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31-HISTOR HISTÓRIA 
 
 
 
 Página: 1 
CONCURSO IFPI – PROFESSOR LEIA ATENTAMENTE AS INSTRUÇÕES NESTA PÁGINA 
 
* Você recebeu do fiscal o seguinte material: 
a) este Caderno de Questões com o enunciado das 40 (quarenta) questões da prova objetiva. 
b) uma Folha de Respostas, destinada às respostas das questões da prova objetiva. 
 
* É responsabilidade do candidato certificar-se de que recebeu a prova correspondente ao curso/disciplina para o qual 
concorre (verifique o cabeçalho do Caderno de Questões). Notifique ao fiscal qualquer irregularidade. 
 
* FOLHEAR O CADERNO DE QUESTÕES ANTES DO INÍCIO DA P ROVA IMPLICA NA ELIMINAÇÃO 
DO CANDIDATO . 
 
* Verifique se as informações contidas na Folha de Respostas estão corretas. Caso contrário, notifique o fiscal. 
 
* Após a conferência, o candidato deverá assinar no espaço próprio da Folha de Respostas, à caneta esferográfica de 
tinta na cor preta ou azul. 
 
* Tenha muito cuidado com a Folha de Respostas para não DOBRAR, AMASSAR ou MANCHAR . A Folha de 
Respostas somente poderá ser substituída caso esteja danificada em suas margens superior ou inferior – BARRA DE 
RECONHECIMENTO PARA LEITURA ÓTICA . 
 
* Será ELIMINADO do Concurso o candidato que: 
a) for surpreendido durante o período de realização de sua prova portando (carregando consigo, levando ou 
conduzindo) armas ou aparelhos eletrônicos (bip, telefone celular, qualquer tipo de relógio com mostrador digital, 
walkman, agenda eletrônica, notebook, palmtop, receptor, gravador, controle de alarme de carro, etc), quer seja na sala 
de prova ou nas dependências do seu local de prova. Item 9.17, alínea “c” do edital. 
b) ausentar-se da sala de prova, durante o período de realização de sua prova, portando a folha de respostas da prova 
objetiva, o caderno de questões, ou quaisquer equipamentos eletrônicos. Item 9.17, alínea “h” do edital. 
c) fizer anotação de informações relativas às suas respostas da prova objetiva, em qualquer meio. Item 9.17, alínea “f” 
do edital. 
d) não permitir a coleta da digital, no procedimento descrito no subitem 9.15 do edital ou não efetuar a transcrição do 
texto apresentado caso seja utilizado o procedimento descrito no subitem 9.16 do edital. 
 
* Quando terminar, entregue obrigatoriamente ao fiscal a Folha de Respostas. A entrega do Caderno de Questões é 
obrigatória se o candidato terminar a prova antes de faltar 30 (trinta) minutos para o término desta. ASSINE 
OBRIGATORIAMENTE A LISTA DE PRESENÇA . 
 
* Será automaticamente eliminado do Concurso Público o candidato que descumprir as instruções contidas no 
Caderno de Questões. Item 9.17, alínea “i” do edital. 
 
* Consulte as próximas atividades no cronograma disponível na guia Cronogramas, acessando a página do concurso em 
www.funrio.org.br. 
 
* Transcreva em letra cursiva, no espaço próprio na Folha de Respostas, a frase abaixo apresentada entre aspas. 
“As obras humanas alteram-se, corrompem-se, modificam-se, transformam-se.” (Machado de Assis) 
www.pciconcursos.com.br
 
 
31-HISTOR HISTÓRIA 
 
 
 
 Página: 2 
♦ Fundamentos da Educação e Legislação Educacional ♦ 
 
Questão 01 
 
Os Institutos Federais de Educação Ciência e Tecnologia – IFET – têm-se apresentado como instituições que 
estabelecem vínculos com a valorização da educação e das instituições públicas. Essa interdependência tem como 
pressuposto o combate às desigualdades estruturais de toda ordem, sendo fundamentais para a construção de uma nação 
democrática e soberana, estando, assim, em consonância com as atuais políticas educacionais e públicas brasileiras. 
A Seção II do Art. 6º da lei nº 11.892/08 fala sobre as finalidades e características dos Institutos Federais. Seus incisos 
põem em destaque a finalidade de ofertar a Educação Profissional e Tecnológica em todos os níveis e modalidades e 
promover a integração e a verticalização da educação profissional, desde a educação básica até a educação superior, 
otimizando os recursos de gestão, os quadros de pessoal e a infraestrutura física. Devem constituir-se como centros de 
excelência na oferta do ensino de ciências, em geral, e de ciências aplicadas, em particular, e qualificar-se como referência 
no apoio à oferta do ensino de ciências nas instituições públicas de ensino, oferecendo capacitação técnica e atualização aos 
docentes (Lei 11.892/08, art. 6º). 
Esse texto legal, em seu inciso VIII, destaca que o IFET se propõe a realizar e estimular 
 
A) a pesquisa aplicada, a produção cultural, o empreendedorismo, o cooperativismo e o desenvolvimento científico e 
tecnológico. 
B) o ensino de educação infantil, desde a creche até final do ensino fundamental, capacitando seus profissionais em serviço. 
C) a produção, o desenvolvimento e a transferência de tecnologias, voltadas à preservação do meio ambiente. 
D) os programas especiais de formação pedagógica, com vista na formação de professores para a educação fundamental. 
E) a oferta formativa em benefício da consolidação e fortalecimento dos arranjos produtivos, empresariais e culturais da 
Nação. 
 
Questão 02 
 
A Lei de Diretrizes e Bases de 1996 evidencia no art. 12, incisos de I a VII, as ações atribuídas à escola, que são (...) 
elaborar e executar sua proposta pedagógica; administrar seu pessoal e seus recursos materiais e financeiros; assegurar o 
cumprimento dos dias letivos e das horas-aula estabelecidas legalmente; velar pelo cumprimento do plano de trabalho de 
cada docente; prover meios para a recuperação de alunos de menor rendimento; articular-se com as famílias e a comunidade, 
criando processos de integração da sociedade com a escola; informar pais ou responsáveis sobre a frequência e o rendimento 
dos alunos, bem como sobre a execução de sua proposta pedagógica. 
Para Libâneo (2004), enquanto organizações, as escolas ressaltam a interação entre as pessoas, para a promoção da 
formação humana e para que elas funcionem e concretizem seus objetivos, requerendo “tomadas de decisões”, bem como de 
direção e controle dessas decisões. Esse processo ele o denomina como 
 
A) controle. 
B) ajuste. 
C) gestão. 
D) abrangência. 
E) norteamento. 
 
Questão 03 
 
O Programa de Integração da Educação Profissional à Educação Básica na Modalidade Educação de Jovens e Adultos – 
PROEJA – tem por objetivo dar oportunidades educacionais a jovens e adultos que ainda não terminaram o ensino 
fundamental, bem como aos que já o finalizaram, mas ainda não concluíram nem o ensino médio nem um curso que os 
habilite em uma profissão técnica de nível médio. 
O Art. 5o, do decreto nº 5.840/2006, estabelece que as instituições que oferecem esses cursos são responsáveis por sua 
estruturação e pela expedição de certificados e diplomas. 
Por isso, o Parágrafo Único deste Art. 5º determina que “as áreas profissionais escolhidas para a estruturação dos cursos 
serão, preferencialmente, as que maior sintonia guardarem com as demandas de nível local e regional, de forma a contribuir 
com o fortalecimento das estratégias” de que tipo de desenvolvimento? 
 
A) sócio-histórico e cultural. 
B) sócio-histórico e profissional. 
C) técnico-artístico e econômico. 
D) técnico-político e econômico. 
E) socioeconômico e cultural. 
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31-HISTOR HISTÓRIA 
 
 
 
 Página: 3 
Questão 04 
 
Segundo a LDB/96, garantir o direito subjetivo de aprender implica fazer da escola um lugar em que os cidadãos se 
sintam valorizados e reconhecidos em sua identidade e singularidade. 
Os diversos sistemas, níveis e modalidades de ensino desenvolvidos nas escolas brasileiras expõem os desafios da 
qualidade e da equidade, na nossa educação, os quais para serem superados devem se dar em ambiente acolhedor, que 
reconheça e valorize asdiferenças da diferença, ultrapassando, assim, as desigualdades. 
Assim sendo, para atender a essa norma de procedimento, o Art. 1°, da Resolução nº 1/ 2004, estabelece as Diretrizes 
Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e 
Africana, a serem consideradas “pelas instituições de ensino, que atuam nos níveis e modalidades da Educação Brasileira e, 
em especial, por Instituições” que desenvolvam atividades de que tipo? 
 
A) cursos de extensão sobre as Culturas Brasileira e Africana. 
B) programas de formação inicial e continuada de professores. 
C) oficinas pedagógicas/temáticas de inclusão sobre as culturas. 
D) palestras e seminários sobre a Cultura Afro-Brasileira. 
E) parcerias com instituições voltadas à Cultura Africana. 
 
Questão 05 
 
Em consonância com as profundas mudanças encontradas no mundo do trabalho e do conhecimento na atualidade, a Lei 
de Diretrizes e Bases da Educação Nacional reserva um de seus capítulos à educação profissional. Em seu Capítulo III, 
Título V, ela trata da educação profissional e tecnológica e, para atender a essas exigências, o art. 39 estabelece que “a 
educação profissional e tecnológica, no cumprimento dos objetivos da educação nacional”, 
 
A) associa-se ao conselho escolar, aos interesses da comunidade em geral e às exigências do mercado de trabalho. 
B) vincula-se aos elevados padrões de inovação tecnológica e científica do trabalho, nas diferentes modalidades de ensino. 
C) sujeita-se às exigências do desenvolvimento tecnológico, em termos de qualificação de mão de obra e de desempenho. 
D) integra-se aos diferentes níveis e modalidades de educação e às dimensões do trabalho, da ciência e da tecnologia. 
E) subordina-se aos desafios teórico-metodológicos da relação trabalho-educação e ao preparo para o mundo do trabalho. 
 
Questão 06 
 
Planejamento é algo inerente ao ser humano. O processo de ensino e aprendizagem necessita ser planejado, com 
intencionalidade e qualidade. Ao se planejar, se antecipam ações para atingir a satisfação dos objetivos traçados, ancoradas 
nos diferentes elementos que o compõem e em necessidades criadas a partir de uma determinada realidade, as quais levam a 
agir conforme essas ideias antecipadas. 
Portanto, o planejamento, enquanto processo de racionalização, organização e coordenação da ação docente, deve se 
articular com as atividades a serem desenvolvidas na escola com incerteza ou dificuldade inerente ao contexto social. 
Nesse contexto, cabe retomar o que diz Libâneo (2012), para quem “a ação de planejar não se reduz ao simples 
preenchimento de formulários para controle administrativo”, pois é 
 
A) a atividade consciente de previsão das ações docentes, fundamentadas nas opções político-pedagógicas. 
B) a verificação da aplicação de métodos, técnicas e conceitos científicos às decisões a serem tomadas na escola. 
C) a decisão de realizar uma listagem de ações e recursos a serem executados em determinados datas e prazos. 
D) o processo linear e indefinido, estabelecido com prazos fixos, a serem verificados os conteúdos. 
E) o processo simples e harmônico, voltado para a verificação da metodologia das ações feitas em grupo. 
 
Questão 07 
 
O art. 205 da Constituição Federal brasileira estabelece que “a educação, direito de todos e dever do Estado e da família, 
será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando o pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para 
o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.” 
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31-HISTOR HISTÓRIA 
 
 
 
 Página: 4 
Para que esse artigo possa se concretizar, entre outros princípios que embasam o ensino a ser ministrado à Nação, em 
compatibilidade com o Art. 206, seguem-se cinco princípios: 
 
I. igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; 
II. gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais; 
III. gestão democrática do ensino público, na forma da lei; 
IV. garantia de padrão de qualidade 
V. piso salarial nacional unificado para os profissionais da escola privada. 
 
Quais desses princípios estão compatíveis com o Artigo citado? 
 
A) II, III, IV e V. 
B) I, II, IV e V. 
C) I, II, III e IV. 
D) I, II, III e V. 
E) I, III, IV e V. 
 
Questão 08 
 
A educação tecnológica deve permitir e impulsionar a formação do futuro profissional técnico e cidadão. Nesse intuito, 
necessita desenvolver um trabalho pedagógico a partir da evolução da tecnologia através de uma visão social, onde as 
transformações inovadoras e as diferentes estratégias utilizadas possam conciliar os imperativos da economia às conjunturas 
sociais. 
A educação tecnológica deve associar a pesquisa e a reflexão às propostas das práticas pedagógicas, passando pelo 
“entendimento da tecnologia como processo educativo que se situa no interior da inteligência das técnicas para gerá-las de 
outra forma e adaptá-las às peculiaridades das regiões e às novas condições da sociedade” (Arroyo, apud Gadotti). 
Para a relevância da formação do futuro profissional, é preciso desenvolver o senso crítico conectado ao mundo 
circundante, subordinado pelos princípios de igualdade e solidariedade, através dos trabalhos de pesquisa realizados nas 
instituições de ensino, num diálogo entre os profissionais das diferentes áreas do conhecimento e o embasamento 
educacional, com vistas a compreender que fenômenos? 
 
A) Igualmente os econômicos dos discentes e os decorrentes de suas necessidades no mercado de trabalho. 
B) Especialmente os financeiros, frente à formação de mão de obra qualificada. 
C) Apenas os questionadores do mundo do trabalho e das possibilidades de empregabilidade. 
D) Não só os da aquisição das práticas profissionais isoladas, como os do trabalho tecnológico. 
E) Tanto os educativos quanto os culturais, dentro e fora da escola. 
 
Questão 09 
 
Com grande destaque, a educação profissional e tecnológica, planetária e particularmente em nosso país, mostra-se 
como elemento estratégico. A formação educacional de qualidade se faz necessária para uma melhor inserção de jovens e 
trabalhadores na sociedade atual, repleta de grandes transformações e de avanços científicos/tecnológicos, tanto em termos 
conceituais, quanto em suas práticas, por serem complexas e abundantes. 
A problemática fundamental dessa modalidade de ensino – educação profissional e tecnológica – envolve 
necessariamente o estreito vínculo com o contexto maior da educação brasileira: sua legislação educacional. 
Assim, a LDB 9.394/96, em seu Art. 2º, que decreta os fins da Educação Nacional, reza que a “educação, dever da 
família e do Estado, inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno 
desenvolvimento do educando”, preparando-o para 
 
A) o desenvolvimento do espírito ético/estético e a inserção no mercado de trabalho. 
B) o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. 
C) a participação, de forma competitiva e satisfatória, da qualificação profissional. 
D) a inserção no mundo produtivo, capacitado para ocupar cargos proeminentes. 
E) a atuação consistente e atualizada nas empresas governamentais e privadas. 
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31-HISTOR HISTÓRIA 
 
 
 
 Página: 5 
Questão 10 
 
A inclusão social é um dos grandes desafios brasileiros, uma vez que, ao longo de sua história, propiciou o acúmulo de 
desigualdades sociais no que tange à distribuição da terra, da riqueza, do acesso aos bens materiais e culturais e da 
apropriação dos conhecimentos científicos e tecnológicos. 
A inclusão social abrange também a proposição de condições para que todos os habitantes do país possam ter uma 
qualidade de vida adequada e como cidadãos plenos, dotados de conhecimentos,meios e mecanismos de participação 
política, que os tornem aptos a agir de maneira consciente e fundamentada. 
De acordo com essa premissa, em seu Art.1º, o Decreto nº 5.840/2006, institui, no âmbito federal, o Programa Nacional 
de Integração da Educação Profissional com a Educação Básica na Modalidade de Educação de Jovens e Adultos – PROEJA. 
Os incisos I e II, do § 1o deste artigo rezam que o PROEJA abrangerá os seguintes cursos e programas de educação 
profissional: 
 
A) formação inicial e continuada de trabalhadores e educação profissional técnica de nível médio. 
B) formação teórica/tecnológica e o treinamento da mão de obra qualificada para o mercado de trabalho. 
C) restrição de oportunidades educacionais e de vagas no mercado de trabalho para os alunos do PROEJA. 
D) ruptura com a formação de profissionais em número suficiente e ampliação do aproveitamento adequado. 
E) treinamento da população excluída do conhecimento científico/tecnológico e a inserção no trabalho. 
 
♦ Conhecimentos Específicos ♦ 
 
Questão 11 
 
Durante o século XIX, o processo de formação do Estado brasileiro compreendeu diferentes momentos históricos. Nesse 
sentido, Ilmar Mattos considera: 
“Ora, ao enfatizar que o império do Brasil ocupava “lugar” particular no concerto das “nações 
civilizadas”, como resultado da opção pela manutenção da escravidão, aqueles homens e mulheres que se 
estavam tornando brasileiros evidenciavam, mediante jogo de semelhanças e diferenças, que, no decorrer 
dos anos de 1850, ele se distinguia não só pela estabilidade política, simbolizada pela Conciliação, mas 
também pela extinção do tráfico negreiro intercontinental, pelas bem-sucedidas intervenções militares na 
área platina e pela liquidação da onerosa herança ibérica dos limites. E, ainda mais, pelos inúmeros 
“melhoramentos materiais” que demonstravam o avanço do “progresso” e as conquistas da “civilização”, 
aos quais o nome do visconde de Mauá aparecia quase sempre associado, bem como por obras compostas 
em homenagem ao imperador e outras surgidas de sua proteção”. 
Ilmar Rohloff de Mattos. O gigante e o espelho. In: Keila Grinberg e Ricardo Salles (Org.). O Brasil 
Imperial . Rio de Janeiro. Civilização Brasileira, 2009. v. 2, p. 38. 
 
Com relação à formação da nação brasileira nas décadas de 1830 a 1860, e para além da tradicional dicotomia entre os anos 
conturbados da Regência e a ordem do Segundo Reinado, é correto afirmar que: 
 
A) em quadro inteiramente novo reafirmavam-se antigas diferenças e hierarquias. Assim, às diferenças entre livres e 
escravos acrescentavam-se aquelas entre escravo e cidadão; à hierarquia entre a boa sociedade e a plebe eram 
combinadas múltiplas hierarquias no interior daqueles segmentos. 
B) em termos sociais, a constituição de um todo homogêneo consolidou a proposta de nação formada por homens e 
mulheres representados como livres e iguais juridicamente, conforme ocorria em outras experiências de construção de 
estados nacionais, nessa mesma época. 
C) como súditos e cidadãos a um só tempo, cada vez mais, as diferenças que marcavam a sociedade ficaram enfraquecidas e 
essa percepção também atingiu os setores sociais mais abastados sendo que as famílias que constituíam a boa sociedade 
nivelam-se à família imperial. 
D) o governo do Império Brasileiro para exercer sua autoridade estabeleceu uma relação simétrica e igualitária entre os 
dirigentes imperiais e as famílias da boa sociedade o que garantia, automaticamente, a projeção da figura do imperador 
como destacado dirigente. 
E) a condução dos negócios internos promoveu a expansão de interesses do governo por meio de políticas únicas para todo 
o território brasileiro o que possibilitou diversificar e descentralizar os interesses agrários, mercantis, financeiros e 
burocráticos garantindo a descentralização do bloco político. 
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31-HISTOR HISTÓRIA 
 
 
 
 Página: 6 
Questão 12 
 
O ano de 1870 é um marco na história do império brasileiro. Vários processos como, por exemplo, a multiplicação de forças 
sociais, políticas e ideológicas ganharam intensidade e contribuíram de diferentes maneiras para a proclamação da República. 
Nas últimas décadas do século XIX, as transformações aconteciam em ritmo acelerado tanto com a expansão das fronteiras 
do café, que contou com a chegada de grande número de imigrantes, quanto com a politização de temas relacionados à 
escravidão. Além disso, a vida intelectual apresentava novas ideias e seus defensores passaram a ser identificados como a 
geração de 1870. Em relação às manifestações intelectuais da geração de 1870, é correto afirmar que: 
 
A) O sentido das manifestações intelectuais desse grupo apresentava argumentação repleta de subterfúgios e marcada pela 
alienação de seus representantes que demonstravam indiferença em relação à realidade nacional marcada por dilemas 
sociais. 
B) Os membros desse movimento intelectual desenvolveram interpretações críticas acerca dos principais problemas 
brasileiros com objetivo da busca por instrumentos para intervir politicamente, e tratando-se, assim, de um pensamento 
engajado que analisou e contestou o status quo monárquico. 
C) A produção desse grupo de pensadores apenas serviu de imitação das discussões existentes entre os intelectuais europeus 
que valorizavam as questões nacionais e realçavam os elementos existentes no conjunto de estudos científicos que 
circulavam pelos diferentes países da Europa. 
D) A combinação entre a crise política monárquica e a modernização econômica do Império Brasileiro impossibilitou um 
ambiente favorável à expressão de possíveis pensadores existentes nos diferentes grupos da elite do Brasil e o debate dos 
problemas nacionais ficou ofuscado. 
E) As instituições e as ideias no período do Segundo Reinado sofreram a marca das disputas políticas e econômicas do 
período e, assim, as discussões existentes entre os pensadores europeus não conseguia estabelecer elementos de 
aproximação com a experiência nacional brasileira. 
 
 
Questão 13 
 
Desde o nascimento do cinema, a História tem servido de referência para a realização de filmes. Nesse sentido, ao longo do 
tempo, as produções cinematográficas passaram a despertar o interesse de professores e alunos em sala de aula e tornaram-se 
fonte de conhecimento. Frequentemente, nas aulas de História e nos livros didáticos, é possível encontrar indicação de filmes 
que tratam de assuntos do conteúdo programático daquele ano escolar. A partir dessas sugestões, o grande desafio está na 
leitura de uma obra cinematográfica, relacionando-a com uma abordagem histórica que permita o encontro entre cinema e 
História. Para usar a expressão cunhada por Marc Ferro, na conversa entre Cinema e História podemos afirmar que: 
 
A) o estudo da imagem tem como objetivo as intenções do cineasta ou do diretor de fotografia de modo a promover a 
compreensão do filme a partir de sua condição de obra de arte desvinculada da realidade social. 
B) a utilização do filme na sala de aula faz com que sua projeção preencha o espaço de atuação do professor, reconduzindo 
metodologicamente a participação deste para a condição de espectador do processo de aprendizagem. 
C) o foco dos esforços de interpretação não deve se confinar à realidade ficcional do filme projetado, mas deve abranger 
também a sociedade que o produziu e dele se utilizou para discutir determinados temas e épocas que lhe interessaram. 
D) o método de compreensão de um filme no contexto da sala de aula exige que o professor filtre todo conhecimento prévio 
sobre a época e os temas tratados que não esteja sujeito a sua orientação. 
E) o principal objetivo do trabalho com filmes na sala de aula é recuperar o fascínio e o encantamento pela História de 
modo a motivar estudantes e professores para o estudo científico do passado pelo passado. 
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 Página: 7 
Questão 14 
 
A primeira metade do século XIX assistiu, na Europa, a uma série de novas revoluções burguesas com destaque para os 
movimentos de 1830 e 1848, isto é, as “ondas revolucionárias” que varreram o continente europeu, como destacou o 
historiador Eric Hobsbawm. As transformações econômicas e sociais ocorridas até aquele momento levavam para a cena 
política os novos quadros do proletariado. Assim, as lutas burguesas tinham dois alvos concretos: de um lado, a aristocracia 
do Antigo Regime e, de outro, o proletariado. Em relação aos movimentos que se abateram sobre o mundo na primeira 
metade do século XIX é correto afirmar: 
 
A) a primeira onda revolucionária de movimentos vitoriosos ocorreu entre 1820 e 1824 e garantiram a conquista do poder 
em países como a Grécia e a Espanha. 
B) a segunda onda revolucionária ocorreu nos anos de 1829 a 1834 e afetou apenas os países mais ricos do continente 
europeu como, por exemplo, a França. 
C) as ondas revolucionárias do período foram marcadas por alianças estabelecidas com os governos reacionários europeus 
que tentaram dar uma nova feição à Europa. 
D) a onda revolucionária de 1830 constituiu-se de eventos muito mais contundentes do que a de 1820, infligiu uma derrota 
aos aristocratas e guindou a grande burguesia ao poder. 
E) as ondas revolucionárias de 1848 foram menos impactantes que os movimentos anteriores do século XIX, uma vez que 
esses levantes negavam dos ideais de 1789. 
 
 
Questão 15 
 
Até a década de 1530, a exploração da América portuguesa processou-se por intermédio de feitorias espalhadas ao longo da 
costa e devidamente controladas pela Coroa. Contudo, com o aumento das disputas entre Portugal e Espanha em relação ao 
Novo Mundo, com as investidas de franceses nas costas do pau-brasil e após a realização dos primeiros e promissores testes 
com o plantio de cana de açúcar em Pernambuco e São Vicente, a situação modificou-se. Abriu-se, então, nova e 
determinante fase na história da formação da sociedade colonial brasileira, baseada na exploração do trabalho escravo em 
grandes propriedades rurais produtoras de açúcar para exportação. Segundo o historiador Stuart Schwartz: 
 
“O Brasil colônia foi uma sociedade escravista não meramente devido ao óbvio fato se sua força de 
trabalho ser predominantemente cativa, mas principalmente devido às distinções jurídicas entre escravos e 
livres, aos princípios hierárquicos baseados na escravidão e na raça, às atitudes senhoriais dos 
proprietários e à deferência dos socialmente inferiores.” 
 
Stuart Schwartz. Segredos internos. São Paulo: Companhia das Letras, 1988. p. 209. 
 
O caráter de fase determinante para a formação da sociedade colonial brasileira e com profundas implicações até hoje se 
deve ao: 
 
A) colonialismo que assegurou ou a lucratividade de comerciantes e empresas locais. 
B) mercantilismo e sua obsessão pelo entesouramento de recursos financeiros na metrópole. 
C) absolutismo que inviabilizou o exercício do poder político na colônia. 
D) patrimonialismo que introduziu a corrupção na administração pública. 
E) escravismo que criou os fatos fundamentais da vida brasileira. 
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31-HISTOR HISTÓRIA 
 
 
 
 Página: 8 
Questão 16 
 
As relações entre memória e história são extensas e instigantes. Memória e história não são sinônimos. Segundo Pierre Nora, 
a memória deve ser sempre suspeita para a história. A memória é um fenômeno sempre atual, um elo vivido no eterno 
presente. Já a história é uma representação do passado. A atualidade do processo histórico estimula reflexões como a que está 
apresentada no fragmento a seguir tratando de questões sobre cidade, imigração e memória. 
 
A história de uma cidade, portanto, contém um conjunto de memórias que ao serem decompostas revelam a 
trajetória dos grupos que a ocuparam, ou como metaforicamente foi descrito por Ítalo Calvino, os 
arranhões, serradelas, entalhes e esfoladuras que a marcaram. Tais sinais são indicativos dos arranjos 
sociais que envolveram imigrantes, nacionais, minorias ou maiorias em diferentes conjunturas temporais, e 
das formas como o poder público envolveu-se nesse processo. 
Ismênia de Lima Martins e Andréa Telo da Corte. Imigração, cidade e memória. In: Cecília Azevedo et al. 
Cultura política, memória e historiografia. Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas, 2009. p.131. 
 
Para cada uma das facetas da cidade, múltiplas identidades, múltiplas memórias e múltiplas histórias são constituídas. Nas 
relações entre história, memória, cidade e imigração, é correto afirmar que: 
 
A) pela necessidade objetiva de sobrevivência, os imigrantes são obrigados a conviver, a se movimentar e a produzir suas 
próprias marcas que se traduzem em referências para a memória, tanto daquele grupo quanto da cidade. 
B) a recepção dos imigrantes pelos grupos locais permite que a história inviabilize a construção da memória coletiva desses 
atores sociais que circulam pelos diferentes espaços urbanos. 
C) a sociedade de acolhimento para a recepção de imigrantes forja na memória construída em torno da cidade o 
distanciamento em relação à produção do conhecimento na história. 
D) o encontro entre história e memória apresenta convergência de interesses no processo de conhecimento o que pode ser 
observado no tema dos imigrantes e da cidade. 
E) as relações entre história e memória não são contraditórias quando a temática da imigração e da cidade é pensada de 
forma articulada, uma vez que diferentes temporalidades estão interligadas. 
 
Questão 17 
 
Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) sublinharam a necessidade de se centrar ensino e aprendizagem no 
desenvolvimento de competências e habilidades por parte do estudante. Expressaram, também, o entendimento de que, 
quanto ao “conhecimento histórico escolar, os currículos atuais são indicativos das transformações paradigmáticas do campo 
que envolve o conhecimento histórico como um todo”. Com base nos PCNs, é correto afirmar que: 
 
A) o tempo histórico deve ser compreendido de forma simplificada com enfoque nas vivências de pessoas em sociedades 
que são estudadas a partir da percepção da cronologia que tanto favorece a organização do saber escolar quanto facilita a 
compreensão dos jovens do conteúdo abordado. 
B) nas últimas décadas, as aproximações entre a história ensinada e a produção acadêmica têm se intensificado, 
estabelecendo relações profícuas, mas que também apontam para as dificuldades de consensos e ou definições 
simplificadas sobre os conteúdos e métodos de ensino. 
C) a contribuição mais substantiva da aprendizagem da história é propiciar ao jovem a preparação sólida para os exames dos 
quais participará com a finalidade de ingressar nos cursos posteriores de sua trajetória de estudos garantindo uma 
formação consolidada de seus conhecimentos. 
D) as mudanças e os acontecimentos históricos independem das noções de diferentes temporalidades e, dessa maneira, o 
conhecimento dos jovens deve se concentrar nos acontecimentos de curta duração que são breves, apresentando data e 
lugar determinados. 
E) a compreensão da cidadania como resultado da evolução natural das sociedades, verificada no curso de longa 
continuidade histórica, pode servir como referência para a organização dos conteúdos da disciplina histórica dentro de 
uma abordagem temática. 
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31-HISTOR HISTÓRIA 
 
 
 
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Questão 18 
 
Durante o Estado Novo, a arte popular evidenciou a disputa ideológica entre a corrente cultural de matizes fascistas, 
incentivada pela propaganda oficial, e as correntes culturais que resistiam à ditadura. O rádio e as ruas, com o carnaval,foram os grandes instrumentos e arenas da época para essa disputa. O governo tentava utilizar a arte popular para incensar o 
regime e o ditador. Em composições como O bonde de São Januário, de Wilson Batista, o operário faz sua viagem exalando 
alegria, conformado e bem comportado, como podemos verificar na letra dessa música: 
 
Quem trabalha 
É quem tem razão 
Eu digo 
E não tenho medo 
De errar 
 
Quem trabalha... 
 
O Bonde São Januário 
Leva mais um operário 
Sou eu 
Que vou trabalhar 
O Bonde São Januário... 
 
Antigamente 
Eu não tinha juízo 
Mas resolvi garantir meu futuro 
Veja você 
Sou feliz 
Vivo muito bem 
A boemia 
Não dá camisa 
A ninguém 
É 
Muito bem! 
 
O estudo da história do Brasil por intermédio de documentos de época como letras de músicas acompanhadas de sua audição 
constitui uma importante estratégia de ensino. A adoção da música na sala de aula para ensinar História exige do professor o 
passo metodológico essencial de: 
 
A) ouvir a música com os estudantes como um divertimento de modo a reduzir o desgaste físico coletivo de toda aula e 
permitir a interpretação livre da letra e da História. 
B) ser músico e executar com seu instrumento musical a canção escolhida, estimulando os estudantes a aprender 
naturalmente tanto História como Música. 
C) contextualizar a música com todas as referências de época necessárias a sua compreensão e, com isso, construir 
coletivamente o conhecimento histórico em sala de aula. 
D) possuir conhecimentos de linguagem musical, sem necessariamente ser um músico, e aplicá-los juntamente com seu 
saber histórico na construção da cultura erudita dos estudantes. 
E) utilizar canções em sala de aula durante todo o curso, uma vez que isso garantirá automaticamente que os estudantes 
tenham contato com a música de boa qualidade de todas as épocas. 
 
 
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31-HISTOR HISTÓRIA 
 
 
 
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Questão 19 
 
Certas guerras desafiaram o Brasil e, em suas batalhas, as vozes do combatente e da testemunha fazem o passado parecer 
vivo apesar de manifestarem-se em um tempo de destruição e morte. Com ou sem vitória, esses confrontos tiveram seu papel 
na construção da história nacional que também é feita de pólvora, chumbo e sangue. Em julho de 2011, a Revista de História 
da Biblioteca Nacional lançou um dossiê sobre dez batalhas sob o título A sinfonia dos canhões: 
 
“Conflitos nos quais forças muito bem armadas enfrentam outras em condições desiguais não são novidade. 
A Batalha do Jenipapo, no Piauí, foi um desses. Embora tenha ocorrido num único dia – 13 de março de 
1823 -, junto do riacho Jenipapo, na vila de Campo Maior, o confronto foi dos mais violentos. E também 
teve um papel importante para garantir a Independência e manter a unidade política do Brasil. (...) Na 
memória dos piauienses, a batalha do Jenipapo é o mais notável episódio das lutas no Piauí pela 
independência do Brasil. (...) Nos 150 anos do evento, em 1973, foi construído o Monumento do Jenipapo no 
local da batalha, onde a multidão sem rosto recebeu homenagens em placas, além de ter sido reconstituído 
um cemitério”. 
Claudete Maria M. Dias. Entre foices e facões. Revista de História da Biblioteca Nacional. Rio de Janeiro, 
ano 6, n. 70. jul. 2011. p.24-25. 
 
Em relação esse conflito no Piauí é correto afirmar que: 
 
A) a batalha do Jenipapo resultou dos embates entre invasores franceses e fazendeiros locais. 
B) a população assistiu como expectadora aos sangrentos embates na batalha do Jenipapo. 
C) o lado português rapidamente reconheceu sua derrota na batalha do Jenipapo. 
D) apesar de derrotado na batalha do Jenipapo, o exército de sertanejos libertou três províncias nordestinas. 
E) a assinatura do armistício foi fundamental para reduzir as perdas humanas na batalha do Jenipapo. 
 
Questão 20 
 
De acordo com Eric Hobsbawm, as revoluções de 1848 constituem um prelúdio ao período subsequente (até 1875) cujo traço 
predominante é a expansão da economia capitalista por todo o planeta. Consequentemente, nas Revoluções de 1848, a 
famosa “primavera dos povos”: 
 
A) os novos governos emergentes, com suas leis e instituições liberais, mantiveram-se firmes ao longo do séc. XIX. 
B) as forças do conservadorismo, do privilégio e da riqueza puderam ignorar o povo e sustentaram seus regimes. 
C) os defensores da ordem social tradicional, vitoriosos no primeiro momento, tiveram de ceder às barricadas do povo. 
D) tanto as forças do liberalismo quanto as do nacionalismo conheceram uma derrota acachapante e definitiva. 
E) a antiga simetria quebrou-se, isto é, a revolução política recuou e a revolução industrial avançou. 
 
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Questão 21 
 
As investigações históricas sobre o acontecer humano costumeiramente deixavam de lado os modos como as coletividades se 
divertiam. Mas isso mudou e um tipo específico de manifestação humana passou a interessar os historiadores: a festa. 
Segundo Mona Ozouf: 
 
“A história, por um lado, desde há muito tempo tem se preocupado conscientemente mais com os trabalhos e 
os esforços dos homens do que com os seus divertimentos ou como se queira, com as suas diversões. Se as 
festas tornam-se doravante, com pleno direito, objeto da história, deve-se isso à dupla instigação do folclore 
e da etnologia. Por frequentar um e outro campo, o historiador aprendeu a levar em consideração a 
armadura que a ritualização dá à existência humana, mesmo que seja uma ritualização anônima, 
desprovida de regulamentação explícita ou de coesão coerente. Acrescenta-se que, com a psicanálise, a 
história aprendeu, ao mesmo tempo, o interesse que pode ter a colheita do aparentemente insignificante”. 
Mona Ozouf. A festa: sob a Revolução Francesa. In: Jacques Le Goff; Pierre Nora. História: Novos 
Objetos. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1989. p.216-232. 
 
Em relação à festa como objeto da História é correto afirmar que 
 
A) os trabalhos produzidos servem de entretenimento para os estudantes e o púbico leitor tornando, assim, o ensino de 
história menos monótono e anacrônico. 
B) a aceitação imediata de trabalhos referentes à festa pelos estudiosos do tema conciliou os historiadores que passaram a 
adotar uma postura homogênea no campo teórico-metodológico. 
C) os historiadores especializados tiveram de lidar criticamente com as implicações decorrentes do vínculo particular da 
festa com o tempo, isto é, da dupla abertura do presente da festa para o passado e para o futuro. 
D) os estudos sobre a celebração de festas promoveram a aproximação interdisciplinar entre história e psicanálise, 
convertendo os historiadores em cientistas psicanalisados. 
E) os estudos produzidos ficaram muito restritos à produção francesa e com escassa repercussão no Brasil em virtude da 
pequena quantidade de celebrações em nosso calendário anual. 
 
Questão 22 
 
Na apresentação de reconhecida obra historiográfica, Jacques Le Goff e Pierre Nora consideram que a produção histórica 
está ligada a três processos, isto é, novos problemas, que colocam em causa a própria história, novas abordagens, que 
modificam, enriquecem e subvertem os setores tradicionais da história e, por fim, os novos objetos, que aparecem no campo 
epistemológico da história. Segundo os referidos autores: 
 
“Não se trata mais de saber se a história política pode ser inteligível, mas de saber se, agora, pode existir 
uma inteligibilidade da história, fora da referência ao universo político. (...) Estamos longe de uma história 
de batalhas, sem outro objetivo do que o de narrar; estamos longe, mesmo, de uma história setorial que 
esgota a sua ambição numa inteligibilidade puramente instrumental, estamos no começo de uma história 
que se esforça no sentido de relacionarfragmentos de explicação no interior de uma interpretação total”. 
Jacques Julliard. A política. In: Jacques Le Goff; Pierre Nora. História: Novas Abordagens. Rio de Janeiro: 
Francisco Alves, 1988. p.184. 
 
A história política renovada tornou-se, assim, uma vertente bastante ativa, possibilitando fecundas reflexões sobre o campo. 
Em relação essa história política, é correto afirmar que 
 
A) a despeito de toda renovação, manteve o seu traço básico de conservadorismo político engajado. 
B) ao contrário do programa inovador, continuou a privilegiar as batalhas e os homens de destaque nacional. 
C) no seu conjunto, impediu a expansão do conhecimento por confinar-se ao domínio da ação política. 
D) não configurou o fato político de forma limitada, mas como lugar onde se articula o social e sua representação. 
E) o retorno do político significou a volta ao tipo de narrativa criticada por M. Bloch e L. Febvre. 
 
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31-HISTOR HISTÓRIA 
 
 
 
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Questão 23 
 
No século XIX, na América Latina, a formação dos países a partir da condição de ex-colônias foi objeto de estudo de muitos 
pesquisadores como José Murilo de Carvalho: 
 
“A especificidade do sistema imperial em relação a outros sistemas e a outras monarquias provinha da 
complicação adicional trazida pela dubiedade das ideias e das instituições. Não só era teatro a política: era 
teatro de sombras. Os atores perdiam a noção exata do papel de cada um. Cada um projetava sobre os 
outros suas expectativas de poder, criava suas imagens, seus fantasmas. Os proprietários, embora dessem 
sustentação à monarquia, passavam a sentir-se marginalizados, excluídos, hostilizados, pela Coroa. Os 
políticos não sabiam ao certo se representavam a nação ou se respondiam ao imperador. A elite passava a 
acreditar num sistema representativo que não estava na Constituição e a cobrar sua execução pelo Poder 
Moderador. O rei, por sua vez, esforçava-se por seguir a ficção democrática na medida em que as falhas 
dos mecanismos da representação o permitiam”. 
José Murilo de Carvalho. A construção da ordem: a elite imperial. Teatro de sombras: a política imperial. 
Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2008. p.421. 
 
No campo político, a diferença verificada na libertação das colônias espanholas e portuguesa na América, que deram origem 
a países com processos distintos, concentra-se em dois pontos principais. O primeiro refere-se à manutenção da unidade 
política em um caso e à fragmentação no outro. O segundo aspecto da diferença diz respeito ao tipo de sistema político 
implantado, no caso do Brasil, a solução monárquica. Vários atores sociais se destacaram no processo de construção do novo 
Estado como, por exemplo, a elite política nacional. Nesse sentido, a importância da elite se vincula 
 
A) à ausência de conflitos potenciais entre suas diferentes frações que pudessem se manifestar tanto em possíveis rebeliões 
quanto na constituição e na ideologia dos partidos políticos imperiais. 
B) à autonomia dos setores ligados à agricultura de exportação que foram beneficiados pela isenção nos impostos de 
exportação como forma de incentivo do Estado imperial ao setor. 
C) à articulação política bem consolidada garantidora do desempenho não contraditório dos parlamentares que se 
projetavam na condição de porta-vozes políticos do imperador. 
D) ao crescimento da economia brasileira que era acompanhado pelo destaque no cenário político latino americano dos 
parlamentares brasileiros garantindo-lhes a condição de liderança mundial. 
E) ao peso maior que cabia à iniciativa do próprio Estado em forjar a nação principalmente por meio da burocracia treinada 
para as tarefas de administração e governo. 
 
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31-HISTOR HISTÓRIA 
 
 
 
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Questão 24 
 
De acordo com Emília Viotti da Costa, no livro Da Monarquia à República: momentos decisivos, na segunda metade do 
século XIX ocorreram alguns fenômenos importantes que introduziram modificações estruturais no Brasil. Durante quase 
quatro séculos, a escravidão teve papel tão fundamental na trajetória do país que era praticamente impossível separá-la de 
qualquer aspecto da vivência humana. A instituição da escravidão proporcionava uma estrutura para as relações sociais e 
econômicas, um cenário para as decisões e os atos políticos e, ainda, um contexto para os fenômenos culturais. Em relação 
ao contexto histórico do final do século XIX e para sua explicação, devemos levar em consideração necessariamente a 
 
A) Abolição e a República como sintomas de uma mesma realidade já que ambas são repercussões, no nível institucional, de 
mudanças ocorridas na estrutura econômica e social do país que provocaram a destruição de esquemas tradicionais. 
B) sociedade brasileira, marcada profundamente pelo espírito clerical que projetava socialmente os setores mais católicos do 
Brasil liderados pela fervorosa princesa Isabel que, por sua vez e por intermédio de sua articulação política, conseguia 
agregar os interesses do país. 
C) propagação de ideias modernizadoras no país que garantiram tanto a libertação dos escravos, com a lei Áurea de 1888, 
como asseguraram importante ascensão social brasileira à população libertada em virtude dos investimentos sociais na 
requalificação dos trabalhadores e na educação em geral. 
D) passagem natural da substituição do trabalho escravo para o trabalho livre ocorrida no Brasil e estimulada pela onda 
humanitária que impregnava o mundo, de forma geral, através dos discursos políticos proferidos nos parlamentos de 
diversos países em defesa da liberdade dos homens. 
E) industrialização das décadas de 1850 e 1860 com a inauguração de mais de 70 fábricas, a constituição de uma classe 
operária e a conseqüente luta desta por direitos civis e sociais que redundaram na Abolição da escravatura e na 
proclamação da República. 
 
Questão 25 
 
O Império Romano havia abraçado inteiramente o mar Mediterrâneo para o qual convergiam as atividades de suas 
províncias, da Bretanha ao Eufrates. Mesmo depois das invasões germânicas, o mar interior continuou desempenhando seu 
papel tradicional. No século V, os reinos chamados “bárbaros” conservaram o caráter mais legítimo e essencial da civilização 
antiga, isto é, o caráter mediterrânico. Em torno dele, as civilizações do mundo antigo nasceram e se comunicaram umas com 
as outras, constituindo-o em veículo de suas ideias e de sua associação. Todavia, com o tempo, em vez de continuar sendo o 
vínculo milenar entre o Oriente e o Ocidente, o mar Mediterrâneo transformou-se numa barreira. A partir do século IX, na 
Europa Ocidental, a mudança no caráter geral da sociedade, da qual a transformação do Mediterrâneo em barreira é um 
símbolo, pode ser observada 
 
A) na desarticulação do sistema feudal e na consolidação das cidades europeias. 
B) no fato da existência social fundar-se na propriedade ou na posse da terra. 
C) no crescimento de pequenas propriedades e na produção voltada para o mercado externo. 
D) na conexão comercial entre os diferentes feudos que prestavam auxílio mútuo entre si. 
E) na distribuição igualitária de terra e prestígio entre os camponeses vinculados. 
 
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31-HISTOR HISTÓRIA 
 
 
 
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Questão 26 
 
Considere esta formulação de Karl Marx sobre o conjunto da Época Moderna. 
 
 
“A descoberta das terras do ouro e da prata, na América, o extermínio, a escravização e o enfurnamento da 
população nativa nas minas, o começo da conquista e pilhagem das Índias Orientais, a transformação da 
África em um cercado para a caça comercial às peles negras marcam a aurora da era de produçãocapitalista. Esses processos idílicos são momentos fundamentais da acumulação primitiva. De imediato 
segue a guerra comercial das nações européias, tendo o mundo por palco. [. . .]. Os diferentes momentos da 
acumulação primitiva repartem-se então, mais ou menos em ordem cronológica, a saber pela Espanha, 
Portugal, Holanda, França e Inglaterra. Na Inglaterra, em fins do século XVII, são resumidos 
sistematicamente no sistema colonial, no sistema da dívida pública, no moderno sistema tributário e no 
sistema protecionista. Esses métodos baseiam-se, em parte, sobre a mais brutal violência, por exemplo, o 
sistema colonial. Todos, porém, utilizaram o poder do Estado, a violência concentrada e organizada da 
sociedade, para ativar artificialmente o processo de transformação do modo feudal de produção em 
capitalista e para abreviar a transição. A violência é a parteira de toda a velha sociedade que está prenhe 
de uma nova. Ela mesma é uma potência econômica.” 
 Karl Marx. O capital. São Paulo: Nova Cultural, 1985, vol. 1, t. 2, p. 285-6. 
 
A manifestação historiográfica que recupera e respeita os princípios fundamentais dessa formulação para a colonização 
portuguesa na América é: 
 
A) “A economia política de privilégios relaciona, em termos políticos, o discurso da conquista e a lógica clientelar inscrita 
na economia de favores instaurada a partir da comunicação pelo dom. Tanto o ideário da conquista, quanto a norma de 
prestação de serviços apareciam, no quadro do Império, como mecanismos de afirmação do vínculo político entre 
vassalos ultramarinos e soberano português. A economia política de privilégios deve ser pensada enquanto cadeias de 
negociação e redes pessoais e institucionais de poder que, interligadas, viabilizavam o acesso a cargos e a um estatuto 
político — como o ser cidadão —, hierarquizando tanto os homens quanto os serviços em espirais de poder que 
garantiam coesão e governabilidade ao Império.” 
B) “Decorriam, porém, os anos, e o Brasil seguia com o seu imenso litoral à mercê de qualquer navio que o procurava. – 
Não há por que fazer censuras. Os esforços e os capitais empregados na Ásia produziam maior e mais imediato interesse, 
nessa época de crise comercial, em que se efetuava em favor da Europa um grande saque das riquezas empatadas no 
Oriente. Além de que, ainda sem considerar a questão sob miras econômicas, é certo que Portugal, forçando os turcos a 
levar a guerra à Ásia, aliviou por algum tempo a Europa do seu peso ameaçador, e sustentando o comércio da especiaria 
por mar, consumou o pensamento de Lull de empobrecer bastante o Egito. Ora, não fora possível durante essa luta 
distrair muitos navios e forças para outro continente. Os adustos campos das então recentes glórias portuguesas, a própria 
África, onde filhos de reis iam armar-se cavaleiros, começou a ser descuidada. E ainda supondo que já então tivesse 
ocorrido a idéia que depois (nesse mesmo século) ocorreu, de que no Brasil poderia vir a organizar-se um grande 
império, a metrópole aguardava acaso para isso melhor ocasião. A glória que Portugal adquiriu na Ásia custou-lhe, 
entretanto, a perda de muita da sua população, e o perverter em parte a índole dos seus habitantes, com tantas piratarias e 
crueldades. Em virtude delas, o têm coberto de baldões, como se as crueldades e as piratarias não tivessem em todos os 
tempos sido apanágio das conquistas. Esses heróis da antiguidade, que, em geral, só contemplamos pelo aspecto 
maravilhoso, também praticaram muitas crueldades e muitas injustiças; porém como aos panegiristas, que nos 
transmitiram seus feitos, não faltou manhoso artifício para no-lo contarem a seu modo, ocultando tudo quanto lhes não 
servia ao panegírico, e nem todos os que lêem são pensadores, sucede que muitos, inconseqüentemente, louvam e 
admiram na história como heroicidades feitos idênticos aos que em outra época, ou em outro país, condenam como 
misérias e pequenezas desta ou daquela geração. Se de todas as conquistas dos Gregos e dos Romanos tivéssemos 
histórias escritas pelos seus inimigos ou rivais, talvez que não admirasse o mundo tantas proezas, nem tantos heróis.” 
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31-HISTOR HISTÓRIA 
 
 
 
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C) “Formou-se na América tropical uma sociedade agrária na estrutura, escravocrata na técnica de exploração econômica, 
híbrida de índio- e mais tarde de negro - na composição. Sociedade que se desenvolveria defendida menos pela 
consciência de raça. quase nenhuma no português cosmopolita e plástico, do que pelo exclusivismo religioso desdobrado 
em sistema de profilaxia social e política. Menos pela ação oficial do que pelo braço e pela espada do particular. Mas 
tudo isso subordinado ao espírito político e de realismo econômico e jurídico que aqui, como em Portugal, foi desde o 
primeiro século elemento decisivo de formação nacional; sendo que entre nós através das grandes famílias proprietárias e 
autônomas: senhores de engenho com altar e capelão dentro de casa e índios de arco e flecha ou negros armados de 
arcabuzes às suas ordens; donos de terras e de escravos que dos senados de Câmara falaram sempre grosso aos 
representantes del-Rei e pela voz liberal dos filhos padres ou doutores clamaram contra toda espécie de abusos da 
metrópole e da própria Madre Igreja. Bem diversos dos criollos ricos e dos bacharéis letrados da América espanhola - 
por longo tempo inermes à sombra dominadora das catedrais e dos palácios dos vice-reis, ou constituídos em cabildos 
que em geral só faziam servir de mangação aos reinóis todo-poderosos.” 
D) “Na verdade, há aqui uma convergência entre a vontade e a natureza. Aquelas trocas de graças e favores estavam já na 
natureza das coisas: beneficiar os amigos, proteger e representar os subordinados, e responder por eles; dar corpo, enfim, 
aos laços simbióticos que unem de muitas maneiras os sujeitos do corpo político. Se lhes chamamos pactos é mais pela 
sua natureza sinalagmática [isto é, recíproca], que levava a que já alguns juristas lhes chamassem quase-contratos, como 
que geradores de obrigações mútuas. Mas também usamos a palavra pacto com uma intenção polêmica e provocadora de 
desviar o olhar do “pacto colonial”, como fórmula de síntese da estrutura política das sociedades coloniais, para esta 
estrutura multiforme e variável de relações de superioridade e de dependência que tornavam a sociedade colonial (na 
verdade, qualquer sociedade), numa comunidade ordenada. Se o “pacto colonial” é uma metáfora política para resumir 
uma certa intenção ou política quanto às relações entre a Metrópole e as colônias, estes pactos de que falamos agora, em 
contrapartida, nada tinham de especificamente colonial. Existiam em todas as sociedades políticas e, dada a sua estreita 
parentela com a natureza, também nas próprias sociedades naturais. Por isso, este caráter negociado, permanentemente 
negociado, dos poderes e da jurisdições conheciam-no os reinos metropolitanos; como também o conheciam, por uma 
natural tendência, as elites – estamentais, municipais ou mesmo nativas -, para garantirem, em nome de todo o povo, 
privilégios comuns, funcionando como intermediários e pactuando-os tanto com o rei como com o povo.” 
E) “É certo que a colonização da maior parte, pelo menos, destes territórios tropicais, inclusive o Brasil, lançada e 
prosseguida em tal base, acabou realizando alguma coisa mais que um simples ‘contato fortuito’ dos europeus com o 
meio, na feliz expressão de Gilberto Freyre, a que a destinava o objetivo inicial dela (...) Entre nós foi-se além no sentido 
de constituir nos trópicos uma ‘sociedade com característicos nacionais e qualidades de permanência’, e não se ficou 
apenas nesta simples empresa de colonos brancos distantes e sobranceiros. Mas um tal caráter mais estável, permanente, 
orgânico, de uma sociedade própria e definida, só se revelará aos poucos, dominado e abafado que é peloque o precede, 
e que continuará mantendo a primazia e ditando os traços essenciais da nossa evolução colonial. Se vamos à essência da 
nossa formação, veremos que na realidade nos constituímos para fornecer açúcar, tabaco, alguns outros gêneros; mais 
tarde ouro e diamantes; depois, algodão, e em seguida café, para o comércio europeu. Nada mais que isto. É com tal 
objetivo, objetivo exterior, voltado para fora do país e sem atenção a considerações que não fossem o interesse daquele 
comércio, que se organizarão a sociedade e a economia brasileiras. Tudo se disporá naquele sentido: a estrutura, bem 
como as atividades do país.” 
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Questão 27 
 
Sobre a crise do Império do Brasil conhecemos a reflexão de inúmeros autores. Vários aspectos foram debatidos pelos 
historiadores do período com destaque para os estudos relacionados aos imigrantes, à guerra do Paraguai, à prática política e 
à escravidão. Por sua vez, Martha Abreu apresentou importante contribuição ao analisar as festas religiosas, a cultura e a 
política: 
 
“Entre mortos e feridos, as festas religiosas do período imperial tornaram-se amplo território de conflitos e 
negociações, de julgamentos, perseguições e tolerâncias – entre festeiros, entre estes e as autoridades civis e 
religiosas, entre as próprias autoridades e intelectuais folcloristas, que buscavam forjar uma unidade 
nacional em termos culturais. Herdeiros do catolicismo barroco e das várias Áfricas que chegavam ao 
Brasil no século XIX, os festeiros transformaram e renovaram suas festas em função dos caminhos que 
abriram e das possibilidades que lhe foram oferecidas. (...) Ao longo do século XIX, as câmaras dos 
vereadores – entendidas pelo conjunto de seus representantes, fiscais e funcionários – foram a instância 
fundamental responsável pelas licenças para a realização das festas e seus divertimentos. (...) A 
aproximação simbólica entre as festas do Divino comemoradas no Campo de Santana, em que se coroavam 
imperadores meninos – os comandantes das folias -, as cerimônias de coroação dos imperadores de fato 
teria permitido, ao menos a partir da década de 1840, razoável liberalidade na concessão para as 
festividades. (...). Contudo, e isso é fundamental, outras manifestações, paralelamente foram aumentando 
em muito sua popularidade, à medida que se aproximava o final do século XIX e, de alguma forma, 
substituíram o espaço cultural deixado pelo Divino Espírito Santo. Refiro-me em especial ao que se 
convencionou chamar de carnaval moderno e às festas de Nossa Senhora da Penha.” 
 
Martha Abreu e Larissa Vianna. Festas religiosas, cultura e política no império do Brasil. In: Keila Grinberg 
e Ricardo Salles. (Org.) O Brasil Imperial. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2009. v. III. – 1870-1889. p 
237-238, 254 e 257. 
 
Nas relações entre festas religiosas e política é correto considerar que 
 
A) a homenagem ou o culto respeitoso prestado às divindades e objetos sagrados concentravam-se na região sudeste do 
Brasil e estava sempre ligada às homenagens prestadas ao imperador, uma vez que a sede do Império ficava na cidade do 
Rio de Janeiro. 
B) a celebração em praça pública podia ser considerada uma demonstração de apropriação do espaço público pelas camadas 
populares cariocas que através de seus cultos e suas crenças procuravam se aproximar da hierarquia política do país 
através doações expressivas ao tesouro do Império. 
C) em função da aproximação entre as celebrações populares e as comemorações promovidas pela cúpula da Igreja católica, 
a questão religiosa fazia parte da vida cotidiana do país e os líderes espirituais se esforçavam para juntos conquistarem as 
benesses do imperador. 
D) ao longo do século XIX, os assuntos religiosos enfraqueciam-se na sociedade brasileira em função do crescimento do 
pensamento em defesa de uma sociedade laica fazendo com que os diferentes segmentos sociais conquistassem maior 
consciência política e a defesa pela igualdade social. 
E) de uma forma dinâmica, a festa religiosa do século XIX, exemplificada na festa do Divino, entrelaçava-se com a 
consolidação e crise do regime político imperial, com aperfeiçoamento dos mecanismos de intervenção e dominação 
social dos poderes públicos e religiosos e com o surgimento de novas festas populares. 
 
 
 
 
 
 
 
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31-HISTOR HISTÓRIA 
 
 
 
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Questão 28 
 
Recentemente, as relações entre história e memória ganharam contribuições que ultrapassaram os textos mais especializados, 
fazendo-se presentes também nos estudos sobre o conhecimento histórico praticado em sala de aula. Neste sentido, de acordo 
com Ana Maria Monteiro: 
 
Para ensinar história, realizamos dois processos fundamentais: uma seleção cultural – definindo entre os 
vários saberes disponíveis na sociedade, o que implica opções culturais, políticas e éticas, possibilitando 
ênfases, destaques, omissões e negações. Essa seleção é enraizada socialmente e histórica, revelando 
interesses, projetos identitários e de legitimação de poderes instituídos ou a instituir, além de suscetível a 
redefinições. Ela se realiza e expressa nas propostas e nas práticas curriculares. A didatização é o outro 
processo e possibilita que os saberes selecionados sejam passíveis de serem ensinados. A articulação dos 
dois processos possibilita a formação de representações e de valores pelos alunos, a produção de sentidos e 
a atribuição de significados a partir das situações de aprendizagem vivenciadas. Dessa maneira, o ensino de 
história contribui de forma importante para a construção e reconstrução do conhecimento cotidiano, 
utilizado por todos nós para a vida comum, e no qual operamos com a “memória” – construção individual 
realizada a partir de referências culturais coletivas. (...) 
Nossos alunos, ao chegarem à escola, são portadores de saberes e referências construídos nos grupos 
familiares que cultivam suas memórias: de trabalhadores, de migrantes, de desempregados, de lutas diárias 
pela sobrevivência, de referências étnicas e religiosas que lhes oferecem explicações do mundo e de seu 
devir. Constituem, na área da educação, os chamados saberes prévios, que muitos de nós descartamos a 
priori, como expressões de ideologias que precisam ser anuladas porque portadoras de preconceitos e 
fomentadoras de comportamentos discriminatórios. 
 
Fonte: http://www2.uol.com.br/historiaviva/artigos/entre_historia_e_memoria_ana_maria_monteiro.html 
Acesso em 7 de abril de 2014. 
 
Para a autora, as memórias espontâneas de nossos alunos devem ser mobilizadas tornando-se objeto de estudo e de 
possibilidade de recriação do conhecimento. Com certeza um dos desafios do professor ao trabalhar o pensamento histórico 
seja o questionamento de verdades estabelecidas e a busca pela compreensão da historicidade da vida social. Assim, 
 
A) a sala de aula na educação básica deve ser percebida como o lugar no qual as memórias se cristalizam no sentido de 
estratificar-se, garantindo que as vivências dos alunos sejam diluídas no saber sólido devidamente selecionado pela 
equipe de professores de história. 
B) o ensino de história é, potencialmente, um lugar onde memórias se entrecruzam, dialogam, entram em conflito; lugar no 
qual, também, se busca a afirmação e registro ou se desenvolvem embates entre versões e teorias sobre as sociedades, a 
política e o mundo. 
C) o compartilhamento dos alunos com o professor deve permitir que as lembranças daquele grupo sejam valorizadas, 
garantindo que as reminiscências permitam a conservação da memória a partir da construção de imagem acrítica daquele 
passado específico. 
D) a convivência entre alunos e professores proporciona a coexistência harmoniosa de valores emvirtude da criação de 
realidades imaginárias construídas com as lembranças afetivas disponíveis na memória de cada indivíduo o que assegura 
o êxito do ensino de história. 
E) o esquecimento no processo histórico de aprendizagem pode ser evitado pelo professor a partir da prática de 
memorização de fatos e datas, tendo como referência os grupos sociais nos quais estão inseridos e assegurando que as 
lembranças sejam o elemento determinante para o conhecimento. 
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31-HISTOR HISTÓRIA 
 
 
 
 Página: 18 
Questão 29 
 
No Brasil, os estudos sobre a(s) família(s) acompanham as tendências historiográficas de outras áreas como Europa, Estados 
Unidos e Canadá, mas com a especificidade de que, aqui, há uma relação ainda mais forte com a demografia histórica. No 
período escravista brasileiro, a família exerceu importância fundamental na montagem e funcionamento das atividades 
econômicas e nas relações sociais e políticas, uma vez que diferentes aspectos da vida cotidiana, pública ou privada, dela se 
originavam ou para ela convergiam. Assim, a família escrava 
 
A) impedia a propagação da cultura africana originária dos cativos em virtude da imitação dos valores da elite branca 
manifestados, por exemplo, no casamento dos senhores. 
B) expressava um mundo mais amplo, contribuindo para a formação de identidades próprias nas senzalas devidamente 
compartilhadas por grande parte dos cativos. 
C) representava a garantia de estabilidade e segurança nas senzalas, já que os cativos queriam assegurar uma vida 
harmoniosa entre seus parentes e senhores. 
D) contribuía para o equilíbrio das sociedades açucareira e cafeeira ao operar o descarte dos valores africanos e permitir que 
os valores da casa grande fossem inteiramente assimilados pelos cativos. 
E) assegurava que as experiências da escravidão vivenciadas em diferentes partes do mundo fossem compartilhadas a partir 
das reminiscências contadas pelos mais idosos que para cá vinham encerrar suas vidas. 
 
Questão 30 
 
O historiador Alberto da Costa e Silva enxergou no livro O Tráfico dos Viventes, de Luiz Felipe de Alencastro, mais 
uma confirmação de que o Brasil se formou na escravidão. Segundo Alencastro: 
 
“Interesses negreiros comuns e complementares levaram os procuradores do Brasil (leia-se: da Bahia, de 
Pernambuco e do Rio de Janeiro) e de Angola a uma aliança contra a política da Coroa, aliança que nem 
passou pela cabeça dos procuradores das câmaras de São Paulo e do Maranhão, unidos pela prática 
comum da escravização de índios e igualmente contrariados pela política pró-indígena da Coroa e dos 
jesuítas: os primeiros estavam inteiramente integrados ao mercado atlântico, os segundos não. 
A complementaridade sul atlântica baseava-se na articulação de modos de exploração distintos que 
engendravam relações de subordinação e de troca desiguais entre as duas colônias: a única utilidade de 
Angola consistia em fornecer escravaria para assegurar a prosperidade do Brasil. Dessa assimetria nascem 
os condicionantes da presença portuguesa na África Central e as singularidades da colônia americana e da 
futura nação brasileira.” 
Luiz Felipe Alencastro. O tráfico dos viventes: formação do Brasil no Atlântico Sul, séculos XVI e XVII. 
São Paulo: Companhia das Letras, 2000. p. 330. 
 
A contribuição historiográfica de Alencastro expressa a idéia específica de que a formação brasileira se fez 
 
A) num sistema agrário e mercantil no qual a batata doce, o milho e a farinha de mandioca desempenharam um papel 
fundamental na formação colonial conjunta do capital residente na costa brasileira e na costa africana. 
B) num sistema imperial de trocas comerciais simétricas no qual é impossível distinguir um centro dominante (metrópole) e 
periferias subordinadas (colônias). 
C) num sistema fundado na economia política dos privilégios que interligava e unia as diversas partes do império 
ultramarino português na Europa, América, África e Ásia 
D) num sistema de exploração colonial unificado que compreendia, no litoral da América do Sul, enclaves de produção 
fundada no trabalho escravo e, na costa africana, áreas nas quais se reproduzia a mão-de-obra escrava. 
E) num sistema de redes governativas, fortes e frouxas, que assegurava a transmissão de conhecimentos e práticas 
administrativas por todo o império colonial português. 
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Questão 31 
 
Leia atentamente o fragmento a seguir e responda a questão: 
 
“Em 1848, a população do mundo, mesmo da Europa, ainda consistia sobretudo de homens no campo. 
Mesmo na Inglaterra, a primeira economia industrial, a cidade não era mais numerosa do que o campo até 
1851, e neste ano ultrapassava-o por pouco (51%). Em nenhum lugar, exceto França, Bélgica, Saxônia, 
Prússia e Estados Unidos, mais de 1% da população vivia em cidades de 10 mil ou mais habitantes. Por 
meados e pelo final da década de 1870, a situação havia substancialmente se modificado, mas com algumas 
poucas exceções a população rural ainda prevalecia em grande número sobre a urbana. Portanto, de longe 
a maior parte da humanidade e os destinos da vida ainda dependiam do que acontecesse na e com a terra”. 
Eric Hobsbawm. A Era do Capital 1848-1875. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1982. p.189. 
 
Em relação ao período apresentado no fragmento, é correto concluir que 
 
A) o avanço da economia capitalista transformou a agricultura com sua demanda maciça provocando o crescimento da 
quantidade de terra posta em uso agrícola, sem mencionar o aumento na produção através de melhorias na produtividade. 
B) as forças econômicas que moviam a agricultura garantiam a mudança em todas as áreas da Europa o que permitia o 
fornecimento de alimentos e matérias primas em quantidades crescentes assegurando assim o fim da fome no Ocidente. 
C) no sistema capitalista, a transição para o período de produção de mercado, com destaque para a exportação da 
monocultura, reforçava as relações sociais tradicionais e provocava reflexos positivos na economia, inibindo 
movimentos ocasionais de explosão social. 
D) em relação às propriedades camponesas mais modestas, a vantagem das grandes fazendas e plantações para o 
desenvolvimento econômico residia na sua superioridade técnica que não só assegurou a fixação da população no campo 
como, de fato, elevou-a em comparação com a cidade. 
E) as mudanças na agricultura decorreram de uma evolução natural e mantiveram sua autonomia em relação às 
transformações capitalistas como, por exemplo, no setor de transportes, com a proliferação das estradas de ferro e, na 
educação, com a expansão das escolas técnicas. 
 
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Questão 32 
 
Leia atentamente o fragmento das orientações educacionais complementares aos PCNs para História e a seguir responda a 
questão: 
“É claro que não devemos encarar os estudantes de História do ensino médio como futuros historiadores. 
Mas devemos estimulá-los a perceber diferenças e semelhanças entre os múltiplos sentidos que o passado 
pode ter em nossa sociedade, e as variadas intenções com que é invocado para referendar este ou aquele 
projeto político ou valorizar esta ou aquela inovação tecnológica, por exemplo. E, ainda, à título de 
exemplo, podemos diferenciar um sentido de passado, como padrão ou modelo para o presente”. 
Fonte: http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/CienciasHumanas.pdf. p.78. Acesso em 30 de março de 
2014 
 
Na articulação entre conceitos e as competências específicas de História, algumas questões podem ser destacadas. Para 
Heloisa Menandro, de posse de um instrumental conceitual,o aluno deve ser capaz de perceber situações semelhantes e 
diferentes nas sociedades, independentemente do tempo cronológico e do espaço físico em que tenham se organizado. Assim, 
o que deve ser valorizado são os conceitos que poderão ser construídos em continuação aos que os jovens trabalharam 
anteriormente. Com base no fragmento e no enunciado, é correto concluir sobre o ensino de História que 
 
A) o papel fundamental do ensino médio é introduzir a noção de processo histórico com a apresentação dos primeiros 
conceitos para a formação de jovens críticos a partir da identificação das semelhanças entre as sociedades da mesma 
delimitação temporal e pondo em prática o método sincrônico. 
B) o objetivo do ensino de História no ensino médio é o desenvolvimento de competências e habilidades cognitivas a 
partir de um instrumental conceitual que permita analisar e interpretar as situações concretas da realidade vivida e 
construir novos conceitos ou conhecimentos. 
C) na formação do estudante como cidadão as noções de tempo histórico não devem ser priorizadas já que o essencial 
no ensino médio é o estudo factual da história como forma de garantir ao jovem um conhecimento sólido para 
ingressar no ensino superior. 
D) os professores de história devem trabalhar a maior quantidade possível de conteúdos relevantes uma vez que isso 
assegurará a compreensão do processo histórico em todas as sociedades estudadas no ensino médio. 
E) a consistência homogênea das diferentes culturas permite a padronização das maneiras de registrar e organizar os 
calendários e assegura a exata disposição das temporalidades por parte do professor de modo a facilitar o estudo do 
passado realizado pelos jovens. 
 
Questão 33 
 
Para o historiador Carlo Ginzburg: 
 
“A história se manteve como uma ciência social sui generis, irremediavelmente ligada ao concreto. Mesmo que o 
historiador não possa deixar de se referir, explicita ou implicitamente, a séries de fenômenos comparáveis, a sua 
estratégia cognoscitiva assim como os seus códigos expressivos permanecem intrinsecamente individualizantes 
(mesmo que o indivíduo seja talvez um grupo social ou uma sociedade inteira). Nesse sentido, o historiador é 
comparável ao médico, que utiliza os quadros nosográficos para analisar o mal específico de cada doente. E, 
como o do médico, o conhecimento histórico é indireto, indiciário, conjetural.” 
Carlo Ginzburg. Mitos, emblemas, sinais: morfologia e história. São Paulo: Companhia das Letras, 1989. p. 156-
157. 
 
A correta formulação da atitude cognoscitiva enunciada por Ginzburg, isto é, do procedimento metodológico próprio à 
construção do conhecimento histórico (que é, a toda prova, uma reconstrução) é: 
 
A) quando as causas não estão disponíveis, só resta refazer a pesquisa para encontrá-las. 
B) quando as causas não estão disponíveis, só resta conformar-se porque será impossível fazer História. 
C) quando as causas não estão disponíveis, só resta inferi-las a partir dos efeitos. 
D) quando as causas não estão disponíveis, só resta registrar e publicar os dados levantados. 
E) quando as causas não estão disponíveis, só resta inventá-las a partir da criatividade do historiador. 
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 Página: 21 
Questão 34 
 
Segundo Jean Pierre Vernant, o aparecimento da polis, entre os séculos VIII e VII, constitui um acontecimento decisivo. O 
seu surgimento marca um começo, uma verdadeira invenção: por ela, a vida social e as relações entre os homens tomam uma 
nova forma bastante original. O sistema da polis caracterizava-se principalmente pela 
 
A) existência de dogmas imutáveis na prática religiosa urbana, o que demonstrava relativo imobilismo intelectual e moral 
dos gregos no período da Antiguidade Clássica. 
B) total independência dos políticos em relação à religião, o que podia ser especialmente verificado na ausência da noção de 
seres divinos em seus cultos e cerimônias públicas. 
C) utilização de técnicas de persuasão e de retórica nos debates e estudos de religião, mitologia e tragédia, revelando a 
separação entre o pensamento mágico e o racional. 
D) transformação da palavra em instrumento político por excelência, chave de toda autoridade no Estado, meio de comando 
e de domínio sobre outrem, assim como base do debate público e da fixação das leis. 
E) desorganização entre os calendários políticos e religiosos para utilização do espaço da ágora, demonstrando a dificuldade 
dos gregos na conjugação entre doutrinas filosóficas e devoções míticas. 
 
Questão 35 
 
No extrato a seguir, Boxer surpreende em seu ponto de origem e atribui densidade histórica a certo tipo de atitude social que 
hoje em dia não só se verifica presente no Brasil contemporâneo como parece fortalecer-se. 
“Como observou Peter Gay no seu estimulante e modelar trabalho sobre o Iluminismo: ‘Mesmo o cristão mais 
moderado tem de considerar a sua religião como absolutamente verdadeira (todas as outras, portanto, como 
radicalmente falsas) e os pagãos como precursores involuntários, ou inimigos incorrigíveis, ou almas miseráveis 
não iluminadas’. Esta convicção, válida durante séculos para a grande maioria dos europeus, estava, 
inevitavelmente, ainda mais enraizada nos missionários que iam para o ultramar converter os ‘ignorantes pagãos’. 
Estes modernos apóstolos, quer eles fossem sacerdotes e frades ibéricos do século XVI, ou evangelistas 
protestantes do século XIX, estavam convencidos de que possuíam a única chave para a salvação neste mundo e no 
outro. A convicção profundamente enraizada de que apenas a sua religião representava ‘o Caminho, a Verdade, a 
Vida’, e de que todos os outros credos eram fundamentalmente falsos ou lamentavelmente deformados, era a 
crença inabalável e inevitável de qualquer indivíduo com vocação missionária.” 
 
Charles Boxer. A Igreja e a expansão ibérica (1440-1770). Lisboa: Edições 70, 1981.p.55. 
 
Nos dias atuais, quando a imprensa noticia o cerceamento à liberdade de culto das religiões afro-brasileiras por parte de 
membros de outras religiões, é válido concluir que não estamos fazendo nada de novo. Nós, brasileiros, estamos apenas 
reproduzindo e aplicando em nós mesmos procedimentos dos quais fomos objeto durante a colonização. Noutras palavras, 
demonstramos que operamos a introjeção (incorporação, internalização) 
 
A) dos valores europeizados da diáspora africana. 
B) da teoria européia do caldeamento cultural. 
C) dos princípios europeus de tolerância religiosa. 
D) dos valores europeus racistas e brancos. 
E) da convicção da superioridade moral e intelectual europeia. 
 
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 Página: 22 
Questão 36 
 
De suas origens até a primeira metade do século XIX, a Revolução Industrial impactou todos os setores da sociedade 
ocidental. Na qualidade de mudança histórica e social radical, transformou a vida dos homens a ponto de torná-los estranhos 
a sua própria história até então. Sobre a Revolução Industrial e a expansão do capitalismo, é correto afirmar que 
 
A) o trabalho industrial, principalmente o trabalho numa fábrica mecanizada, impôs disciplina, regularidade e rotinas 
totalmente diferentes das praticadas no trabalho pré-industrial. 
B) o aumento da produtividade industrial provocou a redução da carga horária semanal dos trabalhadores e permitiu que o 
trabalho feminino e infantil fosse utilizado unicamente em situações emergenciais. 
C) a inexistência de uma divisão de trabalho específica facilitou o ritmo de produção, permitindo aos trabalhadores a 
disponibilidade necessária para sua organização sindical e previdenciária. 
D) o trabalho assalariado aumentou os rendimentos mensais dos trabalhadores e levou-os à projeção social num mundo cada 
vez mais articulado

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