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GRA0502 NOÇÕES SOBRE O SISTEMA ÚNICO DE SEGURANÇA PÚBLICA

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10/03/2021 Ead.br
https://unifacs.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_667122_1… 1/27
introdução
Introdução
Nesta unidade, estudaremos sobre o segundo processo de redemocratização do Brasil, aquele
iniciado na década de 1980, perdurando até os dias atuais. Para atingir adequadamente essa
NOÇÕES SOBRE SISTEMA NOÇÕES SOBRE SISTEMA 
ÚNICO DE SEGURANÇA PÚBLICAÚNICO DE SEGURANÇA PÚBLICA
Esp. T iago Ferreira Santos
I N I C I A R
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�nalidade, as principais características do regime militar, que vigorou a partir do ano de 1964, serão
explicadas.
A seguir, destacaremos os traços da sociedade contemporânea para compreendermos os fatos e
valores que impactam na política criminal. Além disso, veremos a diferença entre dois tipos
complementares de políticas públicas, a saber: políticas públicas de segurança e políticas de
segurança pública. Por �m, serão analisadas as diferentes formas de concepção de segurança
pública.
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Iniciamos este conteúdo, destacando que o último período autocrático no Brasil se iniciou em 1964,
com a instituição de um regime militar, sendo certo que, em 1967, foi aprovada e promulgada pelo
congresso uma Constituição que continha os direitos e garantias individuais no art. 150 e os direitos
sociais trabalhistas no art. 158.
Ocorre que essas normas jurídicas da Constituição de 1967 exerciam “funções simbólicas” (NEVES,
2011, p. 177), pois as declarações de direitos individuais e sociais não “estavam respaldadas na
realidade constitucional” (NEVES, 2011, p. 177).
Os Atos Institucionais suspendiam-lhe a vigência no quesito, principalmente, dos direitos
fundamentais de primeira dimensão, possibilitando que as instituições do sistema de segurança
pública praticassem os mais diversos atos violadores dos direitos humanos.
O Ato Institucional n. 5/1968, por exemplo, autorizou o Presidente da República a “suspender os
direitos políticos de quaisquer cidadãos pelo prazo de 10 anos e cassar mandatos eletivos federais,
estaduais e municipais” (BRASIL, 1968).
Além disso, suspendeu também garantias de ordem processual penal, a exemplo da “vitaliciedade,
inamovibilidade e estabilidade” (BRASIL, 1968, Art. 6º), como também do “habeas corpus, nos casos
de crimes políticos, contra a segurança nacional, a ordem econômica e social e a economia popular”
(BRASIL, 1968, Art. 10).
Fora esse demérito de impor restrições aos direitos fundamentais de primeira dimensão, o que
signi�ca uma atuação arbitrária, por meio das instituições de segurança pública, a Constituição de
1967 previu expressamente a polícia federal assumindo as tarefas que, até então, incumbiam ao
Departamento Federal de Segurança Pública, além de outras compatíveis com a centralização de
poderes na União promovida pelo regime militar e, também, a censura de diversões públicas.
A Constituição, assim, estabeleceu a competência da União para organizar e manter a polícia federal
com a �nalidade de prover:
a) os serviços de política marítima, aérea e de fronteiras;
Redemocratização BrasileiraRedemocratização Brasileira
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b) a repressão ao trá�co de entorpecentes;
c) a apuração de infrações penais contra a segurança nacional, a ordem política e social, ou em
detrimento de bens, serviços e interesses da União, assim como de outras infrações cujas práticas
tenham repercussão interestadual e exijam repressão uniforme, segundo se dispuser em lei;
d) a censura de diversões públicas (BRASIL, 1967, Art. 8º, inciso VI).
Essa tendência centrípeta do poder, portanto, é perceptível mesmo na atuação das instituições do
sistema de segurança pública. A�nal, na Constituição de 1967, instituiu-se a Polícia Federal com uma
ampla atuação, demonstrando a concentração de poderes na União.
Além disso, enquanto as polícias dos estados são separadas em Polícia Civil, que é uma polícia
judiciária com um viés investigativo; e Polícia Militar, a qual faz um policiamento ostensivo em regra,
a Polícia Federal acumula as duas atividades, incidindo a sua atuação apenas em razão da matéria.
Há de se ressaltar, para evitar confusões, que a Polícia Rodoviária Federal, diferentemente da Polícia
Federal, realiza apenas o policiamento ostensivo das rodovias federais. Não é, portanto, uma polícia
investigativa. O seu surgimento remonta à polícia das estradas de rodagem prevista no Decreto n.
18.323/28, ainda que sua estrutura fosse diminuta.
O próximo período da história constitucional brasileira foi a fase da atual redemocratização. A
transformação político-cultural começou no início da década de 1980, pois a crise econômica
acentuou-se.
Enquanto a década de 1970 foi marcada por um forte crescimento econômico, no qual o regime
militar logrou êxito tamanho, que �cou conhecido como o período do milagre econômico, a década
de 1980 foi o período de resultados pí�os ou negativos, sendo chamada de a década perdida por
economistas.
De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geogra�a e Estatística (IBGE), entre os anos de 1971
a 1980, a menor taxa de crescimento foi de 4,9% em 1977, tendo atingido o ápice de 14% em 1973.
Por outro lado, de 1981 a 1990, houve quatro anos com resultados negativos, a saber:
- 4,3 em 1981;
- 2,9 em 1983;
- 0,1 em 1988;
- 4,3 em 1990.
Embora possa a crise econômica, que tornou a década de 1980 perdida, ter sido uma das concausas
da insatisfação popular crescente que passou a reivindicar a instauração de um regime democrático,
o fato é que esse período deixou um enorme legado de ganhos do ponto de vista político-jurídico.
Nesse sentido, segue lição de Marangoni (2012, p. 58):
Os anos 1980, na América Latina, �caram conhecidos como “a década perdida”, no
âmbito da economia. Das taxas de crescimento do PIB à aceleração da in�ação,
passando pela produção industrial, poder de compra dos salários, nível de emprego,
balanço de pagamentos e inúmeros outros indicadores, o resultado do período é
medíocre. No Brasil, a desaceleração representou uma queda vertiginosa nas médias
históricas de crescimento dos cinqüenta anos anteriores. 
Mas, sob o ponto de vista político, aquela foi literalmente uma década ganha. Não
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apenas se formaram e se �rmaram inúmeras entidades e partidos populares – fruto das
maiores mobilizações sociais de toda a história brasileira -, como se abriu uma nova fase
histórica para o país, através do �m da ditadura e da promulgação da Constituição de
1988 (MARANGONI, 2012, p. 58).
Essa vinculação entre a crise econômica no �nal do regime militar e os movimentos políticos e
sociais que reivindicavam a democracia no Brasil está expressa, inclusive, na justi�cativa da Proposta
de Emenda à Constituição n. 5, de 1983, aquela que pretendia promover eleições diretas para
Presidente e Vice-Presidente da República e impulsionou o movimento Diretas Já. Vejamos o trecho
de sua motivação:
A presente Proposta de Emenda à Constituição deve ser vista, também, como a única
solução à crise econômica, política e social porque passa o país. A nós basta um mínimo
de patriotismo, de honestidade e de sentimento humano, para entendermos que é hora de
mudar (BRASIL, 1983)
Embora com uma ampla aprovação do povo brasileiro, que foi nas ruas pedir as Diretas Já, a citada
Proposta de Emenda à Constituição foi rejeitada por não atingir o quórum necessário diante,
inclusive, da ausência de muitos congressistas.
De qualquer modo, era realmente a hora de mudar. O regime militar justi�cava-se, ainda, em umasociedade moderna, em que os anseios pela segurança são maiores do que os da liberdade e do
prazer. Seus con�itos, em geral, são decorrentes da necessidade de puri�car a sociedade,
normalizando ou excluindo o diferente, como bem trouxe Bauman (1998, p. 13):
"A Solução Final Alemã", observou a escritora americana Cynthia Ozick, "era uma solução
estética; era uma tarefa de preparar um texto, era o dedo do artista eliminando uma
mancha; ela simplesmente aniquilava o que era considerado não-harmonioso. [...] Nos
primeiros anos da idade moderna, como Michel Foucault nos lembrou, os loucos eram
arrebanhados pelas autoridades citadinas, amontoados dentro de Narrenschi�en ("naus
dos loucos") e jogados ao mar [...] (BAUMAN, 1998, p.13).
Na sociedade pós-moderna (BAUMAN, 1998, p. 26) ou da modernidade líquida (BAUMAN, 2007, p. 7),
os valores da liberdade, da pluralidade e do prazer são proeminentes. Os seus con�itos principais,
portanto, envolvem como resolver a questão dos consumidores falhos incapazes de vivenciar essa
sociedade ou momento. Nesse sentido, Bauman (1998, p. 24):
Uma vez que o critério da pureza é a aptidão de participar do jogo consumista, os
deixados fora como um "problema", como a "sujeira" que precisa ser removida, são
consumidores falhos [...] (BAUMAN, 1998, p. 24).
Não seria possível, portanto, manter-se essa incompatibilidade entre um regime autoritário e os
ensaios da sociedade na contemporaneidade. Não apenas a crise econômica, mas também os novos
valores exigidos de liberdade e pluralidade da modernidade líquida demonstram a inevitabilidade da
aprovação, no ano de 1985, da Emenda Constitucional n. 26, convocando a Assembleia Nacional
Constituinte compostas pelos membros da Câmara dos Deputados e do Senado Federal (BRASIL,
1985).
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A concepção político-jurídica que permeou os trabalhos foi clara, não à toa, ela é chamada de
Constituição-Cidadã. Ainda que se possa reconhecer a in�uência do direito alemão nas Constituições
brasileiras de 1934, 1946 e 1967, que a�rmaram que a ordem econômica e social possui �nalidade
de realizar a dignidade humana, apenas com a Constituição de 1988, a dignidade da pessoa humana
é elevada à condição de princípio fundamental da República Federativa do Brasil, já no Art. 1º, inciso
III.
Isso signi�ca que no direito atual não apenas as normas constitucionais relativas à ordem
econômica e social devem ser interpretadas à luz da dignidade da pessoa humana, mas sim todo o
ordenamento jurídico brasileiro. Como bem trazido por Soares (2010, p. 68), essa perspectiva está
também relacionada à necessidade de um direito pós-moderno, adequado à sociedade de então.
As disposições constitucionais do Capítulo III, da Segurança Pública, inserido no Título V, da Defesa
do Estado e das Instituições Democráticas, devem ser interpretadas sob essa perspectiva trazida no
Art. 1º, inciso III.
Os órgãos da Segurança Pública, portanto, elencados no Art. 144 da Constituição, a saber, polícia
federal, polícia rodoviária federal, polícia ferroviária federal, polícias civis, polícias militares e corpos
de bombeiros militares (BRASIL, 1988, Art. 144, incisos I a V) não são um �m em si mesmos, mas
destinam-se à “preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio”
(BRASIL, 1988, Art. 144, caput). Além disso, vê-se que a segurança pública, embora seja um “dever do
Estado” (BRASIL, 1988, Art. 144, caput), consiste em um “direito e responsabilidade de todos”
(BRASIL, 1988, Art. 144, caput).
Como não poderia ser diferente em uma Constituição democrática que empreendeu uma antítese a
um regime autoritário, destacando o princípio da dignidade da pessoa humana como fundamento
da República, ela trouxe um extenso rol de direitos e garantias individuais incidentes em matéria de
direito penal e processual penal.
Não só isso, a Constituição de 1988 inova a história constitucional brasileira. Inverte a ordem dos
títulos. Traz os direitos e as garantias individuais e coletivos para antes dos títulos destinados à
organização dos poderes. Ainda que essa reorganização seja principalmente simbólica, há de se
admitir que é um re�exo da preocupação dos membros da Assembleia Nacional Constituinte.
saiba mais
Saiba mais
A Constituição contempla as três gerações ou dimensões de direitos apontadas pela doutrina moderna:
direitos de primeira, segunda e terceira geração. Essa classi�cação realizada pela doutrina baseia-se na
ordem cronológica em que esses direitos foram recepcionados em nível constitucional, e são cumulativos.
Para saber mais, acesse:
ACESSAR
https://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/176526/000842780.pdf
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atividade
atividade
“Os anos 1980 foram perdidos do ponto de vista econômico. O país passou, então, por uma grande crise
�nanceira – a grande crise da dívida externa dos anos 1980 – que desencadeou a alta in�ação inercial. O
Brasil, que vinha crescendo a taxas extraordinárias até 1980, parou; a economia brasileira estagnou. E,
depois, nunca mais voltou às altas taxas de 1950 a 1980”.
BRESSER-PEREIRA, L. C. Pontos de vista. In: MARANGONI. Anos 1980, década perdida ou ganha?. Desa�os
do desenvolvimento, ano 9, ed. 72. 2012. Disponível em: http://www.ipea.gov.br/desa�os/index.php?
option=com_content&id=2759:catid=28&Itemid=23. Acesso em: 17 mar. 2019.
A partir dessa perspectiva, assinale a alternativa correta sobre o processo de redemocratização brasileira:
a) A década de 1980 foi perdida sob os aspectos políticos, econômicos e sociais.
b) Do ponto de vista social, diferente do aspecto econômico, a década de 1980 foi considerada
positiva, já que houve a redução da desigualdade e o aumento do poder de compra da população
dos estratos sociais inferiores.
c) Do ponto de vista político, a década de 1980 foi considerada ganha, pois em seu contexto
aconteceu o restabelecimento dos direitos fundamentais de primeira dimensão ligados à ideia de
liberdade, a saber: os direitos civis e políticos.
d) Entre os direitos estabelecidos pela Constituição no processo de redemocratização, não está
previsto que ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal
condenatória.
e) A década de 1980 foi perdida apenas sob o aspecto político.
http://www.ipea.gov.br/desafios/index.php?option=com_content&id=2759:catid=28&Itemid=23
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Entre os estudos sobre a contemporaneidade, entendida como o período atual da história, que
possui alguns traços marcantes em relação à modernidade tradicional, Zygmunt Bauman (1998)
possui algumas interessantes considerações, especialmente, nos seus estudos sobre o mal-estar da
pós-modernidade.
Ele considerou que, na verdade, a pós-modernidade consiste em uma fase da modernidade,
possuindo características que a diferenciam da modernidade tradicional, mas não são su�cientes
para iniciar realmente um novo período, chamado também de modernidade líquida, nomenclatura
preferida nos estudos mais recentes por não conferir a falsa impressão de um rompimento com o
período antecedente.
A modernidade seria aquela em que se valoriza a beleza, a pureza, a ordem, a limpeza, a segurança.
A construção da civilização, nos seus termos, propõe a negação à liberdade e aos instintos de
sexualidade e de agressividade.
Na modernidade tradicional, portanto, na “estrutura de uma civilização concentrada na segurança,
mais liberdade signi�ca menos mal-estar. Dentro da estrutura de uma civilização que escolheu
limitar a liberdade em nome da segurança,mais ordem signi�ca mais mal-estar” (BAUMAN, 1998, p.
10).
Ocorre que, no período a que se pode chamar também de modernidade tardia (GIDDENS, 2002, p.
11/12), houve uma mudança de ótica. Diante do mal-estar da civilização moderna, resultado de um
excesso de controle e de limitação da liberdade, passou-se a defender uma desregulamentação,
com a �nalidade de ampliar a liberdade e permitir maior quantidade de prazeres. Assim, nossa
“hora [...] é a da desregulamentação” (BAUMAN, 1998, p. 10).
Nesse sentido, estabelece o referido sociólogo uma distinção interessante entre os homens e
mulheres modernos para os pós-modernos. Curiosamente, não são a democracia e a república
regimes que expressam a máxima radicalização dos ideais modernos consoante ao entendimento
de Zygmunt Bauman, mas sim o nazismo e o comunismo, os quais “primaram por impelir a
tendência totalitária a seu extremo radical - o primeiro condensando a complexidade do problema
Contemporaneidade e Política Criminal:Contemporaneidade e Política Criminal:
ComplexidadeComplexidade
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da pureza, em sua forma moderna, no da pureza da raça, o segundo no da pureza da classe”
(BAUMAN, 1998, p. 24).
Diante disso, é perfeitamente possível a�rmar, nesse sentido, que o regime militar brasileiro
traduziu similar ideia, mas com o viés da pureza ideológica, atribuindo à Polícia Federal a censura
das diversões públicas, por exemplo.
Noutro giro, na pós-modernidade ou modernidade líquida, ao invés de centralizar e coletivizar, está-
se a desregulamentar e privatizar.
Entretanto, há ainda um teste de pureza consistente na análise de ser capaz de usufruir de “estilos e
padrões de vida inteiramente livremente concorrentes” (BAUMAN, 1998, p. 26), ou seja, “tem de
mostrar-se capaz de ser seduzido pela in�nita possibilidade e constante renovação promovida pelo
mercado consumidor” (BAUMAN, 1998, p. 26).
Ao mesmo tempo em que se permite maior pluralidade de identidade e de aventuras, possibilitando
experiências antes não vividas, multiplicando o seu fornecimento ao mercado consumidor, segrega-
se o não-consumidor. Pode-se dizer que a pureza e a ordem giram, em torno do consumismo no
ambiente pós-moderno desregulamentado e privatizado. Nesse sentido, vejamos a transcrição de
lição de Zygmunt Bauman:
O serviço de separar e eliminar esse refugo do consumismo é, como tudo o mais no
mundo pós-moderno, desregulamentado e privatizado. Os centros comerciais e os
supermercados, tempos do novo credo consumista, e os estádios, em que se disputa o
jogo do consumismo, impedem a entrada dos consumidores falhos a suas próprias
custas, cercando-se de câmeras de vigilância, alarmes eletrônicos e guardas fortemente
armados; assim fazem as comunidades onde os consumidores afortunados e felizes vivem
e desfrutam de suas novas liberdades; assim fazem os consumidores individuais,
encarando suas casas e seus carros como muralhas de fortalezas permanentemente
sitiadas (BAUMAN, 1998, p. 26-27).
Duas são as formas de o pós-moderno lidar com o consumidor falho ou o não-consumidor. A
primeira consiste na remoção dele, a qual acontece pela exclusão e encarceramento, sendo certo
que - mesmo as prisões - devem se submeter à lógica do suposto custo-benefício na
contemporaneidade.
Noutro giro, a reciclagem seria a segunda modalidade, na qual se inserem programas de capacitação
e mecanismos de assistência social. Assim, ao mesmo tempo em que se proclama a liberdade,
redimensionada, exerce-se controle, �scalização, exclusão e recuperação, segundo novos moldes.
Surgem, assim, novas preocupações para as instituições de segurança pública, sendo certo que
outras desaparecem, a exemplo da censura de diversões públicas.
Para demonstrar essa perspectiva pós-moderna de remoção e reciclagem dos consumidores falhos,
vejamos a transcrição de lição de Zygmunt Bauman (1998, p. 27):
Se a remoção do refugo se mostra menos dispendiosa do que a reciclagem do refugo,
deve ser-lhe dada prioridade. Se é mais barato excluir e encarcerar os consumidores
falhos para evitar-lhe o mal, isso é preferível ao restabelecimento de seu status de
consumidores através de uma previdente política de emprego conjugada com provisões
rami�cadas de previdência (BAUMAN, 1998, p. 27).
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Há, assim, um complexo empecilho aparentemente insuperável na pós-modernidade, sendo difícil
de imaginar uma solução para ele. A liberdade proclamada, a desregulamentação e a privatização
atingem especialmente os consumidores, possibilitando-lhes amplos acessos aos meios de prazer,
especialmente, pagos. Entretanto, essa lógica é inversa diante daqueles que não tem condição de se
colocar numa situação de consumismo. Esse entendimento encontra respaldo, inclusive, nas
análises realizadas por Loïc Wacquant. Segue transcrição:
A substituição progressiva de um (semi) Estado-providência por um Estado penal e
policial, no seio do qual a criminalização da marginalidade e a contenção punitiva das
categorias deserdadas faz as vezes de política social. [...] o Estado penal que substitui peça
por peça o embrião de Estado social é, ele mesmo, incompleto, incoerente e muitas vezes
incompetente [...] Este Estado-centauro, guiado por uma cabeça liberal montada sobre
um corpo autoritarista, aplica a doutrina "laissez faire, laissez passer" a montante em
relação às desigualdades sociais, mas mostra-se brutalmente paternalista a jusante no
momento em que se trata suas consequências. (WACQUANT, 2003, p. 19-21)
Assim, a “preocupação dos nossos dias com a pureza do deleite pós-moderno expressa-se na
tendência cada vez mais acentuada a incriminar seus problemas socialmente produzidos” (BAUMAN,
1998, p. 28). Em outros termos, a própria pós-modernidade possui suas incoerências; incentiva-se a
liberdade consumista, exclui-se e encarcera-se o consumidor falho, sempre que se mostrar
economicamente mais viável para atingir a pureza pós-moderna, instituída com base justamente nas
críticas à modernidade, marcada pela ausência de liberdade e pela perseguição à ordem e à pureza,
ainda que de outra natureza.
Para não restar dúvidas sobre quais são os alvos da punição e dos crimes, o que demonstra,
incomparavelmente, a incoerência pós-moderna em defender liberdade e a desregulamentação,
vejamos o que diz Zygmunt Bauman (1998, p. 29):
A busca da pureza moderna expressou-se diariamente com a ação punitiva contra as
classes perigosas; a busca da pureza pós-moderna expressa-se diariamente com a ação
punitiva contra os moradores das ruas pobres e das áreas urbanas proibidas, os
vagabundos e indolentes (BAUMAN, 1998, p. 29).
Constata-se, assim, que a pós-modernidade ou a modernidade líquida intensi�cam de um lado a
liberdade, os prazeres, reduzindo a ordem e a segurança. Entretanto, do outro lado, aumenta-se a
punição, reduzindo a liberdade. O critério distintivo, no pensamento de Zygmunt Bauman, é
justamente o fato de ser consumidor.
Inclusive, há uma distensão entre a proclamada liberdade pós-moderna tão normatizada nos
direitos e garantias individuais da Constituição de 1988 e a necessidade de encarceramento
crescente dos consumidores falhos. A�nal, há um extenso rol de direitos fundamentais incidentes na
relação jurídica penal e processual penal, afetando, portanto, a atuação das instituições de
segurança pública. Rodrigo Ghiringhelli de Azevedo (2009, p. 97) constata o problema nos termos
que a seguir:
Desde o retorno à democracia, com a promulgação da Constituição Federal de 1988, tem
se tornado cada vez mais explícita a di�culdade do sistema de justiça penal e segurança
pública para lidar, dentro da legalidade, com a crescente taxa de criminalidade,
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acarretando a perda de legitimidade do Estado e a falta de con�ança nas instituições de
justiça e segurança (AZEVEDO, 2009, p. 27).
Diversos pontos são atacados pelos adeptos de uma criminologia conservadora, menoridade penal
aos 18 anos, normas instituidoras de um direito penal especial para adolescentes em con�ito com a
lei, presunção de não-culpabilidade até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória,
quantidade de recursos, ausência de proteção jurídica para atuação dos agentes das instituições de
segurança pública, incluindo atuação de atirador de elite com �ns de abater a pessoa que esteja em
via pública com arma de uso restrito no Brasil.
Fato é que a elaboração da política criminal na contemporaneidade é complexa. Por um lado,
encontra limites constitucionais, legais e nos próprios ideais da sociedade pós-moderna impõe um
amplo respeito à liberdade, à pluralidade de identidades e à diversidade das formas de prazer. Por
outro, há de resolver a questão dos elevados índices de criminalidade violenta e da sensação de
insegurança, além de coexistir com os mecanismos de segurança privada e aos anseios de exclusão
ou reabilitação dos consumidores falhos.
Nessa perspectiva complexa, analisaremos o modo em que o Poder Judiciário tem decidido sobre as
proposições de políticas públicas formuladas pelo Ministério Público, o qual argumentava que o ente
público obrigatoriamente as deveria adotar, já que a segurança pública é “dever do Estado” (BRASIL,
1988, Art. 144).
Para iniciar a série de casos estudados, o Ministério Público do Estado do Amapá ajuizou uma ação
civil pública e obteve decisão judicial favorável determinando o que o Estado do Amapá “procedesse
à inauguração de nova Delegacia de Polícia Civil no município de Vitória do Jari, bem como
nomeasse, no mínimo, 01 (um) escrivão e 07 (sete) agentes de Polícia Civil” (AMAPÁ, 2017).
Ocorre que, naquele julgado, em sede de recurso ao Tribunal de Justiça do Estado da Amapá, foi
entendido que não havia comprovação da inércia do Poder Executivo em tentar resolver as
demandas de segurança pública do estado, ainda que houvesse uma constatação de que a situação
em geral estava preocupante nessa área. Nesse sentido, ele reformou a decisão do primeiro grau,
pois precisava considerar o princípio da separação dos poderes, nos termos da ementa a seguir:
PROCESSUAL CIVIL E CONSTITUCIONAL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO CIVIL PÚBLICA.
TUTELA DE URGÊNCIA. OBRIGAÇÃO DE FAZER. SEGURANÇA PÚBLICA. PRINCÍPIO DA
SEPARAÇÃO DOS PODERES. 1) Inobstante a impositiva regra constitucional insculpida no
art. 144 da Constituição Federal de que é dever do Estado promover a segurança pública,
mediante o aparelhamento da polícia civil, resguarda-se, todavia, a discricionariedade da
Administração em casos onde não se mostre evidenciada a sua inércia, sob pena de
quebra do princípio da separação entre os poderes. 
2) Precedente deste Eg. TJAP. 
3) Agravo de instrumento provido (AMAPÁ, 2017).
Sem dúvidas, ampliar o quantitativo de pro�ssionais das instituições de segurança pública, inclusive
a Polícia Civil, que lida com a investigação da criminalidade comum, é uma importante medida de
política de segurança pública, ainda que se reconheça di�culdades inúmeras para empreendê-la por
meio judicial. Por exemplo, há limitação de orçamento, que deve ser distribuído para todo o estado.
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Outra ação civil pública no mesmo estado merece análise, pois o Ministério Público do Estado do
Amapá obteve determinação judicial contra o Poder Executivo, no que se refere ao quadro de
pessoal, consistente em “aumentar o efetivo de policiais militares do Distrito de Lourenço para 20
(vinte) policiais [...] e se abster de reduzir o destacamento de policiais já existentes naquela
localidade” (AMAPÁ, 2018).
Na mesma sentença, conseguiu, ainda, determinação para “fornecer os instrumentos necessários ao
trabalho de policiamento [...]” (AMAPÁ, 2018), além de “providenciar viaturas com tração para
propiciar o patrulhamento nas áreas rurais” (AMAPÁ, 2018).
Após a apelação da sentença julgada procedente, o Tribunal de Justiça do Estado do Amapá,
diferentemente do caso anterior, decidiu pela manutenção, nos termos que ementa, conforme
apresentado:
PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. SEGURANÇA PÚBLICA. DEFICIÊNCIA. PEQUENO
EFETIVO POLICIAL E FALTA DE RECURSOS MATERIAIS. DISTRITO DE LOURENÇO. RESERVA
DO POSSÍVEL E CUSTOS DOS DIREITOS. LEGÍTIMA ATUAÇÃO DO PODER JUDICIÁRIO.
COMPATIBILIDADE COM A SEPARAÇÃO DE PODERES. 1) Segundo a Constituição Federal, a
segurança pública é direito de todos e a ele corresponde o dever estatal de prestá-lo (art.
144), situação que a insere no programa de políticas públicas a ser desempenhado pelos
entes estatais. Nada obstante, ordinariamente, caiba aos Poderes Legislativo e Executivo
formular e executar as políticas de segurança pública, exsurge dessa compreensão ser
possível ao Poder Judiciário, excepcionalmente, determinar ao órgão estatal inadimplente
a implementação da referida política, a qual se insere dentre os encargos político-jurídicos
impostos aos entes públicos em caráter mandatório (STF, RE 410.715/SP, Segunda Turma,
Min. Celso de Mello, j. 03/02/2006). 2) Não existe, portanto, interferência indevida no
Executivo quando o Poder Judiciário, provocado para prestar a jurisdição, constata a
ine�ciência na implementação de política pública a que o demandado encontra-se
constitucionalmente obrigado e determina a adoção de medidas para corrigir a
de�ciência do serviço ofertado, sobretudo por se tratar de encargo de prestação
obrigatória. Precedentes. 3) Para invocar a denominada cláusula do �nanceiramente
possível, o ente público deve comprovar objetivamente a insu�ciência de recursos públicos
ou a falta de previsão orçamentária da despesa ou, ainda, que o cumprimento da ordem
judicial imporá gravame excessivo às contas públicas. À invocação da fórmula da reserva
do possível deve ser contraposta a teoria dos custos dos direitos para impedir a
legitimação do “injusto inadimplemento de deveres estatais de prestação
constitucionalmente impostos ao poder público” (STF, STA 223 AgR, rel. min. Celso de
Mello, j. 14/04/2008, P, DJE de 09/04/2014). 4) Apelo não provido (AMAPÁ, 2018).
Portanto, não só entendeu pela oportunidade e conveniência da manutenção de um quadro de
pessoal mínimo da Polícia Militar com uma quantidade mínima de equipamentos para que os
agentes públicos tivessem as condições como identi�cou que a Constituição impõe o dever ao
Estado de realizar aquelas medidas acima analisadas, já que é seu dever fornecer a segurança
pública. 
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atividade
atividade
“O serviço de separar e eliminar esse refugo do consumismo é como tudo o mais no mundo pós-moderno,
desregulamentado e privatizado. Os centros comerciais e os supermercados, templos do novo credo
consumista, e os estádios, em que se disputa o jogo do consumismo, impedem a entrada dos consumidores
falhos a suas próprias custas"
BAUMAN, Z. O mal-estar da pós-modernidade. Tradução de  Mauro Gama e Cláudia Martinelli Gama.
Revisão técnica: Luís Carlos Fridman. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1998, p. 24.
Acerca da política criminal na contemporaneidade, assinale a alternativa correta:
a) A contemporaneidade é sinônimo de modernidade, não possuindo relação com o signi�cado de
pós-modernidade. Portanto, as políticas públicas contemporâneas são as modernas.
b) A maioria dos casos de ações civis públicas instaurada pelo Ministério Público com �ns a obrigar o
Estado a realizar investimentos em políticas de segurança pública na contemporaneidade refere-se
à ampliação de lotação de pessoal e ao fornecimento de equipamentos.
c) A pós-modernidade corresponde ao período em que se buscou, principalmente, a pureza,a
ordem, a limpeza e a segurança, motivos pelos quais os moldes da segurança pública do regime
militar lhe correspondem.
d) Na sociedade contemporânea, o Estado-providência, aquele que busca intervir na ordem
econômica e social para promover o bem-estar social, cede espaço ao Estado mínimo, que reduz o
papel das políticas públicas na sociedade, inclusive, pela redução do Estado penal e do policial.
e) As ditaduras nazistas, fascistas e comunistas correspondem e estão relacionadas à sociedade pós-
moderna.
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Como bem ressaltado por Ana So�a Schmidt de Oliveira (2002, p. 47), “um bom começo é
estabelecer a distinção entre políticas de segurança pública e políticas públicas de segurança”.
Há diversas políticas públicas capazes de impactar a segurança pública, reduzindo a criminalidade.
São as chamadas políticas públicas de segurança. Elas não se opõem às políticas de segurança
públicas destinadas às atividades policiais, como complementam sua atuação. Vejamos o trecho a
seguir de Ana So�a Schmidt de Oliveira (2002, p. 47):
Políticas de segurança pública é expressão referente às atividades tipicamente policiais,
é a atuação policial “strictu sensu”. Políticas públicas de segurança é expressão que
engloba as diversas ações, governamentais e não governamentais, que sofrem impacto ou
causam impacto no problema da criminalidade e da violência (OLIVEIRA, 2002, p. 47).
Um dos exemplos de políticas públicas de segurança, em que o Poder Judiciário foi acionado pelo
Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro para decidir, foi sobre a necessidade de implantação
da iluminação pública, nos termos da ementa a seguir:
AÇÃO CIVIL PÚBLICA. AUSÊNCIA DE ILUMINAÇÃO PÚBLICA. AUMENTO DA CRIMINALIDADE.
SEGURANÇA PÚBLICA. Ação civil pública proposta pelo MP contra o Município em razão
das representações feitas pelos moradores do 4º Distrito de Maricá quanto à ausência de
iluminação pública. 
1- -A quantidade de reclamações encaminhadas ao MP demonstra que a Urbe não vem
prestando o serviço a contento. 
2-Indubitável a precariedade da prestação do serviço de iluminação pública, que é
essencial, eis que se relaciona com a segurança pública. Além disso, é uma atribuição da
Municipalidade, nos termos do art. 149-A, da CRFB, o qual, inclusive, permite a instituição
da contribuição para o custeio do serviço. 
3- Não há violação ao princípio da separação dos poderes quando o Judiciário determina
o cumprimento da Lei. 
4-A tese de que deve ser observada a reserva do possível também não prospera. A
jurisprudência entende que não se pode invocar tal princípio para justi�car o
inadimplemento de direito fundamental, que, no caso dos autos, é a segurança pública.
5-Quanto ao montante �xado a título de verba compensatória coletiva, assiste razão ao
Políticas Públicas de Segurança e PolíticasPolíticas Públicas de Segurança e Políticas
de Segurança Públicade Segurança Pública
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apelante, pois tem por objetivo compensar o dano sofrido, sem, contudo, servir de fonte
de enriquecimento sem causa, sob pena de causar novo dano. 6-No que tange aos juros,
merece guarida o inconformismo, eis que devem incidir a partir da citação, nos termos do
art. 1º-F da Lei nº 9.494/97, com a alteração dada pela Lei nº 11.960/2009. Recurso
parcialmente provido (RIO DE JANEIRO, 2014).
Além desse caso julgado pelo Poder Judiciário, são exemplos de políticas públicas de segurança
também todas as medidas destinadas a melhorar os aspectos sociais, mas que as ciências apontam
que podem reduzir os índices de criminalidade. Esse é, portanto, um conceito que se comunica com
o de políticas públicas em geral.
Não se trata, desse modo, “de optar por programas sociais versus programas repressivos, mas
simplesmente ressaltar a possibilidade de se fazer uma combinação ótima de estratégias [...]”
(BEATO FILHO, 1999, p. 23). Nesse sentido, algumas políticas públicas podem ser destacadas.
Uma das primeiras perspectivas trazidas por Cláudio C. Beato Filho consiste no custo relativamente
baixo do investimento em tratamento dos dependentes químicos de cocaína em relação aos gastos
com repressão. Ele diz que:
Para diminuir em 1% o consumo anual de cocaína nos EUA são necessários 783 milhões
de dólares gastos em controle nos países produtores, 366 milhões na interdição em
fronteiras, 246 milhões em repressão doméstica e 34 milhões em tratamento! São
números bastante eloqüentes e que convidam à re�exão (BEATO FILHO, 1999, p. 22).
Portanto, ao se tratar de pessoas, há uma inegável redução na prática do crime de trá�co de drogas,
a�nal, o mercado consumidor reduz. A novidade desses estudos, assim, “está em não tratar o
problema das drogas do ângulo exclusivo do trá�co, mas do consumo também” (BEATO FILHO,
1999, p. 22).
São evitadas, desse modo, “formulações de programas de controle da criminalidade assentadas em
oposições falsas, como repressão versus assistencialismo social” (BEATO FILHO, 1999, p. 22), pois “a
e�cácia dos resultados está justamente em combinarem-se programas distintos de controle” (BEATO
FILHO, 1999, p. 23).
Uma outra medida que vir a consistir uma política pública de segurança é a instituição de um
Gabinete de Gestão Integrada, especialmente, aquele articulado no âmbito municipal, pois buscará
promover uma articulação entre as instituições de segurança pública e as demais, inclusive, as de
proteção social.
Podemos ver que são exemplos de políticas públicas de segurança:
1. fornecimento ou ampliação da iluminação pública;
2. tratamento de dependentes químicos, ou seja, potenciais consumidores de drogas ilícitas;
3. instituição de Gabinete de Gestão Integrada Municipal. 
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atividade
atividade
“A idéia não é reformar indivíduos, o que é extremamente difícil, mas di�cultar as condições de ocorrência
de crimes. Isto é feito mediante a contratação de desempregados para atuar como guardas civis
uniformizados, mas sem autoridade policial".
BEATO FILHO, C. C. Políticas públicas de segurança e a questão policial. São Paulo Perspec., São Paulo, v. 13,
n. 4, p. 13-27, Dec. 1999. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-
88391999000400003&lng=en&nrm=iso.  Acesso em: 23 mar. 2019.
Acerca da diferença entre políticas públicas de segurança e políticas de segurança pública, assinale a
alternativa correta:
a) A contratação de desempregados puramente pode ser considerada uma política de segurança
pública.
b) A ampliação da quantidade de policiais em uma determinada localidade pode ser considerada
uma política pública de segurança.
c) Políticas públicas de segurança e políticas de segurança pública são sinônimos.
d) Instalar a adequada iluminação pública de uma localidade, tecnicamente, é uma política pública
de segurança.
e) Realizar treinamentos das polícias pode ser considerada uma política pública de segurança.
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Neste tópico você conhecerá algumas formas de expor as diferentes concepções de segurança
pública. Diferenciará, inicialmente, o modelo da polícia legal (law-o�cer) da polícia de paz (peace
o�cer). Em seguida, analisará sinteticamente as teorias culturalistas e racionalistas, sabendo
distingui-las. Conhecerá, por �m, as características pertinentes à teoria da dissuasão e à teoria da
legitimidade.
Polícia Legal (Law-Of�icer) vs Polícia de Paz (Peace
Of�icer)
Há basicamente dois modelos em que a atuação policial pode estar fundamentada.Primeiro, a
polícia da lei ou legal, também chamada de modelo “law-o�cer”, consistente no modelo tradicional.
Em outras palavras, os “policiais orientam suas ações no sentido de apreender e identi�car culpados,
coibir comportamentos desviantes e impor a ordem, de acordo com a lei” (AZEVEDO, 2003, p. 20).
Quando lida de forma equivocada, a Constituição pode conduzir o intérprete à a�rmação de que
esse é o modelo preponderantemente adotado. Isso porque, ao atribuir às atividades de cada uma
das entidades do sistema de segurança pública, estabeleceu incumbir à polícia federal “apurar
infrações penais contra a ordem política e social ou em detrimento de bens, serviços e interesses da
União ou de suas entidades autárquicas e empresas públicas” (BRASIL, 1988, Art. 144, §1º, I), além de
“outras infrações cuja prática tenha repercussão interestadual ou internacional e exija repressão
uniforme, segundo se dispuser em lei” (BRASIL, 1988, Art. 144, §1º, I).
Incumbiu, ainda, a polícia federal de “prevenir e reprimir o trá�co ilícito de entorpecentes e drogas
a�ns, o contrabando e o descaminho, sem prejuízo da ação fazendária e de outros órgãos públicos
nas respectivas áreas de competência” (BRASIL, 1988, Art. 144, §1º, II), assim como o dever de
“exercer as funções de polícia marítima, aeroportuária e de fronteiras” (BRASIL, 1988, Art. 144, §1º,
III) e de “exercer, com exclusividade, as funções de polícia judiciária da União” (BRASIL, 1988, Art. 144,
§1º, IV).
A discriminação das atividades da Polícia Federal ainda é aquela em que se está mais propícia pela
literalidade a uma abertura a ambos modelos. Podemos perceber a diferença, por exemplo, à polícia
Concepções de Segurança PúblicaConcepções de Segurança Pública
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rodoviária federal incumbe o “patrulhamento ostensivo das rodovias federais” (BRASIL, 1988, Art.
144, §2º), similarmente ao que acontece com a polícia ferroviária federal, que tem o dever de realizar
o “patrulhamento ostensivo das ferrovias federais” (BRASIL, 1988, Art. 144, §3º).
No âmbito dos estados, as polícias militares possuem a tarefa de realizar a “polícia ostensiva e a
preservação da ordem pública” (BRASIL, 1988, Art. 144, §5º), ao passo que às polícias civis incumbe,
“ressalvada a competência da União, as funções de polícia judiciária e a apuração de infrações
penais, exceto as militares” (BRASIL, 1988, Art. 144, §4º). Também ao dispor sobre os corpos de
bombeiros militares, não trouxe uma perspectiva diferenciada, a�rmando a Constituição apenas
que, “além das atribuições de�nidas em lei, incumbe a execução de atividades de defesa civil”
(BRASIL, 1988, Art. 144, §5º).
No que se refere à guarda municipal, também não houve grandes avanços na discriminação de suas
atividades, limitando-se a estabelecer que os “municípios poderão constituir guardas municipais
destinadas à proteção de seus bens, serviços e instalações, conforme dispuser a lei” (BRASIL, 1988,
Art. 144, §8º). Sua regulação, portanto, incumbiu à legislação, especi�camente, a Lei n. 13.022/14
dispôs sobre o Estatuto Geral das Guardas Municipais.
Há de se destacar que os agentes de trânsito integram o Sistema Único de Segurança Pública na
condição de integrantes operacionais, ao lado da polícia federal, polícia rodoviária federal, polícias
civis, polícias militares, corpos de bombeiros militares, guardas municipais, órgãos do sistema
penitenciário, institutos o�ciais de criminalística, medicina legal e identi�cação, Secretaria Nacional
de Segurança Pública, secretarias estaduais de segurança pública ou congêneres, Secretaria
Nacional de Proteção e Defesa Civil, Secretaria Nacional de Política Sobre Drogas; guarda portuária
(BRASIL, 2018, Art. 9º, §2º).
Esse comentário destacado sobre os guardas de trânsito decorre de a segurança viária ter sido,
expressamente, incluída no capítulo da Segurança Pública na Constituição no ano de 2014 por meio
da Emenda Constitucional n. 82/2014, dispondo uma perspectiva mais ampla de sua atuação, ou
seja, não compreendia apenas a engenharia e a �scalização de trânsito, mas também educação
(BRASIL, 1988, Art. 144, §10º), demonstrando a preocupação em integrar as diversas formas de
atuação.
Nessa linha, outro modelo trazido por Marco Antônio de Azevedo (2003, p. 20) foi o intitulado “peace
o�cer” ou polícia de paz, no qual “o lado social da atividade policial é valorizado” (AZEVEDO, 2003, p.
20). Podemos veri�car, em outros termos, o seguinte resumo de sua atuação:
A atividade não é mais voltada para a tipi�cação de pessoas suspeitas e criminosos e, o
que é mais importante, preventivamente torna-se atenta aos riscos e ameaças à
manutenção da ordem pública, partam essas ameaças do indivíduo, de grupos ou de
situações (AZEVEDO, 2003, p. 20).
Embora não haja uma relação necessária entre os modelos de atuação policial e as teorias da
concepção de segurança pública, há um relativo consenso de que a teoria da intimidação prefere a
polícia da lei ou legal, ao passo que a polícia de paz está mais relacionada com a teoria da
legitimidade. Nesse sentido, temos a observação de Marco Antônio de Azevedo (2003, p. 21):
Uma polícia descentralizada e comunitariamente orientada, ao estabelecer um contato
mais estreito e intenso com a população, legitima seu trabalho e, além disso, reduz o
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“temor da criminalidade”, fator muito importante para a qualidade de vida de uma
população (AZEVEDO, 2003, p. 21).
Teorias Culturalistas Versus Racionalistas
Antes de adentrar de forma mais profunda na diferença entre as teorias da dissuasão e da
legitimidade, é interessante analisar ainda “duas grandes perspectivas teóricas básicas na sociologia
da criminalidade” (AZEVEDO, 2003, p. 22), a saber: as chamadas teorias culturalistas e racionalistas.
Os adeptos da primeira “concebem a criminalidade como produto do sistema social e, portanto,
como uma disfunção social” (AZEVEDO, 2003, p. 22). Diferentemente, aqueles que acreditam na
teoria racionalista “veem o crime como uma atividade rotineira e normal, necessária e produzida
pela própria sociedade” (AZEVEDO, 2003, p. 22).
Em geral, derivam das teorias culturalistas, como bem destacado por Marco Antônio de Azevedo
(2003, p. 22), “políticas públicas destinadas a reduzir a criminalidade atacando suas possíveis causas,
ou seja, a pobreza, o desemprego, a falta de escolas e de oportunidades etc.” (AZEVEDO, 2003, p. 22).
No sentido oposto, as teorias racionalistas resultam em “uma outra estratégia de combate à
criminalidade, segundo a qual o principal papel do Estado consiste em dissuadir o criminoso, um
tomador racional de decisões, da prática de delitos” (AZEVEDO, 2003, p. 22).
Se há uma série de políticas públicas de segurança capazes de reduzir a criminalidade, há de se
reconhecer também que diversas pesquisas mostraram que “redução de desemprego, crescimento
econômico e aumento da escolaridade não têm efeito redutor sobre as taxas de criminalidade nas
grandes cidades” (AZEVEDO, 2003, p. 22), embora não haja um consenso nessa conclusão. A visão
adequada, portanto, não pode ser a a�rmação de que a mera adoção de uma teoria e de um
modelo são aptos a resolver as questões das políticas de segurança pública. A�nal, um exame
atento “mostra que tais modelos e teorias não são necessariamente excludentes, mas
complementares” (BEATO FILHO, 1999, p. 25).
Teoria da Dissuasão Versus Teoria da Legitimidade
Especi�camente sobre a teoria da dissuasão, ele fundamenta-se na crença de que “se tivermos uma
polícia preparada e e�ciente, uma legislação adequada e um complexo de prisões com vagas
su�cientes para receber os delinquentes, provavelmente as taxas de criminalidade cairão” (BEATO
FILHO, 1999, p. 21).
Embora não seja uma perspectiva que se possa desprezar, não tem parecido funcionarno modelo
brasileiro, pois aqui “a ação da polícia e do Judiciário parece não afetar o comportamento das taxas
de criminalidade, como indicam algumas observações empíricas” (BEATO FILHO, 1999, p. 21).
Mesmo em estudos de comparação entre a realidade de diversos países. De um lado, o “Canadá, por
exemplo, tem uma taxa de um policial para 353 habitantes e um número reduzido de 5,9 homicídios
por 100 mil habitantes”. Do outro, a “China tem um policial para 1.382 habitantes, e no entanto
registra um número muito menor de homicídios (dois por 100 mil habitantes)” (BEATO FILHO, 1999,
p. 22).
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Em uma análise de comparação da realidade em regiões de um mesmo estado brasileiro, a tese da
teoria da dissuasão também não se con�rma.
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atividade
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“Ao questionarem a e�cácia das estratégias de controle do crime alicerçadas centralmente nas práticas de
coerção e punição, os trabalhos desenvolvidos no âmbito da justeza procedimental proporcionaram como
consequência a construção de novas abordagens de referência para as ações institucionais desenvolvidas
pelas polícias, e a intenção em transformar esse conhecimento em atividades práticas e de impacto no
campo policial”.
ZANETIC et al. Legitimidade da polícia: segurança pública para além da dissuasão. Civitas: revista de ciências
sociais, v. 16, n. 4. 2016. Disponível em:
<http://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/civitas/article/view/24183>. Acesso em: 23 mar. 2019, p.
163.
Nesse contexto das diversas concepções de segurança pública, assinale a alternativa correta.
a) A polícia de paz corresponde a um modelo tradicional, no qual eles têm sua atuação com objetivo
de apreender e identi�car culpados, coibir comportamentos desviantes e impor a ordem, nos
termos da lei.
b) A polícia legal signi�ca que o lado social da atividade policial é valorizado.
c) A teoria da dissuasão, adotada pelos órgãos formuladores das políticas de segurança pública,
demonstrou-se bem-sucedida, pois o Brasil se tornou um dos países com polícias que apresentam
baixas taxas de letalidade.
d) A teoria da dissuasão não é capaz de explicar sozinha as melhores formas de reprimir e de
prevenir a criminalidade.
e) Os modelos de polícia de paz e polícia legal são sinônimos.
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indicações
Material Complementar
LIVRO
Sobre a violência
Hannah Arendt.
Editora: Civilização Brasileira
ISBN: 978-85-200-0789-1
Comentário: a autora analisa no livro, entre outros temas, a distinção
entre poder, vigor, força, autoridade e violência. É muito relevante para
os pesquisadores de segurança pública conhecerem cada um desses
institutos, principalmente, para evitar equívocos entre eles.
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FILME
Onde fazer a próxima invasão
Ano: 2016
 Comentário: O �lme consiste em uma viagem realizadas por Michael
Moore em diversos países do mundo, nos quais ele compara a forma de
resolução dos problemas sociais com o modelo adotado nos Estados
Unidos da América. Os temas conexos à presente Unidade foram
tratados na parte em Portugal, em que ele aborda a política de drogas e
a abolição da pena de morte e, na Noruega, com seu modelo de sistema
prisional fundamentado na dignidade humana.
Para conhecer mais sobre o �lme, acesse o trailer disponível:
Acesso em: 8 abr. 2019.
T R A I L E R
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conclusão
Conclusão
Nesta unidade, aprendemos que as concepções de segurança pública e de suas principais normas
incidentes divergem bastante, conforme o sistema político adotado em um país.
Vimos ainda que a redemocratização, a�nal, implicou o restabelecimento dos direitos fundamentais
de primeira dimensão reconhecidos antes do regime militar de 1964, além de algumas inovações
nessa matéria, a exemplo da presunção de não-culpabilidade até o trânsito em julgado.
Essa redemocratização, inclusive, aconteceu em um contexto de uma sociedade pós-moderna, a
qual possui entre suas características a desregulamentação, a privatização, a liberdade, a proteção
ao consumidor, a pluralidade.
Por �m, compreendemos a distinção entre polícia da lei, no qual a principal atividade é o controle do
crime, e polícia de paz, em que o lado social da atividade policial é valorizado. Vimos, ainda, que há
duas teorias que moldam a adequada concepção de segurança pública, a saber: a intimidatória e a
da legitimidade e justeza procedimental.
referências
Referências Bibliográ�cas
AMAPÁ. Tribunal de Justiça do Estado do Amapá. Agravo de Instrumento n.
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Segurança Pública (Susp); altera a Lei Complementar nº 79, de 7 de janeiro de 1994, a Lei nº 10.201,
de 14 de fevereiro de 2001, e a Lei nº 11.530, de 24 de outubro de 2007; e revoga dispositivos da Lei
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