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CURSO – ENGENHARIA CIVIL CADEIRA: MECÂNICA DOS SOLOS ASSUNTO: PERMEABILIDADE A permeabilidade é um fator muito importante na engenharia civil, principalmente, na estimativa de vazão que percolará através do maciço e da fundação de barragens de terra, em obras de drenagem, rebaixamento do nível de água, adensamento, etc. Desta forma, nota-se que os problemas mais graves da construção civil estão relacionados com a presença de água. Sendo assim o conhecimento da permeabilidade e suas variações são necessários para a resolução desses problemas. Em suma, a permeabilidade é a capacidade que o solo tem de permitir o escoamento de água através de seus vazios, sendo a grandeza da permeabilidade expressa pelo coeficiente de permeabilidade do solo, k. Sabe-se que o solo é um material natural complexo, constituído por grãos minerais e matéria orgânica, constituindo uma fase sólida envolvidos por uma fase líquida: a água. Há, também, uma terceira fase, eventualmente presente, o ar, o qual preenche parte dos poros dos solos que não estão inteiramente saturados por água. As bases teóricas sobre o regime de escoamento em condutos forçados foram estabelecidas por Reynolds, em 1883. Reynolds comprovou que o regime de escoamento é laminar, sob certas condições, ou turbulento. Ele constatou que nos solos a velocidade se dá muito inferior a critica, concluindo-se daí que a percolação ocorre em regime laminar. Como consequência imediata, haverá proporcionalidade entre a velocidade de escoamento e o gradiente hidráulico. Onde, na verdade isso foi comprovado 30 anos antes pelo engenheiro francês H. Darcy. A lei de Darcy (1856) nos diz que a velocidade real de percolação (Vp) ou a velocidade com que a água passa através do solo é a relação entre o coeficiente de percolação e o gradiente hidráulico que se dá através da razão entre a diferença das cargas e o comprimento de solo na direção do escoamento. O coeficiente de permeabilidade (k) é definido como sendo a velocidade média aparente “V” de escoamento da água através da área total (sólidos + vazios) da seção transversal do solo, sobre um gradiente unitário (i=1). Existem alguns fatores que influenciam no coeficiente de permeabilidade: granulometria, índice de vazios, composição mineralógicas, estrutura, fluidos, macroestrutura e temperatura. Granulometria - O tamanho das partículas que constituem os solos influencia no valor de “k”. Nos solos pedregulhosos sem finos (partículas com diâmetro superior a 2mm), por exemplo, o valor de “k” é superior a 0,01cm/s; já nos solos finos (partícula com diâmetro inferior a 0,074mm) os valores de “k” são bem inferiores a este valor. Índice de vazios - A permeabilidade dos solos esta relacionada com o índice de vazios, logo, com a sua porosidade. Quanto mais poroso for um solo (maior a dimensão dos poros), maior será o índice de vazios, por conseguinte, mais permeável (para argilas moles, isto não se verifica). Composição mineralógica - A predominância de alguns tipos de minerais na constituição dos solos tem grande influência na permeabilidade. Por exemplo, argilas moles que são constituídas, predominantemente, de argilo- minerais (caulinitas, ilitas e montmorilonitas) possuem um valor de “k” muito baixo, que varia de 10-7 a 10-8 cm/s. Já nos solos arenosos, cascalhentos sem finos, que são constituídos, principalmente, de minerais silicosos (quartzo) o valor de “k” é da ordem de 1,0 a 0,01cm/s. Estrutura - É o arranjo das partículas. Nas argilas existem as estruturas isoladas e em grupo que atuam forças de natureza capilar e molecular, que dependem da forma das partículas. Nas areias o arranjo estrutural é mais simplificado, constituindo-se por canalículos, interconectados onde a água flui mais facilmente. Fluído - O tipo de fluído que se encontra nos poros. Nos solos, em geral, o fluído é a água com ou sem gases (ar) dissolvidos. Macro-estrutura - Principalmente em solos que guardam as características do material de origem (rocha mãe) como diaclases, fraturas, juntas, estratificações. Estes solos constituem o horizonte C dos perfis de solo, também denominados de solos saprolíticos. Temperatura - Quanto maior a temperatura, menor a viscosidade d’água, portanto, maior a permeabilidade, isto significa que a água mais facilmente escoará pelos poros do solo. REFERÊNCIAS BASTOS, C. Compressibilidade dos Solos. Disponível em: ftp://ftp.ifes.edu.br/cursos/Transportes/CelioDavilla/Solos/Literatura%20complementar/ Apostila%20FURG%20Solos/13-%20COMPRESSIBILIDADE.pdf > Acesso em: 2014 CAPUTO, H. P. (1983). “Mecânica dos Solos e suas Aplicações”. Volume 1, Livros Técnicos e Científicos Editora S. A., Rio de Janeiro. CAVALCANTE, E. H. Mecânica dos Solos II. Disponível em: http://www.engenhariaconcursos.com.br/arquivos/MecDosSolos/mecdossolosII.pdf > Acesso em: 2014. CAVALCANTE, E. H. (2003), “Notas de Aula de Mecânica dos Solos I”. Universidade Federal de Sergipe, Aracaju. DIAS JUNIOR, M.S. Compactação do solo. In: TÓPICOS EM CIÊNCIA DO SOLO (TOPICS IN SOIL SCIENCE) Viçosa,Sociedade Brasileira de Ciência do Solo, 2000. p.55-94. Engenharia de Reservatórios de Petróleo. Rosa, A., Carvalho, R.S., Xavier, J.A.D.: Rio de Janeiro: Editora Interciência, 2006. GOMES, T.C.A. Análise de trilha no estudo de fatores físicos e químicos relacionados ao adensamento e, ou, à compactação em dois solos do Norte de Minas Gerais. Viçosa, Universidade Federal de Viçosa, 1996. 105p. (Tese de Mestrado) MALTONI, K.L. Estudo de compactação e/ou adensamento em superfície de Latossolos sob diferentes usos. Viçosa,Universidade Federal de Viçosa, 1994. 139p. (Tese de Doutorado) MARANGON, M. Compressibilidade e Adensamento dos Solos. Disponível em: http://www.ufjf.br/nugeo/files/2009/11/04-MS-Unidade-03-Compressibilidade-e- Adensamento-2013.pdf > Acesso em: 2014. MARINHO, F. A. M. Mecânica dos Solos e Fundações. Disponível em: http://www.fau.usp.br/cursos/graduacao/arq_urbanismo/disciplinas/pef0522/Pdf/Aula _9b_-adensamento.pdf > Acesso em: 2014 OLIVEIRA, T.S. Efeitos dos ciclos de umedecimento e secagem sobre propriedades físicas e químicas de quatro latos solos brasileiros. Viçosa, Universidade Federal de Viçosa, 1994.104p. (Tese de Mestrado) ORTIGÃO, J.A.R. Introdução à Mecânica dos Solos dos Estados Críticos - Editora Livros Técnicos e Científicos Editora S.A. PLANTIER, R. D. Adensamento dos Solos: Definições e Causas. Disponível em: http://meioambiente.culturamix.com/natureza/adensamento-do-solo-definicao-e- causas > Acesso em: 2014 SILVA, M.S.L. Caracterização e genese do adensamento subsuperficial em solos de tabuleiros do semi-arido do Nordeste do Brasil. 2000. 126 f. Tese (Doutorado) – Programa de Pós-Graduação em ciências do solo, Faculdade de Agronomia, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2000. VARGAS, M. (1977). “Introdução à Mecânica dos Solos”. Volume Único, Editora da Universidade de São Paulo, São Paulo.
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