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Palestrante: Ms. Andrei Röehrs Portinho Perito Criminal Seção de Reprodução Simulada e Perícias Diversas Departamento de Criminalística - DC/IGP/SSP/RS Dúvidas para: andreiportinho@yahoo.com.br Teoria Geral das CIÊNCIAS FORENSES CRIMINALÍSTICA ⇒“É o conjunto de ciências (exatas, humanas, naturais e aplicadas) que tem por objetivo o reconhecimento e interpretação dos indícios materiais extrínsecos relativos ao crime e/ou à identidade do criminoso” (TOCHETTO); ⇒“É disciplina autônoma, integrada pelos diferentes ramos do conhecimento técnico-científico, auxiliar e informativa das atividades policiais e judiciárias de investigação criminal, tendo por objetivo o estudo dos vestígios materiais extrínsecos à pessoa física” (RABELLO); CIÊNCIAS FORENSES LOCALÍSTICA FORENSE e CRIMINALÍSTICA PURA MEDICINA LEGAL ENGENHARIA LEGAL BALÍSTICA, FOTOGRAFIA, INFORMÁTICA, FONOAUDIOLOGIA, MERCEOLOGIA, CONTABILIDADE, DOMUMENTOSCOPIA (...) FORENSESANTROPOLOGIA FORENSE POLÍTICA CRIMINAL CRIMINOLOGIA Instituição Pericial de Polícia Técnico-Científica DOGMÁTICA JURÍDICO-PENAL APLICADA História da Criminalística De uma maneira geral, sempre foi conceituada como um conjunto de técnicas e procedimentos aplicáveis à investigação e ao estudo do caso criminal, visando a obtenção da prova da ocorrência do delito. História da Criminalística Época Antiga: Na primeira metade do século XVI, Julio Claurus, em Alexandria (EGITO), se refere à investigação de delitos com aplicação de conhecimentos científicos; Em 1575 na França, Ambrósio Paré fala sobre feridas por armas de fogo em sua obra “Os Laudos Periciais e a forma de embalsamento de cadáveres”. A obra foi continuada por Paolo Sacchias História da Criminalística Em 1563, João de Barros descobre as impressões digitais e plantares, sendo este considerado até hoje o “pai” da Papiloscopia Forense. História da Criminalística História da Criminalística Em 1643, em Florença, na Itália, Gopsi lança a obra “II Giuddice Criminalista”. Trata-se da primeira obra que se conhece sobre a Criminalística enquanto ferramenta judicial na persecução penal. História da Criminalística Em 1665, em Bologna, na Itália, Marcelo Malpighi, Professor da disciplina de Anatomia Humana da Universidade de Bologna/ITA, começa a se dedicar aos estudos dos relevos papilares e dos gomos dos dedos, realizando valiosos apontamentos sobre o estudo das impressões digitais. História da Criminalística História da Criminalística Em 1753, Boucher inicia os estudos científicos acerca da Balística Forense, seguido por Perey (1792), Dufuart (1801) e Dupuytren (1820) História da Criminalística Em 1823, Johannes Evagelist Purkinje apresenta uma tese de Doutoramento em Medicina junto à Universidade de Breslau/POL, onde descreveu os tipos de pegadas, classificando-as em nove grupos principais, descrevendo os deltas dos desenhos papilares dos dedos. História da Criminalística História da Criminalística Dentro da Época Antiga, tivemos a “Época do Detetivismo”. Em 1977, em Londres, é criado o primeiro corpo de detetives da História, iniciando-se a luta sistemática contra o Crime. História da Criminalística “Em 1887, a HQ Polícia abraçou números 3, 4, 5, 21 e 22 Whitehall Place, números 8 e 9 Grande Scotland Yard, números 1, 2 e 3 Palace Place e vários estábulos e anexos, bem como um edifício autônomo no centro de the Yard que tinha lojas realizadas sucessivamente, o Gabinete de Transporte Público e os escritórios CID. Essas matrizes foram removidas em 1890 para instalações no Victoria Embankment projetados por Richard Norman Shaw e ficou conhecido como New Scotland Yard. Em 1967, por causa da necessidade de uma sede maior e mais moderna, mais um movimento ocorreu com o presente site em Broadway, SW1, que também é conhecido como New Scotland Yard.” (fonte://content.met.police.uk) História da Criminalística “Tenho investigado muitos crimes, mas nunca investiguei nenhum até hoje que fora cometido por uma criatura que voa. Há muito tempo, o crime tem duas pernas, deixam pegadas, produzem alguma abrasão ou marcas, que possam ser detectadas por algum pesquisador científico” História da Criminalística (Sherlock Holmes, em “A Aventura de Peter Black”, de Sir Artur Conan-Doyle, em 1904) História da Criminalística Françoise Eugene Vidocq foi o primeiro grande detetive que teve a Criminalística. Tratava-se de um ex-deliquente que, em 1809, ingressou no serviço secreto da Polícia de Paris. Em 1820, o grupo que havia formado juntamente com outros 30 criminalistas havia reduzido em 40% o índice de criminalidade na cidade. História da Criminalística Em 1835, Henry Goddard, um policial britânico, observou que em um dois projetis que atingiu o corpo de uma vítima havia uma pequena protuberância, e a partir deste vestígio, iniciou a busca pelo assassino. História da Criminalística Em uma sombria vivenda de um suspeito, se descobriu um molde de balas de chumbo (utensílio comum nos dias atuais). Porém, o artefato possuíra uma peculiaridade: o projetil que alvejou a vítima tinha um ajuste perfeito ao mesmo. O dono da moldura, preso em flagrante, confessou o crime. História da Criminalística Em 1840, o italiano Orfila cria a Toxicologia Forense, continuada por Ogier em 1872. Esta ciência auxiliou os delitos cometidos com o auxílio de veneno, muito comum à época. História da Criminalística Em 1866, em Chicago, Allan Pinkerton põe em prática a Fotografia Criminal para reconhecimento de delinquentes. Atualmente, é conhecida como Fotografia Forense. História da Criminalística Em 1882, Alfonso Bertillon cria o Serviço de Identificação Judicial da França, com aplicação direta do método antropométrico, que se baseia no registro das diferentes características ósseas métricas e cromáticas em pessoas maiores de 21 anos, em onze diferentes partes do corpo. História da Criminalística Ele publicou sua tese sobre Retrato Falado (Portal Parlé), que consiste na descrição minuciosa de certos caracteres morfológicos do indivíduo. História da Criminalística Em 1895, em Londres, Sir Francis Galton publica o manual “Finger-Print Directories”, e institui os fundamentos para a classificação das impressões digitais: Perenidade, Imutabilidade e Variedade Infinita. História da Criminalística Em 1888, em Tóquio, o inglês Henry Faulds fez valiosos descobrimentos e contribuições no campo da Papiloscopia. As principais delas foram as definições de arco, presilha e verticilo, junto aos desenhos papilares dos gomos dos dedos. História da Criminalística Em 1891, na Argentina, Juan Vucetich inaugura a oficina de identificação e utiliza a antropometria e as impressões digitais de ambas as mãos, criando a ficha dactilar. História da Criminalística História da Criminalística História da Criminalística Em épocas passadas, como se individualizava quem havia cometido um crime? Roma: através de marcas de fogo nos corpos dos deliquentes; Idade Média: mutilação das orelhas, nariz ou dedos, conforme o delito praticado; França, até a Revolução: impressão da marca do senhor feudal; Inglaterra: queimadura das mãos; Rússia: últimos a abandonar a prática de queimadura dos delinquentes. Eles marcavam as iniciais KAT nas bochechas dos condenados ao trabalho forçado. História da Criminalística Época Moderna: Edmond Locard (França, 1877-1966): “Os restos microscópicos que revestem nossas roupas e nossos corpos são testemunhas mudas, seguras e fiéis de nossos movimentos e de nossos encontros.” “É impossível que um criminoso atue, especialmente na tensão da ação delitiva, sem deixar rastros de sua presença.” História da Criminalística Origem da Criminalística Locard permite estabelecer que as investigações criminais começavam a seguir parâmetros científicos, porém com uma porcentagem considerávelde empirismo, de onde se usa a intuição e o senso comum. Logicamente, não se obtém, nesse período, resultados muito satisfatórios. História da Criminalística Todas as investigações e pesquisas empíricas adquirem um nome próprio, dado pelo maior criminalista de todos os tempos, Hans Gross (Áustria, 1847-1915). História da Criminalística Hans Gross era Doutor em Direito pela Universidade de Graz/Áustria. Foi Juiz de Instrução Stejermark e Professor de Direito Penal da Universidade de Graz. Em 1892, lança a obra Manual do Juiz, trazendo à tona todos os sistemas de criminalística existentes à época, fundando, destarte, a Criminalística como é hoje conhecida. História da Criminalística A obra Manual do Juiz levou vinte anos para ficar pronta. Nela, foram consagradas orientações e procedimentos acerca de técnicas de interrogatório, levantamentos de planos e diagramas, utilização de peritos, interpretação de escritas, reconhecimentos de lesões, etc. História da Criminalística A obra dividiu, basicamente, a Criminalística nas seguintes sub-áreas: Antropometria; Fatos de trânsito ferroviário; Gíria Criminal; Hematologia; Contabilidade; Incêndios; Criptografia; Medicina Legal; Desenho forense; Química Legal; Documentoscopia; Interrogatório; Explosivos; Grafologia; História da Criminalística Em 1887, Salvatore Ottolengi apresenta um curso de Polícia Científica, juntamente com Alongo, onde é fundada a revista “Polizía Scientifica”. Lombroso, Ferri e Alongo criam, na Itália, a Polícia Técnico-Científica; História da Criminalística Cesare Lombroso (1835-1909) -Escola Positiva de Direito Penal; -”Pai” da Antropologia Criminal; -Evolucioinismo/Darwininsmo; -Imputabilidade Penal; -Oposição à Cesare Beccaria e ao caráter retributivo e foco no deliquente e não no delito; -3 fases: Lombroso, Ferri e Garofallo; História da Criminalística -Lombroso ansiou detectar as causas da criminalidade, e o fez através de pesquisas científico-empíricas das características físicas, fisiológicas e psicológicas do indivíduo criminoso. -Adepto da escola positivista da Psicologia Criminal, procura estabelecer características anatômicas, bem como manifestações de traços psicológicos comuns e predominantes, ao homem delinquente. História da Criminalística Em 1900, a Criminalística adquire um acentuado desenvolvimento. A maioria dos países começa a fundar gabinetes de Identificação, Escolas de Polícia Técnico-Científica, Institutos de Medicina Legal, criando os primeiros laboratórios de criminalística independentes das Polícias Civis ou Militares, ou do Exército. História da Criminalística Nos EUA, a Criminalística alcança o mais alto grau de desenvolvimento. Em 1904, Keneth Ferrier introduziu o emprego da Papiloscopia com finalidade forense. Em 1909, Osborn publica a obra “Questioned Documents”, onde a escola norte-americana encabeça a investigação de documentos. MEDICINA LEGAL ⇒O conjunto de ciências (exatas, humanas, naturais e aplicadas) que tem por objetivo o reconhecimento e interpretação dos indícios materiais intrínsecos relativos ao crime e/ou à identidade do criminoso; ⇒Ciência Forense pioneira na área pericial; Foi a 1ª Instituição de Polícia Técnico-Científica a ser criada (IML); ⇒Ou seja, tem como objeto o corpo do delito contra a pessoa física; SUAS SUBDIVISÕES ⇒Antropologia forense* (para alguns autores, a parte de Antropologia Física): Ciência que trata das formas de identificação humana (papiloscopia, DNA, odontologia, etc.); ⇒Traumatologia, Tanatologia, Asfixiologia, Sexologia, Toxicologia e Psiquiatria Forenses; ⇒Infortunística (Engenharia Legal); RESUMINDO: A CIÊNCIA DA CRIMINALÍSTICA : ⇒É disciplina autônoma, embora mista; ⇒Seu objeto de estudo são os vestígios criminais extrínsecos ; ⇒É profissionalmente multidisciplinar; ⇒É auxiliar das Polícias e do Poder Judiciário; ⇒Conceito de funcionalidade e fundamentabilidade da Criminalística ⇒Irrefutabilidade e presunção relativa de veracicade; DEZ MARCOS HISTÓRICOS 1) Velha Roma, Itália. 1º registro de levantamento de local de crime, ordenado pelo Imperador César, onde foram achados sinais nítidos de violência; 2) 1560, França. Ambroise Paré leciona sobre ferimentos produzidos por arma de fogo; 3) 1563, Portugal. João de Barros e a papiloscopia nos contratos de compra e venda dos Chineses; 4) 1651, Roma, Itália. Paolo Zachias publica o seu “Questões Médicas”. Pai da Medicina Legal; 5) 1864, Itália. Cesare Lombroso e o sistema antropométrico de identificação humana; 6) 1866, Chicago, EUA. Allan Pinkerton cria a Técnica de Fotografia Forense. 7) 1891, Argentina. Juan Vucevitch cria a Icnofalangometria; 8) 1892, Áustria. Hans Gross “funda” a Criminalística; 9) 1933, EUA. A criação do F.B.I.; 10) 1980, EUA. DNA surge como forma de identificação humana; Conceitos Básicos em Criminalística ⇒Prova Pericial: Prova jurídica, produzida no curso da investigação policial ou processo judicial, apta a formar convencimento sobre determinado fato; ⇒Laudo Pericial: Documento emitido por Perito Oficial, com valor probatório; ⇒Prova direta: Comprova fato sem a necessidade de exercício de raciocínio; ⇒Prova indireta: Pressupõe um raciocínio indutivo. São os indícios e presunções; ⇒Vestígio: Sinal ou marca, potencialmente apta a demonstrar algo, em uma cena de crime, antes de sua análise e interpretação; ⇒Evidência: Vestígio devidamente interpretado e analisado, e que teve sua vinculação com o delito comprovada cientificamente; ⇒Presunção: Fato pressuposto com base em outro fato, incontroversamente existente. Absoluta e relativa; ⇒Indício: Vestígio, Evidência ou Presunção indiretas, relativamente a outro fato relevante, que, através de um processo dedutivo, chega a uma conclusão probabilística sobre o fato principal. PRINCIPIOLOGIA 1º) Princípio da Observação. “Todo contanto deixa uma marca” (Edmund Locard); 2º) Princípio da Análise pelo Método Científico; 3º) Princípio da Interpretação ou Individualidade; 4º) Princípio da Oficialidade e Documentação; Ainda: ⇒Fundamentação em leis científicas; ⇒Independência entre conclusões e métodos; ⇒Independência do tempo; METODOLOGIA DA PESQUISA EM CIÊNCIAS FORENSES 1º) Método Indutivo = tendência à generalização; 2º) Método Dedutivo = mais confiável e menos ambicioso; 3º) Método Hipotético-Dedutivo = “risco” e senso crítico; 4º) Método Comparativo = ideal para análise de padrão; 5º) Método Monográfico = “poluído” e pouco objetivo; 6º) Método Observacional = observação direta de um fenômeno ; Prova Penal e Perícia Criminal • Não-tarifada (Não existe forma nem hierarquia); • Persuasão Racional (art. 157 CPP); • Princípio das Cargas probatórias (ônus da prova); • Vedação à prova obtida por meio ilícito (Princípio da Proporcionalidade pro reo); • Classificação: Plena ou não-plena; direta ou indireta; real, pessoal ou documental; • Espécies: Testemunhal, documental, pericial, outras; • Prova Pericial Emprestada; • Indício, vestígio e evidência; Presunções juris tantum e juris et de jure; Prova Penal e Perícia Criminal • Perícia como Verdade Real (Prova Tarifada); • Desconstrução do sistema de livre convencimento motivado; DIREITO PROBATÓRIO E PERÍCIA TÉCNICO-CIENTÍFICA: Localística Forense e RSF 000 MUNDO DOS FATOS CRIMINAIS MUNDO PROCESSUAL-PENAL SUBSUNÇÃO “Quod non est in actis non est in mundo (O que não está nos autos, não está no mundo).” Exs:Leis da Física Relações Sociais <<< P R O V A S >>> *TENTATIVA Iter Criminis = Itinerário do Crime (cogitação/preparação/execução/consumação) (art. 14, II, CP = tentativa>>iniciada a execução) A Prova Pericial no CPP • Vestígios e crimes materiais; • Requisitos objetivos das Perícias no CPP: a) Prazos para entrega do Laudo (art. 160 par. Único); b) Fotografias (art. 164); c) Divergênciaentre Peritos (art. 180); d) Formalidades e novo Laudo (art. 181 caput e par. único); e) Local alterado; (art. 169 par. Único) f) Procedimentos; • A Cadeia de Custódia; • Dos Peritos: arts. 251 e seguintes; arts. 275 e seguintes; • Providências por parte da Polícia: art. 6° do CPP; DOS PERITOS E DO PRAZO PARA ENTREGA DO LAUDO PERICIAL “Art. 160. Os peritos elaborarão o laudo pericial, onde descreverão minuciosamente o que examinarem, e responderão aos quesitos formulados. Parágrafo único. O laudo pericial será elaborado no prazo máximo de 10 dias, podendo este prazo ser prorrogado, em casos excepcionais, a requerimento dos peritos.” “Art. 161. O exame de corpo de delito poderá ser feito em qualquer dia e a qualquer hora.” DA FORMAÇÃO DO PERITO ”Art. 159. O exame de corpo de delito e outras perícias serão realizados por perito oficial, portador de diploma de curso superior. § 1o Na falta de perito oficial, o exame será realizado por 2 (duas) pessoas idôneas, portadoras de diploma de curso superior preferencialmente na área específica, dentre as que tiverem habilitação técnica relacionada com a natureza do exame. § 2o Os peritos não oficiais prestarão o compromisso de bem e fielmente desempenhar o encargo. DA FOTOGRAFIA OBRIGATÓRIA “Art. 164. Os cadáveres serão sempre fotografados na posição em que forem encontrados, bem como, na medida do possível, todas as lesões externas e vestígios deixados no local do crime.” DIVERGÊNCIA ENTRE PERITOS “Art. 180. Se houver divergência entre os peritos, serão consignadas no auto do exame as declarações e respostas de um e de outro, ou cada um redigirá separadamente o seu laudo, e a autoridade nomeará um terceiro; se este divergir de ambos, a autoridade poderá mandar proceder a novo exame por outros peritos.” OMISSÃO, OBSCURIDADE E CONTRARIEDADE EM LAUDOS - NULIDADES “Art. 181. No caso de inobservância de formalidades, ou no caso de omissões, obscuridades ou contradições, a autoridade judiciária mandará suprir a formalidade, complementar ou esclarecer o laudo. Parágrafo único. A autoridade poderá também ordenar que se proceda a novo exame, por outros peritos, se julgar conveniente.” O JUIZ E AS CONCLUSÕES DO PERITO – PRINCÍPIO DO LIVRE CONVENCIMENTO MOTIVADO Art. 182. O juiz não ficará adstrito ao laudo, podendo aceitá-lo ou rejeitá-lo, no todo ou em parte. Art. 184. Salvo o caso de exame de corpo de delito, o juiz ou a autoridade policial negará a perícia requerida pelas partes, quando não for necessária ao esclarecimento da verdade. AS PARTES E OS ASSISTENTES TÉCNICOS “Art. 159 (...) § 3o Serão facultadas ao Ministério Público, ao assistente de acusação, ao ofendido, ao querelante e ao acusado a formulação de quesitos e indicação de assistente técnico. § 4o O assistente técnico atuará a partir de sua admissão pelo juiz e após a conclusão dos exames e elaboração do laudo pelos peritos oficiais, sendo as partes intimadas desta decisão. ” “§ 5o Durante o curso do processo judicial, é permitido às partes, quanto à perícia: I – requerer a oitiva dos peritos para esclarecerem a prova ou para responderem a quesitos, desde que o mandado de intimação e os quesitos ou questões a serem esclarecidas sejam encaminhados com antecedência mínima de 10 (dez) dias, podendo apresentar as respostas em laudo complementar; II – indicar assistentes técnicos que poderão apresentar pareceres em prazo a ser fixado pelo juiz ou ser inquiridos em audiência. ” “§ 6o Havendo requerimento das partes, o material probatório que serviu de base à perícia será disponibilizado no ambiente do órgão oficial, que manterá sempre sua guarda, e na presença de perito oficial, para exame pelos assistentes, salvo se for impossível a sua conservação. § 7o Tratando-se de perícia complexa que abranja mais de uma área de conhecimento especializado, poder-se-á designar a atuação de mais de um perito oficial, e a parte indicar mais de um assistente técnico. ” “Art. 280. É extensivo aos peritos, no que Ihes for aplicável, o disposto sobre suspeição dos juízes.” “Art. 252. O juiz não poderá exercer jurisdição no processo em que: I - tiver funcionado seu cônjuge ou parente, consangüíneo ou afim, em linha reta ou colateral até o terceiro grau, inclusive, como defensor ou advogado, órgão do Ministério Público, autoridade policial, auxiliar da justiça ou perito; II - ele próprio houver desempenhado qualquer dessas funções ou servido como testemunha; III - tiver funcionado como juiz de outra instância, pronunciando-se, de fato ou de direito, sobre a questão; IV - ele próprio ou seu cônjuge ou parente, consangüíneo ou afim em linha reta ou colateral até o terceiro grau, inclusive, for parte ou diretamente interessado no feito. Art. 253. Nos juízos coletivos, não poderão servir no mesmo processo os juízes que forem entre si parentes, consangüíneos ou afins, em linha reta ou colateral até o terceiro grau, inclusive.” ”Art. 275. O perito, ainda quando não oficial, estará sujeito à disciplina judiciária. Art. 276. As partes não intervirão na nomeação do perito. Art. 277. O perito nomeado pela autoridade será obrigado a aceitar o encargo, sob pena de multa de cem a quinhentos mil-réis, salvo escusa atendível. Parágrafo único. Incorrerá na mesma multa o perito que, sem justa causa, provada imediatamente: a) deixar de acudir à intimação ou ao chamado da autoridade; b) não comparecer no dia e local designados para o exame; c) não der o laudo, ou concorrer para que a perícia não seja feita, nos prazos estabelecidos.” Art. 278. No caso de não-comparecimento do perito, sem justa causa, a autoridade poderá determinar a sua condução. Art. 279. Não poderão ser peritos: I - os que estiverem sujeitos à interdição de direito mencionada nos incisos I e IV do art. 69 do Código Penal; II - os que tiverem prestado depoimento no processo ou opinado anteriormente sobre o objeto da perícia; III - os analfabetos e os menores de 21 anos.” “Art. 281. Os intérpretes são, para todos os efeitos, equiparados aos peritos.” OBRIGAÇÕES POR PARTE DAS POLÍCIAS “Art. 6o Logo que tiver conhecimento da prática da infração penal, a autoridade policial deverá: I - dirigir-se ao local, providenciando para que não se alterem o estado e conservação das coisas, até a chegada dos peritos criminais; II - apreender os objetos que tiverem relação com o fato, após liberados pelos peritos criminais; III - colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e suas circunstâncias;” “IV - ouvir o ofendido; V - ouvir o indiciado, com observância, no que for aplicável, do disposto no Capítulo III do Título Vll, deste Livro, devendo o respectivo termo ser assinado por duas testemunhas que Ihe tenham ouvido a leitura; VI - proceder a reconhecimento de pessoas e coisas e a acareações; VII - determinar, se for caso, que se proceda a exame de corpo de delito e a quaisquer outras perícias; VIII - ordenar a identificação do indiciado pelo processo datiloscópico, se possível, e fazer juntar aos autos sua folha de antecedentes; IX - averiguar a vida pregressa do indiciado, sob o ponto de vista individual, familiar e social, sua condição econômica, sua atitude e estado de ânimo antes e depois do crime e durante ele, e quaisquer outros elementos que contribuírem para a apreciação do seu temperamento e caráter.” ROL DE PERÍCIAS ELENCADAS PELO CPP 1° ) REPRODUÇÃO SIMULADA DOS FATOS: “Art. 7o Para verificar a possibilidade de haver a infração sido praticada de determinado modo, a autoridade policial poderá proceder à reprodução simulada dos fatos, desde que esta não contrarie a moralidade ou a ordem pública.”; 2º) INCIDENTE DE FALSIDADE (PERÍCIA DOCUMENTOSCÓPICA): “Art. 147. O juiz poderá, de ofício, proceder à verificaçãoda falsidade.”; “Art. 174. No exame para o reconhecimento de escritos, por comparação de letra, observar-se-á o seguinte: I - a pessoa a quem se atribua ou se possa atribuir o escrito será intimada para o ato, se for encontrada; II - para a comparação, poderão servir quaisquer documentos que a dita pessoa reconhecer ou já tiverem sido judicialmente reconhecidos como de seu punho, ou sobre cuja autenticidade não houver dúvida; III - a autoridade, quando necessário, requisitará, para o exame, os documentos que existirem em arquivos ou estabelecimentos públicos, ou nestes realizará a diligência, se daí não puderem ser retirados; IV - quando não houver escritos para a comparação ou forem insuficientes os exibidos, a autoridade mandará que a pessoa escreva o que Ihe for ditado. Se estiver ausente a pessoa, mas em lugar certo, esta última diligência poderá ser feita por precatória, em que se consignarão as palavras que a pessoa será intimada a escrever.” 3º) INCIDENTE DE INSANIDADE MENTAL: “Art. 149. Quando houver dúvida sobre a integridade mental do acusado, o juiz ordenará, de ofício ou a requerimento do Ministério Público, do defensor, do curador, do ascendente, descendente, irmão ou cônjuge do acusado, seja este submetido a exame médico-legal.”; *LEI 7.210/84 – LEI DE EXECUÇÃO PENAL (LEP): “Art. 99. O Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico destina-se aos inimputáveis e semi-imputáveis referidos no artigo 26 e seu parágrafo único do Código Penal. Parágrafo único. Aplica-se ao hospital, no que couber, o disposto no parágrafo único, do artigo 88, desta Lei. Art. 100. O exame psiquiátrico e os demais exames necessários ao tratamento são obrigatórios para todos os internados. Art. 101. O tratamento ambulatorial, previsto no artigo 97, segunda parte, do Código Penal, será realizado no Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico ou em outro local com dependência médica adequada.” Imputabilidade Penal e Medida de Segurança INIMPUTÁVEIS (art. 26 CP) SEMI-IMPUTÁVEIS (art. 26, §ú, CP) IMPUTÁVEIS Internação IPF (reclusão) OU Tratamento (detenção) Isenção de pena (art. 26 caput) + Aplicação de Medida de Segurança (art. 97 CP) Pena reduzida de 1/3 até 2/1 (art. 26, §ú) OU Substituição por Medida De Segurança Não se aplica Medida de Segurança Imputabilidade e Ato Infracional • Lei n. 8.069/90 – Estatuto da Criança e do Adolescente; • Ato infracional = conduta descrita como crime ou contravenção penal praticado por menor de 18 anos na data do fato; • Medidas sócio-educativas = substiuem as penas; a) Advertência; b) Reparação do dano; c) PSC; d) Liberdade assistida; e) Semiliberdade; f) Internação; g) Outras medidas de proteção (menores abandonados, mal-cuidados ou mal-comportados); 4º) EXAME DE CORPO DE DELITO: “Art. 158. Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo de delito, direto ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado.”; 5º) EXAME DE NECROPSIA: “Art. 162. A autópsia será feita pelo menos seis horas depois do óbito, salvo se os peritos, pela evidência dos sinais de morte, julgarem que possa ser feita antes daquele prazo, o que declararão no auto.”; 6º) EXUMAÇÃO: “Art. 163. Em caso de exumação para exame cadavérico, a autoridade providenciará para que, em dia e hora previamente marcados, se realize a diligência, da qual se lavrará auto circunstanciado.”; 7º) EXAME ANTROPOLÓGICO-FORENSE: “Art. 166. Havendo dúvida sobre a identidade do cadáver exumado, proceder-se-á ao reconhecimento pelo Instituto de Identificação e Estatística ou repartição congênere ou pela inquirição de testemunhas, lavrando-se auto de reconhecimento e de identidade, no qual se descreverá o cadáver, com todos os sinais e indicações.”; 8º) PERÍCIA DE LEVANTAMENTO DE LOCAL DE CRIME (LOCALÍSTICA FORENSE): “Art. 169. Para o efeito de exame do local onde houver sido praticada a infração, a autoridade providenciará imediatamente para que não se altere o estado das coisas até a chegada dos peritos, que poderão instruir seus laudos com fotografias, desenhos ou esquemas elucidativos.” 9º) PERÍCIAS LABORATORIAIS: “Art. 170. Nas perícias de laboratório, os peritos guardarão material suficiente para a eventualidade de nova perícia. Sempre que conveniente, os laudos serão ilustrados com provas fotográficas, ou microfotográficas, desenhos ou esquemas.”; 10º) PERÍCIA PAPILOSCÓPICA EM LOCAIS DE FURTO E ARROBAMENTO: “Art. 171. Nos crimes cometidos com destruição ou rompimento de obstáculo a subtração da coisa, ou por meio de escalada, os peritos, além de descrever os vestígios, indicarão com que instrumentos, por que meios e em que época presumem ter sido o fato praticado.”; 11º) PERÍCIA DE AVALIAÇÃO: “Art. 172. Proceder-se-á, quando necessário, à avaliação de coisas destruídas, deterioradas ou que constituam produto do crime.”; 12º) PERÍCIA EM LOCAL DE INCÊNCIO: “Art. 173. No caso de incêndio, os peritos verificarão a causa e o lugar em que houver começado, o perigo que dele tiver resultado para a vida ou para o patrimônio alheio, a extensão do dano e o seu valor e as demais circunstâncias que interessarem à elucidação do fato.”; 13º) PERÍCIAS EM OBJETOS: “Art. 175. Serão sujeitos a exame os instrumentos empregados para a prática da infração, a fim de se Ihes verificar a natureza e a eficiência.”; OUTROS DISPOSITIVOS LEGAIS SOBRE PERÍCIA CRIMINAL: ⇒14º) PERÍCIA AMBIENTAL: LEI Nº 9.605, DE 12 DE FEVEREIRO DE 1998 – LEI DE CRIMES AMBIENTAIS: Art. 19. A perícia de constatação do dano ambiental, sempre que possível, fixará o montante do prejuízo causado para efeitos de prestação de fiança e cálculo de multa. SENSORIAMENTO REMOTO E GEOPROCESSAMENTO APLICADO À PERÍCIA CRIMINAL -“Ciência que deriva informações de um objeto à partir de medidas feitas à distância, sem contato físico direito com o mesmo” (SCHOWENGERDT, 1983) -FERRAMENTAS UTILIZADAS: GOOGLE EARTH (mais utilizada) OUTRAS: CATÁLOGO DE IMAGENS; IMAGENS LANDSAT; IMAGENS CBERS; IMAGENS SRTM E ASTER GDEM; MOSAICOS GEOCOVER LANDSAT; IMAGENS DO SATÉLITE ALOS; SPRING; MONITORAMENTO AMBIENTAL; QUEIMADAS; DESMATAMENTOS DA AMAZÔNIA; SENSORIAMENTO REMOTO E GEOPROCESSAMENTO APLICADO À PERÍCIA CRIMINAL -“SIG ou GIS ARQUIVOS VETORIAIS; ARQUIVOS RASTER (PIXELS); TABELAS ASSOCIADAS; -APLICAÇÕES TOPOGRAFIA E CÁLCULO DE ÁREA, DE DISTÂNCIAS E DE DECLIVIDADE; -GNSS (Global Navigation Satelitte System): GPS (Global Positioning System) DGPS (Direfencial Global Position System) GPS RTK (Real Time Kinesic) GLONASS (Rússia) GALILEO )Europa) COMPASS (China) ⇒15ª) Perícia Contábil Forense ⇒ Norma Brasileira de Contabilidade T 13, aprovada pela Resolução nº 858/99 do CFC; ⇒Mais operada pelo DPF; ⇒ Crimes da Lei 8.666/93 (Licitações e Contratos); ⇒Escrituração em meio eletrônico: Resolução nº 1.005/2005 do CFC; ⇒15ª) Perícia Contábil Forense ⇒ Norma Brasileira de Contabilidade T 13, aprovada pela Resolução nº 858/99 do CFC; ⇒Mais operada pelo DPF; ⇒ Crimes da Lei 8.666/93 (Licitações e Contratos); ⇒Escrituração em meio eletrônico: Resolução nº 1.005/2005 do CFC; ⇒Perícia Contábil Forense ⇒ SISTEMA INTEGRADO DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA (SIAFI): Administra a contabilidade pública de forma eletrônica desde 1987 na esfera federal do setor público brasileiro; ⇒ Sistema Público de Escrituração Digital (SPED): Unificou a recepção, validação, armazenamento, e autenticação de livros e de documentos contábeis e fiscais das sociedades empresariais. ⇒Subprojetos: 1) Escrituração Contábil Digital; 2) Escrituração Fiscal Digital; 3) Nota Fiscal Eletrônica; ⇒Perícia Contábil Forense ⇒ Objetos: 1) Escrituração Contábil (livros contábeis, livro diário, livros sociais e livros fiscais); 2) Informações tributárias; 3) Contabilidade informal (Caixa 2); -Exames Periciais realizados: 1) Merceologia (contrabando e descaminho);2) Contábil pura; 3) Econômico-Financeira; ⇒16ª) Perícia Digital (Informática Forense) Lei nº 12.965/2014 – Marco Civil da Internet; ⇒Direitos e garantias dos usuários; ⇒ Neutralidade da Rede; ⇒ Guarda, Proteção e Requisição Judicial de Registros; ⇒ Controle Paretal; ⇒ Tipos penais = Crimes contra a honra; Invasão de dispositivo informático (art. 154-A e 154-B CP); Furto e Dano; Violação de Direitos Autorais; Pornografia infantil (ART. 241 ECA); Pirataria (art. 12 L. 9.609/98); Interceptação informática (art. 10 L. 9.296/96); => 17º) PERÍCIA DE TRÂNSITO: LEI Nº 9.503, DE 23 DE SETEMBRO DE 1997 – CÓDIGO DE TRÂNSITO BRASILEIRO: Art. 277. O condutor de veículo automotor envolvido em acidente de trânsito ou que for alvo de fiscalização de trânsito poderá ser submetido a teste, exame clínico, perícia ou outro procedimento que, por meios técnicos ou científicos, na forma disciplinada pelo Contran, permita certificar influência de álcool ou outra substância psicoativa que determine dependência. Art. 279. Em caso de acidente com vítima, envolvendo veículo equipado com registrador instantâneo de velocidade e tempo, somente o perito oficial encarregado do levantamento pericial poderá retirar o disco ou unidade armazenadora do registro. LOCAL DE MORTE ⇒O termo “Local de Crime” seria inadequado, já que a perícia de levantamento de local de crime seria encarregada de realizar o diagnóstico diferencial entre homicídio, suicídio e acidente em uma morte aparentemente violenta; ⇒É toda a área onde, necessária ou presumivelmente, tenham ocorrido os atos de execução do delito, e os atos com ele diretamente relacionados; ⇒Local imediato: onde se deram os atos de execução; ⇒Local mediato: as adjacências do local imediato, onde se encontraram vestígios; ⇒Local aberto e fechado; ⇒Local isolado e não-isolado; ⇒Guarnecimento do local; ⇒Local preservado e não preservado; OBJETIVOS DO LEVANTAMENTO DE LOCAL DE MORTE: a) Constatar a materialidade do delito; b) Circunstanciar a infração penal; c) Coletar vestígios da autoria do delito; d) Perpetuação do local e dos vestígios coletados, através de: I. Levantamento descritivo; II. Levantamento fotográfico; III. Levantamento topográfico; IV. Levantamento papiloscópico; V. Levantamento dos vestígios em particular; VI. Levantamento perinecroscópico; VII. Moldagens; e) Legalização do indício; IMPLICAÇÃO PROCESSUAL DA DETERMINAÇÃO PERICIAL DO LOCAL DE CRIME – DA COMPETÊNCIA “ Art. 69. Determinará a competência jurisdicional: I. o lugar da infração; II. a domicílio ou residência do réu; III. a natureza da infração; IV. a distribuição; V. a conexão ou continência; VI. a prevenção; VII. a prerrogativa de função. Art. 70. A competência será, de regra, determinada pelo lugar em que se consumar a infração, ou, no caso de tentativa, pelo lugar em que for praticado o último ato de execução. § 1o Se, iniciada a execução no território nacional, a infração se consumar fora dele, a competência será determinada pelo lugar em que tiver sido praticado, no Brasil, o último ato de execução. § 2o Quando o último ato de execução for praticado fora do território nacional, será competente o juiz do lugar em que o crime, embora parcialmente, tenha produzido ou devia produzir seu resultado. § 3o Quando incerto o limite territorial entre duas ou mais jurisdições, ou quando incerta a jurisdição por ter sido a infração consumada ou tentada nas divisas de duas ou mais jurisdições, a competência firmar-se-á pela prevenção. Art. 71. Tratando-se de infração continuada ou permanente, praticada em território de duas ou mais jurisdições, a competência firmar-se-á pela prevenção.” ”Art. 76. A competência será determinada pela conexão: I - se, ocorrendo duas ou mais infrações, houverem sido praticadas, ao mesmo tempo, por várias pessoas reunidas, ou por várias pessoas em concurso, embora diverso o tempo e o lugar, ou por várias pessoas, umas contra as outras; II - se, no mesmo caso, houverem sido umas praticadas para facilitar ou ocultar as outras, ou para conseguir impunidade ou vantagem em relação a qualquer delas; III - quando a prova de uma infração ou de qualquer de suas circunstâncias elementares influir na prova de outra infração. Art. 77. A competência será determinada pela continência quando: I - duas ou mais pessoas forem acusadas pela mesma infração; II - no caso de infração cometida nas condições previstas nos arts. 51, § 1o, 53, segunda parte, e 54 do Código Penal.” A CADEIA DE CUSTÓDIA =>É toda a seqüencia de posse de vestígios por parte da autoridade pericial visando sua análise e interpretação; =>Engloba a coleta, o traslado, o recebimento e o armazenamento das evidências, devidamente observados os protocolos científicos (recipientes, etiquetagem, lacre, etc); => Rastreamento da cadeia de custódia e nulidades processuais; =>Ausência de normatividade procedimental legislativa; =>Diagnóstico da Perícia Criminal no Brasil. SENASP, 2012; “Um dos elementos fundamentais para se compreender os processos de trabalho da atividade pericial é a existência e o funcionamento da cadeia de custódia dos vestígios. Ela é essencial para a validação da prova técnica uma vez que possibilita a rastreabilidade do vestígio, ou seja, assegura o vínculo entre o material periciado e o fato investigado. A cadeia de custódia também possibilita documentar a cronologia da evidência e quem foram os responsáveis por seu manuseio.” (Estudo SENASP, 2013, pág. 70); “O Brasil não tem uma normativa geral sobre cadeia de custódia e o mesmo ocorre na grande maioria dos Estados, que ainda encontram fragilidades na gestão da atividade pericial. Apesar da ausência de normas formalizadas é possível, porém, identificar elementos que demonstram a existência mais ou menos consistente de cadeia de custódia nas atividades periciais.” (Estudo SENASP 2012, pág. 71); OBS: Em 2014, o MJ publicou a Portaria nº 82, de 16/07/2014, que regulamentou alguns aspectos sobre a Cadeia de Custódia; • DIRETRIZES SOBRE CADEIA DE CUSTÓDIA • 1. Da cadeia de custódia • 1.1. Denomina-se cadeia de custódia o conjunto de todos os procedimentos utilizados para manter e documentar a história cronológica do vestígio, para rastrear sua posse e manuseio a partir de seu reconhecimento até o descarte. 1.2. O início da cadeia de custódia se dá com a preservação do local de crime e/ou com procedimentos policiais ou periciais nos quais seja detectada a existência de vestígio. 1.3. O agente público que reconhecer um elemento como de potencial interesse para a produção da prova pericial fica responsável por sua preservação. 1.4. A busca por vestígios em local de crime se dará em toda área imediata, mediata e relacionada. 1.5. A cadeia de custódia compreende o rastreamento do vestígio nas seguintes etapas: a. reconhecimento: consiste no ato de distinguir um elemento como de potencial interesse para a produção da prova pericial; b. fixação: é a descrição detalhada do vestígio conforme se encontra no local de crime ou no corpo de delito, e a sua posição na área de exames, ilustrada por fotografias, filmagens e/ou croqui; • c. coleta: consiste no ato de recolher o vestígio que será submetido à análise pericial respeitando suas características e natureza; • d. acondicionamento: procedimento por meio do qual cada vestígio coletado é embalado de forma individualizada, de acordo com suas características físicas, químicas e biológicas, para posterior análise, com anotação da data, hora e nome de quem realizou a coleta e o acondicionamento; e. transporte: consiste no ato de transferir o vestígio de um local para o outro, utilizando as condições adequadas (embalagens, veículos, temperatura, etc.), de modo a garantir a manutenção de suas características originais, bem como o controle de sua posse; f. recebimento:ato formal de transferência da posse do vestígio que deve ser documentado com, no mínimo, as seguintes informações: número de procedimento e unidade de polícia judiciária relacionada, local de origem, nome de quem transportou o vestígio, código de rastreamento, natureza do exame, tipo do vestígio, protocolo, assinatura e identificação de quem recebeu; g. processamento: é o exame pericial em si, manipulação do vestígio de acordo com a metodologia adequada às suas características biológicas, físicas e químicas, a fim de se obter o resultado desejado que deverá ser formalizado em laudo; • h. armazenamento: é o procedimento referente à guarda, em condições adequadas, do material a ser processado, guardado para realização de contraperícia, descartado ou transportado, com vinculação ao número do laudo correspondente; i. descarte: procedimento referente à liberação do vestígio, respeitando a legislação vigente e, quando pertinente, mediante autorização judicial. • 2. Das etapas da cadeia de custódia • 2.1. As etapas da cadeia de custódia se distribuem nas fases externa e interna. 2.2. A fase externa compreende todos os passos entre a preservação do local de crime ou apreensões dos elementos de prova e a chegada do vestígio ao órgão pericial encarregado de processá-lo, compreendendo, portanto: a. preservação do local de crime; b. busca do vestígio; c. reconhecimento do vestígio; d. fixação do vestígio; e. coleta do vestígio; f. acondicionamento do vestígio; g. transporte do vestígio; h. recebimento do vestígio. • 2.3. A fase interna compreende todas as etapas entre a entrada do vestígio no órgão pericial até sua devolução juntamente com o laudo pericial, ao órgão requisitante da perícia, compreendendo, portanto: • a. recepção e conferência do vestígio; b. classificação, guarda e/ou distribuição do vestígio; c. análise pericial propriamente dita; d. guarda e devolução do vestígio de prova; e. guarda de vestígios para contraperícia; f. registro da cadeia de custódia. • 3. Do manuseio do vestígio • 3.1. Na coleta de vestígio deverão ser observados os seguintes requisitos mínimos: a. realização por profissionais de perícia criminal ou, excepcionalmente, na falta destes, por pessoa investida de função pública, nos termos da legislação vigente; b. realização com a utilização de equipamento de proteção individual (EPI) e materiais específicos para tal fim; c. numeração inequívoca do vestígio de maneira a individualizá-lo. 3.2. O recipiente para acondicionamento do vestígio será determinado pela natureza do material, podendo ser utilizados: sacos plásticos, envelopes, frascos e caixas descartáveis ou caixas térmicas, dentre outros. 3.3. Todos os recipientes deverão ser selados com lacres, com numeração individualizada, de forma a garantir a inviolabilidade e idoneidade do vestígio durante o transporte. 3.4. O recipiente deverá individualizar o vestígio, preservar suas características, impedir contaminação e vazamento, ter grau de resistência adequado e espaço para registro de informações sobre seu conteúdo. • 3.5. Todos os vestígios coletados deverão ser registrados individualmente em formulário próprio no qual deverão constar, no mínimo, as seguintes informações: a. especificação do vestígio; b. quantidade; c. identificação numérica individualizadora; d. local exato e data da coleta; e. órgão e o nome /identificação funcional do agente coletor; f. nome /identificação funcional do agente entregador e o órgão de destino (transferência da custódia); g. nome /identificação funcional do agente recebedor e o protocolo de recebimento; h. assinaturas e rubricas; i. número de procedimento e respectiva unidade de policia judiciária a que o vestígio estiver vinculado. 3.6. O recipiente só poderá ser aberto pelo perito que vai proceder à análise e, motivadamente, por pessoas autorizadas. 3.7. Após cada rompimento de lacre, deve se fazer constar na ficha de acompanhamento de vestígio o nome e matrícula do responsável, a data, o local, a finalidade, bem como as informações referentes ao novo lacre utilizado. 3.8. O lacre rompido deverá ser acondicionado no interior do novo recipiente. • 4. Da central de custódia • 4.1. Todas as unidades de perícia deverão ter uma central de custódia destinada à guarda e controle dos vestígios. A central poderá ser compartilhada entre as diferentes unidades de perícia e recomenda- se que sua gestão seja vinculada diretamente ao órgão central de perícia. 4.2. Na central de custódia, a entrada e a saída de vestígio deverá ser protocolada, consignando-se informações sobre a ocorrência/ inquérito que a eles se relacionam. 4.3. Todas as pessoas que tiverem acesso ao vestígio armazenado deverão ser identificadas e deverá ser registrada data e hora do acesso. 4.4. Quando da tramitação do vestígio armazenado, todas as ações deverão ser registradas, consignando-se a identificação do responsável pela tramitação, destinação, data e horário da ação. 4.5. O procedimento relacionado ao registro deverá: a. ser informatizado ou através de protocolos manuais sem rasuras; b. permitir rastreamento do objeto/vestígio (onde e com quem se encontra) e a emissão de relatórios; c. permitir a consignação de sinais de violação, bem como descrevê-los; d. permitir a identificação do ponto de rompimento da cadeia de custódia com a devida justificativa (responsabilização); e. receber tratamento de proteção que não permita a alteração dos registros anteriormente efetuados, se informatizado. As alterações por erro devem ser editadas e justificadas; f. permitir a realização de auditorias. • 5. Das disposições gerais • 5.1. As unidades de polícia e de perícia deverão ter uma central de custódia que concentre e absorva os serviços de protocolo, possua local para conferência, recepção, devolução de materiais e documentos, possibilitando a seleção, classificação e distribuição de materiais. A central de custódia deve ser um espaço seguro, com entrada controlada, e apresentar condições ambientais que não interfiram nas características do vestígio. 5.2. O profissional de perícia poderá devolver o vestígio em caso de não conformidade entre o conteúdo e sua descrição, registrando tal situação na ficha de acompanhamento de vestígio. 5.3. Enquanto o vestígio permanecer na Delegacia de Polícia deverá ser mantido em embalagem lacrada em local seguro e apropriado a sua preservação. Nessa situação, caso haja necessidade de se abrir o lacre para qualquer fim, caberá à Autoridade Policial realizar diretamente a abertura ou autorizar formalmente que terceiro a realize, observado o disposto no item 3.7 Projeto de Emenda Constitucional (PEC) nº 499/2010: ⇒Foi apensada à PEC nº 325/2009 (inclusão da Perícia Oficial nas Funções essenciais à Justiça); ⇒A PEC 499 visa a inclusão da Perícia Oficial (seja ela agregada, ou não, a órgão policial) no rol de Instituições de Segurança Pública da CF/88 (art., 144, inc. IV); ⇒Sua aprovação teria como conseqüências diretas a resolução de conflitos legais existentes, sobretudo quanto ao porte legal de arma de fogo e a aquisição de munição para uso pericial; ⇒Além da valorização da carreira pericial e normatização da cadeia de custódia de evidências criminais; ORGANOGRAMA DO INSTITUTO-GERAL DE PERÍCIAS DO RS (fonte: http://www.igp.rs.gov.br) “Mais da metade das unidades centrais de Criminalística (Tabela 18) de Medicina Legal (Tabela 19) e de Identificação (Tabela 20) responderam que os vestígios não são lacrados quando coletados no local de crime e não são guardados em local seguro e que preserve suas características. Não há também rastreabilidade dos vestígios na maioria dessas unidades. Em conjunto, esses dados apontam para a inexistência de procedimentos de cadeia de custódia na Criminalística. “ (Estudo SENASP, 2013, pág. 78); “O que funciona, enfim, é tão somente a parte burocrática pertinente ao protocolo de recebimento e encaminhamento dos vestígios dentro das unidades.A exceção diz respeito aos laboratórios de DNA, que por serem mais 71 recentes e melhor estruturados apontam um pouco mais de robustez nos procedimentos pertinentes à cadeia de custódia, conforme se verifica na Tabela 22.” (Estudo SENASP, 2012, pág., 81); “A cadeia de custódia é de extrema importância, mas por si não assegura a qualidade no processamento do vestígio. Para tanto é necessária a padronização dos procedimentos operacionais e a existência de um sistema de aferição da qualidade dos equipamentos utilizados. A padronização de procedimentos determina a forma correta de se realizar um exame e possibilita que eles sejam realizados sempre da mesma forma, ou seja, que possam ser repetidos por diferentes profissionais e cheguem ao mesmo resultado.” (Estudo SENASP 2013, pág. 82); O LAUDO PERICIAL ⇒Natureza, quesitos e teses jurídico-penais; ⇒Partes constitutivas; ⇒Laudo, Ofício-informação e Informação; ⇒A dependência do laudo de RSF com dos demais laudos periciais; Subjetividade? ⇒A qualidade dos laudos periciais (Estudo SENASP, 2013); ⇒É o documento pelo qual o perito instrumentaliza suas conclusões nos autos, após analisar e interpretar os vestígios apresentados; ⇒Deve observar todas as determinações legais, visando não incorrer em nulidade. Exs: 1) Curso superior e pertinência temática do diploma; 2) Fotografia do encontro de cadáver; 3) Rubrica em fotografia; 4) Laudo inconclusivo e conhecimento técnico; PLANOS DO ATO JURÍDICO PERFEITO Art. 5º, XXXVI, CF; art. 3º, par. 3º, da LICC; • Ato Jurídico Perfeito, Coisa Julgada e Direito Adquirido = DIREITOS FUNDAMENTAIS; • EXISTÊNCIA = no mundo JURÍDICO; • VALIDADE = não contém NULIDADE; • EFICÁCIA = não contém DEFEITOS (ou seja, apto a produzir EFEITOS) Independência das esferas jurídicas e prova emprestada CÍVEL =Coisa Julgada Formal e Material PENAL =Efeitos, no cível, da sentença penal condenatória ADMINISTRATIVA A PROVA PERICIAL EMPRESTADA ⇒ É aquela prova produzida em um processo ou procedimento, e importada documentalmente para outro processo ou procedimento; ⇒ (Re)Produção da prova perante a parte demandada; ⇒ Prova Ilícita (pura e por derivação) do art. 5º, inc. LVI da CF/88; ⇒ Ponderação de valores (Proporcionalidade e Razoabilidade: QUESITOS: Em geral, podem ser: =>Específicos: Devem ser apresentados juntamente com o Ofício de solicitação do exame; Não impedem o perito de avançar nas conclusões, desde que dentro do quesito final genérico (“Outros dados que julgar úteis”); ou ⇒Genéricos: Quando a pergunta elaborada é generalizada, ou quando não for solicitado nenhum quesito específico, junto à solicitação do exame; Restringem o espectro da interpretação à descrição do objeto; Bastante comuns em levantamento de cenas de crime, pela imediatidade dos fatos ; ⇒Sucessivos: Quando o quesito específico condiciona a resposta a uma outra pergunta. “Era falso? Se sim, de que natureza?”; TESES JURÍDICO-PENAIS E QUESITOS ⇒É de fundamental importância que o perito criminal conheça as teses a serem levantadas no juízo criminal, sobretudo, no que se refere à autoria e materialidade, bem como relativas à Teoria Geral do Delito; ⇒Em última análise, o laudo pericial irá sempre tentar responder, dentro do possível, às teses (quesitos) sustentadas em juízo; Ius puniendi : O Estado, enquanto Soberano, detém o monopólio do Direito de punir, que abrange a Persecuito Criminis. ➔Persecução Penal 1) Legislar sobre Crimes (=Legislativo) 2) Investigar (=PC), Reprimir, Previnir (=BM), 3) Produzir Provas (=IGP) (=Executivo), 4) Denunciar (=MP), Condenar (=Judiciário), 5) Executar a Pena (=SUSEPE) (=Executivo); Alguns aspectos do fato típico de possível quesitação • Art. 15 CP - Desistência voluntária e Arrependimento eficaz: O autor responde só pelos atos já praticados; Desistência = tentativa; Arrependimento = consumação; • Art. 16 – Arrependimento posterior: É causa de diminuição de pena; Só para crimes sem violência ou grave ameaça; Ato voluntário de reparar o dano, até o recebimento da denúncia ou queixa-crime; • Art. 17 CP – Crime Impossível: Não se pune a tentativa por ineficácia absoluta do meio; • Art. 20 CP - Erro de Tipo: Erro sobre aspecto elementar do tipo penal; exclui o dolo, mas passível de culpa; só erro essencial; • Erro de Proibição: Erro sobre a ilicitude do fato; Ex: Legitima Defesa Putativa; • Erro na execução (aberratio ictus): responde pelo dolo específico; aplica-se o concurso formal do art. 73 CP, se for o caso; • Resultado diverso do pretendido (aberratio delicti): responde pelo resultado diverso por culpa; aplica-se o concurso formal do art. 73 CP, se for o caso; • Conflito aparente de normas: Princípios da especialidade, subsidiariedade, consunção e alternatividade (ação múltipla); É exceção ao concurso formal do art. 70 CP; Consumação e Tentativa • Art. 14, I, CP; crimes materiais, formais e de mera conduta = RESULTADO; • Crimes instantâneos e crimes permanentes; • Não cabe tentativa de crime culposo nem de Contravenção Penal; • Iter criminis: cogitação preparação execução CONSUMAÇÃOFATO IMPUNÍVEL TENTATIVA (crimes materiais dolosos) FATO PUNÍVEL A ANTIJURIDICIDADE (ATO ILÍCITO) • É o fato típico que não encontra justificativa (excludente de ilicitude); • Consciência (potencial) da ilicitude (é um elemento da Culpabilidade); • Art. 23 CP – Excludentes de ilicitude: 1) Legítima defesa; 2) Estado de necessidade; 3) Estrito cumprimento do dever legal; 4) Exercício regular de direito; • Dirimentes: “não é punível (...)”; “é isento de pena (...)”; Consentimento do ofendido (para direitos disponíveis); A CULPABILIDADE => Grau de reprobabilidade da conduta praticada • Teoria psicológica: Dolo ou culpa + imputabilidade + exibilidade de conduta diversa; • Teoria psicológico-normativa: Dolo ou culpa + Reprobabilidade (imputabilidade + potencial consciência da ilicitude + exigibilidade de conduta diversa); • Teoria normativa pura (finalista) = Esvazia a Culpabilidade; a) Imputabilidade + b) potencial consciência da ilicitude + c) exigibilidade de conduta diversa; Dolo e Culpa migram para o Tipo Penal; Imputabilidade • Capacidade de compreender o caráter ilícito do ato praticado ao tempo da ação; • Maioridade penal: 18 anos (art. 27 CP); • Doença mental (art. 26 e §ú, CP) • Embriaguez voluntária (não isenta nem reduz), fortuita completa (isenta) e fortuita imcompleta (reduz) (art 28, II, CP); actio libera in causa; • Semi-imputabilidade; (In)Exigibilidade de Conduta Diversa • Caso seja inexigível agir-se de outra forma, está afastada a Culpabilidade; Ex: Porte ilegal de arma, por pessoa de idade avançada, que reside em local inseguro; Fixação da Pena Privativa de Liberdade (art. 69 CP) • 1ª. Fase: art. 59 CP, “Pena-Base”: Circunstâncias judiciais: culpabilidade, os antecedentes, conduta social, motivos, conseqüencias e circunstâncias do crime, e o comportamento da vítima; • 1º) Fixa a pena; 2º) Fixa a quantidade de pena; 3º) Fixa o regime inicial de cumprimento; 4º)Substitui a PPL, se possível; 2ª Fase: art. 61, 62 e 65 CP, “Pena provisória”: Circunstâncias atenuantes e agravantes (legais); 1) Art. 61 – Agravantes genéricas: a) (I) Reincidência (art. 63); b) (II) Motivo fútil, torpe; facilitar, ocultar, assegurar crime; envenenar, incendiar, explodir, torturar a vítima; contra parentes; abusando de autoridade qualquer ou de profissão, ou contra vilnerável; em desgraça particular; premeditadamente embriagado. c) (Art. 63) Concurso de Pessoas (participação efetiva); 2) Art. 65 – Atenuantes genéricas: a) (I) Agente menor de 21 anos, na data do fato; (II) desconhecer a lei; (III) motivos especiais; arrependimento posterior; coação resistível ou ordem ilegal ou sob influencia de violenta emoção; confissão; em tumulto não provovocado; b)(art. 66) Circunstância especial não prevista em lei; 3) Art. 67 - Concurso entre atenuantes e agravantes: Verificar circunstâncias preponderantes e aproximar a pena do limite indicado; 3ª Fase: Causas de aumento e diminuição de pena (Circunstâncias Legais Específicas); Estão na parte especial, ao lado do caput dos tipos penais. Ex: art 121, § 1º (motivo de relevante valor moral ou social); art. 122, §ú (induzimento ao suicídio por motivo egoístico); CONCURSO DE CRIMES • Concurso material – art. 69 CP; Há pluralidade de condutas e de crimes; Aplica-se cumulativamente as penas, a começar pela de reclusão; é a regra geral; pode ser homogêneo ou heterogêneo; • Concurso formal – art. 70 CP; Há unicidade de conduta (uma dolosa e outra culposa, ou as duas culposas) e pluralidade de crimes; Aplica-se a pena mais grave aumentada de 1/6 até ½, salvo dolo específico em ambos, caso em que se aplica o concurso material; pode ser perfeito ou imperfeito (é o concurso material); • Crime continuado – art. 71 CP; Há pluralidade de condutas e de crimes, porém com execução similar em série e condições semelhantes; Aplica-se a mais grave aumentada de 1/6 até 2/3; Pode ser real ou ficto; §ú = Em crimes dolosos, praticados com violência ou grave ameaça, pode aumentar a pena do crime mais grave até 3 vezes; Concurso de Pessoas • Art. 29, CP - Co-autoria e Participação; Concurso eventual e necessário; • Vínculo subjetivo entre os agentes; • Pode ocorrer co-autoria em crime culposo, mas não participação. • Autoria mediata e imediata: executor e mentor; Delação premiada; Princípios do Direito Processual Penal aplicáveis ao Laudo Pericial • Devido Processo legal (art. 5º, inciso LIV, CF/88); • Contraditório e ampla Defesa (inc. LV); • Vedação à prova obtida por meios ilícitos (inc. LVI); • Proporcionalidade e Razoabilidade (Doutrina e Jurispr.); • Presunção de Inocência (inc. LVII); • Publicidade, salvo exceções (inc. LX); • Juiz Natural (inc. LIII); • Inércia ou Iniciativa das partes (art. 129, I, CF/88); • Impulso Oficial (art. 251 CPP); • Livre Convencimento Motivado; • Obrigatoriedade ou Oficiosidade; • Ordem processual (preclusão); O Inquérito Policial e a Perícia • Procedimento administrativo prévio, facultativo, investigatório e inquisitivo, não cabendo Contraditório, mas admitindo Ampla Defesa; • Presidido pela autoridade Policial = Delegado de Polícia; • Todas as provas colhidas deverão ser renovadas no Processo, quando possível; Ex: art. 170 CPP; Outros expedientes de investigação aptos a solicitar laudo pericial • Comissão Parlamentar de Inquérito – CPI; • Sindicância Administrativa; • Inquérito Policial Militar – PM e Exército; • Termo Circunstanciado – PM; • Procedimento Investigatório do MP; • (Poder de Investigação X Controle Externo da atividade policial); PARTES CONSTITUTIVAS DO LAUDO I – Laudo de Levantamento de Local de morte 1) Dados documentais; 2) Preâmbulo: direcionamento; designação, equipe pericial; 3) Introdução; condições do tempo e de isolamento e guarnição do local; 4) Descrição do local; 5) Descrição da vítima; 6) Descrição da via pública; 7) Exames periciais realizados; 8) Considerações técnicas; 9) Resposta aos quesitos (raro); 10) Considerações finais; 11) Fotografias e croquis; II – Laudo de RSF 1) Dados documentais; 2) Preâmbulo; 3) Considerações Iniciais; 4) Metodologia; 5) Local dos fatos; 6) Versões apresentadas/Hipóteses (fotografias); 7) Exames periciais anteriores; 8) Outros documentos; 9) Considerações técnicas; 10) Conclusões; 11) Resposta aos quesitos; 12) Considerações finais; III – Laudo de falsificação 1) Dados documentais; 2) Preâmbulo; 3) Descrição do objeto questionado; 4) Descrição do objeto padrão; 5) Objetivo do exame; 6) Equipamento e metodologia utilizados; 7) Identificação do objeto original; 8) Resultados; 9) Conclusões; 10) Resposta aos quesitos; IV Laudo Pericial Diverso • Via de regra, vai possuir uma estrutura simplificada, tal como: 1- Objeto remetido a exame; 2- Metodologia e procedimentos; 3- Resultados; 4- Conclusões; 5- Resposta aos quesitos; 6- Considerações finais; • É todo aquele exame pericial inominado ou atípico, que não possui um enquadramento setorial prévio, como as armas e os projetis de arma de fogo (Balística Forense), ou os documentos e escrituras (Documentoscopia Forense). • CONCLUSÕES • • Diante do exposto e a partir dos recursos e equipamentos disponíveis nesse Departamento, concluímos que o pé esquerdo do par de tênis de nº 2, descrito no item 1, é compatível com a pegada registrada no local dos fatos, pois apresentada convergências de tamanho (30 cm) e de formato do respectivo molde do soldado, bem como do próprio desgaste do solado, apresentado pelo material de nº 2, enviado para exame. O material de nº 1 não apresenta compatibilidade com a pegada do local dos fatos. Normatividade Interna do órgão pericial • Regramentos internos, normalmente, regulam a utilização de padrões em técnicas e metodologias periciais; • São atos administrativos ordinatórios aqueles que visam a disciplina do funcionamento da Administração e a conduta funcional de seus agentes. São os atos ordinatórios subdivididos em: • Instruções – são as ordens escritas e gerais que emanam do superior hierárquico e que visam atingir e orientar seus subordinados dentro de suas funções e atribuições; • Circulares – ordens de serviço escritas que são expedidas a todos os funcionários do serviço público, visando o ordenamento do serviço; • Portarias – atos internos determinantes pessoal ou genericamente de designação de funcionários a determinados cargos e funções; • Avisos – são aqueles atos emanados dos Ministros de Estado tratando de assuntos relativos à sua pasta; • Ordens de serviço - As ordens de serviço são as determinações que visem a autorizar ou desautorizar certa e especificamente a pessoas determinadas da realização de serviço público; • Ofícios – Comunicações escritas de autoridades entre si ou a subordinados e seus superiores; • Despachos – decisões proferidas em requerimentos e processos administrativos; O Laudo, o Ofício-informação e a Informação 1) Laudo Pericial: É emitido quando o perito consegue realizar o exame. Não é imprescindível a conclusão, pois o perito pode ficar impossibilitado, devido a falta subsídios científicos, de aprofundar hipóteses e dinâmicas possíveis, sob pena de incorrer em imprecisões, parcialidades ou preciosismos inúteis; 2) Ofício-informação: O perito não realiza o exame, por descumprimento de ordem técnica, oficiando a autoridade competente da situação, para averiguar eventuais responsabilidades. Exemplo: Policiais deixam de guarnecer o local durante o exame; 3) Informação: O perito, mesmo realizando exames, constata que não há interesse ou matéria criminalística a ser analisada;. Exemplos: Local de morte alterado ou não preservado; Solicitação de exame de falsidade sem envio de material padrão; O LAUDO DE RSF FRENTE ÀS DEMAIS EVIDÊNCIAS DOS AUTOS ⇒ A Reprodução Simulada dos Fatos, enquanto perícia posterior a outros exames periciais - bem como a outros atos processuais e/ou pré-processuais, se norteia não somente pelas versões apresentadas. ⇒ Há que se desenvolver o trabalho calcado nos fatos cientificamente comprovados dos autos; ⇒ Nulidades e preclusão lógica; Exemplos: 1) RSF sem laudo de levantamento de local de morte; 2) RSF com auto de necropsia insuficiente (laudo de necropsia); 3) RSF com versões divergentes; 4) RSF em acidentes de trânsito; A Reprodução Simulada dos Fatos na prática judiciária • Art. 7º c/c arts. 13 e 14 CPP; • Solicitação e cabimento; • Meio de defesa e meio de acusação; • Presunção de Inocência e Nemo tenetur se detegere; • Procedimento e metodologia; 1. QUEM PODE SOLICITAR A RSF • Autoridade Policial (por ela própria, ou por requisiçãodo MP ou Judiciário); • Poder Judiciário; • Ministério Público; • Defesa, com deferimento judicial; “Art. 13. Incumbirá ainda à autoridade policial: I - fornecer às autoridades judiciárias as informações necessárias à instrução e julgamento dos processos; II - realizar as diligências requisitadas pelo juiz ou pelo Ministério Público; (...) Art. 14. O ofendido, ou seu representante legal, e o indiciado poderão requerer qualquer diligência, que será realizada, ou não, a juízo da autoridade.” 2. “...desde que não contrarie a moralidade ou a ordem pública.” => Conceito jurídico indeterminado; ⇒ Não existem fontes jurídicas precisas do que venha a ser esta contrariedade. ⇒ Mas é possível vinculá-la a uma idéia de não exposição da Dignidade da Pessoa Humana, nos seus direitos fundamentais; ⇒ Nem cause comoção pública grave; questão do tempo decorrido da data dos fatos, para a realização da RSF; 3. FACULTATITIVADE DA RSF ⇒ RSF é uma perícia facultativa. Isso porque, primeiramente, o art. 7º usa a expressão “poderá”. Quando isso ocorre, há uma faculdade concedida pelo legislador ao destinatário da norma, no caso, a autoridade policial; ⇒ Às partes também é conferido o direito de não participar da RSF = Nemo tenetur se detegere; 4. COMPLEMENTARIEDADE DA RSF => Por ser realizada, em muitos casos, no momento processual em que o MP devolve o IP ao Delegado, em diligências (“baixar em diligências”), a RSF acaba por ser realizada posteriormente aos demais exames periciais criminais. Sendo assim, ela se vale de todos os fatos incontroversos (indícios e evidências, vestígios não!) que, porventura, tenha o IP apurado; 5. OBJETIVOS DA RSF a) Apurar o modus operandi; b) Apurar evidências; c) Obter versões íntegras (sem coação); d) Confrontar versões; e) Criar hipóteses fundamentadas; f) Posicionar-se sobre a possibilidade/probabilidade às hipóteses; 6. PROVIDÊNCIAS DA DELEGACIA DE POLÍCIA ⇒ A DP deverá providenciar pessoas, para representar as partes envolvidas no crime; ⇒ Bem como os objetos supostamente utilizados na ação delitiva; ⇒ Garantir o acesso restrito e o guarnecimento ao local da RSF (imprensa e terceiros); ⇒ Vara Judicial e RFS; ⇒ RSF em casas prisionais; ⇒ RSF noturno e segurança; ⇒ RSF e o Assistente Técnico; 7. TEMPO E LOCAL PARA A REALIZAÇÃO DA RSF ⇒ A RSF é realizada, em média, de 2 a 3 anos após o crime. Em muitos casos, o local dos fatos fica inacessível, obstando a perícia; ⇒ Sempre que possível, nas mesmas condições climáticas e de luminosidade ao tempo do crime; ⇒ O ideal seria que ocorresse, no máximo, após 1 ano do crime; ⇒ E realizada pelos mesmos peritos que atuaram no levantamento do local de morte do caso, no mínimo como revisores; ⇒ Bem como atuassem no número de 3 (três) peritos forenses; 8. A POSTURA DO PERITO NA RSF a) Não induzir, direcionar ou coagir as partes, em hipótese alguma; b) Verificar as condições de segurança do local, como armas, animais, estrutura e etc., bem como atestar a ordem pública; c) Não permitir o contato físico entre as partes e suas versões; d) Verificar a capacidade civil e a imputabilidade das partes; 9. RSF COMO MEIO DE DEFESA E MEIO DE ACUSAÇÃO ⇒ Art. 5º, LVII, da CF/88: Princípio da Presunção de Inocência; ⇒ Nemo tenetur se detegere; ⇒ Participação em caso de única versão; ⇒ Obrigatoriedade da ciência prévia da participação por parte da DP (erário público); ⇒ Solicitação por parte da defesa; 10. METODOLOGIA E PROCEDIMENTO 1º) Estudo do caso; =>A DP, de ofício ou a requerimento do MP ou Juiz, remete ao órgão pericial, através de Ofício, cópia integral dos autos do IP ou processo; => A perícia planeja e organiza a realização da RSF; 2º) Ofício de agendamento => O órgão pericial, então, oficia de volta a DP, agendando data para a realização da RSF e solicitando as providências necessárias; 3º) Oitiva das versões ⇒ O perito toma conhecimento in loco das versões a serem reproduzidas; ⇒ Pode se valer de recursos audiovisuais; ⇒ Então, imediatamente após, parte para o local dos fatos; 4º) RSF propriamente dita; ⇒ Procede-se à tomada de fotos, de acordo com as versões apresentadas; ⇒ Também pode se valer de recursos audiovisuais nesse momento; 01 02 MUITO OBRIGADO! • BOA SORTE NAS SUAS RESPECTIVAS CARREIRAS, MUITO SUCESSO!!! Prof. Andrei Röehrs Portinho Dúvidas para: andreiportinho@yahoo.com.br
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