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Teoria do Delito e Princípios Constitucionais Penais - Unidade Nº 1 - Estado e aplicação da 
legislação penal 
 
Teoria do Delito e 
Princípios 
Constitucionais 
Penais 
 
Unidade Nº 1 - Estado e aplicação 
da legislação penal 
 
Prof. Acácio Miranda Filho 
 
Teoria do Delito e Princípios Constitucionais Penais - Unidade Nº 1 - Estado e aplicação da 
legislação penal 
Introdução 
A finalidade primeira do Direito Penal é a manutenção da Ordem Social, 
uma vez que, com a consolidação da vida em sociedade, fez-se necessário o 
surgimento de mecanismos de preservação dos indivíduos e dos direitos 
inerentes ao modo de vida coletivo. 
O principal fator de prevalência deste mecanismo é a concentração dos 
poderes em um único ente soberano, como forma de fazer prevalecer a eficácia 
das normas, o que se fez através da criação do Estado1. 
Com base nestes critérios, a sociedade foi evoluindo, fazendo com 02 
(dois) fatores fossem determinantes para a consolidação do Direito Penal como 
instrumento de controle social e para a sua expansão: - a ruptura destas regras 
por determinados membros desta sociedade; - o surgimento de novos 
interesses a serem tutelados. 
Em relação ao primeiro fator, trata-se de circunstância que decorre, 
naturalmente, de circunstâncias individuais dos membros da sociedade, no 
sentido que, apesar das exigências, e do respeito às regras pela maioria, sempre 
haverá a ruptura do sistema por determinadas pessoas. 
E, a principal consequência penal destas rupturas, está na própria 
consolidação do Direito Penal enquanto mecanismo de controle, uma vez que 
o desrespeito as suas regras faz com que elas tornem-se ainda mais 
necessárias. 
No que tange ao surgimento de novos interesses a serem tutelados, 
trata-se de consequência associada à expansão – e a consolidação – dos 
Direitos Humanos no ordenamento jurídico interno, e nas regras que decorrem 
do momento atual de globalização. 
Ao estudarmos com detalhes a Conquista Histórica dos Direitos 
Humanos, identificaremos claramente na evolução dos Direitos Humanos 
quatro grandes gerações. 
 
1 Referida circunstância resta evidente à partir dos ensinamentos de Thomas Hobbes e Noberto 
Bobbio. 
Teoria do Delito e Princípios Constitucionais Penais - Unidade Nº 1 - Estado e aplicação da 
legislação penal 
Seguindo a nomenclatura consagrada no Brasil por Manoel Gonçalves 
Ferreira Filho, em sua obra Direitos Humanos Fundamentais, teremos a 
primeira geração, a das Liberdades Públicas, a segunda geração, a dos Direitos 
Econômicos e Sociais e a terceira geração, a dos Direitos de Solidariedade ou 
de Fraternidade. 
A quarta geração de Direitos Humanos decorre da mudança nos rumos 
das relações humanas, em virtude da chegada da Inteligência Artificial, do 
bitcoin, do blockchain, da manipulação genética e das redes sociais não haverá 
mais espaço para enxergarmos a vida como até então a conhecíamos. 
O sistema capitalista estruturado nas regulações de mercado e 
gerenciado basicamente pelo estado acabará sofrendo um revés com a 
criptomoedas. 
As redes sociais criaram mais uma forma de relacionamento entre as 
pessoas, mas principalmente fez brotar uma nova forma de difusão da 
informação, agora todos podem falar o pensam e distribuir notícias, ainda que 
em forma de “fake News” – preocupação enorme em épocas de eleição. Em 
breve a manipulação genética produzirá super-humanos, e podemos ver castas 
de pessoas na sociedade formadas com habilidades acima da médica, nos 
remetendo imediatamente ao atemporal “Admirável Mundo Novo”, de Aldous 
Huxley. 
Mas a grande revolução está surgindo mesmo com a Inteligência Artificial, 
a qual esgotará profissões em pouquíssimo tempo de atuação, levando ao ócio 
milhares de trabalhadores espalhados pelo mundo. 
Todas as gerações de Direitos Humanos foram marcos na história uma 
vez que modificaram o curso da sociedade mundial, fazendo como que nossa 
disciplina se debruçasse ao estudo das soluções necessárias para se garantir a 
conquista, de forma acumulada, de direitos. 
E neste aspecto urge o conflito entre a garantia dos Direitos Humanos, 
através da vedação quanto ao cometimento de excessos por parte do Estado, 
e a finalidade precípua do Direito Penal, que é a manutenção da Ordem Social. 
À partir deste conflito, há a ruptura do sistema até então prevalente, 
fazendo com o Direito Penal evolua, enquanto ciência e, principalmente, 
enquanto instrumento de tutela social. 
Teoria do Delito e Princípios Constitucionais Penais - Unidade Nº 1 - Estado e aplicação da 
legislação penal 
O primeiro aspecto desta evolução é a utilização subsidiária do Direito 
Penal, que deixa de ser o instrumento primário de controle social, e passa a ter 
natureza subsidiária, no sentido que, só será aplicado quando os outros ramos 
do direito não forem capazes de resolver aquela questão (Direito Penal de 
“Ultima Ratio”). 
Em consonância a essa teoria, a formulação das leis penais está sujeita a 
dois filtros, quais sejam: 1) só serão criminalizadas as condutas cuja finalidade 
seja a tutela de uma, ou mais, gerações de Direitos Humanos; 2) só serão 
criminalizadas as condutas lesivas aos bens jurídicos essenciais a tutela da 
sociedade. 
Diante disso, a fim de que o aluno conheça os aspectos que decorrem 
desta teoria, sugere-se o conhecimento dos aspectos abaixo indicados: 
1.Conceitos de Direito Penal 
Enquanto finalidade do Direito Penal prevalece a nós atualmente o 
entendimento de que se trata da proteção de bens jurídicos relevantes para a 
manutenção da vida em sociedade; 
Importante lembrar que o Código Penal atualmente em vigor é o 
Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de Dezembro de 1940. As sua “Parte Geral” 
contempla desde o art. 1° até 120º (A redação atual da parte geral decorre das 
alterações sofridas em virtude Lei 7.209, de 1984). O restante do documento 
trata-se da conhecida “Parte Especial” contemplando desde o art. 121 até o 361. 
Importante que vejamos agora alguns conceitos imprescindíveis para 
nossa compreensão do dito Direito Penal. Lista-se a seguir. 
a) Direito Penal Objetivo: Conjunto de normas editadas pela União, em 
conformidade com o disposto no artigo 22, inciso I, da Constituição Federal, 
definindo os crimes e as contravenções penais (norma penal incriminadora), 
excluindo o crime ou isentando o sujeito do cumprimento da pena (norma penal 
permissiva), ou explicando o conteúdo ou a vigência dos tipos penais (norma 
penal explicativa). 
b) Direito Penal Subjetivo: Possibilidade dada ao Estado de criar, e, por 
consequência, fazer cumprir suas normas. É expressa pelo brocardo jus 
puniendi. 
Teoria do Delito e Princípios Constitucionais Penais - Unidade Nº 1 - Estado e aplicação da 
legislação penal 
2. Normas Penais 
 É importante que as vejamos algumas características determinantes para 
a compreensão e aplicação das normas penais. Listamos a seguir. 
a) Generalidade: Aplicáveis a todos, ou seja, opera efeitos erga omnes; 
b) Impessoalidade: O conteúdo da norma visa a aplicação abstrata e futura, não 
podendo a norma penal ser constituída com vistas à aplicação a um único 
sujeito; 
c) Imperatividade: Sua aplicação é obrigatória quando da prática de uma 
infração penal. Atenção: Há hipóteses onde esta regra será mitigada em virtude 
da existência de outra (s) norma (s) penal (ais), como na hipótese de excludentes 
de ilicitude, excludente de culpabilidade, entre outras (normas penais 
permissivas). 
d) Exclusividade: Só as normas penais, estejam elas previstas no Código Penal 
ou em Leis Penais Especiais, poderão definir quais condutas serão infrações 
penais e, como consequência, definir as penas pelas práticas destas. 
3. Classificação das Normas Penais 
 Vejamos agora alguns pontos que nos situarão quanto a questão da 
classificação no bojo das Normas Penais instituídas. 
a) Normas Penais Incriminadoras: São as normas que definem quais condutasserão consideradas atentatórias aos bens jurídicos penais tutelados, impondo 
sanções penais aos que infringirem o conteúdo desta. Também são 
classificadas doutrinariamente como proibitivas ou mandamentais. Como 
exemplo, pode-se indicar o artigo 121, do Código Penal. 
3.1. “Homicídio simples” 
Art. 121. Matar alguém: 
Pena - reclusão, de seis a vinte anos”. 
b) Norma Penal Permissiva: São aquelas de conteúdo não incriminador, e tem 
por finalidade afastar a ilicitude da conduta do agente – justificante -, ou tem 
Teoria do Delito e Princípios Constitucionais Penais - Unidade Nº 1 - Estado e aplicação da 
legislação penal 
por finalidade afastar a culpabilidade do sujeito, isentando-o de pena – 
exculpante. 
Como exemplos de normas penais permissivas justificantes indica-se os artigos 
23,24 e 25, do Código Penal: 
“Art. 23 - Não há crime quando o agente pratica o fato 
I - em estado de necessidade; 
II - em legítima defesa; 
III - em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito. 
3.2. Estado de necessidade 
Art. 24 - Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para salvar de 
perigo atual, que não provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar, 
direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável exigir-
se. 
 § 1º - Não pode alegar estado de necessidade quem tinha o dever legal de enfrentar 
o perigo. 
§ 2º - Embora seja razoável exigir-se o sacrifício do direito ameaçado, a pena poderá 
ser reduzida de um a dois terços. 
3.3. Legítima defesa 
Art. 25 - Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios 
necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem”. 
Como exemplo de norma penal permissiva exculpante indica-se o artigo 26, 
caput, do Código Penal: 
“Art. 26 - É isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento 
mental incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão, 
inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de 
acordo com esse entendimento”. 
c) Norma Penal Explicativa: É aquela que visa esclarecer ou explicitar conceitos 
necessários a efetiva aplicação das normas penais incriminadoras ou 
permissivas. Como exemplo indica-se o artigo 327, do Código Penal: 
Teoria do Delito e Princípios Constitucionais Penais - Unidade Nº 1 - Estado e aplicação da 
legislação penal 
“Art. 327 - Considera-se funcionário público, para os efeitos penais, quem, embora 
transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública”. 
d) Norma Penal em Branco: Trata-se da modalidade de norma penal onde há a 
necessidade de complementação para que se possa compreender o âmbito de 
aplicação do seu conteúdo. De forma sucinta, para a efetiva aplicação da norma 
será necessária a sua complementação por outro elemento extraído de leis, 
decretos, regulamentos, entre outros. 
d.1) Norma Penal em Branco Homogênea: O complemento a norma penal é 
extraído de uma norma detentora da mesma hierarquia/natureza da norma 
penal. O Código Penal tem natureza de Lei Ordinária, portanto, a 
complementação à norma penal será extraída de outra Lei Ordinária. 
Como exemplo, podemos indicar o artigo 237, do Código Penal. Neste 
tipo há a incriminação da conduta daquela que contrai casamento conhecendo 
a existência de impedimento que o torne nulo. Percebe-se que o conceito de 
casamento, a abrangência das causas impeditivas e as consequências das 
nulidades são extraídas do Código Civil, havendo-se, portanto, complementação 
da norma penal pela norma civil. 
“Art. 237 - Contrair casamento, conhecendo a existência de impedimento que lhe 
cause a nulidade absoluta: 
Pena - detenção, de três meses a um ano”. 
d.2) Norma Penal em Branco Heterogênea: Quando o complemento decorre de 
fonte diversa daquela que o editou. Como exemplo, indica-se o artigo 28, da Lei 
11.343/06. 
O referido artigo trata da conduta daquele que porta drogas para uso 
próprio. 
Pois bem, o conceito de drogas e o rol de substâncias que são 
consideradas como tal, está expresso em uma portaria da agência nacional de 
vigilância sanitária. Analisando-se as duas normas – Lei de Drogas e a portaria 
administrativa-, resta evidente que a natureza destas é distinta, portanto, a 
complementação se dará por norma decorrente de fonte diversa. 
Teoria do Delito e Princípios Constitucionais Penais - Unidade Nº 1 - Estado e aplicação da 
legislação penal 
“Art. 28. Quem adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar ou trouxer consigo, 
para consumo pessoal, drogas sem autorização ou em desacordo com 
determinação legal ou regulamentar será submetido às seguintes penas: 
I - advertência sobre os efeitos das drogas; 
II - prestação de serviços à comunidade; 
III - medida educativa de comparecimento à programa ou curso educativo”. 
d.3) Norma Penal em Branco às Avessas: 
Nesta espécie de norma penal o complemento se dará ao preceito penal 
secundário, ou seja, haverá a complementação através da indicação do tipo de 
pena ou a quantidade a ser aplicada. 
Como exemplo, indica-se o artigo 304, do Código Penal: 
Art. 304 - Fazer uso de qualquer dos papéis falsificados ou alterados, a que se 
referem os arts. 297 a 302: 
Pena - a cominada à falsificação ou à alteração. 
4. Princípios Penais Fundamentais 
 Agora, vejamos algumas disposições importantes quanto aos princípios 
que deverão balizar nosso entendimento a respeito da matéria penal. 
4.1. Princípio da Legalidade – art. 1º 
O princípio da legalidade uma garantia constitucional, prevista no 
art. 5º, XXXIX, CF: “não há crime sem lei anterior que o defina, não há pena 
sem prévia cominação legal”. Essa mesma previsão encontra-se no art. 
1º, CP. 
Do princípio da legalidade decorrem outros três princípios, quais sejam: 
a) nullum crimen, nulla poena sine lege previa: princípio da anterioridade da lei 
penal. Desse princípio decorre o princípio da irretroatividade da lei penal, ou 
seja, a lei penal somente poderá atingir fatos ocorridos a partir da sua vigência, 
jamais atinge fatos pretéritos; 
Teoria do Delito e Princípios Constitucionais Penais - Unidade Nº 1 - Estado e aplicação da 
legislação penal 
b) nullum crimen, nulla poena sine lege scripta: não há crime sem a previsão 
expressa em lei escrita tipificando a conduta, 
c) nullum crimen, nulla poena sine lege stricta e certa: princípio da taxatividade, 
segundo este a lei penal não pode ser vaga, imprecisa, incerta ou ampla. A lei 
penal prevê como crime fato determinado. 
Pelo princípio da legalidade, os particulares somente podem ser 
obrigados a fazer ou deixar de fazer alguma coisa em virtude de lei. Normas de 
direito penal somente podem ser objeto de lei em sentido estrito, ou seja, 
somente haverá a tipificação de condutas criminosas a partir de leis ordinárias 
ou complementares. Trata-se do princípio da reserva legal, segundo o qual 
compete somente a União legislar em matéria penal. Previsão expressa do 
artigo 22, inciso I, da Constituição Federal. 
“Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: 
I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, 
espacial e do trabalho”. 
4.2. Princípio da Individualização da Pena 
A pena será imposta de forma individual, em conformidade com a 
conduta praticada pelo sujeito, após a análise pormenorizada de cada das 
circunstâncias do crime. 
Tem previsão no artigo 5°, inciso XLVI, da Constituição Federal e no artigo 
5°, da Lei das Execuções Penais. 
4.3. Princípio da Humanização da Pena 
Segundo o artigo 5°, inciso XLVI, da Constituição Federal, a pena não será 
de morte, salvo em caso de guerra declarada, na forma do artigo 84, inciso XIX, 
da CF, de caráter perpétuo, de trabalhos forçados, de banimento ou cruel. 
4.4. Princípio da Fragmentariedade 
O Direito Penal tutelará somente uma parcela dos bens existentes nasociedade, ou seja, o Direito Penal só será aplicável na tutela dos bens jurídicos 
mais importantes e só em relação aos comportamentos mais lesivos. 
Teoria do Delito e Princípios Constitucionais Penais - Unidade Nº 1 - Estado e aplicação da 
legislação penal 
4.5. Princípio da Insignificância 
Conduz a atipicidade material do fato, servindo como ferramenta ao 
intérprete quando da análise do tipo penal, com vistas à exclusão da incidência 
da lei penal aos tipos considerados de bagatela. 
O Supremo Tribunal Federal exige a presença destes 04 (quatro) 
requisitos norteadores: 
a) mínima ofensividade da conduta; 
b) nenhuma periculosidade social da ação; 
c) reduzidíssimo grau de reprovabilidade da conduta; 
d) inexpressividade da lesão jurídica provocada. 
4.6. Princípio da Adequação Social 
Só serão tipificados os comportamentos que não sejam socialmente 
adequados, ou seja, as condutas aceitas pela sociedade não serão 
criminalizadas. 
4.7. Lei Penal no Tempo 
Art. 2º - Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar 
crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença 
condenatória. 
Parágrafo único - A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-
se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada 
em julgado. 
O caput do artigo 2° trata do “Abolitio Criminis”. Referido brocardo 
expressa a descriminalização, por lei posterior, de um fato considerado crime 
anteriormente - lei anterior. 
O parágrafo único trata da retroatividade benéfica, ou seja, a lei penal 
não retroagirá, salvo para beneficiar o réu/condenado. Disso, pode-se concluir, 
que a regra é a não retroatividade da lei penal, exceção feita as hipóteses onde 
está retroatividade traga algum benefício ao réu. 
Teoria do Delito e Princípios Constitucionais Penais - Unidade Nº 1 - Estado e aplicação da 
legislação penal 
4.8. Leis Penais de vigência temporária 
Diz o artigo 3°, do Código Penal: “A lei excepcional ou temporária, embora 
decorrido o período de sua duração ou cessadas as circunstâncias que a 
determinaram, aplica-se ao fato praticado durante sua vigência”. 
Diz respeito àquelas leis penais criadas para regular casos ou situações 
específicas. Por essa razão sua aplicação é aceita mesmo após o término da 
vigência destas. Trata-se, portanto, de hipótese ultra-atividade da lei penal, 
mesmo sendo esta prejudicial ao réu/condenado. 
4.9. Tempo do Crime 
O tempo do crime diz respeito ao momento em que este foi praticado. O 
artigo 4° indica a adoção da teoria da atividade, portanto, considera-se o crime 
praticado no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento 
do resultado. 
Art. 4º - Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que 
outro seja o momento do resultado. 
4.10. Lugar do Crime 
O Código Penal adotou a teoria da ubiquidade. Referida opção é revelada 
através da definição do lugar do crime através da junção entre a teoria da 
atividade – lugar da ação/omissão – e a teoria do resultado. 
Art. 6º - Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, 
no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado. 
Síntese 
 
 Apresentamos alguns conceitos relacionados ao Direito Penal, além das 
normas basilares que o colocam em funcionamento. Percebemos também que 
esta área do Direito possui seu próprio campo de classificações e, da mesma 
forma, quais são os princípios fundamentais que regulam a legislação penal. 
 Nesta unidade, tivemos a oportunidade de acessar os seguintes tópicos: 
Teoria do Delito e Princípios Constitucionais Penais - Unidade Nº 1 - Estado e aplicação da 
legislação penal 
● Conceitos de Direito Penal; 
● Normas Penais; 
● Classificação das normas da legislação penal; 
● Princípios Penais Fundamentais. 
 
Teoria do Delito e Princípios Constitucionais Penais - Unidade Nº 1 - Estado e aplicação da 
legislação penal 
Bibliografia 
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil: promulgada em 
5 de outubro de 1988. 
________. Decreto-Lei 2.848, de 07 de dezembro de 1940. Código Penal. 
Diário Oficial da União, Rio de Janeiro, 31 dez. 1940. 
BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de Direito Penal Vol. 1 - Parte Geral, 
23ª edição., 23rd edição. Editora Saraiva, 2017. [Minha Biblioteca]. 
BUSATO, Paulo César (Org.). Dolo e direito penal: modernas tendências, 
2ª edição. Atlas, 03/2014. [Minha Biblioteca]. 
LIMA, Alberto Jorge C. Barros. Direito Penal Constitucional: A imposição 
dos princípios constitucionais penais, 1ª edição. São Paulo: Saraiva, 2012.

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