF, os parlamentares 
possuem direito subjetivo (líquido e certo) à observância do processo legislativo hígido, 
ou seja, conforme à Constituição, na formulação das leis e/ou atos normativos. 
 Desse modo, são eles os únicos legitimados a impetrar o mandamus com tal 
finalidade, visto que não se pode configurar o controle de constitucionalidade abstrato 
de projeto de lei, o que não é reconhecido em nosso ordenamento jurídico, mesmo que 
terceiros aleguem sua condição de destinatários da lei. 
 Por outro lado, ainda de acordo com a jurisprudência dominante do STF, não se 
faz possível a utilização do remédio constitucional supramencionado para questionar 
preventivamente projeto de lei sob a alegação de inconstitucionalidade material, ainda 
Questões Discursivas – www.questoesdiscursivas.com.br 
CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE 
 
 
 11 
que se verificasse afronta clara e direta à Constituição da República, denominada de 
inconstitucionalidade chapada ou flagrante. 
 Segundo o STF, é inadmissível o controle preventivo da constitucionalidade 
material das normas em curso de formação. Até porque, seria antecipar um juízo de 
controle, abstratamente, engessando a atividade legiferante e pondo em risco a 
natural discussão e embate de ideias que devem nortear a produção e o 
aperfeiçoamento das normas. 
 Nesse mesmo sentido, no tocante à intervenção jurisdicional para realizar 
controle de constitucionalidade preventivo de projeto de lei, sob a alegação de 
inconstitucionalidade material, entende o STF que isso não se afigura possível, 
tampouco aceitável no atual ordenamento jurídico. A prematura intervenção do 
Judiciário em domínio jurídico e político de formação dos atos normativos em curso no 
Parlamento, além de universalizar um sistema de controle preventivo não admitido 
pela Constituição, subtrairia dos outros Poderes da República, sem justificação 
plausível, a prerrogativa constitucional que possuem de debater e aperfeiçoar os 
projetos, inclusive para sanar seus eventuais vícios de inconstitucionalidade. 
 Quanto mais evidente e grotesca possa ser a inconstitucionalidade material de 
projetos de leis, menos ainda se deverá duvidar do exercício responsável do papel do 
Legislativo de negar-lhe aprovação, e do Executivo de apor-lhe veto, se for o caso. 
Partir da suposição contrária significaria menosprezar a seriedade e o senso de 
responsabilidade desses dois Poderes do Estado. E se, eventualmente, um projeto assim 
se transformar em lei, sempre haverá a possibilidade de provocar o controle repressivo 
pelo Judiciário, para negar-lhe validade, retirando-a do ordenamento jurídico. 
DELEGADO DE POLÍCIA – PCGO – 2013 – UEG 
A violação de normas constitucionais pelo poder público pode ocorrer por omissão. A 
Constituição Federal prevê instrumentos para garantir a própria supremacia, na 
ocorrência desses casos. Esses instrumentos, apesar de aparentemente semelhantes, 
possuem características distintas. A partir de uma análise comparativa desses 
instrumentos, apresente-os, identificandoas diferenças entre eles quanto ao objeto, à 
legitimidade de partes e aos efeitos da decisão. 
SUGESTÃO DE RESPOSTA: 
 O descumprimento das normas constitucionais pelo poder público pode se dar 
por omissão. Com isso, para assegurar a supremacia constitucional, o art. 5º, LXXI, da 
CRFB previu a concessão de mandado de injunção sempre que a falta de norma 
regulamentadora tornar inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e 
das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania. 
 Trata-se de um instrumento de defesa de direitos subjetivos em face de omissão 
do poder regulatório, na qualidade de controle difuso-concreto de constitucionalidade. 
Para além desse instrumento, a CRFB instituiu, no art. 103, § 2°, um sistema de 
Questões Discursivas – www.questoesdiscursivas.com.br 
CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE 
 
 
 12 
controle abstrato da omissão do ente legiferante, que ocorre por meio da Ação Direta 
de Inconstitucionalidade por omissão. 
 Tanto o mandado de injunção quanto a ação direta de inconstitucionalidade 
por omissão são cabíveis na omissão inconstitucional do Poder Público, que não atua 
na conformidade da exigência da norma constitucional, cuja aplicabilidade depende da 
vontade integradora de seus comandos. 
 No que diz respeito ao objeto, o mandado de injunção quer dar concretude ao 
direito abstrato previsto na norma constitucional, enquanto a ação direta de 
inconstitucionalidade por omissão visa dar ciência ao poder competente de sua inércia 
para que tome as providências necessárias e, em se tratando de órgão administrativo, 
que as faça em trinta dias. 
 Acerca da legitimidade ativa, o mandado de injunção pode ser impetrado por 
qualquer pessoa física ou jurídica, titular de direito constitucionalmente assegurado 
que tenha o seu exercício impedido por ausência de norma regulamentadora. 
 O mandado de injunção coletivo pode ser impetrado por partido político com 
representação no Congresso Nacional, organização sindical, entidade de classe ou 
associação constituída e em funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos 
interesses de seus membros ou associados, aplicando-se por analogia o disposto no art. 
5°, LXX, da CRFB. 
 Enquanto a legitimidade ativa no mandado de injunção é aberta, a legitimidade 
ativa para propor Ação Direta de Inconstitucionalidade por omissão é fechada e está 
indicada no art. 103 da CRFB. Em relação aos efeitos da decisão no mandado de 
injunção, há duas posições: a concretista e a não concretista. 
 A posição não concretista é a menos eficaz, pois apenas reconhece formalmente 
a omissão, não garantindo a efetividade da norma. A posição concretista apresenta um 
maior grau de efetividade da norma e divide-se em direta e intermediária. O efeito 
concreto direto ocorre quando a decisão é aplicável apenas para o autor. 
 Já o efeito concreto intermediário ocorre quando o Judiciário fixa um prazo para 
que o Legislativo elabore a norma que supra a omissão. Se o prazo não for respeitado, 
o autor terá o seu direito assegurado. O STF adotou por muito tempo a posição não 
concretista, a mais fraca para suprir as omissões. Mas mudou de entendimento e 
passou a adotar a posição concretista. 
 Em alguns casos, adotou a posição concretista intermediária, ou seja, a fixação 
de prazo para que a omissão fosse suprida pelo Legislativo. Como em diversas 
situações a omissão permanecia, o STF entendeu por aplicar uma lei já existente até 
que o Legislativo elabore a norma competente. 
 Podem ser citados dois exemplos disso: o direito de greve e a aposentadoria 
especial para o servidor público. Enquanto não houver leis que regulamentem essas 
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CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE 
 
 
 13 
questões, o STF decidiu que as normas aplicáveis para os trabalhadores privados 
devem incidir para os servidores. 
 
DELEGADO DE POLÍCIA – PCGO – 2018 - UFG 
A Constituição Federal de 1988 ampliou o rol de legitimados para a propositura das 
ações de controle concentrado de constitucionalidade. Discorra sobre a natureza do 
rol de legitimados perante o STF. Classifique-os conforme a pertinência temática e a 
capacidade postulatória. Por fim, responda se o rol de legitimados perante o Tribunal 
de Justiça local pode extrapolar ou ficar aquém da estrita simetria com o rol de 
legitimados perante o STF. 
SUGESTÃO DE RESPOSTA: 
 É taxativo (numerus clausus) o rol de legitimados para a propositura das ações 
de controle concentrado perante o STF. São seis os legitimados ditos universais ou 
neutros pelo Supremo: Presidente da República, Mesas do Senado Federal, da Câmara 
dos Deputados, Procurador-Geral da República, Conselho Federal da Ordem dos 
Advogados do Brasil e partido político com representação no Congresso Nacional. 
Os outros três precisam demonstrar que o interesse na representação está 
alinhado com sua finalidade institucional. Por isso, são chamados legitimados especiais 
ou interessados: Mesa de Assembleia Legislativa estadual ou da Câmara Legislativa 
distrital, Governador de Estado ou do Distrito Federal e confederação sindical ou 
entidade de classe de âmbito nacional. 
O STF decidiu ainda que só os partidos políticos e as confederações sindicais ou 
entidades de classe de âmbito nacional precisam contratar advogados, mediante a 
outorga de procuração com poderes específicos para atacar determinada norma, que 
também precisa estar expressa no mandato. 
 As demais autoridades mencionadas no rol do art. 103, incisos I a VII, como, 
por exemplo, o Governador de Estado, possuem capacidade processual plena, o que 
inclui a capacidade postulatória. 
Por fim, o rol de legitimados pela Constituição Estadual para a propositura de 
controle concentrado perante o Tribunal de Justiça local pode, sim, extrapolar ou ficar 
aquém da estrita simetria com o rol de legitimados perante o STF, pois o que a 
Constituição Federal veda é apenas a atribuição da legitimação para agir a um único 
órgão (art. 125, § 2º). 
GABARITO DA BANCA EXAMINADORA: 
 É taxativo (numerus clausus) o rol de legitimados para a propositura das ações de 
controle concentrado perante o STF. São seis os legitimados ditos universais ou 
neutros pelo Supremo: Presidente da República, Mesas do Senado Federal, da Câmara 
dos Deputados, Procurador-Geral da República, Conselho Federal da Ordem dos 
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CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE 
 
 
 14 
Advogados do Brasil e partido político com representação no Congresso Nacional. Os 
outros três precisam demonstrar que o interesse na representação está alinhado com 
sua finalidade institucional. Por isso, são chamados legitimados especiais ou 
interessados: Mesa de Assembleia Legislativa estadual ou da Câmara Legislativa 
distrital, Governador de Estado ou do Distrito Federal e confederação sindical ou 
entidade de classe de âmbito nacional. O STF decidiu ainda que só os partidos 
políticos e as confederações sindicais ou entidades de classe de âmbito nacional 
precisam contratar advogados, mediante a outorga de procuração com poderes 
específicos para atacar determinada norma, que também precisa estar expressa no 
mandato. As demais autoridades mencionadas no rol do art. 103, incisos I a VII, como, 
por exemplo, o Governador de Estado, possuem capacidade processual plena, o que 
inclui a capacidade postulatória. Por fim, o rol de legitimados pela Constituição 
Estadual para a propositura de controle concentrado perante o Tribunal de Justiça 
local pode, sim, extrapolar ou ficar aquém da estrita simetria com o rol de legitimados 
perante o STF, pois o que a Constituição Federal veda é apenas a atribuição da 
legitimação para agir a um único órgão (art. 125, § 2º). 
 
MAGISTRATURA – TJDFT – 2014 - CESPE 
Em relação ao tema do controle de constitucionalidade, responda justificadamente aos 
seguintes quesitos: a- A quem compete julgar Ação Declaratória de 
Inconstitucionalidadecontra lei do Distrito Federal que viola a Constituição Federal?; 
b- Qual a natureza jurídica do amicus curiae?; c- Qual a distinção entre o instituto da 
interpretação conforme a Constituição e ação declaratória de inconstitucionalidade 
sem redução de texto? 
SUGESTÃO DE RESPOSTA: 
É importante notar que a competência para o controle concentrado de 
constitucionalidade, no que tange a uma lei do Distrito Federal, será determinada pelo 
seu conteúdo. Com efeito, sabe-se que aquele ente federativo apresenta competências 
legislativas estaduais e municipais, conforme previsto no art. 32, § 1º, da CRFB. 
 Quando a lei distrital apresentar conteúdo afeto aos Estados, a impugnação de 
sua constitucionalidade será de competência do STF, em virtude do disposto no art. 
102, I, a, da CRFB. Por outro lado, quando a lei distrital apresentar conteúdo municipal, 
sua constitucionalidade deverá ser questionada no Tribunal de Justiça do Distrito 
Federal e Territórios (TJDFT), vez que assim dispõe o art. 125, § 2º, da CRFB. Aliás, esse 
entendimento encontra-se consagrado na Súmula 642, do STF. 
 O amicus curiae é uma figura processual importada do direito estrangeiro. 
Inserida pela primeira vez em nosso ordenamento pela Lei nº 9.868/99, (o art. 7º, § 2º, 
permite a manifestação de outros órgãos ou entidades). Com efeito, o amicus curiae 
representa uma entidade estranha ao processo originário, mas que apresenta interesse 
em seu desfecho ou notória especialização sobre o tema em debate. 
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CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE 
 
 
 15 
 Sua natureza jurídica sempre foi objeto de debate, pois não se encaixa 
propriamente em nenhuma das definições clássicas. Não se trata de uma parte do 
processo, vez que não dispõe de todos os ônus e benefícios que lhe usualmente 
pertence. Por outro lado, há quem defenda que se trata de uma intervenção de 
terceiros sui generis, o que parece ter sido acolhido pelo Novo Código de Processo Civil, 
consoante a topografia de seu art. 138. 
Por fim, a interpretação conforme a Constituição é uma técnica de 
hermenêutica que permite ao julgador excluir determinadas hipóteses de 
interpretação, que levariam à aplicação inconstitucional da norma. Por sua vez, a 
declaração de inconstitucionalidade sem redução de texto é verdadeira hipótese de 
controle de constitucionalidade, pelo qual uma hipótese de aplicação é expressamente 
rechaçada, sem qualquer alteração formal no texto da norma. 
 
PROCURADOR DO ESTADO - PGE/SP - 2012 - FCC 
Projeto de lei estadual de rigem parlamentar que criou um programa social, no Âmbito 
da Administração Estadual, não foi vetado pelo anterior Governador do Estado e assim 
se converteu em lei. Com base nessa premissa, responda de forma fundamentada: a. 
Essa lei é constitucional? b. Pode o atual Governador do Estado propor Ação Direta de 
Inconstitucionalidade perante o Supremo Tribunal Federal ou ha impedimento, nos 
termos da Sumula 5 do Supremo Tribunal Federal? Obs.: A Súmula nº 5 do Supremo 
Tribunal Federal assim está editada: "A sanção do projeto supra a falta de iniciativa do 
Poder Executivo.”. 
SUGESTÃO DE RESPOSTA: 
 Em regra, o Chefe do Poder Executivo Estadual apresenta legitimidade ampla 
para ajuizar a ação direta de inconstitucionalidade, em virtude do disposto no art. 103, 
V, da CRFB. Contudo, a doutrina e a jurisprudência já entendem, de longa data, 
restringindo a sua legitimidade aos atos de seu Estado. Caso deseje impugnar um ato 
de outro Ente, o Governador do Estado deverá apresentar razões que justifiquem seu 
interesse. Se por um lado não há uma exigência de pertinência temática tão grande 
quanto no caso das entidades de classe, por outro também não se tutela a impugnação 
a atos normativos que não apresentam nenhum gravame para aquele Estado 
específico. 
 Por outro lado, existia ainda entendimento de que atos com vício de iniciativa, 
mas posteriormente sancionados, não poderiam ser objeto de ação direta de 
inconstitucionalidade que alegasse o vício formal. O entendimento era tão sólido que 
chegou a ser consolidado na mencionada Súmula nº 5 do STF.Não é despiciendo 
lembrar que o processo legislativo é um conjunto de atos de autoridades destinadas a 
produzir um ato normativo dotado, em regra, de generalidade e abstração, as leis. 
Como expressão mais conhecida da soberania popular, as leis são elaboradas com base 
no ideal democrático de participação, em harmonia com a independência que deve 
nortear a relação entre os três poderes da República. 
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CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE 
 
 
 16 
 Assim, os arts. 61 e seguintes da CRFB determinam as etapas do processo 
legislativo: a iniciativa, discussão, deliberação, sanção, promulgação e publicação. A 
iniciativa de leis de interesse direto do Poder Executivo é privativa deste Poder (art. 61, 
§1º, da CRFB), exatamente para preservar sua independência, garantindo a perfeita 
atuação do sistema de freios e contrapesos, evitando que o Poder Legislativo abuse de 
seu direito constitucionalmente legítimo em desfavor da Administração Pública. 
 Porém, mesmo diante de uma lei cuja iniciativa é privativa do Executivo, o Chefe 
deste Poder ainda apresenta outro momento para frear sua inserção no mundo 
jurídico: a sanção, prevista no art. 66, §1º, da CRFB, que prevê a possibilidade de veto 
por razões jurídicas, dentre elas, logicamente, o vício de iniciativa. Dispondo de meios 
para tentar obstar a produção de efeitos do ato normativo, entendia-se que a sanção 
do projeto importava em aquiescência com seu conteúdo e a derrogação do vício 
formal e, consequentemente, importando em abuso de direito e benefício em virtude 
de sua própria torpeza o manejo da ação direta de inconstitucionalidade para arguir 
esse mesmo vício. No entanto, houve uma guinada expressiva neste entendimento. 
 Atualmente, casos como a lei que cria de programa que interfira diretamente 
na Administração Estadual, considerados como de iniciativa privativa do Chefe do 
Poder Executivo, podem ser arguidos pelo próprio a qualquer tempo, sem configurar 
abuso de direito ou aquiescência. 
 Em primeiro lugar, entende-se que o vício de iniciativa não pode ser suprido 
pela sanção, por estar ínsito na formação do ato, por existir desde o começo. Assim, a 
sanção do projeto ou seu veto pelo Governador é irrelevante para que a nulidade do 
ato seja arguida, notadamente pela necessidade de defesa da Constituição. Em 
segundo lugar, o manejo da ação direta de inconstitucionalidade não é do Estado da 
Federação, mas do próprio Governador, como figura política. Dessa maneira, 
considera-se que sua propositura é um ato de disposição política, e não jurídica, 
ficando a seu critério até mesmo impugnar ato por ele elabora, uma vez que seu juízo 
de conveniência política pode assim requerer que o faça, especialmente por conta de 
mudanças nas circunstâncias governamentais. 
 Assim, a fim de impugnar a lei mencionada no enunciado da questão, que é 
inconstitucional por vício de iniciativa (art. 61, § 1º, II, alíneas “a”, “b” e “e”), é possível 
que o Governador proponha ação direta de inconstitucionalidade, já que resta 
superado o entendimento outrora consagrado na Súmula nº 5 do STF. 
JURISPRUDÊNCIA RELACIONADA: 
O Plenário julgou procedente pedido formulado em ação direta para declarar a 
inconstitucionalidade da Lei 6.841/1996 do Estado de Mato Grosso. A norma 
impugnada, de iniciativa parlamentar, dispõe sobre a indenização por morte e 
invalidez permanente dos servidores públicos militares do referido Estado-membro. 
Segundo alegado, a norma em comento ofenderia os artigos 2º; 61, § 1º, II, c e f; 63, II; 
e 84, III, todos da CF, a ensejar sua inconstitucionalidade formal, porquanto se trataria 
de matéria relativa a regime jurídico dos servidores militares, a implicar acréscimo de 
despesa pública. O Colegiado, de início, afastou a preliminar de decadência da ação 
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CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE 
 
 
 17 
direta, aplicável, no caso, o Verbete 360 da Súmula do STF (“Não há prazo de 
decadência para a representação de inconstitucionalidade prevista no art. 8º, 
parágrafo único, da Constituição Federal”). Também rejeitou argumento segundo o 
qual teria havido a convalidação do ato impugnado em razão da sanção do 
governador, haja vista o vício formal de iniciativa. Quanto ao mérito, a Corte destacou 
que a locução “regime jurídico” abrangeria, entre outras regras, aquelas relativas aos 
direitos e às vantagens de ordem pecuniária dos servidores públicos. Ademais, a lei 
teria criado indenização a ser paga pelo Executivo. ADI 3920/MT, rel. Min. Marco 
Aurélio, 5.2.2015. (ADI-3920) 
Por ofensa à iniciativa privativa do Chefe do Poder Executivo para a propositura de leis 
sobre o regime jurídico dos servidores públicos (CF, art. 61, § 1º II, c), o Tribunal, 
julgando procedente a ação direta ajuizada pelo Governador do Estado do Rio de 
Janeiro, declarou a inconstitucionalidade da Lei 1.786/91, do mesmo Estado, de 
origem parlamentar ("Art.1º - Os servidores aposentados, por exceção, em razão de 
exercício de atividades consideradas penosas, insalubres ou perigosas serão 
considerados, para efeito de cálculo dos triênios incorporados aos seus proventos, 
como se em atividade estivessem até o necessário para integralizar o percentual 
máximo atribuível aos servidores em atividade. Parágrafo único - As disposições desta 
lei são estendidas aos professores excetuados na aposentadoria por norma 
constitucional, bem como a outras categorias funcionais em idêntica situação, 
definidas em outras leis."). O Tribunal considerou ainda que a sanção tácita da lei não 
supre o vício formal por falta de iniciativa do Chefe do Poder Executivo. Precedentes 
citados: Rp 890-GB (RTJ 69/625); ADInMC 1.070-MS (DJU de 15.995); ADInMC 1.963-PR 
(DJU de 7.5.99). ADIn 700-RJ, rel. Min. Maurício Corrêa, 23.5.2001.(ADI-700) 
 
PROCURADOR DO ESTADO - PGE/BA - 2014 - CESPE 
De acordo com a jurisprudência do STF relativa ao processamento de ADIs federal e 
estadual em face de uma mesma lei estadual e considerando que o parâmetro de 
controle estadual seja de observância obrigatória, pelo princípio da simetria, analise, 
de forma fundamentada, os seguintes aspectos: 1- possibilidade de processamento 
simultâneo das ADIs federal e estadual em face da mesma norma estadual; [valor: 
11,00 pontos] 2- possibilidade de processamento de ADI estadual superveniente, 
impugnando a constitucionalidade da norma estadual, caso esta venha a ser declarada 
inconstitucional pelo STF, ao julgar procedente ADI federal em decisão transitada em 
julgado. [valor: 8,00 pontos] 
SUGESTÃO DE RESPOSTA: 
 Em relação ao item 1, nos termos da jurisprudência do STF, verifica-se a 
impossibilidade de processamento simultâneo das duas ADIs. Trata-se da situação 
denomina simultaneus processus, na qual deverá ser suspenso o processamento da ADI 
estadual até a conclusão do julgamento da ADI ajuizada perante o STF, já que a 
decisão desse influenciará na persistência ou não da ADI local. 
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CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE 
 
 
 18 
 Em outras palavras, o ajuizamento simultâneo das ADIs é possível, mas seu 
processamento simultâneo e consequente julgamento não, já que a ADI estadual 
deverá ser suspensa até o julgamento final da ADI federal. Não se mostra, portanto, 
possível que se continue o processamento da ADI estadual (com a colhida de 
informações, pareceres, solicitações adicionais, relatório e voto), tendo em vista que 
ela poderá perder seu objeto, a depender do desfecho da ADI em trâmite perante o 
STF. Assim, suspende-se o trâmite/processamento da ADI estadual para se aguardar o 
desfecho da federal. 
 Logo, é uma causa de suspensão prejudicial do processo de controle 
concentrado de constitucionalidade, nos termos da jurisprudência do STF. Tal 
conclusão só será atingida ao se considerar que o parâmetro de controle invocado 
perante a Constituição Estadual é de reprodução obrigatória. 
 Em relação ao item 2, verifica-se a impossibilidade de processamento da ADI 
estadual superveniente. Isso porque, uma vez tendo a norma sido declarada 
inconstitucional pelo STF, em julgamento de ADI com trânsito em julgado, tal diploma 
normativo restou extirpado do ordenamento jurídico. Dessa forma, não subsistirá 
norma apta a ser apreciada em julgamento de ADI estadual superveniente. Nesses 
casos, a ADI estadual não deverá ser proposta e, caso o seja, será considerada 
prejudicada, por perda de objeto. 
JURISPRUDÊNCIA RELACIONADA: 
Ação direta de inconstitucionalidade. Pedido de liminar. Lei nº 9.332, de 27 de 
dezembro de 1995, do Estado de São Paulo. - Rejeição das preliminares de 
litispendência e de continência, porquanto, quando tramitam paralelamente duas 
ações diretas de inconstitucionalidade, uma no Tribunal de Justiça local e outra no 
Supremo Tribunal Federal, contra a mesma lei estadual impugnada em face de 
princípios constitucionais estaduais que são reprodução de princípios da Constituição 
Federal, suspende-se o curso da ação direta proposta perante o Tribunal estadual até o 
julgamento final da ação direta proposta perante o Supremo Tribunal Federal, 
conforme sustentou o relator da presente ação direta de inconstitucionalidade em voto 
que proferiu, em pedido de vista, na Reclamação 425. - Ocorrência, no caso, de 
relevância da fundamentação jurídica do autor, bem como de conveniência da 
concessão da cautelar. Suspenso o curso da ação direta de inconstitucionalidade nº 
31.819 proposta perante o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, defere-se o 
pedido de liminar para suspender, ex nunc e até decisão final, a eficácia da Lei nº 
9.332, de 27 de dezembro de 1995, do Estado de São Paulo. (ADI 1.423-MC/SP, Rel. 
Min. Moreira Alves, Tribunal Pleno, DJU de 22/11/96 
AJUIZAMENTO DE AÇÕES DIRETAS DE INCONSTITUCIONALIDADE TANTO PERANTE O 
SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL (CF, ART. 102, I, “A”) QUANTO PERANTE TRIBUNAL DE 
JUSTIÇA LOCAL (CF, ART. 125, § 2º). PROCESSOS DE FISCALIZAÇÃO CONCENTRADA NOS 
QUAIS SE IMPUGNA O MESMO DIPLOMA NORMATIVO EMANADO DE ESTADO-
MEMBRO, NÃO OBSTANTE CONTESTADO, PERANTE O TRIBUNAL DE JUSTIÇA, EM FACE 
DE PRINCÍPIOS, QUE, INSCRITOS NA CARTA POLÍTICA LOCAL, REVELAM-SE 
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CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE 
 
 
 19 
IMPREGNADOS DE PREDOMINANTE COEFICIENTE DE FEDERALIDADE (RTJ 147/404 – 
RTJ 152/371-373). OCORRÊNCIA DE ‘SIMULTANEUS PROCESSUS’. HIPÓTESE DE 
SUSPENSÃO PREJUDICIAL DO PROCESSO DE CONTROLE NORMATIVO ABSTRATO 
INSTAURADO PERANTE O TRIBUNAL DE JUSTIÇA LOCAL. NECESSIDADE DE SE 
AGUARDAR, EM TAL CASO, A CONCLUSÃO, PELO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, DO 
JULGAMENTO DA AÇÃO DIRETA. DOUTRINA. PRECEDENTES (STF).” (ADI 4138, Rel. Min. 
Celso de Mello, DJe 16.12.2009 
Coexistência de jurisdições constitucionais estaduais e federal. Propositura simultânea 
de ação direta de inconstitucionalidade contra lei estadual perante o STF e o Tribunal 
de Justiça. Suspensão do processo no âmbito da Justiça estadual, até a deliberação 
definitiva desta Corte. Precedentes. Declaração de inconstitucionalidade, por esta 
Corte, de artigos da lei estadual. Arguição pertinente à mesma norma requerida 
perante a Corte estadual. Perda de objeto”. (Pet 2.701-AgR, Rel. p/ o ac. Min. Gilmar 
Mendes, Plenário, DJ de 19.03.2004 
 
ADVOGADO DA UNIÃO – AGU - 2016 - CESPE 
Determinado estado da Federação editou lei que torna o exercício da acupuntura uma 
exclusividade dos médicos. Dada a existência de relevante controvérsia doutrinária 
sobre a aplicação dessa lei, o Conselho Federal de Medicina (CFM) ajuizou no Supremo 
Tribunal Federal (STF) ação declaratória de constitucionalidade (ADC) pedindo que o 
tribunal declare sua constitucionalidade. Com base na jurisprudência do STF e nas 
normas constitucionais, redija um texto dissertativo acercada viabilidade da ADC 
apresentada. Em seu texto, aborde 1 - a finalidade da ADC e a presunção de 
constitucionalidade das normas; [valor: 2,00 pontos] 2 - a legitimidade do CFM para 
ajuizar ADC; [valor: 2,50 pontos] 3 - o objeto da ADC; [valor: 2,50 pontos] 4 - a 
relevante controvérsia sobre a aplicação da norma objeto da referida ADC como 
requisito para sua propositura. [valor: 2,50 pontos] 
SUGESTÃO DE RESPOSTA: 
A ação declaratória de constitucionalidade foi regulada pela Lei nº 9.868/99, 
tendo como objetivo a declaração de conformidade de uma lei ou ato normativo 
federal autônomo (não regulamentar) com a CRFB. Nesse tipo de ação, é feita a análise 
em abstrato da norma impugnada, sem avaliar sua aplicação a um caso concreto. A 
legitimidade ativa para propor a ação está prevista no art. 103 da CRFB, que é bem 
mais amplo do que o rol previsto na Lei nº 9.868/99. 
 Diversamente da ação direta de inconstitucionalidade, que pode ser manejada 
contra lei ou ato normativo estadual e federal, a ação declaratória de 
constitucionalidade tem por alvo apenas lei ou ato normativo federal. Acerca do 
procedimento, a petição inicial indicará o dispositivo da lei ou do ato normativo 
questionado e os fundamentos jurídicos do pedido, o pedido, com suas especificações, 
e a existência de controvérsia judicial relevante sobre a aplicação da disposição objeto 
da ação declaratória, consoante o art. 14 da Lei nº 9.868/99. 
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CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE 
 
 
 20 
 Aduza-se que a controvérsia deve ser jurídica, com decisões judiciais 
conflitantes, e não a mera cizânia doutrinária. Afinal, a inexistência de 
pronunciamentos judiciais distintos faria com que a ADC se tornasse um instrumento 
de consulta sobre a validade constitucional de determinada lei ou ato normativo 
federal, o que desconfiguraria a natureza jurisdicional que qualifica a atividade 
desenvolvida pelo STF. 
 No que se refere ao julgamento, proclamar-se-á a constitucionalidade ou a 
inconstitucionalidade da disposição ou da norma impugnada se em um ou em outro 
sentido se tiverem manifestado pelo menos seis Ministros. Ademais, proclamada a 
constitucionalidade, julgar-se-á improcedente eventual ação direta de 
inconstitucionalidade ajuizada. Isso ocorre porque a ADC é uma ADI de sinal trocado. 
 Ao declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo, e tendo em vista 
razões de segurança jurídica ou de excepcional interesse social, poderá o STF, por 
maioria de dois terços de seus membros, restringir os efeitos daquela declaração ou 
decidir que ela só tenha eficácia a partir de seu trânsito em julgado ou de outro 
momento que venha a ser fixado. Referido procedimento é chamado de modulação dos 
efeitos jurídicos. 
 A doutrina e a jurisprudência apontam que a ADC busca transformar a 
presunção relativa de constitucionalidade das normas em presunção absoluta. Apesar 
de as normas possuírem uma presunção de constitucionalidade, essa presunção é 
apenas relativa, o que pode levar ao constante questionamento de sua 
constitucionalidade. Com isso, mostra-se viável o ajuizamento de ADC para confirmar 
essa constitucionalidade relativa, transformando-a em absoluta. 
 Os legitimados para a ADC são os mesmos para propor a ação direta de 
inconstitucionalidade: o Presidente da República, os governadores, a Mesa da Câmara 
dos Deputados, a Mesa do Senado Federal, a Mesa de Assembleia/Câmara Legislativa; 
o Procurador-Geral da República, o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do 
Brasil, partido político com representação no Congresso Nacional e confederação 
sindical ou entidade de classe de âmbito nacional. 
 Em relação ao CFM, ele não se configura como uma entidade de classe, mas 
uma entidade de fiscalização profissional. O rol do art. 103 da CRFB (legitimados para 
ADI e ADC) é taxativo, de forma que a única entidade de fiscalização é o Conselho 
Federal da Ordem dos Advogados do Brasil. 
 JURISPRUDÊNCIA RELACIONADA: 
“O ajuizamento da ação declaratória de constitucionalidade, que faz instaurar 
processo objetivo de controle normativo abstrato, supõe a existência de efetiva 
controvérsia judicial em torno da legitimidade constitucional de determinada lei ou ato 
normativo federal. Sem a observância desse pressuposto de admissibilidade, torna-se 
inviável a instauração do processo de fiscalização normativa in abstracto, pois a 
inexistência de pronunciamentos judiciais antagônicos culminaria por converter, a 
ação declaratória de constitucionalidade, em um inadmissível instrumento de consulta 
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CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE 
 
 
 21 
sobre a validade constitucional de determinada lei ou ato normativo federal, 
descaracterizando, por completo, a própria natureza jurisdicional que qualifica a 
atividade desenvolvida pelo Supremo Tribunal Federal. O Supremo Tribunal Federal 
firmou orientação que exige a comprovação liminar, pelo autor da ação declaratória de 
constitucionalidade, da ocorrência, 'em proporções relevantes', de dissídio judicial, 
cuja existência -- precisamente em função do antagonismo interpretativo que dele 
resulta -- faça instaurar, ante a elevada incidência de decisões que consagram teses 
conflitantes, verdadeiro estado de insegurança jurídica, capaz de gerar um cenário de 
perplexidade social e de provocar grave incerteza quanto à validade constitucional de 
determinada lei ou ato normativo federal." (ADC 8-MC, rel. min. Celso de Mello, 
julgamento em 13-10-1999, Plenário, DJ de 4-4-2003.) No mesmo sentido: ADC 1, rel. 
min. Moreira Alves, julgamento em 1º-12-1993, Plenário, DJ de 16-6-1995. 
“Aceita a idéia de que a ação declaratória configura uma ADI com sinal trocado, tendo 
ambas caráter dúplice ou ambivalente, afigura-se difícil admitir que a decisão proferida 
em sede de ação direta de inconstitucionalidade seria dotada de efeitos ou 
conseqüências diversos daqueles reconhecidos para a ação declaratória de 
constitucionalidade. Argumenta-se que, ao criar a ação declaratória de 
constitucionalidade de lei federal, estabeleceu o constituinte que a decisão definitiva 
de mérito nela proferida -- incluída aqui, pois, aquela que, julgando improcedente a 
ação, proclamar a inconstitucionalidade da norma questionada -- 'produzirá eficácia 
contra todos e efeito vinculante, relativamente aos demais órgãos do Poder Judiciário 
e do Poder Executivo' (Art. 102, § 2º da Constituição Federal de 1988). Portanto, 
sempre se me afigurou correta a posição de vozes autorizadas do Supremo Tribunal 
Federal, como a de Sepúlveda Pertence, segundo a qual, 'quando cabível em tese a 
ação declaratória de constitucionalidade, a mesma força vinculante haverá de ser 
atribuída à decisão definitiva da ação direta de inconstitucionalidade." (Rcl 2.256, voto 
do rel. min. Gilmar Mendes, julgamento em 11-9-2003, DJ de 30-4-2004.) 
“LEGITIMIDADE - AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE - CONSELHOS - 
AUTARQUIAS CORPORATIVISTAS. O rol do artigo 103 da Constituição Federal e 
exaustivo quanto a legitimação para a propositura da ação direta de 
inconstitucionalidade. Os denominados Conselhos, compreendidos no genero 
"autarquia" e tidos como a consubstanciar a espécie corporativista não se enquadram 
na previsão constitucional relativa as entidades de classe de âmbito nacional. Da Lei 
Basica Federal exsurge a legitimação de Conselho único, ou seja, o Federal da Ordem 
dos Advogados do Brasil. Dai a ilegitimidade "ad causam" do Conselho Federal de 
Farmacia e de todos os demais que tenham idêntica personalidade jurídica - de direito 
público. (ADI 641 MC, Relator(a): Min. NÉRI DA SILVEIRA, Relator(a) p/ Acórdão: Min. 
MARCO AURÉLIO, Tribunal Pleno, julgado em 11/12/1991, DJ 12-03-1993 PP-03557 
EMENT VOL-01695-02 PP-00223) 
GABARITO DA BANCA EXAMINADORA: 
 O candidato deverá abordar os seguintes aspectos: 1- A finalidade da ADC e a 
presunção de constitucionalidade das normas - A ADC visa transformar apresunção 
relativa de constitucionalidade das normas (juris tantum) em presunção absoluta (jure 
et de jure). Apesar de as normas possuírem uma presunção de constitucionalidade, 
http://www.stf.jus.br/jurisprudencia/IT/frame.asp?PROCESSO=8&classe=ADC%2DMC&cod_classe=591&origem=IT&recurso=0&tip_julgamento=M&ementa=2105
http://www.stf.jus.br/jurisprudencia/IT/frame.asp?PROCESSO=1&classe=ADC&cod_classe=9&origem=IT&recurso=0&tip_julgamento=M&ementa=1791
http://www.stf.jus.br/jurisprudencia/IT/frame.asp?PROCESSO=2256&classe=Rcl&cod_classe=403&origem=IT&recurso=0&tip_julgamento=M&ementa=2149
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CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE 
 
 
 22 
essa presunção é apenas relativa, o que pode levar ao constante questionamento de 
sua constitucionalidade. Com isso, mostra-se viável o ajuizamento de ADC para 
confirmar essa constitucionalidade relativa, transformando-a em absoluta. Assim, caso 
a ADC seja julgada procedente, a constitucionalidade da norma não poderá mais ser 
questionada, seja pelos demais órgãos do Poder Judiciário, seja pela administração 
pública (art. 102, § 2.º, da CF). 2- A legitimidade do CFM para ajuizar ADC - O CFM, por 
não ser entidade de classe, mas uma entidade de fiscalização profissional, não é 
legitimado para propor ADC, pois, conforme previsto no art. 103 da CF, o rol dos 
legitimados para propor ADC é taxativo e não inclui esse tipo de entidade de 
fiscalização. A única exceção, entre os conselhos de classe, é o Conselho Federal da 
Ordem dos Advogados do Brasil, em virtude de menção expressa na CF. Assim, não se 
mostra viável a ADC apresentada, por ilegitimidade ativa ad causam. Nesse sentido: 
ADI 641 MC, relator para Acórdão min. Marco Aurélio, DJ 12/03/1993; ADI 1997, 
relator ministro Marco Aurélio, DJ 8/6/1999. 3 O objeto da ADC A ADC, nos termos do 
art. 102, I, a, da CF, somente poderá ter por objeto lei ou ato normativo federal, não 
sendo possível sua propositura com base em norma estadual. Por mais esse motivo, 
não se mostra viável a ADC apresentada, já que norma estadual não pode ser objeto 
desse tipo de ação. 4- A relevante controvérsia sobre a aplicação da norma objeto da 
ADC como requisito para sua propositura É indispensável que haja controvérsia jurídica 
relevante sobre a aplicação da norma para justificar a propositura da ADC, não 
bastando a relevante controvérsia doutrinária. Trata-se de requisito indispensável para 
o conhecimento da ação, com o fim de justificar eventual insegurança na aplicação da 
norma. De acordo com o STF, “a inexistência de pronunciamentos judiciais antagônicos 
culminaria por converter a ação declaratória de constitucionalidade em um 
inadmissível instrumento de consulta sobre a validade constitucional de determinada 
lei ou ato normativo federal, descaracterizando, por completo, a própria natureza 
jurisdicional que qualifica a atividade desenvolvida pelo Supremo Tribunal Federal” 
(ADC 8, relator ministro Celso de Mello, DJ 4/4/2003). Por tal razão, também não se 
mostra viável a ADC apresentada. 
 
PROCURADOR LEGISLATIVO –CAMPINA GRANDE DO SUL/PR – 2014 - FAPIFA 
O Controle de Constitucionalidade no ordenamento jurídico brasileiro pode ser 
exercido por meio do Controle Difuso e por meio do Controle Concentrado de 
Constitucionalidade. Por sua vez, o controle de constitucionalidade concentrado pode 
ser exercido por meio da Ação de Inconstitucionalidade, da Ação de 
Inconstitucionalidade por Omissão, Ação Declaratória de Constitucionalidade e pela 
Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental. Desta forma, quando uma lei 
ou ato normativo municipal contrariar a Constituição Federal, haverá possibilidade de 
controle concentrado por meio da Ação de Inconstitucionalidade junto ao Supremo 
Tribunal Federal? E em se tratando de Arguição de Descumprimento de Preceito 
Fundamental, há possibilidade de interpô-lo junto ao Supremo Tribunal Federal, 
quando uma lei ou ato normativo municipal contrariar a Constituição Federal? 
SUGESTÃO DE RESPOSTA: 
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CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE 
 
 
 23 
Por falta de expressa previsão constitucional, seja no art. 102, I, a, seja no 
artigo 125, §2º, inexistirá controle concentrado por Ação Direta de 
Inconstitucionalidade de lei municipal frente à Constituição Federal. 
O máximo que pode ser feito é o controle via sistema difuso, podendo a questão 
ser levada ao Judiciário, por meio de recurso extraordinário, de forma incidental, ser 
apreciada pelo STF e ter sua eficácia suspensa, pelo Senado Federal, nos exatos termos 
do artigo 52, X, da CF. 
 Há, contudo, a possibilidade de ajuizamento da arguição de descumprimento 
de preceito fundamental, previsto no artigo 102, §1º da CF, tendo por objeto lei 
municipal confrontada perante a Constituição Federal, pois no artigo 1º, parágrafo 
único, I, da Lei 9.882/99, lei esta que regulamenta a ADPF, cabe o ajuizamento de ADPF 
quando for relevante o fundamento da controvérsia constitucional sobre lei ou ato 
normativo, federal, estadual, municipal. 
 
MAGISTRATURA FEDERAL – TRF5 – 2015 - CESPE 
Disserte sobre o tema controle de constitucionalidade, abordando, necessariamente, 
os aspectos a seguir. 1- No que se refere ao controle preventivo de constitucionalidade 
de lei federal pelo Judiciário, considere os seguintes pontos: controle concreto ou 
abstrato; legitimados ativos e passivos; a(s) hipótese(s) de cabimento; meio(s) 
viável(is) para a realização de tal controle; e os efeitos da decisão. 2- Com relação ao 
controle abstrato de constitucionalidade de lei municipal, considere os seguintes 
pontos: possibilidade e hipóteses de controle; normas-parâmetro; corte(s) 
competente(s) para a realização de tal controle em cada hipótese; legitimados à 
propositura da ação abstrata em cada hipótese; efeitos da decisão em cada hipótese. 
3- Ainda no que tange ao controle abstrato de constitucionalidade de lei municipal, 
considere o cabimento ou não de recurso extraordinário em face de acórdão do 
tribunal local que declarar a inconstitucionalidade de lei municipal. [valor: 6,00 pontos] 
SUGESTÃO DE RESPOSTA: 
 A doutrina aponta que o controle de constitucionalidade pode ser preventivo 
(atua antes da promulgação normativa) ou repressivo (atua posteriormente à 
promulgação do ato normativo). O controle repressivo é muito associado ao Judiciário 
pelo fato de ser uma atividade rotineiramente perpetrada por aludido Poder, havendo 
muita divergência acerca da possibilidade de o Tribunal de Contas, com base na antiga 
e criticada súmula 347 do STF, poder apreciar a constitucionalidade de normas. 
 O controle preventivo é feito, por exemplo, pela Câmara dos Deputados e pelo 
Senado Federal, pelo chefe do Executivo Federal (ao vetar um artigo, por exemplo) e, 
como aponta a jurisprudência do STF, em viés de extrema excepcionalidade pelo 
Judiciário. Assim, de acordo com entendimento do STF, o controle jurisdicional prévio 
ou preventivo de constitucionalidade sobre projeto de lei ainda em trâmite somente 
pode ocorrer de modo incidental, na via de exceção ou defesa. 
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CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE 
 
 
 24 
 Assim, é assente a jurisprudência do STF admitindo a impetração de Mandado 
de Segurança por Parlamentar, no exercício do mandato, a fim de tutelar direito líquido 
e certo à observância do devido processo legislativo constitucional. O que a 
jurisprudência do STF tem admitido, como exceção, é a legitimidade do parlamentar - e 
somente do parlamentar - para impetrar mandado de segurança com a finalidade de 
coibir atos praticados no processo de aprovação de lei ou emenda constitucional 
incompatíveis com disposições constitucionais que disciplinam o processo legislativo. 
Nessas excepcionais situações, em que o vício de inconstitucionalidade está 
diretamente relacionado a aspectos formais e procedimentais da atuação legislativa, a 
impetração de segurança éadmissível porque busca corrigir vício já efetivamente 
concretizado no próprio curso do processo de formação da norma, antes mesmo e 
independentemente de sua final aprovação ou não. 
Em relação ao controle abstrato de constitucionalidade de lei municipal, ela 
poderá ocorrer pela via de ADI estadual (ou representação de inconstitucionalidade) 
perante o TJ pertinente, bem como pela ADPF, mas no STF. 
Importante salientar que o controle abstrato de constitucionalidade de normas 
municipais terá, como parâmetro, a Constituição Estadual do respectivo Estado e, 
como dito, será analisada pelo Tribunal de Justiça. Acerca dos legitimados, é preciso 
verificar quem são eles, nos termos do art. 125, §2º, da CRFB, isto é, não pode ser 
apenas um órgão legitimado para tal intento. Atinente aos efeitos da decisão, eles 
serão erga omnes e ex tunc, mas pode haver modulação além de, obviamente, existir o 
caráter de vinculatividade do comando judicial. 
A possibilidade de ajuizamento de ADPF junto ao STF guarda previsão no art. 
1º, parágrafo único, I, da Lei nº 9.882/99. Os legitimados são os mesmos da ADI e da 
ADC, inclusive no que tange aos efeitos (pode haver modulação e a parametrização 
envolve a norma constitucional). 
Por fim, é viável a interposição de recurso extraordinário da decisão proferida 
pelo Tribunal de Justiça quando do exercício do controle abstrato de 
constitucionalidade de leis municipais. Porém, deve haver amoldamento às hipóteses 
constitucionalmente elencadas. Frise-se que, via de regra, da decisão do Tribunal de 
Justiça em controle abstrato de lei estadual ou municipal tendo a Constituição Estadual 
como parâmetro não cabe recurso para o STF. Afinal, ele é o intérprete máximo de lei 
(federal, estadual ou distrital de natureza estadual) perante a CRFB. 
Mas, em cunho excepcional, a norma estadual parâmetro pode ser uma norma 
de norma de observância obrigatória ou compulsória pelos Estados-Membros (norma 
de reprodução obrigatória). Assim, se a lei estadual municipal macula a Constituição 
Estadual, ela pode também, como pano de fundo, macular a própria CRFB. Tendo em 
vista que o Tribunal de Justiça é incompetente para analisar referida violação, há a 
possiblidade de se interpor o recurso extraordinário para que o STF profira sua análise. 
JURISPRUDÊNCIA RELACIONADA: 
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CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE 
 
 
 25 
Reclamação com fundamento na preservação da competência do Supremo Tribunal 
Federal. Ação direta de inconstitucionalidade proposta perante Tribunal de Justiça na 
qual se impugna Lei municipal sob a alegação de ofensa a dispositivos constitucionais 
estaduais que reproduzem dispositivos constitucionais federais de observância 
obrigatória pelos Estados. Eficácia jurídica desses dispositivos constitucionais 
estaduais. Jurisdição constitucional dos Estados-membros. Admissão da propositura da 
ação direta de inconstitucionalidade perante o Tribunal de Justiça local, com 
possibilidade de recurso extraordinário se a interpretação da norma constitucional 
estadual, que reproduz a norma constitucional federal de observância obrigatória 
pelos Estados, contrariar o sentido e o alcance desta” (Rcl 383, Rel. Min. Moreira Alves, 
j. 11.06.1992, DJ de 21.05.1993). 
 
PROCURADOR AUTÁRQUICO - UNICAMP - 2018 – VUNESP 
Considere a seguinte situação hipotética: A Assembleia Legislativa do Estado X, visando 
aumentar a arrecadação do ente federativo, instituiu por lei ordinária um novo 
imposto a ser pago por todos os contribuintes de forma mensal. Mélvio, residente no 
Estado X, efetuou o pagamento do imposto por 3 (três) meses, mas, por duvidar da 
constitucionalidade da lei em questão, ajuizou uma ação declaratória de inexistência 
de débito, cumulada com repetição de valores pagos, aduzindo, dentre outros 
argumentos e de forma incidental, que a nova lei estadual é inconstitucional. 
Distribuída a ação, o juiz da 1a Vara da Fazenda Pública da Comarca da Capital do 
Estado X julgou improcedentes os pedidos iniciais por entender que a norma está em 
plena consonância com a Constituição Federal. Irresignado com a sentença, Mélvio 
interpôs recurso de apelação que foi distribuído à 4a Câmara de Direito Público do 
respectivo Tribunal de Justiça do Estado. Ao julgar o recurso, a 4a Câmara do Tribunal 
de Justiça acolheu os argumentos da apelação e, embora não tenha declarado 
expressamente a inconstitucionalidade da lei, afastou a sua incidência. Considere 
ainda que no momento do julgamento a matéria não havia sido analisada pelo órgão 
especial ou pleno do Tribunal de Justiça, tampouco pelo Supremo Tribunal Federal. A 
partir do caso e das informações apresentadas, responda ao seguinte: a) Discorra 
sobre a Cláusula de Reserva de Plenário. b) No caso hipotético indicado, a 4a Câmara 
de Direito Público do Tribunal de Justiça violou a Cláusula da Reserva de Plenário? 
Justifique. 
SUGESTÃO DE RESPOSTA: 
A cláusula de reserva de plenário é um mecanismo constitucional relativo ao 
controle difuso de constitucionalidade brasileiro, insculpida no art. 97 da CRFB, a qual 
determina que o julgamento da inconstitucionalidade de uma lei ou ato normativo do 
Poder Público, quando realizada por um Tribunal, só será possível pelo voto da maioria 
absoluta dos seus membros ou dos membros de seu órgão especial. 
A 4ª Câmara do Tribunal de Justiça do Estado X violou a Cláusula da Reserva de 
Plenário, pois, no exercício do controle difuso de constitucionalidade, nos termos 
apregoados pelo art. 97 da CRFB, o julgamento da inconstitucionalidade de uma lei ou 
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CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE 
 
 
 26 
ato normativo do Poder Público, quando realizada por um Tribunal, só será possível 
pelo voto da maioria absoluta dos seus membros ou dos membros de seu órgão 
especial. No caso hipotético apresentado, muito embora não tenha declarado 
expressamente a inconstitucionalidade da norma, o órgão fracionário (4ª Câmara) 
afastou a incidência da norma, e, conforme Súmula Vinculante nº 10, viola a cláusula 
de reserva de plenário a decisão de órgão fracionário de tribunal que, embora não 
declare expressamente a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do poder 
público, afasta sua incidência, no todo ou em parte. 
Por derradeiro, não há, no caso, as hipóteses de mitigação da cláusula de 
reserva de plenário previstas pela jurisprudência do STF e reafirmada pelo artigo 949, 
parágrafo único, do CPC/2015, quais sejam: 1) existência de pronunciamento do 
plenário ou órgão especial do próprio Tribunal; ou 2) pronunciamento do plenário do 
STF sobre a questão; e, o enunciado afirma expressamente que a matéria não foi 
objeto de análise pelo plenário do TJ Estadual, tampouco pelo STF. 
JURISPRUDÊNCIA RELACIONADA: 
INCONSTITUCIONALIDADE - INCIDENTE - DESLOCAMENTO DO PROCESSO PARA O 
ÓRGÃO ESPECIAL OU PARA O PLENO - DESNECESSIDADE. Versando a controvérsia 
sobre ato normativo já declarado inconstitucional pelo guardião maior da Carta 
Política da Republica - o Supremo Tribunal Federal - descabe o deslocamento previsto 
no artigo 97 do referido Diploma maior. O julgamento de plano pelo órgão fracionado 
homenageia não só a racionalidade, como também implica interpretação teleológica 
do artigo 97 em comento, evitando a burocratização dos atos judiciais no que nefasta 
ao princípio da economia e da celeridade. A razão de ser do preceito está na 
necessidade de evitar-se que órgãos fracionados apreciem, pela vez primeira, a pecha 
de inconstitucionalidade arguida em relação a um certo ato normativo. (AI 168149 
AgR, Relator(a): Min. MARCO AURÉLIO, Segunda Turma, julgado em 26/06/1995, DJ 
04-08-1995 PP-22520 EMENT VOL-01794-19 PP-03994) 
 
PROCURADOR DO ESTADO - PGE/RO - 2011 - FCC 
Uma câmara do Tribunal de Justiça considerou inconstitucional dispositivo de lei, 
afastando a incidência da lei no caso, sem, entretanto, declarar expressamente a sua 
inconstitucionalidade.Diga se a Câmara agiu em acordo ou desacordo com a medida. 
SUGESTÃO DE RESPOSTA: 
 Prevista no art. 97 da CRFB, a cláusula de reserva do plenário (também 
chamada de “fullbench”) menciona que o julgamento da inconstitucionalidade de lei ou 
ato normativo do Poder Público, quando efetuada por tribunal, só será possível pelo 
voto da maioria absoluta dos seus membros ou dos membros de seu órgão especial. 
Saliente-se que isso não impede que os juízos singulares declarem a 
inconstitucionalidade de lei ou ato normativo no controle difuso, bem como não se 
aplica às turmas recursais dos juizados especiais, pois turma recursal não é tribunal. 
http://www.jusbrasil.com/topico/872507/artigo-97-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988
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CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE 
 
 
 27 
 Um entendimento importante por parte do STF é que a cláusula de reserva de 
plenário é aplicável somente aos textos normativos erigidos sob a égide da atual 
Constituição. As normas editadas quando da vigência das Constituições anteriores se 
submetem somente ao juízo de recepção ou não pela atual ordem constitucional, o que 
pode ser realizado por órgão fracionário dos Tribunais sem que se tenha por violado o 
art. 97 da CRFB. 
 Diante disso, a câmara deveria ter submetido a questão ao Plenário do Tribunal 
ou ao respectivo Órgão Especial e, depois, ficando reconhecida a inconstitucionalidade, 
decidir o mérito do recurso de apelação, observando o que foi decidido pelo plenário ou 
pelo órgão especial. 
JURISPRUDÊNCIA RELACIONADA: 
Súmula Vinculante nº 10 –Viola a cláusula de reserva de plenário (CF, art. 97) a 
decisão de órgão fracionário de tribunal que, embora não declare expressamente a 
inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público, afasta sua incidência, 
no todo ou em parte. 
O art. 97 da Constituição, ao subordinar o reconhecimento da inconstitucionalidade de 
preceito normativo a decisão nesse sentido da "maioria absoluta de seus membros ou 
dos membros dos respectivos órgãos especiais", está se dirigindo aos tribunais 
indicados no art. 92 e aos respectivos órgãos especiais de que trata o art. 93, XI. A 
referência, portanto, não atinge juizados de pequenas causas (art. 24, X) e juizados 
especiais (art. 98, I), os quais, pela configuração atribuída pelo legislador, não 
funcionam, na esfera recursal, sob regime de plenário ou de órgão especial. [ARE 
792.562 AgR, rel. min. Teori Zavascki, j. 18-3-2014, 2ª T, DJE de 2-4-2014.] 
AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. EMPRÉSTIMO 
COMPULSÓRIO. LEI 4.156/62. MATÉRIA INFRACONSTITUCIONAL. ARGUIÇÃO DE 
AUSÊNCIA DE MOTIVAÇÃO DA DECISÃO. OFENSA REFLEXA. ALEGAÇÃO DE VIOLAÇÃO 
DA CLÁUSULA DE RESERVA DE PLENÁRIO (ARTIGO 97 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL). 
INOCORRÊNCIA. NORMA ERIGIDA SOB A ÉGIDE DA CONSTITUIÇÃO ANTERIOR. 
RECEPÇÃO DA LEI POR ÓRGÃO FRACIONÁRIO. POSSIBILIDADE. 1. Os princípios da 
legalidade, do devido processo legal, da ampla defesa e do contraditório, da motivação 
das decisões judiciais, bem como os limites da coisa julgada, quando a verificação de 
sua ofensa dependa do reexame prévio de normas infraconstitucionais, revelam 
ofensa indireta ou reflexa à Constituição Federal, o que, por si só, não desafia a 
instância extraordinária. Precedentes 2. A cláusula de reserva de plenário (fullbench) 
é aplicável somente aos textos normativos erigidos sob a égide da atual 
Constituição. 3. As normas editadas quando da vigência das Constituições anteriores 
se submetem somente ao juízo de recepção ou não pela atual ordem constitucional, o 
que pode ser realizado por órgão fracionário dos Tribunais sem que se tenha por 
violado o art. 97 da CF. Precedentes: AI- AgR 582.280, Segunda Turma, Rel. Min. Celso 
de Mello, DJ 6.11.2006 e AI 831.166-AgR, Segunda Turma, Rel. Min. Gilmar Mendes, 
Dje de 29.4.2011. 3. Agravo regimental desprovido (AgIN 851.849 AgRg / RT 935). 
 
http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=5568018
http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=5568018
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CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE 
 
 
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PROCURADOR DO BANCO CENTRAL – AGU - CESPE - 2013 
À luz da chamada cláusula de reserva de plenário, prevista no art. 97 da Constituição 
Federal, bem como da legislação que rege o processo e julgamento da ação direta de 
inconstitucionalidade (ADI), da ação declaratória de constitucionalidade (ADC) e da 
arguição de descumprimento de preceito fundamental (ADPF), responda, de forma 
justificada, à seguinte indagação. Ao julgar o mérito de ADPF proposta em face de 
controvérsia judicial relevante sobre a constitucionalidade de determinada lei, o 
plenário do Supremo Tribunal Federal poderia declará-la inconstitucional por cinco 
votos contra quatro, ausentes justificadamente dois ministros? 
SUGESTÃO DE RESPOSTA: 
 A chamada cláusula de reserva de plenário ou full bench está prevista no art. 97 
da CRFB. Por essa ótica, somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou 
dos membros do respectivo órgão especial poderão os tribunais declarar a 
inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público. 
 A intenção disso é que para que os tribunais afastem determinada norma por 
entendê-la inconstitucional, é necessário que a decisão seja proferida pela maioria 
absoluta da composição do Tribunal ou de seu órgão especial. Isso, de acordo com a 
doutrina, gera maior segurança e legitimidade nas discussões acerca da 
constitucionalidade de uma norma. No caso do STF, a decisão por maioria absoluta 
demanda a presença de pelo menos 2/3 dos Ministros, ou seja, 8 dos 11 Ministros. 
Nota-se, portanto, que a declaração de inconstitucionalidade deve ser proferida pela 
maioria absoluta (seis votos), mas desde que presente, ao menos, oito ministros. 
 Porém, de acordo com o STF, a cláusula de reserva de plenário (full bench) é 
aplicável somente aos textos normativos erigidos sob a égide da atual CRFB, o que 
invalida de qualquer maneira o quantitativo de ministros presentes ou não. Frise-se 
que a ADPF não suscita o controle de constitucionalidade, de forma que se verifica o 
controle de compatibilidade. 
JURISPRUDÊNCIA RELACIONADA: 
“(...) A cláusula de reserva de plenário (full bench) é aplicável somente aos textos 
normativos erigidos sob a égide da atual Constituição. 3. As normas editadas quando 
da vigência das Constituições anteriores se submetem somente ao juízo de recepção 
ou não pela atual ordem constitucional, o que pode ser realizado por órgão fracionário 
dos Tribunais sem que se tenha por violado o art. 97 da CF. (...) (ARE 705316 AgR, 
Relator(a): Min. LUIZ FUX, Primeira Turma, julgado em 12/03/2013, PROCESSO 
ELETRÔNICO DJe-070 DIVULG 16-04-2013 PUBLIC 17-04-2013) 
 
MAGISTRATURA ESTADUAL - TJMS - 2015 – VUNESP 
É possível a realização de controle de constitucionalidade no âmbito da ação civil 
pública? Fundamente sua resposta de modo que aborde o seguinte: a) exercício do 
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CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE 
 
 
 29 
controle de constitucionalidade mediante instrumentos que qualifiquem a questão 
constitucional como questão prejudicial ou incidental; b) exercício do controle de 
constitucionalidade mediante instrumentos que qualifiquem a questão constitucional 
como questão principal; c) se a ação civil pública serve como instrumento de 
constitucionalidade de caráter prejudicial/incidental e/ou principal; d) posicionamento 
do Supremo Tribunal Federal acerca do controle de constitucionalidade na ação civil 
pública. 
SUGESTÃO DE RESPOSTA: 
O controle de constitucionalidade realizado de forma concreta ou incidental é 
aquele em que a questão da constitucionalidade encontra-se na causa de pedir e não 
no pedido, ou seja, em qualquer demanda em que se pretenda um bem da vida, a 
inconstitucionalidade de lei ou ato normativo poderá ser alegada como questão 
prejudicial, a

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