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GRA0999 SEGURANÇA PÚBLICA E SEGURANÇA NO SISTEMA PENITENCIÁRIO GR3041211 - 202110 ead-29779341 06

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17/02/2021 Ead.br
https://fmu.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_667792_1&PA… 1/31
SEGURANÇA PÚBLICA ESEGURANÇA PÚBLICA E
SEGURANÇA NO SISTEMASEGURANÇA NO SISTEMA
PENITENCIÁRIOPENITENCIÁRIO
SEGURANÇA PÚBLICASEGURANÇA PÚBLICA
PARA QUEM?PARA QUEM?
Autor: Ma. Camila Coelho Moreira
Revisor : Lar issa Gonçalves
I N I C I A R
17/02/2021 Ead.br
https://fmu.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_667792_1&PA… 2/31
introduçãoIntrodução
Entre osbrasileiros, é unânime a opinião de que os problemas que
vivenciamosrelacionados à segurança pública afeta a todos nós, direta ou
indiretamente, emtodos os âmbitos, todos os dias. Trata-se de um problema que
parece não ter�m, considerando que somos contaminados diariamente pela
onda violenta queassola as cidades brasileiras, por meio de notícias de TV e das
medidas quefomos adotando ao longo dos anos, a �m protegermos a população
desse malinvisível. Nesta unidade, objetivou-se trazer noções introdutórias sobre
asegurança pública a partir de uma perspectiva mais ampla, abordando
aestrutura, a cultura e o histórico da segurança pública no Brasil. Você
estápreparado para esse desa�o? Vamos nessa!
17/02/2021 Ead.br
https://fmu.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_667792_1&PA… 3/31
Quando falamos de segurança pública, atualmente, é impossível não assimilar
esse assunto com a violência vivida no Brasil. A realidade do país, no que diz
respeito às questões relacionadas ao combate da violência e da criminalidade, é
assustadora e decepcionante, pois apesar de vivermos em um país democrático,
sob uma Constituição rígida e dentro de um sistema consolidado de segurança
pública,   quando se trata de violência de gênero e de homicídios, ocupamos
lugares de destaque no cenário mundial.
Nesse sentido, segundo os dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública
(FBSP, 2019), 51.558 (cinquenta e um mil, quinhentos e cinquenta e oito) pessoas
foram vítimas de homicídios no ano de 2018. Além disso, no mesmo ano, 1.206
(mil, duzentas e seis) mulheres foram vítimas de feminicídio, além de 263.067
(duzentos e sessenta e três mil e sessenta e sete) casos de violência doméstica,
totalizando um registro a cada dois minutos (FBSP, 2019).
A Cultura daA Cultura da
Segurança PúblicaSegurança Pública
no Brasilno Brasil
17/02/2021 Ead.br
https://fmu.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_667792_1&PA… 4/31
Esses dados são assustadores, com esses números podemos entender um pouco
da dimensão da violência vivida pela sociedade, no entanto, eles ainda não são
capazes de traduzir todo o quantitativo de violência vivido no país, considerando
a existência de outros crimes (furtos, roubos, assédios sexuais, lesões corporais,
latrocínios etc.) e a subnoti�cação, ou seja, a ausência de denúncias de alguns
casos.
Ao longo de muitos anos, estudiosos, políticos e pro�ssionais da segurança
pública no Brasil buscaram adotar medidas que fossem capazes de solucionar ou
minimizar os problemas enfrentados e, dessas medidas, podemos tirar casos de
sucesso e casos de fracasso.
saibamaisSaiba mais
O Fórum Brasileiro de Segurança Pública é uma
ONG sem �ns lucrativos muito importante para
a segurança pública. Formada por
pesquisadores, cientistas sociais, gestores
públicos, policiais federais, civis e militares,
operadores da justiça e pro�ssionais de
entidades da sociedade civil, ela atua na
realização de levantamento de dados relativos
às informações sobre violência e políticas de
segurança e busca soluções baseadas em
evidências para esses problemas no país. Ficou
curioso sobre os demais dados levantados na
pesquisa? Consulte o Fórum Brasileiro de
Segurança Pública de 2019 e saiba mais sobre o
assunto.
ACESSAR
https://www.cartacapital.com.br/wp-content/uploads/2019/09/Anuario-2019-FINAL-v3.pdf
17/02/2021 Ead.br
https://fmu.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_667792_1&PA… 5/31
Por esse motivo, é imprescindível que as políticas públicas sejam elaboradas por
pro�ssionais que conheçam o sistema brasileiro de justiça criminal e o sistema de
segurança pública de forma técnica e cientí�ca, além de serem baseadas em
estudos e pesquisas, a �m de evitar medidas imediatas e ine�cazes a longo prazo
ou arriscar a vida das pessoas com soluções mágicas que surgem a cada período
eleitoral.
Antes de tratarmos das políticas de segurança praticadas no Brasil ao longo dos
tempos, é importante entender que a segurança pública consiste em um direito
básico assegurado pela Constituição Federal, em seu artigo 5º:
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer
natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no
País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à
segurança e à propriedade (BRASIL, 1988, on-line).
Como a Constituição é a lei máxima de um país (o correspondente a um manual
que ditará as regras de uma sociedade), temos que a principal responsabilidade
dos governantes deve ser assegurar os valores democráticos estabelecidos na lei
constitucional, como a liberdade e a igualdade de todos os cidadãos (BRASIL,
1988, on-line).
Nesse sentido, você deve ter em mente que a segurança pública é um direito
individual de cada cidadão, mas também um dever de todos, como algo que deve
ser protegido e praticado por cada um que compõe a sociedade,
independentemente da classe social, gênero, origem ou cor. Mediante o
descumprimento das normas que buscam esse estado de paz, caberá ao Estado,
por intermédio da aplicação das leis, julgar e aplicar as sanções devidas, com o
�m de justamente retornar ao status quo, ou seja, a paz social (SZABÓ; RISSO,
2018).
Desse modo, podemos perceber a complexidade e o desa�o de se atender a
todos os bene�ciários dos serviços públicos a cada cidadão. Apesar do mercado
da segurança privada estar em expressivo crescimento, a segurança pública ainda
é um dos serviços públicos mais consumidos pelos cidadãos, uma vez que
ninguém consegue, a todo tempo, garantir a segurança de forma individual,
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https://fmu.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_667792_1&PA… 6/31
justamente pelos motivos que já pontuamos: ser um direito-dever coletivo, cujas
consequências afetam a todos, direta ou indiretamente.
Até o momento falamos da segurança pública, sua função, seus desa�os e a
necessidade de mudança da cultura na construção de políticas públicas para esse
�m. Você está ansioso por uma solução para esse grande problema?
Infelizmente, isso não é tão simples, pois as questões práticas se mostram muito
mais complexas que as teóricas.
Nesse sentido, para iniciarmos a discussão, destacamos com vocês alguns pontos
considerados determinantes para uma crise da segurança pública em que
vivemos, os quais estão relacionados direta ou indiretamente com a nossa
realidade.
O primeiro deles é o descumprimento da lei por parte de algumas pessoas na
sociedade. O fato de algumas pessoas não obedecerem às leis existentes gera
consequências diretas e indiretas à segurança pública. As consequências diretas
estão relacionadas com a superlotação dos presídios e o aumento progressivo no
número de processos judiciais. Nesse sentido, devemos pensar que o desrespeito
às leis também pode in�uenciar na adoção de medidas preventivas, as
consequências indiretas, por exemplo, o desvio de fundos reservados a outros
serviços públicos (SZABÓ; RISSO, 2018).
Além do descumprimento das leis, outro ponto que merece destaque são as
próprias leis existentes no Brasil, que compõem o sistema da segurança pública.
Figura 1.1 - A segurança pública inicia quando acaba a segurança privada 
Fonte: Vasin Leenanuruksa / 123RF.
17/02/2021 Ead.br
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Algumas leis não possuem a efetividade em que lhes é esperada, encontram-se
desatualizadas e, em alguns casos, são responsáveis por aumentarem o
problema. Apenas a título de curiosidade, o Código Penal Brasileiro é de 1940 e a
Lei de Execuções Penais de 1984 (SZABÓ; RISSO, 2018).
Ainda sobre o sistema de justiça, a parcialidade do judiciário e das polícias
brasileiras ainda é um mal existente no meio jurídico, apesar de haver disposição
em contrário na própria constituição. Corroborando com tal alegação, atualmente
o Brasil conta com 222.558 (duzentos e vinte e dois mil, quinhentos e cinquenta e
oito) pessoas presas que ainda não foram condenadas. No ano passado, 11
(onze) a cada 100 (cem) mortes violentas intencionais foram provocadas por
policiais, totalizando 17 (dezessete) pessoas mortas por dia no ano 2018, e
fazendo 6.220 (seis mil, duzentos e vinte e duas) vítimas em 2018 (FBSP, 1029).
Por esse motivo, se torna urgente e necessária uma mudança na cultura da
segurança pública no Brasil, de modo a pensar a segurança pública sobre suas
mais variadas formas e perante todos os núcleos da sociedade, se queremos de
fato buscar medidas efetivas e duradouras para o combate à violência.
praticarVamos Praticar
Leia o trecho a seguir:
De uma forma ou de outra, já fomos vítimas de crimes violentos; conhecemos pessoas
muito próximas e nos solidarizamos com dezenas de milhares de outras que já viveram
a mesma situação ou perderam entes queridos, e que, por experiência direta ou
indireta, sofrem com síndrome do pânico, estresse pós-traumático, ansiedade e fobias.
Algumas delas chegam a desenvolver comportamentos violentos ou dependência
química de drogas lícitas e ilícitas, a �m de curar medos e traumas que a violência
gerou.
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SZABÓ, I.; RISSO, M. Segurança Pública para virar o jogo. Rio de Janeiro: Zahar, 2018.
De acordo com o que você aprendeu nesta unidade, pode-se dizer que as políticas
públicas de segurança pública devem ser pensadas sobre a perspectiva:
a) Da criminalidade, a fim de construir mais presídios e proporcionar a garantia de direitos humanos
para as pessoas privadas de liberdade.
b) Somente pessoas que cometem crimes, de modo a buscar uma forma de que elas não venham a
cometer mais crimes, promovendo medidas alternativas para isso.
c) Do governante responsável pela elaboração das políticas, cabendo a ele a adoção de medidas
discricionárias, considerando ser o representante do povo.
d) Da coletividade, com a construção de políticas públicas baseados em evidências técnicas e
científicas, em busca da efetividade.
e) Dos agentes da segurança pública, considerando que são as pessoas que atuam na linha de frente
e merecem ser privilegiadas na elaboração dessas políticas.
17/02/2021 Ead.br
https://fmu.blackboard.com/webapps/late-course_content_soap-BBLEARN/Controller?ACTION=OPEN_PLAYER&COURSE_ID=_667792_1&PA… 9/31
Neste capítulo, estudaremos sobre a ética, a legalidade e a moralidade na
segurança pública e sua relevância como uma forma de norte para a alteração do
paradigma em que vivemos. Até o momento, você já aprendeu sobre a
necessidade de mudança de cultura, uma vez que cada vez mais esforços são
destinados a implementação das políticas e os resultados se mostram distantes
de um ideal.
Além disso, você conheceu alguns pontos que podem ser determinantes para
essa crise e aprendeu sobre a di�culdade de se trazer uma solução simples e
pontual, considerando a complexidade e os diversos fatores que interferem na
segurança pública.
É comum que você esteja se perguntando neste momento: mas o que ética, a
moral e a legalidade têm a ver com a segurança pública? Tudo a ver! Isso ocorre
porque, considerando que a segurança pública é feita a partir de políticas
públicas, tais questões são intrínsecas à administração pública e, portanto, são
questões que se encontram relacionadas diretamente.
A ética, a moralidade e a legalidade são fatores que estão conectados entre si e
tal relação está diretamente relacionada com o Estado Democrático de Direito
Ética, Legalidade eÉtica, Legalidade e
Moralidade naMoralidade na
Segurança PúblicaSegurança Pública
17/02/2021 Ead.br
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que vivemos, conforme determinação expressa da Constituição de 1988. Em seu
primeiro artigo, a Constituição Federal estabelece que:
A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos
Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado
Democrático de Direito, e tem como fundamentos. 
I - a soberania; 
II - a cidadania; 
III - a dignidade da pessoa humana; 
IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; 
V - o pluralismo político (BRASIL, 1988, on-line).
Dizer que o Brasil é um Estado Democrático de Direito signi�ca que os direitos
fundamentais daquele Estado devem proteger os cidadãos contra qualquer
abuso ou arbitrariedade que possa ser praticada pelo Estado, conferindo
autonomia e liberdade aos cidadãos. 
saibamaisSaiba mais
Quer entender um pouco mais sobre o conceito
de Estado Democrático de Direito? A Advocacia
Geralda União elaborou um vídeo bem
interessante para explicar à população. Para
saber mais, assista ao vídeo disponível em:
ASS IST IR
17/02/2021 Ead.br
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A partir dessa de�nição, a moral consiste em um dever manifestado através de
um conjunto de normas de conduta estabelecido por um grupo social, sugerida
por alguém e imposta por algum motivo, que deverá guiar o homem no âmbito
de sua consciência e no uso de sua razão. As normas morais são aquelas que nos
ajudam a distinguir o bem do mal e a fazer nossas escolhas.
A moral é formada pelas instituições de uma sociedade, e aqui incluímos, por
exemplo, a segurança pública juntamente com a família, a política, a religião, que
obedecem aos mesmos valores e os mesmos costumes, que leva os indivíduos a
perpetuarem, de geração em geração, as vontades de sua sociedade e de sua
cultura.
Enquanto a moral consiste em um fundamento no dever abstrato, depende da
ética para analisar as situações cotidianas e direcionar o agir, indicando as
prioridades diante das �nalidades mais importantes. A ética, portanto, é o fator
primordial que deve guiar o governante e as políticas por ele desenvolvidas, uma
vez que deve funcionar como norte no que diz respeito a elaboração de políticas
de segurança pública, visando o bem-estar de toda a coletividade (WEBER, 2015).
No contexto da segurança pública, a violência consiste na violação da dignidade
humana de alguém e, por esse motivo, a violação de direitos e atos, como: matar,
agredir ou abusar sexualmente de alguém consistem em ações imorais
(desprovidas de moral) e, consequentemente, criminosas. Nesse impasse de
valores, a ética garante a nossa condição de sujeitos, proibindo que moralmente
alguém nos desquali�que ou nos transforme em um objeto de manipulação por
outras pessoas. Portanto, a ética é a responsável por impor limites e controles
causados pela violência.
Nesse sentido, a legalidade está diretamente relacionada com a moralidade, uma
vez que dentro do contexto da violência, a lei será criada conforme os padrões
morais de cada sociedade e irá obedecer a essas leis em atendimento às
questões morais, ou seja, a lei produz um impacto signi�cante nas próprias
atitudes morais, visto que é a responsável por impor determinados valores na
vida do indivíduo.
Para auxiliar sua compreensão, basta você pensar no seguinte exemplo: matar
alguém é algo repugnante na nossa sociedade, é considerado um atentado às
17/02/2021 Ead.br
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questões morais e aomesmo tempo, constitui crime de homicídio, tipi�cado pelo
Código Penal.
Perceba que até o momento trabalhamos conceitos �losó�cos, sociológicos,
legais e constitucionais para compreender os caminhos que devemos percorrer
na criação de políticas públicas de segurança, uma vez que existe uma série de
regras a serem respeitadas e cumpridas.
Conforme já aprendemos, a segurança pública é um direito de todos os cidadãos,
devendo ser fornecida pelo Estado, e um direito e responsabilidade de todos (art.
144 da Constituição). Nesse sentido, a segurança pública deve ser exercida para a
preser vação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio,
garantindo os direitos fundamentais assegurados no art. 3º da Constituição
(BRASIL, 1988).
Portanto, a elaboração de políticas públicas que visem assegurar a integridade e a
liberdade dos cidadãos deve percorrer toda essa discussão, uma vez que fazemos
parte de uma sociedade de múltiplos valores, classes, condições sociais e
divergências.
Desse modo, mediante uma onda de violência e em nome de um clamor por
segurança pública, não podemos admitir que direitos garantidos sejam
sacri�cados ou menos valorizados em direitos inerentes à toda cidadania, ou até
mesmo que um grupo seja privilegiado em detrimento a outro, sob pena de
violação de todo um sistema constitucional.
Apesar de complexa, essa discussão é indispensável para a nossa disciplina.
Confúcio, importante �lósofo chinês, dizia que se quisermos decifrar o futuro
devemos estudar o passado.
praticarVamos Praticar
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Leia atentamente o trecho a seguir e responda a pergunta abaixo
A teoria do "mínimo ético" pode ser reproduzida através da imagem de dois círculos
concêntricos, sendo o círculo maior a Moral e o círculo menor o Direito. Haveria,
portanto, um campo de ação comum a ambos, sendo o Direito envolvido pela Moral.
Poderíamos dizer, de acordo com essa imagem, que "tudo o que é jurídico é moral, mas
nem tudo o que é moral é jurídico”.
REALE, M. Lições preliminares de Direito. 27. ed. São Paulo: Saraiva, 2009. p. 42.
Com base no que aprendemos nesta unidade, leia atentamente as alternativas a seguir
e assinale a correta.
a) A ética, a moralidade e a legalidade são responsáveis pela manutenção do Estado Democrático de
Direito.
b) A moralidade e segurança pública não possuem relação e sequer dependem uma da outra, sendo
independentes.
c) A ética deve guiar os atos do gestor público, mas não está relacionada com as políticas de
segurança pública.
d) A legalidade é o pilar que deve guiar as políticas públicas de segurança, sendo a moralidade e a
ética fatores subsidiários.
e) A ética, a moralidade e a legalidade são responsáveis pela manutenção do Estado Democrático de
Direito, porém não possuem qualquer relação entre si.
17/02/2021 Ead.br
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Conhecer o nosso passado é essencial se quisermos descobrir os desa�os que
enfrentaremos no futuro. Por esse motivo, neste capítulo, analisaremos a
segurança pública no Brasil a partir de re�exões e do histórico das políticas de
segurança ocorrido nas últimas cinco décadas, desde a ditadura militar até os
dias atuais.
Anteriormente pontuamos a importância do estudo da segurança pública sob a
ótica cientí�ca e técnica. Nos últimos anos, alguns pesquisadores destinaram seus
estudos sobre a violência e a segurança pública a partir de dados extraídos do
sistema penitenciário e do poder judiciário que, por sua vez, nos auxiliarão no
estudo desta temática.
Para que você possa entender melhor esse histórico da segurança pública no
Brasil, dividiremos as últimas cinco décadas em três fases: a Segurança Nacional,
que abrangem políticas de segurança na época da ditadura militar; a Segurança
Pública, que abrange a fase iniciada a partir da promulgação da Constituição de
O Sistema deO Sistema de
Segurança Pública eSegurança Pública e
Defesa Social noDefesa Social no
BrasilBrasil
17/02/2021 Ead.br
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1988; e a Segurança Cidadã, terceira fase que marcou a América Latina a partir
dos anos 2000 (FREIRE, 2009).
Segurança Nacional (1964-1985)
A fase da segurança nacional era um período em que a defesa do Estado e a
ordem política interna eram priorizadas. Essa fase teve início com o golpe militar
de 1964, que consistiu na tomada do poder pelas Forças Armadas e a entrada em
vigor de uma política em que o presidente detinha todo o poder público em suas
mãos.
Esse período, por sua vez, foi marcado pela perda de direitos do povo, como a
liberdade e a prática de atos, como a censura, perseguição política e repressão a
qualquer tipo de conduta que não estivesse de acordo com a política de governo
da época.
Quanto às questões políticas, a fase da Segurança Nacional foi marcada por
políticas públicas internas que tinham como prioridade a supremacia do interesse
nacional que era de�nido pela elite que estava no poder, pouco importando a
segurança individual e os direitos dos cidadãos (FREIRE, 2009).
A base teórica para a atuação dos militares da época era a Doutrina de Segurança
Nacional e Desenvolvimento, fruto da Guerra Fria e com uma forte in�uência
Norte Americana. Esses ideais foram materializados na primeira Constituição
promulgada em 1967.
Quanto às políticas de segurança pública da época, destacam-se a criação do
Serviço Nacional de Informação (SNI) e órgãos de informação das Forças
Armadas, como o Destacamento de Operações de Informações – Centro de
Operações de Defesa Interna (DOI-Codi), cujo objetivo era combater qualquer
conduta que fosse contrária ao governo, tornando-se suspeito qualquer cidadão
que pudesse ser uma ameaça contra a vontade nacional (SAPORI, 2007).
Nesse período, para a preservação dos interesses do Estado, toda a qualquer
forma de repressão era justi�cável sob a justi�cativa de eliminação de ameaças,
inclusive a violação e supressão de direitos, através da atuação repressiva e
combativa das Forças Armadas.
17/02/2021 Ead.br
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Com o �m da ditadura, no ano de 1986, diante das graves violações de direitos, a
sociedade clamava pelo retorno da democracia, e a partir da promulgação de
Constituição de 1988, deu-se início a uma nova fase, que estudaremos a seguir.
Segurança Pública (1988-2000)
Com o �m do período da ditadura militar e a promulgação da Constituição de
1988, a segurança pública foi reconhecida como um dever do Estado e um direito
e responsabilidade de todos.
Prevista no artigo 144, a segurança pública passou a ser exercida para a
preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio,
por meio dos seguintes órgãos: Polícia Federal; Polícia Rodoviária Federal; Polícia
Ferroviária Federal; Polícias Civis; Polícias Militares e Corpos de Bombeiros
Militares (BRASIL, 1988).
Além de de�nir o que era a segurança pública, a Constituição também passou a
de�nir a função das Forças Armadas, atribuindo a responsabilidade pela
manutenção da segurança nacional, soberania nacional, defesa da pátria e
garantia dos poderes constitucionais, conforme estabelecido no artigo 144 da
Constituição (BRASIL, 1988).
É importante destacar que o texto constitucional procurou romper com tudo o
que foi praticado durante o período da Segurança Nacional, inovando ao
determinar que a segurança pública é um direito e responsabilidade de todos,
além de limitar e restringir a atuação das Forças Armadas, que detinham a
concentração do poder em tempos passados (SAPORI, 2007).
Quanto às políticas de segurança desse período, destacam-se a criação da
Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), cuja �nalidade eraauxiliar o
Ministro da Justiça na implementação da política nacional de segurança pública a
nível nacional, bem como acompanhar as atividades desenvolvidas (FREIRE, 2009).
Deste modo, a Senasp conseguiu estruturar no Brasil um sistema único de
segurança pública, o Susp. Análogo ao Sistema Único de Saúde (SUS), o Susp
busca a articulação entre as ações federais, estaduais e municipais no âmbito da
segurança pública, buscando a partir das políticas implementadas, levantar os
17/02/2021 Ead.br
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resultados, integrar o planejamento dessas ações, uni�car as informações,
capacitar os agentes da segurança pública, entre outras medidas.
Note que, entre os dois períodos até apresentados, os avanços trazidos pela
Segurança Pública em relação à Segurança Nacional, principalmente quanto à
delimitação de controle e prevenção pelas Forças Armadas e a responsabilidade
atribuída às polícias para o controle e prevenção da violência.
Com o início dos anos 2000, uma nova fase surgiu, a chamada Segurança Cidadã.
Segurança Cidadã (2000)
A era da segurança cidadã surge a partir de um fenômeno vivido em toda
América Latina, relacionado com a natureza multifacetada da violência, portanto,
possui uma atuação tanto no combate quanto na prevenção da violência.
Dessa forma, a segurança cidadã é desenvolvida a partir do mapeamento dos
fatores relacionados à violência, considerando sua vasta dimensão e suas várias
formas de manifestação (FREIRE, 2009).
Uma intervenção de segurança cidadã precisa envolver as instituições públicas e
a sociedade civil para a criação e implementação de medidas baseadas nos
problemas mapeados, promovendo um trabalho conjunto de diversos setores
públicos, como da saúde, educação, lazer, esporte, cultura, entre outros. Segundo
o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), a segurança
cidadã deve agir a partir de cinco frentes:
1) as dirigidas ao cumprimento voluntário de normas; 
2)  as que buscam a inclusão social e a diminuição de fatores de risco
(álcool, drogas, armas, etc.); 
3) as que têm como propósito a melhoria dos contextos urbanos
associados ao medo e ao perigo real (recuperação de espaços públicos); 
4) as que facilitam o acesso dos cidadãos a mecanismos institucionais
e/ou alternativos de resolução de con�itos; 
5) as que possuem foco na construção de capacidades institucionais,
melhoria da e�cácia policial e das autoridades executivas ou judiciais e
da con�ança dos cidadãos em tais instituições. (PNUD, 2005, p. 9)
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Agora, veja o infográ�co a seguir que ilustra o estudo da PNUD, o qual demonstra
a criação de capacidades institucionais:
No ano de 2003, o novo programa de Segurança Cidadã começou a ser
implementado no Brasil e se difundiu para outros países da América Latina, como
a Colômbia. Muitos foram os avanços, e ainda falta muito para uma mudança
total de paradigma, considerando que um novo marco temporal não é o
su�ciente para uma mudança imediata das políticas, é necessário o engajamento
do setor público e da própria sociedade civil executar as mudanças (SAPORI,
2007).
Quando analisamos as inovações trazidas pela Segurança Cidadã e as
comparamos com os marcos anteriores (Segurança Nacional e Segurança
Pública), é notória a evolução e a diferença entre elas. Na segurança cidadã, a
ideia de igualdade de direitos e deveres e o papel do cidadão na segurança
©
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Violência
incidental
Criação de capacidades institucionais
Crime
Prevenção Controle
1 2 3 4 5 6
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pública é posto em evidência. Desse modo, Freire (2009) pontua que "permanece
a proteção à vida e à propriedade já presente no paradigma de Segurança
Pública, mas avança-se rumo à proteção plena da cidadania" (FREIRE, 2009, p.
107).
No Brasil, nos últimos vinte anos muitas ações foram adotadas sobre essa
perspectiva, o que signi�ca uma verdadeira mudança de paradigmas. Se há
cinquenta anos segurança pública era feita por meio de censura, tortura e
violência, hoje a própria sociedade vem avançando com o objetivo de combater a
violência e as atitudes dela derivadas, mas ainda temos um longo caminho pela
frente a ser percorrido (SAPORI, 2007).
A seguir, voltaremos nossos estudos ao conhecimento do sistema de segurança
no Brasil, nosso campo de atuação nesta unidade. Preparado? Vamos nessa!
praticarVamos Praticar
Nos últimos cinquenta anos, a segurança pública brasileira foi dividida por
pesquisadores em três fases, considerando três momentos marcantes que nortearam a
criação e implementação de políticas públicas para esse setor. A terceira e atual fase em
que vivemos diferenciou-se das fases anteriores por passar a valorizar e proteger
plenamente:
a) A cultura da paz..
b) A família e os valores morais.
c) A cidadania.
d) O combate à violência de qualquer tipo.
e) A cultura e o esporte.
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Neste capítulo, estudaremos a forma de organização da segurança pública no
Brasil, apresentando a organização do sistema a partir da promulgação da
Constituição de 1988.
Com a entrada em vigor da Constituição de 1988, denominada por estudiosos de
Constituição Cidadã, a segurança passou a ser reconhecida como um direito
fundamental do cidadão (art. 5º) e um direito social (art. 6º), rea�rmando a
�nalidade de direito individual e dever coletivo.
Nas lições de Moraes (2015), trata-se de um direito que possui dupla função,
sendo a primeira de garantir a segurança pública como um direito fundamental e
a segunda de atribuir a competência do legislador para organizar e ditar o
funcionamento dos órgãos responsáveis pela segurança pública.
Nesse sentido, o texto constitucional ao mesmo tempo em que reconhece a
segurança pública como um direito, dita a forma em que o Estado deverá
assegurá-lo.
Desse modo, não há, tanto na legislação brasileira quanto na doutrina, uma
de�nição unânime para o termo segurança pública, estando todas os conceitos
Segurança PúblicaSegurança Pública
sob a Perspectivasob a Perspectiva
ConstitucionalConstitucional
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relacionados ao restabelecimento da ordem pública e promoção da paz social.
Para �ns de auxiliar sua compreensão sobre o tema, utilizaremos das de�nições
de Silva (2019), que ao relacionar a segurança pública com a ordem pública, aduz
que "ordem pública será uma situação de pací�ca convivência social, isenta de
ameaça de violência ou de sublevação que tenha produzido ou que
supostamente possa produzir, a curto prazo, a prática de crimes” (SILVA, 2019, p.
713).
O artigo 144 do texto constitucional, único artigo que integra o Capítulo III da
Constituição, destinado a segurança pública, determina que:
Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito e
responsabilidade de todos, é exercida para a preservação da ordem
pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, através dos
seguintes órgãos: 
I - polícia federal; 
II - polícia rodoviária federal; 
III - polícia ferroviária federal; 
IV - polícias civis; 
V - polícias militares e corpos de bombeiros militares. 
VI - polícias penais federal, estaduais e distrital (BRASIL, 1988, on-line).
Ao analisarmos o artigo supramencionado, o primeiro ponto que merece
destaque é a designação das polícias na efetivação de medidas de segurança
pública.Conforme estudamos, tal previsão teve duas �nalidades: atender às necessidades
da população que vinha sofrendo com graves violações oriundas da ditadura,
mas também de limitar o poder das Forças Armadas e de qualquer outra
instituição que pretendesse atuar de forma independente na manutenção na
segurança interna.
Outro ponto que merece destaque é o fato de que o legislador determina ser
competência de todos os entes federativos a efetivação das políticas de
segurança, rea�rmando o pacto federativo adotado pela Constituição. Desse
modo, é dever da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios o
trabalho conjunto na efetivação das políticas de segurança.
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Além disso, no mesmo artigo, o constituinte divide esse direito-dever em órgãos,
que consistem em diferentes categorias de polícias sendo elas taxativas, ou seja,
não passíveis de expansão ou alteração.
Sobre os órgãos previstos no art. 144, o primeiro deles é a polícia federal, que
deve ser mantida pela União e possui destinações especí�cas, como apurar
infrações que atinjam especi�camente esse ente federativo e seus relacionados,
como autarquias e empresas públicas. Além disso, cabe também a esse órgão, a
apuração de casos de repercussão interestadual ou internacional que possuam
necessidade de repressão (BRASIL, 1988).
A polícia rodoviária federal, segundo órgão instituído pelo art. 144 da
Constituição, também é de responsabilidade da União, mas possui uma função
especí�ca: realizar o patrulhamento ostensivo em rodovias federais e realizar o
controle de fronteiras no país (BRASIL, 1988).
Juntamente com a polícia federal e a polícia rodoviária federal, também foi
instituída a polícia ferroviária federal, cuja função é semelhante a rodoviária,
porém sua atuação se dá na repressão de infrações nas ferrovias brasileiras.
Ressaltamos que esse órgão, juntamente com a polícia federal e a polícia
rodoviária federal, deve ser mantido pela União (BRASIL, 1988).
No parágrafo 4º, do art. 144, encontra-se a previsão da polícia civil. Classi�cada
como polícia judiciária, sua principal função é realizar a investigação após a
ocorrência de um crime e depois de �nalizada, levá-la ao conhecimento do Poder
Judiciário (BRASIL, 1988).
Outro órgão tipi�cado no art. 144 da Constituição é a polícia militar e corpo de
bombeiros. De atribuição dos estados, a polícia militar possui atuação ostensiva
e é responsável pela manutenção da ordem pública e preservação do bem-estar
social. Quanto aos bombeiros, cabe a ele a execução de atividades voltadas à
defesa da população, como combate a incêndios e prevenção de desastres
ambientais (BRASIL, 1988).
Cabe ressaltar que conforme previsto no parágrafo 6º do artigo 144 da
Constituição, as polícias militares, corpos de bombeiros militares e polícias civis
são subordinados aos Governadores dos Estados, do Distrito Federal e dos
Territórios. Desse modo, esses órgãos possuem uma vinculação com o Poder
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Executivo e uma subordinação direta ao Poder Judiciário (BRASIL, 1988). O
mesmo artigo prevê a possibilidade dos Municípios constituírem guardas
municipais, como agentes da segurança pública, estando sujeitos às previsões
constantes na legislação especial.
Desse modo, o referido artigo, em seu parágrafo 7º, a�rma que os órgãos
responsáveis pela segurança pública são: Polícia Federal, Polícia Rodoviária
Federal, Polícia Ferroviária Federal, Polícia Civil, Polícia Militar e Guardas
Municipais em prol da “preservação da ordem pública e da incolumidade das
pessoas e do patrimônio” (BRASIL, 1988, on-line).
Você pôde aprender neste tópico que o art. 144 da Constituição Federal é o
principal instrumento legislativo que disciplina a segurança pública no país, além
disso, esse artigo designa os órgãos relacionados e regula as suas atribuições.  
Nesse sentido, podemos entender que a atuação da polícia se mostra essencial
para a garantia da segurança da sociedade, tendo em vista sua função de
proteção de pessoas e patrimônios, além de atuar na prevenção e apuração de
infrações, as quais corrompem a ordem social.
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reflitaRe�ita
O Brasil precisa de uma agenda
construtiva, suprapartidária e patriótica,
que inclua avanços em áreas diversas,
que vão da educação à consolidação de
instituições políticas e econômicas
verdadeiramente inclusivas. O fato
inegável é que, em muitos dos seus
espaços, o Estado brasileiro ainda é
apropriado privadamente por elites
extrativistas e autorreferentes. Nessa
agenda positiva que necessitamos
implementar, a segurança pública e o
combate à violência merecem destaque.
O delineamento desse novo tempo exige
duas importantes mudanças de
paradigmas: um salto de qualidade no
debate público e um giro empírico-
pragmático na escolha e implementação
de políticas públicas. Ou seja, atitudes e
argumentos que respeitem as
divergências e diferentes concepções de
mundo, sem desquali�cação do outro;
que sejam baseados na experiência e na
realidade fática, aferidas em pesquisas e
com suporte em dados objetivos,
libertos da retórica vazia e dos discursos
tonitruantes; e que tenham
compromissos com resultados efetivos,
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Apesar da adoção de um modelo revolucionário no que diz respeito às questões
voltadas à garantia dos direitos fundamentais e exercício da cidadania, trinta e
dois anos após a entrada em vigor da Constituição, os números relacionados ao
aumento da criminalidade e da violência, tanto da sociedade quanto do Estado,
demonstram uma grave falha nas medidas de segurança adotadas, dada sua
ine�ciência diante do cenário enfrentado.
Além disso, nos últimos anos, foi possível presenciar as crises nas polícias
militares de alguns estados, além de paralisações de outras categorias em busca
de melhores condições de trabalho e como um pedido de socorro diante do
momento em que vivemos.
Diante desse cenário, podemos notar que a construção de políticas públicas
pautadas no fortalecimento das instituições e em práticas repressivas sem a
análise do contexto social envolvido faz com que as medidas adotadas possuam
resultados e�cazes, mas que em longo prazo não são efetivas.
Dessa forma, discutir e construir segurança pública sob a perspectiva social é algo
urgente e necessário na busca de medidas e�cazes e duradouras para a
sociedade.
praticarV P ti
devidamente monitorados e
comprovados, em lugar de idealizações
abstratas.
Fonte: Barroso (apud SZABÓ; RISSO,
2018).
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p at caVamos Praticar
Se tratando do sistema de segurança pública, as polícias exercem um importantíssimo
papel. Conforme determinação constitucional, as polícias Civil, Militar e Federal, além do
Corpo de Bombeiros, atuam na linha de frente da segurança pública. Com base no que
aprendemos nesta disciplina, dentro do sistema de segurança pública a função da
polícia consiste em:
a) Atuar no combate à criminalidade.
b) Educar os cidadãos e protegê-los.
c) Prender infratores de leis.
d) Investigar crimes que são cometidos por infratores.
e) Garantir a segurança da sociedade, prevenir e apurar de infrações que corrompam a ordem social.
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indicações
Material
Complementar
FILME
Marighella
Ano: 2019
Comentário: nesta unidade, aprendemos que a DitaduraMilitar foi, apesar de muito sofrida, uma fase da história
do Brasil que foi importante para o nosso
desenvolvimento no que diz respeito à segurança pública.
O �lme indicado retrata a história de Carlos Marighella,
considerado um inimigo do Estado por não aceitar as
regras impostas pela Ditadura. Independentemente de
questões políticas, as cenas de ação, tiroteio, perseguição
policial e complôs internacionais retratam muito bem a
realidade vivida naquela época, além de serem bastante
importantes para nossas discussões no âmbito da
segurança pública.
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T R A I L E R
LIVRO
Segurança Pública para Virar o Logo
ISBN:  9788537817896
Ano: 2018
Comentário: Disponível na biblioteca virtual, esse livro é,
sem sombra de dúvidas, muito importante para seu
aprendizado. Com uma linguagem simples e de forma
dinâmica, as autoras conseguem retratar com genialidade
alguns dos pontos que discutimos nessa unidade,
aprofundando-os na medida certa.
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conclusão
Conclusão
O título dessa unidade não foi ao acaso, nossa intenção é que você chegasse
nesse ponto da disciplina com uma resposta à pergunta inicial: "segurança
pública para quem?". Nesta unidade, aprendemos que a segurança pública deve
ser voltada para a coletividade, para todos os cidadãos, independentemente de
condição social, raça, gênero ou idade. Além disso, aprendemos sobre a
importância de uma mudança na cultura da segurança pública e, para isso,
�zemos uma análise dos paradigmas da segurança pública desde o período da
ditadura até os dias atuais. Por �m, como forma de compreender o que a
segurança pública deve ser fazer, estudamos sobre a previsão constitucional da
segurança pública e sobre os seus desa�os a serem enfrentados, que
estudaremos nas unidades a seguir.
referências
Referências
Bibliográ�cas
BARROSO, L. R. Prefácio. In: SZABÓ, I.; RISSO, M. Segurança pública para virar o
jogo. Rio de Janeiro: Zahar, 2018.
BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa do Brasil
de 1988. Brasília, DF: Presidência da República. Disponível em:
17/02/2021 Ead.br
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/ Constituiçao.htm. Acesso em:
18 abr. 2020.
FBSP – FÓRUM BRASILEIRO DE SEGURANÇA PÚBLICA – FBSP. Anuário brasileiro
de segurança pública. São Paulo: FBSP, 2019. Disponível em:
https://www.cartacapital.com.br/wp-content/uploads/2019/09/Anuario-2019-
FINAL-v3.pdf. Acesso em:18 abr. 2020.
FREIRE, M. D. Paradigmas de segurança no Brasil: da ditadura aos nossos dias.
Revista Brasileira de Segurança Pública, Goiânia, ano 3, edição 5, ago./set.
2009. Disponível em:
http://www2.marilia.unesp.br/revistas/index.php/aurora/article/view/1219.
Acesso em: 18 abr. 2020.
MORAES, A. de. Direito constitucional. 31. ed. São Paulo: Atlas, 2015.
PNUD – PROGRAMA DAS NAÇÕES UNIDAS PARA O DESENVOLVIMENTO. Rumo a
uma política integral de convivência e segurança cidadã na América Latina:
marco conceitual de interpretação-ação. Brasília: Mimeo, 2005.
REALE, M. Lições Preliminares de Direito. 27. ed. São Paulo: Saraiva, 2009.
SAPORI, L. F. Segurança pública no Brasil: desa�os e perspectivas. Rio de
Janeiro: FGV, 2007.
SILVA, J. A. da. Curso de Direito Constitucional Positivo. 42. ed. São Paulo:
Malheiros, 2019.
SZABÓ, I.; RISSO, M. Segurança pública para virar o jogo. Rio de Janeiro: Zahar,
2018.
WEBER, T. Ética, direito e moral. Revista Dissertatio de Filoso�a, Pelotas, v. 41,
p. 293–304, 2015. Disponível em:
http://repositorio.pucrs.br/dspace/bitstream/10923/11572/2/Etica_direito_e_moral.pdf.
Acesso em: 18 abr. 2020.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/%20Constitui%C3%A7ao.htm
http://www2.marilia.unesp.br/revistas/index.php/aurora/article/view/1219
http://repositorio.pucrs.br/dspace/bitstream/10923/11572/2/Etica_direito_e_moral.pdf

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