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O impacto social e ambiental no uso de bicicletas como meio de transporte na cidade de São Paulo

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O impacto social e ambiental no uso de bicicletas como meio de transporte na cidade de São Paulo
Resumo	
O presente trabalho, buscará responder à seguinte questão: como e quando a bicicleta começou a ser pensada como uma forma alternativa de locomoção nos perímetros urbanos? Daremos foco à cidade de São Paulo. Por fim, iremos analisar o impacto social, ambiental e na saúde do planeta e dos usuários que usam esse meio de transporte para se locomover. 
Meios de transporte e alternativas 	
A utilização de veículo automotores possui suas implicações, como o consumo de espaço e de energia, bem como a geração de impactos negativos, tais como congestionamento, muita poluição e acidentes que prejudicam a saúde mental e física dos usuários e habitantes das cidades. Por exemplo, em São Paulo, segundo dados do Detran, em julho de 2018 só a capital paulista possuía uma frota de veículos que totalizava os 8.760.352, divididos entre carros, motos, caminhões, ônibus, etc.[footnoteRef:1] Com esse número tão alto, são inúmeros trechos de congestionamento e lentidão na capital paulista, fora os acidentes e o estresse de ficar no “anda e para” diariamente. Fora isso, o transporte age como um consumidor de recursos naturais sendo muito deles escassos alguns exemplos seriam a terra utilizada para a instalação de infraestrutura para que o tráfego possa fluir, outro seria o consumo de matérias primas como os minerais ou derivativos que auxiliam na construção das vias além da produção dos carros. Além dos impactos negativos em relação aos recursos naturais para infraestrutura, o alto número de automóveis ainda causa impactos ambientais tais como poluição atmosférica e sonora, acompanhados de acidentes de trânsito e os congestionamentos, como havia mencionado. Segundo um relatório feito pela CETESB (2012), apesar de as emissões de gases poluentes pela frota veicular terem se mantido estáveis durantes os últimos anos, devido ao expressivo aumento da frota circulante o resultado tem mostrado que o impacto ambiental causado ainda é bastante significado, chegando a emitir em torno de 26.536 mil toneladas de CO². Essa quantidade equivale a praticamente 10% do total emitido pelo Brasil no ano de 2010. Diante disso, estão cada vez mais procurando alternativas para tentar neutralizar esses impactos que os veículos automotores trazem consigo. Dentre as alternativas para o transporte, o veículo que obtém o menor impacto é a bicicleta. [1: Acesso em: https://www.detran.sp.gov.br/wps/wcm/connect/portaldetran/detran/detran/estatisticastransito/sa-frotaveiculos/d28760f7-8f21-429f-b039-0547c8c46ed1] 
	A utilização de bicicletas como meio de transporte é recorrente ao redor do mundo. O exemplo mais conhecido é o da Holanda, que é reconhecida pelo elevado número de bicicletas usados pelos seus cidadãos em todas as atividades do dia a dia. A Holanda é um dos países que ao longo dos anos obteve os maiores crescimentos significativos no número de pessoas que utilizam a bicicleta como meio de locomoção para o trabalho e realizar outras atividades possibilitando benefícios relevantes em relação à redução de poluição e diminuição de tráfego de carros. Priorizar as bicicletas é a política pública local desde a década de 1970. Em 2017, 34% dos deslocamentos de até 7,5km na Holanda são realizados por bicicletas.[footnoteRef:2] Um outro exemplo da utilização da bicicleta que vale ser mencionado, é o caso da cidade de Nova York nos Estado Unidos. Segundo uma reportagem de 2011, nos últimos 4 anos, 410 quilômetros de ciclovias foram construídos em Nova York.[footnoteRef:3] No Brasil, Em 2007, a Secretaria de Transportes e da Mobilidade Urbana (SeMob) desenvolveu o “Programa Brasileiro de Mobilidade por Bicicleta”, estimulando os governos municipais, estaduais e do Distrito Federal a desenvolver e aprimorar ações que favoreçam o uso da bicicleta como modo de transporte, com mais segurança. Na cidade de São Paulo, vale mencionar que houveram mudanças de incentivo ao uso das bikes. A Lei das Ciclovias, lei n°14.266 de fevereiro de 2007 que dispõe sobre a criação do Sistema Ciclo viário no Município de São Paulo, proporcionando à cidade pontos de ciclovias que permitem a utilização diária de bicicletas, além de ciclo faixas nos domingos e feriados. Desde então os números de ciclovias e usuários só vem aumentando, comentarei mais à frente sobre isso. [2: Acesso em: https://www.nexojornal.com.br/reportagem/2017/02/27/Como-a-Holanda-se-tornou-um-pa%C3%ADs-de-ciclistas] [3: Acesso em: http://www.euvoudebike.com/2011/04/ny-promove-ciclovias-na-cidade/] 
	Portanto, o uso da bicicleta não é novo e vem conquistando cada vez mais pessoas que buscam fugir das lentidões e estresses que o dia-a-dia nas grandes cidades proporciona. 
Infraestrutura e Projetos para o uso da bicicleta	
O uso da bicicleta para locomoção dentro das grandes cidades vem aumentando de maneira considerável. Uma pesquisa realizada pelo Ibope em 2014, indicou que em um ano aumentou em 50% o número de ciclistas na cidade de São Paulo, movendo para um total de 261 mil ciclistas naquele ano. Esse aumento do uso das bikes, além do apresentado no trecho anterior, tem muito a ver com toda a infraestrutura presente. Portanto, para tornar esse meio de transporte um padrão e não uma alternativa na vida das pessoas, foi necessário aumentar estruturas e criar outras. 
	A malha ciclo viária das capitais brasileiras, em 4 anos, cresceu o total de 133% ultrapassando os 3 mil km. A cidade de São Paulo, atualmente, possui seus 498.3 km de vias para bicicletas, sendo 468,0 km de Ciclovias/Ciclo faixas e 30,3 km de Ciclo rotas. Além disso, possui 6.544 vagas em 75 bicicletários públicos e 208 vagas em 13 locais com para ciclos públicos, instalados nos Terminais de Ônibus, nas Estações de Trem, Metrô e Estacionamentos CET. Na gestão Haddad (2013-2016), houveram diversas obras para que houvessem mais ciclo faixas, principalmente nas regiões periféricas com ligação para a área central da cidade, criando, assim, mais segurança para os ciclistas na hora da locomoção. 
	Além do uso individual desse transporte, há o uso coletivo e compartilhado. Em maio de 2012 a cidade de São Paulo teve a implementação do primeiro sistema de bicicletas coletivas, o “Bike Sampa”, que visa oferecer aos cidadãos uma opção de transporte sustentável, posteriormente houve a implementação de outros sistemas como o “Ciclo Sampa” e o “ConViva”. A partir de então foram criados inúmeros pontos aumentando a frota de bicicletas coletivas na cidade. O programa do “Bike Sampa” conta com parceria do banco Itaú e atualmente possui 2.600 bicicletas e um total de 260 estações espalhadas por pontos (próximos a estações de metrô, escolas, universidades, mercados, etc.) da cidade. São as bicicletas com estações. Mais recente, começaram a surgir as bikes que não necessitam serem deixadas em estações. As chamadas “Yellow”, podem ser pegas em qualquer lugar e deixadas em qualquer lugar, não necessitando de um ponto fixo. Mesmo que não sejam usadas em longas distâncias, essas bicicletas já contribuem e muito para que não haja impactos negativos na cidade e na vida do usuário. Há também empresas de entrega que utilizam somente bikes para realizar entregas na cidade. Como é o caso da Courrieros[footnoteRef:4] e da Carbono Zero[footnoteRef:5]. [4: http://www.courrieros.com.br/courrieros/] [5: https://carbonozerocourier.com.br/site/] 
Conclusão
	Portanto, o uso de bicicleta como meio de transporte diária, ou não, como podemos ver, auxilia muito na vida dos usuários e também na vida do planeta. Uma reportagem do G1 comenta sobre um estudo realizado. Um estudo do Centro Brasileiro de Análise de Planejamento (Cebrap) avaliou possíveis impactos positivos da bicicleta no lugar de carros e ônibus. Seria possível uma redução de R$ 34 milhões nas despesas do Sistema Único de Saúde (SUS) com internações, por causa de diabetes ou doenças cardiovasculares. O estudo também estimou quanto a economia da cidade de São Paulo ganharia com esta opção mais rápida: R$870 milhões.[footnoteRef:6] Essa reportagem também aponta que durante a greve dos caminhoneiros, a emissão de poluentes sofreu uma queda, melhorando a qualidade do ar na cidade de São Paulo. [6: https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/uso-da-bicicleta-como-transporte-em-sp-causaria-economia-de-r-870-milhoes-diz-estudo.ghtml] 
	Pensar no uso da bike cabe no pensamento do termo “decrescimento”. As consequências trágicas de uma exploração desenfreada dos recursos que a natureza nos oferece, desencadeia uma consciência sobre isso. Cada vez mais se pensam em alternativas que buscam amenizar, controlar e educar para que possamos mudar estruturas impostas à nós. Essas revisões são importantes pois atingem não somente o individual, mas toda uma sociedade na busca de repensar suas atitudes perante a natureza. Serge Latouche[footnoteRef:7] nos impõem esse termo que pode ajudar a elaborar alternativas diante do cenário da sociedade atual. Esse termo abarca dois objetivos: 1. Tomada de consciência da crise ecológica. 2. Crítica à técnica e ao desenvolvimento. Portanto, o que o autor propõe não é parar de consumir, mas, justamente, repensar esse consumo, essa sociedade na qual estamos inseridos que só busca consumir cada vez mais achando que isso é sinônimo de crescimento - ou desenvolvimento. Um aspecto que o autor aponta seria o de reduzir. Reduzir nossa pegada ecológica, reduzir nosso hiperconsumo, reduzir nossos desperdícios etc. Esse ponto é deveras importante, pois só quando dá algo errado durante alguma situação é que percebemos o impacto. Por exemplo, quando se está no trânsito, principalmente nas metrópoles, cabe pensar no consumo diário de seu veículo, nos gastos que ele produz e o mal que faz ao meio ambiente. Portanto, pensar o uso das bicicletas, junto com políticas públicas e parcerias com instituições privadas, é uma ótima forma de reduzir danos aos seres humano e ao meio ambiente. [7: Ver: O decrescimento. Por que e como?]

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