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EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DA __ VARA CÍVEL DA COMARCA DE BELO HORIZONTE - MG CARLOS, residente e domiciliado em Juiz de Fora - SP, vem mui respeitosamente, por seu advogado infra-assinado, dizer que é esta para promover AÇÃO DE PERDAS E DANOS em face de PIERRE, artista plástico, residente e domiciliado em Belo Horizonte – MG, com fundamento nos arts. 186, 927, 402, 247 do Código Civil, pelos motivos fáticos e de direito a seguir expostos. 1. DOS FATOS Carlos celebrou com Pierre, artista plástico de renome internacional, contrato por meio do qual este se comprometeu a pintar, pessoalmente, 2 telas com motivos alusivos à nova mansão campestre por aquele adquirida. Pelo trabalho, Pierre receberia a quantia de R$200.000,00 (duzentos mil reais), dos quais R$100.000,00 (cem mil reais) lhe foram adiantados, e as telas deveriam ser entregues no prazo de um ano. Passado o prazo, Pierre entregou a Carlos as duas obras de arte, as quais, contudo, foram elaboradas por Jacques, discípulo de Pierre. Carlos negou-se a receber as obras, uma vez que havia especificamente determinado que Pierre deveria ser seu autor. Destarte, como o requerido não cumpriu com a obrigação de fazer personalíssima, a ele imposta, o requerente através da presente ação, busca a reparação o ressarcimento do valor despendido, mais perdas e danos. 2. DO DIREITO Cabe enfatizar, a priori, que o inadimplemento fora ocasionado pelo requerido que, tendo celebrado contrato que dizia especificamente que ele deveria ser o autor das outras, decidiu por não fazê-lo. A corroborar o exposto acima, insta transcrever o entendimento do renomado CARLOS ROBERTO GONÇALVES que preleciona: “seja a obrigação fungível, seja infungível, será sempre possível ao credor optar pela conversão da obrigação em perdas e danos, caso a inadimplência do devedor decorra de culpa de sua parte” (DIREITO CIVIL BRASILEIRO, Teoria Geral das Obrigações). Neste sentido, resta ao requerente pedir indenização pela perda sofrida, haja vista que houve a recusa de Pierre em produzir as telas encomendadas. Dispõe o art. 247 do Código Civil: “Incorre na obrigação de indenizar perdas e danos o devedor que recusar a prestação a ele só imposta, ou só por ele exeqüível”. Sabendo que Pierre consciente e voluntariamente se recusou a produzir as telas, cabe-nos concluir que houve culpa por parte do requerido. A esse propósito, faz-se mister trazer à colação o entendimento do eminente CARLOS ROBERTO GONÇALVES que assevera: “A recusa voluntária induz a culpa. O cantor, por exemplo, que se recusa a se apresentar no espetáculo contratado, e o escultor de renome que se recusa a fazer a estátua prometida, respondem pelos prejuízos acarretados aos promotores do evento e ao que encomendou a obra, respectivamente” (DIREITO CIVIL BRASILEIRO, Teoria Geral das Obrigações). De acordo com o art. 186 do Código Civil, aquele que por omissão voluntária violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito: “Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.” Por conseguinte, obrigando-se assim a repará-lo, como dispõe o art. 927 do Código Civil: “Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo”. 3. DOS PEDIDOS Ante o exposto, diante da clara recusa voluntária do requerido em adimplir com o contrato firmado entre as partes, a parte requerente vê-se no direito de pedir: 1. A condenação do requerido a ressarcir o requerente, na quantia paga de R$100.000,00 (cem mil reais), corrigidos monetariamente e acrescidos com juros correspondentes desde a data do pagamento. 2. A condenação do requerido a pagar os honorários advocatícios . 3. A citação do requerido para se manifestar nos autos, sob pena de revelia. Dá-se a causa o valor de R$100.000,00 (cem mil reais). Termos em que pede deferimento. Belo Honrizonte/MG, (dia) de (mes) de 2021. ___________________________ ADVOGADO OAB/MG XX.XXX
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