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receptor de proteína G Processos celulares e moleculares Luíza Soares 19.2-UNIFACS Luíza Soares 19.2 RECEPTORES ASSOCIADOS A PROTEINA G Normalmente fosfarilação serve para ativar e desfosfarilação serve para inativar. A proteína cinase fosforila. Normalmente a fosforilação ativa as moléculas. Já a fosfatase, ao retirar o fosfato da molécula, faz com Luíza Soares 19.2 que ela seja desativada. Existe também a sinalização por troca de GDP/GTP. Nesse caso, não vai ocorrer a atividade de proteínas específicas, as próprias proteínas são capazes. A proteína G NÃO é uma proteína receptora. Ela é associada a um receptor. Ela também não é uma proteína integral, pois ela não atravessa a membrana. É uma proteína periférica. É uma proteína heterotrimérica, possui três subunidades diferentes. Uma de suas subunidades está ligada a um nucleosídeo. Quando a proteína G está ligada ao GDP (pela unidade alfa), ela está desligada. Quando o ligante se liga ao receptor, a proteína G troca a molécula de GDP pelo GTP e a subunidade alfa desliza-se pela membrana até encontrar uma molécula efetora. Isso acontece porque quando troca o GDP por GTP, há uma mudança na forma da subunidade alfa. Gera uma estrutura “saliente” que faz com que a subunidade alfa se dissocie das outras duas subunidades, que antes atuavam no controle da subunidade alfa. Nossos mecanismos de ação são normalmente controlados para que a célula não gaste muita energia. Normalmente os mecanismos de ação das enzimas são bem regulados. Nós temos mais mecanismos de controle do que mecanismos de ação. Não existe apenas um tipo de proteína G. Cada tipo possui um perfil de atividade diferente das outras. As principais são Gs, Gq e Gi. SEGUNDOS MENSAGEIROS As formas cíclicas do AMP e GMP funcionam como segundos mensageiros. Os segundos mensageiros têm a capacidade de ampliar o sinal para dentro da célula. A vantagem de ter segundos mensageiros é que intracelularmente são produzidos muitos mediadores, isto é, amplificação do sinal inicial: os demais receptores possuem uma relação de 1 ligante: 1 canal iônico. No sistema acoplado à proteína G a relação é de 1 ligante: muitos canais. Os segundos mensageiros NÃO são proteínas. *Tanto a molécula sinal como o receptor estão ancorados na membrana. Eles não vão sair da membrana para enviar algum sinal. Eles vão ativar moléculas específicas que vão fazer isso. Luíza Soares 19.2 *A função da proteína cinase é fosforilar para normalmente causar uma ativação. A cinase A depende do AMPc para se ativar. ENZIMAS AMPLIFICADORAS: ATIVAÇÃO HORMONAL DA ADENILIL CICLASE-ADRENILIL Luíza Soares 19.2 A proteína G pode estimular a geração de 2º mensageiros e acionar outras proteínas efetuadoras intracelulares. A Adenil ciclase é uma das enzimas-chaves que uma vez ativada pela proteína G produz um 2º mensageiro conhecido como cAMP. Conforme a célula-alvo, encontraremos subtipos de proteínas G (Gs, Gi e Go). A Adenilil ciclase é uma molécula efetora que converte ATP em AMP cíclico (2º mensageiro). Esse é o mecanismo básico para formar o segundo mensageiro. A reposta a uma mesma molécula sinalizadora depende do receptor-alvo. O que modula a reposta são os receptores. Por isso estuda-se sinalização baseada nos receptores. -Noradrenalina, quando se liga ao receptor do tipo beta adrenérgico, ativa o sítio Gs da proteína G. Esta ativa a enzima-chave adenilciclase que a partir do ATP produzirá o 2º mensageiro, o cAMP. -O cAMP tem a função de ativar uma enzima quinase A (PKA) cuja função é a de fosforilar canais de Ca++. -Um outro tipo de receptor da mesma noradrenalina é um tipo alfa-2 adrenérgico que tem efeito antagônico, ou seja, inibir a adenilciclase. A inibição da enzima deixará de produzir cAMP e como consequência os canais de K+ que estavam abertos, se fecham. AS PROTEÍNAS G PODEM: -Regular canais iônicos; -Ativar enzimas (Adenil ciclase). Luíza Soares 19.2 A proteína PKA é dependente do AMP-cíclico. Ela apresenta quatro subunidades: duas regulatórias e que mantém as duas subunidades catalíticas inativas, quando ligadas a elas. O AMPc ao se ligar as subunidades regulatórias mudam a sua conformação e fazem com que elas soltem as subunidades catalíticas, ativando, portanto, a enzima PKA. Estando ativa, ela é capaz de fazer a fosforilação. Esse processo ativa as subunidades catalíticas. Essas subunidades catalíticas podem entrar no compartimento nuclear e ativar proteínas que são importantes fatores de transcrição. *Essa resposta causa uma alteração da expressão gênica. *Enquanto a proteína G estiver ligada a adenilil ciclase, ela vai continuar produzindo o AMP cíclico. Ela só vai parar de produzir o AMP cíclico quando a proteína G realizar a hidrólise do seu nucleosideo trifosfato e transformá-lo em GDP. CÓLERA Luíza Soares 19.2 O sal e o açúcar são muito utilizados contra a desidratação. Na “ponta” das microvilosidades, tem SGLT, que faz o transporte de sódio e glicose de forma secundária. Quando o indivíduo ingere mais sal e açúcar, a água acaba sendo “levada” junto com eles para dentro da célula. É uma doença que mata por desidratação. O vibrião da cólera produz uma toxina que é uma proteína com duas subunidades, alfa e beta. Ela é recebida pelos enterócitos e vai atuar na proteína G. Ela vai ribosilar a proteína Gs (perfil estimulatório). Ela vai adicionar uma ribose nessa proteína G. Isso faz com que a proteína G não consiga mais hidrolisar o GTP. Ela não consegue mais trocar o GTP por GDP, ficando sempre ativa. O fato dela estar sempre ativa vai aumentar o nível de AMPc na célula. Esse AMPc vai atuar os canais de condutância de cloreto. Fazendo com que que esse íon saia da célula e perca água para o meio extracelular (lúmen do intestino). A célula vai desidratar por causa disso. A água está saindo porque tem muito soluto saindo. COQUELUCHE (pertússis) Também é provocada por uma bactéria. Há uma tosse excessiva em reposta a produção excessiva de muco. A bactéria produz uma toxina pentamérica. Ela vai ser endocitada pela célula alvo. Uma das suas subunidades (alfa) vai causar uma ribosilação da proteína Gi, que naturalmente bloqueia a produção de AMPc. Há um “bloqueio do bloqueio”. A enzima que deveria inibir a produção de AMPc está sendo inibida por ribosilação. Então os níveis de AMPc aumentam. Esse aumento vai causar uma produção excessiva de muco, nas células do sistema respiratório. Aumento de secreção e tosse. PROTEÍNAS G PODEM AGIR EM CONJUNTO COM A FOSFOLIPASE C Luíza Soares 19.2 A fosfolipase C é uma enzima efetora/amplificadora. Ela quebra fosfolipídeo. Ela quebra o fosfatidilinositol. Quando quebrado dá origem ao IP3 e ao DAG. A proteína G responsável por esse processo é a proteína Gq. O DAG vai se ligar a proteína cinase C na membrana. O IP3 se difunde para o citosol, se liga aos canais de cálcio do retículo sarcoplasmático e provoca a saída do íon para o citosol. Esse cálcio que saiu vai participar da ativação também da proteína cinase C. É uma proteína dependente de cálcio. *DAG é hidrofóbico e fica na membrana. O IP3 é hidrofílico e se difunde pro citosol. Pode-se dizer que o DAG ativa diretamente a PKC e o IP3 ativa indiretamente (já que ele não se liga diretamente, ele libera o cálcio para este se ligar a PKC e o ative). O cálcio também pode ser considerado um segundo mensageiro. Só que ele normalmente não está livre na célula. Se ele estiver livre, ele vai provocar a ativação celular. Normalmente ele está em algum compartimento, ou ligado a alguma proteína. ADRENALINA: Adrenalina pode ser chamada de epinefrina; No CORAÇÃO e MÚSCULOS: receptores betas adrenérgicos acoplados à proteínaGs (beat/batida coração e S do Gs lembra ritmo Sinusal); Quando estão sob a ação da adrenalina/noradrenalina, a Adenilato Ciclase libera AMPc, que irá ativar PKA, fazendo VASODILATAÇÃO. No VASO: receptores alfa 1 adrenérgicos acoplados à proteína Gq; Atuação da adrenalina/noradrenalina ATIVA canais de cálcio devido ao IP3, fazendo VASOCONSTRIÇÃO Luíza Soares 19.2 RECEPTOR DE ÓXIDO NÍTRICO (GUANILIL CICLASE) • ACETILCOLINA se liga ao receptor MUSCARÍNICO (metabotrópico acoplado à proteína Gq) no endotélio do vaso sanguíneo. • O IP3 gerado na cascata Gq abre canais de cálcio, que se ligam às proteínas CALMODULINAS. • Esse complexo cálcio-calmodulina ativa ÓXIDO NÍTRICO (NO) SINTETASE, catalisando a reação Arginina + O2 Citrulina + NO. • O NO por ser um gás, vai para o músculo liso dos vasos sanguíneos, se ligando ao seu RECEPTOR INTRACELULAR GUANILATO CICLASE, catalisando a hidrólise de GTP em GMPc (2º MENSAGEIRO). • GMPc se liga à PKG (Proteína Cinase G – dependente de GMPc), dilatando o vaso. VASODILATAÇÃO DO MÚSCULO LISO • Vimos que o NO se liga ao receptor Guanilato/Guanilil Ciclase dos músculos lisos, catalisando a conversão de GTP em GMPc. • O GMPc vai se ligar às PKGs, e como toda Proteína Cinase, PKG vai FOSFORILAR canais de CÁLCIO e POTÁSSIO. • A fosforilação em canais de Potássio (K), fazem eles se ABRIREM. • A fosforilação em canais de Cálcio (Ca), fazem eles se FECHAREM. • Para lembrar: Cálcio está ligado a CONTRAÇÃO MUSCULAR, logo seus canais precisam ser FECHADOS para que os de Potássio agora se ABRAM. • Exemplo prático de vasodilatação induzida por ÓXIDO NÍTRICO: VIAGRA. • O viagra INIBE a GMPcFOSFODIESTERASE (que transforma GMPc em GMP, inativando a PKG), logo a PKG sempre estará ATIVADA porque não há h. Luíza Soares 19.2