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CARTILHA instrumentos de rastreamento TEA SUS


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Instrumentos de uso livre 
para rastreamento/triagem 
e classificação de Transtorno 
do Espectro do Autismo
Apresentação
Olá, aluna (o)!
O Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) é considerado 
um transtorno do neurodesenvolvimento, passível de 
identificação já nos primeiros anos de vida da criança, por 
meio de entrevista com os pais, de comportamentos 
observados e de instrumentos de avaliação.
Você sabe quais são os instrumentos utilizados para 
identificar problemas ou níveis de desenvolvimento infantil? 
A partir das informações coletadas, como classificar o nível 
de transtorno de desenvolvimento?
Conheça, nesta cartilha, os instrumentos de uso livre para a 
realização do rastreamento/triagem de indicadores de 
desenvolvimento infantil e dos TEA, assim como o processo 
de classificação do TEA pelo CID-10 e CIF.
Bons estudos!
OBJETIVO EDUCACIONAL
Ao final deste PDF, você será capaz de: Reconhecer os 
instrumentos para rastreamento/triagem de indicadores de 
desenvolvimento infantil e do TEA; Compreender a 
classificação do TEA nos sistemas classificatórios adotados 
no Brasil.
De acordo com a American Academy of Pediatrics e com a 
Sociedade Brasileira de Pediatria, o rastreamento dos sinais do 
autismo deve ser realizado entre os 18-24 meses de idade por 
meio de instrumentos padronizados para tal finalidade. Caso a 
criança seja identificada com sinais de risco de autismo, ela 
deverá ser encaminhada para uma avaliação mais 
abrangente de modo a confirmar o diagnóstico. Essa 
confirmação é possível já no final do segundo ano de vida da 
criança¹.
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O uso de escalas e instrumentos de triagem 
padronizados ajuda a identificar problemas específicos, 
sendo muito importante para o rastreamento e a triagem 
de casos suspeitos, mas não essencial para a avaliação 
nosológica. A partir da identificação dos sinais de alerta, 
podem ser iniciadas a intervenção e o monitoramento 
dos sinais e sintomas ao longo do tempo.
De acordo com a área de intervenção, existem diferentes 
escalas para avaliar o desenvolvimento infantil. Os 
instrumentos de rastreio são recomendados quando há 
suspeita de TEA, contudo, em linhas gerais, não são 
suficientes para definição do diagnóstico, sendo necessário 
que a criança passe por uma avaliação. No caso dos 
transtornos do espectro do autismo, recomenda-se que seja 
realizado diagnóstico diferencial.
IRDI
Fonte: UNA-SUS/UFMA.
Os Indicadores Clínicos de Risco para 
o Desenvolvimento Infantil (IRDI) são um 
instrumentoque permite o rastreamento/
triagem de indicadoresclínicos de sinais 
iniciais de problemas de desenvolvimento. 
O IRDI é um instrumento deobservação e 
inquérito que pode ser usado no 
rastreamento do desenvolvimento.
Criados e validados por um grupo de especialistas 
brasileiros, os IRDI são de uso livre pelos profissionais 
de saúde para utilização na Atenção Básica. São 
compostos por 31 indicadores de bomdesenvolvimento 
do vínculo do bebê com os pais, distribuídos em quatro 
faixas etárias, de zero a 18 meses, para observação, e 
por perguntas dirigidas à díade mãe-bebê 
(ou cuidador-bebê)².
Existem outros instrumentos para rastreio de sinais de 
risco no TEA, no entanto nem todos são validados no Brasil 
e nem têm autorização para uso livre. As autoras Seize e 
Borsa¹ realizaram uma revisão sistemática sobre os 
instrumentos para rastreamento de sinais precoces do 
autismo: foram encontrados 11 instrumentos em 34 artigos 
analisados, sendo que apenas um instrumento foi traduzido 
para o português, o M-CHAT, indicando uma escassez 
dessas ferramentas no Brasil. O artigo conclui sugerindo 
que estudos sobre instrumentos para rastreamento 
precoce sejam conduzidos no país.
M-chat
Fonte: UNA-SUS/UFMA.
Entre os instrumentos de rastreamento/
triagem de indicadores dos TEA 
adaptados e validados noBrasil, apenas o 
Modified Checklist for Autism in 
Toddlers (M-Chat) é de uso livre. O 
M-Chat é um questionário com 23 itens, 
utilizado como triagem de TEA. Pode ser 
aplicado por qualquer profissional de 
saúde.
Como mencionado, é composto por 23 perguntas 
para pais de crianças de 18 a 24 meses, com respostas 
“sim” ou “não”, que indicam a presença de 
comportamentos conhecidos como sinais precoces de 
TEA. Inclui itens relacionados: (a) aos interesses da 
criança no engajamento social; (b) à habilidade de 
manter o contato visual; (c) à imitação; (d) à brincadeira 
repetitiva e de “faz de conta”; e (e) ao uso do contato 
visual e de gestos para direcionar a atenção social do 
parceiro ou para pedir ajuda².
1. CLASSIFICAÇÃO DOS TEA NOS 
SISTEMAS CLASSIFICATÓRIOS 
ADOTADOS NO BRASIL
No Brasil, em relação ao diagnóstico e à classificação das 
doenças, é utilizada a Classificação Estatística Internacional 
de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde, mais 
conhecida pela sigla CID, que está na sua décima versão de 
publicação (CID-10).
Nessa mesma classificação estão elencados problemas 
no desenvolvimento de fala e linguagem (F-80), no 
desenvolvimento das habilidades escolares (F-81) e no 
desenvolvimento motor (F-82), que compõem uma 
classificação geral dos problemas do desenvolvimento. 
Cabe destacar que, conforme o DSMV, o termo adotado 
agora é Transtorno do Espectro do Autismo. Excluindo-se do 
espectro a Síndrome de Rett pelas características singulares 
dos pontos de vista clínico, genético e comportamental.
• Autismo infantil (F84-0);
• Autismo atípico (F84-1);
• Síndrome de Rett (F84-2);
• Síndrome de Asperger (F84-5);
• Transtorno desintegrativo da infância (F84-3);
• Transtorno geral do desenvolvimento não 
especificado (F84-9)
No Brasil, também é adotada a Classificação Internacional 
de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF), proposta 
pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Diferentemente 
de outras, essa classificação apresenta um foco na 
funcionalidade dos sujeitos, nas capacidades e nas 
potencialidades dos sujeitos avaliados.
 
A CIF tem, também, o objetivo de uniformizar informações 
a respeito de um mesmo sujeito para que diferentes 
profissionais padronizem relatórios e estes sejam utilizados 
em diferentes áreas, como: saúde, educação e previdência 
social. 
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A CIF surgiu pela necessidade de se avaliar questões que 
a Classificação Internacional de Doenças (CID) não 
contemplava, trazendo uma visão biopsicossocial que o 
modelo médico anterior não abarcava, passando a se 
preocupar com questões da vida dos indivíduos que devem 
passar pela avaliação de profissionais de diferentes áreas.
O modelo multidimensional da CIF introduz uma nova 
forma de se pensar a deficiência e/ou os transtornos do 
desenvolvimento à luz da funcionalidade, visando à 
avaliação de condições ambientais, estruturas físicas, 
aspectos externos, além da participação desse indivíduo no 
contexto social em que ele está inserido. A figura abaixo 
ilustra a estrutura da CIF³:
Fonte: ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE (OMS).
CIF
Parte 1: Funcionalidade
e Incapacidade
Funções e Estruturas 
do Corpo
Alteração na 
função do corpo
Alteração na 
estruturado corpo
Nível 
dos
itens
10
20
30 e 40
Classificação
Partes
Fatores 
Ambientais
Fatores 
Pessoais
Facilitadores/
barreiras
Nível 
dos
itens
10
20
30 e 40
Domínios e categorias 
de diferentes níveis
Construto/
qualificadores
Partes
Parte 2: Fatores
Contextuais
Atividades 
e Participação
Capacidade
Nível 
dos
itens
10
20
30 e 40
Desempenho
Nível 
dos
itens
10
20
30 e 40
Componentes
A identificação de possíveis sinais de autismo deve levar à 
uma investigação mais aprofundada para que haja 
confirmação do diagnóstico. Para tal, são utilizados 
instrumentos de triagem padronizados, como os Indicadores 
Clínicos de Risco para o Desenvolvimento Infantil (IRDI) e o 
Modified Checklist for Autism in Toddlers (M-Chat).
Com o conhecimento adquirido com a aplicação dos 
instrumentos citados, é possível identificar os tipos de 
transtorno de desenvolvimento conforme
a Classificação 
Estatística Internacional de Doenças e Problemas 
Relacionados à Saúde (CID-10). O TEA pode ser um autismo 
infantil (F84-0); um autismo atípico (F84-1); um Síndrome de 
Rett (F84-2); Síndrome de Asperger (F84-5); Transtorno 
desintegrativo da infância (F84-3); Transtorno geral do 
desenvolvimento não especificado (F84-9). Além do CID-10, 
o Brasil também adota a Classificação Internacional de 
Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF), que aborda 
questões de cunho biopsicossocial, expandindo a 
perspectiva médica e possibilitando ações governamentais 
em diferentes áreas, como saúde e educação.
Você já conhecia o IRDI e o M-chat? Ambos os 
instrumentos podem ser utilizados para ajudar na avaliação 
e no diagnóstico de um dos Transtornos do Espectro do 
Autismo, fornecendo dados importantes sobre o vínculo da 
criança com os cuidadores, da presença ou não de contato 
visual, entre outros aspectos.
Até a próxima!
Considerações finais
Referências
1. SEIZE, M. M. & BORSA, J. C. Instrumentos para Rastreamento do 
Autismo. Psico-USF, Bragança Paulista, v. 22, n. 1, p. 161-176, 
jan./abr. 2017. Disponível em: 
http://dx.doi.org/10.1590/1413-82712017220114
2. BRASIL. Ministério da Saúde. Diretrizes de Atenção à 
Reabilitação da Pessoa com Transtornos do Espectro do Autismo 
(TEA). Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, 
Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. – Brasília: 
2014. Disponível em: 
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/diretrizes_atencao_
reabilitacao_pessoa_autismo.pdf
3. ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE (OMS). Como usar a CIF: 
um manual prático para o uso da Classificação Internacional de 
Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF). Versão preliminar 
para discussão. Outubro de 2013. Disponível em: 
http://www.fsp.usp.br/cbcd/wp-content/uploads/2015/11/Manu
al-Pra%CC%81tico-da-CIF.pdf 
Como citar este material:
GUEDES, Tâmara Albuquerque Leite. Instrumentos de uso livre para 
rastreamento/triagem e classificação de Transtorno do Espectro do 
Autismo. In: UNIVERSIDADE ABERTA DO SUS. UNIVERSIDADE FEDERAL DO 
MARANHÃO. Atenção à pessoa com deficiência I: transtornos do espectro 
do autismo, Síndrome de Down, pessoa idosa com deficiência, pessoa 
amputada e órteses, próteses e meios auxiliares de locomoção. Atenção à 
reabilitação da pessoa com transtornos do espectro do autismo. São Luís: 
UNA-SUS; UFMA, 2021.
© 2021. Ministério da Saúde. Sistema Universidade Aberta do SUS. Fundação Oswaldo Cruz & Universidade Federal do 
Maranhão. É permitida a reprodução, disseminação e utilização desta obra, em parte ou em sua totalidade, nos termos 
da licença para usuário �nal do Acervo de Recursos Educacionais em Saúde (ARES). Deve ser citada a fonte e é vedada 
sua utilização comercial, sem a autorização expressa dos seus autores, conf. Lei de Direitos Autorais-LDA (Lei n.09.610, 
de 19 de fevereiro de 1998).

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