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O MERCADO DE OPÇÕES E AS OPEREAÇÕES SWAP MERCADO DE OPÇÕES O mercado de opções é um ambiente repleto de oportunidades. Nele, investidores encontram uma alternativa para evitar as oscilações do mercado ou até uma forma de alavancagem de carteira (tentar obter retornos acima do que tem para investir, porém com riscos maiores). No Mercado de Opções é onde ocorre a negociação do direito de comprar e/ou vender algum instrumento financeiro com base em um valor fixo. Quem compra uma opção é chamado titular e, quem vende, lançador. Inicialmente, eles não negociam o ativo, mas o prêmio (o valor que garante o direito de compra ou venda do ativo ou mercadoria). Os dois definem o valor de venda ou compra, o chamado strike price ou preço exercido. O titular sempre terá o direito do exercício, mas não a obrigação de exercê-lo. O lançador terá a obrigação de atender ao exercício caso o titular opte por exercer seu direito. Um exemplo parecido é o seguro de carro: ao adquirir um seguro, você está garantindo o direito de venda do veículo por um valor fixado mesmo que ocorra um imprevisto que o desvalorize. A opção de compra é chamada de call e a de venda de put. O Mercado de Opções funciona assim: o titular (aquele que fez a compra de uma opção) não precisa exercer o direito de compra, e o lançador (quem fez a venda da opção) fica com o dinheiro do prêmio. Imagine que você (lançador) comprou um apartamento (ativo) no valor de R$ 300 mil e acredita que ele vai valorizar. O seu irmão (titular) também pensa que o valor vai subir, mas ele não tem o dinheiro para comprar o imóvel no momento. Então, vocês fazem um acordo de opção de compra (call). Seu irmão deposita R$ 30 mil (prêmio) para ter o direito de comprar o apartamento por R$ 340 mil (strike) após 1 ano (período do contrato). Isso porque ele acredita que o valor do apartamento pode chegar a R$ 400 mil. Se a previsão se concretizar, seu irmão poderá comprar o imóvel por R$ 340 mil. Logo, ele pagará R$ 370 mil em um bem que vale R$ 400 mil. Caso o cenário não se concretize, o seu irmão não precisa exercer o direito de compra e você fica com o dinheiro do prêmio. O mesmo exemplo pode ser usado para uma opção de venda. Suponha que você comprou o mesmo apartamento, mas descobriu que ele deve desvalorizar. Você pode pagar R$ 30 mil ao seu irmão para ter a opção de vender (put) o apartamento a ele por R$ 300 mil em até um ano. Os investimentos no Mercado de Opções são realizados por meio do Home Broker ou pela mesa de operações, e são indicados para investidores com alguma experiência na Bolsa, pois para investir no Mercado de Opções, é importante saber como esses contratos são negociados. O mercado de opções oferece diversas oportunidades, tanto no sentido de controlar riscos, como no de operar alavancado. Nele, existe a possibilidade de investir em tendência de alta ou de baixa e é possível diversificar as estratégias. O investidor pode construir posições controlando as zonas de lucro e prejuízo, aumentando a rentabilidade da carteira. Além disso, as opções se apresentam como uma alternativa interessante para quem pretende lucrar no curto prazo. Analisando riscos e desvantagens do mercado de opções, pode-se considerar que a possibilidade de perda é mínima para quem utiliza esse tipo de contrato para se proteger de possíveis oscilações do ativo. O máximo que o titular pode perder é o valor do prêmio. No caso do lançador, ele pode obter ganhos de duas maneiras: recomprando a opção de compra por um preço inferior do que o recebido na venda ou esperando o vencimento do contrato para conseguir o prêmio. Porém, o lançador está sujeito a perdas ilimitadas. Ele é um especulador. Outro risco desse tipo de investimento é a volatilidade do mercado, já que as opções estão associadas a ativos como moedas, ações e commodities. Outro ponto é a liquidez. Nem sempre é possível resgatar o dinheiro aplicado no momento desejado. Assim, quando se adquire um contrato com pouca liquidez, pode-se precisar vendê-lo a um preço abaixo do mercado, sacrificando parte do lucro. Deve-se considerar também os custos para aplicar em opções, como a taxa de corretagem e a taxa de custódia pelo serviço de guarda da aplicação. São cobrados também emolumentos, as taxas cobradas pela Bolsa de Valores para cada operação de compra e venda de ativos. As opções têm incidência de Imposto de Renda de 15% sobre o rendimento líquido e de 20% para operações de day trade. No caso das ações, não incide IR para ganhos inferiores a R$ 20 mil no mês, mas com as opções o mesmo não acontece. Apesar de o mercado de opções oferecer perspectivas muito interessante, como em todo investimento, é preciso calcular os riscos para não perder mais do que um limite estipulado. Quanto maior a possibilidade de lucro, maior é o risco de prejuízo também, no caso do lançador. Há uma série de particularidades no que se refere à negociação de opções. E por isso que, para investir no mercado de opções é importante adquirir conhecimento, se familiarizar com os conceitos e entender as diversas estratégias que existem. OPERAÇÃO DE SWAP Uma operação fundamental e muito conhecida do mercado financeiro é o contrato de swap. Esses contratos são muito utilizados como seguro ou hedge1, com o objetivo de reduzir riscos e de dar mais previsibilidade para diferentes agentes do mercado. 1 Hedge é uma estratégia de proteção para os riscos de um investimento, que neutraliza a posição comprada ou vendida para que seu preço não varie. Ao fazer uma operação de hedging, o investidor tem como objetivo eliminar a possibilidade de perdas futuras. https://www.sunoresearch.com.br/artigos/como-utilizar-hedge/ https://www.sunoresearch.com.br/artigos/como-utilizar-hedge/ Além dessas funções, o swap também é usado por traders2 como forma de buscar lucro no curto prazo. Para entender melhor os objetivos dessa operação, é preciso saber o que ela é e como ela de fato funciona. O que é Swap? O Swap é uma operação de derivativos3 através da qual as partes realizam uma troca de rentabilidade de ativos financeiros predefinidos (indexadores). Essa permuta de indexadores financeiros ocorre com o objetivo de reduzir riscos e de aumentar a previsibilidade para as partes do contrato. Os indexadores financeiros “trocados” podem estar atrelados à operações ativas e passivas das partes, sendo que estas são: 1. Operações ativas: são aquelas relacionadas aos direitos de recebíveis relacionados a uma companhia no que diz respeito ao seu balanço patrimonial; 2. Operações passivas: são aquelas relacionadas às obrigações relacionadas a uma companhia no que diz respeito ao seu balanço patrimonial. As operações de swap, então, acontecem com o estabelecimento de uma data futura para a troca financeira da rentabilidade dos indexadores entre as partes. Isto é, no vencimento, cada uma das partes deve assumir a variação de um dos indexadores. Esses contratos fazem parte de uma estratégia de gestão de riscos e são muito comuns em operações envolvendo taxas de juro, moeda e commodities. Podem acontecer também em transações atreladas a qualquer tipo de indexador financeiro. Alguns deles podem ser: Dólar Comercial; IGPM; TJLP; Taxa Referencial. Destaca-se que o objetivo fundamental da operação de derivativos é garantir a previsibilidade em contratos que envolvem obrigações e recebíveis. Isto se faz necessário por conta das variações diárias que os mercados e os ativos têm. Então, os swaps são utilizados, assim como o contrato a termo, para garantir uma proteção contra inesperadas oscilações de preços. 2 O trader é um investidor do mercado financeiro que busca ganhar dinheiro com operações de curto prazo, aproveitando-se da volatilidade do mercado. Basicamente,ele busca ganhos financeiros realizando a compra e a venda de ações ou outros ativos negociados em Bolsa. 3 Derivativos são contratos que derivam a maior parte de seu valor de um ativo subjacente, taxa de referência ou índice. O ativo subjacente pode ser físico (café, ouro, etc.) ou financeiro (ações, taxas de juros, etc.), negociado no mercado à vista ou não (é possível construir um derivativo sobre outro derivativo). https://www.sunoresearch.com.br/artigos/indexador/ Para o que servem os Swaps? Os contratos de swaps são utilizados para dar mais previsibilidade e para garantir maior estabilidade com relação à variação de preços de determinado ativo financeiro. Por isso, esse tipo de operação é bastante comum para companhias que dependem de preços de outras moedas ou de commodities internacionais. Além disso, o instrumento também é comumente utilizado por especuladores como forma de obter lucro no curto prazo. Swap para empresas Destaca-se que os contratos de swap são bastante relevantes e muito utilizados por empresas. Nesse sentido, as companhias que mais utilizam a operação são as que lidam com o mercado externo por meio de importações e exportações. Considere, por exemplo, uma empresa brasileira com alavancagem financeira4 atrelada ao dólar. Sem dúvida, ela precisa se preparar e se proteger de um aumento repentino da moeda. Isso porque o caixa utilizado para amortizar a dívida da companhia pode estar em real. Ou seja, um aumento do dólar significa, em outras palavras, um aumento da dívida da empresa. Do lado oposto, existem companhias que precisam de proteção contra uma eventual queda do dólar. Este é o caso de empresas que possuem receita em dólar e dívida em real. Nesse caso, a queda da moeda americana significa a redução da receita total da companhia e a manutenção do valor nominal da dívida. Contudo, por conta da queda do dólar, a empresa passará a ter uma receita menor para pagar uma dívida que foi inalterada. Por conta desse risco existente, empresas que podem ser afetadas pela variação de preços de ativos internacionais costumam realizar contratos de swap. Eles servem para elas como hedge, ou seja, como um seguro para se proteger da variação de preços. Essa operação de swap se assemelha ao seguro porque há o pagamento de uma taxa de juros pré-definida ao BC para poder usufruir do direito de receber o pagamento de uma variação de preço do dólar no futuro. Swap para especuladores Outra situação que costumamos ver é a utilização dos swaps por especuladores do mercado, os traders. Eles utilizam essa operação como forma de lucrar com a variação de preço da moeda americana no curto prazo. Para isso, fazem análises técnicas da moeda para definir a melhor hora de aderir aos contratos de swap de dólar. Então, o trader utiliza as operações de swap se protegendo da desvalorização do Real. Nesse sentido, o Banco Central pode assumir a obrigação de pagar a variação do dólar no período do contrato, enquanto o trader deve assumir o pagamento de uma taxa de juros, normalmente o CDI. Para lucrar, o dólar deve subir em maior proporção que a variação da taxa de juros no período da operação. Como funciona um contrato de swap? 4 Alavancagem financeira é o uso de ativos ou recursos com encargos financeiros fixos para aumentar os efeitos de variações do lucro antes de juros e imposto de renda sobre o lucro por ação - isto é, para aumentar o retorno dos acionistas da empresa. https://www.sunoresearch.com.br/artigos/voce-e-um-investidor-ou-um-especulador/ https://www.sunoresearch.com.br/artigos/voce-e-um-investidor-ou-um-especulador/ https://www.sunoresearch.com.br/artigos/alavancagem-financeira/ https://www.sunoresearch.com.br/artigos/receita-total/ Os contratos de swap devem ser feitos entre partes. Nessa operação de swap, as partes negociam apenas a rentabilidade (variação) das mercadorias e dos ativos financeiros. Por isso, não há troca do valor principal, mas da variação de cada indexador. Por isso, é possível dizer que no swap as partes assumem posicionamentos contrários em relação aos ativos. Afinal, cada um dos agentes pagará ao outro a variação de ativos predeterminados no contrato. Por exemplo, uma empresa que faz uma proteção, trocando a rentabilidade do CDI contra o dólar está se defendendo da alta dessa moeda. Do outro lado do swap, a outra parte compra o retorno do CDI e vende a variação do dólar, se defendendo da queda da moeda. No final da operação, apura-se a variação de cada um dos ativos financeiros “trocados”. Então, cada uma das partes assume e realiza o pagamento da posição assumida. Esses contratos de swap são muito vistos sendo oferecidos ao mercado pelo Banco Central. Nesse sentido, a autoridade monetária utiliza da operação para tentar buscar um equilíbrio entre oferta e demanda por moeda. Esse equilíbrio é buscado pelo BC por meio da oferta de swaps tradicionais ou reversos. Estas operações são opostas e servem para tentar frear uma alta ou uma queda repentina no dólar. Exemplo de Swap Suponha, por exemplo, que uma empresa possui uma aplicação financeira de renda fixa de alta liquidez com R$1.000.000,00 para pagar dívidas no exterior. Nesse exemplo, considere também que: Prazo de vencimento da aplicação financeira: 90 dias; CDI em 90 dias: 1,5%; Variação do dólar nos 90 dias: 10%. No caso, a empresa decidiu realizar um swap cambial para se proteger de um aumento do dólar (que aconteceu, de 10%). Para isso, ela trocou a rentabilidade do CDI pela variação do dólar. O BC, por outro lado, trocou a variação da moeda pela rentabilidade do CDI. https://www.sunoresearch.com.br/artigos/ativo-financeiro/ https://www.sunoresearch.com.br/artigos/liquidez/ https://www.sunoresearch.com.br/artigos/aplicacao-financeira-para-iniciantes/ Tipos de Swap Como foi visto, os contratos de swap podem estar atrelados a diferentes ativos financeiros. Então, os agentes que dependem e são afetados pela variação desses ativos estão aptos a realizar os swaps. Os principais tipos de swap são: 1. Swap de commodities As operações de swap de commodities são utilizados por empresas importadoras e exportadoras de matéria prima internacional. Destaca-se que o principal tipo de swap de commodities é o feito com contratos de preço de petróleo. Essa operação é bastante comum, por exemplo, com companhias aéreas, empresas de um setor muito dependente do preço do óleo. Então, esse tipo de companhias faz o swap atrelado ao preço do petróleo para garantir que o custo com o óleo permaneça fixo para ela. Isto é, será a contraparte do contrato que arcará com a variação do preço dessa matéria prima no vencimento, e não a empresa (troca de riscos). Além do petróleo, os swaps de commodities também podem ser utilizados com: Ouro; Milho; Boi gordo. 2. Swap de Índices Os swaps de índices são um tipo de swap em que se permuta a rentabilidade associada a um índice de preços ou a um índice de ações. Como índice de preços, temos, por exemplo, o IGP-M, o CDI e o IPCA. E como índices de ações, o Ibovespa ou o IBrX-50. Um exemplo de swap de índice pode ser um contrato envolvendo o Ibovespa e o CDI. Isto é, uma das partes se compromete a pagar a outra a variação do índice da bolsa acrescida de uma taxa de juro. Enquanto a outra assume o pagamento da variação da taxa CDI. Ao final, apura-se a variação dos índices para que o pagamento a uma das partes possa ser realizado. 3. Swap de taxas de juros As operações de swap de taxas de juros funcionam da mesma forma como as outras. Nessa operação, cada uma das partes fica responsável por assumir a variação de uma taxa de juro pré- determinada. Então, no swap de juros, uma das taxas é prefixada, e a outra variável. Após o período do contrato, cada uma das partes responde pela variação de uma das taxas. Então, o lucro ou prejuízo obtidopelas partes nessa operação consiste na diferença entre a rentabilidade da transação à vista e a prazo. 4. Swap cambial O swap cambial é, provavelmente, a modalidade desse contrato mais conhecida e utilizada no mercado financeiro. Ela faz parte de estratégias de gestão de risco de várias companhias. Nessa modalidade de swap de moedas, uma das partes assume a obrigação de pagar a variação da cotação de uma moeda. Do lado oposto, outra parte assume o pagamento da variação de uma taxa de juro pré-determinada. Essa operação é muito utilizada pelo Banco Central como forma de estabilizar o preço da moeda. Além disso, o swap cambial também é usado por empresas que dependem da cotação de moedas internacionais, ou seja, importadoras e exportadoras. Vantagens dos swaps O swap pode ser bastante vantajoso para empresas, instituições e investidores que dependem do preço de ativos internacionais. Isso porque variações repentinas de preços podem afetar muito aqueles que vendem, compram e que possuem recebíveis e obrigações dependentes de cotações flutuantes. Então, o swap consegue fornecer a empresas e a investidores previsibilidade. Isso porque, caso haja algum movimento inesperado e repentino no ativo de cotação flutuante, a outra parte do contrato arcará com a oscilação. Desvantagens dos swaps A desvantagem dessa operação é que ela possui um preço, ou seja, não vêm de graça, há um custo. Além disso, o swap pode ser realizado em um mal momento, de forma desnecessária, ou em uma quantidade desproporcional – acarretando em custos excessivos. https://www.sunoresearch.com.br/artigos/swap-cambial/ Por exemplo, uma empresa que faz um swap como forma de proteção contra altas do dólar pode vir a pagar um juro alto à contraparte do contrato sem que a moeda norte-americana tenha se quer valorizado no período. Isso é um risco da operação que deve ser assumido. Por isso, é preciso estar sempre atento ao momento e à quantidade correta de swaps que devem ser feitos para se proteger de oscilações. Fonte: https://www.sunoresearch.com.br/artigos/swap/ https://www.sunoresearch.com.br/artigos/swap/
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