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Criminalística por Pérsida Souza Fortaleza 2021 1 SUMÁRIO ……………………………………………………………………………. 1 - Postulados e princípios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3 2 - Áreas de atuação da Criminalística . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4 3 - Aplicação e destinatário da prova pericial . . . . . . . . . . . . . . . 4 4 - Noções de teoria geral . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5 5 - Fundamentos legais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5 6 - Reprodução simulada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10 7 - Noções de Balística Forense . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12 8 - Questões . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14 2 ……………………………….CRIMINALÍSTICA………………...……….. A Criminalística é uma ciência autônoma e multidisciplinar, se ocupa das causas técnicas dos crimes. Tem como objetivos: ● Impessoalidade: O conteúdo do laudo não deve variar com o perito que o produziu ● Independente dos meios: Independe de meios manuais ou tecnológicos, desde que alcancem os mesmos resultados. ● Independente do tempo: As conclusões e seus meios independem do tempo. 1 - POSTULADOS E PRINCÍPIOS - PRINCÍPIOS DA CRIMINALÍSTICA……… . 1. Princípio da observação: Em toda a cena de crime o autor/ vítima deve deixar vestígios. O exame pericial deve exaurir a cena do crime, por meio da observação, a olho nu ou com equipamentos. “ Todo o contato deixa uma marca” ( princípio de Locard; Edmond Locard, francês considerado o pai da criminalística) 2. Princípio da análise:: A perícia é pautada no método científico: observação>análise> formulação de hipóteses> testes e experimentos. Observação e análise do local: coleta dos objetos e dos vestígios relacionados ao fato criminoso. “ Tudo o que é detectado na cena do crime deve ser rigorosamente analisado” 3. Princípio da interpretação:: A identificação de um objeto ocorre em três graus: ● Identificação genérica: ex. é sangue? ● Identificação específica: ex. é humano ou animal? qual o tipo? ● Identificação individual: ex. qual o perfil genético- DNA? 4. Princípio da descrição:: Está relacionado com o princípio da observação,análise. Tudo o que é observado e analisado na cena do crime deve ser descrito detalhadamente. ● A perícia é imparcial; ● Segue os princípios das leis científicas vigentes; ● Questionabilidade, refutabilidade e reprodutibilidade; ● Necessário linguagem clara e juridicamente correta; 3 5. Princípio da documentação: ● Todo objeto, amostra deve ser rigorosamente documentado e armazenado; ● Documentação fotográfica; ● Todas as etapas protocoladas e registradas por escrito; ● Protege a idoneidade da prova material, evita provas forjadas, dá credibilidade ao vestígio ● A cadeia de custódia envolve duas etapas: interna: quando o material passa por sessões de balística, papiloscopia, etc. externa: Ocorre na cena do crime, quando é coletado pelo perito; ● A cadeia de custódia pode ser digital ou analógica, importa que seja mantida e documentada; ● Registro de todos os testes. 2 - ÁREAS DE ATUAÇÃO DA CRIMINALÍSTICA …. ● Perícias em informática; ● Perícias em contábil e financeira; ● Perícias documentoscópicas; ● Perícias em audiovisual; ● Perícias de engenharia; ● Perícias em balísticas; ● Perícias em bombas explosivas; ● Perícias de veículos; ● Perícias de química forense; ● Perícias de medicina e odontologia forense; ● Perícias sobre patrimônio cultural; 3 - APLICAÇÃO E DESTINATÁRIO DA PROVA PERICIAL CRIMINALÍSTICA……….. Atua no sentido de ajudar tecnicamente a polícia, a justiça, a defesa e o Ministério Público. ● Polícia → investigação → arquivamento ou indicação ● Ministério Público → acusação ● Defesa →inocentar ou atenuar a pena ● Justiça → condenar ou inocentar; agravar ou atenuar a pena O delegado usa o laudo pericial de criminalística ou medicina legal. 4 4 - NOÇÕES DE TEORIA GERAL DA PROVA ……….. Prova → Verificação, argumentação,razão, etc. Provar → Verificar, argumentar,persuadir. Prova, Direito Processual Penal → busca da verdade material, real ou substancial. Prova real é diferente Prova material ● Prova,sentido amplo: elementos de convicção obtidos no inquérito policial ou ação penal; ● Prova, sentido restrito: elementos de convicção detidos na ação penal → processo ● Inquérito policial: Conjunto de elementos 5 - FUNDAMENTOS LEGAIS………………………………………………… ... …………………………….. ● Art. 5° ● Art. 6° ● Art. 93° ● Art. 155° a 250° (trata das provas) Art. 6° Autoridade policial → delegado (na prática nem sempre é o delegado) Art. 155° Princípio do livre convencimento motivado: Provas cautelares (testemunha doente, grave), não repetitíveis (exame pericial corpo e delito), antecipadas. O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em contraditório judicial, não podendo fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos informativos. Fontes de provas “coisas” → perícias e documentos “pessoas” → confissão e prova testemunhal Meios de prova Provas nominadas: Confissão testemunhal, acareação, etc. Conceito: Recursos diretos ou indiretos para alcançar a verdade; a verdade; exame pericial, prova documental, testemunhal, confissão, etc. Provas ilícitas x Provas Lícitas (ilegítimas): Apenas as lícitas são admitidas 5 Provas derivadas das ilícitas: ex: busca a apreensão derivada de confissão proveniente de tortura. Prova emprestada: Admitidas em Direito Processual Penal desde que preservadas as garantias, quando da produção, na origem; contraditório e ampla defesa. Provas nominadas Típicas x Atípicas Provas atípicas: o Código Processual Penal não traz o procedimento; ex: reprodução simulada. Art 7° para verificar a possibilidade de haver a infração sido praticada de determinado modo, a autoridade policial poderá proceder à reprodução simulada Princípio da liberdade probatória Exceções: 1 - um estado de pessoas: provas descritas na lei civil - certidões. 2 - Exame de corpo e delito: vestígios, testemunhos. 3 - Provas ilícitas, não admitidas. Finalidade e objeto na prova Objeto da prova: Os fato que a parte pretende demonstrar; ex: crime de danos,laudo, Finalidade: Convencer o juiz a respeito de um fato religioso. ex: crime de danos; Tipos de prova Prova confessional (o acusado admite). art. 197° a 200°, CPP. Confissão, admitir algo contra si, tendo pleno discernimento, de forma voluntária perante autoridade: Insano (ou doente mental): não pode confessar ou admitir sua culpa validamente. Voluntariedade: livre de pressão, coação ou constrangimento (tortura ou ameaças) Prova testemunhal, art. 202° a 225/, CPP. Pessoa que declara ter conhecimento de algo, podendo confirmar a veracidade ou não do ocorrido; pessoa física capz e imputável. Compromissos: imparcialidade e verdade - falso testemunho, art. 342° testemunha direta: presenciou o fato; testemunha indireta: soube dos fatos por terceiros; testemunha referida: indicadas por outras testemunhas; testemunha judicial: indicada pelo juiz; 6 testemunha fedatária: fé/ instrumentária Prova documental Objeto ou material capaz de conter informação que possa provar ou demonstrar fato de relevância jurídica escritos, impressos, imagens de fotos ou de vídeo, áudios, etc. Juntada: em regra, admite-se em qualquer fase, desde que haja ciência das partes. Art. 156° A prova de alegação incubirá a quem fizer. Ao juiz cabe somente a iniciativa probatória. Provas ilícitas : violam direitos materiais como: tortura, não é permitido obter provas através da tortura. Provas ilegítimas: violam direitos processuais como: provas que violam prazos, etc. Prova: é o elemento (prova sentido técnico) de convicção produzido sob o crivo do contraditório (provas com base) e ampla defesa. Finalidade: Influenciar no convencimento do juiz. O juiz tem o dever de motivar e de fundamentar as decisões com base no que foi apresentado, provasnos autos pelas partes. (art. 93°, IX,CF). O juiz pode complementar as provas na busca pela verdade real. O inquérito policial (não produz prova no sentido técnico) dá contraditória e ampla defesa = elementos de informação. Inquérito Policial: elemento de convencimento para a justa causa da AP. O que se produz no Inquérito policial deve ser repetido na AP - Inquérito Judicial. Exceções = provas cautelares, irrepetíveis e antecipadas. Prova pericial É o exame realizado por técnico especializado ou expert. art.158° a 184° Exame realizado no corpo e delito Corpo de delito: qualquer objeto, ser vivo, local real ou virtual e outros elementos que estejam relacionados à prática de um crime: arma, cadáver, residência, CD,HD, estado psicológico ou psiquiátrico da vítima ou do acusado. 7 A perícia é o exame técnico no corpo de delito - ECD A perícia se materializa no laudo pericial (relatório de exame). O ECD é a verificação da materialidade, feita por peritos. Art. 158° Direto: quando examina-se diretamente o corpo da vítima ou objeto do crime. Indireto: filmagens, fotografias, confissão (não substituem o ECD). Dar prioridade a realização do exame de corpo e de delito quando se tratar de crime que envolva: I. Violência doméstica e familiar contra a mulher; II. Violência contra a criança, idoso, adolescente; * incluídas pela Lei n° 13.721, de 2018 Art. 159° Quando não se tem perito oficial é realizado por duas pessoas idôneas com nível superior (ad hoc) Somente o delegado que “delega” essa função. Lei n° 11.690, de 2008 Art. 160° (cai muito em provas) O laudo pericial será elaborado no prazo máximo de 10 dias corridos, podendo este prazo ser prorrogado, em casos excepcionais, a requerimento dos peritos. ● Os peritos elaborarão um laudo descrito de forma minuciosa, bem detalhada e responderão aos quesitos formulados; Cai nas provas de penal, medicina legal e criminalística. Art. 161° (cai muito em provas) O exame de corpo e delito podem proceder qualquer dia e hora. Art. 162° A autópsia ( necrópsia ou exame cadavérico) será feita pelo menos 6 horas depois do óbito, salvo se os peritos pela evidência dos sinais de morte julgarem que pode ser feita antes daquele prazo. Art. 167° “ A única fórmula legal válida para suprir a falta do ECD é o depoimento de testemunhas” ( Nucci) Ex: ausência de confissão ou testemunha, existindo foto ou vídeo. Importância da confissão e da testemunhas para a perícia e reconstituição. Art. 168° Se relaciona com o artigo 120° do Código Penal. Em caso de lesões corporais, sendo exame pericial incompleto, pode ser realizado um exame complementar 8 após 30 dias contados da data do crime. A falta do exame complementar poderá ser suprida pela prova testemunhal. Art. 169° Para o exame do local do crime, a autoridade providenciará para que não se altere o estado das coisas até a chegada dos peritos que poderão instruir seus laudos com fotografias, desenhos ou esquemas elucidativos. Os peritos registrarão, no laudo, as alterações do estado das coisas e discutirão no relatório as consequências dessas alterações na dinâmica das faltas. Art. 170° Os peritos guardarão material suficiente para possível nova perícia. Sempre que puder os laudos serão ilustrados com provas fotográficas, desenhos e esquemas. Art. 171° Os peritos devem indicar quais instrumentos foram possivelmente utilizados para a prática do fato. Art. 172° Quando necessário, será realizada a avaliação de coisas destruídas, deterioradas ou que constituam produto do crime. Na impossibilidade da avaliação, os peritos procederão por meio dos autos e dos que resultarem de diligências. Formas de prova Direta: refere-se ao fato principal, reporta-se de forma direta. Ex: testemunha presencial do assassinato ou do acidente; laudo pericial do exame direto de local de morte. Indireta: reporta-se ao fato de forma indireta. Ex: no dia do homicídio a testemunha viu o suspeito, nas proximidades, jogar fora uma arma; indícios. art.239°: Considera-se indício a circunstância conhecida e aprovada. que tendo relação com o fato, autorize, por indução concluir-se a existência de outras circunstâncias Principais perícias mencionadas no Código Processual Penal ● Autópsia, art. 162° ● Exumação, art.163° ● Lesões corporais, art.168° ● Locais da morte, art. 164° a 166° ● Perícias de laboratório, art.170° ● Perícias em locais de roubo ou furto (subtração das coisas), art.171° ● Avaliação econômica indireta, art. 172° ● Locais de incêndio, art. 173° ● Documentos e escritos, art 174° ● Perícias em objetos: armas, veículos, animais etc, art 175° 9 6 -REPRODUÇÃO SIMULADA…………………… ... ……… ……………………………………… Art.7°, CPP “Para verificar a possibilidade de haver a infração sido praticada de determinado modo, a autoridade policial poderá proceder à reprodução simulada dos fatos, desde que esta não contrarie a moralidade ou a ordem pública.” ⇢ Reconstituição. Trata-se de procedimento para esclarecer a infração penal que ocorreu de determinado modo: ● Crimes de trânsito; ● Crimes contra a pessoa; CRIMES DE TRÂNSITO O que necessita: a) Documentos: - Termo de declaração; - Laudo de vistoria local; - Laudos complementares; Quesitos; - Laudos médico-legais; b) Na reprodução: - Retornar ao local do fato; - Presença de todos envolvidos; - Veículos similares; - Recursos humanos necessários; Quando das oitivas das testemunhas, condutores e últimas vítimas devem ser observados alguns questionamentos sobre o acidente: ● Auxiliar no atendimento e formação de convicção por parte do perito quanto à causa técnica: - Horário aproximado do fato; - Posição do declarante ou depoente em relação aos veículos; 10 ● A direção e sentido dos veículos e pedestres(quando o atropelamento em relação às vias de circulação de onde vinham e para onde iam) ● O local da via (ponto de impacto) onde os veículos se embateram em relação aos seus bordos ● Os pontos de repouso dos veículos (posições finais) em relação às vias onde circulavam (principalmente as testemunhas que não presenciaram o acidente, mas compareciam ao local de sinistro ● No caso de delito (ou acidente) envolvendo veículos de propulsão humana (bicicleta/moto) x veículo, além dos sugeridos acima, questionar sobre avarias nas rodas da bicicleta e a configuração dos seus respectivos anos LAUDO DO EXAME PERICIAL 1. Objetivo 2. Histórico 3. Documentos apresentados à perícia 4. Condutor, vítima e veículo envolvido 5. Depoimento da testemunha intimada 6. do local 7. depoimento 8. natureza do acontecimento 9. quesitos REQUISIÇÃO DE PERÍCIA Art. 6° Logo que tiver conhecimento da prática da infração penal, a autoridade policial deverá: I – dirigir-se ao local, providenciando para que não se alterem o estado e conservação das coisas, até a chegada dos peritos criminais; (Redação dada pela Lei nº 8.862, de 28.3.1994) II – apreender os objetos que tiverem relação com o fato, após liberados pelos peritos criminais; (Redação dada pela Lei nº 8.862, de 28.3.1994) III – colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e suas circunstâncias; IV – ouvir o ofendido; V – ouvir o indiciado, com observância, no que for aplicável, do disposto no Capítulo III do Título Vll, deste Livro, devendo o respectivo termo ser assinado por duas testemunhas que lhe tenham ouvido a leitura; VI – proceder a reconhecimento de pessoas e coisas e a acareações; VII – determinar, se for caso, que se proceda a exame de corpo de delito e a quaisquer outras perícias; VIII – ordenar a identificação do indiciado pelo processo datiloscópico, se possível, e fazer juntar aos autos sua folha de antecedentes; 11 IX – averiguar a vida pregressa do indiciado, sob o ponto de vista individual, familiar e social, sua condição econômica, sua atitude e estado de ânimo antes e depois do crime e durante ele, e quaisquer outros elementos que contribuírem para a apreciação do seu temperamento e caráter. X – colher informações sobre a existência de filhos, respectivas idades e se possuem alguma deficiência e o nomee o contato de eventual responsável pelos cuidados dos filhos, indicado pela pessoa presa. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016) 7- NOÇÕES DE BALÍSTICA FORENSE……… ……………………………………… ... ……… A Balística forense é a ciência que estuda as armas de fogo e munições, seu funcionamento e características das armas de fogo. ARMAS PRÓPRIAS X ARMAS IMPRÓPRIAS Qualquer instrumento utilizado para aumentar a capacidade de ataque ou defesa. ● Armas próprias: Construídas para serem usadas como arma. Ex: punhal, arma de fogo. ● Armas impróprias: Instrumentos utilizados para outras finalidades e utilizados impropriamente como arma. ● Arma branca: punhal, espada, etc. Não é arma de fogo, porém pode lesionar. ● Armas não letais: Machuca mas não lesiona.Ex: cassetete, spray de pimenta, gás lacrimogêneo,teaser (arma de choque), bala de borracha,granada de gás, luz e fumaça. ARMAS DE FOGO Aparelho arremessador: revólver, pistola + projétil + carga de projeção a) Balística interna - Identificação imediata - Estrutura e mecanismo de funcionamento - Técnicas de tiro b) Balística externa - Comportamento do projétil desde a saída do cano até o alvo - Ação de gravidade - Velocidade, forma e fenômenos aerodinâmicos 12 c) Balística terminal ou de Efeitos - Efeitos produzidos pelo projétil nos alvos - Impacto no alvo até a parada - Penetração, trajeto, cavitação e deformação dos PAFs - Deposição de resíduos do tiro d) Classificação quanto à mobilidade e ao uso: coletivas x individuais Coletivas: O seu funcionamento regular exige dois ou mais operadores. Ex: morteiro (aquele cano longo usado por dois soldados na guerra, canhões) Individual: O seu funcionamento regular exige apenas um operador. Ex: revólver, pistola, etc. e) Longas x Curtas - Longas: Espingardas,carabinas, fuzis e rifles - Curtas: Revólver,pistolas f) Quanto a classificação a alma do cano - Cano: Lisas: espingardas Raiadas: rifles, pistolas, revólver, carabina, fuzis, metralhadoras - Raias: Sulcos feitos na alma do cano: - Imprimem rotação ao projéctil - Estabilidade, velocidade e energia do PAF g) Quanto ao sistema de carregamento- - Antecarga: espingardas, garruchos ou pistolões antigos e /ou artesanais APLICAÇÃO DA MEDICINA LEGAL No vivo: - Estudo de lesão - Previsão dos efeitos (sequelas) prováveis, temporárias ou permanentes No morto: - Nexo causal entre a lesão e o tiro letal - Trajeto do projétil no corpo (direção e sentido dos tiros) - Características da lesão - Distância dos tiros 13 - Diagnose diferencial: lesão por tiro ou outro APLICAÇÃO NA CRIMINALÍSTICA - Caracterização e identificação das armas - Estudo dos danos do impacto (resistência e deformações) - Estimativa das distâncias de tiro - Estudos de trajetórias - Diagnose diferencial entre disparo normal e acidental x acidental de tiro - Estudo das munições e seus elementos 8 -QUESTÕES………………………………………………… ... ……… ……………………………………... A Criminalística é a ciência sobre a qual se apoia a prova pericial. Com base nos ramos mais diversos do conhecimento científico, a Criminalística atua no sentido de reconstruir um fato do passado, mas sempre com uma característica singular: o lastro da cientificidade. Com base nos conhecimentos relacionados à Criminalística, assinale a alternativa correta. a) O uso do conhecimento científico para a produção da prova é anterior ao século 19. Entretanto, a sistematização da matéria ocorreu apenas em meados do século 20, com Edmond Locard, após a publicação do respectivo livro Criminal Investigation, que foi traduzido para o português como Manual para Juízes de Instrução. O livro tinha a finalidade de mostrar a aplicação da ciência na investigação criminal, facilitando, assim, o trabalho dos juízes no processo decisório. b) “Todo contato deixa uma marca”. Com essa afirmação, o austríaco Hans Gross apresentou para a comunidade científica o que ficou conhecido como princípio da troca, que até os dias de hoje serve como orientação para o trabalho pericial nos locais de crime. c) A Criminalística surge nas universidades, portanto, em um contexto totalmente diferente do ambiente policial. Entretanto, em 1910, surge, em Lyon, na França, o primeiro laboratório forense dentro da estrutura organizacional da polícia, graças ao trabalho de Hans Gross. A experiência se mostrou bem-sucedida, uma vez que a prova pericial passou a ser produzida por profissionais que viviam a realidade da polícia, e, em pouco tempo, outros departamentos de polícia levaram para o interior das próprias organizações os laboratórios forenses e os respectivos especialistas. d) Após consolidação da Criminalística como ciência, novos saberes foram desenvolvidos, e, com base nesses saberes, surgiram outras ciências, como a sociologia, a psicologia e a criminologia. 14 e) O perito criminal é o profissional que utiliza o próprio conhecimento científico para produzir a prova pericial, que deve ser imparcial e isenta de vícios. Por apresentar essas características, a prova pericial possui a propriedade da transversalidade, ou seja, trata-se de um elemento utilizado não somente na fase do inquérito policial, mas também na fase processual da persecução penal. Alternativa correta: E Em relação aos cinco Princípios da Criminalística, assim definidos por Dorea, assinale a alternativa correta. a) Princípio da Observação: tem base na célebre frase de Edmond Locard, o Sherlock Holmes da França: “Todo contato deixa uma marca”. Apesar de haver uma grande quantidade de ações que não resultem em marcas de provas e de que a evolução e pesquisa no instrumental científico não são capazes de detectar vestígios ou microvestígios, o (a) perito(a) criminal deve embasar-se na observação e no empirismo para realizar os respectivos exames periciais, concentrando ali os próprios esforços. b) Princípio da Análise: “A análise pericial nem sempre deve seguir o método científico”. A perícia empírica visa a determinar uma das tantas possibilidades de como o fato ocorreu. O (A) perito(a) criminal deve realizar uma coleta de dados que permita o estabelecimento de conjecturas a respeito de como se desenvolveu o fato, formulando quaisquer hipóteses sobre ele. c) Princípio da Interpretação (ou Princípio da Individualidade): “Dois objetos indistinguíveis são sempre idênticos”. Esse princípio preconiza que a identificação deve ser sempre enquadrada em um único grau – identificação genérica. Os exames periciais deverão sempre alcançar esse grau a fim de se permitir a individualização. d) Princípio da Documentação: “Toda amostra deve ser documentada, desde seu nascimento no local de crime até sua análise e descrição final, de forma a se estabelecer um histórico completo e fiel de sua origem”. Esse princípio tem base na Cadeia de Custódia da prova material e visa a proteger a fidelidade desta, evitando a consideração de provas forjadas. 15 e) Princípio da Descrição: “O resultado de um exame pericial nem sempre é constante com relação ao tempo e deve ser exposto em linguagem técnica”. A linguagem do Laudo de Perícia Criminal deve atender aos usos e costumes da linguagem técnica referente à área de perícia. Caso o usuário do Laudo não tenha formação suficiente ou não consiga interpretar a peça técnica, caberá a ele adquirir a formação adequada, pois o (a) perito(a) criminal não deve colocar notas de rodapé ou fazer uso de qualquer outra ferramenta linguística e redacional para explicar termos técnicos ou partes do Laudo que, porventura, sejam de difícil interpretação. Alternativa correta: D 16
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