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Ética das Prof Jur

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Suyane Barbosa de Vasconcelos 
Ética das Profissões Jurídicas 
 Pelotas 
 2021
 Dois pareceres sobre:
1.  Comente o procedimento a ser tomado pelo advogado convidado a exercer cargo público no governo, havendo dúvida se a nova atividade é ou não incompatível com a advocacia.
2. Uma das grandes preocupações do NCEDOAB é o aviltamento dos honorários advocatícios. Explique o que vem a ser  tal condição.
1º: O primeiro passo a ser dado por este advogado para esclarecer suas duvidas será consultar a Ordem dos Advogados do Brasil, e logo em seguida os informar sobre seu novo cargo. Assim, este cargo pode apresentar uma condição de incompatibilidade ou impedimento, esta questão depende de qual cargo público que este for exercer.
A incompatibilidade se resume na proibição total do exercício da advocacia, por sua vez o impedimento é a proibição parcial da advocacia.
Contudo, a incompatibilidade se da quando o advogado integra cargo público e neste tendo poderes de julgamento ou então para outro exemplo membros da mesa diretora. Já o impedimento se da, por exemplo, em carreiras legislativas de função pública, para quem os remunere, em resumo seus empregadores. Ou também para servidores de administração direta ou indireta, empresas públicas, fundações públicas e também, por exemplo, empresas concessionarias de serviço público. 
 
2º: Os Honorários advocatícios são uma expressão utilizada para definir a remuneração a que os advogados devidamente inscritos na Ordem de Advogado do Brasil têm direito a partir dos serviços prestados, seja à comunidade, seja a partir de ordenamento jurídico. Onde se dividem em honorários contratuais, arbitrados, de sucumbência e assistências.
Em resumo os honorários contratuais são aqueles estipulados no contrato firmado junto ao cliente, assim estabelece-se o valor pelo qual ele será remunerado por atuar na demanda, ainda que não se limite ao processo judicial para isso não é necessário ocorre sucesso na causa. Já os arbitrados cabem aos juízes, fixar seu valor de acordo com a remuneração compatível com o trabalho e o valor econômico da questão assim então respeitando a tabela da Ordem dos Advogados do Brasil.
Por sua vez os de sucumbência são estabelecidos para evitar que uma pessoa seja prejudicada pelos gastos em que incorreu, a fim de pleitear direitos que acreditava ter ou de defender-se de ação movida contra ela. Por sua vez os assistenciais são aplicados à disposição do artigo 22 referente aos honorários advocatícios tipicamente contratuais, e por fim não restarão prejudicados os honorários convencionais.
Vale lembrar que a Ordem dos Advogados do Brasil tem uma tabela de honorários para servir como um guia para os advogados, porém ela não é uma regra fixa, uma vez que os valores contidos podem ser maiores, portanto devem ser considerados valores mínimos.
Contudo, os honorários advocatícios nem sempre representam uma remuneração digna aos advogados, que muitas vezes têm seus honorários aviltados, não somente pela grande concorrência existente, em que alguns profissionais acabam por desvalorizar a classe, ao cobrar honorários muito inferiores aos parâmetros estabelecidos pela tabela da Ordem dos Advogados do Brasil, mas também pelo problema da compensação dos honorários advocatícios e pelo aviltamento dos valores dos honorários de sucumbência, que muitas vezes são fixados em valores incompatíveis com o valor da condenação e com o trabalho desenvolvido.
Em relação à questão do aviltamento dos honorários advocatícios pelos próprios advogados, o profissional da advocacia deve atuar de forma a evitar o aviltamento de sua remuneração, não contratando serviços jurídicos por preços irrisórios ou em valores inferiores aos trazidos pela tabela de honorários da Ordem dos Advogados do Brasil.
Nesse sentido, a questão é ainda mais complexa, por entender que o aviltamento dos honorários pelo advogado pode ensejar processo ético-disciplinar: “É passível de punição disciplinar, por infração ética, o aviltamento de valores dos serviços profissionais, conforme estabelece o art. 41 do Código de Ética”.
A dignidade da pessoa humana diz respeito a um mínimo existencial, de modo que a fixação de honorários advocatícios em patamar insuficiente para a subsistência digna dos profissionais da advocacia configura desrespeito ao princípio da dignidade da pessoa humana. Assim o trabalho do profissional da advocacia deve ser adequadamente remunerado, não apenas em prol do reconhecimento da importância do exercício da advocacia enquanto função essencial à Justiça, mas também em respeito ao princípio fundamental da dignidade humana.

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