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Universidade Federal do Amazonas – UFAM Faculdade de Tecnologia – FT Departamento de Engenharia de Materiais – DEMA Docente: Msc. Bruna Bandeira Discente: Raylene Laryssa Santos de Souza - 21650066 Análise de falhas por fadiga baseado no caso do acidente de Ayrton Senna Manaus 2021 Sumário 1. Introdução...............................................................................................3 2. Referencial Teórico.................................................................................4 2.1 . O que é uma falha?.........................................................................4 3. Perícia.....................................................................................................4 4. Conclusão...............................................................................................5 5. Referências.............................................................................................6 3 1. Introdução No dia 1° de maio de 1994 o piloto de fórmula 1, Ayrton Senna, durante uma corrida, fez uma curva em alta velocidade, onde pareceu retirar seu pé do acelerador, identificado pelo contador de força G que foi zerado. O carro alinhou as rodas e fez uma trajetória descontrolada. Para tentar conter o veículo, o piloto girou o volante e pisou nos freios, reduzindo a velocidade para um coeficiente de 4,4 G. Mas todo esse esforço não foi suficiente para evitar o acidente, o qual ocorreu com a saída do veículo da pista que colidiu em uma parede de concreto. Estaria o seu acidente relacionado à algum tipo de falha mecânica de algum material utilizado no sistema de frenagem no veículo? A mecânica da fratura pode facilmente responder essa indagação. 4 2. Referencial Teórico 2.1. O que é uma falha? Antes de tender o que causou o acidente, é importante ter a noção de que uma falha é definida como a incapacidade de um material em cumprir seu objetivo ou falta de perfeição em seu desempenho, também podendo ser um erro, um defeito, que ocasionam fratura de uma superfície, fenda ou lasca. Um material pode falhar por conta de várias características como deficiência de algum componente necessário em sua composição química, esforço mecânico excessivo ou acima dos limites pré-estabelecidos pelas propriedades mecânicas do material, corrosão, exposição a temperaturas muito altas ou muito baixas, falha de processamento e controle de qualidade de um produto, qualidade de matéria prima e vários outros fatores. Existem vários tipos de falhas como por deformação excessiva, onde há dois tipos, a estática e a dinâmica. Na estática temos a deformação plástica e elástica, já na dinâmica têm-se a deformação por fluência. Além das falhas de deformação excessiva, temos as falhas por fratura, que podem ser classificadas como de carregamento estático e cíclico ou fadiga, que será a apresentada mais adiante. Para as de carregamento estático, temos a fratura frágil, ruptura por fluência, fratura dúctil e ambiental. Já quando falamos de fadiga, têm-se as de alto ciclo, baixo ciclo, crescimento de trinca e corrosão sob tensão. 3. Perícia Como já foi explicado o piloto tentou, sem sucesso, controlar a direção do veículo bruscamente e de forma ágil para evitar que um acidente acontecesse. Com isso, os cientistas e engenheiros envolvidos na investigação do caso, relacionaram o ocorrido a falhas. Segundo alguns peritos, a primeira pergunta que deveria ser respondida era em relação ao carro e se o mesmo apresentou falhas mecânicas, onde a Williams foi acusada de ser culpada pelo acidente, pois a primeira visão que se tinha era de que havia uma ruptura por fadiga de uma emenda de materiais utilizada na barra de direção do veículo. 5 Esta emenda de material foi solicitada por Senna, pois o prazo para projetar o carro novamente era muito curto, onde o volante foi puxado para frente e feito uma raspagem interna, que aumentaria o espaço para as mãos do piloto, como um tipo de luva. O problema se deu pelo fato de que os mecânicos fizeram a divisão da barra de direção em três partes, descartando a parte do centro, repondo com uma barra mais fina de um metal aeronáutico por meio de soldagem. Os estudiosos alegaram que que este pedaço de metal já havia sido utilizado antes, apresentando sinais visíveis de fadiga e não era adequado para tal aplicação por conta dos esforços que seria submetido. A metalurgia afirma essa alegação, não se deve ser feito emendas dessa natureza em materiais que serão submetidos a esforços de tração. A confirmação de que o rompimento do cano de direção ocorreu antes da colisão veio com a explicação dos cientistas no caso, que disseram que quando há o rompimento de um metal de forma repentina, nesse caso o choque brusco contra o muro, o material apresentará deformações em ângulos e formatos específicos que são possíveis de serem visualizados em microscópios. O que não foi o caso, já que a ruptura não apresentava essas características. 4. Conclusão Portanto, os cientistas alegaram que a ruptura da haste poderia ter ocorrido pelo processo de fadiga desse material. A teoria veio pelo simples fato desse tipo de falha, apresentar características de estrias, que surgem todas as vezes que o material é exposto a torção e flexão, onde a coluna de direção do carro do piloto, demonstrava todos esses sinais, no qual a torção vinha do movimento de Senna ao virar o volante e a flexão era provida da trepidação e vibrações que a Williams provocava. Figura 1 - Volante analisado após o acidente com o outro metal de menor diâmetro soldado. 6 5. Referências REGO, Ronnie. FARIA, Alfredo R. de. MT-717: Introdução a materiais e processos de fabricação. Tipos de Falhas. Instituto Tecnológico de Aeronáutica. Divisão de Engenharia Mecânica. RIVA, Ikaro dos Reis. Análise de fadiga de estruturas metálicas com ênfase em offshore. Trabalho de conclusão de curso para título de engenheiro mecânico. Universidade Federal do Rio de Janeiro, UFRJ. Escola Politécnica. Departamento de Mecânica Aplicada e Estruturas. Rio de Janeiro, RJ. Brasil. Dezembro de 2004.
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