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PETIÇÃO INICIAL BPC INSS

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Prévia do material em texto

AO DOUTO JUÍZO DA VARA ÚNICA DA COMARCA DE RIO BRANCO – MATO GROSSO
BENICIO ROCHA, brasileiro, desempregado, inscrito no CPF sob nº 701.131.941-70, portador da cédula de identidade nº 258709-0, residente e domiciliado na Rua Lambari, nº 13, Bairro Planalto, município de Lambari D’Oeste – MT, CEP 78.278-000, vem a presença de Vossa Excelência propor a presente
AÇÃO DE CONCESSÃO DE BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA À PESSOA DEFICIENTE (BPC/LOAS)
Em face de INSS - INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL, pessoa jurídica de direito público, sob a forma de Autarquia Federal, com Superintendência neste Estado, e sede administrativa situada na Avenida Getúlio Vargas, n° 1.273, Bairro do Bosque, na cidade de Cuiabá - MT, com os seguintes fundamentos fáticos e jurídicos que passa a expor.
 
1. FATOS
Excelência, o Autor desta demanda, tem 55 (cinquenta e cinco) anos de idade, é portador de deficiências físicas que lhe impedem de realizar atividades laborais a mais de 10 anos, conforme laudo médico acostado, são estas a patologias sofridas pelo demandante:
CID 10 M50.1 - Transtorno do disco cervical com radiculopatia;
CID 10 M53.9 – Dorsopatia;
CID 10 G55.2 - Compressões das raízes e dos plexos nervosos na espondilose.
O Autor, a mais de 5 (cinco) anos, sobrevive sozinho em uma casa de 1 (um) cômodo, com a ajudar de amigos e com dinheiro que consegue angariar catando latinhas, como sua deficiência lhe impede de laborar, não restam muitas alternativas para sobreviver, verifica-se com as imagens acostadas, que o demandante vive precariamente:
 
A situação arriscada enfrentada pelo autor, é pública e notória, conforme declarações anexas.
No dia 03/12/2018, requereu junto à agência da Previdência Social a concessão do benefício de prestação continuada da assistência social a pessoa portadora de deficiência, o qual restou INDEFIRIDO, sob o argumento de que não foi configurado o seu estado de miserabilidade.
Entretanto, como fazem prova os documentos anexados com a presente ação judicial, bem como os demais a serem produzidos no decorrer do processo, a Parte Autora faz jus ao benefício previdenciário indeferido, razão pela qual busca o Poder Judiciário para ver seu direito reconhecido.
2. FUNDAMENTAÇÃO DE MÉRITO
A Constituição Federal instituiu o benefício assistencial a pessoa portadora de deficiência nos seguintes termos:
Art. 203. A assistência social será prestada a quem dela necessitar, independentemente da contribuição à seguridade social, e tem por objetivos:
(...)
V - a garantia de um salário mínimo de benefício mensal à pessoa portadora de deficiência e ao idoso que comprovem não possuir meios de prover à própria manutenção ou de tê-la provida por sua família, conforme dispuser a lei.
(Grifou-se)
A Lei n.º 8.742, de 7 de dezembro de 1993, veio a regular a matéria, merecendo transcrição o caput e os parágrafos 1º a 3º do art. 20, in verbis:
Art. 20. O benefício de prestação continuada é a garantia de 1 (um) salário mínimo mensal à pessoa portadora de deficiência e ao idoso com 70 (setenta) anos ou mais e que comprovem não possuir meios de prover a própria manutenção e nem de tê-la provida por sua família.
§ 1º Para os efeitos do disposto no caput, entende-se como família o conjunto de pessoas elencadas no art. 16 da Lei n. 8.213, de 24 de julho de 1991, desde que vivam sob o mesmo teto. (Redação dada pela Lei n. 9.720, de 30.11.1998)
§ 2º Para efeito de concessão deste benefício, a pessoa portadora de deficiência é aquela incapacitada para a vida independente e para o trabalho.
§ 3º Considera-se incapaz de prover a manutenção da pessoa portadora de deficiência ou idosa cuja renda mensal per capita seja inferior a ¼ (um quarto) do salário mínimo.
(...)
A redação do art. 20 da Lei n.º 8.742, de 7 de dezembro de 1993, acima mencionado, foi alterada pela Lei n.º 12.435, de 06-07-2011, passando a apresentar, a partir de então, o seguinte teor:
Art. 20. O benefício de prestação continuada é a garantia de um salário-mínimo mensal à pessoa com deficiência e ao idoso com 65 (sessenta e cinco) anos ou mais que comprovem não possuir meios de prover a própria manutenção nem de tê-la provida por sua família.
§ 1o Para os efeitos do disposto no caput, a família é composta pelo requerente, o cônjuge ou companheiro, os pais e, na ausência de um deles, a madrasta ou o padrasto, os irmãos solteiros, os filhos e enteados solteiros e os menores tutelados, desde que vivam sob o mesmo teto.
§ 2o Para efeito de concessão deste benefício, considera-se:
I - pessoa com deficiência: aquela que tem impedimentos de longo prazo de natureza física, intelectual ou sensorial, os quais, em interação com diversas barreiras, podem obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade com as demais pessoas;
II - impedimentos de longo prazo: aqueles que incapacitam a pessoa com deficiência para a vida independente e para o trabalho pelo prazo mínimo de 2 (dois) anos.
§ 3o Considera-se incapaz de prover a manutenção da pessoa com deficiência ou idosa a família cuja renda mensal per capita seja inferior a 1/4 (um quarto) do salário-mínimo.
Portanto, o direito ao benefício assistencial ao deficiente pressupõe o preenchimento dos seguintes requisitos: a) condição de deficiente (incapacidade para o trabalho e para a vida independente, consoante a redação original do art. 20 da LOAS, ou aquela pessoa que tem impedimentos de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, os quais, em interação com diversas barreiras, podem obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas, consoante a redação atual do referido dispositivo); e b) situação de risco social (estado de miserabilidade, hipossuficiência econômica ou situação de desamparo).
A condição de deficiente da Parte Autora foi reconhecida administrativamente e os documentos médicos anexos constatam que é portadora de CID 10 M50.1 - Transtorno do disco cervical com radiculopatia; CID 10 M53.9 – Dorsopatia e CID 10 G55.2 - Compressões das raízes e dos plexos nervosos na espondilose.
Em relação ao critério para aferição da miserabilidade, este resta configurado conforme as seguintes informações socioeconômicas:
Dados sobre o grupo familiar:
1. Número de componentes do grupo familiar: o Autor mora sozinho.
2. Renda mensal líquida de cada membro do grupo familiar: Sem renda fixa.
3. Renda mensal líquida do grupo familiar: Sem renda fixa.
Dados sobre as condições socioeconômicas do grupo familiar:
1. Residência emprestada, sem ônus;
2. Situação da residência: Casa de 1 (um) cômodo, em estado de deterioração, esgoto ao ar livre, instalações elétricas amostra, paredes sem reboco, piso no concreto virgem.;
4. Despesas com água e luz: R$ 15,00 (taxa mínima da prefeitura) e R$ 40,00 e média, conforme comprovante de endereço;
5. Despesas com alimentação: média de R$ 200,00;
6. Despesas com vestuário: Usa somente o que vem de doação;
7. Despesas com saúde: Os medicamentos são encaminhados pela SUS;
Da análise das informações socioeconômicas nota-se que a Parte Autora vive em situação de risco social e não possui renda suficiente para atender suas necessidades básicas.
Caracterizado o estado de miserabilidade da Parte Autora, deve ser deferido o benefício de amparo social ao portador de deficiência.
Neste sentido:
PREVIDENCIÁRIO. BENEFÍCIO ASSISTENCIAL. CONDIÇÃO DE DEFICIÊNCIA. RISCO SOCIAL. CONCESSÃO. CORREÇÃO MONETÁRIA. 1. Comprovada a condição de deficiente e o risco social, é devida a concessão do benefício assistencial. 2. As prestações em atraso serão corrigidas pelos índices oficiais, desde o vencimento de cada parcela, e, segundo sinalizam as mais recentes decisões do STF, a partir de 30/06/2009, deve-se aplicar o critério de atualização estabelecido no art. 1º-F da Lei 9.494/97, na redação da lei 11.960/2009. 3. Este entendimento não obsta a que o juízo de execução observe, quando da liquidação e atualização das condenações impostas ao INSS, o que vier a ser decidido pelo STF em regimede repercussão geral (RE 870.947), bem como eventual regramento de transição que sobrevenha em sede de modulação de efeitos. (TRF4, APELREEX 0014842-84.2015.404.9999, Sexta Turma, Relatora Vânia Hack de Almeida, D.E. 11/02/2016, sem grifo no original).
Destarte, o indeferimento do benefício pelo INSS não encontra suporte na legislação pátria, fazendo a Parte Autora jus à concessão do benefício assistencial desde a data do requerimento administrativo.
3. REQUERIMENTOS
Diante do exposto, requer:
a) A citação do Instituto Nacional do Seguro Social – INSS, na pessoa do seu representante legal, para que, querendo, responda a presente demanda, no prazo legal, sob pena de revelia;
b) A concessão do benefício da justiça gratuita em virtude de a Parte Autora não poder arcar com o pagamento das custas processuais e honorários advocatícios sem prejuízo do seu sustento, condição que expressamente declara, na forma do art. 4º da Lei n.º 1.060/50;
c) A condenação do Instituto Nacional do Seguro Social – INSS para conceder o benefício de prestação continuada desde o requerimento administrativo, bem como pagar as parcelas atrasadas, monetariamente corrigidas desde o respectivo vencimento e acrescidas de juros moratórios, ambos incidentes até a data do efetivo pagamento;
d) A condenação do Instituto Nacional do Seguro Social – INSS para arcar com as custas processuais e honorários advocatícios;
e) Requer, ainda, provar o alegado por todos os meios de prova admitidos em direito, notadamente a documental e testemunhal.
f) Informa, por fim, não ter interesse na realização de audiência de conciliação/mediação, nos termos do art. 319, VII, do CPC.
Dá-se à causa o valor de R$ 21.583,25 (vinte e um mil, quinhentos e oitenta e cinco reais e vinte e cinco centavos).
Nestes termos, pede deferimento.
Lambari D’Oeste – MT, 23 de julho de 2020.
(assinado eletronicamente)
MAXSUELBER FERRARI
Advogado
OAB/MT 26680
Rol de Documentos:
1. Procuração;
2. RG;
3. CPF e CTPS;
4. Declaração de Hipossuficiente;
5. Requerimento BPC;
6. Decisão INSS;
7. Laudos Médicos;
8. Declaração Pessoal de conhecidos;
9. Notas Fiscais;
10. Protocolo de Requerimento;
11. Prontuário Médico.

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