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Anatomia das Mamas e do Sistema Genital Feminino Referencia Bibliografica:Anatomia Orientada Para Clínica Moore 7 ed Capítulos 1 e 3. Grays Anatomia Clínica Capítulo 77: sistema Genital feminino. MAMAS As mamas são as estruturas superficiais mais proeminentes na parede anterior do tórax, sobretudo nas mulheres. As mamas são formadas por tecido glandular e tecido fibroso de sustentação integrados a uma matriz adiposa, junto com vasos sanguíneos, vasos linfáticos e nervos. Homens e mulheres têm mamas; normalmente, elas só são bem desenvolvidas em mulheres.As glândulas mamárias estão localizadas na tela subcutânea, sobre os músculos peitorais maior e menor. Na parte mais proeminente da mama está a papila mamária, circundada por uma área cutânea pigmentada circular, a aréola. As glândulas mamárias presentes nas mamas estão relacionadas com a reprodução nas mulheres. Nos homens, são rudimentares e não funcionais formadas apenas por alguns pequenos ductos ou cordões epiteliais. Em geral, a gordura presente em mamas masculinas não é diferente da tela subcutânea encontrada em outras partes do corpo, mas normalmente não há desenvolvimento do sistema glandular. Mamas Femininas - A gordura ao redor do tecido glandular determina o tamanho das mamas não lactantes. O corpo aproximadamente circular da mama feminina fica apoiado sobre um leito que se estende transversalmente da margem lateral do esterno até a linha axilar média e verticalmente da costela II a VI. Dois terços do leito são formados pela fáscia peitoral sobre o músculo peitoral maior; o outro terço, pela fáscia que cobre o músculo serrátil anterior. Entre a mama e a fáscia peitoral há um plano de tecido conjuntivo frouxo ou espaço potencial – o espaço retromamário. Esse plano, que contém pouca gordura, permite que a mama tenha algum grau de movimento sobre a fáscia peitoral. Uma parte menor da glândula mamária pode estender-se ao longo da margem inferolateral do músculo peitoral maior em direção à fossa axilar, formando um processo axilar ou cauda de Spence. O processo axilar pode aumentar durante o ciclo menstrual. - Durante a puberdade (8 a 15 anos de idade), as mamas femininas normalmente aumentam, em parte devido ao desenvolvimento glandular, mas principalmente por aumento da deposição de gordura. As aréolas e as papilas também aumentam. O tamanho e o formato da mama são determinados, em parte, por fatores genéticos, étnicos e alimentares. Os ductos lactíferos dão origem a brotos que formam 15 a 20 lóbulos da glândula mamária, que constituem o parênquima da glândula mamária. Assim, cada lóbulo é drenado por um ducto lactífero, esses ductos convergem e têm aberturas independentes. Cada ducto tem uma parte dilatada, situada profundamente à aréola, o seio lactífero, na qual uma pequena gotícula de leite se acumula ou permanece na lactante. Quando o bebê começa a mamar, a compressão da aréola (e do seio lactífero abaixo dela) expele as gotículas acumuladas e estimula o neonato a continuar mamando enquanto ocorre o reflexo de ejeção do leite, mediado por hormônios. O leite materno é secretado na boca do bebê, e não sugado da glândula por ele. As aréolas da mama contêm muitas glândulas sebáceas, que aumentam durante a gravidez e secretam uma substância oleosa, que atua como um lubrificante protetor para a aréola e a papila. A aréola e a papila estão particularmente sujeitas a fissuras e irritação no início da amamentação. As papilas mamárias (também denominadas mamilos) são proeminências cônicas ou cilíndricas situadas nos centros das aréolas. As papilas mamárias não têm gordura, pelos nem glândulas sudoríparas. As extremidades das papilas são fissuradas e os ductos lactíferos abrem-se nelas. As papilas são formadas principalmente por fibras musculares lisas circulares que comprimem os ductos lactíferos durante a lactação e causam a ereção das papilas em resposta à estimulação, como quando um bebê começa a mamar. As glândulas mamárias são glândulas sudoríferas modificadas; portanto, não têm cápsula nem bainha. O contorno arredondado e a maior parte do volume das mamas são produzidos por gordura subcutânea, exceto durante a gravidez, quando as glândulas mamárias aumentam e há formação de novo tecido glandular. Os alvéolos que secretam leite são organizados de modo semelhante a cachos de uvas. Em algumas mulheres, as mamas aumentam de volume e ficam doloridas durante a fase lútea do ciclo menstrual. Essas alterações se devem, mais provavelmente, à proliferação dos tecidos glandulares das mamas causada por níveis variáveis dos hormônios estrogênio e progesterona. Vascularização da Mama - A irrigação arterial da mama provém das seguintes artérias: •Ramos mamários mediais de ramos perfurantes e ramos intercostais anteriores da artéria torácica interna(Artéria mamária), a partir da artéria subclávia •Artérias torácica lateral e toracoacromial, ramos da artéria axilar •Artérias intercostais posteriores, ramos da parte torácica da aorta nos 2o, 3o e 4o espaços intercostais. - A drenagem venosa da mama se faz principalmente para veia axilar,mas há alguma drenagem para veia torácica Interna - A drenagem Linfática da mama é importante devido ao seu papel na metástase de células cancerosas.A linfa passa da papila,da aréola e dos lóbulos da glândula mamaria para o plexo linfático subareolar.A drenagem linfática a partir desse plexo ocorre da seguinte maneira: - A maior parte da linfa (> 75%), sobretudo dos quadrantes laterais da mama, drena para os linfonodos axilares, inicialmente para os linfonodos anteriores ou peitorais. Entretanto, parte da linfa drena diretamente para outros linfonodos axilares ou até mesmo para os linfonodos interpeitorais, deltopeitorais, supraclaviculares ou cervicais profundos inferiores. A maior parte da linfa remanescente, sobretudo dos quadrantes mediais da mama, drena para os linfonodos paraesternais ou para a mama oposta, enquanto a linfa dos quadrantes inferiores flui profundamente para os linfonodos abdominais (linfonodos frênicos inferiores subdiafragmáticos). - Vascularização da mama. A. A glândula mamária é suprida desde sua face medial principalmente por ramos perfurantes da artéria torácica interna e por vários ramos da artéria axilar (principalmente a artéria torácica lateral) superior e lateralmente. B. A mama é suprida profundamente por ramos originados das artérias intercostais. C. A drenagem venosa se faz pela veia axilar (principalmente) e pelas veias torácicas internas. - A linfa da pele da mama, com exceção da papila e da aréola, drena para os linfonodos axilares, cervicais profundos inferiores e infraclaviculares ipsilaterais e, também, para os linfonodos paraesternais de ambos os lados. A linfa dos linfonodos axilares drena para os linfonodos claviculares (infraclaviculares e supraclaviculares) e daí para o tronco linfático subclávio, que também drena a linfa do membro superior. A linfa dos linfonodos paraesternais entra nos troncos linfáticos broncomediastinais, que também drena linfa das vísceras torácicas. A terminação dos troncos linfáticos varia; tradicionalmente, esses troncos se fundem um ao outro e com o tronco linfático jugular, drenando a cabeça e o pescoço para formar um ducto linfático direito curto no lado direito ou entrando no ducto torácico do lado esquerdo. Nervos da Mama - Os nervos da mama derivam dos Ramos Cutaneos anteriores e laterais do quarto ao sexto nervo Intercostal. - Os ramos dos nervos intercostais atravessam a fáscia peitoral que cobre o músculo peitoral maior para chegar à tela subcutânea superposta e à pele da mama. Os ramos dos nervos intercostais conduzem fibras sensitivas da pele da mama e fibrassimpáticas para os vasos sanguíneos nas mamas e músculo liso na pele e papila mamária sobrejacentes. Alteração nas Mamas - Durante todo o ciclo menstrual e durante a gravidez ocorrem alterações nos tecidos mamários, como a ramificação dos ductos lactíferos. Embora as glândulas mamárias estejam prontas para a secreção no meio da gravidez, a produção de leite só se inicia logo após o nascimento do bebê. O colostro, um líquido cremoso, branco a amarelado, que precede o leite, pode ser secretado pelas papilas mamárias no último trimestre de gravidez e durante episódios iniciais da amamentação. Acredita-se que o colostro seja especialmente rico em proteínas, agentes imunes e um fator de crescimento que afeta o intestino do lactente. As mamas das mulheres multíparas (que deram à luz duas vezes ou mais) costumam ser grandes e pendulares. As mamas das mulheres idosas geralmente são pequenas em razão da diminuição da gordura e da atrofia do tecido glandular. Quadrantes mamários - A superfície da mama é dividida em quatro quadrantes para localização anatômica e descrição de tumores e cistos. - Por exemplo, o médico pode escrever no prontuário: “Foi palpada massa irregular, de consistência dura, no quadrante superior medial da mama na posição de 2 horas, distante cerca 2,5 cm da margem da aréola.” Carcinoma de Mama - O conhecimento da drenagem linfática das mamas tem importância prática na previsão da metástase das células do carcinoma da mama. Os carcinomas da mama são tumores malignos, geralmente adenocarcinomas originados nas células epiteliais dos ductos lactíferos nos lóbulos das glândulas mamárias. As células cancerosas metatásticas que entram em um vaso linfático geralmente atravessam dois ou três grupos de linfonodos. A interferência do câncer na drenagem linfática dérmica pode causar linfedema (excesso de líquido na tela subcutânea) na pele da mama que, por sua vez, pode resultar em desvio da papila mamária e aspecto espesso e coriáceo da pele. A pele proeminente entre poros deprimidos tem aspecto semelhante a casca de laranja. - Depressões maiores (do tamanho da ponta do dedo ou maiores) resultam da invasão cancerosa do tecido glandular e fibrose (degeneração fibrosa), que causa encurtamento ou tração dos ligamentos suspensores da mama. O câncer de mama subareolar pode causar retração da papila mamária por um mecanismo semelhante, acometendo os ductos lactíferos. - O câncer de mama costuma se disseminar da mama pelos vasos linfáticos (metástase linfogênica), que levam células cancerosas da mama para os linfonodos, sobretudo aqueles situados na axila. As células alojam-se nos linfonodos, produzindo focos de células tumorais (metástases). Comunicações abundantes entre as vias linfáticas e entre os linfonodos axilares, cervicais e paraesternais também podem causar metástases da mama para os linfonodos supraclaviculares, a mama oposta ou o abdome. - Como a maior parte da drenagem linfática da mama se faz para os linfonodos axilares, eles são o local mais comum de metástase de um câncer de mama. O aumento desses linfonodos palpáveis sugere a possibilidade de câncer de mama e pode ser fundamental para a detecção precoce. Entretanto, a ausência de linfonodos axilares aumentados não garante que não houve metástase de um câncer de mama; as células malignas podem ter passado para outros linfonodos, como os linfonodos infraclaviculares e supraclaviculares, ou diretamente para a circulação sistêmica. A retirada cirúrgica de linfonodos axilares para os quais o câncer de mama metastatizou ou a lesão dos linfonodos axilares e dos vasos por radioterapia de câncer resulta em linfedema no membro superior ipsoslateral que também é drenado pelos linfonodos axilares. Polimastia,politelia e Amastia - A polimastia (mamas supranumerárias) ou politelia (papilas mamárias acessórias) pode ser encontrada superior ou inferiormente ao par normal, às vezes na fossa axilar ou na parede anterior do abdome. - As mamas supranumerárias consistem apenas em papila e aréola rudimentares, que podem ser confundidas com um nevo até mudarem de pigmentação, tornando-se mais escuras, junto com as papilas mamárias normais, durante a gravidez. Entretanto, também pode haver tecido glandular, que se desenvolve ainda mais com a lactação. Essas mamas supranumerárias podem surgir em qualquer ponto ao longo de uma linha (crista mamária) que se estende da axila até a região inguinal – a localização da crista mamária embrionária (a linha láctea) que dá origem às mamas, e ao longo da qual surgem as mamas em animais com várias mamas. Pode não haver desenvolvimento mamário (amastia), ou pode haver uma papila mamária e/ou aréola, mas sem tecido glandular. Órgãos Genitais Femininos Internos - Os órgãos genitais femininos internos incluem os ovários,as tubas uterinas,o útero e a vagina. Ovários - Os ovários são as gônadas femininas com formato e tamanho semelhantes aos de uma amêndoa, nos quais se desenvolvem os oócitos (gametas ou células germinativas femininas). Também são glândulas endócrinas que produzem hormônios sexuais. Cada ovário é suspenso por uma curta prega peritoneal, o mesovário. O mesovário é uma subdivisão de um meso maior do útero, o ligamento largo. - Nas mulheres pré-púberes, a cápsula de tecido conjuntivo (túnica albugínea do ovário) que forma a superfície do ovário é coberta por uma lâmina lisa de mesotélio ovariano ou epitélio superficial (germinativo), uma única camada de células cúbicas que confere à superfície uma aparência acinzentada, fosca, que contrasta com a superfície brilhante do mesovário peritoneal adjacente com o qual é contínua. - Depois da puberdade, há fibrose e distorção progressiva do epitélio superficial ovariano, em razão da repetida ruptura de folículos ovarianos e liberação de oócitos durante a oocitação. A fibrose é menor em usuárias de contraceptivos orais. Tubas Uterinas - As tubas uterinas (antigamente chamadas de ovidutos ou trompas de Falópio) conduzem o oócito, que é liberado mensalmente de um ovário durante a vida fértil, da cavidade peritoneal periovariana para a cavidade uterina. Também são o local habitual de fertilização. As tubas estendem-se lateralmente a partir dos cornos uterinos e se abrem na cavidade peritoneal perto dos ovários. As tubas uterinas (cerca de 10 cm de comprimento) estão em um meso estreito, o mesossalpinge, que forma as margens livres anterossuperiores dos ligamentos largos. Na disposição “ideal”, normalmente mostrada pelas ilustrações, as tubas estendem-se simetricamente em direção posterolateral até as paredes laterais da pelve, onde se curvam anterior e superiormente aos ovários no ligamento largo em posição horizontal. Na realidade, observadas à ultrassonografia, muitas vezes as tubas estão dispostas assimetricamente e uma delas está em posição superior e até mesmo posterior em relação ao útero. As tubas Uterinas podem ser divididas em quatro partes,da região lateral para medial: 1.Infundíbulo: a extremidade distal afunilada da tuba que se abre na cavidade peritoneal através do óstio abdominal. Os processos digitiformes da extremidade fimbriada do infundíbulo (fímbrias) abrem-se sobre a face medial do ovário; uma grande fímbria ovárica está fixada ao polo superior do ovário 2.Ampola: a parte mais larga e mais longa da tuba, que começa na extremidade medial do infundíbulo; a fertilização do ovócito geralmente ocorre na ampola 3.Istmo: a parte da tuba que tem parede espessa e entra no corno uterino 4.Parte uterina: o segmento intramural curto da tuba que atravessa a parede do útero e se abre, através do óstio uterino, para a cavidade do útero no corno do útero. Irrigação Arterial e drenagem venosa dos ováriose das tubas Uterinas - As artérias ováricas originam-se da parte abdominal da aorta e descem ao longo da parede abdominal posterior.Na margem da pelve,cruzam sobre os vasos ilíacos externos e entram nos ligamentos suspensores,aproximando-se das faces laterais dos ovários e das tubas uterinas. - Os ramos ascendentes das artérias uterinas (ramos das artérias ilíacas internas) seguem ao longo das faces laterais do útero e se aproximam das faces mediais dos ovários e tubas uterinas. Tanto a artéria ovárica quanto a artéria uterina ascendente terminam bifurcando-se em ramos ováricos e tubários, que irrigam ovários e tubas uterinas das extremidades opostas e anastomosam- se entre si, criando uma circulação colateral de origem abdominal e pélvica para ambas as estruturas. - As veias que drenam o ovário formam um plexo venoso pampiniforme, semelhante a uma trepadeira,no ligamento largo perto do ovário e da tuba uterina. As veias do plexo geralmente se fundem para formar uma única veia ovárica, que deixa a pelve menor com a artéria ovárica. A veia ovárica direita ascende e entra na veia cava inferior; a veia ovárica esquerda drena para a veia renal esquerda. - As veias tubaricas drenam para as veias ováricas e para o plexo venoso uterino(uterovaginal) Inervação do Ovário e das Tubas Uterinas - Inervação dos ovários e das tubas uterinas. A inervação é derivada em parte do plexo ovárico, descendo com os vasos ováricos, e em parte do plexo uterino (pélvico).Os ovários e as tubas uterinas são Intraperitoneais e,portanto,estão localizados acima da linha de dor pélvica. - Assim, fibras de dor aferentes viscerais ascendem retrogradamente com as fibras simpáticas descendentes do plexo ovárico e dos nervos esplâncnicos lombares até os corpos celulares nos gânglios sensitivos dos nervos espinais T11–L1. As fibras reflexas aferentes viscerais seguem as fibras parassimpáticas retrogradamente através dos plexos uterino (pélvico) e hipogástrico inferior e dos nervos esplâncnicos pélvicos até os corpos celulares nos gânglios sensitivos dos nervos espinais S2–S4. Útero - O útero é um órgão muscular oco, piriforme, com paredes espessas. O embrião e o feto se desenvolvem no útero. As paredes musculares adaptam-se ao crescimento do feto e garantem a força para sua expulsão durante o parto. O útero não grávido geralmente está localizado na pelve menor, com o corpo sobre a bexiga urinária e o colo entre a bexiga urinária e o reto. - Na mulher adulta, o útero geralmente encontra- se antevertido (inclinado anterossuperiormente em relação ao eixo da vagina) e antefletido (fletido ou curvado anteriormente em relação ao colo, criando o ângulo de flexão), de modo que sua massa fica sobre a bexiga urinária. Sendo assim, quando a bexiga urinária está vazia, o útero normalmente situa-se em um plano quase transversal. - Embora seu tamanho varie muito, o útero tem cerca de 7,5 cm de comprimento, 5 cm de largura e 2 cm de espessura e pesa cerca de 90 g. O útero pode ser dividido em duas partes principais: o corpo e o colo. Corpo do Útero - O corpo do útero que forma dois terços superiores do órgão,Inclui o fundo do útero,a parte arredondada situada superiormente aos óstios Uterinos. Tem duas faces: anterior (relacionada com a bexiga urinária) e posterior (intestinal). O corpo do útero é separado do colo pelo istmo do útero, um segmento relativamente estreitado, com cerca de 1 cm de comprimento. Colo do Útero - O colo do útero é o terço inferior cilíndrico e relativamente estreito do útero, que tem comprimento aproximado de 2,5 cm em uma mulher adulta não grávida. Para fins descritivos, é dividido em duas porções: uma porção supravaginal entre o istmo e a vagina, e uma porção vaginal, que se projeta para a parte superior da parede anterior da vagina. A porção vaginal arredondada circunda o óstio do útero e, por sua vez, é circundada por um recesso estreito. A porção supravaginal é separada da bexiga urinária anteriormente por tecido conjuntivo frouxo e do reto posteriormente pela escavação retouterina. Cavidade do útero - Semlhante a uma fenda, tem cerca de 6 cm de comprimento do óstio uterino até a parede do fundo do útero. Os cornos do útero são as regiões superolaterais da cavidade do útero, onde penetram as tubas uterinas. A cavidade do útero continua inferiormente como o canal do colo do útero. O canal fusiforme estende-se de um estreitamento no interior do istmo do corpo do útero, o óstio anatômico interno, atravessa as porções supravaginal e vaginal do colo, comunicando-se com o lúmen da vagina através do óstio uterino. A cavidade do útero (em particular, o canal do colo do útero) e o lúmen da vagina juntos constituem o canal de parto que o feto atravessa ao fim da gestação. A parede do corpo do Útero é formada por três camadas: 1.Perimétrio – a túnica serosa ou revestimento seroso externo – consiste em peritônio sustentado por uma fina lâmina de tecido conjuntivo 2.Miométrio – a camada média de músculo liso – é muito distendido (mais extenso, porém muito mais fino) durante a gravidez. Os principais ramos dos vasos sanguíneos e nervos do útero estão localizados nessa camada. Durante o parto, a contração do miométrio é estimulada hormonalmente a intervalos cada vez menores para dilatar o óstio do colo do útero e expelir o feto e a placenta. Durante a menstruação, as contrações do miométrio podem causar cólica 3.Endométrio – a túnica mucosa interna – está firmemente aderido ao miométrio subjacente. O endométrio participa ativamente do ciclo menstrual, sofrendo modificações de sua estrutura a cada estágio do ciclo. Se houver concepção, o blastocisto implanta-se nessa camada; se não houver concepção, a face interna dessa camada é eliminada durante a menstruação. - A quantidade de tecido muscular no colo do útero é bem menor que no corpo.O colo do Utero é em sua maior parte fibroso e consiste principalmente em colágeno com uma pequena quantidade de músculo liso e elastina. - O útero é uma estrutura densa situada no centro da cavidade pélvica. As principais sustentações do útero que o mantêm nessa posição são passivas e ativas ou dinâmicas. A sustentação dinâmica do útero é propiciada pelo diafragma da pelve. Seu tônus nas posições sentada e de pé e a contração ativa durante períodos de aumento da pressão intra-abdominal (espirro, tosse etc.) são transmitidos através dos órgãos pélvicos adjacentes e da fáscia endopélvica que o cercam. A sustentação passiva do útero é proporcionada por sua posição – o modo como o útero normalmente antevertido e antefletido fica apoiado sobre o topo da bexiga urinária. - Quando a pressão intra-abdominal aumenta, o útero é pressionado contra a bexiga urinária. O colo do útero é a parte menos móvel do órgão em razão da sustentação passiva proporcionada por condensações de fáscia parietal da pelve (ligamentos) fixadas a ele, que também contém músculo liso. Resumo das Relações do Útero - Anteriormente (anteroinferiormente em sua posição antevertida normal): a fossa supravesical e a escavação vesicouterina da cavidade peritoneal e a face superior da bexiga urinária. A porção supravaginal do colo tem relação com a bexiga urinária e é separada dela apenas por tecido conjuntivo fibroso - Posteriormente: a escavação retouterina contendo alças de intestino delgado e a face anterior do reto. Apenas a fáscia visceral da pelve que une o reto e o útero nesse local resiste ao aumento da pressão intra-abdominal - Lateralmente: o ligamento largo peritoneal ladeando o corpo do útero e os ligamentos transversos do colo, fasciais, de cada lado do colo do útero e da vagina. Na transição entre os dois ligamentos, os ureteres seguem anteriormente,um pouco superiores à parte lateral do fórnice da vagina e inferiores às artérias uterinas, em geral cerca de 2 cm laterais à porção supravaginal do colo. Irrigação Arterial e drenagem Venosa do útero - A vascularização do útero provém principalmente das artérias uterinas, com possível irrigação colateral das artérias ováricas. As veias uterinas penetram nos ligamentos largos com as artérias e formam um plexo venoso uterino de cada lado do colo. As veias do plexo uterino drenam para as veias ilíacas internas. Vagina - A vagina,um tubo musculomembranaceo distensível( 7 a 9 cm de comprimento),estende-se do meio do colo do útero até o óstio da Vagina que é a abertura na extremidade inferior. O óstio da vagina, o óstio externo da uretra e os ductos da glândula vestibular maior e as glândulas vestibulares menores abrem-se no vestíbulo da vagina, a fenda entre os lábios menores do pudendo. A parte vaginal do colo do útero está localizada anteriormente na parte superior da vagina. - A vagina tem as seguintes funções: - Serve como canal para o liquido Menstrual - Forma a parte Inferior do canal do parto - Recebe o Penis e o sêmen ejaculado durante a relação sexual - Comunica-se superiormente com o canal do colo do útero e inferiormente com o vestíbulo da vagina. - A vagina situa-se posteriormente à bexiga urinária e à uretra, sendo que esta se projeta ao longo da linha mediana de sua parede anteroinferior. Resumo das Relações Anatômicas da vagina: - Anteriormente com o fundo da bexiga e Uretra - Lateralmente com o musculo levantador do Anus,a fascia visceral da pelve e os ureteres - Posteriormente (da parte inferior para a superior) com o canal anal, o reto e a escavação retouterina. Irrigação Arterial e drenagem venosa da Vagina - As artérias que irrigam a parte superior da vagina originam-se das artérias uterinas. As artérias que suprem as partes média e inferior da vagina são ramos das artérias vaginal e pudenda interna. - As veias vaginais formam plexos venosos vaginais ao longo das laterais da vagina e na túnica mucosa vaginal. Essas veias são contínuas com o plexo venoso uterino, formando o plexo venoso uterovaginal, e drenam para as veias ilíacas internas através da veia uterina. Esse plexo também se comunica com os plexos venosos vesical e retal. Inervação da Vagina e do útero - Apenas os dois quintos inferiores da vagina têm inervação somática. A inervação dessa parte da vagina provém do nervo perineal profundo, um ramo do nervo pudendo, que conduz fibras aferentes simpáticas e viscerais, mas não fibras parassimpáticas - Apenas essa parte inervada somaticamente é sensível ao toque e à temperatura, embora as fibras aferentes somáticas e viscerais tenham seus corpos celulares nos mesmos gânglios sensitivos de nervos espinais (S2–S4). - A maior parte da vagina (três quartos a dois quintos superiores) tem inervação visceral. Os nervos para essa parte da vagina e para o útero são derivados do plexo nervoso uterovaginal, que segue com a artéria uterina na junção da base do ligamento largo (peritoneal) com a parte superior do ligamento transverso do colo do útero (fascial). O plexo nervoso uterovaginal é um dos plexos pélvicos que se estendem do plexo hipogástrico inferior até as vísceras pélvicas. Fibras aferentes simpáticas, parassimpáticas e viscerais atravessam esse plexo. Infecções do Sistema Genital Feminino - Como o sistema genital feminino comunica-se com a cavidade peritoneal através dos óstios abdominais das tubas uterinas, as infecções da vagina, do útero e das tubas uterinas podem evoluir para peritonite. Inversamente, a inflamação da tuba uterina (salpingite) pode resultar de infecções que se disseminam da cavidade peritoneal. Uma importante causa de infertilidade em mulheres é a obstrução das tubas uterinas, com frequência consequente à salpingite. Laqueadura das Tubas Uterinas - A laqueadura das tubas uterinas é um método cirúrgico e permanente de controle de natalidade. Os oócitos que são liberados pelos ovários e entram nas tubas uterinas dessas pacientes degeneram e são logo absorvidos. A laqueadura cirúrgica das tubas uterinas é realizada por abordagem abdominal ou laparoscópica. A laqueadura tubária abdominal a céu aberto geralmente é realizada por meio de uma incisão suprapúbica curta na linha de implantação dos pelos pubianos e consiste na retirada de um segmento ou de toda a tuba uterina. A laqueadura tubária laparoscópica é realizada com um laparoscópio de fibra óptica inserido por uma pequena incisão, em geral perto do umbigo . Nesse procedimento, a continuidade tubária é interrompida por cauterização, anéis ou grampos. Gravidez Ectópica Tubária - A gravidez tubária é o tipo mais comum de gestação ectópica (implantação embrionária e iniciação de desenvolvimento gestacional fora do corpo do útero); ocorre em cerca de 1 a cada 250 gestações na América do Sul. - Se não forem diagnosticadas precocemente, as gestações ectópicas tubárias podem resultar em ruptura da tuba uterina e hemorragia grave para a cavidade abdominopélvica durante as primeiras 8 semanas de gestação. A ruptura tubária e a hemorragia são uma ameaça à vida materna e causam a morte do embrião. - Em algumas mulheres, pode haver acúmulo de pus na tuba uterina (piossalpinge), que é parcialmente ocluída por aderências. Nesses casos, a mórula (primeiro estágio da embriogênese) pode não ser capaz de seguir ao longo da tuba até o útero, embora os espermatozoides evidentemente tenham feito isso. Quando o blastocisto se forma, ele se implanta na túnica mucosa da tuba uterina, causando uma gravidez ectópica tubária. Embora a implantação ectópica possa ocorrer em qualquer parte da tuba uterina, o local mais comum é a ampola . Gestações ectópicas também ocorrem idiopaticamente (sem motivo aparente ou explicável) nas mulheres, e há risco aumentado nos casos de laqueadura malsucedida das tubas uterinas. - No lado direito, muitas vezes o apêndice vermiforme está próximo do ovário e da tuba uterina. Essa proximidade explica por que uma gravidez tubária rota e a consequente peritonite podem ser erroneamente diagnosticadas como apendicite aguda. Nos dois casos, há inflamação do peritônio parietal na mesma área geral, e a dor é referida para o quadrante inferior direito do abdome. Posição do Útero - Normalmente, o útero está antevertido e antefletido de tal modo que o corpo do útero apoia- se na bexiga urinária vazia, uma das diversas formas de proporcionar sustentação passiva para o útero (. Entretanto, o útero pode adotar outras posições, inclusive a anteflexão excessiva , anteflexão com retroversão e retroflexão com retroversão . Já se acreditou que a retroversão e/ou retroflexão, quando acentuadas, fossem fatores predisponentes ao prolapso uterino ou representassem uma complicação potencial durante a gravidez; todavia, isso não foi comprovado. Alterações da Anatomia Normal do útero com a Idade - Por ocasião do nascimento, o útero é relativamente grande e tem proporções adultas (razão corpo:colo = 2:1) em razão da influência pré- parto dos hormônios maternos . Algumas semanas após o parto, alcança dimensões e proporções infantis: o corpo e o colo têm comprimentos quase iguais (razão corpo:colo = 1:1) e o colo tem maior diâmetro (espessura) . Em vista do pequeno tamanho da cavidade pélvica durante a infância, o útero é um órgão principalmente abdominal. O colo do útero permanece relativamente grande (cerca de 50% do útero) durante toda a infância. Durante a puberdade, o útero (principalmente seu corpo) cresce rapidamente, assumindo proporções adultas . Na mulher pós-púbere, pré-menopáusica, não grávida, o corpo do útero é piriforme; os dois terços superiores do útero,com parede espessa, situam-se na cavidade pélvica . Durante essa fase da vida, o útero sofre alterações mensais de tamanho, peso e densidade em relação ao ciclo menstrual. Durante os nove meses de gravidez, o útero grávido se expande muito para acomodar o feto, tornando-se maior e com paredes cada vez mais finas . Ao fim da gravidez , o feto “desce”, à medida que a cabeça se encaixa na pelve menor. O útero torna-se quase membranáceo, e o fundo cai abaixo de seu nível mais alto (atingido no 9o mês), quando se estende superiormente até a margem costal, ocupando a maior parte da cavidade abdominopélvica . Logo após o parto, o útero grande tem paredes espessas e edemaciadas , mas seu tamanho diminui com rapidez. O útero não grávido de uma mulher multípara tem um corpo grande e nodular e geralmente estende-se até a parte mais baixa da cavidade abdominal, frequentemente causando pequena protrusão da parede abdominal inferior em mulheres magras . Durante a menopausa (45 a 55 anos de idade), o útero (mais uma vez, sobretudo o corpo) diminui de tamanho. Após a menopausa, o útero involui e regride a um tamanho muito menor, assumindo de novo proporções infantis . Todos esses estágios representam a anatomia normal para a idade e o estado reprodutivo da mulher. Rastreamento de Câncer do Colo do útero - O declínio da incidência e do número de mulheres que morrem por câncer do colo do útero está relacionado à acessibilidade do colo do útero à visualização direta e ao exame celular e histológico (inventado em 1946 pelo Dr. George Papanicolaou, daí esse exame ser chamado esfregaço de Papanicolaou) Este exame permite a detecção e o tratamento de condições pré-malignas do colo do útero (Hoffman et al., 2016). A vagina pode ser distendida com um espéculo vaginal para permitir a inspeção do colo do útero . Uma espátula é “encostada” no óstio do útero . A espátula é girada para raspar material celular da mucosa do colo , isso é seguido pela inserção de uma escova citológica no canal do colo do útero, que é girada para colher material celular da mucosa da porção supravaginal do colo do útero. O material celular é, então, colocado em um líquido conservante para exame microscópico . O rastreamento em mulheres de 30 a 65 anos de idade de câncer do colo do útero preferido atualmente inclui citologia cervical e pesquisa de papilomavírus (HPV) a cada 5 anos. O HPV é a principal causa de câncer de colo de útero em mulheres. A pesquisa de HPV não é preconizada para mulheres com 21 a 29 anos de idade por causa da prevalência elevada de HPV nessa população. Para esse grupo de mulheres recomenda-se apenas citologia cervical a cada 3 anos. HISTERECTOMIA - A histerectomia, excisão cirúrgica do útero, é um procedimento relativamente comum realizado principalmente no caso de doença uterina, tal como grandes miomas uterinos, endometriose ou câncer uterino. A incidência de histerectomia por motivos não cancerígenos tem diminuído acentuadamente e outros métodos têm sido realizados. O procedimento interrompe o sangramento uterino anormal, mas interrompe também os ciclos menstruais e a capacidade de conceber. - A histerectomia radical inclui a remoção dos ovários além do útero. Na histerectomia subtotal, o útero é seccionado no istmo. Quando são realizadas histerectomias cervicais ou totais, os fórnices vaginais são incisados, circundando o colo do útero e, assim, separando o útero da vagina. A extremidade superior da vagina é então fechada por sutura. A ligadura da artéria uterina é realizada distalmente à artéria vaginal e aos ramos vaginais para possibilitar fluxo sanguíneo máximo para a extremidade superior da vagina para promover a cicatrização. Distenção da Vagina - A vagina pode ser muito distendida,sobretudo na região da parte posterior do fornice.Por exemplo,a distenção dessa parte permite a palpação do promontório da base do sacro durante um exame pélvico.A distenção também acomoda o Penis ereto durante a relação sexual.A vagina é distendida pelo feto durante o parto. Órgãos Genitais Femininos Externos - Os órgãos genitais femininos Externos são o monte do púbis,os lábios maiores do pudendo(que circundam a rima do pudendo),os lábios menores do pudendo(que circundam o vestíbulo da Vagina),o clitóris,os bulbos do vestíbulo e as glandulas vestibulares maiores e menores.Os sinônimos vulva e pudendo incluem todas essas partes,o termo vulva é usado com freqüência na clínica.O pudendo feminino serve : - Com tecido Sensitivo e erétil para a excitação e relação sexual - Para direcionar o fluxo de Urina - Para Evitar a entrada de material estranho nos sitemas genital e urinario OBS- A vulva é a parte externa dos órgãos genitais femininos. A vulva inclui a abertura da vagina, os lábios maiores, os lábios menores e o clitóris. Externamente é revestida por pelos pubianos. Em torno da abertura da vagina, existem dois conjuntos de dobras da pele. Monte do Pubis - O monte do púbis é a eminência adiposa, arredondada, anterior à sínfise púbica, tubérculos púbicos e ramo superior do púbis. A eminência é formada por massa de tecido adiposo subcutâneo. A quantidade de tecido adiposo aumenta na puberdade e diminui após a menopausa. A superfície do monte é contínua com a parede anterior do abdome. Após a puberdade, o monte do púbis é coberto por pelos pubianos encrespados. Lábios Maiores do Pudendo(Vulva) - Os lábios maiores do pudendo são pregas cutâneas proeminentes que proporcionam proteção indireta para o clitóris e para os óstios da uretra e da vagina. Cada lábio maior do pudendo é preenchido principalmente por um “prolongamento digital” de tecido subcutâneo frouxo contendo músculo liso e a extremidade do ligamento redondo do útero . Os lábios maiores do pudendo seguem em sentido inferoposterior a partir do monte do púbis em direção ao ânus. - Os lábios maiores situam-se nas laterais de uma depressão central (uma fenda estreita quando as coxas são aduzidas , a rima do pudendo, no interior da qual estão os lábios menores do pudendo e o vestíbulo da vagina . As faces externas dos lábios maiores da mulher adulta são cobertas por pele pigmentada contendo muitas glândulas sebáceas e por pelos pubianos encrespados. As faces internas dos lábios são lisas, rosadas e não têm pelos. Labios Menores do Pudendo( Vulva) - Os lábios menores do pudendo são pregas arredondadas de pele sem pelos e sem tecido adiposo. Estão situados na rima do pudendo, circundam imediatamente e fecham o vestíbulo da vagina, no qual se abrem os óstios externo da uretra e da vagina. Eles têm um núcleo de tecido conjuntivo esponjoso contendo tecido erétil em sua base e muitos pequenos vasos sanguíneos. Anteriormente, os lábios menores formam duas lâminas. As lâminas mediais de cada lado se unem e formam o frênulo do clitóris. As lâminas laterais unem-se anteriormente à glande do clitóris (ou muitas vezes anterior e inferiormente, assim superpondo-se à glande e encobrindo-a), e formam o prepúcio do clitóris. Nas mulheres jovens, sobretudo as virgens, os lábios menores estão unidos posteriormente por uma pequena prega transversal, o frênulo dos lábios do pudendo. Clitóris - O clitóris é um órgão erétil localizado no ponto de encontro dos lábios menores do pudendo anteriormente. O clitóris consiste em uma raiz e um pequeno corpo cilíndrico, formados por dois ramos, dois corpos cavernosos e a glande do clitóris . Os ramos fixam-se aos ramos inferiores do púbis e à membrana do períneo, profundamente aos lábios do pudendo. O corpo do clitóris é coberto pelo prepúcio . Juntos, o corpo e a glande do clitóris têm cerca de 2 cm de comprimento e < 1 cm de diâmetro. Ao contrário do pênis, o clitórisnão tem relação funcional com a uretra ou a micção. Atua apenas como órgão de excitação sexual. O clitóris é muito sensível e aumenta de tamanho à estimulação tátil. A glande do clitóris é a parte mais inervada do clitóris e tem densa provisão de terminações sensitivas. Vestíbulo da Vagina - O Vestíbulo da vagina é o espaço circundado pelos lábios menores do pudendo no qual se abrem os óstios da uretra e da vagina e os ductos das glândulas vestibulares maiores e menores. O óstio externo da uretra está localizado 2 a 3 cm posteroinferiormente à glande do clitóris e anteriormente ao óstio da vagina. De cada lado do óstio externo da uretra há aberturas dos ductos das glândulas uretrais. As aberturas dos ductos das glândulas vestibulares maiores estão localizadas nas faces mediais superiores dos lábios menores do pudendo, nas posições de 5 e 7 horas em relação ao óstio da vagina na posição de litotomia. O tamanho e a aparência do óstio da vagina variam com a condição do hímen, uma prega anular fina de túnica mucosa, que proporciona oclusão parcial ou total do óstio da vagina. Após a ruptura do hímen, são visíveis as carúnculas himenais remanescentes . Esses remanescentes delimitam a vagina e o vestíbulo. O hímen não tem função fisiológica estabelecida. É considerado basicamente um vestígio do desenvolvimento. No entanto, sua condição (e a do frênulo dos lábios do pudendo) muitas vezes oferece dados decisivos em casos de abuso de crianças e de estupro. Irrigação Arterial e drenagem venosa do pudendo - A irrigação abundante do pudendo provém das artérias pudendas externa e interna . A artéria pudenda interna irriga a maior parte da pele, os órgãos genitais externos e os músculos do períneo. As artérias labiais e do clitóris são ramos da artéria pudenda interna. As veias labiais são tributárias das veias pudendas internas e veias acompanhantes da artéria pudenda interna. O ingurgitamento do tecido erétil durante a fase de excitação da resposta sexual causa aumento do tamanho e consistência do clitóris e dos bulbos do vestíbulo da vagina. Inervação do Pudendo - A face anterior do pudendo (monte do púbis, parte anterior dos lábios do pudendo) é inervada por derivados do plexo lombar: os nervos labiais anteriores, derivados do nervo ilioinguinal, e o ramo genital do nervo genitofemoral. A face posterior do pudendo é inervada por derivados do plexo sacral: o ramo perineal do nervo cutâneo femoral posterior lateralmente e o nervo pudendo centralmente . Este último é o principal nervo do períneo. Seus nervos labiais posteriores (ramos superficiais terminais do nervo perineal) suprem os lábios do pudendo. Os ramos profundos e musculares do nervo perineal suprem o óstio da vagina e os músculos superficiais do períneo. O nervo dorsal do clitóris supre os músculos profundos do períneo e são responsáveis pela sensibilidade do clitóris. Circuncisão feminina - Embora seja ilegal e hoje esteja sendo ativamente desestimulada na maioria dos países, a mutilação genital feminina (incluindo a circuncisão) ainda é uma prática frequente em algumas culturas. A cirurgia, geralmente realizada na infância, retira o prepúcio do clitóris, e muitas vezes também retira parcial ou totalmente o clitóris e os lábios menores do pudendo, podendo ainda incluir a sutura do óstio vaginal. Há uma falsa crença de que esse procedimento desfigurante iniba a excitação e o prazer sexuais. Traumatismo Vulvar - Os bulbos do vestíbulo, bem vascularizados, são suscetíveis à ruptura vascular por traumatismo (p. ex., lesões atléticas como salto de obstáculos, violência sexual e lesão obstétrica). Muitas vezes essas lesões resultam em dor intensa, hematomas (acúmulo localizado de sangue) vulvares nos lábios maiores do pudendo, fibrose e, em alguns casos, podem provocar futura obstrução no trabalho de parto ou a formação de uma fístula. Infecção das Glândulas Vestibulares Maiores. - As glândulas vestibulares maiores geralmente não são palpáveis, mas tornam-se palpáveis quando infectadas. A oclusão do ducto da glândula vestibular pode predispor o indivíduo à infecção das glândulas vestibulares maiores. A glândula é o local de origem da maioria dos adenocarcinomas vulvares. A bartolinite, inflamação das glândulas vestibulares maiores (de Bartholin), pode ser causada por vários organismos patogênicos. As glândulas infectadas podem aumentar até um diâmetro de 4 a 5 cm e invadir a parede do reto. A oclusão do ducto da glândula vestibular sem infecção pode resultar no acúmulo de mucina (cisto da glândula [de Bartholin]) Bloqueio dos Nervos Pudendo e Ilioinguinal - O alívio da dor no períneo durante o parto pode ser feito pela anestesia por bloqueio do nervo pudendo, injetando-se um anestésico local nos tecidos adjacentes ao nervo pudendo . A injeção é aplicada no local onde o nervo pudendo cruza a face lateral do ligamento sacroespinal, perto de sua fixação à espinha isquiática ou na parte inicial do canal do pudendo. A agulha é introduzida na pele sobrejacente (conforme ilustrado) ou, o que talvez seja mais comum, através da vagina paralelamente ao dedo que palpa. Como nesse estágio a cabeça do feto geralmente está parada na pelve menor, é importante que o dedo do médico sempre esteja posicionado entre a extremidade da agulha e a cabeça do bebê durante o procedimento. Para abolir a sensibilidade da parte anterior do períneo, é realizado um bloqueio do nervo ilioinguinal. Quando as pacientes continuam a se queixar de dor após administração apropriada de um bloqueio do nervo pudendo ou dos nervos pudendo e ilioinguinal, geralmente é consequência da inervação superposta pelo ramo perineal do nervo cutâneo femoral posterior. Exercícios para o fortalecimento dos Músculos perineais femininos - Os músculos transverso superficial do períneo, bulboesponjoso e esfíncter externo do ânus, por meio de sua inserção comum ao corpo do períneo, formam feixes cruzados sobre a abertura inferior da pelve para sustentar o corpo do períneo e o diafragma da pelve, como nos homens. Como as mulheres não têm as demandas funcionais relacionadas com micção, ereção peniana e ejaculação dos homens, esses músculos são relativamente pouco desenvolvidos nelas. Entretanto, quando desenvolvidos, contribuem para a sustentação das vísceras pélvicas e ajudam a evitar a incontinência urinária de esforço e o prolapso pós-parto das vísceras pélvicas. Portanto, muitos ginecologistas e cursos pré-parto para o parto participativo recomendam que as mulheres pratiquem os exercícios de Kegel (assim denominados em homenagem a A. H. Kegel, um ginecologista norte-americano do século XX) usando os músculos do períneo, como a interrupção sucessiva do fluxo de urina durante a micção. Alguns cursos pré-parto enfatizam que, ao aprenderem a contrair e relaxar voluntariamente os músculos do períneo, as mulheres podem ser capazes de resistir à tendência de contrair a musculatura durante as contrações uterinas, desobstruindo a passagem para o feto e reduzindo a probabilidade de ruptura dos músculos do períneo. Vaginismo - O vaginismo é definido como espasmos musculares involuntários (reflexos) que ocorrem quando há tentativa de penetração vaginal (quando os músculos do períneo estão distendidos). Pode ser limitado a situações específicas (p. ex., relação sexual) ou em todas as situações em que seja tentada penetração vaginal (uso de absorvente interno, exames ginecológicos). Pode causar dispareunia (dor durante a relação sexual); nas formas graves, impede a penetração vaginal. O vaginismo é um distúrbio físico que, em algumas mulheres, tem um componente psicológico, como medo antecipado de dor à penetração. Em outras, o vaginismo pode estar ligado a um distúrbio ginecológico, umacondição clínica ou um medicamento. O tratamento envolve, com frequência, técnicas de relaxamento muscular e dessensibilização com o uso de dilatadores vaginais de diâmetro crescente.
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