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Identidades e Diversidades Étnico-Raciais 3

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18/06/2021 Identidades e Diversidades Étnico-Raciais
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IDENTIDADES E
DIVERSIDADES ÉTNICO-
RACIAIS
CAPÍTULO 4 - É  POSSÍVEL
ESTABELECER NOVAS RELAÇÕES
ÉTNICO-RACIAIS NA EDUCAÇÃO
BRASILEIRA?
Tarcia Regina da Silva
 
INICIAR
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Introdução
Neste capítulo serão abordadas questões referentes à necessidade da reeducação
das relações étnico-raciais, que se fazem presentes no contexto educacional,
sobretudo a partir da Lei 10.639/2003 (BRASIL, 2003), atual Lei 11.645/2008
(BRASIL, 2008). Essa reeducação pode ser compreendida como o
reestabelecimento das relações entre negros e brancos que, na atualidade, vem se
afirmando de maneira desigual.
Nesse cenário, para que os estudantes negros/as possam construir uma
identidade negra positiva, elas terão que enfrentar um penoso processo de
desconstrução das representações da cultura social, midiática e literária que os
inferioriza e trata com preconceito seus corpos, sua história e sua cultura. E a
escola não pode se furtar disso. Como organizar práticas descolonizadoras na
escola? Como descolonizar os nossos fazeres e saberes na escola? Quais histórias
tem a população negra e indígena no nosso país? Quais as diferenças entre raça,
racismo, preconceito racial e discriminação racial? Como contribuir para que a
população negra possa na escola construir novas identificações?
Esse capítulo se propõe a contribuir para que você responda a essas questões.
Assim, trataremos de como o processo de colonização repercute no nosso
cotidiano e nas práticas curriculares, destacaremos algumas formas de luta da
população negra e indígena, trataremos do significado de alguns termos presentes
no debate sobre a questão racial e por fim, apresentaremos possibilidades para
que na escola se possa reeducar para as relações étnico-raciais.
Bom estudo!
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4.1 Promovendo a igualdade na escola:
descolonizar os saberes e as relações
Você certamente já ouviu falar sobre o fato histórico de que o Brasil foi colônia de
Portugal, concorda? Durante mais de 300 anos o Brasil foi dominado pelos povos
europeus. Entretanto, embora não sejamos mais o “Brasil-Colônia”, a nossa forma
de organizar a vida cotidiana ainda é muito influenciada pelo processo de
colonização.
Para evidenciar essa premissa, podemos recorrer à nossa formação sociocultural
que emergiu num contexto de mudanças vividas no continente europeu. A
descoberta pelos europeus de novas rotas marítimas a partir do Oceano Atlântico,
na Idade Moderna, reconfigurou o modo deles verem a si mesmo e aos outros.
Nesse contexto, no século XV, o povo europeu encontrou do outro lado do oceano
povos fisicamente muito diferentes deles, levando-os a questionar o conceito de
humanidade. Quem são esses povos do além-mar? Será que são humanos ou
bichos? Têm ou não alma?
A grande questão que está posta nesse cenário é o fato de que na América, um dos
elementos estruturantes da Modernidade foi que as diferenças entre
conquistadores e conquistados foram assumidas como uma questão de raça, ou
seja, a raça foi utilizada para estabelecer a diferença entre os povos. Assim,
embora o processo de colonização no nosso país tenha se encerrado, a
colonialidade ainda se faz presente entre nós, influenciando a nossa forma de
olharmos para nós mesmos e, sobretudo, para o outro. Mas o que você entende
por colonialidade? Quais os seus efeitos? Como ela repercute no espaço escolar?
As respostas serão respondidas nesse tópico.
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Ao conceber as diferenças a partir da ideia de raça, uns foram colocados num
plano superior aos outros, isto é, os brancos foram incorporados como superior
aos negros. Dessa maneira, ser negro na nossa sociedade, além de designar o
indivíduo deste grupo étnico-racial, pode significar: “encardido, funesto, sinistro,
tenebroso, lúgubre, triste, nefasto etc.” (MICHAELIS, 2018. s. p.), são essas as
definições apontadas pelos mais importantes dicionários da nossa língua. O negro
é aquele que, nesse cenário, em geral, não se deseja ser.
A ideia de raça em sentido moderno como conhecemos hoje, só foi concebida
após a história da colonização da América, sendo um dos principais argumentos
utilizados nas relações de dominação que orientavam o projeto de conquista.
Etimologicamente, o conceito de raça veio do italiano razza, que tem sua origem
no latim ratio, que significa sorte, categoria, espécie. O termo raça, até o século
XVIII, antes de adquirir o sentido biológico, se referia ao conjunto de descendentes
de um ancestral comum, com ênfase nas relações de parentesco, sem realçar
características como cor de pele e outros traços físicos (MUNANGA, 2010).
Figura 1 - Na América a questão racial transformou-se no principal item para a organização da
população. Fonte: Janaka Dharmasena, Shutterstock, 2018.
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No século XVIII, a cor da pele foi considerada um critério fundamental entre as
chamadas raças, ficando nesse estágio a espécie humana dividida em três raças
que povoam até hoje o imaginário coletivo: raça branca, negra e amarela. A partir
do século XIX, foram acrescentados à cor outros critérios tais como: a forma do
nariz, dos lábios, do queixo, do crânio, o ângulo facial.Na segunda metade do
século XIX e na primeira metade do século XX, a discussão sobre raça permeava a
vida social, os antropólogos e juristas discutiam sobre a aplicabilidade das
mesmas leis para pessoas que eram tidas como racial e evolutivamente diferentes.
Ainda no século XX, o conceito de raça passou por uma série de reformulações.
Com o desenvolvimento do campo genético, hoje dispomos de inúmeras
evidências de que o termo raça é apropriado para designar a biologia de algumas
espécies animais, mas não se mostra adequado para configurar o ser humano.
Não há raças diferentes. Somos todos da raça humana independente (MUNANGA,
2010). 
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Nesse contexto, reconhecemos que as “raças são na realidade, construções
sociais, políticas e culturais produzidas nas relações sociais e de poder ao longo
do processo histórico” (GOMES, 2005, p. 49). Entretanto, desconsiderando tal
evidência de que não existem raças diferentes, o conceito de raças diferentes, ou
seja, de biologização da raça, serviu como pretexto para validar as já utilizadas, há
 Figura 2 - As
ciências biológicas e sociais durante alguns séculos se esforçaram para legitimar o racismo científico,
defendendo que havia três raças distintas. Fonte: Mopic, Shutterstock, 2018.
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muito tempo, práticas e ações de relações de superioridade e inferioridade entre
os conquistadores/conquistados, ou melhor, dominantes/dominados, entre
brancos e não-brancos.
Ao afirmar o seu povo como referencial para toda a humanidade, a elite branca
consolidou umatomada simbólica que tem repercutido na “autoestima e o
autoconceito do grupo branco em detrimento dos demais, e essa apropriação
acaba legitimando sua supremacia econômica, política e social” (BENTO, 2014, p.
25). Na outra ponta dessa história está a população negra que, a partir dessa
referência, constrói a sua identidade racial atrelada a esse imaginário negativo
que corrói sua autoestima, culpabilizando-se pela discriminação sofrida e
aceitando as desigualdades vivenciadas.
Dessa forma, esse processo de colonização atuou de forma tão atuante que
dizemos que ela produziu uma nova intersubjetividade. Para tal feito, a Europa
atuou tanto controlando todas as formas de regulação da nossa subjetividade, da
cultura e de maneira mais incisiva do conhecimento, reprimindo a forma de
produção do conhecimento dos colonizados, suas referências para a produção de
sentidos, seu universo simbólico e suas formas de expressão e objetivação da
subjetividade, e, ainda, obrigando os colonizados a aprenderem parcialmente sua
cultura para utilizá-la nos campos material, tecnológico e subjetiva,
principalmente religiosa.
Para a pesquisadora Catherine Walsh (2009) a colonialidade é a forma pela qual
uns se sentem superiores a outros produzindo um lastro de discriminação racial. O
projeto de colonialidade se materializa a partir de quatro eixos: a colonialidade do
poder (QUIJANO, 2005), a colonialidade do saber, a colonialidade do ser e a
colonialidade cosmogônica da mãe natureza e da vida mesma.
A colonialidade do poder refere-se à raça como um fator de classificação, bem
como de controle social. A colonialidade do saber articula-se a perspectiva
eurocêntrica como detentora da razão, do conhecimento e pensamento. Tal efeito
da colonialidade pode ser sentido ao pensarmos as nossas matrizes para
produzirmos na academia conhecimentos. Quantos dos pesquisadores africanos,
asiáticos são referências nas nossas pesquisas? A colonialidade do saber age de
maneira a desqualificar toda e qualquer outra forma epistêmica e outros
conhecimentos que não incorporem a matriz europeia.A colonialidade do ser é
vivenciada através da inferiorização, subalternização e desumanização de alguns
grupos humanos. Nessa direção, inserem-se a população negra e a indígena. O
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último eixo, o da colonialidade cosmogônica da mãe natureza e da vida,
desconsidera “o mágico-espiritual-social, a relação milenar entre os mundos
biofísicos, humanos e espirituais – incluindo dos ancestrais, espíritos, deuses e
orixás” (WALSH, 2009, p. 10). Isso pode ser evidenciado na desvalorização das
religiões de matrizes africanas, bem como, nas variadas expressões dos cultos
indígenas.
Mas, como essa questão repercute na escola? Como construir práticas
descolonizantes? O primeiro ponto para essa empreitada de repensar a escola
pode ser a desconstrução desse imaginário negativo do outro. Duschatzky e Skiliar
(2011, s. p.) afirmam que a alteridade pode ser pensada a partir de três prismas: “o
outro como fonte de todo o mal; [...] o outro como sujeito pleno de um grupo
cultural; [...] o outro como alguém a tolerar”.
O outro como fonte de todo mal foi a marca predominante do século XX, pois essa
caracterizou-se como o século mais mortífero da nossa história, perpassado tanto
por conflitos bélicos como por genocídios, matanças étnicas, apartheid, ditaduras
militares, violência física e legalista contra os migrantes. Os autores também
destacam que o ato expulsor não se realiza apenas pela eliminação física, e
lembram que a coação interna, legitimada a partir das regulações das leis,
costumes e moralidade, também contribuiu para a construção dessa ideia do
outro.
Nessa perspectiva, posicionamo-nos frente ao outro, encarnando um modo
binário e dicotômico. Assim, uns são os bons, os saudáveis, os inteligentes, os
heterossexuais, os brancos. E os outros, são os ruins, os deficientes, os ignorantes,
estrangeiros, homossexuais, negros, evidenciando numa escala hierárquica, o
privilégio do primeiro termo sobre o segundo.
Na segunda perspectiva evidenciada por Duschatzky e Skiliar (2011), os outros são
apresentados como sujeitos plenos de uma marca cultural partindo da concepção
de que as culturas são comunidades homogêneas de crenças e estilos de vida. A
radicalização desta tendência conduz à percepção da identidade do outro na pura
diferença, ou seja, há uma invisibilidade das relações de poder e conflito e essa
nega as relações entre sujeitos e grupos sociais. No campo educacional,
apresenta-se a partir de uma perspectiva folclórica, sendo vivificada nas datas
comemorativas ou de forma exótica. Outras vezes apropria-se do termo
diversidade para nomear os que têm “déficit”, ou seja, os que são vistos com
necessidades especiais, os pobres, entre outros.
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A terceira perspectiva apresenta o outro como alguém a tolerar. Essa premissa
reconhece a existência das diferenças, porém apresenta um paradoxo, pois ao
mesmo tempo em que solicita reconhecer o outro como princípio, reconhece
também que é preciso aceitar o outro com seu comportamento antissocial ou
opressivo. Ela se assemelha à indiferença, porque pode vir a se tornar um
mecanismo de esquecimento, fazendo com que as memórias da dor sejam
eliminadas, bem como um pensamento da desmemória, da conciliação com o
passado, um pensamento frágil, light, que não convoca a interrogação e que
pretende livrar-se de todo o mal-estar. Um pensamento que não deixa marcas,
sendo, pois, desapaixonado, descomprometido.
No âmbito educacional, a tolerância nos convida a evitar as polêmicas, o
questionamento da ordem vigente, comprometendo a nossa criticidade e o nosso
engajamento com a mudança. Essas formas de perceber, conceber e conviver com
o outro, evidenciam que é preciso e urgente assumir a diferença como um
elemento constituinte do processo educativo, tendo em vista que esses são
construtos das relações socioculturais. Assim, devemos reconhecer a presença dos
mais diversos coletivos na história da nossa formação social, política, cultural e
educacional. Ao mostrarem-se como sujeitos históricos, essas populações à
margem do processo histórico tensionam o campo do debate epistemológico e
político-pedagógico refutando a sua inexistência. 
Logo, para entrar em sintonia com esse tempo, faz-se necessário que os/as
educadores/as reconheçam as diferenças e a suas transformações em
desigualdades, permitindo e possibilitando que os estudantes estabeleçam
identificações com aquilo que a princípio para ele é tido como diferente,
compreendendo os processos históricos, sociais, culturais, políticos e econômicos
que geraram tais diferenças, além de serem capazes de propor ações que se
posicionem e que incidam contra toda e qualquer forma de preconceito e
discriminação racial. 
4.2 Movimentos negros e indígenas:
resistir, lutar e educar
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Você já se resistiu ou teve que lutar muito por alguma coisa? Certamente, sim!
Teve êxito? Em caso positivo, já experimentou a sensação de vitória, de conquista.
Em caso negativo, é importante continuar lutando por aquilo que se almeja. No
caso das populações que trataremos nesse item, a população indígena e negra,
ressaltamos que ao longo de toda a história dos Brasil esses grupos vêm
assumindo um longo e duro movimento de resistência pela sua sobrevivência e
garantia dos seus direitos desde a invasão europeia. Já se passaram mais de 500
anos e tanto negros quanto indígenas ainda não conquistaram condições de
igualdadena nossa sociedade.
Dessa maneira, ao mesmo tempo em que resgataremos um pouco das principais
lutas do movimento negro, salientaremos que essas lutas permanecem vivas e são
frutos de muitas batalhas e ainda de mortes. Resiste-se judicialmente,
moralmente, nas escolas e nas universidades, nas favelas, nas aldeias, nos campos
e nas cidades. É uma luta contínua que não cessa. Índios e Negros precisam
cotidianamente se fortalecer, pois vivemos numa sociedade que a raça é assumida
como elemento hierarquizador, discriminador e vetor de oportunidades.
Nessa tessitura, a população indígena que violentamente foi tratada desde a
chegada dos colonizadores portugueses se uniu superando os conflitos internos
que favoreceram o seu processo de domínio e extermínio para juntos criarem as
suas organizações que visa à conexão entre os diferentes povos indígenas, a
sociedade local e global, constituindo o movimento indígena organizado. O
movimento indígena pode ser compreendido como um arcabouço de estratégias e
ações que os povos e comunidades indígenas vivenciam buscando a defesa e a
proteção de seus direitos, bem como, dos seus interesses coletivos,
principalmente o direito a terra.
Entre as principais conquistas do movimento indígena podemos citar os direitos
adquiridos na nossa Constituição, a ratificação pelo governo brasileiro da
Convenção n. 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), em 2003 que
evidencia avanços no reconhecimento dos direitos indígenas coletivos, com
retrospecto nos com significativos aspectos de direitos econômicos, sociais e
culturais. A participação política dos indígenas nos governos municipais,
estaduais, a proposta educacional específica e diferenciada para a Educação
Indígena e a demarcação de terras (ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DO
TRABALHO, 2003).
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O livro “O Índio Brasileiro: o que você precisa saber sobre os povos indígenas no Brasil de hoje”
(LUCIANO, 2006), organizado pelo Ministério da Educação, busca contribuir para difundir as bases
conceituais sobre o conhecimento da sociodiversidade dos povos indígenas no Brasil contemporâneo,
bem como visa fornecer subsídios para o fortalecimento dos estudantes indígenas no espaço
acadêmico. Para ler acesse: <http://unesdoc.unesco.org/images/0015/001545/154565por.pdf
(http://unesdoc.unesco.org/images/0015/001545/154565por.pdf)>. 
Entretanto, ainda há muito a se conquistar, apresentando-se como um grande
desafio a garantia de condições sociais, jurídicas e de cidadania, dentro de um
contexto que também assegure a identidade indígena, ou seja, as suas culturas,
tradições, conhecimentos, valores e formas de organização. 
VOCÊ QUER LER?
Figura 3 - Os povos indígenas, desde a chegada dos europeus à América, vêm enfrentando o grande
desafio de legitimar os seus direitos. Fonte: Filipe Frazao, Shutterstock, 2018.
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http://unesdoc.unesco.org/images/0015/001545/154565por.pdf
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Para a população negra, a resistência negra refere-se a todas as lutas e
movimentos de fugas, de desobediência civil e militar da população negra
africana, bem como, dos seus descendentes, ou seja, da diáspora africana. Desde
o período do Brasil colonial até os dias atuais a população negra resiste e enfrenta
a escravidão antiga e moderna de variadas formas e com múltiplas estratégias.
Ao longo da nossa história, vários foram os relatos de suicídios, abortos e
tentativas de fugas, visando à liberdade dos negros/as. Nesse cenário,
destacaremos alguns movimentos que marcaram essa história de luta e
resistência. Certamente, a maior delas foi o do Quilombo dos Palmares, localizado
na Serra da Barriga, em Alagoas. É preciso salientar que houve e há vários
quilombos espalhados pelo Brasil e que eles representam uma forma de luta da
população negra. 
O livro “Quilombos: espaços de resistências de homens e mulheres negros” é organizado a partir de um
texto para que todo professor possa refletir sobre como os quilombos de ontem e de hoje são
organizados, e como eles se afirmam ao longo do tempo como espaço de valorização da identidade e
da cultura negra. A obra foi produzida pelo Ministério da Educação, sob a coordenação de Schuma
Schumaher (2005). Para ler acesse:
<http://www.pontaojongo.uff.br/sites/default/files/upload/quilombos_-
_espacos_de_resistencia_de_h_e_m_negros.pdf
(http://www.pontaojongo.uff.br/sites/default/files/upload/quilombos_-
_espacos_de_resistencia_de_h_e_m_negros.pdf)>. 
Muitos pesquisadores, entre os quais Schumaher (2005), destacam que o
Quilombo dos Palmares pode ser considerado um “estado africano” no nosso país.
Ele teve a sua origem em pleno século XVII e perdurou até 1695. Era construído por
uma articulada estrutura do seu território, da força militar e também no que se
refere aos aspectos administrativos. Tinha como a sua capital, Macacos. Era
organizado em mocambos (SCHUMAHER, 2005).
VOCÊ QUER LER?
http://www.pontaojongo.uff.br/sites/default/files/upload/quilombos_-_espacos_de_resistencia_de_h_e_m_negros.pdf
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Era formado pela população negra, mas também havia índios e os brancos das
camadas populares, evidenciando o contexto democrático que se afirmava
naquele território. Embora, tenha sido incorporada a história pelo fato da
decapitação do seu líder, Zumbi dos Palmares, ali se constituiu uma das mais
pulsantes formas de resistência negra.
Tal fato, não pode desconsiderado como uma estratégia colonial de negação do
protagonismo da população negra. Assim, a importância dessas instâncias de
resistências que importunaram com firmeza a ordem existente, desafiando o
poder vigente foram diluídos para que a população negra não se afirmasse como
seres de luta e conquistas.
Outra questão importante a se destacar é a participação das mulheres negras nos
quilombos. Mas, por que essa história é pouco divulgada? Não podemos esquecer-
nos do processo de exclusão que envolve raça e gênero na nossa sociedade,
protagonismo não é dado nem a negro, tampouco a mulher. Dessa forma, as
mulheres negras foram aligeiradas da história por um duplo processo de exclusão.
Entre tantas mulheres, sobressai-se a rainha do Quilombo, Mariana Crioula que
atuou com vigor na fuga de um quilombo do Rio de janeiro. Há relatos de que ela
resistiu bravamente para se entregar e gritava firmemente: “morrer sim, entregar
não!”. Outro exemplo importante de resistência é o de tia Ana que organizou uma
revolta no Ceará, em Viçosa evidenciando a força das mulheres negras
(SCHUMAHER, 2005).
Outra forma de luta que merece destaque é a comandada por João Cândido, o
Almirante Negro, em 1910, conhecida como Revolta da Chibata. Essa aconteceu na
Marinha Brasileira principalmente contra os castigos físicos aos quais os
marinheiros eram submetidos. O movimento também almejava uma melhor
alimentação e o cumprimento da lei do reajuste salarial (ALMEIDA, 2011).
Após um acordo estabelecido entre a Marinha, os marinheiros e o governo foi
decretado o estado de sítio e se instalou um período de forte repressão aos
participantes do movimento. Muitos foram presos, torturados, fuzilados, levados
para a região Norte, do Amazonas. O Almirante Negro foi duramente preso,
castigado, torturado por um ano e meio até que com a ajuda dos advogados pagos
pelas irmandades religiosas de Nossa Senhora do Rosário, foi liberto (ALMEIDA,
2011).
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VOCÊ SABIA?
O “Atlas da Violência” (CERQUEIRA et al., 2017) destacou que a população negra
corresponde a maioria (78,9%) dos 10% dos indivíduos com mais chances de serem
vítimas de homicídios. Em 2015, em média, os brasileiros brancos ganhavam o
dobro do que os negros: enquanto um indivíduo branco tinha uma renda de
R$1.589,00 um negro tinha uma renda de R$898,00 mensais, conforme dados do
Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) e da Pesquisa Nacional por
Amostra de Domicílios (PNAD). Disponível em:
<http://ipea.gov.br/portal/images/170609_atlas_da_violencia_2017.pdf
(http://ipea.gov.br/portal/images/170609_atlas_da_violencia_2017.pdf)>. 
Mas, a resistência continua! Os dados evidenciam que cotidianamente a
população negra e indígena continua na luta para ser reconhecido e respeitado. O
que aponta para o fato de que pouca coisa mudou de 1500 até os dias atuais em
termos estruturais.
4.3 Vista a minha pele
Você já se perguntou sobre qual é o seu diferencial? Observamos comumente na
mídia que a diferença é uma questão muito valorizada. Assim, para vender os seus
produtos cada empresa faz questão de apresentar o diferencial de cada produto.
No nosso cotidiano, nós também valorizamos muito o que nós fazemos de melhor,
o que nos torna únicos. Assim, a diferença é algo que nos torna autênticos.
Entretanto, nem toda diferença é valorizada socialmente, bem como, algo que é
num contexto muito valorizado, em outro serve como elemento de eliminação,
desvalorização. Nesse sentido, a diferença não pode ser considerada nem boa,
nem tampouco ruim, é a partir do que ela se vincula que ela recebe essa
valoração.
Frente a essa questão precisamos refletir sobre como as diferenças observadas
entre nós e os outros tem se constituído como disparador de muitos preconceitos,
atos de discriminação, construção de ideologias oriundas dessas práticas e até de
violência física. Nesse item trataremos de como a diferença racial vem se
http://ipea.gov.br/portal/images/170609_atlas_da_violencia_2017.pdf
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constituindo no nosso país num elemento de desigualdade para a população
negra, esclarecendo alguns termos comumente utilizados nesse debate, tais
como: raça, racismo, preconceito, discriminação. 
Somos todos diferentes uns dos outros. Cada um tem seu nome, uma ou várias
habilidades, as suas características físicas, comportamentos, preferências. Esses
são traços que nos ajudam a compor a nossa identidade, bem como, o que nos
difere dos outros. Assim, nos diferenciarmos uns dos outros é uma coisa normal e
fundamental para a construção da nossa identidade.
Tendo em vista esse panorama, assentimos que a produção das diferenças
ultrapassa as características biológicas. Elas são construídas pelos sujeitos ao
longo do processo cultural e histórico. Na contemporaneidade, as lutas pelo
respeito a essas diferenças têm sido constantes nos diversos âmbitos sociais.
Entretanto, cabe diferenciarmos os termos diversidade de diferença que tem sido
comumente utilizado como sinônimos. A diversidade propõe a inclusão de
“alguns” repertórios culturais na cena da cultura dominante, recorremos a ele para
tratar de uma política que almeja a tolerância e o respeito, mas utilizamos o termo
Figura 4 - O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) organiza seu trabalho a partir da
autodeclaração. Fonte: Dean Drobot, Shutterstock, 2018.
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diferença para salientar que esse processo que engloba a produção das diferenças
e seus elos, se relacionam as questões referentes ao poder e a autoridade. A
diferença se propõe a questionar quais desses repertórios que tratam dos
marginalizados podem entrar em cena.
De acordo com Munanga (2010), o problema não é a raça, mas as representações
dessa palavra e a ideologia dela derivada. Ele esclarece que não haveria nenhum
problema para a humanidade se a classificação dos grupos humanos fosse
estabelecida de acordo com as características físicas. Entretanto, o problema
reside na hierarquização onde estabeleceram uma relação direta entre a cor da
pele, o fenótipo e as características psicológicas, morais, intelectuais e culturais.
Nessas condições, assimilaram que no mais alto patamar da cadeia estavam os
europeus e nos níveis inferiores, negros e índios, gerando a partir da
hierarquização das diferenças, a concepção do racismo científico ou racialismo
(ideia biológica das raças) onde foi utilizado um conceito doutrinário para
justificar e legitimar os sistemas de dominação racial. A partir desse cenário, as
pessoas começaram a ser analisadas a partir da sua raça.  
Figura 5 - O racismo brasileiro atua silenciosamente, mas não deixa de ser percebido na vida da
população negra. Fonte: View Apart, Shutterstock, 2018.
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Se já sabemos que não existem raças diferentes, que formamos a raça humana, o
que entendemos pelo termo raça hoje? Utilizamos o termo raça não relacionado à
ideia que predominava nos séculos passados, o usamos a partir de uma nova
configuração que se ancora na perspectiva social e política da palavra, pois a
discriminação racial e o racismo ainda pulsante no nosso país não ocorrem apenas
vinculados aos aspectos culturais vivenciados pelos diferentes grupos étnico-
raciais, mas também por causa da associação que a nossa sociedade faz entre a
população negra e os aspectos físicos visíveis na estética corporal.
Observe o caso a seguir, que teve vídeo veiculado pelo G1 (LARA, 2017): 
CASO
No dia 15/11/2017 o ator Diogo Cintra, homem negro, voltava de uma festa
na cidade de São Paulo quando foi abordado por dois homens pedindo
que entregasse o celular e dinheiro. Como estava perto do terminal de
ônibus, ele correu para pedir apoio aos vigilantes do local que não o
ajudou. Ele ainda avistou quatro seguranças e novamente tentou auxílio.
Os assaltantes que já tinham lhe abordado vieram com um pedaço de pau
para cima dele e alegaram para os seguranças que eles é que tinham sido
roubados. Eles voltaram acompanhados de uma mulher e três homens
com dois cachorros. Em frente aos seguranças, o grupo alegou que tinha
sido roubado pelo ator e sem nenhum questionamento os seguranças
acreditaram na versão dos assaltantes. Diogo Cintra foi fortemente
espancado. É nesse contexto que afirmamos que vivemos num país racista,
onde a cor representa para o negro um constante risco (LARA, 2017). Para
assistir ao vídeo, acesse o endereço: <https://g1.globo.com/sp/sao-
paulo/noticia/video-mostra-jovem-negro-sendo-arrastado-por-
agressores-sob-olhares-de-segurancas-de-terminal-em-sp.ghtml
(https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/video-mostra-jovem-
negro-sendo-arrastado-por-agressores-sob-olhares-de-segurancas-
de-terminal-em-sp.ghtml)>. 
Nesse contexto, conforme afirma Santos (2003, p. 33), a população negra é vista a
partir de um pesado tripé, rotulado quase sempre “[...] de intelectualmente frágil,
esteticamente feio e de caráter duvidoso”. Essas formas arcaicas de pensar o negro
exercem influências negativas na constituição da sua identidade, da sua cultura e
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da própria sociedade. Nessesentido, o termo raça tem sido utilizado para informar
como elementos que compõem as características físicas da população negra, tais
como a cor de pele, tipo de cabelo, entre outras, têm influenciado, interferido e até
mesmo determinado o destino e o lugar social desse grupo étnico-racial no
interior da nossa sociedade.
VOCÊ SABIA?
Que como se não bastasse todo o preconceito que vimos até aqui, as mulheres
negras também são absurdamente as mais atingidas pela violência obstétrica
(65,4%) e pela mortalidade materna (53,6%), de acordo com Fioretti (2014). Para
saber mais, acesse o endereço: <https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/18154
(https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/18154)>.
Dessa forma, ao falarmos sobre raça estamos falando do processo social, político,
histórico e cultural resultante de relações desiguais de poder desde a nossa
colonização. Não se relacionando de nenhuma maneira com um dado da
natureza, uma questão biológica. É através da cultura que nós aprendemos a
enxergar a população branca e a população negra como diferentes através da
maneira que somos educados pela nossa família, pela mídia, pela igreja, entre
outros, provocando a introjeção dessas referências na nossa forma de ser, e de ver
e conviver com as diferenças. 
Figura 6 - O reconhecimento e o respeito às diversidades culturais solicitam a articulação com a
democracia. Fonte: Djomas, Shutterstock, 2018.
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Se já sabemos o que é raça, o que é o racismo? O racismo parte da premissa de
que há um grupo superior ao outro. Logo, ele é a justificação teórica utilizada para
legitimar as ações política de discriminação, segregação, exclusão e eliminação
baseada na ideia de que existem raças humanas com características determinadas
e imutáveis, ou seja, recorrem a questão biológica para legitimar as ações.
O racismo tanto pode evidenciado através de uma ação de abominação,
comportamento de repulsa que se dá de ódio relacionado com as pessoas que
pertencem a um determinado grupo racial cujos traços fenótipos como a cor da
pele, o cabelo, o formato da boca, do nariz, entre outros. Como também pode ser
representado por meio de um repertório de ideias e imagens referentes à
população ou grupos humanos que se orientam a partir da ideia de que existem
raças diferentes, umas superiores e outras inferiores. Também pode ser
compreendida como o desejo de fazer prevalecer uma verdade, uma crença
particular como universal, única, verdadeira.
Salientamos ainda, prezado/a estudante, que o racismo pode ser expresso de
maneira individual ou institucional. No individual ele se caracteriza por atos de
uma pessoa contra outra e infelizmente temos presenciado muitos desses
principalmente nas redes sociais. No formato institucional, relaciona-se com as
práticas organizadas do Estado ou com o seu apoio indireto. Como exemplo
dessas práticas podemos citar a negação da população negra nos livros de
literatura infantil, os índices do analfabetismo da população negra, o pouco
protagonismo dos negros nas novelas, filmes e campanhas publicitárias
(MUNANGA, 2005), nos dados estatísticos que revelam as desvantagens da
população negra no mercado de trabalho quando comparada com outros grupos
étnico-raciais, os dados da violência que atingem a população negra jovem, entre
tantos exemplos.
Vamos agora esclarecer que o preconceito racial e a discriminação racial não são
as mesmas coisas. O preconceito está ligado ao campo das ideias, ou seja, trata-se
de um julgamento prévio de algo. Refere-se, dessa forma, a uma opinião, ideia que
são organizados anteriormente, sem análise ou observação do fato. O preconceito
racial refere-se a uma ideia negativa e prévia, pois se dá antes mesmo de
conhecermos ou nos aproximarmos de alguém que faz parte de um grupo racial
ou étnico.
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Em geral, as pessoas negam que são preconceituosas. Mas, tem dificuldade em
dizer que são negras, ao olharem para um indivíduo negro num carro de luxo
imaginam que ele é motorista, numa abordagem policial, a pessoa negra é a
primeira a ser revistada. Essas são ações que resultam do preconceito que
permeia o nosso imaginário. O nosso processo de socialização que começa na
nossa família e se amplia no convívio na escola, no espaço religioso que
frequentamos, com os amigos, através das propagandas, novelas, filmes nos
acompanha também na nossa vida profissional. Nesse contexto, as crianças
aprendem com os adultos as práticas racistas.
Dessa maneira, precisamos ressaltar o que nos ensinou Mandela (2005), nós não
nascemos odiando uma pessoa por causa da cor da sua pele, é no contexto da
cultura que nós aprendemos isso. Dessa feita, se nós aprendemos a odiar, também
podemos aprender a respeitar, a acolher e a celebrar as diferenças, reconhecendo
o outro como verdadeiramente outro, que não necessita se adequar aos meus
padrões para ser aceito.
Você conhece a história de Nelson Mandela? Ele foi um advogado, também líder rebelde e presidente
da África do Sul entre 1994 a 1999. Foi o mais importante líder da África Negra, principal representante
do movimento contra o apartheid, sendo considerado um guerreiro na luta pela liberdade do seu povo.
Para saber mais, recomendamos o livro, escrito pelo próprio líder, “Conversas que tive comigo”
(MANDELA, 2010). 
O preconceito assume um caráter limitante porque nos impede de aproximarmos
daquilo que não conhecemos. Na contemporaneidade, é imprescindível que
possamos nos permitir a relação com aquilo que é diferente de nós estabelecendo
novas formas de identificação. Como educadores/as necessitamos dialogar com as
diferenças, sem julgamentos e preconceitos, visto que, é a partir dessa
aproximação que introjetamos novas experiências a nossa existência, nos
possibilitando desvincular das práticas preconceituosas que fazem parte do nosso
ser.
VOCÊ O CONHECE?
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E o que seria, então, a discriminação racial? Discriminar, como bem sabemos,
representa listar, separar, organizar em categorias. A discriminação perde o seu
caráter de ato de classificação, que se propõe a estruturar alguma coisa em
categorias, quando se dispõe a partir de determinados valores a instaurar
hierarquias. No contexto da nossa discussão, a categoria raça foi criada e a partir
dela os brancos são incorporados como superiores aos negros, indígenas e
amarelos.
A grande diferença da discriminação racial para o preconceito racial e o racismo é
que enquanto esses se dão no campo do pensamento, a discriminação é o ato.
Vale ressaltar ainda que a discriminação pode ser direta ou indireta. A direta é
aquela cuja pessoa é discriminada por causa da sua cor. A indireta é fruto da
desigualdade das condutas administrativas, das políticas públicas e até mesmo
das empresariais que são aparentemente isentas, mas que possuem grande
habilidade discriminatória. 
No filme Vista a minha pele (2004), com direção de Joel Zito Araújo  e argumento de Maria Aparecida
Bento, apresenta-se um racismo às avessas, onde a população branca representa a classe discriminada
e a negra a dominante. Nesse contexto, duas adolescentes disputam o título de rainha da festa junina. É
uma interessante reflexão sobre os conceitos apresentados. Para assisti-lo, acesse:
<https://www.youtube.com/watch?v=JIvjTmQgXOA (https://www.youtube.com/watch?
v=JIvjTmQgXOA)>.
Para caminharmos nesse sentido de reconhecermos o outro como outro,
trazendo-o para a centralidadeda prática pedagógica, torna-se imprescindível
reconhecer o papel da Lei 10.639/2003 – a atual Lei 11.645/2008 – que tornou
obrigatório o ensino da História da África e dos africanos e da população indígena,
no currículo escolar do ensino fundamental e médio, pois, além de resgatar
historicamente a contribuição desses grupos na construção e formação da
VOCÊ QUER VER?
https://www.youtube.com/watch?v=JIvjTmQgXOA
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sociedade brasileira, essa lei possibilita que o/a estudante negro/a e indígena seja
visibilizado/a, respeitado/a e tenha a sua diferença incluída na Educação Básica
(BRASIL 2003; 2008). 
4.4 Consolidando e repensando as
identidades
Ao longo da nossa conversa fomos destacando a premência de trazer para a
centralidade das nossas práticas educacionais a questão da diferença, salientando
que para tal feito precisamos estar desarmados dos nossos preconceitos para que
possamos criar identificação positiva com o outro. Salientamos que o diferente
nem sempre é visto como encantador. Na maioria das vezes, ele nos aterroriza,
amedronta, ameaça. Em geral, tem-se a impressão que ele destoa da ordem
socialmente vigente. Assim, precisamos refletir sobre a necessidade de
descolonizarmos cotidianamente os nossos olhares, saberes e fazeres
pedagógicos possibilitando a nós mesmos e aos estudantes a revisitação aos
nossos valores, ações, preconceitos, a nossa forma de ver, ser e estar no mundo.
A nossa sociedade, através do processo de colonização estabeleceu uma
identidade como norma. Nesse contexto, ser branco foi assumido como uma
dessas normas e a normalização é um das mais sutis maneiras da colonialidade
que se apresenta na questão da identidade e da diferença. Assim, a raça branca foi
eleita arbitrariamente como uma identidade privilegiada, assumindo todas as
características positivas. Logo, ela não é compreendida como uma identidade,
mas como a identidade.
A partir dessa inferência, comumente ouvimos falar que cabelo bom é cabelo liso,
que negro correto tem alma branca, que negro quando não faz na entrada, faz na
saída, que negro só pode ser médico por causa das cotas, entre tantas afirmações
baseadas no racismo e na perspectiva da colonialidade tão impregnada no nosso
imaginário.
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Tais resquícios também chegam ao espaço escolar e se legitimam através de uma
pedagogia de racialização que se esforça em educar os sujeitos racialmente de
forma fixa, pensando-se universal. Dessa maneira, nega-se a identidade do
estudante negro, seus elementos estético-córporeo, o seu protagonismo juvenil, a
sua cultura, a sua música e a sua dança, a sua religiosidade. Pouco ou nada se fala
da história e da cultura africana, nem tampouco indígena. Os heróis e heroínas
negros/as inexistem. Livros de literatura infantil e infanto-juveil também não. Não
são os personagens negros também que povoam a decoração da escola.
Evidentemente se os estudantes se habituam a ver na televisão e também nos
livros personagens de literatura infantil personagens bonitinhas, delicadinhas e
também brancas, não podemos esperar que eles elaborem conceitos positivos
acerca de ser negro/a na nossa sociedade. São os frutos da cultura midiática que
também moldam os nossos valores e conceitos causando profundos danos à
compreensão das crianças sobre si e os outros. Frente a essa realidade, faz-se
necessário introduzir o cunho da diferença, apresentando e discutindo com as
crianças, jovens e adultos na escola as relações étnico-raciais, a história e a cultura
Figura 7 - O cabelo é um dos elementos com maior visibilidade no corpo, sendo tratado e manipulado
por todos os grupos humanos. Fonte: Asier Romero, Shutterstock, 2018.
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do continente africano e da diáspora, discussões que incidem na identidade
desses sujeitos independentemente de seu pertencimento racial, o que contribui
para a efetivação da democracia no nosso país.
De acordo com Gomes (2008), o corpo e o cabelo são aspectos adotados pela
população negra na construção da sua representação social e da sua beleza na
sociedade brasileira. Nesse contexto, o cabelo crespo tem um importante papel
para a construção da identidade negra, pois mostra ao negro como ele se enxerga
e como os outros o enxergam. Dessa maneira, se a criança lida bem com seu
cabelo, ela desenvolve sua autoestima, mas se frequentemente seu cabelo precisa
se ajustar aos modelos de padrões hegemônicos, a sua identidade negra está
sendo cerceada. Gomes (2002) ressalta que o ato de rejeitar o cabelo pode gerar
uma sensação de inferioridade e de baixa estima. Nesse sentido, é importante a
construção de estratégias distintas das aprendidas na família e “muitas vezes,
essas experiências acontecem ao longo da trajetória escolar. A escola pode atuar
tanto na reprodução de estereótipos sobre o negro, o corpo e o cabelo, quanto na
superação dos mesmos” (GOMES, 2002, p. 47).
Mas, como tratar dessas questões na escola? Como contribuir para que a criança, o
adolescente, o jovem, o adulto e o idoso negro, que tem o direito a educação ao
longo da vida construa identificações positivas na escola? Tal premissa pode ser
assumida a partir de uma educação multicultural, pois ela tem como um de seus
objetivos dar voz e vez aos excluídos, ou seja, ela cria espaço para rostos e vozes
até então silenciadas e invisibilizadas.
Para o estadunidense James A. Banks (2006), o principal objetivo da educação
multicultural é reformar escolas e universidades para que alunos de diferentes
grupos raciais, étnicos, culturais, linguísticos e sociais possam vivenciar a
igualdade educacional. Segundo ele, a educação multicultural está conceituada
como um tema que consiste em cinco dimensões: (a) integração de conteúdo, (b) a
construção do processo de conhecimento, (c) a redução de preconceito, (d) a
equidade pedagógica, e (e) a viabilização da estrutura social e cultural da escola.
Ele aponta que a educação multicultural visa ao desenvolvimento de habilidades,
atitudes e conhecimentos necessários para atuar no contexto da sua própria
cultura étnica, não da cultura dominante, assim como para interagir com outras
culturas e situar-se em contextos diferentes de sua própria origem.
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Nessa perspectiva, pensando na interculturalidade como uma maneira de
intervenção, colocamo-nos frente a cinco desafios no campo educacional, que
segundo Candau (2012) são: desconstruir o caráter monocultural e etnocêntrico
que está presente na escola, nas políticas educativas e nos currículos,
reconhecendo o caráter desigual, discriminador e racista da nossa sociedade, da
educação e de cada um de nós; articular igualdade e diferença, reconhecendo e
valorizando a diversidade cultural, bem como as questões relativas à igualdade;
resgatar o processo de construção das nossas identidades, considerando o
processo de hibridização cultural e a formação de novas identidades culturais,
operando nesse cenário com um conceito dinâmico e histórico de cultura;
promover experiências de interação com os outros, propondo-nos a dialogar e
construir sistematicamente ações sociais, religiosas, culturais, rompendo com
toda tendência à guetização nas escolas; e, por último, tudo isso só se realizará se
reconstruirmos a dinâmica educacional, repensando o currículo, a organizaçãoda
escola, as linguagens, práticas didáticas, atividades extraclasses, relação com a
comunidade e o papel e a formação do professor.
Diante dessa consideração, somos conclamados a reinventar a escola (CANDAU,
2012) a partir de novos olhares, práticas pedagógicas, estratégias de vivências que
podem considerar a convivência, respeito, valorização e celebração das diferenças
(HENRIQUES, CAVALLEIRO, 2005). O estabelecimento de novas relações étnico-
raciais precisa ser perpassado por um projeto decolonial, um projeto que
questiona e busca o enfrentamento da matriz colonial do poder em todas as suas
formas.
E, você, professor necessita se comprometer com essa mudança. 
Síntese
Você concluiu os seus estudos sobre as relações étnico-raciais. Dessa maneira,
esperamos que já compreenda o processo de colonialidade presente na sociedade
brasileira, como a questão racial assumiu contornos hierarquizantes, identifique
as lutas da população negra ao longo de mais de 500 anos, conheça com mais
clareza o significado de alguns termos presentes no debate sobre a questão racial,
bem como identifique estratégias para o redimensionamento das relações étnico-
raciais no cotidiano escolar.
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Neste capítulo, você teve a oportunidade de:
entender que não somos colônia de Portugal, mas os efeitos da
colonialidade atuam fortemente na nossa subjetividade;
reconhecer que no Brasil a raça foi utilizada como elemento estruturante do
processo colonial;
compreender que as populações negra e indígena ainda não são tratadas de
forma igualitária e resistem à opressão ainda presente no nosso cotidiano;
apreender que preconceito racial, discriminação racial e racismo não são a
mesma coisa;
identificar estratégias que contribuam para a reeducação das relações
étnico-raciais.
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