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Biodiversidade Sauim-de-coleira

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O mamífero sauim-de-coleira (Saguinus bicolor) e seu mundo
Discente: Larissa Emily Santos da Silva – Universidade Federal do Amazonas
Orientadora: Izeni Pires Farias – Universidade Federal do Amazonas
Resumo: Hoje, a área de sauim-de-coleira foi reduzida para 7.500 quilômetros quadrados nas cidades de Manaus, Rio Preto, e Itacatiara, no Amazonas. Esta espécie tem um padrão de cores muito distinto, com uma faixa branca na metade superior do peito e um colar com um nome popular terminando no pescoço. Este animal é um pequeno sagui, em grupos de 2 a 13, que se alimenta de frutas, flores, néctar, insetos e até ovos de pássaros. Na hora de dormir, eles geralmente fazem ninhos na parte inferior de grandes folhas de palmeira. Nessas árvores, eles criam filhos e, depois de mais de cinco meses de gravidez, geralmente nascem divididos em duas metades. Desde 1997, com a redução dos habitats naturais, essa situação fez com que a população da espécie diminuísse em 80%, o que a torna listada como "Livro Vermelho das Extinções em Extinção do Brasil" pela IUCN e ICMBio. 
Palavras chaves: Sauim-de-coleira (Saguinus bicolor); Distribuição geográfica; Características do sauim.
Distribuição geográfica
O sauim é endêmico do Brasil, ocorrendo no estado do Amazonas, onde é residente e nativo. Estima-se uma redução de pelo menos 80% da população deste sagui desde 1997. Perda de habitat e competição interespécies são os fatores mais significativos para tal fato. (Gordo 2012).
Um dos motivos que deixam a espécie em estudo com risco de extinção é decorrente da urbanização desordenada da cidade manauense, propiciada pela instituição da Zona Franca de Manaus. Com os incentivos fiscais promovidos pelo governo federal, inúmeras indústrias foram instaladas na região, provocando grande desmatamento e fragmentação da floresta. Já a competição interespécies refere-se à presença de outro tipo de sagui que disputa território com o sauim-de-coleira o sagui-de-mãos-douradas (Saguinus midas). (AMDA).
O sauim-de-coleira apresenta distribuição geográfica restrita à parte dos municípios de Manaus, Rio Preto da Eva e Itacoatiara, cobrindo cerca de 7.500km2 (Röhe 2006). Atualmente, acredita-se que o limite de sua distribuição na direção leste seja a margem direita do rio Urubu (Röhe 2006); a oeste, está presente até as margens esquerdas do rio Negro e rio Cuieiras (Röhe 2006); ao sul, seu limite de distribuição é o rio Negro e o rio Amazonas (Röhe 2006); e, ao norte, assume-se como limite uma linha no sentido leste-oeste, passando pelas campinaranas na margem esquerda do rio Cuieras, pelo km 35 da BR-174 e pelos ramais Novo Milênio e ZF7, no município de Rio Preto da Eva (Röhe 2006).
Características dos sauins-de-coleira
Também conhecido como sauim-de-manaus, sagui-de-duas-cores e sagui-de-cara-nua, essa espécie é considerada de pequeno porte. Mede entre 21 a 23 cm de comprimento, sem contar a calda, que vai de 33 a 42 cm. Seu peso varia entre 450 a 600 gramas. Atingem maturidade sexual entre dois e três anos e costumam se relacionar com vários parceiros, mas somente as fêmeas alfas procriam. A gestação dura pouco mais de cinco messes, dando origem, quase sempre, a gêmeos. (Vidal et al 2017). Esses primatas costumam viver em grupos de dois a 13 indivíduos, sendo mais comuns grupos entre quatro e sete. Raramente são vistos indivíduos solitários. Possuem comportamento territorial extremamente acentuado, podendo ocorrer confrontos físicos entre grupos vizinhos, mas internamente há pouca disputa. Quando os filhotes nascem, todos os integrantes do grupo ajudam na criação, ensinando-os a caçar e se alimentar. Entretanto, o pai é quem assume maior protagonismo: ele cuida dos jovens a maior parte do tempo e só os entrega à mãe para mamar. (AMDA).
De acordo com o site National Geographic Brasil (2020), o nome científico bicolor refere-se às cores de sua pelagem, que são basicamente branco e marrom-alaranjado. A parte de cima do corpo, incluindo braços e pescoço, tem a pelagem branca. Já a parte inferior, como barriga e pernas, apresenta a mistura de laranja com marrom. A cabeça e a face não possuem pelos. Outra característica peculiar é que, com exceção do dedo polegar, suas unhas são como garras bem afiadas, apropriadas para escalar árvores.
Sua dieta é composta de pequenos vertebrados (anfíbios e lagartos), ovos, filhotes de aves, insetos, frutos, goma de algumas árvores e, eventualmente, néctar e flores. Possui comportamento diurno, iniciando suas atividades pouco depois do amanhecer. No início da tarde, quando o sol está mais quente, gosta de tirar um cochilo. (AMDA).
Habita florestas primárias, secundárias (capoeira), campinas e campinaranas. A espécie também pode viver em áreas antropizadas como pomares, plantações arbóreas e arbustivas. Apresenta distribuição geográfica restrita aos municípios de Manaus, Rio Preto da Eva e Itacoatiara, todos no Amazonas, cobrindo cerca de 7.500 km². A espécie está presente em 18 unidades de conservação, sendo metade privada e a outra parte pública. Juntas, elas abrangem cerca de 20% da área de distribuição do saium. Contudo, de acordo com o Sumário Executivo do Plano de Ação Nacional para a Conservação do sauim-de-coleira, essas UCs apresentam tamanhos e categorias inadequados à conservação da espécie. (AMDA)
População do Saguinus bicolor
O tamanho da população total remanescente é estimado em 46.500 indivíduos, a partir da extrapolação de dados oriundos da Reserva Florestal Adolfo Ducke (Gordo 2012). O número de indivíduos maduros deste táxon é superior a 20.000. Os sauins formam grupos entre dois e 13 indivíduos, sendo mais comuns grupos entre quatro e sete. (Gordo 2012). De acordo com as estimativas feitas por Röhe (2006) a espécie vem sofrendo uma perda de hábitat anual de quase 250km², tendo sido calculada uma perda por desmatamento de 200km², agravada pela perda para S. midas estimada em 44km². Infere-se, portanto, que no intervalo de três gerações ocorra uma redução de 4.392km² (= 244km² x 18 anos). Suspeita-se que a espécie venha sofrendo uma redução populacional de pelo menos 80%, considerando-se a redução de hábitat estimada aliada às outras ameaças identificadas para a espécie. (Gordo 2012)
Qual a importância?
É certo que a extinção do Sauim-de-coleira causaria um desequilíbrio do ecossistema, provocaria uma quebra na cadeia e geraria um grande impacto no meio ambiente. Pouco se sabe, mas, o sauim tem funções importantíssimas dentro do ecossistema, tanto como alimento para uma série de animais, quanto como predador de insetos e pequenos animais, controlando a população dessas espécies, ele atua também como dispersor de sementes, ajudando espécies vegetais a se espalharem do seu lugar de origem para outros locais. Com isso, além do desequilíbrio alimentar entre as cadeias, iria gerar um impacto nas espécies de vegetais, assim, perderíamos o nosso símbolo de mascote da cidade de Manaus. (Gordo 2012)
Medidas de conservação da espécie
Pesquisadores, autoridades e a sociedade civil se uniram, com força desde 2010, para evitar que o pequeno primata desapareça. Um dos frutos dessa luta foi a criação do Corredor Ecológico do Sauim-de-coleira, que acabou se convertendo na Área de Proteção Ambiental (APA) Sauim-de-coleira de Manaus, concretizada em 2018. O Ministério Público Federal no Amazonas (MPF-AM) acompanha a situação e já tornou a Prefeitura de Manaus alvo de uma Ação Civil Pública (ACP) e de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC). (Santos 2020).
De acordo com informações da Prefeitura de Manaus, a APA tem aproximadamente 1.050,37 hectares entre áreas de preservação permanente, áreas verdes e áreas particulares. Os locais incluem o Parque Municipal do Mindu, o Corredor Ecológico Urbano do Igarapé do Mindu, o Parque Estadual Sumaúma e a Reserva Adolpho Ducke. Os limites da APA se encontram com os igarapés do Geladinho e Goiabinha, e áreas verdes de loteamentos habitacionais como Cidade Nova, Loteamento Nascentes das Águas Claras, Parque das Garças, Renato Souza Pinto I e II, Ribeiro Júnior, Vilada Barra, Galileia, Nova Cidade, Vila Real, Riacho Doce II e III, Francisca Mendes I e II e Jardim Canarana. (Santos 2020).
“A criação da APA do Sauim-de-caleira de Manaus era uma medida necessária e possível. Temos diversos fragmentos florestais existentes na cidade desde a Reserva Ducke até a foz do Rio Negro. Essa área de proteção é uma figura maior e a mais ampla possível indicada pelo Grupo de Trabalho Interinstitucional, composto por diversos órgãos ambientais e representantes da sociedade civil”, explicou o procurador Leonardo de Faria Galiano, secretário-executivo da 4ª Câmara de Meio Ambiente e Patrimônio Cultural do MPF-AM. (Santos 2020).
Referências
GORDO, Marcelo. Ecologia e conservação do sauim-de-coleira, Saguinus bicolor (primates; callitrichidae). Tese (Programa de Pós-graduação em Zoologia) - Museu Paraense Emílio Goeldi, Universidade Federal do Pará, Belém, 2012.
RÖHE, Fábio. Área de contato entre as distribuições geográficas de Saguinus midas e Saguinus bicolor (Callitrichidae-Primates): a importância de interações e fatores ecológicos. Dissertação (Programa de Pós-Graduação em Biologia Tropical e Recursos Naturais, Universidade Federal do Amazonas – Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, Manaus, 2006.
VIDAL, Marcelo GORDO, Marcelo. ROHE, Fábio Avaliação do Risco de Extinção de Saguinus bicolor (Spix, 1823) no Brasil. Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade-ICMBio, Brasília. Disponível em: https://www.icmbio.gov.br/portal/faunabrasileira/estado-de-conservacao/7232-mamiferos-saguinus-bicolor-sauim-de-coleira Acesso em: 02, abril de 2021.
Saium-de-coleira está entre os mamíferos mais ameaçados da Amazônia. Associação Mineira de Defesa do Ambiente-AMDA. Minas Gerais, 26 de novembro de 2017. Disponível em: <https://www.amda.org.br/index.php/comunicacao/especie-da-vez/2677-saium-de-coleira-esta-entre-os-mamiferos-mais-ameacados-da-amazonia>. Acesso em: 02 de abril de 2021.
Sauim-de-coleira. Redação National Geographic Brasil. 05 de novembro de 2020. Disponível em:<https://www.nationalgeographicbrasil.com/animais/mamiferos/saium-de-coleira >. Acesso em: 02 de abril de 2021.

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