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Brenda Amengol QUESTIONÁRIO DE DIREITO TRIBUTÁRIO 1 1. ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS E COMPETÊNCIA 1) A competência tributária não se confunde com a capacidade tributária ativa. Aquela se traduz na aptidão para instituir tributos, enquanto esta é o exercício da competência, ou seja, a aptidão para cobrar tributos. Nesse sentido, é correto afirmar que (A) compete à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios instituir impostos, taxas, contribuições de melhoria, assim como as contribuições para o custeio do serviço de iluminação pública. (B) em virtude do princípio federativo, que, entre outras consequências, delimita entre os entes políticos o poder de tributar, ao Distrito Federal compete apenas instituir espécies tributárias próprias dos Estados-membros da federação (C) a União pode instituir, via lei ordinária, impostos além dos previstos na Constituição, mediante dois requisitos: que eles sejam não cumulativos e que não tenham fato gerador próprio dos impostos já previstos constitucionalmente. (D) em Território Federal, os impostos estaduais são de competência da União. Caso o Território não seja dividido em Municípios, cumulativamente, os impostos municipais também são de competência da União. RESPOSTA: a) Errada: A COSIP é de competência exclusiva dos Municípios e DF –arts. 149-A da CF. b) Errada: dos Estados e DF. c) Errada: somente mediante lei complementar, no uso da sua competência residual. d) Correta: Art. 147 da CF. 2) Com base no Sistema Tributário Nacional, assinale a alternativa correta. (A) A contribuição de melhoria é um tributo de competência exclusiva dos Estados federados. (B) As taxas podem ser instituídas pela União, Estados e Distrito Federal e Municípios. (C) O ICMS tem destinação orçamentária específica. (D) Os impostos têm por finalidade precípua a intervenção do Estado na atividade econômica. RESPOSTA: a) Errada: A CF outorgou competência para que, simultaneamente, qualquer ente institua contribuição de melhoria, desde que realize obra pública da qual decorra valorização imobiliária. b) Correta: art. 77 e 78 do CTN. O ente que prestar serviço público específico e divisível ou em razão do poder de polícia. c) Errada: o ICMS, como imposto que é, não tem destinação específica, servindo para cobrir despesas gerais. Vedação constitucional –art. 167, IV. d) Errada: essa é a função da CIDE. 3) Tendo em vista a necessidade de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional, o Estado de Sergipe, mediante lei complementar, em 06 de junho de 2005, instituiu empréstimo compulsório, cujo fato gerador era a venda de mercadoria; a base de cálculo, o valor da mercadoria importada; e a alíquota, 10%. Quanto ao empréstimo compulsório descrito acima, é correto afirmar que: a) Trata-se de uma exigência legítima, porque os empréstimos compulsórios podem ter fatos geradores próprios de impostos. b) O empréstimo compulsório instituído pelo Estado de Sergipe, cumpriu com todos os requisitos constitucionais para a sua exigência. c) Trata-se de uma exigência inconstitucional, porque os empréstimos compulsórios são de competência privativa da União Federal. d) Deve ser declarado inconstitucional, porque a Constituição determina que o fato gerador do empréstimo compulsório é o investimento público de caráter urgente e relevante interesse nacional. RESPOSTA: a) Falsa: muito embora possa haver coincidência do FG dos impostos, a cobrança não é legítima, já que o Estado não é competente para instituir tal espécie tributária. A competência é exclusiva da União. b) Falsa: o Estado não tem competência para a instituição do referido tributo. Art. 148, CR/88. c) Verdadeira: art. 148, CR/88. d) Falsa: O investimento público de caráter urgente e relevante interesse nacional não é fato gerador do empréstimo compulsório e sim uma das situações em que sua criação é possível. O fato gerador virá descrito na lei complementar criadora do empréstimo compulsório. Brenda Amengol QUESTIONÁRIO DE DIREITO TRIBUTÁRIO 2 4) A União criou um novo imposto não previsto na CRFB mediante lei complementar sobre a propriedade de veículos de duas rodas não motorizados, que adota fato gerador e base de cálculo diferente dos demais discriminados na Constituição. Nessa situação, a União terá feito uso de competência A) comum. B) residual. C) cumulativa. D) extraordinária RESPOSTA: a) Errada: competência comum é exercida pela União, Estados, DF e Municípios, a fim de instituírem taxas e contribuições de melhoria. b) Correta: Somente a União terá competência para instituir novos impostos não previstos no artigo 153, e desde que sejam não cumulativos e que não tenham fato gerador ou base de cálculo dos impostos previstos na CF – art. 154, I, da CF. c) Errada: A competência cumulativa é exercida pelo DF, com relação aos impostos estaduais e municipais – art. 147 da CF. d) Errada: A competência extraordinária é exercida exclusivamente pela União, para instituir imposto extraordinário de guerra, obedecido o disposto no art. 154, II da CF. 5) Em relação ao imposto sobre a propriedade de veículos automotores – IPVA -, assinale a única opção INCOMPATÍVEL com o previsto na Constituição Federal. A) Poderão ser estabelecidas alíquotas diferenciadas do IPVA em função da procedência do veículo, se nacional ou estrangeira. B) O IPVA é um imposto de competência dos Estados e do Distrito Federal. C) Poderão ser estabelecidas alíquotas diferenciadas do IPVA em função do tipo e da utilização do veículo. D) Pertence aos municípios parte do produto da arrecadação do IPVA relativamente aos veículos automotores licenciados em seus territórios. RESPOSTA: a) Errada: art. 152, da CF. b) Correta: art. 155, III da CF. c) Correta: art. 155, §6º, inc. II, da CF. d) Correta: art. 158, III, da CF 6) O Município Alfa realizou obras nas praças públicas de determinado bairro, incluindo iluminação e arborização. Tais obras acarretaram a valorização imobiliária de dezenas de residências daquela região. Em decorrência disso, o município instituiu contribuição de melhoria. Sobre a contribuição em questão, segundo o CTN, assinale a afirmativa correta. A) É inválida, pois deveria ter sido instituída pelo Estado Beta, onde está localizado o Município Alfa. B) É válida, porque foi instituída para fazer face ao custo de obra pública da qual decorre a valorização imobiliária. C) É válida, mas poderia ter sido instituída independentemente da valorização dos imóveis dos contribuintes. D) É inválida, porque deveria ter, como limite individual, o valor global da despesa realizada pelo Poder Público na obra e não a valorização de cada imóvel. RESPOSTA: a) Errada: o ente que realiza a obra é que detém a competência para instituir a contribuição de melhoria. b) Correta: artigo 81, CTN. c) Errada: artigo 81, CTN. Somente é legítima se houver valorização imobiliária. Do contrário, é inconstitucional. d) Errada: Artigo 81, CTN. O limite individual é o valor de valorização de cada propriedade. Já o limite total é o custo da obra. A observância dos dois limites é indispensável para se tornar legítima a exação. 2. LIMITAÇÕES CONSTITUCIONAIS AO PODER DE TRIBUTAR (PRINCÍPIOS E IMUNIDADES) 1) Quanto às imunidades, isenções ou não incidência, é correto afirmar: a) A não incidência constitucional refere-se à imunidade. b) A ausência de lei específica tributando aquele fato é hipótese de isenção. c) A isenção é uma decisão de não tributação por parte da Constituição Federal. d) No caso de isenção o ente não tem competência tributária. RESPOSTA: a) Verdadeira:a CF não utiliza o vocábulo “imunidade”, sendo este um apelido doutrinário. Brenda Amengol QUESTIONÁRIO DE DIREITO TRIBUTÁRIO 3 Toda vez que a CF retira determinado tributo do campo da competência por ela distribuída aos entes federados, está-se diante de um caso de imunidade. b) Falsa: art. 150, §6º, CF. c) Falsa: trata-se de imunidade. d) Falsa: art. 151, III, CF. Vedação às isenções heterônomas. Regra geral: isenções autônomas. Excepcionalmente, como é o caso do art. 156, §3º, II, CF o ente que concede a isenção não é o mesmo que possui competência para instituir o tributo. 2) Em determinado Município, foi aprovada lei reduzindo o valor das alíquotas do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) e criando determinada taxa pelo exercício do poder de polícia. Em relação a estes tributos, é correto afirmar que: a) Ambos somente poderão ser exigidos no exercício seguinte, não sendo necessário, porém, aguardar noventa dias da data em que tenha sido publicada referida lei. b) Ambos somente poderão ser exigidos no exercício seguinte, sendo necessário, ainda, aguardar noventa dias da data em que tenha sido publicada referida lei. c) As alterações relativas ao IPTU poderão ser aplicadas imediatamente, sendo que a taxa somente poderá ser cobrada no exercício seguinte, respeitado o prazo de noventa dias da data em que tenha sido publicada referida lei. d) A taxa poderá ser cobrada no exercício financeiro seguinte, sem necessidade de se respeitar o prazo de noventa dias contado da publicação da lei, mas o IPTU somente poderá ser exigido, no exercício seguinte, e após transcorrido o referido prazo de noventa dias. RESPOSTA: a) Falsa b) Falsa c) Verdadeira: para a redução de tributos não há que se respeitar o princípio da anterioridade, apenas o da legalidade, já que o art. 97 do CTN prevê a necessidade de lei para a redução e tal artigo foi recepcionado. No entanto, o art. 150, III, “b” e “c” da Constituição que versa sobre o princípio da anterioridade exige que se troque o exercício financeiro e que se aguarde um prazo mínimo de 90 dias para a cobrança de novo tributo ou de tributo majorado. Já a taxa, sendo uma espécie tributária e não sendo exceção ao princípio da anterioridade, deve aguardar, além de 90 dias da data da publicação da lei, a troca do exercício financeiro. d) Falsa 3) Quanto ao princípio da igualdade é correto afirmar: a) O princípio da igualdade exige que todos os contribuintes sejam tributados de forma igual, devendo-se aplicar uma única alíquota para todas as faixas de rendimentos. b) A tributação diferenciada em virtude do valor do faturamento, prevista na Lei Complementar n. 123/2006, que institui o Simples Nacional, fere o princípio da igualdade. c) A sistemática relativa às alíquotas progressivas, aplicada ao Imposto de Renda das Pessoas Físicas, fere o princípio da igualdade. d) A Constituição da República proíbe que sejam operadas distinções em razão da ocupação profissional ou função exercida. RESPOSTA: a) Falsa: o princípio da igualdade ou da isonomia, numa primeira visão, impõe tratamento jurídico idêntico a todos que se encontrem em situação idêntica ou similar. Mas respeitar o princípio da igualdade significa não somente tratar igualmente os que se encontrem em situações equivalentes, mas também tratar de maneira desigual aqueles que se encontrem em situações desiguais, na medida de suas desigualdades, sendo que, em termos tributários, igualdade significa igualdade de capacidade contributiva. b) Falsa: admite-se tratamento discriminatório desde que haja razoabilidade para tanto, a partir do enfoque finalístico do instituto estabelecido na lei. Respeita-se, portanto, o princípio da isonomia ao dispensar tratamento favorecido às empresas de pequeno porte e microempresas. c) Falsa: a falsa ideia de que todos são iguais, e por isso merecem o mesmo tratamento é contrária à adequada aplicação do princípio da isonomia. As diversidades existentes entre as pessoas no tocante à sua capacidade contributiva devem ser respeitadas para que a garantia da igualdade, mais do que meramente formal, seja uma garantia substancial. d) Verdadeira: art. 150, II, CR/88. 4) O princípio da irretroatividade, em matéria tributária: Brenda Amengol QUESTIONÁRIO DE DIREITO TRIBUTÁRIO 4 a) impede a concessão de remissão ou anistia pelos Estados ou pelos Municípios. b) impede a aplicação de normas mais benéficas ao sujeito passivo, nos casos de haver edição de lei que comine penalidade menos gravosa. c) implica na postergação da vigência da lei tributária para o exercício seguinte ao de sua publicação. d) aplica-se às hipóteses de instituição de contribuição de intervenção no domínio econômico. RESPOSTA: a) Falsa: o princípio da irretroatividade impede tão-somente que a lei que tenha criado ou majorado tributos alcance fatos geradores ocorridos antes do início de sua vigência –art. 150, III, “a”, CR/88. b) Falsa. Art. 106, CTN. c) Falsa. Trata-se do princípio da anterioridade e, na verdade, não se trata de vigência postergada, mas de eficácia da lei. d) Verdadeira. Todos os princípios constitucionais tributários se aplicam a todas as espécies tributárias, a não ser que haja exceção expressa na Constituição. 5) Em relação à imunidade tributária, assinale a alternativa correta: a) A imunidade recíproca é exemplo de imunidade condicionada. b) A lei complementar pode prever outras hipóteses de imunidade, além daquelas já previstas na Constituição Federal. c) Em razão da imunidade recíproca, os serviços cartorários, sendo espécie de serviço público, não podem ser tributados. d) As pessoas beneficiadas por imunidade podem ser obrigadas ao cumprimento de obrigações tributárias acessórias. RESPOSTA: a) Falsa -A imunidade recíproca não necessita de qualquer condição para sua instituição, conforme disposto no art. 150, VI, “a”, CR/88. b) Falsa -Somente a CR/88 pode regulamentar a existência das imunidades, sendo que a lei complementar somente poderá regular as limitações constitucionais ao poder de tributar, conforme disposto no art. 146, II, CR/88. c) Falsa –Não há a referida determinação na CR/88. d) Verdadeira –As obrigações principais e acessórias, em Direito tributário, não se vinculam. Assim, existindo a obrigação acessória, ela é devida, mesmo que a obrigação principal seja albergada pela imunidade. 6) Considere a seguinte situação hipotética: lei federal fixou alíquotas aplicáveis ao ITR e estabeleceu que a alíquota relativa aos imóveis rurais situados no Rio de Janeiro seria de 5% e a relativa aos demais Estados do Sudeste de 7%. Tal enunciado normativo viola o princípio constitucional a) da uniformidade geográfica da tributação. b) da legalidade tributária. c) da liberdade de tráfego. d) da não diferenciação tributária entre a procedência e o destino do produto. RESPOSTA: a) Verdadeira. Artigo 151, I CF. O enunciado é claro ao dizer da existência de tributação diferenciada segundo a localização do bem tributado. Sendo o ITR um tributo federal, a tributação deve ser uniforme em todo território nacional, ressalvada a possibilidade de criação de incentivo fiscal com fins específicos. b) Falsa. artigo 150, I CF e artigo 97, inciso CTN. c) Falsa. artigo 150, V CF. d) Falsa. artigo 152 CF. 7) A imunidade recíproca impede que a) o Município cobre a taxa de licenciamento de obra da União. b) o Estado cobre tarifa de água consumida em imóvel da União. c) a União cobre Imposto de Renda sobre os juros das aplicações financeiras dos Estados e dos Municípios. d) o Estado cobre contribuição de melhoria em relação a bem do Município valorizado em decorrência de obra pública.RESPOSTA: a) Falsa. Artigo 150, VI, a, CF. b) Falsa. Artigo 150, VI, a, CF. c) Verdadeira. Artigo 150, VI, a, CF. d) Falsa. Artigo 150, VI, a, CF. 8) A Lei X, promulgada em 20 de outubro de 2008, determinou a majoração do ISS. Já a Lei Y, promulgada em 16 de novembro de 2009, reduziu o ICMS de serviços de telecomunicação. Brenda Amengol QUESTIONÁRIO DE DIREITO TRIBUTÁRIO 5 Por fim, o Decreto Z, de 8 de dezembro de 2007, elevou o IOF para compras no exterior. Diante dessas hipóteses, é correto afirmar que A) o ISS poderá ser cobrado somente quando decorridos 90 dias da publicação da Lei X, ao passo que os novos valores do ICMS e do IOF poderão ser cobrados a partir da publicação dos diplomas legais que os implementaram. B) todos os impostos mencionados no enunciado somente poderão ser cobrados no exercício financeiro seguinte à publicação do diploma legal que os alterou por força do princípio da anterioridade. C) na hipótese do enunciado, tanto o ISS como o ICMS estão sujeitos ao princípio da anterioridade nonagesimal, considerada garantia individual do contribuinte cuja violação causa o vício da inconstitucionalidade. D) o IOF, imposto de cunho nitidamente extrafiscal, em relação ao princípio da anterioridade, está sujeito apenas à anterioridade nonagesimal, o que significa que bastam 90 dias da publicação do decreto que alterou sua alíquota para que possa ser cobrado. RESPOSTA: a) Correta: o ISS não é exceção ao princípio da anterioridade e nem noventena. No caso, a anterioridade já estaria automaticamente respeitada, já que, aplicando-se os 90 dias,já entraria no ano subsequente. b) Errado: as alterações do ICMS e do IOF serão aplicadas no mesmo exercício financeiro. c) Errado: houve redução do ICMS, motivo pelo qual não se aplicam os princípios da anterioridade e noventena. d) Errado: o IOF é exceção tanto à anterioridade quanto à noventena. 9) Suponha que determinada Medida Provisória editada pela Presidenta da República, em 29/09/2012, estabeleça, entre outras providências, o aumento para as diversas faixas de alíquotas previstas na legislação aplicável ao imposto de renda das pessoas físicas. Nesse caso, com base no sistema tributário nacional, tal Medida Provisória A) não violaria o princípio da legalidade e produzirá efeitos a partir da data de sua publicação. B) violaria o princípio da legalidade, por ser incompatível com o processo legislativo previsto na Constituição Federal/88. C) não violaria o princípio da legalidade e produzirá efeitos a partir de 90 (noventa) dias contados a partir da data de sua publicação. D) não violaria o princípio da legalidade e só produzirá efeitos a partir do primeiro dia do exercício financeiro subsequente à data de sua conversão em lei. RESPOSTA: a) Errada: art. 62, §2º da CF. b) Errada: art. 62, §2º da CF. c) Errada: art. 62, §2º da CF. d) Correta: art. 62, §2º da CF. A exceção aplica- se, tão somente, para alteração do II, IE, IPI, IOF e IEG. O restante, somente após a conversão em lei. 10) O Município X instituiu taxa a ser cobrada, exclusivamente, sobre o serviço público de coleta, remoção e tratamento de lixo e resíduos provenientes de imóveis. A igreja ABC, com sede no Município X, foi notificada da cobrança da referida taxa. Sobre a hipótese apresentada, assinale a afirmativa correta. A) As Igrejas são imunes; portanto, não devem pagar a taxa instituída pelo Município X. B) A taxa é inconstitucional, pois não é específica e divisível. C) A taxa é inconstitucional, uma vez que os Municípios não são competentes para a instituição de taxas de serviço público. D) A taxa é constitucional e as Igrejas não são imunes. RESPOSTA: a) Errada: Artigo 150, VI, b da CF. A imunidade das entidades religiosas abrange, tão somente, os impostos. Aliás, a imunidade prevista neste artigo aplica-se somente no que tange aos impostos. Logo, as taxas são devidas. b) Errada: o STF já decidiu que a coleta de lixo se enquadra nos requisitos indispensáveis para a cobrança de taxa: específico e divisível. c) Errada: Artigo 145, CF. A competência é comum, ou seja, União, Estados, DF e Municípios, desde que prestem o serviço público específico e divisível, possuem legitimidade para instituir taxas. d) Correta: Artigo 150, VI, b da CF. Como afirmado anteriormente, a imunidade se aplica aos impostos, e não às taxas. Logo, as taxas são devidas. 11) Por meio da Lei Ordinária nº 123, a União instituiu contribuição não cumulativa destinada a Brenda Amengol QUESTIONÁRIO DE DIREITO TRIBUTÁRIO 6 garantir a expansão da seguridade social, utilizando, para tanto, fato gerador e base de cálculo distintos dos discriminados na Constituição da República. A referida lei foi publicada em 1º de setembro de 2015, com entrada em vigor em 2 de janeiro de 2016, determinando o dia 1º de fevereiro do mesmo ano como data de pagamento. Por considerar indevida a contribuição criada pela União, a pessoa jurídica A, atuante no ramo de supermercados, não realizou o seu pagamento, razão pela qual, em 5 de julho de 2016, foi lavrado auto de infração para a sua cobrança. Considerando a situação em comento, assinale a opção que indica o argumento que poderá ser alegado pela contribuinte para impugnar a referida cobrança. A) A nova contribuição viola o princípio da anterioridade nonagesimal. B) A nova contribuição viola o princípio da anterioridade anual. C) A nova contribuição somente poderia ser instituída por meio de lei complementar. D) A Constituição da República veda a instituição de contribuições não cumulativas RESPOSTA: a) Errada: não violou o princípio da anterioridade nonagesimal, pois transcorreu o prazo de 90 (noventa) dias entre a publicação da lei e a entrada em vigor. b) Errada: não violou, pois houve a troca do exercício financeiro, o que demonstra o cumprimento o cumprimento deste princípio. c) Correta: de acordo com o artigo 195, parágrafo 4º, cumulado com o artigo 154, I, ambos da CF, as novas contribuições somente poderão ser instituídas por meio de lei complementar. d) Errada: a CF não veda; pelo contrário. No artigo 195 há previsão de sua criação. 3. LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA (VIGÊNCIA, APLICAÇÃO E INTERPRETAÇÃO) 1) No ano de 2001, certo contribuinte deixou de recolher um imposto cuja alíquota, à época, era de 10%. A lei então em vigor previa multa de 20% do valor devido, em caso de inadimplência. No decorrer do ano de 2002, a legislação foi alterada, para majorar a alíquota desse imposto para 15% e reduzir a multa por inadimplência para 10% do valor devido. Eventual auto de infração a ser lavrado em 2003 contra esse contribuinte, pelo não-pagamento do imposto referente ao fato gerador ocorrido em 2001, deve levar em conta: a) Alíquota de 10% e multa de 20% b) Alíquota de 10% e multa de 10% c) Alíquota de 15% e multa de 20% d) Alíquota de 15% e multa de 10% RESPOSTA: a) Falsa b) Verdadeira: art. 144, CTN e art. 106, II, “c”, CTN. A alíquota não muda, permanece a mesma da época da ocorrência do FG. Já a lei mais benéfica em matéria de infração tributária pode retroagir. c) Falsa d) Falsa 2) De acordo com o Código Tributário Nacional, aplica-se retroativamente a lei tributária na hipótese de: a) analogia, quando esta favorecer o contribuinte. b) extinção do tributo, ainda não definitivamente constituído. c) graduação quanto à natureza de tributo aplicável, desde que não seja hipótese de crime. d) ato não definitivamente julgado, quando a lei nova lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo de sua prática. RESPOSTA: a) Falsa. Artigo 108, inciso I, CTN b) Falsa. Artigo 108, CTN. c) Falsa. Artigo 112, IVc/c artigo 108 CTN. d) Verdadeira. Artigo 106, II, CTN. 3) O emprego da analogia, em matéria tributária, resultará na a) majoração de tributo. b) instituição de tributo. c) exclusão do crédito tributário. d) impossibilidade de exigência de tributo não previsto em lei. RESPOSTA: a) Falsa. Artigo 108 CTN b) Falsa. Artigo 108 CTN c) Falsa. Artigo 108 CTN d) Verdadeira. Artigo 108, § 1º CTN. Se a criação de tributos reclama a edição de lei, não é razoável que, na ausência de lei, integrando-se a Brenda Amengol QUESTIONÁRIO DE DIREITO TRIBUTÁRIO 7 norma tributária através da analogia, se possa exigir tributo sem a respectiva lei criadora. 4. OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA (FATO GERADOR, SUJEITO ATIVO, SUJEITO PASSIVO, CAPACIDADE, SOLIDARIEDADE E DOMICÍLIO) 1) Uma pessoa jurídica que não se encontre regularmente constituída, configurando apenas uma unidade econômica, devidamente organizada do ponto de vista operacional, mas sem qualquer registro na Junta Comercial ou na Secretaria da Receita Federal: a) não está obrigada ao pagamento de imposto, visto que não pode ser fiscalizada. b) está fora da área de incidência tributária. c) está beneficiada pela isenção. d) possui capacidade tributária passiva. RESPOSTA: a) Falsa b) Falsa c) Falsa d) Verdadeira: art. 126, III, CTN. 2) Assinale a alternativa correta: a) Tratando-se de obrigação tributária solidária, não se pode exigir o pagamento do IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) de José e João, proprietários de um imóvel residencial, visto que João é portador de AIDS (síndrome da imunodeficiência adquirida), e a lei municipal concede a isenção do IPTU aos proprietários portadores de AIDS. b) Em nenhuma hipótese as convenções particulares, relativas à responsabilidade pelo pagamento de tributos, podem ser opostas à Fazenda Pública, para modificar a definição legal do sujeito passivo das obrigações tributárias correspondentes. c) O domicílio tributário é definido pelo sujeito passivo, podendo o local da escolha ser recusado pela autoridade administrativa quando dificultar a fiscalização do tributo. d) O pagamento de taxa é considerado obrigação tributária acessória, porque este pagamento é requisito para a obtenção de prestação de serviço público específico e divisível. RESPOSTA: a) Falsa: art. 125, II, CTN. b) Falsa: a letra B estaria correta se não contivesse a expressão “em nenhuma hipótese”, já que o art. 123 do CTN prevê a possibilidade de lei dispor de forma diversa. c) Verdadeira: art. 127, §2º, CTN d) Falsa: art. 113, §1º, CTN. 3) Caso determinado município venha a atualizar o valor monetário da base de cálculo do IPTU, tal hipótese a) deve vir regulada por lei. b) deve vir regulada por lei complementar. c) enquadra-se como majoração de tributo. d) poderá ser disciplinada mediante decreto. RESPOSTA: a) Falsa. Artigo 150, I, CF c/c artigo 97, I e § 2º do CTN. b) Falsa. Artigo 146 CF c) Falsa. Artigo 97, § 2º CTN. d) Verdadeira. Artigo 150, I, CF c/c artigo 97, I e § 2º do CTN. A atualização monetária de base de cálculo não caracteriza majoração tributária. Assim sendo, tal manobra não requer a edição de lei em sentido estrito. 4) A obrigação tributária principal tem por objeto: a)o pagamento de tributo ou penalidade pecuniária. b)a inscrição da pessoa jurídica junto ao Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica –CNPJ. c)a prestação de informações tributárias perante a autoridade fiscal competente. d)a escrituração de livros contábeis. RESPOSTA: a) Verdadeiro. Art. 113, §1º, CTN. b) Falso: Trata-se de obrigação acessória. c) Falso: Trata-se de obrigação acessória. d) Falso: Trata-se de obrigação acessória. 5) Três irmãos são donos de um imóvel, em proporções iguais. Em relação ao IPTU, cada irmão A) só pode ser cobrado pelo fisco na razão de 33,33% do imposto. B) é devedor solidário em relação ao todo do imposto. C) é devedor na razão de 33,3% do imposto e responsável subsidiário pelo restante. D) não pode ser cobrado judicialmente pela parte de outro irmão que tenha recursos para pagá-la. RESPOSTA: Brenda Amengol QUESTIONÁRIO DE DIREITO TRIBUTÁRIO 8 a) Errada: art. 124, I, do CTN. b) Correta: art. 124, I, do CTN. c) Errada: art. 124, I, do CTN. d) Errada: art. 124, I, do CTN. 6) João e Pedro são, por lei, contribuintes obrigados solidariamente a pagar determinado tributo. Foi publicada lei que isenta os ex-combatentes do pagamento de tal tributo, sendo este o caso pessoal somente de João. Tendo em vista essa situação, assinale a afirmativa correta. A) Sendo um caso de isenção pessoal, a lei não exonera Pedro, que permanece obrigado a pagar o saldo remanescente, descontada a parcela isenta em favor de João. B) Pedro ficará totalmente exonerado do pagamento, aproveitando-se da isenção em favor de João. C) O imposto poderá ser cobrado de Pedro ou de João, pois a solidariedade afasta a isenção em favor deste. D) Pedro permanece obrigado a pagar integralmente o imposto, nada obstante a isenção em favor de João RESPOSTA: a) Correta: Artigo 125, II do CTN. b) Errada: Pedro não se beneficia com exoneração total. c) Errada: se João foi beneficiado pela isenção, o tributo não pode ser cobrado dele. d) Errada: de acordo com o artigo 125, II do CTN, Pedro é continua obrigado somente ao saldo remanescente, ou seja, o valor total menos a parcela a deduzir de João. 5. CRÉDITO TRIBUTÁRIO E LANÇAMENTO 1) Quanto ao lançamento é correto afirmar: a) O Imposto de Renda é um tributo sujeito ao lançamento por declaração. b) Tem por objetivo verificar a ocorrência do fato gerador, determinar a matéria tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e propor a aplicação da penalidade cabível. c) São espécies de lançamento: a) de ofício; b) por declaração; c) por homologação; d) execução fiscal. d) No caso de lançamento de ofício, o contribuinte calcula o montante do tributo devido e efetua o pagamento, independente de notificação da administração pública nesse sentido. RESPOSTA: a) Falsa: lançamento por homologação. b) Verdadeira: art. 142, CTN. c) Falsa: execução fiscal não é modalidade de lançamento. As modalidades estão previstas nos artigos 147, 149, 150, CTN (por declaração, de ofício e por homologação, respectivamente). d) Falsa: art. 150, CTN. Lançamento por homologação. 2) A expiração do prazo legal para lançamento de um tributo, sem que a autoridade administrativa fiscal competente o tenha constituído, caracteriza hipótese de A) remissão. B) prescrição. C) decadência. D) transação. RESPOSTA: a)Errada: remissão é perdão do crédito tributário –tributo mais multa. b) Errada: prescrição é a perda do direito do fisco em ajuizar a execução fiscal, de um crédito tributário já constituído definitivamente. c) Correta: prazo para que o fisco constitua o crédito tributário, através do lançamento. d) Errada: transação é um acordo que as partes celebram, visando por fim ao litígio. 6. RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA 1) Acerca da responsabilidade tributária, nos termos definidos pelo Código Tributário Nacional, marque a opção incorreta: a) a empresa incorporadora sucede a incorporada em relação aos tributos não quitados por esta. b) o adquirente de bem imóvel responde pelos tributos incidentes sobre este, originalmente devidos pelo alienante, salvo quando conste do título a prova de sua quitação. c) é pessoalmente responsável o espólio pelos tributos devidos pelo de cujus até a data da abertura da sucessão. d) os pais são pessoalmente responsáveis pelostributos devidos por seus filhos menores. RESPOSTA: a) Verdadeira: art. 132, CTN. b) Verdadeira: art. 130, CTN. Brenda Amengol QUESTIONÁRIO DE DIREITO TRIBUTÁRIO 9 c) Verdadeira: art. 131, III, CTN. d) Falsa: art. 134, CTN -a responsabilidade não é pessoal. Na impossibilidade fática de se exigir o tributo do menor (não se trata de impossibilidade financeira) os pais serão responsáveis pelo recolhimento do tributo aos cofres públicos, entretanto podem se utilizar do patrimônio do menor para pagar ou tributo ou, quando este se tornar maior, exigir dele o valor pago com o patrimônio dos pais. 2) Com relação à responsabilidade tributária, nos termos do CTN, é correto afirmar: a) é subsidiariamente responsável o adquirente ou remitente pelos tributos relativos aos bens adquiridos e remidos. b) o espólio responde pelos tributos devidos pelo de cujus até a datada finalização do inventário. c) os sócios, via de regra, respondem na proporção de sua participação pelas dívidas tributárias da empresa. d) é pessoalmente responsável o adquirente de bens imóveis pelos tributos relativos a impostos cujo fato gerador seja a propriedade imobiliária, salvo quando conste do título a prova de sua quitação. RESPOSTA: a) Falsa: art. 131, I, CTN. b) Falsa: art. 131, III, CTN. c) Falsa: os sócios só respondem nas hipóteses do art. 135, CTN. d) Verdadeira: art. 130, CTN. 3) Determinada pessoa, havendo arrematado imóvel em leilão judicial ocorrido em processo de execução fiscal para a cobrança de Imposto Predial Urbano, vem a sofrer a exigência pelo saldo devedor da execução não coberto pelo preço da arrematação. Essa exigência é a) legal, pois o valor pago pelo arrematante não foi suficiente para a cobertura da execução. b) legal, pois a arrematação não pode causar prejuízo ao Fisco. c) ilegal, pois o crédito do exequente se sub-roga sobre o preço da arrematação, exonerando o arrematante quanto ao saldo devedor. d) legal, pois o arrematante é sucessor do executado em relação ao imóvel, e em sua pessoa fiscal ficam sub-rogados os créditos dos tributos incidentes sobre o mesmo imóvel. RESPOSTA: a) Falsa. Artigo 130, p.u., CTN. b) Falsa. Artigo 130, p.u., CTN. c) Verdadeira. Artigo 130, p.u., CTN. d) Falsa. Artigo 130, p.u., CTN. 7. SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE, EXTINÇÃO E EXCLUSÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO/ REPETIÇÃO DE INDÉBITO 1) Considerando-se as normas gerais de Direito Tributário, é correto afirmar que: a) Por representar um benefício para o contribuinte, o parcelamento pode ser concedido por ato discricionário da autoridade administrativa. b) Se o contribuinte impugnar o auto de infração administrativamente, o Fisco poderá exigir o crédito tributário, por meio do ajuizamento da execução fiscal, ainda que o recurso administrativo não tenha sido julgado. c) A transação suspende a exigibilidade do crédito tributário. d) O parcelamento suspende a exigibilidade do crédito tributário. RESPOSTA: a) Falsa: art. 156, VI, CTN. b) Falsa: art. 151, IV e V, CTN. c) Falsa: art. 135, CTN. d) Verdadeira: art. 151, III, CTN e art. 206, CTN. 2) O mandado de segurança em matéria tributária: a) não impede o lançamento tributário. b) não se presta para o reconhecimento de isenção tributária. c) implica na suspensão da exigibilidade do crédito tributário. d) permite a concessão de liminar, desde que haja o depósito do montante integral. RESPOSTA: a) Verdadeira –a Fazenda pode lançar para evitar a decadência desse direito. Ainda que houvesse a suspensão da exigibilidade do crédito (liminar em mandado de segurança, no caso), haveria o direito de lançar, porém não o direito de exigir o crédito constituído. b) Falsa c) Falsa –art. 151, CTN -a hipótese consiste na concessão da liminar e não na impetração do mandado de segurança. d) Falsa –o depósito do montante integral é outra causa de suspensão da exigibilidade do crédito, Brenda Amengol QUESTIONÁRIO DE DIREITO TRIBUTÁRIO 10 não sendo pressuposto para a concessão da liminar em mandado de segurança. 3) Determinada lei prevê que certo grupo de eletrodomésticos não ficará sujeito à tributação do IPI, durante o exercício financeiro seguinte. O benefício fiscal em questão configura A) imunidade. B) remissão. C) isenção. D) anistia. RESPOSTA: a) Errada: imunidade é falta de competência tributária. b) Errada: remissão é perdão do crédito tributário. c) Correta: não há tributação por previsão legal. d) Errada: perdão das multas.
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