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DESCRIÇÃO Apresentação anatômica dos elementos constituintes do sistema genital feminino e do masculino e suas correlações no contexto clínico e cirúrgico. PROPÓSITO Entender aspectos morfofuncionais dos sistemas genitais feminino e masculino e seus constituintes é importante para que o profissional de saúde possa reconhecer a estrutura biológica e o funcionamento adequado desses órgãos e identificar possíveis alterações e patologias relacionadas. OBJETIVOS MÓDULO 1 Reconhecer os elementos gerais do sistema genital, o sistema genital feminino e as mamas MÓDULO 2 Reconhecer os elementos que compõem o sistema genital masculino INTRODUÇÃO Os órgãos reprodutivos masculino e feminino podem ser agrupados por função. As gônadas - testículos nos homens e ovários nas mulheres - produzem gametas e secretam hormônios sexuais. Vários ductos armazenam e transportam os gametas, e as glândulas sexuais acessórias produzem substâncias que protegem os gametas e facilitam seu movimento. Além dessas estruturas, existem órgãos de suporte, como o pênis nos homens e o útero nas mulheres, que auxiliam na liberação de gametas. O útero também é o local onde fica o embrião e o feto durante a gravidez, propiciando um ambiente adequado para o crescimento. Neste conteúdo, iremos estudar sucessivamente os aspectos gerais do sistema genital, seguidos pelo estudo do sistema genital feminino e, por fim, o sistema genital masculino. MÓDULO 1 Reconhecer os elementos gerais do sistema genital, o sistema genital feminino e as mamas GENERALIDADES SOBRE O SISTEMA GENITAL O sistema genital masculino produz esperma e os introduz no corpo feminino. O sistema genital feminino produz óvulos, recebe os espermatozoides, provê a união desses gametas, abriga o feto, dá à luz e nutre a prole. Em ambos os sexos, o sistema genital consiste em órgãos que podem ser funcionalmente divididos em órgãos sexuais: PRIMÁRIOS (GÔNADAS) SECUNDÁRIOS (GENITÁLIA) PRIMÁRIOS (GÔNADAS) As gônadas são os órgãos que produzem gametas – os testículos nos homens e os ovários, nas mulheres. SECUNDÁRIOS (GENITÁLIA) Os órgãos sexuais secundários são os demais órgãos que não são gônadas e, que apesar de não produzirem gametas, são necessários para a reprodução. No homem, eles constituem um sistema de ductos, glândulas e o pênis e estão relacionados com o armazenamento, a sobrevivência e o transporte do gameta. Na mulher, os órgãos secundários são as trompas uterinas, o útero e a vagina, que possuem função de unir o espermatozoide com o óvulo e abrigar o embrião/feto. Anatomicamente, os órgãos reprodutivos são classificados como genitais externos e internos. A genitália externa está localizada no períneo, a região em forma de diamante marcada pela sínfise púbica anteriormente, pelo cóccix posteriormente e pelas tuberosidades isquiáticas lateralmente. A maioria deles é visível externamente, exceto para as glândulas acessórias do períneo feminino. A genitália interna está localizada principalmente na cavidade pélvica, com exceção dos testículos e de alguns ductos associados contidos no escroto. Veja abaixo a posição da genitália feminina à esquerda e a masculina à direita: Imagem: Shutterstock.com Além da reprodução, o sistema genital é responsável pela produção de hormônios com a função de diferenciação sexual, de modo que são fornecidas características físicas distintas entre homens e mulheres. São chamadas de características sexuais secundárias, por exemplo: a presença e a quantidade de pelos pubianos e axilares, a presença expressiva de pelos faciais masculinos, as diferenças na textura e visibilidade dos cabelos nos membros e tronco, a presença das mamas, as diferenças na massa muscular total e na quantidade e distribuição da gordura corporal, as diferenças no tom da voz, entre outras. Veja na imagem a seguir alguns elementos do sistema genital masculino e feminino na pelve. Imagem: Shutterstock.com Elementos do sistema genital masculino e feminino na pelve. Agora que você já conhece as divisões anatômicas gerais do sistema genital humano, vamos conhecer mais detalhadamente o sistema genital feminino e as mamas. O SISTEMA GENITAL FEMININO Os órgãos internos do sistema genital feminino incluem os ovários (gônadas), as tubas uterinas (Trompas de Falópio), o útero e a vagina. Os órgãos externos são chamados coletivamente de vulva e englobam estruturas como os lábios maiores e menores, o clitóris e outras estruturas. COMENTÁRIO As glândulas mamárias são consideradas parte do sistema tegumentar e do sistema reprodutor feminino, mas, pelo seu papel em auxiliar o crescimento do recém-nascido, serão abordadas ao final do módulo. Iremos agora estudar ovários, as tubas uterinas, o útero, a vagina e os demais órgãos. OVÁRIO O ovário é um órgão em forma de amêndoa situado em uma depressão da parede pélvica posterior chamada de fossa ovariana. O ovário mede cerca de 3cm de comprimento, 1,5cm de largura e 1cm de espessura. O ovário é responsável pela produção de estrogênio e progesterona, que atuam no desenvolvimento sexual da mulher e no ciclo menstrual. Sua cápsula de revestimento é semelhante à do testículo e é chamada de túnica albugínea. O interior do ovário é dividido em uma medula centralizada e um córtex externo. A medula do ovário é um núcleo de tecido conjuntivo fibroso ocupado pelas principais artérias e veias do ovário. O córtex é o local onde ficam os folículos ovarianos, cada um dos quais consiste em um óvulo em desenvolvimento cercado por numerosas células foliculares pequenas. Imagem: Shutterstock.com Estrutura do ovário. Imagem: Shutterstock.com O ovário em si não possui um sistema de túbulos. Os óvulos são liberados um de cada vez, graças ao processo de menstruação. Na infância, os ovários têm superfície lisa. A partir da idade fértil, eles se tornam mais ondulados porque os folículos em crescimento de vários estágios produzem protuberâncias na superfície. Após a menopausa, os ovários encolhem e se tornam compostos principalmente por tecido cicatricial. Os ovários e outros órgãos genitais internos são mantidos no lugar por vários ligamentos de tecido conjuntivo. O polo medial do ovário é fixado ao útero pelo ligamento ovariano, e seu polo lateral é fixado à parede pélvica pelo ligamento suspensor do ovário. A margem anterior do ovário é ancorada por uma prega peritoneal chamada de mesovário. Esse ligamento se estende a uma lâmina de peritônio chamada de ligamento largo do útero, que flanqueia o útero e envolve a tuba uterina em sua margem superior. O ovário recebe sangue de duas artérias: o ramo ovariano da artéria uterina, que passa pelo mesovário e se aproxima do polo medial do ovário, e a artéria ovariana, que passa pelo ligamento suspensor e se aproxima do polo lateral. VOCÊ SABIA A artéria ovariana é o equivalente feminino da artéria testicular, no homem. Esse vaso surge da aorta abdominal e descende até a gônada ao longo de sua parede posterior. As artérias ovariana e uterina se anastomosam ao longo da margem do ovário e liberam várias pequenas artérias que entram no ovário. As veias que drenam o ovário formam um plexo conhecido como plexo pampiniforme no ligamento largo próximo ao ovário e à tuba uterina. As veias do plexo geralmente se fundem para formar uma veia ovariana única, que deixa a pelve menor com a artéria ovariana. A veia ovariana direita sobe para entrar na veia cava inferior; a veia ovariana esquerda drena para a veia renal esquerda. Imagem: Shutterstock.com Plexo do nervo uterovaginal. O suprimento nervoso deriva parcialmente do plexo ovariano, descendo com os vasos ovarianos, e parcialmente do plexo uterino. As fibras de dor aferente visceral ascendem retrogradamente com as fibras simpáticas descendentes do plexo ovariano e dos nervos esplâncnicos lombares para os corpos celulares nos gânglios sensoriais espinhais de T11 a L1. As fibras viscerais aferentes seguem as fibras parassimpáticasretrogradamente por meio dos plexos uterino (pélvico) e hipogástrico inferior e dos nervos esplâncnicos pélvicos até os corpos celulares nos gânglios sensoriais espinhais de S2 a S4. SAIBA MAIS Os cistos ovarianos são bolsas cheias de líquido dentro ou sobre o ovário. Esses cistos são relativamente comuns, geralmente, não são cancerosos e, frequentemente, desaparecem por conta própria. Os cistos cancerosos são mais prováveis de ocorrer em mulheres acima de 40 anos. Os cistos ovarianos podem causar: dor, pressão, uma dor surda ou plenitude no abdômen; dor durante a relação sexual; períodos menstruais atrasados, dolorosos ou irregulares; início abrupto de dor aguda na parte inferior do abdômen; e/ou sangramento vaginal. A maioria dos cistos ovarianos não requer tratamento, mas os maiores (mais de 5cm) podem ser removidos cirurgicamente. Imagem: Shutterstock.com Um cisto ovariano. Comparação entre um ovário normal e um ovário com cisto. TUBAS UTERINAS A tuba uterina (trompa de Falópio) é um canal ciliado com cerca de 10cm de comprimento que vai do ovário ao útero. Na extremidade distal (ovariana), ela se alarga em um infundíbulo com projeções ciliadas denominadas de fímbrias; a parte intermediária e mais longa da tuba é a ampola, e o segmento próximo ao útero é chamado de istmo, por ser mais estreito. Alguns autores consideram uma quarta porção, denominada de porção intrauterina da tuba uterina: essa porção é um segmento curto, intramural, situada na cavidade uterina. A tuba uterina está sustentada pela mesossalpinge, que é a margem superior do ligamento largo do útero. A tuba uterina forma uma conexão do meio externo com o peritônio, o que pode se tornar um caminho para infecções. Histologicamente, as tubas uterinas são compostas por três camadas: MUCOSA MUSCULAR SEROSA MUCOSA A mucosa consiste em epitélio e lâmina própria (tecido conjuntivo frouxo). O epitélio contém: células colunares simples ciliadas, que funcionam como uma cadeia de transporte ciliado que auxilia a mobilização do óvulo fertilizado (ovócito secundário) dentro da tuba uterina em direção ao útero; e células não ciliadas, conhecidas também como “células peg”, que possuem microvilosidades e secretam um fluido que fornece nutrição para o óvulo. MUSCULAR A camada média, a muscular, é composta por um anel circular interno espesso de músculo liso e uma região delgada externa de músculo liso longitudinal. As contrações peristálticas da musculatura e a ação ciliar da mucosa ajudam a mover o ovócito em direção ao útero. SEROSA A camada mais externa das tubas uterinas é uma membrana serosa. Após a ovulação, os movimentos das fímbrias formam correntes que varrem o ovócito secundário ovulado da cavidade peritoneal para a tuba uterina. O espermatozoide geralmente encontra e fertiliza um ovócito secundário na ampola da tuba uterina, embora a fertilização na cavidade peritoneal não seja incomum. A fertilização pode ocorrer até cerca de 24 horas após a ovulação. Algumas horas após a fertilização, os materiais nucleares do óvulo haploide e do esperma se unem. O óvulo fertilizado diploide agora é chamado de zigoto e começa a sofrer divisões celulares enquanto se move em direção ao útero, aonde chega de 6 a 7 dias após a ovulação. Ovócitos secundários não fertilizados se desintegram. As tubas são irrigadas por ramos tubais das artérias ovarianas e uterinas. As veias tubárias drenam para as veias ovarianas e para o plexo venoso uterino (uterovaginal). A inervação segue o mesmo padrão da inervação dos ovários. Imagem: Shutterstock.com Diagrama 3D demonstrando algumas porções dos órgãos internos do sistema genital feminino. ÚTERO O útero é uma câmara muscular espessa que se abre para o teto da vagina e geralmente se inclina para a frente sobre a bexiga urinária, em uma posição conhecida como anteflexão. Sua função é abrigar o feto, fornecer-lhe uma fonte de nutrição (a placenta, composta parcialmente de tecido uterino) e expelir o feto no final da gestação. O útero tem um formato semelhante a uma pera e pode ser dividido da seguinte maneira: Uma porção em forma de cúpula, chamada de fundo. Uma porção central afilada, chamada de corpo. Uma porção inferior estreita, chamada de colo (cérvix), que se abre para a vagina. Entre o corpo do útero e o colo do útero, está o istmo, uma região contraída com cerca de 1cm de comprimento. O interior do corpo do útero é chamado de cavidade uterina e o interior do colo do útero é chamado de canal cervical. O canal cervical se abre na cavidade uterina e na vagina, por meio de seu orifício interno e externo, respectivamente. O útero mede cerca de 7cm do colo ao fundo, 4cm de largura em seu ponto mais largo no fundo e 2,5cm de espessura, mas é um pouco maior em mulheres que estiveram grávidas. O lúmen do útero é aproximadamente triangular, com seus dois cantos superiores (cornos) se abrindo para as tubas uterinas. No útero não grávido, o lúmen não é uma cavidade oca, mas sim, um espaço potencial: as membranas mucosas das paredes opostas são pressionadas juntas com pouco espaço entre elas. O lúmen comunica-se com a vagina por meio de uma passagem estreita através do colo do útero, chamada de canal cervical. A abertura superior desse canal para o corpo do útero é o orifício interno, e sua abertura para a vagina é o seu orifício externo. Imagem: Shutterstock.com O canal contém glândulas cervicais que secretam muco, esse muco previne a disseminação de micróbios da vagina para o útero. Perto da época da ovulação, o muco torna-se mais fino do que o normal e permite a passagem mais fácil dos espermatozoides. Vários ligamentos, que são extensões do peritônio parietal ou cordões fibromusculares, mantêm o útero em posição. São eles: LIGAMENTO LARGO DO ÚTERO LIGAMENTOS UTEROSSACRAIS LIGAMENTOS CARDINAIS DO ÚTERO LIGAMENTOS REDONDOS DO ÚTERO LIGAMENTO LARGO DO ÚTERO É uma dobra dupla de peritônio que prende o útero em cada lado da cavidade pélvica. LIGAMENTOS UTEROSSACRAIS Também são extensões peritoneais e situam-se em ambos os lados do reto e conectam o útero ao sacro. LIGAMENTOS CARDINAIS DO ÚTERO Também são chamados de ligamentos cervicais transversos. Estão localizados abaixo da base do ligamento largo e se estendem da parede pélvica ao colo do útero e vagina. LIGAMENTOS REDONDOS DO ÚTERO São faixas de tecido conjuntivo fibroso entre as camadas do ligamento largo. Eles se estendem de um ponto no útero imediatamente inferior às tubas uterinas até uma porção dos grandes lábios, da vulva. Embora os ligamentos, normalmente, mantenham a posição antefletida do útero, também permitem que o corpo uterino se movimente o suficiente para que o útero fique mal posicionado. Uma inclinação posterior do útero, chamada de retroflexão, por exemplo, é uma variação da posição normal do útero. Esses ligamentos preenchem o canal inguinal. A parede uterina consiste em uma serosa externa denominada de perimétrio, uma camada muscular média denominada de miométrio e uma mucosa interna denominada de endométrio. Imagem: Shutterstock.com Anatomia do útero e órgãos associados. A camada externa - perimétrio ou serosa é parte do peritônio visceral. É composta por epitélio escamoso simples e tecido conjuntivo frouxo. Lateralmente, torna-se o ligamento largo do útero. Na parte anterior, cobre a bexiga urinária e forma uma escavação rasa, a escavação vesicouterina. Na parte posterior, cobre o reto e forma uma escavação profunda entre o útero e o reto, a escavação retouterina, conhecida também como saco ou bolsa de Douglas - o ponto mais inferior da cavidade pélvica. O miométrio, com cerca de 1,25cm de espessura no útero não gravídico, constitui a maior parte da parede. É composto principalmente de feixes de músculo liso que se estendem para baixo a partir do fundo e espiralam ao redor do corpo do útero. COMENTÁRIO Próximo ao colo do útero, o miométrio é menos muscular e mais fibroso; o colo do útero em si é quasetotalmente fibroso (colágeno). A função do miométrio é produzir as contrações do parto que ajudam a expulsar o feto. O revestimento interno do útero, ou mucosa, é denominado de endométrio. O endométrio possui um epitélio colunar simples, glândulas tubulares e um estroma povoado por leucócitos, macrófagos e outras células. A metade superficial a dois terços dela, chamada de camada funcional (estrato funcional), é eliminada em cada período menstrual. A camada mais profunda, chamada de camada basal (estrato basal), se mantém e gera uma nova camada funcional para o próximo ciclo. Quando ocorre a gravidez, o endométrio é o local de fixação do embrião e forma a parte materna da placenta. O suprimento de sangue do útero é particularmente importante para o ciclo menstrual e a gravidez. Uma artéria uterina origina-se de cada uma das duas artérias ilíacas internas (Direita e esquerda) e viaja por meio do ligamento largo até o útero. Elas emitem vários ramos que penetram no miométrio e formam as artérias arqueadas. Cada artéria arqueada viaja em um círculo ao redor do útero e faz uma anastomose com a artéria arqueada do outro lado. Ao longo de seu curso, dá origem a artérias menores que penetram o resto do caminho através do miométrio, no endométrio, e produzem as artérias espirais (ou espiraladas). As artérias espirais se enrolam entre as glândulas endometriais em direção à superfície da mucosa. Elas se contraem e dilatam ritmicamente, tornando a mucosa alternadamente branca e vermelha devido ao fluxo de sangue. O sangue que sai do útero é drenado pelas veias uterinas para as veias ilíacas internas. O extenso suprimento de sangue do útero é essencial para apoiar o crescimento de um novo estrato funcional após a menstruação, implantação de um óvulo fertilizado e desenvolvimento da placenta. SAIBA MAIS A endometriose é caracterizada pelo crescimento de tecido endometrial fora do útero. O tecido entra na cavidade pélvica por meio da abertura das tubas uterinas e pode ser encontrado em qualquer um dos vários locais: nos ovários, na escavação retouterina, na superfície externa do útero, no cólon sigmoide, nos linfonodos pélvicos e abdominais, no colo do útero, na parede abdominal, nos rins e na bexiga. O tecido endometrial responde às flutuações hormonais, seja dentro ou fora do útero, assim, a cada ciclo reprodutivo, o tecido se prolifera e então se decompõe e sangra. Quando isso ocorre fora do útero, pode causar inflamação, dor, cicatrizes e infertilidade. Os sintomas incluem dor pré-menstrual ou dor menstrual intensa. Imagem: Shutterstock.com VAGINA A vagina é um canal fibromuscular tubular de cerca de 10cm de comprimento. A vagina fica posterior à bexiga urinária e à uretra, a última projetando-se ao longo da linha média de sua parede anteroinferior. A vagina fica anterior ao reto, passando entre as margens mediais dos músculos levantadores do ânus (puborretais). Possui relações: Anteriores com o fundo da bexiga urinária e uretra Laterais com o músculo levantador do ânus, fáscia pélvica e ureteres Posteriores com o canal anal, reto e a escavação retouterina (saco de Douglas) É o receptáculo para o pênis durante a relação sexual e fornece meio de saída para o fluxo menstrual e passagem para o feto durante o parto. Situada entre a bexiga urinária e o reto, a vagina é direcionada superior e posteriormente, onde se liga ao útero. Um recesso chamado fórnice está presente na fixação da vagina no colo do útero. É no fórnice que o diafragma contraceptivo, quando inserido corretamente, deve ser mantido enquanto cobre o colo do útero. A mucosa da vagina é contínua com a do útero. Histologicamente, consiste em epitélio escamoso estratificado não queratinizado e tecido conjuntivo areolar que se encontra em uma série de dobras transversais denominadas rugas. A mucosa da vagina contém grandes estoques de glicogênio, cuja decomposição produz ácidos orgânicos. O ambiente ácido resultante retarda o crescimento microbiano, mas também é prejudicial aos espermatozoides. Os componentes alcalinos do sêmen, principalmente das vesículas seminais, aumentam o pH do fluido na vagina e aumentam a viabilidade dos espermatozoides. A túnica muscular é composta por uma camada circular externa e uma camada longitudinal interna de músculo liso que pode esticar consideravelmente para acomodar o pênis durante a relação sexual e uma criança durante o nascimento. A adventícia, a camada superficial da vagina, consiste em tecido conjuntivo areolar. Ele ancora a vagina aos órgãos adjacentes, como a uretra e a bexiga urinária anteriormente e o reto e o canal anal posteriormente. Uma fina prega de membrana mucosa vascularizada, chamada de hímen, forma uma borda ao redor e fecha parcialmente a extremidade inferior da abertura vaginal para a exterior, o orifício vaginal. Após sua ruptura, geralmente, após a primeira relação sexual, apenas restos do hímen permanecem. Às vezes, o hímen cobre completamente o orifício, uma condição chamada hímen imperfurado. A cirurgia pode ser necessária para abrir o orifício e permitir a descarga do fluxo menstrual. As artérias que irrigam a parte superior da vagina derivam das artérias uterinas. As artérias que irrigam as partes média e inferior da vagina derivam das artérias vaginal e pudenda interna. As veias vaginais formam plexos venosos vaginais ao longo das laterais da vagina e dentro da mucosa vaginal. Essas veias são contínuas com o plexo venoso uterino e com o plexo venoso uterovaginal e drenam para as veias ilíacas internas através da veia uterina. Esse plexo também se comunica com os plexos vesicais e retais. ATENÇÃO Apenas a parte inferior de um quinto a um quarto da vagina é somática em termos de inervação. A inervação dessa parte da vagina é proveniente do nervo perineal profundo, um ramo do nervo pudendo, que transmite fibras aferentes simpáticas e viscerais. Apenas essa parte somaticamente inervada é sensível ao toque e à temperatura, embora as fibras aferentes somáticas e viscerais tenham seus corpos celulares nos mesmos (S2-S4) gânglios espinhais. A maior parte da vagina (três quartos a quatro quintos superiores) é visceral em termos de sua inervação. Os nervos para essa parte da vagina e para o útero são derivados do plexo do nervo uterovaginal, que viaja com a artéria uterina na junção da base do ligamento largo do útero e da parte superior do ligamento cervical transverso. O plexo do nervo uterovaginal é um dos plexos pélvicos que se estendem às vísceras pélvicas do plexo hipogástrico inferior. Fibras aferentes simpáticas, parassimpáticas e viscerais passam por esse plexo. Imagem: Shutterstock.com Sistema reprodutor feminino. VULVA O termo vulva refere-se aos órgãos genitais externos da mulher. Seus elementos constituintes são: MONTE PÚBICO (MONTE DA PUBE) GRANDES LÁBIOS PEQUENOS LÁBIOS VESTÍBULO DA VULVA CLITÓRIS MONTE PÚBICO (MONTE DA PUBE) Consiste em um acúmulo anterior de tecido adiposo que recobre a sínfise púbica, coberto por pele e pelos púbicos. GRANDES LÁBIOS São um par de dobras espessas de pele e tecido adiposo inferior ao monte, entre as coxas; a fissura entre eles é chamada de rima do pudendo. Os pelos púbicos crescem nas superfícies laterais dos grandes lábios na puberdade, mas as superfícies mediais não têm pelos. São homólogos ao escroto, no homem. PEQUENOS LÁBIOS São muito mais finos. Situam-se medialmente aos grandes lábios e, ao contrário desses, são desprovidos de pelos pubianos e de gordura e têm poucas glândulas sudoríparas, mas contêm muitas glândulas sebáceas. Os pequenos lábios são homólogos à uretra esponjosa no homem. VESTÍBULO DA VULVA É a área delimitada pelos pequenos lábios, contém os orifícios urinário e vaginal. Na margem anterior e superior do vestíbulo, os pequenos lábios se encontram e formam um prepúcio em forma de capuz sobre o clitóris. CLITÓRIS É estruturado de maneira muito semelhante ao pênis em muitos aspectos, mas não temfunção urinária. Sua função é inteiramente sensorial, servindo como centro primário de estimulação sexual. Ao contrário do pênis, é quase inteiramente interno, não tem corpo esponjoso e não envolve a uretra. Essencialmente, é formado por um par de corpos cavernosos (tecido erétil trabeculado) envoltos em tecido conjuntivo. Sua glande projeta-se ligeiramente do prepúcio. O corpo do clitóris passa internamente, estando inferior à sínfise púbica. Em sua extremidade interna, os corpos cavernosos divergem, com um formato semelhante ao da letra “Y”, e formam um par de crura, que, como as do pênis, prendem o clitóris a cada lado do arco púbico. Imagem: SVG por Marnanel após Amphis/ wikimedia commons/Domínio Público Estrutura anatômica do clitóris. VOCÊ SABIA A circulação e a inervação do clitóris são basicamente as mesmas do pênis, ou seja, possuem uma artéria profunda do clitóris e a artéria dorsal do clitóris. É drenado pela veia dorsal superficial do clitóris e pela veia dorsal profunda do clitóris. É inervado pelo nervo dorsal do clitóris, possuindo inúmeras terminações nervosas que fornecem sua função sensorial. Bem no fundo dos grandes lábios, há um par de tecidos eréteis subcutâneos chamados de bulbos do vestíbulo. Eles ficam congestionados com sangue durante a excitação sexual e fazem com que a vagina se aperte um pouco ao redor do pênis, aumentando a estimulação sexual. São homólogos ao corpo esponjoso e bulbo do pênis, no homem. Ao lado da vagina, há um par de glândulas vestibulares maiores (de Bartholin) que possuem o tamanho de uma ervilha. Possuem dutos curtos que se abrem para o vestíbulo da vulva ou para a parte inferior da vagina. Essas glândulas correspondem às glândulas bulbouretrais (de Cowper) no homem. Elas mantêm a vulva úmida e, durante a excitação sexual, fornecem a maior parte da lubrificação para a relação sexual. O vestíbulo também é lubrificado por várias glândulas vestibulares menores. Um par de glândulas parauretrais (de Skene) se abrem no vestíbulo próximo ao orifício uretral externo. Essas glândulas podem ejetar fluido, às vezes em abundância, durante o orgasmo. Surgem da mesma estrutura embrionária da próstata masculina e seu fluido é semelhante à secreção prostática. Imagem: Shutterstock.com Genitália externa e interna. SAIBA MAIS Bartolinites são glândulas vestibulares maiores (de Bartholin) que geralmente não são palpáveis, mas tornam-se mediante a uma infecção. A oclusão do ducto da glândula vestibular maior pode predispor o indivíduo à infecção da glândula vestibular maior. A glândula é o local ou origem da maioria dos adenocarcinomas vulvares (cânceres). A Bartolinite, inflamação das glândulas vestibulares maiores, pode resultar de uma série de organismos patogênicos. As glândulas infectadas podem aumentar até um diâmetro de 4–5cm e colidir com a parede do reto. A oclusão do ducto da glândula vestibular sem infecção pode resultar no acúmulo de mucina, levando à formação de um cisto. MAMAS As mamas são duas formações glandulares superficiais mais proeminentes na parede torácica da mulher. Possuem função de produção e secreção de leite. As glândulas mamárias constituem um traço característico dos mamíferos e são destinadas à nutrição, ainda que, na mulher, desempenhem papel de relevância na sexualidade e na estética. Esses órgãos são anexos da pele e apresentam simetria apenas em relação ao plano mediano. Estão presentes tanto no sexo feminino quanto no masculino, com a mesma origem embrionária e desenvolvimento púbere. Porém, no homem, esse desenvolvimento é limitado. No homem adulto, o corpo da mama se limita a um pequeno disco de tecido glandular atrofiado; somente a aréola e a papila mamária (mamilo) são comparáveis às da mulher. Contudo, a mama masculina, assim como a da mulher, pode ser acometida de processos patológicos, inflamatórios e tumorais. As mamas estão situadas na face anterossuperior de cada hemitórax, ventralmente aos músculos da região peitoral (peitoral maior, peitoral menor e serrátil anterior), podendo estender-se sobre parte do músculo oblíquo externo. Estão entre as camadas superficial e profunda da tela subcutânea. Na mulher jovem, são delimitadas pelas margens laterais do osso esterno e linhas axilares anteriores, geralmente, se estendem da 3ª a 7ª costela, podendo ocorrer entre a 2ª e a 6ª. Uma pequena parte da glândula mamária pode se alongar ao longo da borda inferolateral do músculo peitoral maior até a axila, constituindo um processo axilar (lateral) da mama (de Spence), que são descobertos com a hipertrofia mamária menstrual. Dois terços da mama sobrepõem a fáscia peitoral que cobre o músculo peitoral maior; o outro terço repousa na fáscia que reveste o músculo serrátil anterior. O espaço criado entre a mama e a fáscia peitoral é preenchido por tecido conjuntivo frouxo (pequena quantidade de gordura) que permite à mama um certo grau de movimento, o espaço retromamário. As mamas adquirem aspecto morfológico adulto a partir da puberdade. Sua forma geral é de elevação subcutânea convexa em relação à superfície torácica, criando assim uma semiesfera cônica com uma saliência variando na intensidade de cor, a papila mamária. Sua forma é muito variável, segundo a etnia e o estado fisiológico (idade, fase do ciclo menstrual e lactação), assim como sua consistência. É firme e elástica na mulher jovem e nulípara. Com as gestações sucessivas ou no avançar da idade, tornam-se progressivamente moles e flácidas na mulher idosa, podendo estar suspensa em forma de pêndulo, fato explicado pela perda da elasticidade das estruturas de sustentação do estroma. NULÍPARA Mulher que nunca teve filhos. As dimensões das mamas são variáveis e não têm relação com a estatura da mulher. Na posição ortostática, a mama fica suspensa, tornando-se mais saliente na base do que na parte superior devido à gravidade, e seu limite inferior forma um sulco com a parede torácica subjacente – sulco submamário. A diferença no volume de ambas as mamas da mesma mulher é frequente e depende da quantidade de tecido estromal. Seu peso também varia, de 30 a 60g ao nascimento, na mulher jovem em média é de 150 a 200g, aumentando para 400 ou 500g durante a lactação e/ou após implante de próteses de silicone. Frequentemente, são assimétricas (anisomastia), a direita é usualmente maior e mais baixa do que a esquerda. A maior parte da mama é recoberta por uma pele fina e móvel, onde se nota por transparência – em alguns indivíduos – a rede venosa superficial; a pele da mama é continuada, na superfície, pela pele do tórax. O ápice da mama, por outro lado, é constituído por uma zona arredondada e pigmentada: a aréola, em cujo centro se encontra a papila mamária. Essas duas formações também são encontradas no homem. A aréola é uma região cutânea regularmente circular de 15 a 25mm de diâmetro. Sua coloração varia de mais clara a mais escura de acordo com o tom de pele, tornando-se mais escura, principalmente, na gravidez devido a fatores hormonais. Sua superfície é elevada em certos pontos, o que forma pequenas saliências denominadas de tubérculos (glândulas) javascript:void(0) areolares (de Morgagni). Esses tubérculos são determinados pela presença de glândulas sebáceas volumosas que se hipertrofiam durante a gravidez, criando os sinais gravídicos: Imagem: Shutterstock.com, adaptado por Raphael Amado Oliveira SINAL DE HUNTER Escurecimento da cor e aumento do diâmetro Imagem: Shutterstock.com, adaptado por Raphael Amado Oliveira REDE DE HALLER Ingurgitamento da rede venosa areolar e periareolar Imagem: Shutterstock.com, adaptado por Raphael Amado Oliveira SINAL DE MONTGOMERY Glândulas sebáceas hipertrofiadas A papila mamária (mamilo) é uma projeção da aréola, com a pele enrugada e desprovida de gordura onde se desembocam os ductos lactíferos dos respectivos lobos da glândula mamária. A papila mamária situa-se no centro da aréola, um pouco abaixo docentro da mama e aproximadamente ao nível do 4º espaço intercostal em adultas e do 4º espaço intervertebral em jovens nulíparas. É cilíndrica ou cônica, varia na saliência e mede cerca de 10 a 12mm. A papila é composta, principalmente, de anéis concêntricos de fibras musculares lisas subjacentes à pele que se inserem na face profunda da derme. A contração dessas fibras musculares sob efeito da excitação, por exemplo, tato, frio e emoções, pode tornar a papila rígida, na qual ela se projeta anteriormente. A mama está composta de dois elementos histológicos agrupados, o parênquima e o estroma. O parênquima apresenta-se como uma massa oval constituída de tecido glandular e é composto de 15 a 20 lobos piramidais (glândulas mamárias), cujos ápices estão voltados para a superfície e as bases para a parte profunda (centro) da mama. As glândulas mamárias são glândulas sudoríparas modificadas; sendo assim, não possuem cápsula ou bainha especial. O conjunto desses lobos denomina-se corpo da mama, que pode ser palpado e distinguido das áreas vizinhas pela consistência. Cada lobo apresenta lóbulos com alvéolos compostos e arranjados como cachos de uvas, essas unidades são funcionalmente independentes e possuem um ducto excretor: ducto lactífero. Imagem: Shutterstock.com Os ductos lactíferos são tortuosos e se dirigem para a papila mamária; antes de chegarem a esta, apresentam uma dilatação fusiforme, o seio lactífero (ampola). Nesse local, a secreção láctea é armazenada no intervalo entre as lactações. Após o seio, cada ducto lactífero transita de forma retilínea pela papila mamária para se abrir no ápice, nos poros lactíferos. O estroma é composto pelo tecido conjuntivo encontrado verticalmente em toda a face profunda da pele, exceto na aréola e na papila mamária. Esse tecido envolve cada lobo e o corpo mamário como um todo, da face profunda à face anterior da mama (pele). Os arranjos do estroma são formados por feixes (lâminas) fibrosos, denominados ligamentos suspensores da mama (de Cooper) que delimitam com a pele as lojas ocupadas por tecido adiposo. Assim, não existe plano de separação entre a pele e a glândula mamária e/ou camadas contínuas de tecido adiposo, situadas nas fossas do estroma. Dessa maneira, o tamanho e a forma da mama estão diretamente relacionados com a quantidade de tecido adiposo nas fossas do estroma, advindos de fatores genéticos, étnicos e alimentares. A mama é suprida por ramos mamários da artéria torácica interna, ramos da artéria torácica lateral e das primeiras artérias intercostais posteriores. As veias possuem fluxo semelhante ao das artérias e, ao chegarem à superfície da mama, formam uma rede subcutânea variável, um círculo anastomótico ao redor da papila denominado círculo venoso (de Haller). Desse círculo, emergem veias que se dirigem principalmente para veia axilar, outra pequena parte destina-se à veia torácica interna e a veias superficiais do abdômen. Os vasos linfáticos circundam a aréola e a papila da mama e drenam para os linfonodos axilares, cervicais profundos e deltopeitorais e para os linfonodos torácicos internos de ambos os lados. Os linfonodos axilares agem como uma série de filtros entre a mama e a circulação venosa. SAIBA MAIS Células carcinomatosas que entram em um vaso linfático, usualmente, têm de passar através de 2 ou 3 grupos de linfonodos antes de atingir a circulação venosa. A drenagem linfática da mama é de importância particular na clínica, devido ao seu papel na propagação de tumores malignos. A inervação da mama procede de ramos dos nervos supraclaviculares do plexo cervical superficial; e outra parte, dos ramos perfurantes do 2º ao 6º nervo intercostal. Esses nervos trazem até a glândula mamária fibras sensitivas cutâneas e fibras autônomas vasomotoras e secretoras. Imagem: Shutterstock.com Anatomia da mama, vista lateral. ELEMENTOS GERAIS DO SISTEMA GENITAL, O SISTEMA GENITAL FEMININO E AS MAMAS O especialista Elisaldo Mendes Cordeiro apresenta as principais estruturas do sistema genital e do sistema genital feminino. VERIFICANDO O APRENDIZADO 1. O CANAL INGUINAL É UMA PASSAGEM EM FORMA DE TÚNEL, COM SENTIDO POSTEROANTERIOR E SÚPERO-INFERIOR E LÁTERO-MEDIAL, OU SEJA, DE TRÁS PARA A FRENTE, DE CIMA PARA BAIXO E DE LATERAL PARA MEDIAL. NO HOMEM, PERMITE A PASSAGEM DO TESTÍCULO PARA O ESCROTO. NA MULHER, CONTÉM QUAL DAS SEGUINTES ESTRUTURAS? A) Ligamento largo do útero B) Ligamento uterossacro C) Perimétrio D) Ligamentos redondos do útero E) Ligamento cruzado 2. O ÚTERO POSSUI TRÊS CAMADAS DE CONSTITUIÇÃO. O PERIMÉTRIO, MIOMÉTRIO E ENDOMÉTRIO. ESSAS CAMADAS SÃO FUNDAMENTAIS PARA CONFERIR A FUNÇÃO DO ÓRGÃO. QUAL CAMADA É ELIMINADA DURANTE O PERÍODO MENSTRUAL? A) O endométrio B) A camada basal do endométrio C) A camada funcional do endométrio D) O perimétrio E) A camada funcional do miométrio GABARITO 1. O canal inguinal é uma passagem em forma de túnel, com sentido posteroanterior e súpero-inferior e látero-medial, ou seja, de trás para a frente, de cima para baixo e de lateral para medial. No homem, permite a passagem do testículo para o escroto. Na mulher, contém qual das seguintes estruturas? A alternativa "D " está correta. Os ligamentos redondos do útero encontram-se no canal inguinal e são faixas de tecido conjuntivo fibroso entre as camadas do ligamento largo. Eles se estendem de um ponto no útero imediatamente inferior às tubas uterinas até uma porção dos grandes lábios, da vulva. Embora os ligamentos normalmente mantenham a posição antefletida do útero, eles também permitem que o corpo uterino se movimente o suficiente para que o útero fique mal posicionado. 2. O útero possui três camadas de constituição. O perimétrio, miométrio e endométrio. Essas camadas são fundamentais para conferir a função do órgão. Qual camada é eliminada durante o período menstrual? A alternativa "C " está correta. O endométrio possui um epitélio colunar simples, glândulas tubulares e um estroma povoado por leucócitos, macrófagos e outras células. A metade superficial a dois terços dela, chamada de camada funcional (estrato funcional), é eliminada a cada período menstrual. MÓDULO 2 Reconhecer os elementos que compõem o sistema genital masculino O SISTEMA GENITAL MASCULINO Agora, vamos estudar os elementos que compõem o sistema genital masculino. São eles: bolsa escrotal (escroto); testículos; vias espermáticas; uretra; glândulas acessórias e pênis. Imagem: Shutterstock.com Esquema ilustrativo do sistema reprodutor masculino. BOLSA ESCROTAL (ESCROTO) O escroto é uma bolsa formada por pele, músculo e tecido conjuntivo fibroso. Está fixado parcialmente na raiz do pênis, no períneo, e contém os testículos. A pele da bolsa escrotal possui glândulas sebáceas, pelos e uma rica inervação sensorial. Além disso, possui uma pigmentação um pouco mais escura do que a pele em outras partes do corpo. O escroto é dividido em compartimentos direito e esquerdo por um septo mediano interno, que protege cada testículo de infecções do outro. A localização do septo é marcada na superfície externa do escroto pela rafe escrotal, que também se estende anteriormente ao longo do lado ventral do pênis (rafe peniana) e posteriormente até a margem do ânus (rafe perineal). O testículo esquerdo é, geralmente, mais baixo do que o direito para que os dois não sejam comprimidos um contra o outro entre as coxas. Além dos testículos, o escroto contém também o cordão ou funículo espermático — um feixe de vasos sanguíneos, linfáticos, nervos, tecido conjuntivo fibroso e um ducto pertencente às vias espermáticas denominado de ducto deferente. Em alguns mamíferos, os testículos estão na cavidade abdominopélvica, o que ocorre durante o período embrionário. Porém, à medida que o feto vai se desenvolvendo, os testículos descem pelo canal inguinal e se acomodam no escroto por ser um ambiente mais frio: os testículos não podem produzir espermatozoides na temperaturacorporal central de 37°C e, portanto, devem ser mantidos a cerca de 35°C. O escroto tem três mecanismos para regular a temperatura dos testículos: MÚSCULO CREMASTER TÚNICA DARTOS DO ESCROTO PLEXO PAMPINIFORME MÚSCULO CREMASTER São faixas do músculo oblíquo abdominal interno que envolvem o cordão espermático. Quando está frio, o cremaster se contrai e puxa os testículos para mais perto do corpo para mantê-los aquecidos. Quando está quente, o cremaster relaxa, e os testículos ficam suspensos mais longe do corpo. TÚNICA DARTOS DO ESCROTO Camada subcutânea de músculo liso. Ela também se contrai quando frio, tornando o escroto tenso e enrugado. Essa reação mantém os testículos contra o corpo (mais quente) e reduz a área de superfície do escroto, diminuindo, assim, a perda de calor. PLEXO PAMPINIFORME Extensa rede de veias do testículo que circunda a artéria testicular no cordão espermático. O plexo impede que o sangue arterial quente superaqueça os testículos, o que inibiria a produção de esperma. Ele atua como um trocador de calor em contracorrente. O sangue que sobe pelo plexo é relativamente frio (cerca de 35°C) e absorve o calor do sangue mais quente (37°C) que desce pela artéria testicular. Quando o sangue arterial atinge o testículo, está 1,5 a 2,5°C mais frio do que quando saiu da cavidade pélvica. O escroto recebe sangue das artérias escrotais anteriores, ramos terminais das artérias pudendas externas (pequenos ramos da artéria femoral), e suprem a face anterior do escroto. As artérias escrotais posteriores, ramos terminais dos ramos perineais superficiais das artérias pudendas internas, irrigam a parte posterior do escroto. O escroto também recebe ramos das artérias cremastéricas (ramos das artérias epigástricas inferiores). As veias escrotais acompanham as artérias, compartilhando os mesmos nomes, mas drenam majoritariamente para as veias pudendas externas. Os vasos linfáticos do escroto transportam a linfa para os linfonodos inguinais superficiais. Em relação à sua inervação, a face anterior do escroto é suprida por nervos escrotais anteriores, derivados do nervo ilioinguinal e do ramo genital do nervo genitofemoral. A superfície posterior do escroto é suprida por nervos escrotais posteriores, ramos dos ramos perineais superficiais do nervo pudendo e ramo perineal do nervo cutâneo posterior da coxa. As fibras simpáticas desses nervos auxiliam na termorregulação dos testículos, estimulando a contração da musculatura lisa da túnica dartos em resposta ao frio ou estimulando as glândulas sudoríparas escrotais enquanto inibem a contração do músculo da dartos em resposta ao calor excessivo. TESTÍCULOS Os testículos são as gônadas masculinas — glândulas endócrinas e exócrinas combinadas que produzem os hormônios sexuais e espermatozoides. Cada testículo é oval e ligeiramente achatado, com cerca de 4cm de comprimento, 3cm de anterior para posterior e 2,5cm da esquerda para a direita. A superfície de cada testículo é coberta pela camada visceral da túnica vaginal, exceto onde o testículo se liga ao epidídimo e ao cordão espermático. A túnica vaginal é um saco peritoneal fechado que envolve parcialmente o testículo, que representa a parte distal fechada do processo vaginal embrionário. A camada visceral da túnica vaginal é aplicada intimamente ao testículo, ao epidídimo e à parte inferior do ducto deferente. O recesso em forma de fenda da túnica vaginal, o seio do epidídimo, fica entre o corpo do epidídimo e a superfície posterolateral do testículo. A camada parietal da túnica vaginal, adjacente à fáscia espermática interna, é mais extensa do que a camada visceral e se estende superiormente por uma curta distância na parte distal do cordão espermático. A pequena quantidade de líquido na cavidade da túnica vaginal separa as camadas visceral e parietal, permitindo que o testículo se mova livremente no escroto. Uma coleção de fluido seroso na túnica vaginal é chamada de hidrocele e pode ser causada por lesão dos testículos ou inflamação do epidídimo. Imagem: Shutterstock.com Bolsa escrotal normal e com hidrocele. Internamente à túnica vaginal, o testículo é circundado por uma cápsula fibrosa branca composta de tecido conjuntivo denso e irregular, a túnica albugínea que se estende para dentro e forma septos que dividem o testículo em uma série de compartimentos internos chamados lóbulos. Cada um dos 200-300 lóbulos contém de um a três túbulos firmemente enrolados, os túbulos seminíferos, onde os espermatozoides são produzidos. O processo pelo qual os túbulos seminíferos dos testículos produzem espermatozoides é denominado espermatogênese. Imagem: Shutterstock.com Estrutura do testículo. Os túbulos seminíferos contêm dois tipos de células: CÉLULAS ESPERMATOGÊNICAS Formadoras de espermatozoide. CÉLULAS DE SUSTENTAÇÃO (CÉLULAS DE SERTOLI) Possui várias funções no suporte da espermatogênese. Nos espaços entre os túbulos seminíferos adjacentes, estão agrupamentos de células intersticiais ou células de Leydig. Essas células secretam testosterona, o andrógeno mais prevalente. Um andrógeno é um hormônio que promove o desenvolvimento das características masculinas. A testosterona também promove a libido de um homem. Cada testículo é suprido por uma artéria testicular, que se origina da aorta abdominal logo abaixo da artéria renal. Essa artéria é longa e delgada, e desce pela parede abdominal posterior antes de passar pelo canal inguinal para alcançar o escroto. O sangue deixa o testículo por meio do plexo pampiniforme, uma rede venosa bastante densa. Esse plexo converge para formar as veias testiculares direita e esquerda, após passar pelo canal inguinal. A veia testicular direita drena na veia cava inferior, e a esquerda drena na veia renal esquerda. Isso tem um significado clínico: o testículo esquerdo está mais propenso a sofrer varicoceles (varizes testiculares) do que o direito. Isso se deve ao fato de que, ao desaguar na veia renal esquerda, a veia testicular esquerda faz um ângulo de 90°, o que dificulta o retorno venoso. Do lado direito, isso não ocorre, pois a veia testicular direita desagua na veia cava inferior por um ângulo agudo. Imagem: Shutterstock.com Varicocele no sistema genital masculino. Os vasos linfáticos também drenam cada testículo. Eles viajam pelo canal inguinal com as veias e levam aos linfonodos adjacentes à aorta inferior. A linfa do pênis e do escroto, entretanto, viaja para os linfonodos adjacentes às artérias e veias ilíacas e na região inguinal. Os nervos testiculares conduzem às gônadas, fibras segmentos T10 e T11 da medula espinhal. São nervos sensoriais e motores mistos contendo predominantemente fibras simpáticas, mas também algumas fibras parassimpáticas. As fibras sensoriais estão relacionadas principalmente com a dor e as fibras autonômicas são predominantemente vasomotoras, para a regulação do fluxo sanguíneo. Imagem: Shutterstock.com Anatomia do testículo e estruturas associadas. SAIBA MAIS Criptorquidia é a condição na qual os testículos não descem para o escroto é chamada criptorquidia e ocorre em cerca de 3% dos bebês a termo e em cerca de 30% dos prematuros. O criptorquidismo bilateral não tratado resulta em esterilidade, porque as células envolvidas nos estágios iniciais da espermatogênese são destruídas pela temperatura mais alta da cavidade pélvica. A chance de câncer testicular é 30–50 vezes maior nos testículos criptorquídeos. Os testículos de cerca de 80% dos meninos com criptorquidia descem espontaneamente durante o primeiro ano de vida. Quando os testículos não descem, a condição pode ser corrigida cirurgicamente, idealmente antes dos 18 meses de idade. Imagem: Shutterstock.com Criptorquidia. Os locais mais comuns. À direita, os locais de testículo ectópico. Varicoceles é uma dilatação anormal das veias testiculares que formam o plexo pampiniforme, sendo considerada a principal causa de infertilidade masculina,sua prevalência estimada é de 15% da população geral. Em adultos, é responsável por infertilidade em 35% e 80% dos homens com infertilidade primária e secundária, respectivamente. Sua origem se dá no período pré-puberal e se caracteriza por ser tempo-dependente, manifestando-se, geralmente, a partir da adolescência. As teorias etiológicas se baseiam em aumento de pressão venosa, incompetência ou ausência congênita de válvulas venosas e variação da drenagem venosa espermática. Sob o ponto de vista clínico, a bilateralidade é a regra, e não a exceção, embora, por questões anatômicas, a varicocele seja mais proeminente no lado esquerdo. Esse fato decorre de a veia gonadal esquerda drenar em um ângulo de 90° na veia renal esquerda em um percurso 10cm maior que a direita. Essa sobrecarga pressórica hidrostática, principalmente, em pé, transmite-se sobre o sistema venoso testicular e progressivamente sobrepõe à capacidade valvular venosa gerando um fluxo retrógrado. Não obstante, homens com essa condição também apresentam varizes de membros inferiores e hemorroidas, denotando o caráter sistêmico da doença venosa. Imagem: Shutterstock.com Varicocele. Um testículo saudável à esquerda e um testículo com varicocele à direita. VIAS ESPERMÁTICAS E EPIDÍDIMO DUCTOS PRESENTES NO TESTÍCULO Após a formação do espermatozoide e graças à diferença de pressão, os espermatozoides correm ao longo do lúmen dos túbulos seminíferos e, em seguida, em uma série de ductos muito curtos chamados túbulos retos. Os túbulos retos, por sua vez, conduzem o espermatozoide a uma rede de ductos no testículo chamada rete testis . A partir da rete testis , os espermatozoides movem-se para uma série de ductos, denominados de ductos eferentes, que os levam para o epidídimo. Lá, eles deságuam em um único tubo denominado ducto epididimário. Imagem: Shutterstock.com EPIDÍDIMO O epidídimo é um órgão em forma de vírgula com cerca de 4cm, situado superiormente ao testículo. Cada epidídimo consiste principalmente no ducto epididimário. Os ductos eferentes do testículo unem-se ao ducto epididimário na porção maior e superior do epidídimo chamada de cabeça. O corpo do epidídimo é a porção média estreita do epidídimo e a cauda é a porção inferior, menor. Em sua extremidade distal, a cauda do epidídimo continua como o ducto deferente. O ducto epididimário mede cerca de 6m de comprimento se desenrolado completamente. É revestido por epitélio colunar pseudoestratificado e circundado por camadas de músculo liso. As superfícies livres das células colunares contêm estereocílios, que, apesar de seu nome, são microvilosidades ramificadas (não cílios) longas que aumentam a área de superfície para a reabsorção de espermatozoides defeituosos. Imagem: Shutterstock.com Epidídimo. O tecido conjuntivo ao redor da camada muscular liga as alças do ducto epididimário e transporta vasos sanguíneos e nervos. Funcionalmente, o epidídimo é o local de maturação do esperma, o processo pelo qual os espermatozoides adquirem motilidade e a capacidade de fertilizar um óvulo. Isso ocorre por um período de cerca de 14 dias. O epidídimo também ajuda a impulsionar os espermatozoides para o ducto deferente durante a excitação sexual, por meio da contração peristáltica de seu músculo liso. Além disso, o epidídimo armazena os espermatozoides, que podem permanecer íntegros por vários meses. Todos os espermatozoides armazenados que não são ejaculados são eventualmente reabsorvidos. DUCTO DEFERENTE Na cauda do epidídimo, o ducto epididimário torna-se menos contorcido e seu diâmetro aumenta. A partir desse ponto, o ducto é conhecido como ducto deferente. O ducto deferente, que tem cerca de 45cm de comprimento, sobe ao longo da borda posterior do epidídimo em conjunto com o cordão (funículo) espermático e então entra na cavidade pélvica. Lá, ele dá uma volta no ureter e passa lateral e inferiormente pela superfície posterior da bexiga urinária. A porção terminal dilatada do ducto deferente é denominada de ampola. A mucosa do ducto deferente consiste em epitélio colunar pseudoestratificado e lâmina própria (tecido conjuntivo areolar). A túnica muscular é composta por três camadas de músculo liso: as camadas interna e externa são longitudinais e a camada do meio é circular. Funcionalmente, durante a excitação sexual, o ducto deferente transporta espermatozoides do epidídimo em direção à uretra por meio de contrações peristálticas de sua camada muscular. Como o epidídimo, o ducto deferente também pode armazenar esperma por vários meses. Todos os espermatozoides armazenados que não são ejaculados também são eventualmente reabsorvidos. A artéria para o ducto deferente geralmente surge da artéria vesical superior (às vezes, inferior) e se anastomosa com a artéria testicular, posterior ao testículo. As veias da maior parte do ducto drenam para a veia testicular via plexo pampiniforme. Imagem: Shutterstock.com Esquema demonstrando a trajetória do ducto deferente. FUNÍCULO ESPERMÁTICO O cordão (funículo) espermático é uma estrutura de suporte do sistema reprodutor masculino que sobe para fora do escroto. Trata-se de um conjunto de estruturas envelopadas por fáscia: o ducto deferente, a artéria testicular, as veias que drenam os testículos e transportam a testosterona para a circulação (plexo pampiniforme), os nervos que alcançam o testículo, os vasos linfáticos e o músculo cremaster. O cordão espermático e o nervo ilioinguinal passam pelo canal inguinal, uma passagem oblíqua na parede abdominal. O canal, que tem cerca de 4–5cm de comprimento, origina-se no anel inguinal profundo (abdominal), uma abertura em forma de fenda na aponeurose do músculo transverso do abdômen. O canal termina no anel inguinal superficial (subcutâneo), uma abertura (triangular) na aponeurose do músculo oblíquo externo. Nas mulheres, o ligamento redondo do útero e o nervo ilioinguinal passam pelo canal inguinal. Imagem: Shutterstock.com DUCTOS EJACULATÓRIOS Os ductos ejaculatórios são tubos delgados que surgem pela união dos ductos das glândulas seminais com os ductos deferentes. Os ductos ejaculatórios (aproximadamente 2,5cm de comprimento) surgem próximo ao colo da bexiga e correm juntos conforme passam anteroinferiormente pela parte posterior da próstata e ao longo das laterais do utrículo prostático. Os ductos ejaculatórios convergem para se abrir no colículo seminal por minúsculas aberturas em forma de fenda na abertura do utrículo prostático. Embora os ductos ejaculatórios atravessem a próstata, as secreções prostáticas não se juntam ao fluido seminal até que os ductos ejaculatórios tenham terminado na uretra prostática. URETRA A uretra é um tubo que possui diferenças significativas entre homens e mulheres. Uma dessas diferenças inclui o fato de a uretra masculina pertencer tanto ao sistema genital quanto ao sistema urinário e, nas mulheres, a uretra é exclusiva do sistema urinário. Sabendo disso, iremos agora descrever a uretra masculina. A uretra masculina tem cerca de 15 a 20cm de comprimento e três porções: URETRA PROSTÁTICA Começa na bexiga e passa por cerca de 2,5cm através da próstata. Durante o orgasmo, recebe sêmen das glândulas reprodutivas. PORÇÃO MEMBRANOSA É uma porção curta (0,5cm) de parede fina onde a uretra passa através do assoalho muscular da cavidade pélvica. PORÇÃO ESPONJOSA A porção esponjosa da uretra (uretra peniana) tem cerca de 15cm de comprimento e passa pelo corpo esponjoso do pênis até o orifício uretral externo. Nessa porção, a uretra se dilata e forma uma região chamada de fossa navicular. Alguns autores consideram a presença de uma porção anterior à prostática, denominada de uretra pré-prostática ou intramural. javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) Imagem: Shutterstock.com A uretra masculina. Note o tamanho da uretra e sua trajetória. A uretra prostática possui orifícios correspondentes à abertura dos dois ductos ejaculatórios,que levam espermatozoide e outros componentes do sêmen. Essa região é denominada de colículo seminal (verumontanum ). No colículo seminal, também é observada a presença do utrículo prostático, um orifício de fundo cego, correspondente ao útero na mulher. A uretra prostática é frequentemente alvo de obstrução em casos de hiperplasia prostática benigna, prejudicando o fluxo de urina. Imagem: Shutterstock.com Corte coronal demonstrando algumas estruturas relacionadas à uretra. Note, na imagem a seguir, os dois orifícios dos ductos ejaculatórios e o utrículo prostático. Essa região é conhecida como colículo seminal. As glândulas bulbouretrais estão presentes perto do esfíncter externo da uretra. Imagem: Shutterstock.com Corte destacando a uretra prostática e as camadas da bexiga. A uretra esponjosa recebe o produto das glândulas bulbouretrais (de Cowper), que visa neutralizar a sua acidez e prepará-la para a passagem dos espermatozoides. A uretra esponjosa possui diversos orifícios que correspondem aos ductos das glândulas uretrais (de Littré), que secretam muco e impedem possíveis lesões na mucosa causadas pelo pH ácido da urina. A mucosa tem um epitélio de transição na região próxima à bexiga, um epitélio escamoso estratificado próximo ao orifício externo e, entre ambos, áreas de epitélio colunar estratificado e pseudoestratificado na uretra masculina e apenas pseudoestratificado na uretra feminina. O músculo detrusor de urina da bexiga urinária é mais grosso na região próxima à uretra para formar o esfíncter uretral interno, que comprime a uretra e retém a urina na bexiga. Esse esfíncter é composto de músculo liso e está sob controle involuntário. Após passar pelo assoalho pélvico, a uretra é circundada por um esfíncter uretral externo do músculo esquelético, que fornece controle voluntário sobre a eliminação da urina. GLÂNDULAS ACESSÓRIAS Para a formação completa do sêmen, o sistema reprodutor masculino conta com uma série de glândulas acessórias que secretam substâncias que propiciam um meio que fornece energia e auxilia na motilidade do espermatozoide. O homem apresenta exclusivamente a próstata, as vesículas seminais e as glândulas bulbouretrais. Já o sistema reprodutor feminino conta com a presença das glândulas vestibulares maiores e menores. VESÍCULAS SEMINAIS As vesículas seminais são glândulas alongadas (aproximadamente 5cm de comprimento, mas, às vezes, muito mais curtas) que ficam entre o fundo da bexiga e o reto. As vesículas seminais estão situadas obliquamente acima da próstata e não armazenam espermatozoides. Elas secretam um fluido alcalino espesso composto por frutose (uma fonte de energia para os espermatozoides) e um agente coagulante que se mistura com os espermatozoides à medida que passam para os dutos ejaculatórios e a uretra. A natureza alcalina do líquido seminal ajuda a neutralizar o ambiente ácido da uretra masculina e do trato reprodutivo feminino que inativaria e mataria os espermatozoides. O líquido secretado pelas vesículas seminais constitui normalmente cerca de 60% do volume do sêmen. As extremidades superiores das glândulas seminais são cobertas com peritônio e situam-se posteriormente aos ureteres, onde o peritônio da escavação retovesical os separa do reto. As extremidades inferiores das glândulas seminais estão intimamente relacionadas ao reto e são separadas dele apenas pelo septo retovesical (fáscia de Denonvilliers). Os ductos das vesículas seminais se juntam aos ductos deferentes para formar os ductos ejaculatórios. As artérias para as glândulas seminais surgem das artérias vesical inferior e retal média. As veias acompanham as artérias e têm nomes semelhantes. Imagem: Shutterstock.com PRÓSTATA A próstata é a maior glândula acessória do sistema reprodutor masculino. Possui aproximadamente 3cm de comprimento, 4cm de largura e 2cm de tamanho no sentido anteroposterior. É firme e do tamanho de uma noz e circunda a uretra prostática. Possui uma parte glandular, que constitui aproximadamente dois terços da próstata; e uma parte fibromuscular, que constitui o terço remanescente. A próstata é envelopada por uma cápsula fibrosa da próstata, densa e neurovascular, incorporando os plexos prostáticos das veias e nervos. Esses elementos também são circundados pela camada visceral da fáscia pélvica, formando uma bainha prostática fibrosa delgada anteriormente, contínua anterolateralmente com os ligamentos puboprostáticos e densa posteriormente onde se funde com o septo retovesical. A próstata contém: Uma base, relacionada ao colo da bexiga urinária. Um ápice, que está em contato com a fáscia da porção do esfíncter uretral. Uma superfície anterior, separada da sínfise púbica por gordura retroperitoneal no espaço retropúbico (de Retzius). Uma superfície posterior, relacionada com a ampola do reto. Superfícies inferolaterais, que mantêm relação com o músculo levantador do ânus. Um istmo, conhecido na literatura como lobo anterior da próstata, que se situa anteriormente à uretra. Lobos direito e esquerdo, separados anteriormente pelo istmo e posteriormente por um centro, raso sulco longitudinal. Cada um pode ser subdividido com propósitos descritivos em quatro lóbulos indistintos, definidos por sua relação com a uretra e os dutos ejaculatórios, e — embora menos aparente - pelo arranjo dos ductos e tecido conjuntivo. São eles: Um lóbulo inferoposterior, palpado durante o exame de toque retal. Um lóbulo inferolateral, formando a maior parte do lobo direito ou esquerdo. Um lóbulo superomedial, profundo ao lóbulo inferoposterior. Um lóbulo anteromedial, profundo ao lóbulo inferolateral. Clinicamente, a próstata é dividida em zonas periféricas e centrais (internas). A zona central corresponde ao lobo médio. Os ductos prostáticos (de 20 a 30) se abrem profundamente nos seios prostáticos que se situam em cada lado do colículo seminal na parede posterior da uretra prostática. O líquido prostático, um fluido fino e leitoso, fornece aproximadamente 20% do volume do sêmen (uma mistura de secreções produzidas por testículos, glândulas seminais, próstata e glândulas bulbouretrais que fornecem o veículo pelo qual os espermatozoides são transportados) e desempenha um papel na ativação dos espermatozoides. Imagem: Shutterstock.com A próstata e suas zonas. GLÂNDULAS BULBOURETRAIS Trata-se de um par de glândulas emparelhadas, também conhecidas como glândulas de Cowper. As glândulas bulbouretrais possuem aproximadamente o tamanho de uma ervilha. Estão localizadas na parte inferior da próstata em cada lado da porção membranosa da uretra, dentro dos músculos profundos do períneo, e seus ductos se abrem na uretra esponjosa. Durante a excitação sexual, as glândulas bulbouretrais secretam um fluido alcalino na uretra que protege os espermatozoides neutralizando os ácidos da urina na uretra. COMENTÁRIO Elas também secretam muco que lubrifica a extremidade do pênis e o revestimento da uretra, diminuindo o número de espermatozoides danificados durante a ejaculação. Alguns indivíduos liberam uma ou duas gotas desse muco durante a excitação sexual e a ereção, porém esse fluído não contém espermatozoides. PÊNIS O pênis é o órgão da cópula masculino e, por meio da uretra, fornece uma saída comum para a urina e o sêmen, que contém espermatozoides. O pênis consiste em raiz, corpo e glande. É composto por três corpos cilíndricos de tecido erétil: os corpos cavernosos emparelhados dorsalmente e um único corpo esponjoso, situado ventralmente. Na posição anatômica, o pênis está ereto; quando está flácido, seu dorso é direcionado anteriormente. Cada corpo cavernoso possui uma cobertura fibrosa externa ou cápsula, a túnica albugínea. Superficial à cobertura externa está a fáscia profunda do pênis (fáscia de Buck), a continuação da fáscia perineal profunda que forma uma forte cobertura membranosa para os corpos cavernosos e esponjosos, unindo-os. O corpo esponjoso contéma uretra esponjosa. Os corpos cavernosos se fundem no plano mediano, exceto posteriormente, onde se separam para formar as raízes do pênis. Internamente, o tecido cavernoso dos corpos é separado (geralmente de forma incompleta) pelo septo peniano. A raiz do pênis, a parte anexada, consiste na crura, formada pelos corpos cavernosos, e contém o músculo isquiocavernoso e o bulbo do corpo esponjoso, que contém o músculo bulboesponjoso. A raiz está localizada na bolsa perineal superficial, entre a membrana perineal superiormente e a fáscia perineal profunda inferiormente. A crura e o bulbo do pênis consistem em tecido erétil. Cada crura é anexada à parte inferior da superfície interna do ramo do ísquio correspondente, anteriormente à tuberosidade do ísquio. A parte posterior alargada do bulbo do pênis é penetrada superiormente pela uretra, continuando de sua parte intermediária. O corpo do pênis é a parte pendular livre que fica suspensa na sínfise púbica. Exceto por algumas fibras do bulboesponjoso perto da raiz do pênis e do ísquio cavernoso que envolvem a crura, o corpo do pênis não tem músculos. Distalmente, o corpo esponjoso se expande para formar a glande do pênis. A margem da glande se projeta além das extremidades dos corpos cavernosos para formar a coroa da glande. A coroa sobressai de uma constrição com sulcos oblíquos, o colo da glande, que separa a glande do corpo do pênis. A abertura em forma de fenda da uretra esponjosa, o orifício uretral externo (meato), fica perto da ponta da glande do pênis. COMENTÁRIO A pele do pênis é fina, com pigmentação escura em relação à pele adjacente e conectada à túnica albugínea por tecido conjuntivo frouxo. No colo da glande, a pele e a fáscia do pênis são prolongadas como uma camada dupla de pele, o prepúcio, que em homens não circuncidados cobre a glande do pênis de forma variável. O frênulo do prepúcio é uma prega mediana que passa da camada profunda do prepúcio até a superfície uretral da glande. O pênis possui uma condensação fascial que surge da superfície anterior da sínfise púbica, chamada de ligamento suspensor do pênis. Esse ligamento passa inferiormente e se divide para formar uma fixação na fáscia profunda do pênis na junção de sua raiz e corpo. As fibras do ligamento suspensor são curtas e tensas, ancorando os corpos eréteis do pênis à sínfise púbica. O pênis possui uma condensação de colágeno e fibras elásticas do tecido subcutâneo que desce na linha média da linha alba anterior à sínfise púbica, denominada de ligamento fundiforme do pênis. Esse ligamento se divide para envolver o pênis e, em seguida, se une inferiormente com a túnica dartos, formando o septo escrotal. As fibras do ligamento fundiforme são relativamente longas e frouxas e ficam superficiais (anteriores) ao ligamento suspensor. Imagem: Shutterstock.com Anatomia interna do pênis e demais órgãos do sistema genital masculino. O pênis é suprido principalmente por ramos das artérias pudendas internas: ARTÉRIA DORSAL DO PÊNIS ARTÉRIAS PROFUNDAS DO PÊNIS ARTÉRIAS PARA O BULBO DO PÊNIS Ainda, os ramos superficial e profundo das artérias pudendas externas vascularizam a pele do pênis. ATENÇÃO As artérias profundas do pênis são os principais vasos que suprem os espaços cavernosos no tecido erétil dos corpos cavernosos e estão envolvidas na ereção do pênis. Eles emitem vários ramos que se abrem diretamente para os espaços cavernosos. Quando o pênis está flácido, essas artérias se enrolam, restringindo o fluxo sanguíneo; esses vasos são chamados de artérias helicinas ou helicinais do pênis. O sangue dos espaços cavernosos é drenado por um plexo venoso que se junta à veia dorsal profunda do pênis na fáscia profunda. Essa veia passa entre as lâminas do ligamento suspensor do pênis, inferior ao ligamento púbico inferior e anterior à membrana perineal, para entrar na pelve, onde drena para o plexo venoso prostático. O sangue da pele e do tecido subcutâneo do pênis é drenado para a veia dorsal superficial do pênis (pode ser mais de uma), que drena para a veia pudenda externa superficial. Em relação à sua inervação, os nervos derivam dos segmentos de S2 a S4 da medula espinal e dos gânglios espinais, passando pelos nervos esplâncnico e pudendo, respectivamente. A inervação sensorial e simpática é fornecida principalmente pelo nervo dorsal do pênis, um ramo terminal do nervo pudendo, que surge no canal pudendo (de Alcock) e passa anteriormente para a bolsa perineal profunda. Em seguida, segue para o dorso do pênis, onde passa lateralmente à artéria dorsal, suprindo a pele e a glande do pênis. O pênis é ricamente inervado por uma vasta quantidade de terminações nervosas sensoriais, especialmente a glande. Ramos do nervo ilioinguinal suprem a pele na raiz do pênis. Os nervos cavernosos surgem de corpos celulares no plexo hipogástrico inferior, onde recebem os nervos esplâncnicos pélvicos pré-ganglionares (S2-S4) e inervam as artérias helicinas do tecido erétil. Mediante estimulação sexual (visual, tátil, auditiva, olfativa, entre outras), as fibras parassimpáticas da porção sacral da medula espinhal iniciam e mantêm uma ereção, ou seja, o aumento e o enrijecimento do pênis. As fibras parassimpáticas estimulam a produção e liberam óxido nítrico. O óxido nítrico faz com que o músculo liso nas paredes das arteríolas que fornecem o tecido erétil relaxe, permitindo que esses vasos sanguíneos se dilatem. Isso, por sua vez, faz com que grandes quantidades de sangue entrem no tecido erétil do pênis. O óxido nítrico também faz com que o músculo liso dentro do tecido erétil relaxe, resultando no alargamento das cavernas dos corpos cavernosos. A combinação de aumento do fluxo sanguíneo e alargamento desses espaços resulta em uma ereção. Esse aumento comprime as veias que drenam o pênis, mantendo a ereção. ELEMENTOS DO SISTEMA GENITAL MASCULINO O especialista Elisaldo Mendes Cordeiro apresenta as principais estruturas do sistema genital e do sistema genital masculino. VERIFICANDO O APRENDIZADO 1. OS TESTÍCULOS SÃO ALVOS DE VARICOCELE, ISTO É, VARIZES NAS VEIAS QUE COMPÕEM O PLEXO PAMPINIFORME. ESSAS VARIZES TENDEM A OCORRER COM MAIS FREQUÊNCIA NO LADO ESQUERDO DO QUE NO DIREITO. A VEIA TESTICULAR ESQUERDA E VEIA TESTICULAR DIREITA DESAGUAM, RESPECTIVAMENTE: A) Ambas na veia cava inferior B) Na veia renal esquerda e na veia cava inferior C) Na veia renal esquerda e na veia renal direita D) Na veia porta e na veia esplênica E) Na artéria renal esquerda e veia cava superior 2. O TECIDO ERÉTIL DO PÊNIS, EM ESPECIAL OS CORPOS CAVERNOSOS, POSSUEM ARTÉRIAS HELICINAS, QUE, POR SUA VEZ, SÃO INERVADAS POR RAMOS: A) Cavernosos, provenientes do plexo hipogástrico inferior. B) Penianos, provenientes do plexo hipogástrico inferior. C) Dorsais do pênis, ramos do nervo pudendo. D) Do nervo ilionguinal, que surge do plexo lombossacro. E) Cavernosos, provenientes do plexo hipogástrico pudendo. GABARITO 1. Os testículos são alvos de varicocele, isto é, varizes nas veias que compõem o plexo pampiniforme. Essas varizes tendem a ocorrer com mais frequência no lado esquerdo do que no direito. A veia testicular esquerda e veia testicular direita desaguam, respectivamente: A alternativa "B " está correta. A veia testicular esquerda desagua na veia renal esquerda, enquanto a veia testicular direita desagua na veia cava inferior. Ao desaguar na veia renal esquerda, a veia testicular esquerda faz um ângulo de 90°, o que dificulta o retorno venoso, por isso o testículo esquerdo fica mais propenso a ser alvo de varicocele. 2. O tecido erétil do pênis, em especial os corpos cavernosos, possuem artérias helicinas, que, por sua vez, são inervadas por ramos: A alternativa "A " está correta. Os nervos cavernosos surgem de fibras provenientes de S2-S4 que correm em direção ao plexo hipogástrico inferior. Ao chegarem aos corpos cavernosos, inervam as artérias helicinas, fundamentais para o fenômeno de ereção.CONCLUSÃO CONSIDERAÇÕES FINAIS Os sistemas genitais masculino e feminino são conhecidos também como sistemas reprodutores, visto que essa é a principal função desse conjunto de órgãos. Vimos que o sistema genital é responsável pelas características sexuais secundárias, isto é, existem diferenças significativas entre os homens e as mulheres. De modo geral, os sistemas genitais masculino e feminino podem ser subdivididos em órgãos internos e externos. Estudamos, primeiramente, a arquitetura do sistema genital feminino e seus órgãos constituintes e, posteriormente, pudemos compreender os elementos que compõem o sistema genital masculino. Ao longo do material, ressaltamos diferenças e homologias entre esses órgãos, visto que derivam de estruturas embrionárias semelhantes, apesar de não necessariamente desempenharem a mesma função. Um elemento especial, a uretra, foi estudado no sistema genital do homem, pois, além de permitir a passagem de urina, permite a passagem de sêmen, um meio que contém o espermatozoide e auxilia essa célula a alcançar e fecundar o ovócito, na tuba uterina. Por fim, estudamos os aspectos clínicos de diversos órgãos do sistema genital, tanto do feminino quanto do masculino. AVALIAÇÃO DO TEMA: REFERÊNCIAS DÂNGELO, J. G.; FATTINI, C. A. Anatomia humana sistêmica e segmentar. 3. ed. Rio de Janeiro: Atheneu, 2011. GARDNER, E.; GRAY, D. J.; O'RAHILLY, R. R. Anatomia - Estudo Regional do Corpo Humano. 4. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1978. GOSS, C. M. Gray Anatomia. 29. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1977. JUNQUEIRA, L. C.; CARNEIRO, J. Histologia básica. 12. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2013. LATARJET, M.; LIARD, A. R. Anatomía Humana. 4. ed. Madrid: Editorial Medica Pan- Americana, 2011. SALADIN, K. S. Human Anatomy. 5. ed. New York: McGraw Hill, 2017. TESTUT, L.; JACOB, O. Tratado de Anatomía Topográfica con aplicaciones médicoquirúrgicas. 8. ed. Madrid: Salvat, 1952. TESTUT, L.; LATARJET, A. Tratado de Anatomía Humana. 9. ed. Barcelona: Salvat, 1958. EXPLORE+ Para aprofundar os seus conhecimentos no assunto estudado neste conteúdo: Assista ao vídeo Um jeito divertido de entender a fecundação , disponível no YouTube, e aprenda mais sobre o funcionamento dos sistemas genitais feminino e masculino. Entenda como o sistema genital feminino responde ao estímulo hormonal assistindo ao vídeo Ciclo menstrual , disponível no YouTube. Leia o artigo disponível no site Scielo intitulado Genitália Ambígua: Diagnóstico Diferencial e Conduta , de Damiani e outros colaboradores, a respeito da referida doença e com detalhes sobre o desenvolvimento embrionário do sistema genital. CONTEUDISTA Marcio Antonio Babinski CURRÍCULO LATTES javascript:void(0);
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