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01 MA Percurso Historico de Artes

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PERCURSO HISTÓRICO DAS ARTES 
Paulo Eduardo Borzani Gonçalves 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 
 
 
SUMÁRIO 
 
1 INTRODUÇÃO À ARTE .............................................................................. 3 
2 ANTIGUIDADE CLÁSSICA E IDADE MÉDIA............................................... 30 
3 ARTE NA IDADE MODERNA.................................................................... 61 
4 ARTE NO SÉCULO XX ............................................................................ 101 
5 ARTE PÓS-MODERNA .......................................................................... 139 
6 ARTE CONTEMPORÂNEA ..................................................................... 159 
 
 
 
 
 
3 
 
 
1 INTRODUÇÃO À ARTE 
Você já parou pra pensar no que é Arte? E porque é importante conhecer seu percurso 
na história da humanidade? 
Bem, arte é essencialmente comunicação e afeta diretamente nossos sentidos, 
principalmente o olhar, a audição e também o tato, mas, sobretudo, a emoção... 
 
Teoricamente a arte pode ser definida como sendo: Uma atividade humana ligada a 
manifestações de ordem estética, feita por artistas a partir de: percepção, emoções e 
ideias. Mas o conceito de estética varia no tempo e no espaço, ou seja, muda de 
acordo com a época que observamos e se transforma de acordo com a cultura local 
observada, dessa forma, notamos diferenças drásticas entre a arte elaborada na Pré-
história e a apresentada nos dias de hoje, bem como é clara a diferença da arte 
oriental e da ocidental, por exemplo. 
Muitas vezes, um tema abordado por dois artistas, em épocas distintas pode revelar-
se, tão próximo e tão distante, ao mesmo tempo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
Analisemos os dois exemplos a seguir: 
 
Figura 1.1 – Vênus de Willendorf (2500-200 a.C.) e Demi Moore – Capa Vanity Fair 
(1991) – Fotografia de Annie Leibovitz 
O quê separa essas duas imagens é essencialmente a época em que foram elaboradas, 
ambas são manifestações artísticas de diferentes tipos, a primeira é uma escultura de 
uma deusa grávida pré-histórica (2500 a 200 a.C.) que tinha como objetivo cultuar a 
fertilidade feminina, a segunda é uma fotografia feita para a capa da revista Vanity Fair 
em 1991, onde a atriz Demi Moore (musa de Hollywood) posou no período final de sua 
gestação, com o objetivo de revelar a beleza da mulher grávida contemporânea, ou 
seja, celebrar e cultuar a fertilidade! 
O que há de diferente entre essas imagens, além da diferença de meio de expressão da 
arte, escultura e fotografia, é que cada uma delas faz menção ao padrão estético 
vigente no momento de sua elaboração. Ainda que ambas, tratem do mesmo tema e 
tenham o mesmo objetivo, atendem cada uma, aos padrões de beleza que região e 
orientavam o gosto da sociedade na época de suas respectivas produções. 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
Vejamos outro exemplo de manifestações artísticas correlatas: 
 
Figura 1.2 – Animais representados na Caverna de Chauvet consideradas as mais 
antigas pinturas rupestres e Eduardo Kobra – Grafite Urbano 
O que essas duas obras de arte têm em comum? 
Ambas têm como suporte paredes, mas essa não é a única semelhança, ambas 
também tem o objetivo de registrar e comunicar, por meio da pintura, ideias e 
mensagens, no caso da primeira, elaborada por habitantes das cavernas, tinha com 
intuito principal a documentação do modo de vida corriqueiro neste período da 
evolução do ser humano, já a segunda, tem por intenção a manifestação de um 
protesto de indignação, com o nível de evolução do ser humano e suas ações de 
violência, não mais contra os animais, mais agora contra outros seres humanos. 
Mais uma vez, temos diferentes ideias sendo comunicadas por meio de manifestações 
artísticas, que simplesmente se adaptam aos padrões estéticos de cada período 
histórico e de desenvolvimento técnico e tecnológico. 
Por fim Varella (2018) conclui que: 
Arte (...) pode ser entendida como a atividade humana ligada às 
manifestações de ordem estética ou comunicativa, realizada por meio de 
uma grande variedade de linguagens, tais como: arquitetura, desenho, 
escultura, pintura, escrita, música, dança, teatro e cinema, em suas variadas 
combinações. 
Vamos então, conhecer o percurso percorrido por artistas, temas, técnicas, metas e 
objetivos alcançados, ou não, ao longo do correr da história da humanidade, com seus 
 
 
 
6 
 
acontecimentos, transformações, acidentes de percurso para além de suas vitórias e 
conquistas no mundo das artes e junto a sociedade. 
1.1 Conceituando Arte 
Quando pensamos no que é Arte, temos várias possibilidades de conceituação, 
vejamos algumas delas: 
• A arte: conceito que engloba todas as criações realizadas pelo ser humano para 
expressar uma visão/abordagem sensível do mundo, seja este real ou fruto da 
imaginação. Através de recursos plásticos, linguísticos ou sonoros, a arte 
permite expressar ideias, emoções, percepções e sensações; 
• Criação humana de valores estéticos (beleza, equilíbrio, harmonia, revolta etc.) 
que sintetizam suas emoções, sua história, seus sentimentos e sua cultura; 
• Capacidade do homem de criar e expressar-se, transmitindo ideias, sensações e 
sentimentos através da manipulação de materiais e meios diversos; 
• Atividade humana ligada a manifestações de ordem estética, feita por artistas a 
partir de percepção, emoções e ideias, com o objetivo de estimular esse 
interesse de consciência em um ou mais espectadores, e cada obra de arte 
possui um significado único e diferente. 
Você já parou para pensar o que é arte? 
Ernest Gombrich, famoso historiador de arte, afirmou que 
nada existe realmente a que se possa dar o nome de arte. Existem somente 
artistas. Arte é um tipo de fenômeno cultural. Regras absolutas sobre arte 
não sobrevivem ao tempo, mas a cada época, diferentes grupos (ou cada 
indivíduo) escolhem como compreendem esse fenômeno. 
Segundo esse ponto de vista, não nos cabe julgar a pertinência da construção de uma 
pirâmide metálica revestida de vidro, em frente ao Museu do Louvre, um clássico da 
Arquitetura Renascentista, simplesmente nos cabe contemplar e compreender a 
intenção dos arquitetos I. M. Pei que a projetaram. 
 
 
 
7 
 
 
Sabemos que o conceito de “estética” é variável de acordo com o tempo, que se tome 
como referência e também, de acordo com a localidade em que se observe desta 
forma, diferentes tipos de manifestações artísticas, não perdem seu valor intrínseco, 
ou deixam de ser consideradas como exemplos de ações de arte, por serem 
executadas em diferentes ambientes, muitas vezes inusitados, como uma “Rua”, 
vejamos os exemplos a seguir para compreender essas afirmações: 
 
 
 
 
 
Figura 1.3 – Balé: Lago dos Cisnes – Tchaikovsky e Dança de Rua: Beat it Poppin – 
John Ricardo Walker 
As duas manifestações de arte têm a mesma importância enquanto forma de 
comunicação expressiva, não importando o local onde sejam praticadas e ou 
apresentadas ao público, o que caracteriza e ação como sendo um evento artístico é o 
fato de ter-se algo a ser exibido e, de preferência, um público que se beneficie desta 
ação, ainda que seja somente, apreciando-a. 
A beleza do espetáculo, ou da obra de arte, não é unanimemente determinada, ou 
seja, a beleza é um adjetivo que tem sua utilização determinada pelo consenso do 
 
 
 
8 
 
“Conceito de Estética” em vigor no período e local em foco, por esta razão, torna-se 
necessário definir este conceito: 
É uma área da filosofia que estuda o belo, ou seja, tudo o que desperta emoção 
estética através da contemplação, e o sentimento que ele suscita nos homens. “É uma 
palavra que tem sua origem no idioma grego: aesthesis, que significa: conhecimento 
sensorial; sensibilidade”. 
A partir desta definição é possível se determinar o que é “Belo”? 
Vejamos os exemplos a seguir, qual das modelos é a realmente bela?ou 
Sabemos agora, que também o belo é relativo, uma vez que depende em sua essência 
de um conceito filosófico que é ligado diretamente ao campo das emoções e dessa 
forma, podemos definir que belo é tudo aquilo que desperta, no ser humano, boas 
emoções, sensações agradáveis e de prazer e que também podem variar de acordo 
com a cultura e costumes desses seres humanos, pois a noção de prazer, também é 
fundamentalmente uma construção cultural e não apenas um instinto irracional, como 
nos evidencia o artista colombiano Fernando Botero, que deixou claro, por meio de 
sua produção artística, qual era o seu conceito estético, qual era sua definição de 
beleza e o que lhe trazia boas emoções e consequentemente o prazer. 
 
 
 
9 
 
 
 1.2 Arte Rupestre 
Antes de falarmos da arte rupestre vale entendermos o que significa rupestre e quais 
são os períodos da pré-história e quais são suas características mais importantes. 
Rupestre é um adjetivo que deriva do vocabulário latino rupes, que pode traduzir por 
“pedra”. O conceito, por conseguinte, refere-se àquilo que está relacionado com as 
pedras. A pré-história é o período que, cronologicamente, corresponde a um longo 
período de 3,6 milhões de anos, isto é, desde o começo dos tempos históricos 
registrados até cerca de 3.500 a.C. O final da pré-história ocorre com o surgimento da 
escrita. 
OS PERÍODOS DA PRÉ-HISTÓRIA 
 
Fonte da imagem: <https://goo.gl/RnQAVy> 
 
 
 
10 
 
Idade da Pedra Lascada ou Paleolítico como é também conhecido este período. 
Cronologicamente, refere-se ao intervalo de tempo relativo a pré-história que 
começou há cerca de 2,5 milhões de anos, quando os homens começaram a produzir 
artefatos em pedra lascada. Durou até cerca de 10.000 a.C. Neste período o homem 
dependia das condições climáticas, por isso era nômade, se deslocando pelos lugares 
em busca de comida e moradia, disputando sua morada com animais selvagens. 
Viviam, basicamente, da caça e da coleta. Sua alimentação era composta por frutos, 
raízes, peixes e pequenos animais. À medida que os utensílios se aperfeiçoando, a caça 
de animais maiores se fez possível. 
 Já o Mesolítico é um período de transição entre o Paleolítico e o Neolítico e ocorreu 
entre 13.000 a.C. e 9.000 a.C. Ele esteve presente somente em algumas regiões do 
mundo, onde a transição direta não ocorreu. 
A Idade Média da Pedra, sim, Idade Média, tem significado a partir da análise 
etimológica da palavra mesolítico: de origem grega mesos que significa médio e lithos 
que significa pedra. Assim como no período Paleolítico, os homens do Mesolítico eram 
nômades, embora o sedentarismo tenha se dado em algumas regiões costeiras da 
Europa e no Oriente Próximo, regiões onde os recursos necessários para sobrevivência 
eram suficientes e regulares. 
O Neolítico é o período pré-histórico que está compreendido a partir do 10º milênio 
a.C., com o início da sedentarizarão e o surgimento da agricultura, até o 3º milênio 
a.C., dando lugar à Idade dos Metais. Os rios foram as primeiras referências para a 
formação das primeiras aldeias, as terras férteis eram utilizadas para o plantio das 
sementes e a água para uso dos seres humanos e animais. Nessa época também teve 
início a domesticação de animais. As mudanças climáticas ocorridas na Europa e a 
extinção das grandes espécies de animais o homem também devem ser considerados 
como fatores decisivos para o início do sedentarismo e da agricultura. As cabanas 
começam a aparecer e, por fim as aldeias. 
A Idade dos Metais é marcada pelo início da fabricação de ferramentas e armas de 
metal. A fundição passa a ser dominada pelo homem, que utilizava para fusão metais 
 
 
 
11 
 
com fusão mais fácil, a saber: cobre, estanho e bronze. A Idade dos Metais tem início 
no Quinto Milênio a.C. e acaba com a entrada da escrita e, consequentemente, da 
história. Ocorreu um crescimento populacional marcando o nascimento das primeiras 
cidades, sobretudo quando essas estavam em caminhos naturais e, em algumas delas, 
foi o embrião de importantes civilizações da história. 
Tendo sido explicado o recorte histórico, daremos início à história da arte na pré-
história. 
A Austrália é um importante sítio arqueológico rico em arte rupestre. A Ilha de 
Murujuga, na Austrália Ocidental, abriga a maior coleção de petroglifos do mundo. Eles 
datam de 28.000 a.C. Estão representadas imagens de formas geométricas, desenhos 
realistas de cerimônias aborígines e alguns animais, como baleias, cangurus e tigres-
da-tasmânia. 
 
Fonte da imagem: http://rockart.net.au/17.jpg. 
Figura 1.4 – Petroglifo achado na Ilha de Murujuga, na Austrália Ocidental. 
1.1.1 Paleolítico 
Que não era fácil a vida do homem pré-histórico não temos dúvida, viviam em 
ambiente hostil e ameaçador. Talvez, para muitos de nós, seja extremamente difícil 
tentar interpretar o pensamento de alguém que viveu em condições tão adversas e há 
tantos anos. Muitos estudos nos mostram caminhos para a interpretação das pinturas 
deixadas pelos homens pré-históricos no interior das cavernas. 
 
 
 
12 
 
 
Fonte da imagem: https://goo.gl/tFXiKe. 
Figura 1.5 – Pinturas rupestres em um sitio arqueológico no 
Parque Nacional Serra da Capivara. 
 
Fonte da imagem: https://goo.gl/HikgRV. 
Figura 1.6 – Pinturas rupestres em um sítio arqueológico no 
Parque Nacional Serra da Capivara. 
Na Espanha e no Sudoeste da França também são encontradas pinturas rupestres de 
grande importância, sendo elas a de Altamira, na Espanha e Lascaux, na França. 
Em Altamira, há uma caverna em que se pode ver estampado nas paredes bisões, 
mamutes e renas, todos os animais de caça. O material utilizado para tais pinturas 
 
 
 
13 
 
foram terra colorida, carvão e gordura animal. Por estarem localizadas em locais quase 
sem acesso no interior da caverna, acredita-se que não serviam como local de longa 
permanência. Outra curiosidade bastante interessante, os arqueólogos que 
exploraram tais sítios arqueológicos identificaram marcas de flechas sobre as imagens, 
aventando duas possibilidades: serviam como alvo para treinos dos caçadores e como 
meio para ensinar técnicas de caça e/ou como local mágico que evocava forças 
sobrenaturais que auxiliavam o homem primata a dominar seu espaço e a vencer as 
feras inimigas que ameaçavam a sobrevivência do homem. 
 
Fonte da imagem: https://goo.gl/ELv5bB. 
Figura 1.7 – O Bisão de Altamira, 15.000 anos a.C. 
Na França o Lascaux é um complexo de cavernas cujas paredes são pintadas com todo 
o universo vivenciado pelo homem pré-histórico, sendo ele: bovídeos, felinos, cavalos, 
dentre outros animais. 
 
 
 
14 
 
 
Fonte da imagem: https://goo.gl/y7KWRe. 
Figura 1.8 – Gruta de Lascaux, França 
Seria ingenuidade imaginarmos que todos os homens pré-históricos era exímios 
pintores, como podemos fazer tal afirmação? Fácil, quantas pessoas você conhece que 
possuem habilidades artísticas? A menos que você seja um artista e esteja inserido em 
tal meio, imagino que poucos. Assim era na pré-história, alguns estudos chegam a 
afirmar que os pintores pré-históricos eram solicitados em cavernas vizinhas para 
desempenharem suas funções artísticas. Para tais obras de arte os artistas da pré-
história utilizavam terras coloridas. 
É interessante notar que não foram encontradas representadas nas paredes figuras 
humanas, sendo observadas tão somente representações de animais de caça. 
Entretanto, há registro de figuras humanas representadas em esculturas pré-históricas 
e todas elas datam do período Paleolítico. 
 
 
 
 
15 
 
 
Fonte da imagem: https://goo.gl/CzHPmy. 
Figura 1.9 – Vênus de Willwndorf, 20.000 a.C. – Museu de História Natural de Viena. 
A estátua tem de altura 10,5cm e representam uma mulher nua. Ela foi encontrada na 
Áustria e foi batizada como A Vênus de Willendorf. A escultura data de 20.000 a.C. e 
está ligada à magia da fertilidade, porisso os seios fartos e o ventre e a vulva 
volumosos. 
 
Fonte da imagem: https://goo.gl/wKcgV1. 
Figura 1.10 – Vênus de Brassempouy, Museu das Antiguidades Nacionais da França. 
Outra escultura que merece destaque é a “Vênus de Brassempouy”. É uma pequena 
cabeça de mulher de 3 cm de altura trabalhada em marfim esculpida com 
instrumentos de pedra lascada. Ela é provenientes de Brassempouy-Landes, Saint 
 
 
 
16 
 
Germain-em-Laye, Atualmente está exposta no Museu das Antiguidades Nacionais da 
França. 
 
Fonte da imagem: https://goo.gl/95vPLF. 
Figura 1.11 – Vênus de Laussel. 
A Vênus de Laussel é outra estátua muito importante do período Paleolítico. Ela foi 
encontrada pelo 1909 na França. Essa é uma estátua talhada em bloco único de pedra 
calcária dura. Nele está representada uma mulher despida cuja mão direita sustenta o 
corno de um bisão. 
1.1.2 Neolítico 
No período Neolítico o homem tinha sua morada fixa, tornando-se sedentário. 
Começou a cultivar a terra, sendo essa a primeira forma de agricultura. Começou a 
viver em comunidade e a utilizar novas formas de manufatura. A argila passou a ser 
usada para a fabricação de utensílios domésticos. 
 
 
 
17 
 
 
Fonte da imagem: https://goo.gl/3fi4Sg. 
Figura 1.12 – Utensílio de cerâmica manufaturada no período Neolítico. Atenção 
para as linhas geométricas que ornamentam a peça. 
As gravuras não sumiram nesse período da história, elas apenas mudaram de 
característica. As pinturas passaram a representar homens estilizados, não mais 
somente animais e natureza, característica das pinturas rupestres do período 
Paleolítico. 
1.3 Mesopotâmia e Egito 
Epistemologicamente Mesopotâmia vem do grego antigo e significa “entre dois rios”. 
Geograficamente a Mesopotâmia se localizava entre os rios Tigre e Eufrates em 4.000 
a.C. Nos dias atuais corresponde à maior parte do Iraque e Kuwait e de partes orientais 
da Síria e de regiões ao longo das fronteiras Turquia-Síria e Irã-Iraque. 
 
 
 
18 
 
 
Fonte da imagem: https://goo.gl/yCYphq 
Figura 1.13 – Mapa da Mesopotâmia por volta do Século IV a.C. 
A região foi ocupada pelos sumérios, povo engenhoso que se dedicou à agricultura 
como meio de sobrevivência. Construíram uma sociedade urbana organizada e 
bastante próspera. A monarquia era o regime político que pautava aquela sociedade 
teocrática. 
Foi a primeira sociedade-estado, servindo de modelo para a civilização ocidental. 
Uruk, posterior Babilônia, estava situada à leste do Rio Eufrates. Era cercada por uma 
muralha de 9Km de extensão, construída por ordem do rei Gilgamesh, governador de 
Uruk. A religião era politeísta e cercada de rituais, devido a sua importância a arte e a 
arquitetura revelavam crenças e rituais religiosos. Grandes templos em formato de 
torre construídos com tijolo e argila estavam presentes nas cidades sumérias. Suas 
paredes eram grandes e nota-se a ausência de colunas. Os formatos oval, redondo ou 
quadrado predominavam nas construções. O formato de fortaleza desses grandes 
templos mostrava que o povo sumério estava preparado para guerras. A primeira 
língua escrita, a cuneiforme, teve aqui seu início. Os primeiros sistemas de irrigação e 
veículos sobre rodas também foram idealizados e executados por esse povo. A 
irrigação foi utilizada para o cultivo de grãos. Os veículos eram em couro e madeira, 
utilizavam um tronco como roda e a tração era feita por uma espécie de burro, o 
 
 
 
19 
 
onagro. Os veículos eram utilizados, basicamente, para o transporte de bens e de 
exércitos. 
Os sumérios eram comerciantes por excelência e seus negócios eram realizados com 
povos da África, Ásia e Europa. 
 
Fonte da imagem: https://goo.gl/BV3SLE 
Figura 1.14 – Ruína de Uruk. 
 
Fonte da imagem: https://goo.gl/FvU3UV 
Figura 1.15 – Palácio de Uruk. 
 
 
 
20 
 
 
Fonte da imagem: https://goo.gl/VqF3Nu 
Figura 1.16 – Relevos pintados com cores vivas decoravam os palácios. 
Decoração do Palácio de Uruk. 
Diferente do que ocorria no Egito a arte na Mesopotâmia não tinha como objetivo a 
ornamentação de túmulos e sim a de manter viva a imagem de homens poderosos. Os 
reis da Mesopotâmia solicitavam aos artistas que fizessem monumentos para que suas 
vitórias em guerras fossem celebradas e mantidas na memória das pessoas. 
 
Fonte da imagem: https://goo.gl/3zcmDw 
Figura 1.17 – Monumento do rei Naram-Sin, 2270 a.C. Museu do Louvre, Paris. 
 
 
 
21 
 
Na sequencia destacou-se uma civilização, também ligada a hidrografia, o Egito Antigo, 
observa-se grande produção de esculturas, pinturas, arquitetura, joalheria e cerâmica, 
além das maravilhas do Mundo Clássico, as pirâmides egípcias. Mas antes de tudo, 
vamos entender onde se encontra como era sua sociedade, sua cultura e a forma de 
sobrevivência do povo egípcio. 
Localizado no nordeste da África o Egito é banhado pelo mar Mediterrâneo ao norte. 
Ao sul pelas cataratas do rio Nilo, faz fronteira oeste pelo deserto da Líbia e ao leste 
pelo Mar Vermelho. O Egito antigo, cujas fronteiras não eram demarcadas, estava 
situado em uma região bastante protegida e, especula-se, que essa localização 
estratégica tenha permitido que o país tivesse um desenvolvimento estável e 
consolidado. 
A vida que se desenvolveu as margens do rio Nilo era regida pelos ciclos de cheias e 
vazantes, uma vez que, quando o rio voltava ao seu nível normal, deixava a terra 
umedecida e preta, características essas conferidas pelo limo (argila rica em 
substâncias minerais e orgânicas) que ficava depositado ali. O Egito está localizado em 
um vale fértil, permitindo o desenvolvimento de meios de sobrevivência, como a 
agricultura, oportunizando assim a permanência do homem nesse local. 
As regiões desérticas, aquelas mais afastadas das margens dos rios, batizadas como: 
reino dos mortos serviu de morada para as pirâmides e túmulos. 
A sociedade egípcia era dividida de maneira bastante inflexível, quase sem a 
possibilidade de mudança de classe social. No mais alto escalão dessa conformação 
social estava o faraó e seu clã e parentes. O faraó era uma figura venerada como um 
verdadeiro Deus. Logo abaixo dos faraós estavam as famílias de classe privilegiada 
formada pelos sacerdotes, nobres e funcionários. Os sacerdotes e os nobres formavam 
a corte real. Já os nobres constituíam a aristocracia hereditária e juntos formavam a 
elite militar e latifundiária. A função dos funcionários era planejar, fiscalizar e controlar 
a economia, sempre a serviço do Estado. Na base dessa conformação social estavam os 
artesãos, os camponeses, os escravos e os soldados que formavam a camada não 
privilegiada. 
 
 
 
22 
 
Durante o quarto milênio a.C. a cultura egípcia se desenvolveu e culminou com o 
surgimento da escrita, o evento principal que separou o período da pré-história da 
antiguidade. 
Entre 2649 a.C. e 1070 a.C., no Egito Antigo, estiveram no poder 18 dinastias. Do ponto 
de vista da produção de arte, a escultura, pinturas, arquitetura, joalheria e cerâmica foi 
abundante. A base do conhecimento desse importante civilização está embasada na 
exploração dos templos, no que continham os túmulos, nas oferendas que eram 
colocadas junto aos mortos e das representações me relevo e nas pinturas que 
adornavam os túmulos dos nobres dessa sociedade. 
A história do Egito é dividida em três fases, a saber: 
• Antigo Império 
• Médio Império 
• Novo império 
 
Fonte da imagem: https://goo.gl/qhwrtJ 
 
 
 
23 
 
Antigo Império: Foi durante essa fase que os faraós adquiriram colossais poderes, 
tanto no campo religioso como no militar e administrativo. Esse período ficou 
conhecido como a época das pirâmides, sendo que Sakara recebeu a primeira pirâmide 
que foi construída pelo Rei Djezer e seu arquiteto Imhotep. Seguindo os passos do rei 
Djezer, o faraó Snefer construiu 3 pirâmides, uma vez que somente a última tinha 
condições de abrigar a múmia do rei. Sendoassim, o filho construiu Keops, o neto 
Quefrem e o bisneto Mikerinos, todas em Gizé. 
Com o intuito de enfraquecer a autoridade do faraó, por volta de 2400 a.C. o Império 
Egípcio sofreu uma série de revoltas lideradas pelos administradores de províncias. 
Com seu poder enfraquecido a autoridade do Faraó declinou e a sociedade egípcia se 
desorganizou levando a um período de distúrbios e guerra civil. 
Médio Império (2160 – 1730 a.C.) - Nobres de Tebas conseguiram por fim às revoltas 
permitindo novo crescimento do Egito do ponto de vista político, econômico e 
artístico. 
Novo Império (1500 – 1084 a.C.) - Os egípcios tornam-se mais militares e lançam-se 
em guerras e conquistas. A Rainha Hatchepsut governou o Egito e construiu 
esplêndidos monumentos. Ramsés, O Grande, além de ter sido grande guerrilheiro 
também construiu os templos de Abu Simbel. 
As pirâmides - As pirâmides são imensos morros tumulares que foram construídos por 
milhares de escravos ou trabalhadores por anos a fio. Esses homens cortavam as 
pedras e as arrastavam até o local das construções. Como os faraós eram considerados 
seres divinos e quando sua morte eles juntavam-se aos deuses e essa crença justificava 
a insana construção das pirâmides. 
Elas eram voltadas para o céu e sua forma e magnitude serviam para auxiliá-los no 
caminho após a morte. A crença dos egípcios fazia-os acreditar que, para que a alma 
continuar viva, o corpo deveria ser conservado, por isso eles se aperfeiçoaram na arte 
de embalsamar corpos e enfaixar os corpos em ataduras. 
 
 
 
24 
 
A finalidade da pirâmide era acomodar o corpo do rei que era colocado em um 
sarcófago e colocado na câmara sepulcral junto com suas riquezas, objetos utilizados 
na vida cotidiana enquanto vivos e até mesmo alguns de seus escravos. 
Encantamentos e fórmulas mágicas eram inscritos na câmera funerária para auxiliarem 
o faraó em sua jornada. Após alguns anos o costume de colocar os escravos na 
sepultura foi considerado cruel e os serviçais foram substituídos por imagens, assim 
eram pintadas figuras de servos nos túmulos do Egito. A passagem era retratada nas 
tumbas em pinturas e por meio de relevos esculpidos nas paredes. 
Gizé é um complexo funerário e suas pirâmides foram construídas pelos reis do Antigo 
Império. A maior de todas, Quéops é classificada como uma das sete maravilhas do 
mundo antigo. 
 
Fonte da imagem: https://goo.gl/Jr3z2n 
Figura 1.18 – Esfinge e Pirâmide de Gizé, 2613 – 2363 a.C., Cairo, Egito. 
Não bastava a mumificação que tinha como objetivo a preservação do corpo do rei, 
uma fiel imagem dele também era necessária para que ele vivesse eternamente. Por 
essa razão, os egípcios esculpiam a cabeça do rei em granito e ela era colocada nos 
túmulos reais. Nas artes visuais, as estátuas tinham caráter sagrado, objetivando 
materializar a divindade. 
 
 
 
25 
 
 
Figura 1.19 – Rei Djoser – escultura em tamanho natural. Esculpido em pedra calcária 
com acabamento em policromia. Atualmente exposta no museu Egípcio no Cairo. 
 
Figura 1.20 – Faraó Quéfren: Atualmente exposta no museu Egípcio no Cairo. 
 
Fonte da imagem: https://goo.gl/KCcZa6 
Figura 1.21 – Tumba de Horemheb, Vale dos Reis. 
 
 
 
26 
 
 
Fonte da imagem: https://goo.gl/6BfRSZ 
Figura 1.22 – Tumba de Horemheb, Vale dos Reis. 
Ao observarmos as imagens acima notamos que os artistas egípcios desenhavam as 
cabeças de perfil. Ao analisarmos os olhos percebemos que eles não acompanham o 
posicionamento da cabeça, são representados como se estivessem sendo visto de 
frente. O tronco e os braços também estão posicionados frontalmente. O movimento 
pode ser observado na representação dos braços e das pernas, entretanto, os pés 
estão de lado. 
Para que os faraós concluíssem sua transição da vida após a morte todas as partes do 
corpo deveriam estar bem representadas na imagem, o que garantia que pudessem 
manter seu movimentos, pois deveriam poder levar ou receber oferendas. 
 
Fonte da imagem: https://goo.gl/VHG71f 
Figura 1.23 – Tuma de Horemheb – Vale dos Reis – Egito. 
 
 
 
27 
 
 
 
Fonte da imagem: https://goo.gl/yd2uTg 
Figura 1.24 – Relevo onde Amenófis IV e sua família são iluminados 
pelos raios do deus Aton. 
 
Fonte da imagem: https://goo.gl/C4NKmk 
Figura 1.25 – Akhnaton e Nefertiti com seus filhos, c. 1345 a.C. Relevo em altar de 
pedra calcária, 32,5 x 39 com. Museu Egípcio, StaatlicheMuseum, Berlim. 
 
 
 
 
28 
 
 
Fonte da imagem: https://goo.gl/JCeJeN 
Figura 1.26 – Tempo de Ramsés II, em Abu Simbel. 
As estruturas egípcias eram pintadas em cores vivas, os complexos comportavam 
festas e procissões. Apesar dos templos dos deuses serem extraordinários, a arte 
egípcia era quase em sua totalidade voltadas aos deuses e espíritos, isto é, deviam ser 
apreciadas tão somente pela alma do morto, cuja função era de manter viva a alma do 
faraó e não causar apreciação ou deleite. 
Conclusão 
Arte pré-histórica e aquela produzida antes do aparecimento da escrita. Portanto, são 
alguns dos registros materiais mais importantes, senão os mais importantes, para 
conhecermos o pensamento e o modo de vida deste distante período. 
A primeira língua escrita, a cuneiforme, teve seu início na Mesopotâmia. Os primeiros 
sistemas de irrigação e veículos sobre rodas também foram idealizados e executados 
por esse povo. A irrigação foi utilizada para o cultivo de grãos. Os veículos eram 
construídos em couro e madeira, utilizavam um tronco como roda e a tração era feita 
por uma espécie de burro, o onagro. 
No período entre os anos de 2649 a.C. e 1070 a.C., no antigo Egito, 18 dinastias 
chegaram ao poder. Como resultado, uma grande produção de esculturas, pinturas, 
arquitetura, joalheria e cerâmica nos guia neste estudo. O conhecimento que temos da 
civilização egípcia estava baseado nos templos, no conteúdo dos túmulos, nas 
 
 
 
29 
 
oferendas colocadas junto aos mortos e nas representações em relevos e pinturas de 
túmulos dos nobres. 
REFERÊNCIAS 
ARNOLD, Dana. Introdução à história da arte. São Paulo: Ática, 2008. 
PORTO, Humberta Gomes (org.). Estética e história da arte. São Paulo: Pearson 
Education do Brasil, 2016. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
30 
 
 
2 ANTIGUIDADE CLÁSSICA E IDADE MÉDIA 
A Antiguidade Clássica compreende os períodos de hegemonia das civilizações Grega e 
Romana respectivamente no decorrer do tempo. 
A produção artística do povo grego é de fundamental importância para todo o 
percurso histórico das artes, uma vez que é nesse período que se estabelecem os 
padrões de estética que definiram as proporções perfeitas e a busca pelo belo 
universal, ligando tais padrões a imagem dos Deuses que povoavam a mitologia grega. 
Também foi no período de domínio grego que se desenvolvem as técnicas de 
escultura, construção de Templos e principalmente espetáculos de Teatro que 
serviriam de padrão de produção, qualidade e beleza para os artistas que viriam a se 
dedicar a produção de arte nos séculos seguintes. 
Já os Romanos, que chegaram ao poder, após a invasão e decorrente domínio do povo 
grego, se apoderaram de suas técnicas e depois destruíram quase tudo o que 
puderam, das obras e símbolos que representavam o poderio da civilização Grega, às 
inscrições e registros literários que encontraram. Os romanos também inseriram um 
caráter mais militarista e menos mitológico aos temas abordados pela produção de 
elementos artísticos, servindo como símbolos de reafirmação do poder dos 
Imperadores Romanos que se sucederam. 
Com a Queda do Império Romano do Ocidente chega ao fim o poderio Romano e com 
o ingresso na Idade Média, período de repressão religiosa e doutrinação política, o 
clero se aproximou do poder, se utilizando do patrocínio de artistas e financiamento 
de obras de arte e de arquitetura, sobretudo da construção e ornamentação de 
Basílicas e Mosteiros para materializarseu poder. Foi nesse momento que os artistas 
voltaram-se às ruínas gregas e buscaram a essência da produção clássica de seus 
antecessores, com o objetivo claro de aplicarem proporções, técnicas e materiais 
identificados ou descobertos, na produção atual delineando as bases do Estilo 
Românico. 
 
 
 
31 
 
Já no período do Românico Tardio, as basílicas e mosteiros começam a se transformar 
em catedrais, a preocupação com as ocupações e invasões deram lugar a ampliação do 
número de fiéis e procuram tornar os espaços religiosos mais acolhedores e cativantes, 
sem contudo, abrir mão da opulência e da riqueza de detalhes. Foi nesse momento 
que os artistas e arquitetos ampliaram as naves das igrejas e consequentemente suas 
aberturas para o exterior, dando lugar aos vitrais, característicos do período Gótico os 
quais tinham a missão de trazer para o interior das Catedrais a “Luz Divina”, 
caracterizada pela difusão multicolorida decorrente dos temas religiosos e florais 
ricamente desenvolvidos na arte de juntar cacos de vidro colorido com estanho 
derretido. 
Vamos dar início ao percurso pelo período Clássico da produção artística de nossa 
história. 
2.1 Arte Grega e Romana 
A civilização da Grécia Antiga se define como aquele que coexistiu entre os séculos XII 
e X a.C. Aqueus, jônios, dórios e eólios compunham a formação inicial e, mais tarde, 
foram se reunindo em grupos, denominados “pólis” grega, englobando os povos da 
Grécia continental e das ilhas do Mar Egeu. Após o declínio de Micenas a Grécia 
passou por uma fase não muito gloriosa. A cerca do ano de 1.000 a.C. os povos que 
viviam próximos ao mar Egeu falavam vários dialetos, destacando-se os dórios que 
habitavam, principalmente, a Grécia continental e os jônios que se instalaram em 
várias ilhas e em parte da costa oeste da Ásia Menor. 
Do ponto de vista econômico, inicialmente eram uma sociedade pobre, tornaram-se 
ricos em meados do século VII a.C. A população aumentou significativamente e as pólis 
expandiram seu comércio permitindo o contato com outras culturas. Nessa fase a arte 
da Grécia estava voltada a obras poéticas e teatrais, mas os artesãos já eram hábeis na 
arte de produzir majestosos e lindos monumentos funerários de cerâmica. A primeira 
referência da arte grega se deu pelo contato desse povo com os egípcios, sendo eles a 
referência para escultura. 
 
 
 
32 
 
O período arcaico (desde 650 a.C. até a primeira metade do século V – 490 a 479 a.C.) 
é marcado pelo desenvolvimento de técnicas próprias tendo como referência a arte 
egípcia. 
Abaixo a linha do tempo da Grécia Antiga: 
 
Fonte da imagem: http://www.geocities.ws/starworksrpg/grecia03.jpg 
Na Grécia temos a origem da democracia e da cultura ocidental. A arte grega 
valorizava o homem, considerado o ser mais importante do universo. A inteligência do 
homem era superior a sua fé, diferente dos egípcios. Em busca da perfeição eles 
buscavam o equilíbrio, o ritmo e a harmonia. Ainda, como interesses da comunidade 
grega estavam os jogos olímpicos, a beleza e a razão. 
A arte grega adornava os templos e os edifícios públicos, solenizar vitórias em guerras, 
prestar homenagem a heróis e atletas, além de glorificar deuses. 
As primeiras estátuas produzidas pelos gregos tem influência egípcia evidenciada na 
postura linear e nas proporções. As primeiras estátuas gregas, o Koûros masculino, 
jovem nu de pé. 
A própria técnica de produção da estátua remete ao Egito, esculpidas em grandes 
blocos de mármore. Para tal façanha os gregos adotaram o mesmo método que os 
egípcios para esculpi-las, desenhavam a arte desenhando a figura a ser esculpida em 
três faces no bloco de pedra (frontal e perfil). Assim iniciavam o trabalho de esculpir 
até atingirem o resultado desejado. Koûros está em posição ereta, rigorosamente 
frontal. Ele poderia ser a representação de um deus, um objeto belo a ser oferecido 
 
 
 
33 
 
como oferenda a um deus ou, ainda, a representação in memoriam de um homem, 
colocado, eventualmente, em seu túmulo. 
 
Fonte da imagem: https://goo.gl/xkRhiZ 
Figura 2.1 – Lápide de mármore de Mereda, Attica. Carca de 540 – 530 a.C. 
Estátua em mármore pariano, o Koûros foi encontrado no cemitério do antigo 
município de Myminousa junto com a filha Frasicheia e a altura da estátua é de 1,89 m. 
Os Gregos atingiram a perfeição em suas estátuas, insuperável até hoje em dia. 
No período clássico (500 a 330 a.C.) onde o movimento era almejado, na tentativa de 
dar vida às estátuas os escultores se utilizavam da fusão de bronze como matéria 
prima, sendo este um material resistente à ruptura, possibilitava uma variedade 
diversa de poses. O peso era outro fator importante a ser considerado, as estátuas 
confeccionadas em bronze eram mais leves que as de mármore ou granito, sendo, 
portanto, mais facilmente transportadas. 
 
 
 
 
34 
 
 
Fonte da imagem: https://goo.gl/uuL18z 
Figura 2.2 – Estátua de bronze de um atleta adolescente, em torno de 340-330 a.C. 
Foi encontrado em 1925. A estátua, menor em tamanho, representa um vencedor 
adolescente em uma luta. A estátua é uma das obras-primas do período clássico 
tardio e está relacionada com a escola de Praxiteles. Altura 1,30 m. 
É importante notar que grande parte das esculturas gregas remete ao corpo de atletas 
do sexo masculino, isto porque na Grécia predominava o ideal esportivo. Uma estátua 
com seu nome era direito dos campeões, isso deixaria seu nome gravado e a memória 
de suas vitórias para as futuras gerações. 
Míron, escultor grego nascido em Elêutras. Foi o mais velho dos três grandes 
escultores do século de Péricles: Míron, Fídias e Policleto. É autor de uma das maiores 
obras gregas, “O Discóbolo”, produzido em torno de 455 a.C. A escultura retrata um 
atleta que faz o giro sobre si mesmo para lançar um disco. A escultura original era feita 
em bronze e foi produzida no apogeu do período grego clássico. A escultura original se 
perdeu, porém a réplica da escultura em mármore feita pelos romanos permanece. 
Nessa importante obra de arte Mirón representa o corpo humano em sua máxima 
 
 
 
35 
 
tensão, porém, sem ser refletida no rosto do atleta. A harmonia, o balanceamento e a 
simetria das proporções corporais merecem destaque. 
 
 
Fonte da imagem: https://goo.gl/Qh82f9 
Figura 2.3 – O Discóbolo, do escultor Grego Miron. Cópia em mármore do original em 
bronze que fora produzido em torno de 455 a.C. para ser instalado em um palácio 
em Atenas, provavelmente criado para comemorar a vitória de um atleta vitorioso 
no antigo pentatlo. Altura: 1,24m. Museu Nacional Romano. 
Em O Discóbolo, Miron registra o estado de breve imobilidade do atleta. Os gregos 
denominam esse momento de “rhytmos” e está relacionada a uma ação de graciosa 
harmonia e equilíbrio. Por ser uma obra de tamanha importância os romanos 
solicitaram a confecção de cópias no fim do século IV a.C. Entretanto, tais réplicas 
foram feitas em mármore, material mais barato que o bronze naqueles tempos. 
Graças às cópias realizadas hoje ainda tempos a grandiosidade das esculturas originais, 
uma vez que muitas esculturas em bronze se perderam. 
Especula-se que, como o bronze tornou-se escasso na Idade Média, as estátuas gregas 
possam ter sido derretidas para o reuso do material. 
 
 
 
36 
 
Hoje nos resta contemplar o que restou das importantes obras gregas, ainda que 
sejam réplicas confeccionadas em mármore, pois elas nos fornecem pistas importantes 
sobre sua aparência original. As esculturas originais feitas em mármore eram pintadas, 
incluindo a pupila dos olhos, diferente do que vimos na atualidade, onde vemos os 
olhares inexpressivos existiam cores e expressão, tornando as estátuas “mais vivas”. O 
tempo queimou os pigmentos e fez com que desaparecessem as cores das tintas. 
Policleto (também conhecido como Policleto de Argos, Policleto de Sicião, Policleto, o 
Velho ou Policlito),ativo entre 460 a.C. e 410 a.C., foi um dos mais importantes e 
notáveis escultores da Grécia Antiga. Em parceria com Fídias fundou o Classicismo 
escultórico, ficando conhecido como “Pai da Teoria da Arte” do ocidente. Foi autor de 
estátuas em bronze e escreveu um livro sobre as técnicas e os princípios que 
norteavam suas obras. Infelizmente, o livro está perdido. 
 
Fonte da imagem: https://goo.gl/3xbG3T 
Figura 2.4 – Diadúmeno, de Policleto. Estátua em mármore de um atleta, uma cópia 
datada de 100 a.C.. Protótipo de 450 – 425 a.C. Foi encontrado em 1894. O jovem é 
representado nu e o amarrado dos cabelos permite ser identificado como um 
vencedor. O suporte em forma de tronco de árvore, com a bainha do atleta, é uma 
adição da copiadora. Pesquisas recentes revelaram que a escultura foi de ouro. 
Altura 1,95 m. Museu Arqueológico Nacional de Atenas. 
 
 
 
37 
 
Não só os atletas serviam de inspiração para os artistas gregos, os deuses também 
constituíam um tema de extrema importância. A eles eram atribuídas formas e 
sentimentos humanos. Os poetas gregos definiam as personalidades dos deuses 
enquanto que os escultores definiam sua imagem material que iriam adornar seus 
templos, como objetos de adoração. 
 
Fonte da imagem: https://goo.gl/ZMMCFi 
Figura 2.5 – Afrodite de Cápua, cópia romana, meados do século IV a.C. Altura 2,10 m 
– Museu Nazionale, Nápoles. 
 
Fonte da imagem: https://goo.gl/J8TpGf 
Figura 2.6 – Afrodite de Cnido. Original de Praxiteles, cópia romana, 370 a.C. Altura 
2,04. Vaticano, Roma. 
 
 
 
38 
 
 
Fonte da imagem: https://goo.gl/Homjyd 
Figura 2.7 – Apolo de Belvedere, cópia romana a partir de um original grego em 
bronze do tardio século IV a.C., altura 2,24 m. Museu Pio Clementino. 
Entre 338 a 30 a.C. aconteceu na Grécia o período Helenístico. Em 356 a.C. nasceu 
Alexandre Magno, que mais tarde ficaria conhecido como Alexandre, o Grande. Filho 
do Rei Felipe II da Macedônia, herdou o trono de seu pai e morreu em combate. Foi 
um dos mais emblemáticos líderes políticos da antiguidade. Fez grandes conquistas 
como a Síria, o Egito e a Pérsia, dentre outras, expandindo assim o território grego. Ele 
foi aluno de Aristóteles e teve sua educação como grego e levava para as cidades 
conquistadas no oriente, a cultura grega. Do terceiro ao primeiro século antes de 
nossa era a cultura helenística foi exaltada e admirada desde as fronteiras indianas até 
as vertentes meridionais dos Alpes. 
No Helenismo a arte valorizava a experiência do homem e o conhecimento da 
realidade. Nesse momento as esculturas passaram a expor novos temas a partir dessa 
fase, com imagens mais reais ou naturalistas, refletindo toda a realidade da vida 
humana, a feiura, a fraqueza, a velhice, criando estátuas com tipos humanos mais 
convincentes. 
Dentre tantas obras do período helenístico, o grupo escultural de Laocoonte da escola 
de Rodes, século I a.C. é a que mais se destaca. A representação na escultura é 
 
 
 
39 
 
Laocoonte, filho de Priamo e sacerdote de Apolo, condenado por Atena e esganado 
por gigantescas serpentes. A tensão física e o desespero estampado em suas faces, 
seus corpos retorcidos pelo esforço dos braços em luta. 
 
 
Fonte da imagem: https://goo.gl/NTsXfm 
Figura 2.8 – Laocoonte e seus filhos Hagesandro, Atenodoro e Polidoro de Rodes 175 
– 50 a.C. Mármore, Altura 2,42m - Museo Pio Clementino, Vaticano. 
Nem só de esculturas vivia a Grécia antiga, o teatro também ocupava importante lugar 
nas formas de expressão artística dos gregos. 
Do ponto de vista arquitetônico, os teatros gregos eram divididos em três partes, a 
saber: a orquestra, espaço em forma de círculo onde ocorriam os espetáculos: as 
danças, o coro e os artistas ocupavam essa área. O semicírculo da arquibancada, local 
reservado para o público e o palco. Espaço não era problema, os teatros comportavam 
milhares de espectadores. Toda cidade grega importante tinha seu próprio teatro. 
 
 
 
 
40 
 
 
Fonte da imagem: https://goo.gl/Y6R474 
Figura 2.9 – Teatro de Epidauro – sua arquitetura conferia uma arquitetura perfeita. 
Quando estudamos a arte grega a arquitetura é um de seus maiores patrimônios. Os 
templos eram grandes estruturas destinadas ao culto de seus deuses e deusas (vale 
lembrar que os gregos eram politeístas), que eram representados por gigantescas 
esculturas. Tinham capacidade para abrigar uma legião de fiéis, porém poucas pessoas 
entravam no templo. Era do lado de fora, em um altar colocado na parte frontal da 
fachada, que os rituais eram realizados. As cores vivas predominavam na pintura dos 
templos. 
 
Fonte da imagem: https://goo.gl/RZCsFk 
Figura 2.10 – Templo de Hefesto, templo grego Dórico, localizado no centro da 
Atenas antiga, na Grécia. Considerado o mais bem preservado do mundo. 
 
 
 
41 
 
 
Fonte da imagem: https://goo.gl/P3Gtoc 
Figura 2.11 – Templo de Hefesto, considerado o coração da cidade de Atenas antiga. 
A decoração escultural do Paternon foi realizada por Fidias, escultor de extrema 
importância na Grécia. A superioridade física e cultural da Grécia perante os Bárbaros 
foi exaltada em seu projeto. 
 
Fonte da imagem: https://goo.gl/uiZJb1 
Figura 2.12 – Paternon – tempo grego dedicado à deusa grega Atena. Foi construído 
no século V a.C. na Acrópole de Atenas por iniciativa de Péricles e projetado pelos 
arquitetos Calícrates e Ictinos. 
 
 
 
42 
 
Na Batalha de Corinto (146 a.C.) a Grécia tornou-se província do Império Romano, 
ficando sob domínio de Roma. Contudo, a cultura grega exerceu influência importante 
sobre a romana. A arte e a literatura grega serviram de exemplo à arte romana. 
Porém nem só de influências gregas se fez a arte romana, ela teve forte influência dos 
etruscos. Apesar de tantas influências os romanos tiveram importante papel na 
arquitetura, além da pintura, mosaico e escultura. 
O Coliseu, típica construção romana, ainda hoje causa admiração. Do ponto de vista 
arquitetônico alguns estilos usados nos templos gregos podem ser observados no 
coliseu. A estrutura do Coliseu possui três ordens de arcos sobrepostos que fazem a 
sustentação dos acentos do anfiteatro inferior. E são exatamente os arcos, elementos 
básicos da construção submetida à compressão, que marcaram a topologia da 
arquitetura romana. Sua construção começou durante o governo do Imperador 
Vespasiano em 72 e foi concluído em 80 d.C., sob o governo de Tito, seu sucessor. 
Domiciano (81 – 96) realizou modificações no Coliseu. Vespasiano, Tito e Domiciano 
formaram a dinastia flaviana. 
 
Figura 2.13 – Coliseu, também conhecido como Anfiteatro Flaviano. É um anfiteatro 
oval localizado no centro da cidade de Roma. Foi construído em concreto e areia. 
Os Aquedutos: os romanos construíram muitos aquedutos com o objetivo de levar 
água de fontes muitas vezes distantes de suas cidades e vilas, abastecendo banhos 
públicos, latrinas, chafarizes e residências privadas. A água também possibilitava a 
mineração, a trituração, a agricultura e a jardinagem. A tubulação era de terracota e 
chumbo. É importante notar que o arco e o pilar de reforço sobre os quais o aqueduto 
 
 
 
43 
 
se apoia, estão na base de outras edificações colossais, como mercados, anfiteatros, 
pontes e demais construções colossais romanas. 
 
Fonte da imagem: https://goo.gl/H9hyGn 
Figura 2.14 – Os múltiplos arcos do Pont du Grd na Gália Romana 
(atual sul da França). 
Nas artes, a grande especialidade romana é a construção. O Panteão, templo dedicado 
a todos os deuses, é um grande exemplo da excelência romana na arquitetura. Por 
muitos anos o Panteão foi utilizado como local de cultos até que, na era Cristã, foi 
transformado em igreja. Não são observadas janelas, a luz que ilumina o local entra 
através de uma abertura circular no teto da construção. 
 
Figura 2.15 – O Panteão, monumento em estilo neoclássico 
situado no monte de Santa Genoveva.44 
 
 
Figura 2.16 – Interior do Panteão, Roma, 130 d.C. 
 
Fonte da imagem: https://goo.gl/KKzTbY 
Figura 2.17 – Detalhe da cúpula do Panteão. 
Abertura responsável pela iluminação do templo. 
 
 
 
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Fonte da imagem: https://goo.gl/chfrgo 
Figura 2.18 – Estátua equestre de Marco Aurélio (164-166 d.C.). Artista 
desconhecido. Confeccionado em bronze dourado. 3,50m de altura. Museu 
Capitolini, Roma, Itália. 
Gregos e Romanos, esteios da civilização ocidental, são os responsáveis por 
importantes pilares da história da arte dominando e se destacando na escultura, 
pintura, cerâmica, teatro, arquitetura, poesia e mitologia. Não só a ARTE foi deixada de 
herança pelos gregos e romanos, mas também importantes ensinamentos sobre o 
esportes, física e matemática (geometria), direito e a democracia que vivenciamos até 
os dias de hoje. 
Idade Média 
2.2 Arte Românica 
A arte esteve presente na arquitetura, na escultura, na tapeçaria, em afrescos, nos 
vitrais, nos bordados, nos crucifixos, castiçais e cálices. Período que vigorou entre os 
séculos XI e XII na Europa. Esteve intrinsecamente relacionada ao poder exercido pela 
Igreja Católica e, grande parte das obras artísticas saiam dos mosteiros, considerados 
as salas do saber. 
 
 
 
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Como não é possível separar a história da arte da história da civilização, vamos 
retomar esse importante período da história. Com a queda do Império Romano a 
Igreja Católica começou sua grande expansão pela Europa iniciando sua influência 
sobre o Estado fazendo com que ocorresse o predomínio da fé com a exaltação da 
esperança em detrimento da razão e essa preponderância aconteceu, inclusive, sobre 
a arte medieval. Pinturas, vitrais das igrejas, livros e escultura reproduziam 
ensinamentos bíblicos com o objetivo de doutrinar a população sobre os dogmas 
religiosos tendo em vista que a grande maioria era analfabeta já que a educação era 
privilégio da nobreza. Percebe-se que a arte era usada para propagar a religião nesse 
período, mas as manifestações artísticas continham estilos diferentes e a unificação se 
deu através da arte românica. A preocupação central da arte medieval era o 
decorativismo. 
O feudalismo rural marcou a economia não monetária e autossuficiente. O artesanato 
tinha como finalidade o autoconsumo e pouquíssimos escambos ou vendas eram 
realizados. 
O poder era exercido pelo Papa (foi o Papa Leão III quem coroou Carlos Magno, 
Imperador) e não por um único Rei, centralizando o poder nas mãos da Igreja Católica. 
Por essa razão um enorme número de construções religiosas imponentes como: 
Basílicas e mosteiros foram erguidos, espelhando na arquitetura a importante 
religiosidade do período. Geralmente, era o único edifício construído com a pedra da 
região, demonstrando, assim sua importância para a população. Era nítido o contraste 
entre as imponentes igrejas e as casas pobres e humildes que a cercavam. Castelos 
imensos também foram erguidos, porém, com as guerras, foram parcial ou totalmente 
destruídos, diferente das igrejas, que foram poupadas, uma vez que a arte religiosa 
recebia mais cuidados e zelo, espelhando a exaltação da fé presente no período. 
Estruturalmente, a igrejas tinham como norte a planta da basílica romana, contendo 
nave, abside e corredores com a adição de um transepto (galeria transversal entre o 
coro e a nave) cortando a nave, além de áreas que permitiam que os fiéis andassem 
através do santuário e visitassem as pequenas capelas laterais. 
 
 
 
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As igrejas românicas continham fachadas esculturais, abóbada de aresta sustentada 
por pilares, arcos arredondados e maciços pés-direitos, refletindo a robustez compacta 
de uma fortaleza. Internamente são poucos adornos, poucas janelas e, portanto, 
pouca luminosidade. 
 
Fonte da imagem: https://goo.gl/UcaOAs 
Figura 2.19 – Sacra di San Michele dela Chiusa, mosteiro românico. Complexo 
religioso no Monte Pirchiriano situado no lado sul do Val di Susano, Turim. 
 
Fonte da imagem: https://goo.gl/UcaOAs 
Figura 2.20 – Basílica de Santo Ambrosio, séculos XI – XII, Milão, Itália. Abóbodas 
pesadas em harmonia com arcos e pilares. 
 
 
 
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Fonte da imagem: https://goo.gl/UcaOAs 
Figura 2.21 – Abóbodas pesadas em harmonia com arcos e pilares. 
Com o objetivo claro de receber muitos fiéis durante as peregrinações as igrejas 
construídas tinham dimensões consideráveis. Seus muros, responsáveis por 
sustentarem as abóbodas, eram sólidos e resistentes, construídos de pedra. 
As esculturas que se tornaram raras no século V reaparecem na França românica entre 
1050 e 1100, por motivos religiosos ou ligados à arquitetura, adornavam fachadas e 
portais narrando eventos bíblicos. 
 
Figura 2.22 – Catedral de Módena, construção iniciada em 1099. Arquitetura 
românica de tipo Emiliano. Destaque aos beirais em diferentes níveis, galeria de 
arcos, portal sustentado por duas colunas. 
 
 
 
 
49 
 
 
Fonte da imagem: https://goo.gl/yDucQW 
Figura 2.23 – Interior da Catedral de Modena. 
A escultura românica teve destaque na abadia de Moissac, ao norte de Toulouse, 
França. O esmero na arte da escultura pode ser observado na fachada da igreja. São 
imagens humanas e de animais ricamente esculpidas. Apesar das imagens seres 
rígidas, sólidas e pesadas, sem leveza, é indiscutível o quanto tais esculturas podem 
expressar. 
 
Fonte da imagem: https://goo.gl/HHtRxg 
Figura 2.24 – Abadia de Moissac. Fachada da igreja. 
 
 
 
 
50 
 
 
Fonte da imagem: https://goo.gl/qXcWU4 
Figura 2.25 – Detalhe dos adornos da Abadia de Moissac. Portal de St. Pierre. 
 
Fonte da imagem: https://goo.gl/Pcs6kV 
Figura 2.26 – Campo dos Milagres, em Pisa, Itália. Fundada em 1064. 
A Itália também desenvolveu seu estilo românico e cada região desenvolveu seu 
próprio estilo. A Catedral de Pisa, fundada em 1064, é um importante representante 
do estilo agora discutido. Projetada pelos arquitetos Buschetto e Rainaldo é conhecida 
pela sua magnitude e os dois importantes monumentos que a adornam, a Torre e o 
Batistério. Uma influência oriental com motivos mulçumanos em seu interior, na altura 
dos pilares e na luminosidade difusa. 
 
 
 
51 
 
O surgimento do estilo românico se deu por toda a Europa Ocidental quase que 
simultaneamente, com uma variedade de estilos regionais com características em 
comum porém, sem uma marca central. Dentre suas principais heranças podemos 
citar: arte bárbara, paleocritão, elementos romanos tardios, bizantinos, influências 
islâmicas e cético-germânicas. 
2.3 Arte Gótica 
O tempo de vida da arte românica foi curto. Foi no século XII que surgiu na França uma 
nova técnica que modificou a arquitetura das imensas catedrais. Nesse momento 
nasceu o estilo gótico. Monumentos gigantescos e inesperados nos foram 
apresentados pela arquitetura gótica. 
 
Fonte da imagem: https://goo.gl/NcGVzx 
Figura 2.27 – Catedral de Notre-Dame de Paris, 1163-1250. Uma das catedrais 
francesas em estilo gótico mais antigo. 
Com plena harmonia entre beleza e imponência. Sendo o maior símbolo entre a fé 
cristã e o poder exercido pela Igreja Católica, as catedrais eram imensas, maior que 
qualquer outra construção da cidade. A arquitetura gótica é marcada por sua imensa 
altura que obrigava quem a contemplasse a olhar para cima. Em seu interior as naves 
eram cobertas por abóbadas ogivais de arestas e se multiplicavam grandes janelas 
decoradas com vitrais policromos que permitiam a entrada feixes de luz colorida, 
conferindo um aspecto místico ao interior das catedrais. As grossas paredes 
observadas nas igrejas românicas foram substituídas por altas colunas e arcos que 
sustentam o peso do telhado, assim, as edificações góticas tem aspecto mais leve. 
 
 
 
52 
 
 
Fonte da imagem: https://goo.gl/c2Ky6K 
Figura 2.28 – Interior da Catedral de Notre-Dame de Paris. 
 
Fonte da imagem: https://goo.gl/b94SySFigura 2.29 – Vitrais da Catedral de Notre-Dame de Paris. 
Os vitrais são um capítulo a parte na arquitetura gótica. Os vitrais consistem em 
centenas de pequenos pedaços de vidro colorido unidos por tiras de chumbo, 
formando assim um lindo mosaico. Os vitrais eram extremamente complexos de serem 
 
 
 
53 
 
feitos pois, além da dificuldade em cobrir superfícies tão amplas, o trabalho era 
meticuloso e exigia um planejamento metódico dos projetos a serem executados. 
A escultura e a pintura também merecem destaque na arte gótica. A escultura gótica 
deu vida às esculturas, com expressões fortes nos olhares e os tecidos das roupas 
ganharam fluidez, diferindo da arte românica que foi marcada por figuras sólidas. 
 
Fonte da imagem: https://goo.gl/kS9Ysy 
Figura 2.30 – Portal principal da Catedral de Estrasburgo, França. 
 
Fonte da imagem: https://goo.gl/mm4vZo 
Figura 2.31 – Tímpano da Catedral de Estrasburgo, França. 
 
 
 
 
54 
 
 
Fonte da imagem: https://goo.gl/9D3dQZ 
Figura 2.32 – Ekkehart, esposo de Uta e patrono da Catedral de Naumburg, 1260. 
Fazem parte da série de doze esculturas São consideradas as mais importantes da 
arte gótica da Alemanha. 
Entre 1300 e 1350 na Itália Central a pintura gótica viu seu apogeu e, ao norte dos 
Alpes, a partir de 1400. A pintura mural ou em painéis em madeira pintada passa a ser 
mais utilizada, em detrimento aos mosaicos, a partir do século XIII. Nas catedrais os 
altares são pintados com figuras dramáticas e Jesus Cristo crucificado entre a Virgem e 
São João. O autor que inovou na pintura italiana é Giotto di Bondone. 
 
Fonte da imagem: https://goo.gl/yyz99X 
Figura 2.33 – A Lamentação, Giotto di Bondone, 1305. 
 
 
 
 
55 
 
 
Fonte da imagem: https://goo.gl/ocrhwa 
Figura 2.34 – A Crucificação, Giotto di Bondone, 1305. 
Giotto di Bondone pintou uma série de painéis sobre a salvação de Cristo que estão na 
Capela de Scrovegni ou Capela Arena, em Pádua. A narrativa exposta leva o admirador 
a prender sua atenção no momento mais intenso do drama. As imagens têm faces que 
transmitem muita vida e a angústia dos anjos se mostra mais teatral e caótica. Luz e 
sombra em harmonia estão presentes nas cenas bíblicas, inovação apresentada pelos 
italianos e foi essa característica que colocou a pintura em destaque na arte gótica. 
 
 
 
 
56 
 
 
Fonte da imagem: https://goo.gl/WzdWnb 
Figura 2.35 – Capela degli Scrovegni, Pádova, Italia. 
Principais diferenças arquitetônicas entre os estilos românico e gótico 
 Românico Gótico 
Ênfase Horizontal Vertical 
Elevação Altura modesta Altíssima 
Planta Múltiplas unidades Espaço unificado inteiro 
Traço principal Arco redondo Arco pontudo 
Sistema de suporte Pilastras, paredes Contrafortes externos 
Engenharia 
Abóbadas em cilindros e 
arestas 
Abóbadas com arestas e 
traves 
Ambiente exterior Simples, severo Ricamente decorado 
Ambiente interior Escuro, solene Leve, claro 
 
 
 
 
57 
 
 
Fonte da imagem: https://goo.gl/GMz2pQ 
Figura 2.36 – Catedral de Colônia, Alemanha. 
Exemplo de arquitetura no estilo Gótico. 
 
Fonte da imagem: https://goo.gl/GMz2pQ 
Figura 2.37 – Interior da Catedral de Colônia, Alemanha. 
Exemplo de arquitetura no estilo Gótico. 
 
 
 
58 
 
 
Fonte da imagem: https://goo.gl/GMz2pQ 
Figura 2.38 – Interior da Catedral de Colônia, Alemanha. 
Exemplo de arquitetura no estilo Gótico. 
 
Fonte da imagem: https://goo.gl/GMz2pQ 
Figura 2.39 – Vitrais da Catedral de Colônia, Alemanha. 
Exemplo de arquitetura no estilo Gótico. 
 
 
 
 
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Fonte da imagem: https://goo.gl/7QEG3M 
Figura 2.40 – Igreja de São Leão de Abadia. Situada na Alsácia, no fundo do vale 
Vosgiano de Guebwiller, na entrada da comuna de Buhl, onde uma bifurcação leva 
ao vale de Murbach.. Fundada entre 623 à 639. 
Conclusão 
Gregos e Romanos, esteios da civilização ocidental, são os responsáveis por 
importantes pilares da história da arte dominando e se destacando na escultura, 
pintura, cerâmica, teatro, arquitetura, poesia e mitologia. Não só a ARTE foi deixada de 
herança pelos gregos e romanos, mas também importantes ensinamentos sobre o 
direito e a democracia que vivenciamos nos dias de hoje. 
Na Grécia temos a origem da democracia e da cultura ocidental. A arte grega 
valorizava o homem, considerado o ser mais importante do universo. A inteligência do 
homem era superior a sua fé, diferente dos egípcios. Em busca da perfeição eles 
buscavam o equilíbrio, o ritmo e a harmonia. Ainda, como interesses da comunidade 
grega estavam os jogos olímpicos, a beleza e a razão. 
A Idade Média ou Idade das Trevas teve início em 476 e término em 1453. Tem seu 
início marcado pela queda do Império Romano após ter sofrido uma invasão bárbara, 
 
 
 
60 
 
levando à decadência de sua cultura. A Idade das Trevas é marcada por muitas 
guerras, invasões e migrações. Pouca produção de conhecimento pode ser constatada 
nessa fase. É um período de transição entre o término do mundo antigo e o 
aparecimento de uma nova forma de vida e novas crenças. A Europa encontrou o 
progresso do comércio, o crescimento das cidades e consequente desenvolvimento da 
vida urbana após ter enfrentado muitas inquietações, invasões bárbaras, medo do fim 
do mundo pela chegada do ano 1000, ataques árabes e outros inúmeros problemas. 
REFERÊNCIAS 
ARNOLD, Dana. Introdução à História da Arte. São Paulo: Ática, 2008. 
NOYAMA, Samon. Estética e filosofia da arte. Curitiba: InterSaberes, 2016. (Série 
Estudos de Filosofia) 
PORTO, Humberta Gomes (org.) Estética e história da arte. São Paulo: Pearson, 2016. 
 
 
 
 
 
 
 
61 
 
 
3 ARTE NA IDADE MODERNA 
A peste negra, epidemia disseminada a partir das pulgas que continham a bactéria 
Yersinia pestis, exterminou um terço da população que habitava a Europa em meados 
do século XIV. Nesse mesmo período grandes mudanças econômicas, intelectuais, 
culturais, políticas e artísticas, crises, fome, guerras e revolta de camponeses também 
assolaram a Europa e restabeleceram as estruturas sociais. Houve a queda do sistema 
feudal e nascimento do capitalismo, um novo período histórico teve início com o 
surgimento de um novo modelo econômico comercial com a ascensão da burguesia 
mercantil, a nova classe social, que proporcionou a muitos artistas a continuidade de 
suas carreiras através de importantes incentivos fiscais. 
Também conhecido como Renascença o período que marca a passagem da Idade 
Média para o surgimento da Idade Moderna, se deu nos séculos XV e XVI. 
A Europa do século XVII foi de grandes transformações e mudanças na política, nas 
ciências e na religião. A Igreja Católica perde seu poder e o cristianismo ocidental foi 
segmentado entre as Igrejas: Católica e a Protestante. Com o objetivo de recuperar os 
fiéis perdidos, a Igreja católica passou a difundir seus preceitos religiosos por meio de 
imagens que fariam aflorar a renovação da devoção. Historicamente, surge a 
Contrarreforma e muitas riquezas coloniais e suas obras estão permeadas de temas 
religiosos. Relembrando: a contrarreforma, também conhecida por prova Reforma 
Católica. Esse foi o movimento criado pela Igreja Católica a partir de 1545 em resposta 
à Reforma Protestante de 1571, iniciada por Lutero. Foi em 1945 que a Igreja Católica 
Romana convocou na cidade de Trento o Concílio de Trento, convocado pelo papa 
Paulo III estabelecendo, dentre outras medidas, a reafirmação do poder da Igreja 
Católica e do poder papal, sendo ele o representante de Deus na Terra, a retomada do 
Tribunal do Santo Ofício, a criação do Index Librorum Prohibitorum, uma relação de 
livros proibidos pela Santa Igreja Católica e o incentivo à catequese dos povos do Novo 
Mundo. 
 
 
 
62 
 
Em meio a esse contexto nasce a Arte Barroca, sucedendo, assim, a Renascença. A 
Arte Barroca surgiu e floresceu entre o final do século XVI e meados do século XVIII na 
Itália, colocando-aem posição de destaque e como centro de disseminação artística. 
As mudanças profundas que assolaram a Europa nesse período levaram a mudanças 
de mentalidade, incluindo valores que até então eram verdades absolutas pregadas 
pela Igreja católica. Nesse contexto, pode-se incluir a crença que a Terra era o centro 
do universo, que passou a ser questionada por estudiosos como Kepler e Galileu. A 
astronomia ganhou força e a concepção de sistema solar ficou mais próxima dos 
estudos filosóficos, que refletiam sobre a irrelevância do homem neste contexto. As 
mudanças na arte foram profundas, uma vez que a arte reflete o contexto histórico. 
O Rococó é um estilo artístico que surgiu na França como desdobramento do barroco, 
com características mais leves e intimistas que os vividos no Barroco. Durou entre 
1720 e 1780. 
O Maneirismo foi um movimento artístico que nasceu e se desenvolveu na Europa 
entre 1515 e 1600. Surge como uma revisão dos valores clássicos e naturalistas 
celebrados pelo Humanismo renascentista e sedimentados na alta Renascença. 
O movimento Neoclássico (1780-1820) também nasceu na Europa Ocidental em 
meados do século XVIII e exerceu importante influência na cultura de todo o ocidente 
até meados do século XIX. 
Foi no século XIX que nasceram os movimentos que antecederam à arte moderna, e 
nessa fase o Impressionismo merece destaque. Esse importante movimento 
representou uma intensa revolução na pintura alterando as direções da arte no final 
do século XIX e início do século XX, simbolizando uma mudança estética que o público 
e a crítica estavam habituados. 
Do ponto de vista social, vale aqui entender qual era o movimento dessa época. Entre 
os séculos XVIII e XIX a Europa, mais especificamente a Inglaterra, estava vivendo a 
Revolução Industrial, fase de transformações vultosas. A Revolução Industrial 
introduziu inúmeras inovações tecnológicas, como, por exemplo, as máquinas a vapor, 
possibilitando a manufatura em série, substituindo pequenas oficinas por grandes 
 
 
 
63 
 
fábricas. Não só a manufatura sofreu grandes mudanças, do ponto de vista 
demográfico, o camponês saiu do campo e migrou para os grandes centros em busca 
do trabalho nas fábricas. E como efeito cascata houve o crescimento exponencial da 
população das grandes cidades, levando a necessidade de produção de bens de 
consumo e o consequente advento de tendências e moda. Nasce aqui o proletariado, a 
classe trabalhadora constituindo-se em elite industrial, a burguesia, importante 
consumidora da arte. 
Não só o modo como as coisas passaram a ser produzidas, a mudança nas relações de 
consumo ou distribuição demográfica sofreram mudanças. Todos esses fatores 
levaram a uma rápida urbanização que atingiu de forma certeira a arquitetura que, 
pelo grande volume de construções realizadas no século XIX, passou a considerar cada 
vez menos a beleza e o estilo, até então valorizados em demasia. 
Luz e cor foram alvos de pesquisas pelos artistas fazendo florescer novas formas de 
expressão artística. 
3.1 Arte no Século XV e XVI 
O Renascimento se deu na Itália a partir do ano de 1400 e pode ser reconhecido em: 
pinturas, esculturas e na arquitetura. 
A experimentação, a especulação e a inovação são alguns dos princípios da arte 
Renascentista. Uma nova concepção criativa e humanista revitalizou as ideologias 
clássicas da Antiguidade, dai o nome Renascimento. Assim, houve uma valorização das 
obras de arte e o artista passa a ser mais respeitado e admirado na sociedade e não 
mais visto como um escravo, artesão ou um prestador de serviço. O nascimento da 
Renascença do século XV foi Florença, na Itália e a família Médici foi a grande 
responsável pelo subsídio da arte nessa importante fase histórica. 
A análise das ruínas romanas e a recuperação de textos clássicos foram os pilares 
fundamentais da arte renascentista, ocorrendo a interrupção com as manifestações 
artísticas da Idade Média, o românico e o gótico, trazendo a nova forma de fazer arte. 
O Humanismo, que se manifestou inicialmente em Florença no século XIV e se 
 
 
 
64 
 
espalhando pela Europa Ocidental, foi a principal corrente de pensamento desse 
período, revestindo o ser humano com nova dignidade e o colocando no centro da 
criação, porém sem rejeitar o conhecimento teológico. A história e a mitologia 
romanas foram os principais temas tratados pela cultura humanista, mudando 
consideravelmente a arte da pintura, escultura e arquitetura italiana. A técnica da 
perspectiva artificial foi desenvolvida, conferindo proporção aos ambientes e 
personagens das pinturas. 
 
 
Fonte da imagem: https://goo.gl/N3Lo48 
Figura 3.1 – Catedral de Santa Maria Del Fiore, Florença, Itália. Cúpula projetada por 
Filippo Brunelleschi. A cúpula fica a 55 metros do chão, tem 45 metros de diâmetro 
interno, 55 externo e atinge 114 metros, pesa em torno de 29.000 toneladas. 
O arquiteto, ourives e pesquisador Filippo Brunelleschi (1377 – 1446) foi responsável 
pela criação de uma nova linguagem arquitetônica em parceria com o também artista 
Donatello, para Roma, aprofundando seu conhecimento na belíssima arquitetura 
romana antiga. Filippo projetou a cúpula da catedral de Santa Maria Del Fiore, entre 
1417 e 1420, ao estilo gótico, com perfil em ponta reforçado com ligaduras 
horizontais, a partir de um sistema de nervuras. 
 
 
 
 
65 
 
Filippo Brunelleschi tem sua obra concentrada em edificações destinadas ao culto 
religioso criando um novo espaço no interior do edifício, criando um novo modo de 
edificar o espaço interno do edifício. As arcadas clássicas de arcos plenos definem uma 
sucessão de espaços. A pedra escura utilizada gera um efeito perspectivo ordenado e 
claro nas igrejas florentinas de São Lourenço e do Santo Espírito 
 
Fonte da imagem: https://goo.gl/hVVW36 
Figura 3.2 – Catedral de São Lourenço (1419) em Florença, na Itália. 
Projeto de Filippo Brunelleschi. 
 
 
Fonte da imagem: https://goo.gl/Lj6z7p 
Figura 3.3 – Interior da Catedral de São Lourenço (1419) em Florença, na Itália. 
Projeto de Filippo Brunelleschi. 
 
 
 
66 
 
 
Fonte da imagem: https://goo.gl/bL8ijh 
Figura 3.4 – Igreja do Espírito Santo, Florença (1481) em Florença, na Itália. 
Projeto de Filippo Brunelleschi e Antonio Manetti. 
 
 
Fonte da imagem: https://goo.gl/EjtqhD 
Figura 3.5 – Interior da Igreja do Espírito Santo, Florença (1481) em Florença, na 
Itália. Projeto de Filippo Brunelleschi e Antonio Manetti. 
 
 
 
 
67 
 
Escultor de um talento imensurável, Donatello di Niccoló (1386-1466) agregava às 
figuras humanas expressões dramáticas e de extrema veracidade. Reforçando os 
conceitos humanistas aplicados à arte, Donatello demonstrou interesse pelas 
esculturas greco-romanas e expandiu seus estudos com a anatomia humana. 
 
Fonte da imagem: https://goo.gl/TBQb4w 
Figura 3.6 – São Jorge (1416), esculpido por Donatello, Bardello, Florença, Itália. 
 
 
 
68 
 
 
Fonte da imagem: https://goo.gl/2ngUdv 
Figura 3.7 – Santa Maria Madalena penitente, 1455. Escultura em madeira. 
Donatello. Museu dell’Opera del Duomo, Florença, Itália. Escultura que privilegia a 
expressão, o corpo esquelético, a dor que transparece do rosto, representa os 
sentimentos mais profundos da alma humana. 
A pintura também teve seu lugar de glória na Renascença, Tommaso di Ser Giovanni di 
Mone (Simone) Cassai, Masaccio (1401-1428). Apesar de ter morrido muito cedo, aos 
28 anos, sua obra é bastante consistente e madura. Seus afrescos são monumentos à 
cultura Humanista introduzindo uma plasticidade na pintura nunca observada, 
desenvolveu uma nova forma de expressão através de formas modeladas de claro-
escuro. Masaccio foi o primeiro mestre pintor da Renascença italiana. Dentre suas 
obras de maior destaque estão os afrescos da Capela Brancacci, na igreja do Carmo de 
Florença, várias cenas da vida de São Pedro e A Santíssima Trindade (Santa MariaNovella) e afresco funerário, imitando uma capela, deve ser observado de baixo. 
 
 
 
 
69 
 
 
Fonte da imagem: https://goo.gl/W1yspV 
Figura 3.8 – Afrescos da Capella Brancacci (1482-1426). Santa Maria del Carmine, 
Florença, Itália. 
 
 
Fonte da imagem: https://goo.gl/RrNBFH 
Figura 3.9 – A Santíssima Trindade (1420 -1428). Igreja de Santa Maria Novella, 
Florença, Itália. Masaccio 
 
 
 
 
70 
 
Na escultura Michelangelo Buonarroti (1476-1564) foi extremamente importante no 
período do renascimento, sendo Pietà e Davi suas esculturas de maior destaque. Mas 
nem só de esculturas as obras de Michelangelo são feitas, na pintura e na arquitetura 
o artista também mereceu destaque. Foi o Papa Júlio ll dela Rovere quem pediu que 
Michelangelo decorasse o teto da Capela Sistina, local que tradicionalmente recebe os 
cardeais para o conclave. O artista substituiu a decoração que existia na Capela, 
substituindo um céu estrelado por uma ornamentação mais elaborada e arquitetônica, 
onde a Criação Divina e a Queda do Homem foram representadas. Nove painéis 
representaram as cenas do Livro do Gênesis. Pilastras foram pintadas e se estendem 
por todo o teto. Harmonicamente dividido em pinturas horizontais grandes e cenas 
adjacentes de menor tamanho, cercadas por jovens sem roupas (ignudi) evidenciam as 
quatro imagens principais organizadas cronologicamente. Os mais de 300 personagens 
representados no teto da Capela Sistina foram pintados em 4 anos, de 1508 a 1512. 
 
 
Fonte da imagem: https://goo.gl/E7k99W 
Figura 3.10 – Capela Sistina, Palácio Apostólico, residência oficial do Papa. 
 
 
 
71 
 
 
Fonte da imagem: https://goo.gl/4oG6DU 
Figura 3.11 – A Criação de Adão, 1511, Capela Sistina, Roma, Itália. Michelangelo. 
 
 
Fonte da imagem: https://goo.gl/gNL38G 
Figura 3.12 – A Separação da luz e das trevas, 1508 - 1512, 
Capela Sistina, Roma, Itália. Michelangelo. 
 
 
 
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Fonte da imagem: https://goo.gl/6ejGTN 
Figura 3.13 – O pecado original e a Expulsão do Jardim do Éden, 1508 – 1512, Capela 
Sistina, Roma, Itália. Michelangelo. 
Não há dúvidas que a pintura dos afrescos da Capela Sistina é a principal obra de 
Michelangelo como pintor. As expressões faciais e corporais retratadas na cena “A 
criação de Adão” são de notável veracidade onde Deus Pai, cercado por anjos, com sua 
barba branca e rosto austero denotam sua autoridade. Por sua vez, Adão e seu corpo 
irretocável e de magnífica perfeição recebe do dedo indicador do Criador o fluído da 
vida. A obediência e o fascínio transmitidos no olhar de Adão para Deus Pai podem ser 
observados aos que contemplam a obra. 
A obra “O Dia do Juízo Final” foi executada entre 1535 e 1541. Medindo 13,7m X 
12,2m, foi pintada na parede do altar da Capela Sistina. O trabalho foi encomendado 
pelo Papa Clemente VII, porém somente com sua morte os trabalhos tiveram início, no 
papado do Papa Paulo III que ratificou o contrato. 
Outro pintor de grande importância foi Sandro Botticelli (1444 – 1510), fascinado pela 
mitologia e filosofia, sendo O Nascimento de Vênus (1485) sua obra de maior 
importância. Medindo 172,5 X 278,5 cm, o quadro foi considerado revolucionário em 
sua época, sendo a primeira pintura renascentista com tema mitológico. A história que 
conta nascimento de Vênus é recheada de mistérios traduzindo a mensagem divina da 
beleza que veio ao mundo. A imagem reproduz Vênus ao centro cercada por Zéfiro, o 
Vento do Oeste, a Ninfa Clóris, sequestrada por Zéfero, e uma Hera que fazia 
 
 
 
73 
 
companhia a ela, portando um ramo de flores na cor rosa. Vênus é considerada uma 
das mais importantes da Antiguidade. Para os gregos ela era Afrodite, a Deusa da 
beleza e do amor humano. A representação de Vênus por Botticelli traduz a beleza 
clássica e admirada na renascença. Foi uma obra realizada por encomenda da rica e 
poderosa família Medici. 
 
Fonte da imagem: https://goo.gl/ktVJj2 
Figura 3.14 – O Nascimento de Vênus, 1485. Obra de Sandro Botticelli. 
A escola veneziana teve em Ticiano Vecellio (1487-1576) seu maior pintor. Viveu em 
Veneza quando a cidade era considerada uma das de maior poder na Itália. Suas 
pinturas tiveram como inspiração a luz intensa e o colorido dos canais. Bem sucedido, 
Ticiano recebeu encomenda dos reis da Espanha e França e do Papa. Alfonso d’Este, 
duque de Ferrara, encomendou uma série de quadros com temas mitológicos, dentre 
eles Baco e Ariadne (1522-1523), para decorar sua casa de campo. Nessa obra o exato 
instante que a princesa grega Ariadne, recém-abandonada pelo seu amante Teseu, na 
ilha de Naxos, encontra Baco, o deus do vinho, e os dois se apaixonam à primeira vista. 
No quadro Baco, o deus do vinho, na paisagem à direita, surge com seus seguidores. 
Apaixona-se por Ariadne à primeira vista, nos seus olhos a expressão intensa e 
apaixonada pode ser observada. Ele pula de sua carruagem, que é puxada por duas 
chitas, em direção a ela. Ariadne havia sido abandonada na ilha grega de Naxos por 
Teseu, cujo navio pode ser observado à distância. A imagem mostra seu medo inicial 
 
 
 
74 
 
de Baco, mas ele a levantou para o céu e transformou-a em uma constelação, 
representada pelas estrelas acima de sua cabeça. 
 
Fonte da imagem: https://goo.gl/n7FwBs 
Figura 3.15 – Baco e Ariadne (1520-1523), Ticiano. 
Óleo sobre tela, Nacional Gallery, Londres. 
 
Ticiano é um dos primeiros artistas a assinar seus quadros. Nessa obra a assinatura do 
artista pode ser observada em um vaso de bronze que está sobre um tecido amarelo. 
Um dos nomes mais importantes da essência humanista do Renascimento, Leonardo 
da Vinci (1452-1519) é um nome muito importante em quase todos os campos do 
saber. O estudo da anatomia e a atenção às expressões faciais que refletem o estado 
de ânimo e o sentimento de seus personagens mereceram cuidado especial do artista. 
Dentre suas obras mais importantes podemos destacar A Última Ceia (1495-97), 
afresco que ornamenta o Refeitório de Santa Maria dele Grazie, em Milão, Itália. Ele 
representa a cena bíblica da Última Ceia de Jesus com seus Apóstolos antes de sua 
prisão e crucificação. A técnica da têmpera e óleo sobre duas camadas de gesso 
aplicadas em estuque. 
 
 
 
75 
 
 
 
Fonte da imagem: https://goo.gl/G8tzyd 
Figura 3.16 – A Última Ceia (1495-8), Leonardo da Vinci. Refeitório de Santa Maria 
dele Grazie, Milão, Itália. 
O retrato de Mona Lisa ou A Gioconda (1503-06) é, muito provavelmente, a pintura 
mais famosa do mundo, um tipo retrato renascentista que pode ser admirado no 
museu do Louvre, em Paris. As dimensões do quadro muito provavelmente não 
correspondem ao imaginário popular. Em geral, as pessoas imaginam que o quadro em 
dimensões maiores que a realidade, muito provavelmente pelo vulto que a obra 
tomou dentro da História da Arte e pela sua importância no Renascimento e pela 
veracidade da arte na pintura. As dimensões reais do quadro são 77 x 53 cm, e devido 
ao seu valor está protegida por um forte vidro resistente a tiros. No quadro há a 
representação de uma mulher cuja expressão é bastante introspectiva e tímida. A 
sedução do quadro é transmitida pelo sorriso restrito e conservador. O padrão de 
beleza retratado na Gioconda é o admirado por Leonardo da Vinci era um hábil pintor 
de mãos. As belas mãos de Mona Lisa estão calmamente pousadas em seu colo, com a 
direita sobre a esquerda, em sinal de decoro. 
 
 
 
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Até nos dias atuais a Gioconda inspira esculturas, canções, poemas e inúmeros 
anúncios comerciais, ela é imortal. O sorriso enigmático de Mona Lisa nasce nos olhos 
mais no que em sua boca, quem a olha se sente olhado. 
 
Fonte da imagem: https://goo.gl/N8waJj 
Figura 3.17 – Mona Lisa (1503-06), Leonardo da Vinci. 
Museu do Louvre, França, Paris. 
3.2 Arte Barroca 
A Arte Barroca é associada, sobretudo, à arte feita sob encomenda para a Igreja 
Católica. Sendo Roma a capital do mundo

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