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Sistema Imune - Visão geral

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Andressa – P3B FMO – 2021.1 
S I S T E M A I M U N E : V I S Ã O G E R A L 
As células e moléculas responsáveis pela 
imunidade constituem o sistema imune, e sua 
resposta coletiva e coordenada à entrada de 
substâncias estranhas é denominada resposta 
imune. 
A função fisiológica do sistema imune é a 
defesa contra microrganismos infecciosos; 
entretanto, os mecanismos que normalmente 
protegem os indivíduos contra uma infecção e 
eliminam substâncias estranhas também são 
capazes de causar lesão tecidual e doença em 
algumas situações. Portanto, uma definição mais 
inclusiva de resposta imune é uma reação aos 
microrganismos, assim como às moléculas, 
que são reconhecidas como estranhas, 
independentemente da consequência 
fisiológica ou patológica de tal reação. Sob 
certas situações, mesmo moléculas próprias 
podem elicitar respostas imunes (as chamadas 
doenças autoimunes). 
 
 
A defesa contra microrganismos é mediada 
por respostas sequenciais e coordenadas que são 
denominadas imunidade inata e adaptativa. 
‼ A imunidade inata (também chamada de 
imunidade natural ou imunidade nativa) é 
essencial para a defesa contra microrganismos 
nas primeiras horas ou dias após a infecção, 
antes que as respostas imunes adaptativas 
tenham se desenvolvido. A imunidade inata é 
mediada por mecanismos que já existem antes da 
ocorrência de uma infeção (por isso inata) e que 
facilitam rápidas respostas contra 
microrganismos invasores. 
Imunidade Inata: a Defesa Inicial 
O sistema imune inato responde quase 
imediatamente a microrganismos e células 
lesadas, e repetidas exposições invocam respostas 
imunes inatas praticamente idênticas. Os 
principais componentes da imunidade inata são 
(1) barreiras físicas e químicas, tais como os 
epitélios e os agentes antimicrobianos produzidos 
nas superfícies epiteliais; 
(2) células fagocíticas (neutrófilos, macrófagos), 
células dendríticas (DCs, dendritic cells), 
mastócitos, células natural killer (células NK) e 
outras células linfoides inatas; e 
(3) proteínas sanguíneas, incluindo 
componentes do sistema complemento e outros 
mediadores da inflamação. 
► Muitas células da imunidade inata, tais como 
macrófagos, DCs e mastócitos, estão sempre 
presentes na maioria dos tecidos, onde atuam 
como sentinelas em busca de microrganismos 
invasores. 
A resposta imune inata combate 
microrganismos por meio de duas reações 
principais — pelo recrutamento de fagócitos e 
outros leucócitos que destroem os 
microrganismos, no processo chamado 
inflamação; e pelo bloqueio da replicação viral ou 
pelo killing de células infectadas por vírus, sem a 
necessidade de uma reação inflamatória. 
I m u n i d a d e A d a p t a t i v a 
A resposta imune adaptativa é mediada por 
células chamadas linfócitos e seus produtos. Os 
linfócitos expressam receptores que são capazes 
de reconhecer um vasto número de antígenos. 
Há duas populações principais de linfócitos, 
denominadas linfócitos B e linfócitos T, os quais 
medeiam diferentes tipos de respostas imunes 
adaptativas. 
 
Características Fundamentais das 
Respostas Imunes Adaptativas 
As propriedades fundamentais do sistema imune 
adaptativo refletem as propriedades dos linfócitos 
que medeiam essas respostas. 
♦Especificidade e diversidade: Respostas 
imunes são específicas para antígenos distintos e, 
frequentemente, para diferentes porções de um 
único complexo proteico, polissacarídico ou de 
outra macromolécula. As porções de antígenos 
complexos especificamente reconhecidas por 
linfócitos individuais são denominadas 
determinantes ou epítopos. Essa especificidade 
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fina existe porque os linfócitos individuais 
expressam receptores de membrana que 
podem distinguir diferenças sutis na estrutura 
de epítopos distintos. Clones de linfócitos com 
diferentes especificidades estão presentes em 
indivíduos não imunizados e são capazes de 
reconhecer e responder aos antígenos estranhos. 
►Um antígeno introduzido se liga (seleciona) às 
células do clone antígeno-específico pré-
existente e as ativa. Como resultado, as células 
específicas para o antígeno proliferam para 
gerar milhares de descendentes com a mesma 
especificidade, um processo chamado expansão 
clonal. 
►O número total de especificidades antigênicas 
dos linfócitos em um indivíduo, chamado 
repertório dos linfócitos, é extremamente 
grande. Essa capacidade do repertório de 
linfócitos para reconhecer um grande número de 
antígenos (a chamada diversidade) é resultado da 
variabilidade nas estruturas dos sítios de ligação 
ao antígeno dos receptores antigênicos dos 
linfócitos. Em outras palavras, existem muitos 
clones distintos de linfócitos e cada clone possui 
um único receptor antigênico e, 
consequentemente, uma única especificidade 
antigênica, contribuindo para um repertório total 
extremamente diverso. A expressão de 
diferentes receptores antigênicos em distintos 
clones de células T e B é a razão pela qual esses 
receptores são ditos clonalmente distribuídos. 
♦Memória. A exposição do sistema imune a um 
antígeno estranho aumenta sua capacidade de 
responder novamente àquele antígeno. As 
respostas a uma segunda exposição ou exposições 
subsequentes ao mesmo antígeno, chamadas 
respostas imunes secundárias, são 
normalmente mais rápidas, de maior magnitude e, 
com frequência, quantitativamente diferentes da 
primeira resposta imune (ou primária) àquele 
antígeno. A memória imunológica ocorre 
porque cada exposição a um antígeno gera células 
de memória de vida longa específicas para o 
antígeno. Há duas razões pelas quais a resposta 
secundária é tipicamente mais forte do que a 
resposta imune primária — as células de 
memória se acumulam e tornam-se mais 
numerosas do que os linfócitos naive específicos 
para o antígeno existentes no momento da 
exposição inicial ao antígeno; e células de 
memória reagem mais rápida e vigorosamente ao 
desafio antigênico do que os linfócitos naive. 
♦Não reatividade ao próprio 
(autotolerância). Uma das propriedades mais 
marcantes do sistema imune de cada indivíduo 
normal é sua capacidade de reconhecer, 
responder e eliminar muitos antígenos 
estranhos (não próprios) enquanto não reage 
prejudicialmente aos antígenos do próprio 
indivíduo. A não responsividade imunológica é 
também chamada de tolerância. A tolerância 
aos antígenos próprios, ou autotolerância, é 
mantida por diversos mecanismos. Estes 
incluem a eliminação de linfócitos que 
expressam receptores específicos para alguns 
autoantígenos, inativando os linfócitos 
autorreativos ou suprimindo essas células pela 
ação de outras células (reguladoras). 
‼Anormalidades na indução ou manutenção 
da autotolerância levam a respostas imunes 
contra os autoantígenos (antígenos autólogos), as 
quais podem resultar em distúrbios denominados 
doenças autoimunes. 
V i s ã o G e r a l d a I m u n i d a d e 
Humoral e Mediada por Células 
A imunidade humoral é mediada por 
moléculas no sangue e em secreções mucosas, 
denominadas anticorpos, os quais são produzidos 
pelos linfócitos B. Os anticorpos reconhecem 
antígenos microbianos, neutralizam a 
infectividade dos microrganismos e marcam 
microrganismos para eliminação pelos 
fagócitos e pelo sistema complemento. 
 A imunidade humoral é o principal 
mecanismo de defesa contra os microrganismos e 
suas toxinas, localizados fora das células (p. ex.: 
no lúmen dos tratos gastrintestinal e respiratório, 
e no sangue), uma vez que os anticorpos 
secretados podem se ligar a esses microrganismos 
e toxinas, neutralizando-os, além de auxiliar na 
sua eliminação. 
A imunidade mediada por células, também 
denominada imunidade celular, é mediada 
pelos linfócitos T. Muitos microrganismos são 
ingeridos, mas sobrevivem dentro dos fagócitos, 
e alguns, particularmente os vírus, infectam e se 
replicam emdiversas células do hospedeiro. 
Nesses locais, os microrganismos são 
inacessíveis aos anticorpos circulantes. A defesa 
contra tais infecções é uma função da imunidade 
mediada por células, a qual promove a destruição 
de microrganismos dentro dos fagócitos e a morte 
das células infectadas para eliminar os 
reservatórios da infecção. 
A imunidade protetora contra um 
microrganismo normalmente pode ser fornecida 
tanto pela resposta do hospedeiro ao 
microrganismo quanto pela transferência de 
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anticorpos que defendem contra o 
microrganismo. A forma de imunidade induzida 
pela exposição a um antígeno estranho é 
chamada imunidade ativa, porque o indivíduo 
imunizado tem papel ativo na resposta ao 
antígeno. 
‼ Indivíduos e linfócitos que nunca 
encontraram um antígeno particular são 
considerados naive, implicando que ambos são 
imunologicamente inexperientes. Indivíduos 
que responderam a um antígeno microbiano e 
estão protegidos de exposições subsequentes 
àquele microrganismo são ditos imunes. 
A imunidade também pode ser conferida a um 
indivíduo pela transferência de anticorpos de 
um indivíduo imunizado para um indivíduo 
que nunca encontrou o antígeno. O receptor de 
tal transferência se torna imune ao antígeno em 
particular sem nunca ter sido exposto nem ter 
respondido àquele antígeno. Portanto, essa 
forma de imunização é chamada de imunidade 
passiva. Ex: transferência de anticorpos maternos 
através da placenta para o feto; imunização 
passiva contra toxinas potencialmente letais pela 
administração de anticorpos de animais ou 
pessoas imunizadas é um tratamento que salva 
vidas em infecções rábicas ou picadas por 
serpentes. 
Iniciação e Desenvolvimento 
das Respostas Imunes 
Adaptativas 
As respostas imunes adaptativas se desenvolvem 
em diversas etapas, iniciando pela captura do 
antígeno, seguida pela ativação de linfócitos 
específicos 
A maioria dos microrganismos e outros antígenos 
entram no organismo através das barreiras 
epiteliais, e as respostas imunes adaptativas a 
esses antígenos se desenvolvem em órgãos 
linfoides periféricos (secundários). A iniciação 
das respostas imunes adaptativas requer que os 
antígenos sejam capturados e expostos aos 
linfócitos específicos. As células que realizam 
essa função são chamadas células apresentadoras 
de antígeno (APCs, do inglês, antigen-presenting 
cells). As APCs mais especializadas são as 
células dendríticas, as quais capturam antígenos 
microbianos que entram no organismo a partir do 
ambiente externo, transportam esses antígenos 
aos órgãos linfoides e os apresentam aos 
linfócitos T naive para iniciar as respostas 
imunes. Outros tipos celulares atuam como APCs 
em diferentes estágios das respostas imunes 
humorais e mediadas por células. 
Células e Tecidos do Sistema Imune 
As células do sistema imune inato e adaptativo 
estão presentes como células circulantes no 
sangue e na linfa, em órgãos linfoides e como 
células dispersas em praticamente todos os 
tecidos. O arranjo anatômico dessas células nos 
tecidos linfoides e sua capacidade de circular e 
realizar trocas entre sangue, linfa e tecidos têm 
importância decisiva para a geração das respostas 
imunes. 
 
Células do Sistema Imune 
As células que realizam papéis especializados nas 
respostas imunes inata e adaptativa são os 
fagócitos, células dendríticas (DCs, do inglês, 
dendritic cells), linfócitos antígenoespecíficos e 
vários outros leucócitos que atuam eliminando 
antígenos. 
► Fagócitos: Os fagócitos, incluindo neutrófilos 
e macrófagos, são células cuja função primária 
é ingerir e destruir microrganismos e remover 
tecidos danificados. As respostas funcionais dos 
fagócitos na defesa do hospedeiro consistem em 
etapas sequenciais: recrutamento das células para 
os sítios de infecção, reconhecimento e ativação 
por microrganismos, ingesta dos microrganismos 
através do processo de fagocitose, e destruição 
dos microrganismos ingeridos. 
‼ Os neutrófilos e monócitos no sangue são 
produzidos na medula óssea, circulam no 
sangue e são recrutados para os sítios 
inflamatórios. Embora ambos sejam ativamente 
fagocíticos, diferem significativamente. 
► Neutrófilos: Os neutrófilos constituem a 
população mais abundante de leucócitos 
circulantes e o principal tipo celular nas reações 
inflamatórias agudas. Devido à sua morfologia 
nuclear, os neutrófilos também são chamados 
leucócitos polimorfonucleares (PMNs). O 
citoplasma contém dois tipos de grânulos ligados 
à membrana. A maioria desses grânulos, 
chamados grânulos específicos, estão repletos de 
enzimas, como lisozima, colagenase e elastase. 
‼Os neutrófilos podem migrar rapidamente para 
sítios de infecção após a entrada de 
microrganismos. Após entrarem nos tecidos, os 
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neutrófilos atuam apenas durante 1-2 dias e, 
então, morrem. 
♦ A resposta do neutrófilo é mais rápida, e a 
expectativa de vida dessas células é curta, 
enquanto os monócitos se transformam em 
macrófagos nos tecidos, podem viver por longos 
períodos e, desse modo, sua resposta pode ter 
duração prolongada. 
A principal função dos neutrófilos é fagocitar 
microrganismos, especialmente microrganismos 
opsonizados (marcados para serem fagocitados 
por uma opsonina), e produtos de células 
necróticas, bem como destruir esse material nos 
fagolisossomos. Em adição, os neutrófilos 
produzem conteúdos de grânulos e substâncias 
antimicrobianas que matam microrganismos 
extracelulares, mas também danificam tecidos 
sadios. 
Fagócitos Mononucleares: O sistema de 
fagócitos mononucleares inclui células 
circulantes chamadas monócitos que se 
transformam em macrófagos ao migrarem para os 
tecidos, e macrófagos residentes teciduais, 
derivados principalmente de precursores 
hematopoiéticos durante a vida fetal 
 
Os macrófagos teciduais desempenham várias 
funções importantes na imunidade inata e na 
imunidade adaptativa. 
• Uma das principais funções dos macrófagos 
na defesa do hospedeiro é ingerir 
microrganismos por meio do processo de 
fagocitose e, então, destruir os microrganismos 
ingeridos. 
• Além de ingerir microrganismos, os macrófagos 
ingerem células necróticas do hospedeiro, 
incluindo as células que morrem nos tecidos em 
consequência dos efeitos de toxinas, traumatismo 
ou interrupção do suprimento sanguíneo, e 
também os neutrófilos que morrem após se 
acumularem em sítios de infecção. Os 
macrófagos também reconhecem e englobam 
células apoptóticas antes de estas poderem liberar 
seus conteúdos e induzir respostas inflamatórias. 
• Os macrófagos são ativados por substâncias 
microbianas e secretam diferentes citocinas 
que atuam sobre as células endoteliais do 
revestimento dos vasos sanguíneos, 
intensificando o recrutamento de mais 
monócitos e outros leucócitos do sangue para 
os sítios de infecção, amplificando assim a 
resposta protetora contra os microrganismos. 
•Os macrófagos atuam como células 
apresentadoras de antígeno (APCs) que exibem 
fragmentos de antígenos proteicos e ativam 
linfócitos T. Função importante na fase efetora 
das respostas imunes mediadas pela célula T. 
‼ Os macrófagos tipicamente respondem aos 
microrganismos que estão por perto tão 
rapidamente quanto os neutrófilos, porém os 
macrófagos sobrevivem por um tempo muito 
maior nos sítios de inflamação. Diferentemente 
dos neutrófilos, os macrófagos não são 
terminalmente diferenciados e podem sofrer 
divisão celular em um sítio inflamatório. 
Portanto, os macrófagos são as células efetoras 
dominantes nos estágios mais tardios da 
resposta imune inata, decorridos vários dias do 
início de uma infecção. 
♦Mastócitos: são células derivadas da medula 
óssea presentes nos epitélios da pele e das 
mucosas, as quais ao serem ativadas liberam 
numerosos mediadores inflamatórios potentes 
que conferem defesacontra infecções por 
parasitas ou produzem os sintomas das 
doenças alérgicas. 
‼ Os mastócitos expressam receptores na 
membrana plasmática com alta afinidade por 
um tipo de anticorpo denominado IgE, e 
geralmente são recobertos por estes anticorpos. 
Quando os anticorpos presentes na superfície do 
mastócito se ligam ao antígeno, são induzidos 
eventos sinalizadores que levam à ativação do 
mastócito. 
♦Basófilos: são granulócitos sanguíneos que 
apresentam muitas similaridades estruturais e 
funcionais com os mastócitos. Os basófilos 
derivam de precursores hematopoiéticos, 
amadurecem na medula óssea. Os basófilos 
também contêm grânulos que se ligam a corantes 
básicos e são capazes de sintetizar muitos 
mediadores que também são sintetizados pelos 
mastócitos. Como estes, os basófilos expressam 
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receptores de IgE, ligam-se à IgE e podem ser 
ativados pela ligação do antígeno à IgE. 
♦ Eosinófilos: são granulócitos que expressam 
grânulos citoplasmáticos contendo enzimas 
nocivas às paredes celulares de parasitas, mas 
que também podem danificar os tecidos do 
hospedeiro. 
‼ São derivados da medula óssea e circulam no 
sangue, de onde podem ser recrutados para os 
tecidos. →estão presentes nos tecidos periféricos, 
em especial nos revestimentos de mucosa dos 
tratos respiratório, gastrintestinal e geniturinário, 
e seu número pode aumentar por meio do 
recrutamento a partir do sangue que ocorre no 
contexto da inflamação. 
Células Dendríticas (DCs): são células 
residentes nos tecidos e também circulantes 
que percebem a presença de microrganismos e 
iniciam reações de defesa imune inata, além de 
capturarem as proteínas microbianas para exibi-
las às células T e assim iniciar as respostas 
imunes adaptativas. Essas funções das DCs as 
colocam em uma posição singular no sistema 
imune, atuando como sentinelas de infecção que 
iniciam a rápida resposta inata, mas também 
ligando as respostas inatas ao desenvolvimento 
das respostas imunes adaptativas. As DCs 
expressam TLRs*(receptores toll-like: 
envolvidos diretamente com o reconhecimento 
de patógeno) e outros receptores que reconhecem 
moléculas microbianas, e respondem aos 
microrganismos secretando citocinas que 
recrutam e ativam células inatas nos sítios de 
infecção. 
♦ Linfócitos: células ímpares da imunidade 
adaptativa, são as únicas células no corpo que 
expressam receptores antigênicos clonalmente 
distribuídos, cada um dos quais específico para 
um determinante antigênico diferente. Cada clone 
de linfócitos T e B expressa receptores 
antigênicos com especificidade única, diferente 
das especificidades dos receptores presentes nos 
outros clones. 
‼ Os linfócitos são mediadores da imunidade 
humoral e celular. 
♦Classes de Linfócitos: Os linfócitos 
consistem em classes distintas com diferentes 
funções e produtos proteicos. 
‼ Os linfócitos B, as células produtoras de 
anticorpos, os estágios iniciais da maturação da 
célula B ocorrem na medula óssea. Assim, o 
nome linfócitos B hoje se refere aos linfócitos 
derivados da medula óssea. 
‼ Os linfócitos T, mediadores da imunidade 
celular, surgem a partir de células precursoras 
na medula óssea que migram e amadurecem 
no timo; portanto, linfócitos T se refere aos 
linfócitos derivados do timo. 
Desenvolvimento dos Linfócitos: os linfócitos, 
assim como todas as células sanguíneas, surgem 
a partir de células-tronco existentes na medula 
óssea. Todos os linfócitos passam por estágios de 
maturação complexos durante os quais 
expressam receptores antigênicos e adquirem as 
características funcionais e fenotípicas das 
células maduras. Os sítios anatômicos onde 
ocorrem as principais etapas do desenvolvimento 
dos linfócitos são chamados órgãos linfoides 
geradores (ou primários, ou ainda, centrais). 
Esses órgãos são a medula óssea, onde surgem 
os precursores de linfócitos e células B maduras; 
e o timo, onde as células T amadurecem. 
 
Os linfócitos maduros que emergem da medula 
óssea ou do timo são chamados linfócitos naive. 
Esses linfócitos são funcionalmente quiescentes, 
mas após a ativação pelo antígeno, proliferam e 
sofrem alterações drásticas no fenótipo e na 
atividade funcional. 
‼ A ativação dos linfócitos naive segue uma 
série de etapas sequenciais que começam com a 
síntese de proteínas novas, como os receptores 
de citocina e as citocinas, as quais são 
necessárias para muitas das alterações 
subsequentes. As células então entram em 
proliferação, resultando em expansão dos clones 
antígeno-específicos, em um processo chamado 
expansão clonal. 
Com a proliferação, os linfócitos antígeno-
estimulados se diferenciam em células efetoras, 
cuja função é eliminar o antígeno. Outra progênie 
de linfócitos T e B antígeno-estimulados se 
diferenciam em células de memória de vida 
longa, cuja função é mediar as respostas rápidas 
e intensificadas (i. e., secundárias) a exposições 
subsequentes aos antígenos. 
Células Natural Killer e Células Linfoides 
Inatas Secretoras de Citocinas: O sistema 
imune inato inclui várias subpopulações de 
células derivadas da medula óssea relacionadas 
entre si pelo desenvolvimento, com morfologia 
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linfoide e funções efetoras similares as das 
células T, porém desprovidas de receptores 
antigênicos de célula T. As principais funções 
destas células são conferir defesa inicial contra 
patógenos infecciosos; reconhecer as células 
do hospedeiro estressadas e lesadas, e ajudar a 
eliminá-las; e influenciar a natureza da 
resposta imune adaptativa subsequente. As 
células natural killer (NK) têm funções 
citotóxicas similares as dos CTLs CD8+. 
O sistema linfoide inclui os órgãos linfoides 
primários e secundários. 
►Os órgãos linfoides geradores, também 
chamados órgãos linfoides primários ou centrais, 
incluindo a medula óssea e o timo, são os locais 
onde os linfócitos expressam pela primeira vez 
os receptores antigênicos e alcançam a 
maturidade fenotípica e funcional. 
‼ A medula óssea é o local de maturação das 
células B e o timo é o local de maturação das 
células T. 
Os linfócitos B amadurecem parcialmente na 
medula óssea, entram na circulação, migram para 
o baço (onde completam sua maturação) e então 
povoam os órgãos linfoides secundários. Os 
linfócitos T amadurecem no timo e então entram 
na circulação e migram para os órgãos linfoides 
periféricos. 
‼Duas funções importantes compartilhadas 
pelos órgãos geradores (primários) são o 
fornecimento de fatores de crescimento e outros 
sinais moleculares necessários à maturação dos 
linfócitos; e a apresentação de autoantígenos para 
reconhecimento e seleção dos linfócitos em 
maturação. 
► Os órgãos linfoides secundários (ou 
periféricos), incluindo os linfonodos, baço e 
componentes do sistema imune de mucosa, são 
os locais onde as respostas dos linfócitos a 
antígenos estranhos são iniciadas e 
desenvolvidas. Esses órgãos são anatomicamente 
organizados de modo a facilitar as interações 
celulares necessárias à iniciação das respostas 
imunes adaptativas. Nesses órgãos, os linfócitos 
e as APCs (células apresentadoras de antígeno) 
estão localizados e concentrados em áreas 
anatomicamente definidas, que também são os 
sítios para onde os antígenos estranhos são 
transportados e concentrados. Isso garante que 
antígenos e os linfócitos naive antígeno-
específicos fiquem localizados nas mesmas 
regiões, de modo a possibilitar a iniciação das 
respostas imunes adaptativas. A anatomia dos 
órgãos linfoides também permite que as células B 
e T interajam após serem ativadas por 
antígenos.→ muitos linfócitos estão em constante 
recirculação e troca entre a circulação, órgãos 
linfoides secundários e tecidos. 
Órgãos imunitários primários 
- Medula óssea – além da produção de células 
sanguíneas e plaquetas, a medula produz 
linfócitos B, linfócitosmatadores. É nesse órgão 
que ocorre o processo de amadurecimento dos 
linfócitos B. 
- Timo – o timo é responsável por produzir 
linfócitos T maduros. 
Órgãos imunitários secundários 
- Linfonodos – estão presentes nos vasos 
linfáticos; neles a linfa é filtrada, permitindo que 
partículas invasoras sejam fagocitadas pelos 
linfócitos ali presentes. 
- Tonsilas – possuem função semelhante aos 
linfonodos. Estão localizadas na parte posterior 
da boca e acima da garganta. 
- Baço – o baço filtra o sangue para remover 
microrganismos, substâncias estranhas e resíduos 
celulares, além de produzir linfócitos.  
hemocatarese 
- Adenoides – constituem de uma massa de 
tecidos linfoides protetores localizados no fundo 
da cavidade nasal. Têm como função ajudar a 
proteger o organismo de bactérias e vírus 
causadores de doenças transmitidas pelo ar. 
- Apêndice cecal – é uma pequena extensão 
tubular localizada no ceco, primeira porção do 
intestino grosso. Através da atuação das bactérias 
presentes nessa estrutura, microrganismos 
invasores são combatidos. 
 
Os órgãos linfoides secundários são os locais onde ocorrem as 
respostas imunológicas. Eles incluem (1) os linfonodos, (2) o baço, (3) 
as tonsilas, e (4) agregados de linfócitos e células apresentadoras de 
antígenos presentes nos pulmões (tecidos linfoides associados aos 
brônquios) e na mucosa do trato digestório (tecido linfoide associado 
ao tubo digestivo), incluindo as placas de Peyer.

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