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trabalho capelania hospitalar

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SEMINÁRIO TEOLÓGICO BATISTA CAXIENSE 
 
 
 
 
 
 
 
GILMAR 
CESAR 
LEANDRO 
ITAMAR 
JOSÉ CARLOS 
LUCIANO 
CARLOS 
DANIEL 
 
 
 
CAPELANIA HOSPITALAR 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DUQUE DE CAXIAS - RJ 
2014
GILMAR 
CESAR 
LEANDRO 
ITAMAR 
JOSÉ CARLOS 
LUCIANO 
CARLOS 
DANIEL 
 
 
 
CAPELANIA HOSPITALAR 
 
 
 
 
Trabalho apresentada ao Seminário Teológico 
Batista Caxiense, como exigência cumprimento da 
matéria Capelania Pastoral Cristã. 
 
Professor: José Carlos Corrêa 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DUQUE DE CAXIAS - RJ 
2014 
 
RESUMO 
 
 
Este trabalho apresente o conceito de Capelania hospitalar, a forma de iniciar o trabalho, 
como desenvolvê-lo, trata da questão do trabalho com pacientes em estágio terminal, 
apresenta a bíblia como instrumento de consolo para o paciente e compartilha o testemunho 
pessoal de um dos autores do trabalho com uma enfermidade e a superação da mesma. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
1 INTRODUÇÃO......................................................................................................... 05 
2 TÉCNICAS PARA O BOM COMEÇO DO TRABALHO DE CAPELANIA 
HOSPITALAR............................................................................................................. 
08 
3 O QUE FAZER PARA TER UM BOM DESENVOLVIMENTO NA 
CAPELANIA HOSPITALAR ................................................................................... 
10 
4 VISITANDO UM PACIÊNTE EM UM ESTADO CRÍTICO ............................ 
 12 
5. EFEITOS EMOCIONAIS DO DIAGNOSTICO DE UMA DOENÇA ............. 13 
6. A BÍBLIA É A ESPERANÇA PARA O ENFERMO ......................................... 16 
6.1 COMO O CAPELÃO PODE USAR A BÍBLIA PARA CONFORTAR O 
ENFERMO E SEUS FAMILIARES ........................................................................ 
 
 16 
7 TESTEMUNHO PESSOAL..................................................................................... 18 
8 CONCLUSÕES......................................................................................................... 22 
9 REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 23 
5 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
 
O presente trabalho surge não apenas para atender a uma exigência da disciplina 
Capelania que é parte integrante do curso de Teologia, mas, e diria principalmente, 
como resposta a uma exigência da própria atividade pastoral: o conhecimento e cuidado 
daqueles que precisam. Em tempos como os nossos, nos quais muitos estão voltados 
exclusivamente a atender seus próprios interesses e satisfazerem suas próprias paixões, 
as pessoas – o que é um evidente paradoxo – encontram-se cada vez mais necessitadas 
de atenção e cuidados. 
Cuidar tem uma grande amplitude de significações, podendo ir desde o estar ao 
lado, ouvindo, sendo aquele ombro amigo, a voz sábia e experiente, ou ir mais além, 
orientando tratamentos e intervenções – esse caráter fica mais evidente quando 
observamos o número crescente de ministros que buscam qualificações nas áreas da 
psicologia, psicanálise e mesmo psiquiatria. Essas áreas, contrariamente ao que se 
acreditava há algum tempo, podem colaborar de modo grandioso na procurar de 
alcançar ou reestabelecer o bem-estar do ser humano. Já não cabe mais enxergar o ser 
humano de modo plano (dicotomia e tricotomia), mas é necessário vê-lo de modo 
holístico, isto é, como um todo formado de partes interdependentes. 
Esse é então a situação: num mundo em que as pessoas se tornam cada vez mais 
egocêntricas, há cada vez mais necessidade de contato e o sentimento de solidão 
aumenta, ao mesmo tempo as áreas de conhecimento humano, que antes eram dispostas 
de modo isolado – e em se tratando de ciências que tratam da psique essas eram não 
apenas isoladas das áreas teológicas e pastorais, mas também, antagônicas a estas – 
agora, essas áreas se aproximam e dialogam. 
E é nesse cenário que a Capelania moderna se apresenta como um recurso 
poderoso de atuação evangelizadora para pastores, evangelistas, missionários e leigos. 
Antes de avançar é preciso identificar essa ação evangelizadora não apenas com a visão 
tradicional de pregação e discipulado, mas também, com a ação de ministrar boas novas, 
conforto, compaixão e amor aos que estão necessitados (Mateus 25:34-46). 
A história de cuidado aos necessitados é anterior ao termo Capelania, visto que 
esse cuidado é parte do ministério cristão autêntico. O evangelho não deve limitar-se o 
cuidado financeiro, o mesmo a “ministração da cura” – como dizem alguns dos 
 
 
6 
milagreiros espalhados por aí – também deve preocupar-se com o cuidado da 
alma/espírito do doente e de sua família. Veja o que a bíblia diz: 
 
 “Mas, se alguém não tem cuidado dos seus, e principalmente dos da sua família, 
negou a fé, e é pior do que o infiel”. (1°Timóteo 5:8) 
“Está alguém entre vós doente? Chame os presbíteros da igreja, e orem sobre ele, 
ungindo-o com azeite em nome do Senhor; E a oração da fé salvará o doente, e o Senhor 
o levantará; e, se houver cometido pecados, ser-lhe-ão perdoados. 
Confessai as vossas culpas uns aos outros, e orai uns pelos outros, para que sareis. “A 
oração feita por um justo pode muito em seus efeitos”. (Tiago 5:14-16) 
 
“Tenho-vos mostrado em tudo que, trabalhando assim, é necessário auxiliar os 
enfermos, e recordar as palavras do Senhor Jesus, que disse: Mais bem-aventurada coisa 
é dar do que receber”. (Atos 20:35) 
 
Historicamente a Capelania como uma atividade, ou ministério, independente 
surge na Idade Média na França sendo uma evolução do costume militar de levar às 
campanhas um oratório (o oratório de São Martins de Tours). O costume estendia-se 
também a outros setores, tais como: colégios, parlamentos, cemitérios e prisões. 
Capelania é dar assistência espiritual a regimentos militares, escolas, hospitais, 
presídios, casas de reclusão e internação, favelas, pessoas em risco e desassistidas, sem 
propósitos proselitista, mas desejando levar fé, esperança e amor. 
Mormente o serviço de Capelania é realizado de modo voluntário – ainda que 
haja um relativo aumento no número de concursos públicos para selecionar capelães 
para o exercício de suas atividades em quartéis, sobretudo. Nesse trabalho focaremos na 
Capelania Hospitalar, que pode ser realizada em hospitais de emergência e/ou 
ambulatórios, casas de repouso, asilos, clínicas, postos de saúde, tanto no setor público 
como no privado. 
Apresentaremos questões que são particulares a esse tipo de Capelania, sua 
forma de organizar-se e desenvolver-se. Abordaremos procedimentos e posturas 
indispensáveis ao capelão, ou pessoa que atua como tal, para que possa realizar a 
assistência de modo a atingir êxito, não apenas em relação ao bem-estar do paciente, 
mas em relação a sua família e também, muitas das vezes em relação a sua família. 
 
 
7 
O trabalho baseou-se tanto em pesquisa de material disponível na internet, no 
consagrado livro Aconselhamento Cristão, escrito por Gary Collins e na experiência 
particular dos integrantes do grupo que o realizaram. Do material utilizado para a 
elaboração desse texto, acreditamos ser de interesse citar o artigo escrito por Rosa 
Gentil, Beatriz Guia e Maria Sanna (GENTIL; GUIA; SANNA, 2011). 
No artigo intitulado Organização de Serviços de Capelania Hospitalar: um 
estudo bibliométrico, as autoras fazem um levantamento e medição da extensão do 
número de texto de cunho científico que tratam da questão da Capelania hospitalar. A 
justificativa para tal levantamento é apresentada a luz não apenas das necessidades dos 
doentes, mas também como uma forma de cumprimento da legislação. 
As pesquisadoras constataram que na última década o número de publicações 
tratando do tema aumentou significantemente. Se entre 1969 e 1990 foram registradas 
17 publicaçõessobre o tema, no período entre 2000 e 2010 foram encontrados 35 
trabalhos sobre o mesmo tema. Um dos impulsionadores desse aumento foi a 
regulamentação de legislação que visava garantir ao doente o “direito fundamental de 
considerar salvaguardado o cuidado, sua dignidade pessoal, respeito por sua cultura, 
psicossocial e valores espirituais”. No Brasil, os direitos do paciente já faziam parte da 
Constituição promulgada em 1988, no seu artigo 5º; seguindo-se várias outras leis que 
de algum modo regulamentaram o direito do doente, internado ou não, de receber 
assistência religiosa, são essas: 7.672/1988; 10.066/1198; 9.982/2000. (GENTIL; 
GUIA; SANNA, 2011, pág. 163). 
Constatam também que o EUA é local de origem ou residência da maior parte 
dos autores dessas publicações, e mesmo que haja alguns poucos residindo na Europa 
ou Oceania, a maioria esmagadora das pesquisas foi publicada em língua inglesa. Isso 
não apenas confirma a predominância desse país e dessa língua como difusores do 
conhecimento – o Latim moderno; mostra-nos que na América Latina e África não há 
ainda um saber-pensar sobre a questão da Capelania. 
Aqui – ao contrário do que ocorre no EUA, por exemplo, onde o capelão faz 
parte da equipe multidisciplinar que trata o paciente – o capelão é visto como um guru, 
um curandeiro, um confortador para casos em que a ciência médica já não se 
(pre)ocupa. 
A mudança desse quadro deve se fazer notar dentro de alguns anos, haja vista o número 
de cursos sobre o tema espalhados em igrejas, seminários e internet. Entretanto será 
preciso vencer não apenas os inimigos habituais desse trabalho, mas também os 
 
 
8 
inimigos modernos: a falta de tempo, o egoísmo e o “politicamente correto”. Esses três 
somam-se dificuldades de logística, à burocracia do serviço público, a barreiras 
impostas pelas próprias condições de saúde e do tratamento, a desconfiança e 
incredulidade da família e dos profissionais de saúde. 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 TÉCNICAS PARA O BOM COMEÇO DO TRABALHO DE 
CAPELANIA HOSPITALAR 
 
O Capelão antes de qualquer coisa a fazer, deve pedir a orientação devida a Deus para 
poder conseguir uma visita junto ao Diretor do Hospital que ele deseja abrir o trabalho 
de Capelania. Ele deve primeiro, ver a disponibilidade do Diretor para então poder 
marcar a visita adiantando o assunto a ser tratado e também mostrar disciplina no 
horário marcado. Conseguindo a visita, ele deverá apresentar o que será feito caso seja 
aceito para dirigir o grupo a ser trabalhado naquele local. Ele deverá antes de começar, 
orientar os visitadores para todas as possibilidades da visita. 
 
1° - O orientador deverá fazer uma reunião com todos aqueles que desejam ser 
visitador dentro dos arredores do hospital. Ele deverá orientar em relação a tudo que 
deve ser: falado, agido, comentado e etc. 
Ex: Nunca deverá ser perguntado ao paciente se está tudo bem! Ora, como pode estar 
tudo bem com um paciente que se encontre internado em um leito de hospital, ainda que 
ele não seja um paciente que requer mais cuidados do que os outros? O paciente mesmo 
não estando em estado: terminal, coma, ou em estado gravíssimo, certamente não 
gostaria que lhe fizessem esta pergunta. 
2° - O orientador, deverá passar para seus visitadores que Nunca se deve sugerir 
para o paciente que ele pare de tomar as medicações que lhe estão sendo impostas 
 
 
9 
por causa do seu estado de saúde. Pois não cabe ao visitador tomar o lugar dos 
profissionais de saúde que se prepararam para estarem habilitados a cuidarem deles e 
também nunca se deve espiritualizar determinada situação. 
Ex: "Eu determino que Deus vá te curar hoje e que você não mais vai precisar tomar tal 
remédio". 
Isso em uma visita nunca poderá acontecer, pois, caso contrário, o visitador, responderá 
criminalmente por isso e o trabalho poderá ser jogado por água a baixo. 
3° - O orientador deverá passar para os seus visitadores que: Eles uma vez dentro 
do leito, seja na enfermaria ou no quarto reservado particular, deverão ficar ao 
lado do paciente em direção a linha reta de sua cabeça, e também que nunca 
deverá apertar a mão do paciente, pois, estarão em um ambiente de vulnerável 
situação podendo até mesmo, ou passar ou receber infecções, o que pode ser perigoso 
para ambos. 
4° - O orientador deverá passar para os seus visitadores que: Na hora da oração, 
seja no começo ou no final da visita, independentemente do número de visitadores 
que deverá ser sempre no máximo 3(caso seja permitido pela direção do hospital) 
pelo menos um deverá permanecer de olhos abertos e atentos ao que poderá acontecer. 
Vale ressaltar, que o trabalho de Capelania, não é tão simples como se parece. É um 
tanto quanto complicado, uma vez que o Capelão e seus visitadores, certamente 
encontrarão pessoas que: Não irão lhes receber, irão lhes tratar mal, terão resistências 
por terem outras religiões bem como também pessoas sensíveis à voz de Deus; umas 
por já terem conhecimento da palavra de Deus e outras pelo fato de crerem que uma 
conversa espiritual seguida de uma oração deve ser bem agradável para sua Alma. 
É necessário também, visitar o paciente pelo menos de 15 em 15 dias. Sendo assim, 
paciente, dependendo do tempo em que ficar internado, se sentirá acolhido por todos os 
visitadores. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10 
3 O QUE FAZER PARA TER UM BOM DESENVOLVIMENTO NA 
CAPELANIA HOSPITALAR 
 
1° - Ter uma boa saúde para fazer a visitação - O visitador jamais poderá estar 
enfermo para visitar um enfermo. Isso poderá lhe causar sérios danos a sua saúde e 
ainda mais àquele que está enfermo na condição de paciente. Os fatores psicológicos, 
certamente levarão o visitador a falar mais de si, por causa da sua enfermidade tirando o 
foco da visita que é abençoar o paciente. 
 
2°- O visitador deverá estar com vestimentas simples, discreta e limpa. Também, 
deverá estar com a sua higiene pessoal em dia, tais como: Cabelos cortados, unhas 
limpas e cortadas, tomado banho momentos antes da visita, com um bom hálito bucal, 
evitar colocar perfumes fortes que prejudique o fator respiratório do paciente que 
naquele momento se encontrará fragilizado. 
 
3°O visitador, deverá entrar nas enfermarias ou quarto particular com as mãos 
bem lavadas. Geralmente, os hospitais já têm pias instaladas para justamente evitar que 
o visitador entre com as mãos sujas e cheias de bactérias. 
 
4°Um capelão terá que ter sempre uma ótima postura de otimismo para que seus 
liderados também sigam este exemplo. Diante do paciente, o visitador deverá se 
apresentar com o máximo de comunicação possível diante do paciente. A sua 
fisionomia deverá estar sempre alegre e simpática para passar ao paciente visitado um 
estado de ótimas perspectivas. O olhar deverá ser o mais discreto possível, pois 
dependendo do modo em que o visitador olhe o paciente, poderá estar passando mesmo 
sem perceber más notícias para o paciente o que pode agravar a sua situação. 
5°O estado da sua vida espiritual deverá estar sempre em elevação, pois, também é 
fator primordial para a alto-estima do paciente. É recomendado para quem tem 
vontade de realizar este tipo de trabalho, que leve uma vida de oração e consagração ao 
Senhor. São várias as situações que podem acontecer em um momento de visita, pois, a 
batalha espiritual é muito grande. 
6°O visitador deverá ter uma profunda intimidade com a palavra de Deus, isso 
requer estudo e dedicação a leitura da palavra. Em uma visita, geralmente se faz 
 
 
11 
várias perguntas ao visitador, pois o paciente vai querer aproveitar a oportunidade que 
ele mesmo nunca teve. O visitador, nunca deverá repreender o paciente em caso de ele 
ser de outra religião. O visitador deverá apenas aproveitar a oportunidade que o paciente 
mesmo sem saber estará lhe dando. O visitador também tem que ter a característica de 
um bom ouvinte, pois, na situação em que seencontra-o paciente em muitas das vezes 
não tem com quem conversar, aproveitando então a presença do visitador. Mas, lembre-
se! O visitador não é um aconselhador! 
7°O visitador, não pode tocar no que é do paciente. Questões como: remédios, tubos 
de soro, lençóis, não deverão ser tocados. Não é recomendado levar alimentos para o 
paciente, mesmo ele sendo um familiar seu ou um conhecido, afinal, você estará na 
condição de prática de Capelania. 
Tomadas as devidas proporções, o visitador agora, vai cuidar do que é mais importante 
na visita (não que a visita em si, não seja), mas, levando-se em consideração que o 
motivo é Jesus, tem que ser falado sobre Jesus! Para tanto, será necessário uma abertura 
de conversa para se iniciar um texto sobre o tema: "Jesus o Salvador”. A partir daí, o 
visitador, já deverá ter perguntado se o paciente já pertence ou se já pertenceu a alguma 
igreja, se já é batizado em fim, se já tem conhecimento pleno de Cristo. Se a resposta for 
um SIM, o visitador então deverá reforçar para o paciente que Deus estará sempre com 
ele independentemente da situação que ele se encontre, e que o mais importante, é a 
herança espiritual que ela (paciente) já tem. Se a resposta for NÃO, deverá ser oferecido 
o plano de Salvação para o paciente. 
Em muitas situações, em se tratando de enfermaria como é na maioria das vezes, os 
pacientes de outros leitos, se interessam por uma oração. Neste caso, o visitador, ao 
terminar a visita que nunca deverá demorar, terá que imediatamente se direcionar para o 
paciente que se interessou pelo assunto e aí, deverá se tomar as mesmas medidas faladas 
anteriormente. 
É importante dizer também, que o visitador, nunca deverá ajudar o paciente. Em muitas 
ocasiões, os pacientes se aproveitam da ausência dos enfermeiros e pedem ajudas para 
os visitadores. Neste caso, o enfermeiro deverá ser chamado imediatamente. A oração 
final deverá ser composta de palavras de ânimo e não de promessas, é simplesmente a 
expressão de diálogo com alguém que é infinitamente superior a nós. 
12 
 
4 VISITANDO UM PACIÊNTE EM UM ESTADO CRÍTICO 
 
A parte mais crítica para o Capelão e visitador trata-se da ocasião em que precisa visitar 
um paciente em um CTI. É um momento em que você sabe que se trata de um paciente 
grave, que inspira cuidados contínuos e rotineiros e que em muitas das vezes está em 
estado de coma. Neste caso, são tomados também certos cuidados como: Colocar uma 
roupa especial, também lavar as mãos tanto na entrada quanto na saída, e até mesmo 
uma máscara protetora. A visita não poderá passar de 5 minutos e tudo deverá ser feito 
de acordo com o ambiente do setor. 
As palavras para este paciente deverá ser recitada como uma voz suave, tranquila e 
baixa. O paciente em coma está mais sensível à captação de palavras por causa de seu 
estado de concentração manipulada. Por isso, é devidamente correto falar ao seu ouvido 
palavras de esperança e conforto (não de promessas). Escolha versículos bíblicos em 
que demonstre uma esperança, que há uma saída em fim, que o amor de Deus prevaleça. 
Em alguns casos, há uma deparação com doentes terminais (aqueles que já sabem que 
vão morrer), neste caso, é uma situação de bastante complexidade, pois, muitas 
perguntas ou até mesmo revoltas podem ocorrer. Eles veem você como uma 
representação do trabalho de Deus aqui na terra, e existem casos em que você poderá 
pagar o pato. 
Se for o caso, não agrave a situação, uma postura tranquila e de silêncio poderá ser a 
melhor coisa a se fazer. Só ore em pensamento. 
Em outros casos, mesmo o paciente já sendo diagnosticado, lhe fará perguntas das 
quais: Eu vou morrer? Tem jeito para mim? Por que eu? Neste caso, devolva a pergunta 
para ele, e se houver uma possibilidade, mostre-lhe o conforto que há na eternidade com 
Cristo. 
Para se obter um bom desenvolvimento do trabalho de Capelania hospitalar, é 
necessário estudar bastante estas técnicas e prestar bastante atenção no que diz o 
Capelão, pois, sendo assim, não haverá duvidas de êxito no trabalho e muitas almas 
serão ganhas e restauradas para o Reino de Deus! 
 
 
 
 
 
 
 
13 
5 EFEITOS EMOCIONAIS DO DIAGNOSTICO DE UMA DOENÇA 
 
Poucas pessoas, se é que existe alguém atravessam a vida sem experimentar 
periodicamente pelos menos uma doença. Parece provável que a doença tenha entrado 
na raça humana como resultado da queda, e dessa época todos ficou sabendo o que é 
não ter saúde. A bíblia menciona várias enfermidades cegueira, tumores, inflamações, 
febre, hemorragia, insanidade, lepra, paralisia e várias outras enfermidades. Fica claro 
de que cada uma delas causa tensão psicológica e física, e todas são mencionadas de 
modo a insinuar que a doença faz parte da vida neste mundo. 
Através de suas palavras e atos, Jesus ensinou que doenças, embora comum, é também 
indesejável. Ele passou grande parte do seu tempo curando os enfermos, encorajaram 
outros a fazerem o mesmo e mostrou a importância do cuidado cheio de amor daqueles 
que são necessitados e doentes. Jesus mostrou que ajudar um doente era o mesmo que 
ministrar a Ele. 
Uma enfermidade pode acontecer por uma variedade de causas. Algumas doenças 
surgem por meio de um vírus; por falta de higiene; por causas de defeitos genéticos; por 
causa de um acidente; por falta de uma alimentação correta ou adequada; ou velhice. 
Mas uma enfermidade envolve mais do que um problema físico. Junto com a 
enfermidade pode acontecer problemas emocionais, psicológicos, ou espirituais. Quem 
trabalha com enfermos deve saber lidar com os estes problemas. 
A descoberta de uma enfermidade desencadeia de imediato uma reação emocional 
intensa. Na concepção de alguns pacientes, aconteceu de forma inesperada. O medo 
com o inesperado são algumas das condições que acabam ocasionando a perda do 
equilíbrio emocional. 
 Pessoas reagem de formas diferentes com certas doenças, há pessoas que sofrem muita 
dor enquanto outras pessoas não sentem nada. A diferença pode ser atribuída para as 
experiências com dor, os valores culturais sobre a dor, ou até uma crença religiosa. 
Certas acham que quando alguém reagiu com a dor, isto representa uma fraqueza. 
Outras acreditam que Deus permite a dor e assim a dor deve ser aceita. Há, ainda, 
indivíduos onde a dor está relacionada com a ansiedade. 
Ás partes emocionais do paciente sofrem várias alterações suas rotinas são 
interrompidas, não compreendem o que está errado em seu corpo, ou não sabem quando 
ou se ficara bom. 
O resultado disso são as tensões emocionais que os pacientes enfrentam como: 
1-Tensão da ameaça a sua integridade 
Os enfermos são submetidos para uma série de experiências onde eles não têm controle 
sobre as circunstâncias. 
O paciente tem que obedecer a um médico, ouvir uma enfermeira, se submeter a 
estrutura de um hospital ou agenda estabelecida pelo tratamento médico, aceitar ordens 
para dormir, receber orientações para tomar medicamentos, ser instruído sobre o que 
deve ou não deve comer, etc. 
 
2- Tensão do medo de estranhos. 
 
 
14 
Os pacientes têm medo de que suas vidas e seus corpos tenham que ser colocados nas 
mãos de estranhos com quem talvez não tenham qualquer laço pessoal. 
 
3- tensão da ansiedade pela separação. 
A enfermidade nos separa; amigos, lar, rotina costumeira, trabalho. Durante a 
internação no hospital ficamos separados das pessoas e das coisas que nos são 
familiares, no momento em que mais precisamos delas. 
 
4- Tensão do medo de perder a aceitação. 
A doença e os ferimentos podem deixar as pessoas fisicamente deformadas, obrigando a 
moderar suas atividades e tornar dependentes de outras. Tudo isto pode ameaçar a sua 
autoestima e levar a temer que devido a essas mudanças as pessoas não irão mais amá-
los ou respeitá-los. 
 
5- Tensões do medo de perder o controle 
Perder o controle de forca física, agilidade mental, controle dos intestinos e bexigas,controle dos membros da fala, ou a capacidade de dominar as suas emoções é uma 
ameaça para os pacientes. E estas ameaças se tornam maiores quando o pacientes está 
exposto em um leito de hospital. 
 
6- Tensão do medo de expor ou perder partes do corpo. 
As pessoas doentes precisam expor as partes do corpo que doem e submeter-se ao 
exame visual e toque por parte da pessoa do médico. Isto podem ser embaraçoso e por 
vezes ameaçador, especialmente quando se torna aparente que uma parte de nosso corpo 
está doente, tem que ser operada ou mesmo removida. 
 
7- Tensão da culpa e medo do castigo. 
A doença ou acidente levam muitas vezes a pessoa a pensar que seu sofrimento possa 
ser um castigo por pecados ou faltas cometidas no passado, esta era a opinião do povo 
na época de Deitados na cama e se perguntando por quê? Essas pessoas podem se deixar 
vencer pela culpa, especialmente se não houver restabelecimento. 
Apesar de essas tensões serem comuns aos enfermos, temos que saber que existem 
diferenças no modo das pessoas reagirem algumas sentem ainda outras emoções: 
Deprimidas com a doença. 
Desanimadas com o tratamento. 
Frustradas com a vida. 
Iradas com os médicos e com Deus. 
Culpadas por não cuidarem da saúde. 
Confusas com o prognóstico. 
A compreensão das reações emocionais do pacientes do adoecer deve ser muito 
valorizada pelo médico, embora, na prática, isso frequentemente tem sido ignorado. A 
doença costuma ser estudada e entendida apenas pelo seu lado anatômico, clinico e 
sintomatológico. O que se pleiteia para o clinico é um enfoque mais generalista, através 
da compreensão da pessoa que vive a doença. 
 
 
15 
A necessidade de uma abordagem psicossocial com o paciente faz com que se 
reconheça o importante papel da informação sobre a doença na relação médico- paciente 
e, principalmente, na relação doente-doença, com evidentes benefícios à saúde do 
paciente. As falhas na educação apropriada repercutem na recuperação do paciente, nos 
cuidados pessoais, na ausência das necessárias mudanças de hábitos e, 
consequentemente, ficariam aumentadas as chances de resultados terapêuticos 
insatisfatórios. 
A descoberta de uma enfermidade é tão desestabilizadora, que afeta emocionalmente até 
os familiares do paciente. 
Quando uma pessoa fica enferma, sua família é afetada e, percebendo isto, o paciente se 
perturba. As mudanças na rotina familiar devido à doença, problemas financeiros, 
dificuldades em organizar as visitas ao hospital, e até a perda da oportunidade de 
contato íntimos para o casal podem criar tensão emocional como irritação e 
preocupação. 
É ai que o capelão como ministro da palavra de Deus, faz parte da equipe 
multidisciplinar, tornando-se responsável pelo atendimento espiritual, fraterno, amigo, 
solidário ao paciente. É ai que o capelão com sua habilidade devem transmitir o 
evangelho da paz, da esperança, da fé. Deve complementar o atendimento dispensado 
por parte dos médicos. 
O paciente tem o direito de ser validada, como pessoa humana em estado de debilidade 
física e emocional. 
Como pessoa humana feita à imagem e semelhança de Deus que fala alto grita e quer 
ser ouvida precisa além do tratamento médico de ajuda espiritual. É aí que inicia o 
trabalho do capelão é, quando solicitado encarregado de ministrar os cuidados religiosos 
e ajudar a pessoa enferma a reencontrar o equilíbrio perdido ou alterado. De igual modo 
é de sua responsabilidade ajudar o doente a aceitar passivamente a doença. A pessoa 
doente precisa aceitar a enfermidade dentro do quadro geral da vida humana que é 
limitada. O paciente através da Capelania vai descobrir que a doença também revela 
fatores positivos e significativos. O capelão deve incutir no paciente o senso de 
tranquilidade e confiança, preparando-o de forma amável, para o tratamento que se 
seguirá. A pessoa doente, devido ao seu estado de saúde abalado, carece por direito 
adquirido, humano e legal, de amizade, compreensão e amor, e ela espera encontrar 
tudo isso no hospital como um todo, e especialmente no capelão, que para ela é o 
Ministro da Palavra de Deus. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
16 
6 A BÍBLIA É A ESPERANÇA PARA O ENFERMO 
 
6.1 COMO O CAPELÃO PODE USAR A BÍBLIA PARA CONFORTAR O 
ENFERMO E SEUS FAMILIARES 
 
O capelão pode simbolizar o cuidado, o amor e a presença de Deus na vida de 
um paciente, um aluno, um soldado, um detento ou um profissional na instituição onde 
trabalha. 
Uma de suas tarefas é compartilhar a realidade do amor de Deus à pessoa e 
ajudá-la a mobilizar todos os seus recursos espirituais em direção a fé, a saúde, a paz 
mental e emocional. 
 A maioria dos pacientes nos hospitais ou fora deles, possui um vácuo espiritual 
em suas vidas. Pascal, o grande filósofo francês, disse certa vez: “Há um vácuo em 
forma de Deus no coração de cada homem e somente Deus pode preencher”. (Esta frase 
foi mencionada num projeto de Capelania apresentado pelo Pr. Gilson Fontes da Cruz 
ao conselho municipal de saúde). Esse vazio espiritual que é ausência do criador na 
criatura e que o leva a uma busca incessante de identidade e paz e por não entender 
como preencher o vazio, então permanece no redemoinho de atividades. É impossível 
alcançar felicidade duradoura através somente da mente, das emoções e do corpo sem o 
equilíbrio espiritual. Na mesma maneira que o homem experimenta necessidades físicas 
da fome e da sede e necessidades emocionais como o amor, e necessidade mental como 
curiosidade, da mesma forma possui necessidades espirituais profundas, que se 
manifestam em sua busca de Deus, o que revela que o homem é a única criatura que 
possui instinto religioso inato e consciência universal de culpa, segundo o Dr. Tim 
Lahaye. 
Muitas vezes a cura de alguma enfermidade, está diretamente ligada a uma cura 
interior, ou seja, do nosso espírito vindo do Espírito Santo. Para isso precisamos 
convidar o Espírito Santo a fluir de nosso espírito para nossa alma e daí para o nosso 
corpo e de nosso corpo para o mundo que nos cerca, assim quando a nossa vontade está 
pronta a permitir que o Espírito flua para a alma pode acontecer à cura, a restauração, o 
restabelecimento, o próprio consolo e conforto. O Espírito Santo deseja domar o “mal 
incontido” dentro de nós, (Tiago 3). Ele deseja mostrar-nos como usar nossas 
habilidades interiores para cura da alma e do corpo também. 
Quando analisamos mais profundamente os problemas dos enfermos, tanto nos 
hospitais, nas suas residências, nas igrejas e na sociedade de forma geral, chegamos à 
conclusão de que eles não são apenas de natureza física, mas psíquico-pneumático 
(cerebral e espiritual) e eles precisam ser tratados como tal. 
A capelã do Hospital das Clínicas de São Paulo, Eleny Vassão afirma: “Em cada 
doença existe um componente emocional, causado por um problema espiritual”. Cada 
paciente é uma pessoa integral (biopsico-social-espiritual) e todas essas facetas estão 
 
 
17 
intimamente interligadas: quando uma é afetada a outra também o é. Como afirma 
Eleny Vassão, eles sempre cobiçam ter uma dor na alma que nenhum medicamento 
pode aliviar ou curar. Sofrem de complexo de culpa, ódio, desejo de vingança, solidão e 
muitos outros problemas emocionais e espirituais que causam sua doença, ou que estão 
ajudando a complicá-las. E esses problemas precisam ser encarados e tratados como 
problemas espirituais. 
E a bíblia é uma ferramenta essencial para tratar esses problemas espirituais. 
Somente Jesus Cristo pode salvar a alma, somente Ele pode dar paz, mesmo em 
meio ao sofrimento, enchendo um coração amargurado e sem esperança com seu amor 
genuíno e lhe dando esperança de vida eterna. 
Espera-se que esta realidade possa mobilizar mais pessoas a se prepararem e 
levarem palavras consoladoras, bem como conselhos agradáveis e com resultados 
eternos. 
Precisamos demonstrar o amor fraternal (Romanos 12.10) 
Amai-vos cordialmenteuns aos outros com amor fraternal, preferindo-vos em 
honra uns aos outros. 
Precisamos dar o alimento necessário (Mateus 14.16) 
Jesus, porém, lhes disse: Não é mister que vão; dai- lhes vós de comer. 
Partindo assim desse pressuposto entendemos que há a necessidade de um 
atendimento integral ao indivíduo principalmente quando se trata de alguém enfermo ou 
familiar deste. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
18 
7 TESTEMUNHO PESSOAL 
Há quase doze anos quando era recém-casado, já vinha enfermo, perdendo peso, 
pois quase não me alimentava, pois com tudo que comia e bebia passava mal e estava 
sempre examinando estômago e intestino, e não se chegava a diagnóstico nenhum ( 
embora havia dado uma gastrite uma vez que mesmo tratada, não melhorou o meu 
quadro de saúde), então após acordar ensopado de suor por duas noites, fui ao médico 
que me pediu uma chapa de pulmão, que antes do médico diagnosticar o técnico 
radiológico já havia informado o resultado: tuberculose no lado direito. Esse 
diagnóstico por um lado foi uma bomba, mas por outro, parecia que havia acabado uma 
via crucis em busca de médicos, exames e hospitais que conseguissem descobrir o que 
eu tinha, mas apesar do desânimo pelo diagnóstico, gerou por outro lado uma força, pois 
havia sido revelado o causador de tanto transtorno na minha saúde e poderia, enfim, 
direcionar o foco para combater e vencer esse mal. Procurei um médico tisiologista, que 
me falou que deveria fazer um tratamento tomando um coquetel de antibióticos por seis 
meses. Eram 14 cápsulas que a medida dos meses deveria ser diminuída, porém 
debilitado como estava, meu organismo não resistiu. Pois, mal me alimentava, estava 
muito fraco e com o peso abaixo, tinha dificuldade de engolir e tomava o coquetel com 
suco, leite, mas era horrível. Mesmo antes de saber o que tinha, já havia sido 
hospitalizado várias vezes em atendimentos de emergência, pois passava muito mal. 
Principalmente depois que me alimentava, com sensação de sufocamento, pois o pouco 
que comia não digeria e ainda formava sulcos, gosmas que aumentava essa sensação de 
sufocamento. Dormia e acordava me sentindo mal. Quando comecei o tratamento que4 
me debilitou ao ponto de não me alimentar mais, vomitar constantemente sem ter mais 
nada pra sair, fui socorrido e transferido para um hospital de Curicica na zona oeste, 
onde havia alas para tuberculosos, aidéticos e outras enfermidades graves. A maioria em 
estado precário como eu que não conseguiram tratar-se em casa. A essa altura o 
psicológico é o seu maior inimigo. Para o cristão, embora conheça a palavra, é muito 
difícil, pois se fraquejar na fé, pode até abandoná-la pelo fato de orar, orar, pedir tanto a 
Deus e nada “aparentemente” acontecer. Passam pensamentos de frustração, rejeição, 
abandono, sentimento de tristeza, insegurança e até desespero. Quando não se é cristão, 
deve ser mais lógico, pelos fatos naturais lidar com a doença, mas para o cristão, quando 
está num estado crítico, que os medicamentos não surtem efeito, a pressão é muito 
maior por saber que tem um Deus grande a seu favor que fez tantos milagres, curou a 
tantos enfermos e sobre a sua vida nada acontece, parece que as orações não funcionam, 
ou que Deus não está ouvindo ou não quer atendê-lo, olhar na televisão em programas 
evangélicos testemunho de tantos milagres, conhecer e saber no meio que vivemos 
pessoas que foram curados de tantas situações difíceis de enfermidade, e ver que com 
você nada acontece. Não havia outra forma de tratamento, não havia outro tipo de 
medicação, ou era aquela ou não era nenhuma. Presenciei algumas mortes de pacientes, 
inclusive ao meu lado, ficava no isolamento onde ficavam sempre os mais debilitados. 
Só minha esposa vinha frequentemente (eu estava praticamente em “lua de mel” por 
estar recém-casado), minha mãe só veio uma vez, e quando conseguiu entrar no meu 
leito, só chorava, chorava..., era o que mais me doía, o sofrimento da minha mãe e da 
 
 
19 
minha família. Posso afirmar categoricamente que os maiores sentimento que permeiam 
o psicológico do enfermo grave são dois: A tristeza e a Insegurança. A tristeza pela dor 
dos familiares, principalmente no caso daqueles que o doente vê que não se conformam 
e não tem estabilidade para suportar e muito menos para fortalecer o doente neste 
momento tão difícil. Essa tristeza não é uma tristeza comum de só ficar triste, mas é 
uma tristeza acompanhada de muita dor e angústia pelo enfermo e ver o sofrimento de 
seus familiares pela sua dor e o temor de perdê-lo. Pensava constantemente que se 
morresse como ficaria a situação da minha família, pois minha mãe embora cristã, não 
aceitava de forma alguma nem minha doença, nem minha morte por ela, pois antes de ir 
para Curicica eu já havia sido desenganado pelo médico do PAM do meu município, 
que sem sensibilidade nenhuma disse para minha esposa que aquele medicamento era o 
único que havia para o meu tratamento, e se ele estava me fazendo mal, pois havia me 
dado uma hepatite medicamentosa, ela deveria preparar meu enterro, pois ficaria viúva. 
(Ela só me contou esse fato depois que Deus efetuou o milagre na minha vida me 
curou). Agora vou falar de um sentimento que com certeza é comum em todos os 
pacientes graves, a insegurança. Eu nunca sabia se estaria vivo no dia seguinte e muitas 
vezes não achava que chegaria ao final dele. A insegurança é uma aliada da tristeza 
nessas horas, pois, a incapacidade do paciente de poder reverter seu quadro e aliviar o 
desespero dos familiares, ou até mesmo de seguir lutando pois sabe que não depende de 
seus esforços nem o curar-se e nem manter-se vivo, sem contar a tortura dos 
pensamentos ruins para o “depois”. No caso da minha família, devido ao desespero 
maior da minha mãe, estava toda desestabilizada. Minha mãe só falava em morrer junto, 
não queria se alimentar. Eu tinha que buscar forças em mim para suportar, resistir e 
ainda fortalecer a fé de meus familiares e amigos, que graças a Deus me sustentou e me 
dava, mesmo sendo muito crítica minha situação, sempre tinha uma palavra de fé para 
dar a quem vinha me visitar e sabia que o bem mais precioso que possuía era a salvação 
da minha alma, e que se morresse, seria a vontade de Deus e estaria em um lugar melhor 
com Ele. Sempre guardava minha fé, sempre tinha uma esperança que poderia acordar 
melhor no outro dia, temia a morte mais pelos familiares, pois o sofrimento era tão 
grande que por diversas vezes, tive vontade de ir para o Senhor, alguns momentos até 
me entreguei, mas o Senhor não quis me levar, e cada vez, como das cinzas, sempre se 
renovava uma esperança em mim. Nunca deixei de acreditar que a qualquer momento 
Deus poderia entrar com providência e mudar aquele quadro. Certa vez fui ao banheiro 
de madrugada e vi no caminho um corpo enrolado numa maca, me deu um sentimento 
de pavor, me vi ali. Infelizmente poucos são os enfermeiros que tem paciência com os 
pacientes. Muitas vezes me vi fragilizado em minhas atitudes e ideias, esperava contar 
um pouco mais com a ajuda e compreensão dos enfermeiros, pois estavam 
constantemente comigo, torcia que tivesse algum cristão entre eles que pudessem me 
compreender e até me tratar melhor e me fazer sentir menos só, mas não havia nenhum. 
O ambiente era hostil, e isso é ruim para o paciente. Por duas vezes fui visitado por uma 
psicóloga, que só fazia uma série de perguntas a 500 anos-luz de você e ia embora. Até 
havia uma capela no hospital que minha esposa achou e fui uma tarde no horário de 
visita ao culto. Fui até conversar com o Pastor (não lembro se era) e pedir uma oração 
no final, mas depois não voltei mais, pois estava muito fraco e andava pra “longe” 
 
 
20 
(50m), praticamente escorado ou de cadeira de rodas quando precisava tirar chapa do 
pulmão. Apesar de todo sofrimento, tristeza pelos familiares e pela insegurança da 
minha situaçãoque não se resolvia, pedia folhetos a minha esposa e até evangelizei na 
minha ala, nunca deixei de acreditar, pois sei que Deus sempre quer o melhor para os 
seus filhos, e a palavra de Deus me confortava muito tanto para passar por essa situação 
para me conformar com ela, pois sabia que na pior das hipóteses Deus tinha algo melhor 
preparado para mim. Há dois versículos na Palavra de Deus que considerei essenciais 
para passar por essa provação e entender que mesmo de uma forma desagradável e 
dolorosa para mim eu estava inserido no contexto da vontade e desígnios de Deus. 
Um deles era: 
 “Mas, se o homem viver muitos anos e em todos eles se alegrar, também deve 
se lembrar dos dias de trevas, porque hão de ser muitos”. 
“Tudo quanto sucede é vaidade.” 
 Eclesiastes 11:8 
 Neste versículo entendia que o que eu passava, mesmo servindo a Deus, 
estava previsto por Deus, fazia parte da vida do homem na terra, não haveria somente 
dias felizes e eu estava passando pelos momentos de trevas, ainda que muito longos (por 
volta de dez anos), e sabia que Deus é poderoso para dissipá-las a qualquer momento e 
retornas os dias bons. 
 Também havia um que na época era essencial para explicar de forma clara, 
mesmo que pareça inexplicável e não deixar qualquer dúvida: 
“E sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, 
daqueles que são chamados por seu decreto.” 
 Romanos 8:28 
 
 Por mais que eu sofresse, meus familiares sofressem, eu cria, que mesmo com 
toda aflição, que tudo o que eu estava passando, embora diretamente não fizesse, 
cooperava para o meu bem. Entendia que no final dessa situação, embora qual fosse o 
desfecho, Deus guardava o melhor para mim, e eram nessas palavras que eu me 
apoiava, eu era literalmente alimentado pela palavra de Deus, Ela me sustentava a cada 
dia e não me fazia sucumbir por completo. Eu não tomava os remédios para tuberculose 
porque o meu organismo estava muito fraco e não me alimentava direito. Fiquei 
internado ali, para pegar um pouco de peso, fortalecer um pouco o corpo para ver se o 
organismo iria começar a aceitar os medicamentos. A esperança pelos olhos naturais era 
nenhuma, pois a reação do corpo era nenhuma. Não conseguia comer comidas sólidas, 
só pastosas tipo caldo, e sucos de caixinha, o corpo definhava ao ponto da balança 
digital marcar 29 quilos. Sabia que só a intervenção de Deus para ser curado, só um 
milagre, e quando não aguentei mais e senti que só poderia melhorar fora dali, depois de 
tanto pedir a minha esposa para me tirar, porém nem ela, nem meu pai assinavam a 
autorização, pois a psicóloga com o laudo médico disse que eu não resistiria lá fora, por 
estar muito fraco, doente e sem conseguir tomar os medicamentos que eu morreria, e 
ninguém queria arriscar e assinar minha sentença. Sabia que não iria durar muito 
naquele hospital com toda aquela opressão e o resto das forças que ainda tinham se 
esgotando e decidi num ato de fé lutar e confiar minha vida a Deus, pois no dia anterior 
 
 
21 
havia morrido um paciente na enfermaria ao lado pedindo socorro a madrugada toda e 
os enfermeiros trancados em suas salas com ar-condicionado e no outro dia de manhã, 
consolaram aos familiares dizendo que usaram todos os recursos e fizeram tudo que 
puderam para salvar o paciente, então, resolvi fugir, pois preferiria morrer lutando a 
sofrer esquecido e abandonado pelos meus familiares, então em um domingo à tarde no 
horário de visita, já no final quando a sirene anunciara o fim da visita, de posse da roupa 
que minha esposa trouxe que eu pedi para trazer, fui ao banheiro, e com a agulha do 
soro e o conector na veia do braço, troquei de roupa e enquanto as pessoas saiam, Deus 
me guardou no caminho de dentro do hospital até a saída, quando saí escorado na minha 
esposa e cheguei até em casa para espanto dos meus pais e familiares. Senti minhas 
forças espirituais renovando, minha estima aumentou, pois me sentia mais seguro junto 
de meus familiares, sentia que Deus me guardou até ali, pois me arrastava praticamente 
escorado num cabide de soro, e deitado na minha cama, aconteceu algo que não ocorria 
há muito tempo: senti fome. Perguntei o que tinha para comer e pedi para minha mãe 
bater no liquidificador arroz, feijão e frango, e consegui comer um prato cheio, e ali, 
senti que Deus iniciou o milagre da cura em mim, pois esperei a resposta do organismo, 
e demorou mas consegui digerir, e aos poucos o organismo conseguiu aceitar os 
alimentos, até que fui fortalecendo um pouco, melhorando e comecei a fazer o 
tratamento num posto. Sabia que o tratamento para erradicar a doença era de seis meses, 
e o organismo foi aceitando o tratamento (com dificuldade), a confiança aumentava 
mais, pois dia a dia víamos Deus operar, sustentar e assim com dois meses, me senti mal 
e fui socorrido no PAM mais próximo, e um pouco abalado, o médico me pediu uma 
chapa de pulmão, e sem saber de nada, viu uma cicatriz grande do lado direito do 
pulmão, como se já fosse de muito tempo. Foi uma alegria muito grande pois chegamos 
a pensar que a doença havia regredido, então fomos para casa, pois depois da notícia já 
não sentia mais nada, ou seja, vi como plano de Deus a ida àquele PAM para atestar a 
obra miraculosa que fez na minha vida, então saí mais animado e decidi obedecer as 
instruções médicas e completei o tratamento de seis meses. Somente a fé na Palavra de 
Deus é que pode sustentar o homem em momentos tão críticos. O homem natural se 
entristece se desespera se entrega aos pensamentos negativos. Há a necessidade de 
apoio espiritual aos doentes, principalmente os críticos, mais um apoio de carinho, de 
palavras de fé que levantem a estima do enfermo, que dê a eles uma segurança espiritual 
necessária que eles tenham força para os sustentarem nesses momentos difíceis. O 
enfermo se torna mais sensível e acessível a palavra de Deus pelo benefício que ela 
propõem nesses momentos, e são nesses momentos que se torna imprescindível o apoio 
espiritual e fraternal que tanto lhe fazem bem O Capelão deve sempre se espelhar no 
exemplo de Jesus que pacientemente atendia a todos os doentes, tinha (e tem) sempre 
uma Palavra de fé, de ânimo e de salvação. É só seguir o exemplo de Jesus e estar 
disponível como Ele, pois, num ambiente de hospital em que as pessoas não estão ali 
porque querem ou por prazer, mas, muitos cansados e oprimidos pela enfermidade, só 
mesmo Jesus através do poder da sua palavra tem o poder de confortar e trazer o 
verdadeiro alívio: 
 
 
 
22 
"Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei.” 
Mateus 11:28 
 Que esse texto abaixo sirva de inspiração não só para aqueles que desejam 
exercer a Capelania, mas exercer o ministério evangelístico ao qual todos foram 
chamados: 
 "O ESPÍRITO do Senhor DEUS está sobre mim; porque o SENHOR me ungiu, 
para pregar boas novas aos mansos; enviou-me a restaurar os contritos de coração, a 
proclamar liberdade aos cativos, e a abertura de prisão aos presos; 
 A apregoar o ano aceitável do SENHOR e o dia da vingança do nosso Deus; a 
consolar todos os tristes; 
 A ordenar acerca dos tristes de Sião que se lhes dê glória em vez de cinza, óleo 
de gozo em vez de tristeza, vestes de louvor em vez de espírito angustiado; a fim de que 
se chamem árvores de justiça, plantações do SENHOR, para que ele seja glorificado." 
Isaías 61:1-3 
 
 
6 CONCLUSÃO 
 
 
Fica claro que o trabalho de Capelania hospitalar é muito importante, porém, é preciso 
ser realizado por uma pessoa que tenha o verdadeiro chamado de Deus para essa obra e 
que busque a capacitação para tal, assim o nome do Senhor será glorificado e muitas 
vidas serão abençoadas.23 
REFERÊNCIAS 
 
 
O Sorriso Escondido de Deus, John Piper, Sheldd Publicações 
Maravilhosa Graça, Philip Yancey, Vida 1999 
Deus sabe que sofremos, Philips Yancey, Vida 1999 
Mundo Cristão 
BIBLIOGRAFIA: 
GENTIL, Rosana Chami; GUIA, Beatriz Pinheiro da; SANNA, Maria Cristina. Organização de serviços 
de capelania hospitalar: um estudo bibliométrico. Esc. Anna Nery, Rio de Janeiro, v. 15, n. 1, Mar. 
2011. Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-
81452011000100023&lng=en&nrm=iso>. access on 15 Feb. 2014. http://dx.doi.org/10.1590/S1414-
81452011000100023 
 
 
 
 
 
 
 
	RESUMO
	SUMÁRIO
	1 INTRODUÇÃO

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