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CEDERJ- REVISÃO 1

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CEDERJ – REVISÃO 
PORTUGUÊS I 
 
Para responder às questões 1 e 2, você vai assistir ao vídeo de um comercial das 
sandálias Havaianas, veiculado no ano de 2010, no link seguinte: 
http://www.youtube.com/watch?v=KxgTJMZo8Kg 
 
Vale observar que esse vídeo foi retirado do ar porque muitos telespectadores 
censuraram o fato de uma avó dizer à neta que não estava falando de casamento, 
mas de sexo. O anunciante veiculou uma retratação em que a avó anunciava que o 
vídeo estaria disponível apenas no site. 
Agora responda: 
 
1) Dentre as funções da linguagem, qual foi acionada, pelo anunciante, para 
conseguir captar a atenção do provável consumidor do produto? 
 
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2) Dos sete fatores da textualidade, apresentados por Beaugrande e Dressler 
(1981), dois são centrados nos interlocutores: a intencionalidade e a 
aceitabilidade. Comente como esses fatores funcionaram no comercial que 
você acabou de ver. 
 
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http://www.youtube.com/watch?v=KxgTJMZo8Kg
3) Analise as duas peças publicitárias seguintes e destaque, comentando, o 
fator da textualidade predominante: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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4) Conforme já estudamos, a “coesão frásica se processa no nível da oração e 
diz respeito à ordem das palavras, ao emprego adequado dos pronomes e 
das preposições, à concordância entre sujeito e predicado relativa à pessoa, 
ao gênero e ao número.” 
Observe a peça publicitária a seguir e comente como a colocação das 
palavras nas frases pode interferir na construção do sentido. 
 
 
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5) Identifique a implicatura conversacional: 
 
Marido e mulher estão numa festa. A certa altura, ela diz ao marido: 
_ Você sabe que horas são? 
_ Iremos quando você quiser, responde ele. 
 
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6) Uma os blocos de texto por meio do conector adequado e, a seguir, indique a 
relação estabelecida: 
 
a) Ele é meu amigo. Vou convidá-lo para a festa. 
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b) Ele é meu amigo. Não vou convidá-lo para a festa. 
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 Leia o texto seguinte – Carta ao leitor, Revista VEJA, 29 de fevereiro de 2012, p. 
15 – para responder as questões propostas: 
 
 
 
7- Vamos tomar o trecho inicial do primeiro parágrafo do texto: 
 
Uma reportagem desta edição de VEJA revela os resultados auspiciosos do censo 
recomendado ao IPEA pela Câmara Brasileira do Livro. Os dados mostram que, de 
2009 para 2010, o número de exemplares impressos no Brasil bateu em quase 500 
milhões, com um crescimento de 23%. 
 
 
OBS. IPEA é a sigla do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada 
 
Você já sabe que um dos fatores responsáveis pela compreensão adequada 
de um texto é a coesão. Sabe, também, que a coesão se manifesta pela retomada 
de palavras por meio de vocábulos gramaticais e/ou lexicais, com o objetivo de se 
evitarem repetições desnecessárias. Assim, no fragmento acima, o vocábulo “dados” 
remete ao “censo recomendado pelo IPEA”. 
 
Indique, agora, os referentes das formas sublinhadas nos trechos seguintes: 
 
a) Os dados mostram que, de 2009 para 2010, o número de exemplares 
impressos no Brasil bateu em quase 500 milhões, com um crescimento de 
23%. Desse montante, 230 milhões são livros didáticos e acadêmicos – 144 
milhões dos quais comprados pelo governo e distribuídos às escolas públicas 
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b) A média de leitura no Brasil é de 1,8 livro per capita por ano, ainda uma das 
mais baixas do mundo e até da América Latina, onde perdemos para a 
Argentina, México e Colômbia. 
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c) A reportagem revela também que é brasileiro um dos autores de maior 
sucesso do mundo, o padre Marcelo Rossi, cuja obra Ágape vendeu 7,5 
milhões de exemplares em pouco mais de um ano. 
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d) Paulo Coelho, autor místico com mais de 100 milhões de exemplares 
vendidos em 150 países, ajudou muita gente a se iniciar no hábito da leitura. 
Ele ficou fora da reportagem desta edição pela opção... 
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e) A leitura é o prazer mais duradouro, aquele que resiste quando todos os 
demais acabaram. 
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8-Reconheça as relações semânticas expressas pelos conectores 
sublinhados, numerando a segunda coluna de acordo com a primeira: 
 
 
(I) Acréscimo ( ) A alta taxa de crescimento do setor 
editorial brasileiro, porém, é um fator de 
esperança. 
(II) Inclusão ( ) .. e desde 2010 Paulo Coelho não publica 
um título novo. 
 
(III) Conformidade ( ) A reportagem revela também que é 
brasileiro um dos autores de maior sucesso 
do mundo,... 
 
(IV) Tempo ( ) Como lembra a reportagem, com certeza 
não será o único. 
 
(V) Contraexpectativa ( ) A média de leitura no Brasil é de 1,8 livro 
per capita por ano, ainda uma das mais 
baixas do mundo e até da América Latina,... 
 
 
9- A ambiguidade não intencional pode-se tornar um problema, dificultando o 
entendimento da mensagem. O emprego do gerúndio, muitas vezes, é 
responsável por esse tipo de problema – a ambiguidade estrutural. 
Identifique, no fragmento a seguir, a ambiguidade no uso do gerúndio, em 
orações reduzidas e procure desambiguações possíveis para o enunciado, 
desenvolvendo essas orações. 
 
Aprendendo e pensando, o leitor assíduo basta a si mesmo em qualquer lugar, 
em qualquer tempo, seja qual for sua sorte na vida. 
 
 
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10- Observe o enunciado seguinte e perceba que as expressões em destaque 
estão empregadas em sentido conotativo (sentido de discurso). Identifique a 
única figura de linguagem empregada nas três expressões: 
 
O intelecto só precisa de uma faísca, mesmo que fraca, para acender o fogo 
da curiosidade e abrir uma clareira acolhedora que dará início ao 
interminável processo de enriquecimento do mundo interior. 
 
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11- Observe: 
 
“Um livro, mesmo que (embora) seus méritos literários sejam discutíveis, é 
sempre porta de entrada para outro livro.” 
 
Reescreva o enunciado, fazendo as alterações necessárias, usando “mas”, 
em vez de “mesmo que”. Cuidado para não mudar o foco do argumento mais 
forte! 
 
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GABARITO: 
 
1) A função apelativa, ou conativa. 
 
2) Nos textos publicitários, a intencionalidade funciona a partir da proposta do 
anunciante de “agir” sobre seu interlocutor – o consumidor – persuadindo-o 
e/ou seduzindo-o, para que ele passe a querer comprar o produto anunciado. 
No entanto, neste comercial, podemos dizer que a aceitabilidade do 
interlocutor não se concretizou nos moldes esperados pelo anunciante, já que 
a imagem da avó “moderninha” foi de encontro à imagem de avó que a 
sociedade espera ver representada, ou seja, o estereótipo que se tem de 
avós é o de pessoas mais conservadoras, que nunca aconselhariam uma 
neta a fazer sexo, sem casamento. 
 
3) O fator predominante é o da intertextualidade, segundo o qual a compreensão 
de um texto depende do conhecimento de outros textos por parte dos 
interlocutores. No caso em questão, a intertextualidade se manifesta em 
relação aos contos de fadas “Cinderela” e “Branca de Neve”, 
respectivamente, quando é acessado o conhecimento de mundo 
compartilhado pelos interlocutores.. 
 
4) A colocação do vocábulo “mal” nas frases – antes do verbo e depois do verbo 
– implica mudanças de ordem semântica e morfossintática: no primeiro 
fragmento (“O ano mal começou”), “mal” é conjunção subordinativa temporal 
e, consequentemente, indica uma circunstância de tempo; no segundo (“O 
ano começou mal”), “mal” é advérbio de modo, modificando o verbo 
(negativamente). 
 
5) À primeira, vista, parece que o marido não respondeu corretamente à 
pergunta da mulher, quebrando a máxima da relevância. Prosseguindo a 
análise e sabendo que interlocutores são cooperativos, percebe-se, nessa 
infração à máxima da relevância, a geração de uma implicatura 
conversacional, pois o marido infere a verdadeira intenção por trás da 
pergunta. 
6) (a) Ele é meu amigo, portanto, (ou correlatos) vou convidá-lo para a festa. 
(Relação de conclusão) 
(b)Ele é meu amigo, mas (ou correlatos) não vou convidá-lo para a 
festa.(Relação de contraexpectativa) 
Outra possibilidade de (b) seria: Embora ele seja meu amigo, não vou 
convidá-lo para a festa. 
 
7- Nessa questão, era para escrever apenas o REFERENTE dos pronomes, e 
não para classificar e/ou explicar o tipo de coesão. 
a) “Desse montante”: refere-se aos 500 milhões de exemplares; 
b) “onde”: refere-se à América latina. 
c) “cuja”: refere-se à obra DO padre Marcelo Rossi. (Quem escreveu apenas 
o nome do autor – padre Marcelo Rossi – errou a questão; da mesma forma, quem 
escreveu apenas a palavra “obra”). 
d) “Ele”: refere-se a Paulo Coelho. 
e) “aquele”: refere-se a prazer. 
 
8- 
 
(I) Acréscimo ( V ) A alta taxa de crescimento do setor 
editorial brasileiro, porém, é um fator de 
esperança. 
 
(II) Inclusão ( IV ) .. e desde 2010 Paulo Coelho não 
publica um título novo. 
 
(III) Conformidade ( I ) A reportagem revela também que é 
brasileiro um dos autores de maior sucesso 
do mundo,... 
 
(IV) Tempo (III) Como lembra a reportagem, com certeza 
não será o único. 
 
(V) Contraexpectativa ( II ) A média de leitura no Brasil é de 1,8 
livro per capita por ano, ainda uma das mais 
baixas do mundo e até da América Latina,... 
 
9- Desambiguações possíveis: 
 
 “Se aprender e pensar, o leitor assíduo....” 
 “À medida que aprende e pensa, o leitor assíduo...” 
 “Quando aprende e pensa, o leitor assíduo...” 
 Porque (como) aprende e pensa, o leitor assíduo...” 
 
Observe que as mudanças implicam alteração de sentido. 
 
10- Metáfora. 
 
11- Os méritos literários de um livro podem ser discutidos, mas ele é sempre 
a porta de entrada para outro livro (argumento mais forte). 
 
OBS: Não está correta a resposta em que o “mas” não introduz a oração 
“é sempre a porta de entrada”, pois se o “mas” introduz a outra oração (O livro 
é sempre a porta de entrada, mas seus méritos literários são discutíveis), há 
mudança de foco”, estando, consequentemente, ERRADA a resposta. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ATENÇÃO: 
 
Sobre o MAS e o EMBORA 
 
Diferença de emprego entre “mas” e “embora”, que está explicitada na aula 7, 
páginas 117, 118 e 120. 
 
Quando usamos “embora”, já se saberá, com antecedência, que o argumento 
não será mantido: 
Ex. Embora você seja inteligente (o interlocutor já pode perceber que não 
será atendido, ou que não obterá o que deseja), foi mal na prova. 
Daí se falar em estratégia de antecipação, no emprego das concessivas. 
 
Com o “mas”, o enunciado fica em suspenso, podendo evoluir de duas formas 
diferentes (negativamente, ou positivamente): 
Você é inteligente, mas foi mal na prova. (ou Você é inteligente, portanto, 
tirou boa nota na prova). 
Observa-se, assim, nas orações com “mas”, que a primeira parte do 
enunciado - Você é inteligente – nada antecipa sobre a segunda, que pode evoluir, 
como dissemos, para um enunciado negativo, em que se contraria uma expectativa 
(contraexpectativa: “se você é inteligente, seria de se esperar que fosse bem na 
prova, mas foi mal) ou positivo (“portanto tirou boa nota”). Daí, com o “mas” se fala 
em estratégia de suspense. 
 
O problema principal, no entanto, é a substituição de “apesar de” (= “embora”) 
por “mas”, feita de forma aleatória, sem atentar para a mudança de foco que ocorre 
quando essa substituição é mal feita. Alertamos os alunos para isso na aula 7. 
Vamos explicar melhor. Imagine a seguinte situação: 
 
Uma filha vai pedir opinião à mãe sobre se deve (ou não) namorar 
determinado rapaz. A mãe pode dar as seguintes respostas: 
(1)Ele bebe, mas é bom rapaz. 
(2)Ele é bom rapaz, mas bebe. 
 
Você pode observar claramente a orientação argumentativa diferente, nas 
duas respostas da mãe, ao dar sua opinião. 
Preste atenção: em qual das duas respostas, você acha que a mãe é a favor 
do namoro? 
É claro que você deve ter respondido que em (1). 
Em (2), ela é contra. E porque se chega a essa constatação? Exatamente por 
causa da força argumentativa do “mas”. A oração do “mas” é a que introduz o 
argumento mais forte. De modo que temos de ter muito cuidado, ao substituirmos o 
“mas” por “embora” e vice-versa, sob pena de alterarmos o foco, a perspectiva do 
que queremos dizer. 
Vamos ver como isso funciona, fazendo as substituições: 
 
(1) Ele bebe, mas é bom rapaz. 
(1a) Embora beba, é bom rapaz. 
 
(2)Ele é bom rapaz, mas bebe. 
(2a) Embora seja bom rapaz, bebe. 
 
Para que o foco seja mantido, e eu diga exatamente o que tenho a intenção 
de dizer, não posso ir substituindo de qualquer maneira. Perceba que a oração que 
encerra o argumento mais forte (a iniciada com o “mas”), se redigida com “embora”, 
fica sem conectivo. Por quê? Porque o “embora” concederazão (concessiva), 
estando, então, fora do argumento mais forte. 
Se eu usar (1a) para (2), ou (2a) para (1), não estarei dizendo o que pretendo, 
estarei mudando o foco do argumento mais forte. 
Esperamos que tenham entendido!

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