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Paper - Principios Constitucionais Tributário

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( ) Prática de Laboratório ( ) Segunda Oportunidade 
 ( ) Exercícios ( ) D1 
 ( ) Prova Modular ( ) D2 
 ( ) Prova Global ( ) D3 
 ( ) Exame Final/Exame de Certificação ( x) A1 
 ( ) Aproveitamento Extraordinário de Estudos ( ) A2 
Nota: 
 
 
 
 
Disciplina: Direito Tributário I Turma: 8 Semestre 
Professor: Romualdo Paulo Marchinhacki Data: 15/04/2020 
 
Aluno (a): Juliana Veber 
 
RQ 0501 Rev. 16 
Página 1 de 7 
 
PRINCIPIOS CONSTITUCIONAIS TRIBUTÁRIOS 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
O presente paper tem por objetivo central abordar 3 (três) dos principais princípios constitucionais 
tributários, discorrendo os principais pontos, com a visão central de alguns doutrinadores, e ainda, apresentar 
o atual entendimento jurisprudencial sobre o tema. 
 
Na presente pesquisa foi escolhido os princípios constitucionais da legalidade, capacidade 
contributiva, e vedação ao confisco, a serem apresentadas pelos principais juristas brasileiros, sendo eles 
Hugo de Britto Machado e o Roque Antônio Carrazza, bem como, apresentando as mais recentes decisões 
prolatadas pelo Egrégio Superior Tribunal de Justiça. 
 
Para que ao fim, seja possível a demonstração quanto a definição e a sua efetiva aplicação junto ao 
sistema jurídico brasileiro. 
 
 
METODOLOGIA 
 
A natureza da pesquisa é teórica, através de consultas a doutrinas, concomitante com a Legislação 
Brasileira e as Jurisprudências. 
 
 
 
ANÁLISE E DISCUSSÃO 
 
 
Imperioso destacar que os princípios constitucionais nada mais são do que as normas fundamentais 
de conduta de um indivíduo mediante as leis já impostas, sendo classificados como o alicerce do próprio 
direito. 
 
 Ao tratarmos dos princípios como a base para o direito propriamente dito, no ordenamento jurídico 
atual temos 8 (oito) princípios constitucionais fundamentais, os quais visam assegurar os direitos básicos de 
todo cidadão em qualquer área do direito. 
 
Entretanto, como o foco da presente pesquisa se trata dos princípios constitucionais tributários, 
devemos voltar a atenção para os princípios constitucionais dos quais visam proteger o direito do cidadão, 
ora contribuinte, perante ao Fisco (União Federal). 
 
Inicialmente, o direito tributário possui atualmente seis princípios norteadores, os quais encontram-se 
descritos na lei suprema, ora Constituição Federal de 1988, sendo eles: o principio da igualdade e isonomia, 
RQ 0501 Rev. 16 
Página 2 de 7 
principio da capacidade contributiva, principio da vedação ao confisco, princípio da legalidade, princípio da 
anterioridade, e princípio da liberdade de tráfego. 
 
 Para o direito tributário, os princípios constitucionais são considerados como um instrumento de 
defesa contra o arbítrio e a supremacia constitucional, sendo, portanto, um instrumento do cidadão contra o 
Estado, e por consequência, jamais poderá ser invocado pelo Estado numa tentativa de lesionar os 
contribuintes, ora cidadãos. 
 
Dos princípios citados acima, serão abordados especificamente apenas três, sendo eles, o principio 
da legalidade, da capacidade contributiva e por fim, o principio da vedação ao confisco. 
 
Neste sentido, temos inicialmente que o princípio da legalidade pode ser encontrado no artigo 150, I, 
da Constituição Federal/88, assegurando a todos os contribuintes de que a União, os Estados, o Distrito 
Federal e os Municípios não podem exigir ou aumentar tributos sem que a exista uma lei que o estabeleça, 
conforme se grifa: 
 
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à 
União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: 
I - exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça; 
 
Neste sentido, temos que o principio da legalidade traz a garantia de que nenhum tributo será 
instituído, nem aumentado, a não ser, através de uma lei especifica, e nesta linha, o nobre jurista Roque 
Antônio Carrazza, esclarece de que o tributo não deve ser instituído com base numa lei, devendo nascer dela, 
senão vejamos: 
 
“o tributo há de nascer diretamente da lei, não se admitindo, de forma alguma, a 
delegação ao poder executivo da faculdade de instituí-lo, ou mesmo aumentá-lo. A 
lei, em suma, deve indicar todos os elementos da norma jurídica tributária, 
inclusive os quantitativos, isto é, aqueles que dizem respeito a base de cálculo e a 
alíquota da exação. Enfatizamos que somente a lei pode (i) criar o tributo e (ii) 
redimensionar, para mais, o quantum debeatur.” (CARRAZZA, 2016, p. 226) 
 
Ainda, não bastando o fato de que o tributo deve nascer da própria lei, somente esta pode instituí-lo, 
devendo esclarecer tudo o que seja necessário à existência da relação obrigacional tributária, ou seja, 
incumbe ao poder legislativo não somente a criação do tributo, mas também prever a hipótese de incidência, 
o sujeito ativo e passivo, o objeto fiscal, a base de cálculo e a alíquota, determinando assim todos os seus 
elementos essenciais, devendo ainda, prever uma sanção para o caso de não prestação. 
 
Insta salientar que o respectivo princípio alcança todos os tributos, abrangendo igualmente os 
impostos, as taxas e as contribuições de melhoria, fazendo com que todo e qualquer tributo deva ser 
instituído por meio de uma lei ordinária. 
 
Nesta linha, temos o entendimento do Superior Tribunal de Justiça, ao julgar o Agravo Interno no 
Agravo em Recurso Especial n. 2017/0221225-9, no dia 05/12/2019, julgamento presidido pelo Ministro 
Francisco Falcão, reafirmando que apenas a lei é o único veículo normativo capaz de criar e estabelecer a 
configuração do direito à compensação tributária, senão vejamos: 
 
“PROCESSUAL CIVIL. TRIBUTÁRIO. MANDADO DE SEGURANÇA. 
ALEGAÇÃO DE VIOLAÇÃO DO ART. 1.022 DO CPC DE 2015. NÃO 
CONFIGURADA. PORTARIA SRF N. 121/2001. PAGAMENTO DAS 
DESPESAS PELA SOBREESTADIA (DEMURRAGE). 
ILEGALIDADE. 
I - Na origem, trata-se de mandado de segurança objetivando que a autoridade 
alfandegária se abstenha de exigir comprovante de pagamento de despesas de 
armazenamento e de sobreestadia (demurrage) como condição para o 
processamento do despacho aduaneiro de mercadorias. Na sentença, foi concedida, 
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Página 3 de 7 
em parte, a segurança para determinar à autoridade impetrada que se abstenha de 
exigir comprovação de pagamento de despesa de sobreestadia (demurrage). No 
Tribunal a quo, a sentença foi mantida. II - Afastada a alegada ofensa ao art. 1.022 
do CPC/2015. No caso, o Tribunal de origem se manifestou de forma clara e 
fundamentada sobre a matéria posta em debate na medida necessária para o 
deslinde da controvérsia. Apontou que a demurrage não se confunde com a despesa 
pela permanência da mercadoria no recinto alfandegado, não podendo a 
Administração Tributária, a pretexto de regulamentar o dispositivo legal, ampliar o 
conteúdo da obrigação imposta. III - Consoante a jurisprudência pacífica do 
Superior Tribunal de Justiça, tem-se que o julgador não está obrigado a rebater, um 
a um, todos os argumentos invocados pelas partes quando, por outros meios que 
lhes sirvam de convicção, tenha encontrado motivação suficiente para dirimir a 
controvérsia. 
Nesse sentido: AgInt no REsp n. 1.757.501/SC, Rel. Ministro Francisco Falcão, 
Segunda Turma, DJe 3/5/2019; AgInt no REsp n. 
1.609.851/RR, Rel. Min. Regina Helena Costa, Primeira Turma, Dje 14/8/2018; 
REsp n. 1.486.330/PR, Rel. Ministro Og Fernandes, Segunda Turma, Dje 
24/2/2015. 
IV - O acórdão recorrido está em consonância com a jurisprudência do Superior 
Tribunal de Justiça, que tem assentado que a Portaria SRF n. 121/2001 violou o 
princípio da legalidade, ao extrapolar o conteúdo da lei (art. 18 da Lei n. 
9.779/1999), considerandoque inclui, além do pagamento das despesas decorrentes 
da permanência da mercadoria em recinto alfandegado, a exigência de 
comprovação do pagamento do valor da indenização de sobrestadia ou demurrage 
para dar andamento aos pedidos de início e retomada de despacho de importação 
de mercadorias abandonadas. Nesse sentido: AgInt no REsp n. 1.772.510/PR, Rel. 
Ministro Mauro Campbell Marques, Segunda Turma, julgado em 26/2/2019, DJe 
1/3/2019; REsp n. 1.691.108/RS, Rel. Ministro Herman Benjamin, Segunda 
Turma, julgado em 5/10/2017, DJe 28/11/2017 e REsp n. 1.573.871/PR, Rel. 
Ministro Herman Benjamin, Segunda Turma, DJe 28/10/2016. 
V - Agravo interno improvido. 
(AgInt no REsp 1697217/PR, Rel. Ministro FRANCISCO FALCÃO, SEGUNDA 
TURMA, julgado em 05/12/2019, DJe 11/12/2019)” 
 
Já quanto tratamos do principio à capacidade contributiva, este pode ser encontrado junto da primeira 
parte do artigo 145, §1º da Constituição Federal de 1988, do qual afirma que sempre que possível, os 
impostos terão caráter pessoal e serão graduados conforme a capacidade econômica do contribuinte, senão 
vejamos: 
 
Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir 
os seguintes tributos: 
I - impostos; 
II - taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou 
potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte 
ou postos a sua disposição; 
III - contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas. 
§ 1º Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados 
segundo a capacidade econômica do contribuinte, facultado à administração 
tributária, especialmente para conferir efetividade a esses objetivos, identificar, 
respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os 
rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte. 
 
Ao fazermos uma leitura rápida do citado artigo é clara a correlação que deve existir entre os 
impostos e a capacidade contributiva pessoal de cada contribuinte, muito se assemelhando ao princípio da 
isonomia, diante de que, uma vez analisada a capacidade contributiva para que seja efetuada a incidência do 
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imposto, ocasiona a proporcionalidade no sentindo de que, quem tem maior riqueza paga mais impostos do 
que, quem tem menor riqueza. 
 
Neste sentido, é fácil notar que o princípio da capacidade contributiva está conectado ao principio da 
solidariedade, pelo qual, aqueles que podem, devem pagar impostos para o bem-estar de todos, inclusive 
daqueles que não podem fazê-lo, poiso privaria do mínimo essencial para o seu viver. 
 
Nascendo deste princípio a necessidade de o legislador atentar-se ao editar a lei que instituirá o 
tributo as desigualdades próprias das categorias econômicas dos contribuintes, sejam eles pessoas físicas ou 
jurídicas, fazendo com que o imposto, as taxas e/ou as contribuições de melhorias sejam ajustadas conforme 
a capacidade contributiva de cada um. 
 
Em razão disso que em regra temos em nosso sistema jurídico que todos os impostos devam conter o 
caráter progressivo, ou seja, para que quanto maior seja a base de cálculo, maior será a alíquota aplicada. Por 
obvio, não se deve confundir a progressividade com a proporcionalidade, uma vez que, a alíquota do imposto 
não será aplicada conforme o caso especifico de cada contribuinte, contudo, fará com que os menos 
afortunados paguem o tributo com uma alíquota menor do que um contribuinte economicamente afortunado 
pagará, mantendo assim, as condições de vida sociais e econômicas de ambos. 
 
É nesta linha que o Superior Tribunal de Justiça vem se posicionando, conforme observa-se do 
julgamento presidido pelo Ministro Herman Beijamin, ao julgar o Recurso Especial n. 2019/0200517-3, 
conforme ementa: 
 
“TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIAL. MANDADO DE SEGURANÇA. PIS E 
COFINS. 
INCIDÊNCIA SOBRE A PRÓPRIA BASE DE CÁLCULO. MÉRITO 
CONSTITUCIONAL. 
COMPETÊNCIA DO STF. 1. O deslinde da questão se deu preponderantemente 
sob a luz dos princípios da legalidade tributária e da capacidade contributiva - 
previstos, respectivamente, nos arts. 
150, I, e 145, §1º, da Lei Magna. 
2. Consta o seguinte no voto condutor (fl. 387, e-STJ): "Não resta dúvida, portanto, 
que o legislador previu expressamente que os tributos - dentre os quais se incluem 
o PIS e a COFINS - devem compor a receita bruta, que consiste na base de cálculo 
das referidas contribuições. Ou seja, a inclusão do PIS e da COFINS em suas 
próprias bases de cálculo está de acordo com o princípio da legalidade tributária 
insculpido no art. 150, I, da CF. O simples fato de os valores despendidos com as 
contribuições não representarem acréscimo patrimonial não é suficiente para 
excluí-los da base de cálculo do PIS e da COFINS. Isso porque estas não incidem 
sobre o lucro da empresa, e sim sobre o seu faturamento, conceito que, a priori, 
deve ser interpretado segundo os parâmetros fixados na legislação tributária. Não 
vislumbro, assim, qualquer violação ao princípio da capacidade contributiva (art. 
145, § 1º, da CF)". 3. 
Diante disso, a apreciação da tese é exclusivamente de competência do Supremo 
Tribunal Federal, segundo dispõe o art. 102, III, da Carta Maior, razão pela qual 
não é possível analisar a tese recursal. 
4. Recurso Especial não conhecido. 
(REsp 1826542/PR, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, 
julgado em 03/09/2019, DJe 06/11/2019)” 
 
Por fim, e não menos importante, vale ressaltar que o principio da vedação ao confisco pode ser 
encontrado junto do artigo 150, IV da Constituição Federal/88, do qual impossibilita que o Estado como um 
ente tributário num todo, utilize os tributos como uma forma de confisco ao contribuinte, como se verá: 
 
”Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à 
União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: 
RQ 0501 Rev. 16 
Página 5 de 7 
[...] 
IV - utilizar tributo com efeito de confisco;” 
 
Em suma, o respetivo principio aduz que as leis tributárias não podem compelir aos contribuintes a 
colaborar além da monta com os gastos públicos. 
 
Contudo cinge uma grande discussão ao redor do exato momento em que o tributo passa a ser 
confiscatório, para tanto, o nobre jurista Roque Antonio Carrazza, em sua obra Curso de Direito 
Constitucional Tributário afirma que, o imposto somente passa a aderir ao caráter confiscatório a partir do 
momento em que este esgota a riqueza tributável das pessoas, impondo ônus ao contribuinte além do que se 
entende por razoável (CARRAZZA, 2016, p.115). 
 
Em simples colocação, o citado princípio limita o direito que as pessoas políticas (legislador) têm de 
expropriar bens privados, assim, os impostos devem serem graduados de modo a não incidir sobre as fontes 
produtoras de riqueza dos contribuintes, e portanto, não atacar a consistência originária das suas fontes de 
ganho. 
 
Sendo, portanto, considerado confiscatório o tributo que incide sobre correções monetárias, que 
como se sabe, não revelam aumento de riqueza, mas sim, simples recomposições de troca de moeda. 
 
Deste modo, além de criar um limite explicito às discriminações arbitrárias de contribuintes, reforça 
o direito de propriedade, ocasionando com que nenhuma pessoa seja tributada por fatos que estão fora da 
regra constitucional do tributo que lhe está sendo exigido. 
 
Portanto, o princípio da vedação ao confisco, exige do poder legislativo, o equilíbrio e a moderação 
na quantificação dos tributos, tendo em visto um direito tributário justo. 
 
Nesta toada que o Superior Tribunal de Justiça vem fundando a sua jurisprudência, como podemos 
observar pelo julgamento proferido nos autos do Recurso Especial n. 2019/0072289-7, pelo Ministro Herman 
Beijamin, conforme grifo: 
 
“PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. OFENSA AO ART. 1.022 DO 
CPC/2015 NÃO CONFIGURADA. AUSÊNCIA DE PAGAMENTO DO 
TRIBUTO. MULTA MORATÓRIA. 
INCIDÊNCIA DO ART. 44, I E II, DA LEI 9.430/1996. ACÓRDÃO 
RECORRIDOEM SINTONIA COM A JURISPRUDÊNCIA DO STJ. 
VIOLAÇÃO DE DISPOSITIVOS CONSTITUCIONAIS. IMPOSSIBILIDADE 
DE EXAME. FUNDAMENTO NÃO IMPUGNADO. 
SÚMULA 283/STF. REVISÃO. MATÉRIA FÁTICO-PROBATÓRIA. 
INCIDÊNCIA DA SÚMULA 7/STJ. 1. A solução integral da controvérsia, com 
fundamento suficiente, não caracteriza ofensa ao art. 1.022 do CPC/2015. 
2. Afirma a recorrente que "a aplicação da penalidade pertinente à multa isolada de 
150%, por uma infração que só veio a ser regulamentada por lei após a ocorrência 
dos fatos geradores é totalmente inexigível". 
3. Caso em que a Corte a quo consignou que "a entrega das declarações de 
compensação se deu no ano de 2004, quando já vigente o artigo 170-A do CTN. 
Mostra-se irrelevante o fato de a ação judicial em que reconhecido o crédito tenha 
sido ajuizada no ano de 2000, porquanto a legislação a ser observada é aquela 
vigente ao tempo da entrega da declaração". A insurgente não infirma 
adequadamente tal fundamento. Dessa maneira, como a fundamentação supra é 
apta, por si só, para manter o decisum combatido e não houve contraposição 
recursal ao ponto, aplica-se na espécie, por analogia, o óbice da Súmula 283/STF: 
"É inadmissível o recurso extraordinário, quando a decisão recorrida assenta em 
mais de um fundamento suficiente e o recurso não abrange todos eles." 4. Com 
efeito, conforme teor do art. 170-A do CTN, em vigor no momento da entrega da 
declaração perante o Fisco de compensação não homologada (em 2004) e que deu 
RQ 0501 Rev. 16 
Página 6 de 7 
ensejo à aplicação da multa ora contestada, o direito à repetição do indébito via 
compensação somente adquire eficácia com o trânsito em julgado da decisão, in 
verbis: "É vedada a compensação mediante o aproveitamento de tributo, objeto de 
contestação judicial pelo sujeito passivo, antes do trânsito em julgado da respectiva 
decisão judicial". Dessa forma, havia vedação expressa para que se procedesse à 
compensação por meio das DCTFs antes do trânsito em julgado da decisão que 
reconheceu a existência de crédito tributário. 
5. Ademais, a conclusão do Tribunal de origem está em consonância com a do STJ, 
porquanto a Primeira Seção desta Corte, ao julgar, sob o rito do art. 543-C do 
CPC/1973, o REsp 1.137.738/SP (Rel. Ministro Luiz Fux, DJe de 01/02/2010), 
reafirmou a sua orientação jurisprudencial, firmada no julgamento dos EREsp 
488.992/MG (Rel. 
Ministro Teori Zavascki, DJU de 07/06/2004) de que, "em se tratando de 
compensação tributária, deve ser considerado o regime jurídico vigente à época do 
ajuizamento da demanda, não podendo ser a causa julgada à luz do direito 
superveniente, ressalvando-se o direito do contribuinte de proceder à compensação 
dos créditos pela via administrativa, em conformidade com as normas posteriores, 
desde que atendidos os requisitos próprios". Com efeito, o pedido de compensação 
do crédito apenas foi realizado administrativamente em 2004, razão pela qual deve 
ser aplicada a legislação em vigor nessa data. 
6. Ao afirmar que, "a respeito dos fatos que ocorreram até 31 de dezembro de 
2004, não havia qualquer amparo legal para imposições de penalidades, com base 
nas vedações impostas pela Lei 11.051/2004", a recorrente também deixa de 
contestar o seguinte argumento trazido no aresto recorrido: "A cobrança da multa 
no percentual de 150% se deu com fundamento no artigo 44, inciso II, da Lei nº 
9.430/96, que, na redação anterior àquela determinada pela Lei nº 11.488/2007, 
assim prescrevia: Art. 44. Nos casos de lançamento de ofício, serão aplicadas as 
seguintes multas, calculadas sobre a totalidade ou diferença de tributo ou 
contribuição: (...) II - cento e cinqüenta por cento, nos casos de evidente intuito de 
fraude, definido nos arts. 71, 72 e 73 da Lei nº 4.502, de 30 de novembro de 1964, 
independentemente de outras penalidades administrativas ou criminais cabíveis". 
Aplicação da já mencionada Súmula 283/STF: "É inadmissível o recurso 
extraordinário, quando a decisão recorrida assenta em mais de um fundamento 
suficiente e o recurso não abrange todos eles." 7. Em relação à apontada ausência 
de fraude, o Tribunal Regional Federal da 4ª Região concluiu o contrário (grifei): 
"No caso em apreço, a multa qualificada foi aplicada após apuração fiscal da 
conduta da impetrante, que, ao preencher os formulários de compensação com 
crédito de ação judicial, informou, em campo próprio, uma data de trânsito em 
julgado inexistente. De fato, a impetrante, com evidente intenção de fraude, 
informou que a ação já havia transitado em julgado em 19/06/2002, embora 
pendente de análise o recurso interposto pela Fazenda. Conclui-se, assim, que 
houve aposição de data falsa nas declarações de compensação, o que justifica a 
aplicação da multa qualificada". Como se vê, a instância de origem decidiu a 
questão com fundamento no suporte fático-probatório dos autos, cujo reexame é 
inviável no Superior Tribunal de Justiça, ante o óbice da Súmula 7/STJ: "A 
pretensão de simples reexame de prova não enseja Recurso Especial". 8. No que 
concerne às alegações de confisco, o STF tem se posicionado no sentido de que as 
cominações impostas ao contribuinte, por meio de lançamento de ofício (multa de 
ofício ou punitiva), decorrentes do fato de haver se omitido na declaração e de 
recolhimento tempestivos da contribuição, não importam efeito confiscatório. A 
propósito: RE 241.074/AM, Primeira Turma, Relator o Ministro Ilmar Galvão, DJ 
de 19/12/2002; RE 241.087/PR-AgR, Segunda Turma, Relator o Ministro Eros 
Grau, DJe de 25/9/2009. 
9. Mesmo que assim não fosse, os fundamentos trazidos são insuficientes para 
estabelecer a relação de calibração e ponderação necessária entre a gravidade da 
conduta e o peso da punição. É ônus da parte interessada apontar as peculiaridades 
RQ 0501 Rev. 16 
Página 7 de 7 
do caso concreto, de modo a propiciar a análise da adequação do percentual fixado 
na norma legal à luz do princípio da vedação do confisco e, nas razões do presente 
recurso, a empresa ora recorrente limita-se a afirmar, de forma genérica, que a 
multa aplicada teria caráter confiscatório, não trazendo, contudo, argumentos 
adequados a caracterizar, de plano, a desproporcionalidade da multa fiscal aplicada 
em relação à hipótese aqui em discussão. Dessa forma, a redução da multa 
moratória ante a aplicação do princípio do não confisco, além de ensejar o reexame 
de fatos e provas, vedado pela Súmula 7/STJ, atrai a interpretação e aplicação de 
dispositivos constitucionais, o que não é possível na via especial, porquanto 
matéria reservada ao Supremo Tribunal Federal, nos termos dos arts. 102, III, e 
105, III, da Carta Magna. 
10. Recurso Especial parcialmente conhecido, somente com relação à preliminar de 
violação do art. 1.022 do CPC/2015, e, nessa parte, não provido. 
(REsp 1803385/SC, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, 
julgado em 14/05/2019, DJe 31/05/2019)” 
 
Ante a todo exposto resta claro que os princípios constitucionais são a base para o atual sistema 
tributário nacional, tendo sido esse entendimento consolidado pelo próprio Egrégio Superior Tribunal de 
Justiça, conforme podemos observar pelas decisões acima colacionadas. 
 
 
CONCLUSÃO 
 
Com a presente pesquisa, conclui-se que os princípios são a base para qualquer ramo do direito, e 
aqui lidando com o ramo tributário, vemos que os princípios possuem um papel fundamental perante aos 
contribuintes, visto que são com base nestes princípios que os seus direitos são respeitados. 
 
Direitos esses que podem serem invocados somente pelo próprio contribuinte, garantindo com que 
seja preservada a sua fonte de riqueza e a manutenção de uma vida digna, sem que deixe de honrar com os 
seus compromissos sociais e econômicos perante ao Estado. 
 
Neste sentido, podemos concluir, que os princípios constitucionais abordados acima são 
indispensáveis a manutenção de uma sociedade equilibrada economicamente e digna. 
 
 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
 
MACHADO, Hugo de Britto. CURSO DE DIREITO TRIBUTÁRIO,24º Edição, ISBN 85-7420-
561-3. Publicado em 2004. 
 
CARRAZZA, Roque Antonio. CURSO DE DIREITO CONSTITUCIONAL TRIBUTÁRIO, 28º 
Edição, ISBN 978-85-392-0186-0. Publicado em 2016. 
 
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DE 1988. Disponível em < 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm >

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