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acidente por animais peçonhentos

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ACIDENTES POR 
ANIMAIS 
PEÇONHENTOS 
IDENTIFICAÇÃO E TRATAMENTO
Ingrid Marciano Alvarenga 
Mestranda em Ciências Veterinárias
Docente Voluntária
O QUE SÃO ANIMAIS 
PEÇONHENTOS?
• Animais peçonhentos são aqueles capazes de produzir
peçonha e armazená-lo em glândulas que se comunicam
com o exterior através de estruturas como dentes,
espinhos, ferrões, etc., especializadas para a inoculação
da peçonha em presas ou predadores.
É bom saber ...
■ Veneno Substância tóxica que causa 
efeitos quando ingerida. É produzido em 
órgão ou tecido.
■ Peçonha: Substância tóxica que causa 
efeito quando inoculada (ferrões, dentes 
etc.). É produzida em glândulas 
especializadas.
■ Toxina Substância de origem biológica 
que provoca danos à saúde.
QUAL A IMPORTÂNCIA ?
■ A notificação dos acidentes envolvendo
animais peçonhentos, quando feita de
maneira correta, é uma das formas de
atualizar o conhecimento da distribuição
desses animais pelo território.
HISTÓRICO
• 1986  crise na produção de soro 
‘antiveneno’. Notificação obrigatória de 
acidentes ofídicos. 
• 1988  notificação obrigatória de acidentes 
com escorpiões e aranhas. 
• 2010  Acidentes ofídios foi inclusos na 
Lista de Notificação Compulsória 
SINAN – Sistema de Informação de 
Agravos de Notificação
• Identificar o quantitativo de soros 
‘antivenenos’ a serem distribuídos às 
Unidades Federadas.
• Determinar pontos estratégicos de vigilância.
• Estruturar as unidades de atendimento aos 
acidentados, elaborar estratégias de controle 
desses animais, entre outros.
http://portalsinan.saude.gov.br/acidente-por-animais-peconhentos
http://portalsinan.saude.gov.br/acidente-por-animais-peconhentos
Hábitos comuns
SERPENTES
SERPENTES 
■ Serpente do sânscrito = rastejar, deslizar, 
arrastar-se. 
■ No Brasil o termo mais usado é cobra do 
latim colubra; cobra designa qualquer 
serpente ‘venenosa’ ou não, 
indiferentemente. 
PELE DE SERPENTE
■ Epiderme com queratina beta
■ Muda de pele
■ Pele sem glândulas
– Glândulas anais
– Glândulas de sal
■ Pele avascularizada
MOVIEMENTO DE SERPENTES
ALIMENTAÇÃO DAS SERPENTES 
• Resistentes ao jejum;
• Carnívoras em sua grande maioria, 
necessitam de água e podem se 
alimentar de mais de vários animais em 
um mesmo dia;
• Facilmente irritáveis após a alimentação 
podem regurgitar o animal ingerido –
repouso após a alimentação. 
O CRÂNIO DAS SERPENTES 
GLÂNDULA DE PEÇONHA
FOSSETA LOREAL
OLFATO: muito desenvolvido, processa-se por 
intermédio da língua e órgãos de Jacobson 
VISÃO : apresentam deficiência visual, ausência 
de pálpebras móveis, olho revestido por uma 
lente transparente gelatinosa. 
SENTIDOS DAS SERPENTES
SENTIDOS DAS SERPENTES 
• SISTEMA NERVOSO: é bem 
desenvolvido, cabeça inervada por 12 
pares de nervos cranianos. 
• AUDIÇÃO: a capacidade auditiva é nula 
ou pouca para os sons perceptíveis aos 
homens. Porém possui grande 
sensibilidade às vibrações do substrato, 
tendo seu corpo totalmente ou maior 
parte dele em contato com o chão. 
DENTIÇÃO DAS SERPETES
REPRODUÇÃO
■ Vivíparos 
■ Ovíparos
■ Ovovivíparos
■ 3 a 100 ovos
■ Não protege a prole
APARELHO REPRODUTOR 
MASCULINO – HENIPENIS 
GÊNEROS DAS SERPENTES 
■ Quatro principais gêneros de serpentes 
do Brasil:
– Bothrops;
– Crotalus;
– Lachesis;
– Micrurus.
Peçonhenta Não Peçonhenta 
ACIDENTES
■ A maioria dos acidentes ofídicos no Brasil são
ocasionadas por serpentes do gênero Bothrops
(75%), seguido pelo gênero Crotalus (7%).
■ A maioria dos acidentes é classificada como:
leve (50,7%), moderados (36,1%) e graves
(6,8%).
■ A letalidade geral é relativamente baixa (0,4%).
= tempo entre o acidente e o atendimento.
■ Os meses com maior frequência são de
outubro a abril (chuvosos).
Medidas de proteção contra serpentes 
•EPI
•Programa dos 4 A
• Água 
• Alimento 
• Abrigo 
• Acesso
Sinais clínicos
■ Ação vasculotóxica
– Venenos botrópicos
– Destroem membrana basal dos capilares
– Hemorragia
■ Facies miastenico
– Ptose palpebral bilateral
– Paralisia flácida dos membros
– Pode ocorrer paralisia respiratória
– Morte súbita
Ação das peçonhas
■ Hemolítica: destrói hemácias do sangue
■ Anticoagulante: destruição de 
fibrinogênio
– Jararaca
– Surucucu
– Cascavel
ESCORPIÕES 
ESCORPIONISMO
■ Ocorre com frequência e é 
potencialmente grave em extremos de 
faixa etária. 
■ 50% dos acidentes notificados provêm 
dos Estados de Minas Gerais e de São 
Paulo e a maioria em meses quentes e 
chuvosos. 
ACIDENTES
Dados epidemiológicos dos acidentes com animais peçonhentos
■ O escorpionismo atinge o primeiro lugar em números de 
acidentes com animais peçonhentos.
■ Proteólise: necrose tecidual
■ Neurotoxina: age no sistema nervoso e 
provoca ptose palpebral, dormência local, 
alteração de consciência, perturbações 
visuais
– Cascavel
– Escorpião amarelo
AÇÃO DAS PEÇONHAS
Escorpião preto e marrom
HABITAT 
■ Costuma habitar locais bem escuros 
(buracos, fendas, entre os tijolos, no meio 
de entulhos).
■ Com hábitos noturnos, durante o dia 
estão sob pedras, troncos, entulhos, 
telhas, tijolos.
ALIMENTAÇÃO
■ São animais carnívoros, alimentam-
se principalmente de insetos, como 
baratas e grilos. 
■ Quando falta alimento em sua 
região, costumam praticar o 
canibalismo (alimentam-se de outros 
animais da mesma espécie).
REPRODUÇÃO
■ Após o acasalamento, a fêmea costuma 
comer o macho que a fecundou.
■ Após a fecundação uma fêmea costuma 
gerar cerca de 50 filhotes.
PREDADORES
■ Os principais predadores dos escorpiões 
são: lacraias, sapos, gaviões, corujas, 
macacos, lagartos, aranhas, galinhas e 
camundongos.
AGRESSIVIDADE
■ Os escorpiões são pouco agressivos e 
têm hábitos noturnos.
■ Quando se sente ameaçado usa o ferrão 
para picar a vítima e introduzir sua 
peçonha.
■ Duas espécies merecem maior atenção 
médica: Tityus serrulatus, (amarelo) e
Tityus bahiensis (marrom).
Leirus quinquestriatus
■ Dor intensa
■ Febre
■ Convulsões
■ Paralisia
■ Morte
■ África e Oriente Médio
TRATAMENTO DOS 
ACIDENTES
■ Soro antiescorpiônico
– 2-3 ampolas em casos leves
– 4-6 ampolas em casos graves
■ Analgesia
– VO, IM ou bloqueio local
■ Exames complementares
ARANHAS
■ As aranhas são animais carnívoros, 
alimentando-se principalmente de insetos, 
como grilos e baratas. 
■ Muitas têm hábitos domiciliares e 
peridomiciliares. 
■ Solos, fendas, buracos, sob árvores, troncos, 
cupinzeiros.
MORFOLOGIA EXTERNA DAS 
ARANHAS
■ Apresentam o corpo dividido em cefalotórax e abdome. 
■ No cefalotórax articulam-se os quatro pares de pernas, 
um par de pedipalpos e um par de quelíceras. 
■ Nas quelíceras estão os ferrões utilizados para 
inoculação da peçonha.
PEÇONHA E MECANISMO 
DE AÇÃO
■ Retardo na inativação dos canais de 
sódio
■ Despolarização de fibras musculares, 
gerando a liberação de 
neurotransmissores
■ Ação neurotóxica
■ Ação cardiotóxica
TRATAMENTO
■ Soro antiaracnídeo
– Casos leves: 1ml
– Casos moderados: 2-4 ampolas em 
30 minutos
– Casos graves: 5-10 ampolas
■ Realizar o tratamento em UTI
Phoneutria
■ São conhecidas popularmente como 
aranhas armadeiras.
■ Constroem teia geométrica, sendo animais 
errantes que caçam principalmente à noite. 
■ Os acidentes ocorrem frequentemente 
dentro das residências e nas suas 
proximidades, ao se manusearem material 
de construção, entulhos, lenha ou calçando 
sapatos.
Loxosceles
■ Conhecida popularmente como aranha-
marrom, constroem teias irregulares em 
fendas de barrancos, sob cascas de árvores, 
telhas e tijolos empilhados, atrás de quadros 
e móveis, cantos de parede, sempre ao 
abrigo da luz direta. 
■ Não são aranhas agressivas, picando apenas 
quando comprimidas contra o corpo. 
Latrodectus
■ São conhecidas popularmente como 
viúva-negra. 
■ Constroem teias irregulares entre 
vegetações arbustivas e gramíneas, 
podendo também apresentar hábitos 
domiciliares e peridomiciliares.■ Os acidentes ocorrem normalmente 
quando são comprimidas contra o corpo.
Lycosidae
■ São conhecidas como aranha-de-grama 
ou aranha-de-jardim. 
■ Os acidentes, apesar de frequentes, não 
constituem problema de saúde pública. 
■ São aranhas errantes, não constroem 
teia e frequentemente são encontradas 
em gramados e jardins.
Aranhas caranguejeiras
■ Apresentam uma grande variedade de 
colorido e de tamanho. Algumas são 
muito pilosas. 
■ Os acidentes são destituídos de 
importância médica, sendo conhecida a 
irritação ocasionada na pele e mucosas 
por causa dos pêlos urticantes que 
algumas espécies liberam como forma de 
defesa.
O QUE FAZER EM CASOS 
DE ACIDENTES COM 
ANIMAIS PEÇONHENTOS?
DEIXE A PESSOA CALMA
• Evitar movimentos desnecessários. 
• Manter o membro acometido mais 
elevado em relação ao restante do 
corpo e levar a pessoa o mais rápido 
possível ao serviço de saúde mais 
próximo.
• O setor de toxicologia do Hospital João 
XXIII (CIAT-BH) é referência no 
atendimento a este tipo de paciente.
IDENTIFIQUE OS SINTOMAS
• No caso dos escorpiões, a dor local é 
intensa, muito forte, que se irradia pela 
região. O lugar da picada fica um pouco 
avermelhado e apresenta sudorese.
• As crianças, os idosos e os cardiopatas 
são os grupos com maior risco de óbito e 
devem ter atendimento médico rápido.
SAIBA O QUE É MITO
• Por exemplo, não adianta tentar chupar a 
peçonha no local da picada da cobra, ou cortar o 
local. O tecido do músculo impede que a 
peçonha seja sugado.
• Também não se deve usar torniquete, o que 
pode piorar o quadro clínico. E não adianta nada 
passar qualquer coisa no local, seja de picada 
ou queimadura. 
TRATAMENTO COM SORO
■ O método consiste na aplicação de um soro 
formado por concentrado de anticorpos no 
paciente, com o objetivo de combater um 
agente tóxico específico como peçonha e 
venenos. 
■ No Brasil, os soros são produzidos pela 
Fundação Ezequiel Dias, em Minas Gerais; 
Instituto Butantan, em São Paulo e Instituto 
Vital Brazil, no Rio de Janeiro.
Bothrops
■ Zonas rurais e periferias de grandes cidades, 
■ Ambientes úmidos e locais onde haja facilidade para 
proliferação de roedores
■ Têm hábitos noturnos ou crepusculares. 
Crotalus
■ São encontradas em campos abertos, áreas secas, 
arenosas e pedregosas e raramente na faixa 
litorânea. Não ocorrem em florestas e no Pantanal. 
■ Ruído característico do guizo ou chocalho.
Lachesis
■ É a maior das serpentes peçonhentas das Américas, 
atingindo até 3,5m. 
■ Habitam áreas florestais como Amazônia, Mata 
Atlântica e algumas enclaves de matas úmidas do 
Nordeste.
Micrurus (Elapídicos)
■ São animais de pequeno 
e médio porte com 
tamanho em torno de 1,0 
m, conhecidos 
popularmente 
por coral, coral verdad
eira ou boicorá.
■ Apresentam anéis 
vermelhos, pretos e 
brancos em qualquer 
tipo de combinação.
Bothrops alternatus
Urutu
Bothrops Atrox
Jararaca do norte
Bothrops erythromelas
Jararaca das secas
Bothrops Jararaca
Jararaca
Bothrops Jararacussu
Jararacuçu
Bothrops moojeni
Caiçaca
Crotalus durissus
Cascavel
Lachesis muta
Surucucu
Lachesis muta rhombeata
Família Elapidae
■ Proteróglifas: dois dentes de inoculação
■ Coral verdadeira
■ Falsa coral: Oxyrhopus sp.
Micrurus corallinus
Cobra coral
Micrurus frontalis
Cobra coral
Micrurus lemniscatus
Cobra coral
Animal constritor
Sucuri
Boa constrictor constrictor
Jiboia
ACIDENTES POR 
ANIMAIS 
PEÇONHENTOS 
IDENTIFICAÇÃO E TRATAMENTO
Ingrid Marciano Alvarenga 
Mestranda em Ciências Veterinárias
Docente Voluntária
dizi_alvarenga@hotmail.com

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