Buscar

Módulo 2 1 - Livro Sociologia Geral - Português Intrumental e Macroeconomia

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 456 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 456 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 456 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Ciências Contábeis 
Comunicação, Relações Sociais e Econômicas 
Módulo 2.1
Editorial
S
um
ár
io
SISTEMA COC DE EDUCAÇÃO 
E COMUNICAÇÃO
Presidente
Chaim Zaher
Vice-Presidente
Adriana Baptiston Cefali Zaher
Diretoria Executiva
Fernando Henrique Costa Roxo da 
Fonseca 
Rafael Gomes Perri
FACULDADE INTERATIVA COC
Diretor de EAD
Jeferson Ferreira Fagundes
Diretora Acadêmica
Cláudia Regina de Brito
Coordenação Pedagógica de EAD
Gladis S. Linhares Toniazzo
Kátia Cristina Nascimento Figueira
Marina Caprio
Cièncias Contábeis 
Coordenação do curso
Andréia Marques Maciel
Autores
Erika Osakabe
Luiz Claudio Dallier Saldanha
Michele Fanini 
 
Coautores
Emiliane Januário
Heloisa M. dos Santos Toledo
Luiz Claudio Dallier Saldanha
S
um
ár
io Apresentação da Faculdade Interativa COC ....... 11Apresentação do Módulo ...................................... 12
Sociologia geral .......................................................... 13
Unidade 1 .................................................................................. 15
Processo de ensino-aprendizagem .................................................. 15
Objetivos da aprendizagem ................................................................. 15
Você se lembra? ....................................................................................... 15
1.1 O homem é um ser social .................................................................... 16
1.2 A Sociologia é uma ciência social .......................................................... 17
1.3 Breve história da ciência ............................................................................ 18
1.4 As revoluções e as novas formas de organização social .............................. 20
1.5 O surgimento e o desenvolvimento da Sociologia .......................................... 23
1.6 O positivismo ................................................................................................... 26
1.7 Os clássicos da Sociologia ................................................................................. 29
1.8 Afinal, o que é Sociologia? .................................................................................. 37
1.9 A sociologia das organizações .............................................................................. 39
Atividades ...................................................................................................................... 43
Reflexão ......................................................................................................................... 45
Leituras recomendadas ................................................................................................... 46
Na próxima unidade ...................................................................................................... 47
Unidade 2: Desigualdade social ................................................................................. 49
Processo de ensino-aprendizagem ............................................................................... 49
Objetivos da aprendizagem ....................................................................................... 49
Você se lembra? ....................................................................................................... 49
2.1 A desigualdade social ................................................................................... 50
2.2 Estratificação social .................................................................................. 54
2.3 Desigualdade social, mercado de trabalho e pobreza no Brasil ............ 59
Atividades ................................................................................................ 69
Reflexão ................................................................................................ 74
Leituras recomendadas ..................................................................... 74
Referências ................................................................................... 75
Na próxima unidade................................................................. 76
Unidade 3: Cultura e sociedade ................................................................................... 77
Processo de ensino-aprendizagem .................................................................................. 77
Objetivos da aprendizagem ............................................................................................. 78
Você se lembra? .............................................................................................................. 78
3.1 O que é cultura? ....................................................................................................... 79
3.2 Cultura popular e cultura erudita ............................................................................ 87
3.3 Cultura e cidadania ................................................................................................. 90
3.4 Indústria cultural ..................................................................................................... 91
Atividades ....................................................................................................................... 99
Reflexão ........................................................................................................................ 101
Leituras recomendadas .................................................................................................. 103
Na próxima unidade ...................................................................................................... 104
Unidade 4: Globalização: questões contemporâneas ............................................... 105
Processo de ensino-aprendizagem ................................................................................ 105
Objetivos da aprendizagem ........................................................................................... 105
Você se lembra? ............................................................................................................ 105
4.1 Introdução .............................................................................................................. 106
4.2 A tese da ocidentalização do mundo ...................................................................... 110
4.3 Os paradoxos e os limites da globalização ............................................................ 114
Atividades ..................................................................................................................... 126
Reflexão ........................................................................................................................ 130
Leituras recomendadas .................................................................................................. 131
Referências .................................................................................................................... 131
Na próxima unidade ...................................................................................................... 132
Unidade 5: Trabalho e relações de produção Processo de ensino-aprendizagem ...... 133
Objetivos da aprendizagem ........................................................................................... 133
Você se lembra? ............................................................................................................ 133
5.1 Os significados do trabalho ao longo da história ................................................... 134
5.2 O que é trabalho? ................................................................................................... 140
5.3 A jornada de trabalho ............................................................................................. 144
5.4 Desemprego e precarização do trabalho ................................................................ 147
5.5 Responsabilidade social das empresas ................................................................... 153
Atividades .....................................................................................................................162
Reflexão ........................................................................................................................ 163
Leituras recomendadas .................................................................................................. 163
Português instrumental .................................................................................. 165
Unidade 1: Reflexões sobre alinguagem .................................................................... 167
Objetivos da sua aprendizagem .................................................................................... 167
Você se lembra? ............................................................................................................ 167
1.1 Introdução .............................................................................................................. 168
1.2 Por que aprender língua portuguesa? ..................................................................... 169
1.3 Linguagem e língua ................................................................................................ 171
1.4 Origem da linguagem ............................................................................................. 173
1.5 Origem da escrita ................................................................................................... 176
Reflexão ........................................................................................................................ 178
Leituras recomendadas .................................................................................................. 178
Referências bibliográficas ............................................................................................. 179
Na próxima unidade ...................................................................................................... 179
Unidade 2: Concepções sobre linguagem e comunicação ........................................ 181
Objetivos da sua aprendizagem .................................................................................... 181
Você se lembra? ............................................................................................................ 181
2.1 Algumas observações preliminares ........................................................................ 182
2.2 Linguagem como expressão do pensamento .......................................................... 182
2.3 Linguagem como instrumento de comunicação .................................................... 183
2.4 Linguagem como lugar ou experiência de interação humana ................................ 184
2.5 Níveis de linguagem .............................................................................................. 186
2.6 Teoria da comunicação ........................................................................................... 188
2.7 Crítica à concepção tradicional de comunicação .................................................. 191
Reflexão ....................................................................................................................... 192
Leitura recomendada ..................................................................................................... 193
Referências bibliográficas ............................................................................................. 193
Na próxima unidade ...................................................................................................... 194
Unidade 3: Funções da linguagem e tipos de mensagem ........................................ 195
Objetivos da sua aprendizagem .................................................................................... 195
Você se lembra? ............................................................................................................ 195
3.1 As seis funções da linguagem ................................................................................ 196
3.2 Funções sociais da linguagem ................................................................................ 198
3.3 Tipos de mensagem ................................................................................................ 200
3.4 Variação linguística ................................................................................................ 205
Reflexão ........................................................................................................................ 208
Atividade ....................................................................................................................... 209
Leituras recomendadas .................................................................................................. 210
Referências bibliográficas ............................................................................................. 210
Na próxima unidade ...................................................................................................... 211
Unidade 4: A linguagem organizacional ................................................................... 213
Objetivos da sua aprendizagem .................................................................................... 213
Você se lembra? ............................................................................................................ 213
4.1 A linguagem das organizações .............................................................................. 214
4.2 Qualidades do texto empresarial ............................................................................ 214
4.3 Vícios de linguagem do texto empresarial ............................................................. 221
4.4 Padronização de documentos empresariais ............................................................ 223
4.5 Dicas para redação de relatórios e cartas ............................................................... 225
4.6 Correspondência oficial ......................................................................................... 227
Reflexão ........................................................................................................................ 228
Atividade ....................................................................................................................... 228
Leituras recomendadas .................................................................................................. 229
Referências bibliográficas ............................................................................................. 229
Na próxima unidade ...................................................................................................... 229
Unidade 5: Texto, discurso e coesão textual ............................................................. 231
Objetivos da sua aprendizagem .................................................................................... 231
Você se lembra? ............................................................................................................ 231
5.1 A produção de um texto ......................................................................................... 232
5.2 Texto e discurso ..................................................................................................... 232
5.3 Coesão textual ........................................................................................................ 234
5.4 Coesão textual e a articulação sintática do texto ................................................... 239
5.5 Coerência textual ................................................................................................... 241
Reflexão ........................................................................................................................ 243
Atividades ..................................................................................................................... 243
Referências bibliográficas ............................................................................................. 245
Na próxima unidade ......................................................................................................245
Unidade 6: Produção textual ...................................................................................... 247
Objetivos da sua aprendizagem .................................................................................... 247
Você se lembra? ............................................................................................................ 247
6.1 Experiências com a escrita ..................................................................................... 248
6.2 Crendices e mitos sobre redação ........................................................................... 251
6.3 Concepções ou princípios sobre redação ............................................................... 253
6.4 Algumas características da escrita ......................................................................... 256
6.5 Tipos de redação ................................................................................................... 257
Covardia ........................................................................................................................ 263
Reflexão ........................................................................................................................ 264
Leituras recomendadas .................................................................................................. 266
Referências bibliográficas ............................................................................................. 266
Na próxima unidade ...................................................................................................... 267
Unidade 7: Comunicação oral.................................................................................... 269
Objetivos da sua aprendizagem .................................................................................... 269
Você se lembra? ............................................................................................................ 269
7.1 Diferenças entre a oralidade e a escrita .................................................................. 270
7.2 Elementos da comunicação oral ............................................................................. 271
Atividade ...................................................................................................................... 276
Atividade ....................................................................................................................... 277
7.3 Usando recursos especiais para falar em público .................................................. 278
7.4 Feedback e o valor de ser um bom ouvinte ............................................................ 280
Reflexão ........................................................................................................................ 283
Leituras recomendadas .................................................................................................. 283
Referências bibliográficas ............................................................................................. 283
Unidade 8: Revisão gramatical .................................................................................. 285
Objetivos da sua aprendizagem .................................................................................... 285
Você se lembra? ............................................................................................................ 285
8.1 Concordância verbal .............................................................................................. 286
8.2 Concordância nominal ........................................................................................... 287
8.3 Regência verbal ...................................................................................................... 289
8.4 Regência nominal ................................................................................................... 291
8.5 Uso dos “porquês” ................................................................................................. 292
8.6 Palavras e expressões parecidas, mas diferentes .................................................... 293
8.7 Algumas observações sobre verbos ....................................................................... 297
Atividades ..................................................................................................................... 300
Leituras recomendadas .................................................................................................. 300
Reflexão ....................................................................................................................... 301
Referência bibliográfica ................................................................................................ 301
Na próxima unidade ...................................................................................................... 302
Unidade 9: Ortografia e prosódia .............................................................................. 303
Objetivos da sua aprendizagem .................................................................................... 303
Você se lembra? ............................................................................................................ 303
9.1 Afinal, o que é mesmo ortografia? ......................................................................... 304
9.2 Regras sobre o emprego de algumas letras ............................................................ 305
9.3 Acentuação gráfica ................................................................................................. 309
9.4 Acento agudo indicador da crase ........................................................................... 312
9.5 Trema ..................................................................................................................... 313
9.6 Hífen ...................................................................................................................... 314
9.7 Prosódia.................................................................................................................. 318
Atividades ..................................................................................................................... 319
Reflexão ....................................................................................................................... 320
Leituras recomendadas .................................................................................................. 320
Referências bibliográficas ............................................................................................. 321
Macroeconomia ............................................................................................... 323
Unidade 1: Produto Interno Bruto (PIB) .................................................................. 325
Objetivos de sua aprendizagem .................................................................................... 325
Você se lembra? ............................................................................................................ 325
Introdução ..................................................................................................................... 326
1.1 Conceito ................................................................................................................. 327
1.2 Cálculo do PIB pelo método do dispêndio ............................................................ 329
1.3 Cálculo do PIB real e PIB nominal ........................................................................ 334
1.4 O deflator do PIB ................................................................................................... 336
1.5 PNB (Produto Nacional Bruto) .............................................................................. 337
Atividades ..................................................................................................................... 339
Reflexão .......................................................................................................................340
Expandindo conhecimento ............................................................................................ 341
Referências ................................................................................................................... 341
Na próxima unidade ...................................................................................................... 342
Unidade 2: Crescimento econômico e desenvolvimento .......................................... 343
Objetivos de sua aprendizagem .................................................................................... 343
Você se lembra .............................................................................................................. 343
Introdução ..................................................................................................................... 344
2.1 Desenvolvimento e subdesenvolvimento ............................................................... 344
2.2 PIB per capita ......................................................................................................... 345
2.3 Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) .......................................................... 347
2.4 Distribuição de renda ............................................................................................. 351
2.5 Desenvolvimento econômico e meio ambiente ..................................................... 354
Atividades ..................................................................................................................... 359
Reflexão ........................................................................................................................ 360
Expandindo conhecimentos ...........................................................................361
Referências Bibliográficas ............................................................................................ 361
Na próxima unidade ...................................................................................................... 362
Unidade 3: Nível de preços e indicadores de inflação ............................................. 363
Objetivos de sua aprendizagem .................................................................................... 363
Você se lembra? ............................................................................................................ 363
Introdução ..................................................................................................................... 364
3.1 Definição de inflação ............................................................................................. 364
3.2 Consequências da inflação ..................................................................................... 365
3.3 O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) .............................................................. 367
3.4 Principais causas da inflação ................................................................................. 371
3.5 Tipos de inflação .................................................................................................... 375
3.6 Sistemas de metas inflacionárias ........................................................................... 379
Atividades ..................................................................................................................... 382
Reflexão ....................................................................................................................... 384
Leituras recomendadas .................................................................................................. 385
Referências .................................................................................................................... 385
Na próxima unidade ...................................................................................................... 386
Unidade 4: A moeda, o sistema monetário e a política monetária .......................... 387
Objetivos de sua aprendizagem .................................................................................... 387
Você se lembra? ............................................................................................................ 387
Introdução ..................................................................................................................... 388
4.1 A moeda e seus tipos .............................................................................................. 389
4.2 As funções da moeda ............................................................................................. 391
4.3 Liquidez ................................................................................................................. 392
4.4 A Moeda na economia ............................................................................................ 393
4.5 Agregados monetários ........................................................................................... 394
4.6 A oferta de moeda e a política monetária ............................................................... 396
4.7 Os bancos comerciais ............................................................................................. 399
4.8 Banco Central ......................................................................................................... 402
Atividades ..................................................................................................................... 406
Reflexão ....................................................................................................................... 408
Leitura Recomendada ................................................................................................... 408
Referências .................................................................................................................... 409
A
pr
es
en
ta
çã
oNa próxima unidade ...................................................................................................... 410Unidade 5: Regimes cambiais e comércio internacional ......................................... 411
Objetivos de sua aprendizagem .................................................................................... 411
Você se lembra? ............................................................................................................ 411
5.1 O comércio internacional ....................................................................................... 412
5.2 Benefícios do comércio internacional .................................................................... 415
5.3 Barreiras ao comércio internacional ...................................................................... 415
5.4 Taxa de câmbio ..................................................................................................... 416
5.5 Taxa de câmbio nominal ....................................................................................... 419
5.6 Vantagens e desvantagens da moeda nacional valorizada ..................................... 420
5.7 Vantagens e desvantagens da moeda nacional desvalorizada ................................ 421
5.8 Taxa de câmbio real .............................................................................................. 421
5.9 Regimes cambiais: taxas de câmbio fixas e taxas de câmbio flutuante (flexíveis) 423
Atividades ..................................................................................................................... 429
Reflexão ....................................................................................................................... 431
Leituras Recomendadas ................................................................................................ 432
Referências .................................................................................................................... 433
Na próxima unidade ...................................................................................................... 434Unidade 6: Setor público ............................................................................................ 435
Objetivo ......................................................................................................................... 435
Você se lembra .............................................................................................................. 435
Introdução ..................................................................................................................... 436
6.1 As falhas de mercado ............................................................................................. 437
6.2 Os objetivos da política fiscal ............................................................................... 442
6.3 Funções econômicas do governo ........................................................................... 445
6.4 A teoria da tributação ............................................................................................. 446
6.5 Os tipos de impostos .............................................................................................. 448
6.6 Política fiscal e financiamento do déficit ............................................................... 449
Atividades ..................................................................................................................... 452
Reflexão ........................................................................................................................ 454
Expandindo conhecimento ............................................................................................ 454
Referências Bibliográficas ............................................................................................ 455
A Faculdade Interativa COC
Prezado acadêmico(a)
Bem-vindo(a) à Faculdade Interativa COC. Temos 
o prazer de recebê-lo(a) no novo segmento desta insti-
tuição de ensino que já possui mais de 40 anos de experi-
ência em educação.
A Faculdade Interativa COC tem se destacado pelo uso 
de alta tecnologia nos cursos oferecidos, além de possuir corpo 
docente formado por professores experientes e titulados. 
O curso, ora oferecido, foi elaborado dentro das Diretrizes 
Curriculares do MEC, de acordo com padrões de ensino superior da 
mais alta qualidade e com pesquisa de mercado. 
Assim, apresentamos neste material o trabalho desenvolvido pe-
los professores do COC que, junto à tecnologia da informação e comu-
nicação, proporciona ensino inovador e sempre atualizado.
Este livro junto ao AVA – Ambiente Virtual de Aprendizagem – e a 
teleaula integram a base que viabiliza os estudos. Este material tem como 
objetivo ser a base dos conhecimentos necessários à sua formação, além 
de auxiliá-lo(a) nos estudos e incentivá-lo(a), com as indicações bibliográ-
ficas de cada capítulo, a aprofundar cada vez mais seus conhecimentos.
Procure ler os textos antes de cada aula para poder acompanhá-la 
melhor e, assim, interagir com o professor nas aulas ao vivo. Não deixe 
para estudar no final de cada módulo somente com o objetivo de pas-
sar pelas avaliações; procure ler este material, realizar outras leituras e 
pesquisas sobre os temas abordados e estar sempre atualizado, afinal, 
num mundo globalizado e em constante transformação, é preciso 
estar sempre “ligado”, atualizado e informado.
Procure dedicar-se ao curso que você escolheu, aprovei-
tando-se do momento que é fundamental para sua formação 
pessoal e profissional. Leia, pesquise, acompanhe as aulas, 
realize as atividades on-line, você estará se formando de 
maneira responsável, autônoma e, certamente, fará dife-
rença no mundo contemporâneo.
Sucesso!
A
pr
es
en
ta
çã
o
A
pr
es
en
ta
çã
o
Apresentação
O Módulo 2.1
É natural que o estudante de Ciências Con-
tábeis estranhe o fato de encontrar, entre as disci-
plinas oferecidas no curso, as matérias de Economia, 
Sociologia e Português. Afinal, poder-se-ia questionar como 
o estudo dessas matérias – que, a princípio, não estabelecem ne-
nhuma relação com a contabilidade – contribuirá na sua formação. 
Será mesmo que, para o pleno exercício da profissão, o contabilista 
necessita tomar ciência desses ramos do conhecimento? Em que medida 
tais disciplinas contribuem no aperfeiçoamento do trabalho do bacharel em 
Ciências Contábeis? 
O objetivo deste módulo é, justamente, demarcar a importância 
dessas áreas do conhecimento entre as habilidades adquiridas pelo Contador. 
A Contabilidade, como sabemos, é uma ciência social. Dessa forma, requer 
do profissional noções de conhecimentos gerais das diferentes ciências que se 
inter-relacionam e que compõem o universo de atuação do Contador. Assim, serão 
tratados aqui temas, conceitos e ideias que fornecerão as bases para você, profis-
sional da área contábil, compreender o cenário mais geral, do qual a Contabilidade é 
integrante.
Neste módulo serão oferecidas as disciplinas de Macroeconomia, Sociologia 
Geral e Português Instrumental. 
Em Macroeconomia serão tratados os assuntos que abordam os acontecimentos econô-
micos que, como sabemos, afetam diretamente a vida de todas as pessoas, principalmente daque-
las que precisam tomar decisões importantes baseadas nesses acontecimentos, como é o caso dos 
administradores de empresas, dos contadores etc. Por isso, é importante que tenham um conheci-
mento no mínimo razoável a respeito dos fenômenos econômicos, para serem bons profissionais. 
No contexto das ciências econômicas, a Macroeconomia é o segmento responsável pelo estudo de 
fenômenos que englobam toda a economia. Um economista que estuda questões macroeconômicas 
estará sempre analisando o comportamento dos chamados agregados macroeconômicos, que são 
números que representam a economia como um todo, sob determinado aspecto. Os três principais 
agregados macroeconômicos são o PIB, a taxa de emprego e a taxa de inflação, variáveis cujo estudo é 
fundamental para a tomada de decisões dos agentes econômicos. 
Na disciplina Português Instrumental, o objetivo é oferecer ao aluno os subsídios neces-
sários à compreensão das normas que regem a língua portuguesa. Serão abordadas as diferenças 
entre a norma coloquial ou popular e a norma culta, bem como as regras gramaticais, o uso correto 
de acentuação e de pontuação e outros tópicos que permitirão ao aluno ampliar a visão e o conhe-
cimento da língua. Consequentemente, a disciplina oferecerá as bases para a variação e a amplia-
ção dos usos da língua no cotidiano, expandindo, assim, as habilidades adquiridas pelo aluno. O 
conhecimento das normas e suas principais características fornecerão os subsídios necessários 
ao futuro Contador na elaboração de textos usuais e necessários em sua carreira.
A disciplina de Sociologia Geral, por sua vez, oferece ao aluno as bases para que ele 
possa compreender crítica e profundamente seu ambiente de trabalho e a forma como ele está 
estruturado. Nesse sentido, o conhecimento de tal disciplina constitui um diferencial impor-
tante entre as habilidades do Contador, na medida em que proporciona a este o entendimen-
to da inter-relação entre o indivíduo e seu meio social. Aqui, neste módulo, veremos que 
a Sociologia constitui um campo de conhecimento e origem histórica. Analisaremos, 
também, os diferentes modelos explicativos da realidade social e seus conhecimentos 
fundamentais. Com isso, o aluno será capaz de apreendê-los, valorizá-los e aplicá- 
-los na sua formação profissional. Será capaz, dessa forma, de formar pontos de 
vista, interpretar e compreender melhor a realidade e a interação entre os grupos 
sociais nos seus mais diversos aspectos.
Fica nosso convite para que você leia com atenção a apostila aqui 
proposta. Além disso, esperamos que você participe efetivamente do cur-
so, fazendo as atividades propostas, discutindo os temas com os colegas, 
enviando suas dúvidas, enfim, buscando, cada vez mais, informação e 
conhecimento. Conte conosco para ajudá-lo.
Bons estudos!
 Profa. Emiliane Januário
 Prof. Luis ClaudioDallier 
 Profa. Heloísa Maria dos Santos Toledo
Sociologia geral
Acredito que todos nós, em algum mo-
mento, já tivemos contato com essa ciência, 
muitas vezes sem nos darmos conta ou mesmo 
entendermos a que, de fato, ela se refere. Quantas 
vezes você já se deparou com análises e questiona-
mentos sobre a nossa realidade e as diferentes relações 
entre cultura, economia e política? Será que existe relação 
entre uma determinada realidade social e suas bases cultu-
rais? As desigualdades sociais e o desemprego são questões 
pessoais e isoladas de uma sociedade ou estão relacionadas com 
as estruturais mais gerais de um meio social? O que difere a reali-
dade da população de um país quando comparado com outro?
Essas são algumas questões que a Sociologia procura investigar 
e que podem ser melhor compreendidas quando conhecemos um pou-
co mais dessa ciência social. O objetivo dessa disciplina é oferecer a 
você, futuro contador ou administrador, algumas bases que irão permitir 
o reconhecimento e a compreensão mais profunda do seu ambiente de 
trabalho e da forma como ele está estruturado. É um diferencial impor-
tante que, entre as suas habilidades, esteja a capacidade do entendimento 
da inter-relação existente entre o indivíduo e seu meio social.
A
pr
es
en
ta
çã
o
 
U
ni
Ua
Ue
 U
 
U
ni
Ua
Ue
 U
Processo de 
ensino-aprendizagem
Nessa primeira unidade, iremos con-
tar um pouco da história do surgimento da 
Sociologia como ciência social e o contexto 
histórico desse fato, explicando seus objetos e os 
principais pensadores considerados, ainda hoje, clássi-
cos dessa ciência. Ao final dessa unidade, procuraremos 
responder a uma questão comum entre os estudantes de 
Administração e Ciências Contábeis: “para que serve essa 
disciplina?”
Objetivos da aprendizagem
Ao final da unidade, você será capaz de compreender por que o 
homem é diferente de outros animais; identificar o contexto histórico 
do surgimento da Sociologia e os principais pensadores dessa ciência; 
saber o que é Sociologia e por que ela é uma ciência social; e compre-
ender a importância do estudo dessa disciplina.
Você se lembra?
Você se lembra da última vez que viu ou ouviu um sociólogo analisando 
determinado acontecimento social? Lembra-se das vezes em que, em 
conversas com amigos ou familiares, vocês buscavam interpretar e com-
preender algum fenômeno da realidade? A Sociologia constitui-se, jus-
tamente, como a ciência que busca elucidar as questões que envolvem 
nosso convívio em sociedade. 
16
Sociologia geral
A 
educação formal é 
aquela em que o aprendizado 
depende da instituição escolar. A 
educação informal, por sua vez, é aquela 
em que o indivíduo desenvolve o aprendiza-
do fora da escola, em família, com amigos, nas 
igrejas etc.
 O homem é um ser socialU.U 
Todo ser humano vive em sociedade. 
Assim, pode-se dizer que todo homem é um 
ser social. Para entender o que é Sociolo-
gia, precisamos compreender quem é o ser 
humano e por que é necessária uma ciência 
para estudá-lo em sociedade. O homem não 
é apenas um conjunto de componentes físicos 
e orgânicos, ele é também um ser que pensa, 
sente, relaciona-se com outros homens, modifica 
a natureza à sua volta e cria coisas novas. Para atuar no mundo em que 
vive, o homem precisa passar por um aprendizado que lhe permita ter 
um comportamento adequado à convivência com outros seres iguais a 
ele. O homem eventualmente criado longe do convívio social é incapaz 
de se humanizar, deixando apenas aflorar suas características instintivas, 
assemelhando-se aos animais. 
Mas o que diferencia o homem dos animais? O homem é o único 
animal que não age apenas por instinto, porque ele passa por um processo 
de aprendizado, de socialização e porque precisa da linguagem para se 
comunicar com seus semelhantes. A socialização é, então, um processo 
que dá o caráter humano ao homem, 
diferenciando-o do animal. A 
educação (formal e informal) 
é fundamental para a socia-
lização do ser humano.
 Quando sociali-
zado, o ser humano age 
socialmente, ou seja, 
suas ações, seus senti-
mentos e pensamentos 
estão diretamente ligados 
a outros seres humanos: é 
na convivência (boa ou ruim) 
com o outro que ele aprende a 
ser homem. A socialização é, então, esse 
aprendizado. É pela socialização que o ser humano aprende a cultura de 
sua época, de seu lugar.
 
Conexão: 
Dica de filme: 
Procure assistir ao filme O 
enigma de Kaspar Hauser, de 
1976, no qual o cineasta alemão 
Werner Herzog trata exatamente 
desse tema.
17
Unidade 1
EA
D
-1
1-
C
C
 2
.1
Unidade 1
O tema específico da cultura será visto mais para a frente. Por en-
quanto, o que importa, para se entender o que é Sociologia, é saber que a 
cultura é o conjunto de valores, hábitos, costumes e normas que organi-
zam a vida em sociedade. O homem adequado ao seu meio social é aquele 
que foi socializado, ou seja, aprendeu como agir socialmente. 
Veja como o ser humano se transforma em ser social:
EDUCAÇÃO
APRENDIZAGEM
SOCIALIZAÇÃO
LINGUAGEM
 
CULTURA
A Sociologia chama de socialização o 
processo pelo qual o indivíduo assimila os valores, as normas e as 
expectativas sociais de um grupo ou de uma sociedade. Esse pro-
cesso, responsável pela transmissão da cultura, é contínuo e se ini-
cia na família, quando se realiza a chamada socialização primária. 
Depois é assumido pela escola, pelo grupo de referência e pelas di-
ferentes formas de treinamento e ajuste a que o indivíduo se subme-
te no decorrer de sua existência e que caracterizam a socialização 
secundária” (COSTA, Cristina. Sociologia. Introdução à ciência da 
sociedade. São Paulo: Editora Moderna, 1997, s/p.).
Até aqui, vimos como se dá o processo de socialização dos seres hu-
manos. Agora, vamos ver como entender esse processo pela Sociologia?
 A Sociologia é uma ciência socialU.2 
As formas de organização social do ser humano são objeto de estu-
do da Sociologia. 
Você achou estranho chamar de “objeto” de estudo? Mas é esse o 
termo que as ciências usam: o que elas estudam convencionou-se chamar 
de “objeto de estudo”, que é o alvo para o qual se direciona o estudo.
A Sociologia é uma das três ciências sociais básicas, que são: a an-
tropologia, a sociologia e a ciência política.
18
Sociologia geral
Resumidamente, podemos dizer que a antropologia estuda mais 
especificamente as diferentes culturas no mundo (diferenças de costumes 
e valores de um lugar para outro, de um grupo para outro). A ciência po-
lítica estuda as relações de poder que se estabelecem na sociedade (sejam 
nas relações cotidianas, como os poderes, entre homens e mulheres, pa-
trões e empregados, pais e filhos, ou, no nível governamental, como nos 
cargos políticos). A Sociologia estuda as relações sociais que os homens 
estabelecem com outros homens por meio das instituições sociais (escola, 
família, Estado, igreja, sindicato, empresa etc.). 
Até hoje ainda existem pessoas que perguntam se é possível fazer 
ciência da sociedade ou se a Sociologia é mesmo uma ciência. Esta des-
confiança é perfeitamente compreensível, na medida em que sabemos o 
que é que está por trás das concepções que essas pessoas têm de ciência 
e de cientista: maçãs caindo das árvores e provando a força da gravidade; 
cientistas malucos que transferem líquidos coloridos de um vidro ao outro 
provocando fumaças; lunetas gigantes para conhecer os mistérios do céu; 
equações matemáticas monstruosas que fundem a cabeça de qualquer 
mortal; corpos humanos e animais dissecados; ratinhos de laboratório etc. 
Mas, quando conhecemos a história da ciência em geral e das ciên-
cias sociais em particular, tudo começa a ficar mais claro, um pouco mais 
perto do real.
Breve história Ua ciênciaU.3 
A ciência – ou scientia – é conhecimento, saber sistematizado que 
busca leis universais e cuja legitimidade baseia-se na comprovação empí-
rica: “é preciso ver para crer”, é preciso comprovar que a realidade é real. 
Esta visão de ciência, que está na base de nossacultura e que sustenta os 
nossos valores, começou a ser formulada no século XVI, quando a per-
cepção do mundo mudou significativamente. Nos séculos XVI e XVII, a 
perspectiva medieval de ciência, que se baseava na razão e na fé, mudou 
radicalmente, e o mundo, a partir de estudos da física e da astronomia, 
começou a ser compreendido como uma máquina. Copérnico, Galileu, 
Bacon, Descartes e Newton são os grandes cientistas dos séculos XVI e 
XVII, conhecidos como a Idade da Revolução Científica.
Nicolau Copérnico (Itália) modifica a noção do mundo quando 
contraria a concepção geocêntrica da Igreja para defender sua concepção 
heliocêntrica, na qual a Terra não é o centro do universo. Galileu Galilei 
19
Unidade 1
EA
D
-1
1-
C
C
 2
.1
(Itália), que inventou o telescópio, foi pioneiro na abordagem empírica 
e no uso da descrição matemática da natureza e tornou-se referência nas 
teorias científicas até hoje. Francis Bacon (Inglaterra) foi o primeiro a for-
mular uma teoria clara do método indutivo, ou seja, realizar experimentos 
e extrair deles conclusões gerais. Isaac Newton (Inglaterra) forneceu uma 
consistente teoria matemática, hoje conhecida como cálculo diferencial, 
para descrever o movimento dos corpos. Foi Newton quem inspirou sua 
teoria na famosa queda da maçã. 
René Descartes (França) é considerado o fundador da filosofia mo-
derna, com a qual pretendia criar uma nova ciência que fosse capaz de 
distinguir a verdade do erro em todos os campos do saber: a ciência é o 
conhecimento certo, é a verdade.
Descartes, para quem ciência era sinônimo de matemática, influen-
ciou de forma marcante todos os ramos da ciência moderna, por isso 
merece destaque. É graças a ele que hoje as pessoas estão convencidas 
de que o método científico é o único meio válido para se compreender 
o universo. Tomando a dúvida como ponto fundamental de seu método, 
chamado de cartesiano, e duvidando de tudo, Descartes chegou à famosa 
afirmação Cogito, ergo sum: “Penso, logo existo”. 
AFP / ROGER_VIOLLET
René Descartes
Assim, concluiu que o pen-
samento é a essência da natureza 
humana e que, portanto, tudo o que 
o ser humano pensa, intui (intuição) 
e deduz (dedução) é verdadeiro. 
Sua maior contribuição à ciência é 
seu método analítico, que consiste 
em decompor pensamentos e pro-
blemas em partes e organizá-los em 
uma ordem lógica.
E m b o r a i n e g a v e l m e n t e 
importante para o pensamento 
científico até hoje, o cartesianis-
mo de Descartes foi responsável 
pela fragmentação do pensa-
mento em geral e das disciplinas acadêmicas e também por alimentar 
a crença reducionista da ciência: todos os aspectos dos fenômenos 
complexos podem ser compreendidos quando reduzidos às suas partes. 
20
Sociologia geral
O cogito cartesiano, como passou a ser chamado, fundou o dualismo que 
separa a mente da matéria, a natureza dos seres humanos, o mundo físico 
do mundo social e espiritual.
A atitude das pessoas em relação ao meio ambiente, à cultura e ao 
ser humano em geral sofreu consideráveis transformações a partir de Des-
cartes. Sua concepção mecanicista, que tinha o universo como um sistema 
mecânico, tornava homem e máquina uma mesma coisa. A ideia de tratar 
os organismos vivos – homens e animais – como nada mais do que má-
quinas teve consequências adversas tanto para as ciências humanas como 
para as ciências biológicas. Este reducionismo é evidente na medicina, por 
exemplo, em que a adesão ao modelo cartesiano tem impedido os médicos 
de compreenderem muitas doenças, na medida em que entendem o corpo 
humano por partes, e não pelo todo. A medicina holística tem, nos últimos 
anos, procurado romper com esta compreensão mecanicista do corpo huma-
no, propondo uma nova compreensão do corpo humano e de sua saúde.
O paradigma mecanicista sustentou a ciência clássica do século 
XVI até o início do século XX, quando novas maneiras de compreender 
o conhecimento científico começaram a marcar presença e ser aceitas. O 
dualismo cartesiano foi uma das premissas mais importantes desse para-
digma, mostrando que toda a história do conhecimento científico é a his-
tória da busca de uma verdade universal.
 As revoluções e as novas formas Ue U.4 
organização social
O final do século XVIII e o início do século XIX são marcados por 
dois acontecimentos históricos da maior importância: a Revolução Francesa 
e a chamada Revolução Industrial, que coincidiram com a desagregação da 
sociedade feudal e com a consolidação do capitalismo. Estes acontecimen-
tos históricos geraram problemas sociais que os pensadores da época não 
conseguiram explicar. Assim, o social e a sociedade começaram a requerer 
um olhar próprio, uma ciência própria que até então não existia.
Modelo, padrão
 Cada uma das proposições 
que servem de base para a conclu-
são. Ponto de que se parte para armar 
um raciocínio.
21
Unidade 1
EA
D
-1
1-
C
C
 2
.1
A Revolução Francesa foi responsável por inigualáveis transforma-
ções sociais e políticas, que ocorreram graças à proclamação de valores 
como liberdade e igualdade e por uma, até então, inédita valorização do 
indivíduo como cidadão. O que hoje consideramos comum, como a demo-
cracia e o Estado de Direito, também nasceu nesse período. 
Foi com a Revolução Francesa que as pessoas passaram a ser vistas 
não apenas como portadoras de deveres, mas também de direitos. Elabo-
rou-se, então, a Declaração Universal dos Direitos dos Homens. 
A Revolução Industrial, que se iniciou na Inglaterra e rapidamente 
se disseminou pela Europa e pelos Estados Unidos, não foi caracterizada 
somente pelas inovações técnicas a partir da máquina a vapor e pela in-
dustrialização crescente, mas também por um conjunto de mudanças so-
ciais e econômicas importantes, como a consequente migração do campo 
para as cidades, o crescimento da urbanização e um admirável aumento da 
população.
A Revolução Industrial foi um marco para a vida moderna porque 
se trata, na verdade, de uma revolução científico-tecnológica que mudou 
a organização social definitivamente. Num prazo relativamente curto, 
de cerca de 100 anos, a Europa de sítios, rendeiros e artesãos passou a 
ser uma Europa de cidades e indústrias. Com a indústria, a produção 
começa a ser feita num ritmo acelerado e o crescimento urbano passa a 
ser significativo, separando os espaços rurais dos espaços urbanos. Com 
as indústrias e essa nova forma de produção, a economia também mu-
dou, deixando de ser agrária para ser industrial. Além disso, expandiu- 
-se o comércio internacional em busca de matérias-primas e de escoamen-
to das mercadorias produzidas.
As principais mudanças ocorridas na sociedade em função da Revo-
lução Industrial podem ser assim sintetizadas:
grande concentração humana nas cidades inglesas, uma vez –
que os camponeses saíram do campo em busca de nova vida 
nas cidades que surgiam em função das indústrias: há intensa 
migração do campo para a cidade;
substituição progressiva do trabalho humano por máquinas; –
divisão do trabalho em partes especializadas e necessidade –
de coordenação: o aumento da produtividade se originou da 
organização do trabalho, e não do aumento das habilidades 
individuais;
22
Sociologia geral
mudanças culturais no trabalho: os novos trabalhadores das –
indústrias ainda estavam acostumados com o trabalho agrícola 
e o artesanato. Os industriais tiveram de impor uma disciplina 
desconhecida por esses trabalhadores, os quais tiveram que se 
submeter ao controle externo, exercido por capatazes;
produção de bens em grande quantidade: as máquinas aumen- –
taram o ritmo da produção e a quantidade de bens produzidos, 
além de possibilitarem a homogeneização (todos os bens saem 
iguais das máquinas, diferentemente dos bens feitos artesanal-
mente); 
surgimento de novos papéis sociais: começa a se definir um –
contorno distinto para o capitalista (o empresário é dono das 
empresas e das máquinas, compra o trabalho dos outros) e 
para o operário (o trabalhador não possui nada além desua 
força de trabalho e precisa vendê-la para se sustentar).
Vamos continuar entendendo o contexto histórico que propiciou o 
surgimento da Sociologia?
Nessa mesma época da Revolução Industrial (séc. XIX), houve um 
processo de revitalização da universidade, que se tornou, definitivamente, 
o lugar do saber por excelência. Com isso, configuraram-se a disciplinari-
zação e a profissionalização do conhecimento. Como as ciências naturais 
nunca precisaram deste espaço institucionalizado para desenvolver seus 
trabalhos, pois sempre tiveram apoio dos governos, as transformações que 
aconteceram com a universidade foram fundamentais para abrir espaço às 
ciências humanas e marcar distinções entre ciências naturais e humanas.
As mudanças provocadas pelas duas grandes revoluções europeias, a 
expansão do capitalismo (e, com ele, os interesses antagônicos) e a revitali-
zação da universidade nos séculos XVIII e XIX – pe ríodo conhecido como 
Iluminismo –, podem ser consideradas o cenário que contextualiza as ori-
gens das ciências sociais que surgem, exatamente, nesse período marcado 
por essas transformações do meio social. De posse dessas informações so-
bre a contextualização histórica do surgimento da Sociologia, podemos se-
guir adiante para compreendermos algumas das características dessa ciência 
e o processo do seu desenvolvimento e consolidação como uma das formas 
de compreensão da relação do homem com o seu meio social.
 Antagônico: oposto, contrário
23
Unidade 1
EA
D
-1
1-
C
C
 2
.1
O 
senso comum e 
a ciência são duas formas 
de conhecermos e explicarmos a 
realidade. Enquanto o senso comum 
caracteriza-se pelo conhecimento que 
adquirimos em nosso cotidiano e que pode ser 
verdadeiro ou não, a ciência busca entender as 
razões e o porquê do acontecimento de determi-
nados fenômenos. A Sociologia é uma ciência; 
portanto, difere do senso comum.
O surgimento e o Uesenvolvimento Ua SociologiaU.5 
A Sociologia é uma ciência e seu surgimento e consolidação como 
tal, juntamente com suas especificidades e seus métodos próprios de in-
vestigação, diferenciam-na dos saberes do senso comum, proferidos por 
nós quando analisamos nossos comportamentos e experiências interpes-
soais. Entendemos como senso comum ou conhecimento espontâneo o 
conhecimento que se acumula no nosso cotidiano (cheio de certezas e 
explicações imediatas) e que é transmitido de geração a geração por meio 
de nossos hábitos, costumes e tradições. Dessa maneira, acabamos repro-
duzindo ideias que não são nossas, mas que são assimiladas e tomadas por 
nós como verdadeiras, por isso temos sempre uma opinião a respeito de 
assuntos que muitas vezes nem conhecemos.
O homem sempre se preocupou em compreender a si mesmo e o 
universo, mas foi somente no século XVIII, com uma série de eventos 
que ocorreram na Europa e transformaram profundamente as estruturas 
da sociedade, suprimindo os pilares do velho regime feudal, incluindo o 
movimento intelectual do Iluminismo na França, que a “ciência” pôde se 
impor como uma maneira de pensar o mundo isenta dos pressupostos de-
terminantes da religião e da tradição. Neste período, ocorreu também uma 
profunda valorização do homem, voltada para a crença na razão humana e 
nos seus poderes.
Mais tarde, já no século XIX 
(1801-1900), com a Revolução 
Francesa, o pensamento sis-
temático sobre o mundo 
social foi acelerado, assim 
como a necessidade dos 
homens de compreender 
os inúmeros problemas 
sociais decorrentes do 
processo de industrializa-
ção. Sendo assim, podemos 
dizer que a Sociologia surgiu 
sob as condições das mudanças 
que derivavam principalmente do 
declínio do feudalismo, do fortalecimen-
to do comércio e do surgimento de novos papéis sociais/especialização. 
24
Sociologia geral
Enfim, com a consolidação do sistema ca-
pitalista de produção, surgia uma nova 
mentalidade, em que a razão e o saber se 
voltavam para o mundo terreno.
As ciências existentes não apre-
sentavam explicações convincentes nem 
mesmo o instrumental necessário para 
a compreensão de todas estas mudanças. 
Necessitava-se, então, de uma nova ciência 
(utilizando o mesmo referencial das ciências 
naturais) para tentar fazer isso.
Vamos entender, então, a que se propõe a Sociologia e o históri-
co do seu desenvolvimento? 
Turner (2003, p. 14), afirma que o objetivo da Sociologia é tor-
nar as compreensões cotidianas mais sistemáticas e precisas, pois es-
sas percepções vão além de nossas experiências pessoais. A Sociologia 
busca compreender todos os símbolos culturais que os seres humanos 
usam e criam para interagir com a sociedade e organizá-la. “É o estudo 
dos fenômenos sociais, da interação e da organização social.” De for-
ma diferente do que as outras disciplinas fazem, ao estudar os aspectos 
sociais da vida do homem, a Sociologia estuda o fato social em sua 
totalidade, ou seja, a visão sistêmica do pesquisador deve lhe dar con-
dições de perceber que cada ação social não está isolada na sociedade, 
mas sim que faz parte de um todo interligado, interferindo e sofrendo 
interferências.
Para o sociólogo, o fato social é estudado não porque é econômi-
co, jurídico, político, educacional ou religioso, mas porque é “social” 
e inclui tudo isso independentemente da especificidade de cada um. O 
pressuposto básico de uma análise sociológica é que a vida dos seres 
humanos é composta por várias dimensões que se desenvolvem com o 
processo de interação social. Justamente estas interações sociais são o 
objeto central de estudo da sociologia. (DIAS, 2005).
No período do surgimento da Sociologia, a visão mecani-
cista/cartesiana do mundo no século XVIII se estabelecia firme-
mente, assim foi inevitável que a física se tornasse, naturalmen-
te, a base de todas as outras ciências, inclusive da Sociologia. 
 
Conexão: 
Você já assistiu ao filme A 
lenda do cavaleiro sem cabeça? 
Nele, você poderá observar as 
inúmeras dificuldades da ciência em ser 
aceita como uma forma de conhecimento 
da realidade, como um campo de pes-
quisa e produção de conhecimento.
25
Unidade 1
EA
D
-1
1-
C
C
 2
.1
O 
nome Sociologia foi 
proposto por Auguste Comte, 
em substituição ao termo Física 
Social, acreditando ser possível submeter a 
ciência da sociedade aos mesmos pressupostos 
metodológicos advindos das ciências naturais. 
Acreditava também que descobrir as leis da organiza-
ção da sociedade poderia significar a reconstrução de 
uma estrutura social mais humana. Seu pensamento 
enfatizava a sociedade europeia como exemplo de 
evolução, defendendo a proposta da ordem e do 
progresso em oposição aos conflitos sociais 
presentes neste contexto (influência do 
positivismo).
Dessa forma, na tentativa de 
compreender as condições 
das mudanças que ocor-
r i am nas soc iedades 
europeias e de conhecer 
suas prováveis conse-
quências, era premente 
que surgisse uma ciência 
da sociedade, a qual foi 
proclamada como “física 
social”. 
O nascimento da Sociologia é 
atribuído tanto a Saint-Simon (1760-1825) quanto a Augusto Comte (1798-
1857), ambos franceses, que procuravam uma “física social” com métodos 
baseados nas ciências naturais, de forma a encontrar leis universais que re-
gessem os fenômenos sociais. O conhecimento destas leis permitiria, segun-
do Comte, controlar o destino do mundo – daí sua famosa fórmula Prévoir 
pour pouvoir (prever para poder), que reflete, na verdade, o pensamento 
positivista que atribui à ciência a capacidade de prever e de controlar a ação. 
A Sociologia nasce com o positivismo. Mas o que é isso, exatamente?
REPROduçãO
Augusto Comte
26
Sociologia geral
 O positivismoU.6 
O positivismo pode ser considerado o berço que embala a Socio-
logia há mais de um século, desde o seu nascimento. Assim, conhecer a 
história da Sociologia exige um conhecimento básico do positivismo, so-
bretudo por ele ser considerado um conjunto de pensamentos e ações que 
formam o sistema de vida típico do século XIX, mais do que apenas uma 
doutrina.
Os positivistaseram pensadores conservadores que se preocupa-
vam com a ordem, a estabilidade e a coesão social e consideravam que 
a sociedade moderna era dominada pela desordem, pela anarquia. Eles 
enfatizavam a importância da disciplina, da autoridade, da hierarquia, da 
tradição e dos valores morais para a conservação da vida social. A influên-
cia da doutrina positivista ficou marcada na bandeira do Brasil pelo lema 
“Ordem e progresso”.
Diante das transformações sociais que ocorriam no século XIX, eles 
viam a necessidade de criar uma ciência que resgatasse os princípios con-
servadores, e não uma que objetivasse mudanças. Augusto Comte dividia 
hierarquicamente a filosofia positiva em cinco ciências: astronomia, físi-
ca, química, fisiologia e física social.
O “físico social” deveria, para Comte, buscar constantemente as leis 
universais imutáveis nos fenômenos sociais, à semelhança do que ocorria 
na física. Todos os fenômenos estudados deverim ser observados, experi-
mentados, comparados e classificados, para serem considerados verdadei-
ros e científicos. 
As características mais importantes do positivismo são:
empirismo: submissão da imaginação à observação, à experi- –
mentação e à comparação; 
classificação dos fenômenos sociais da maneira como é feita –
com os fenômenos naturais; 
a ciência tem como função principal a capacidade de prever; –
 Emprirismo: doutrina filosófica que encara a experiência 
sensível como a única fonte fidedigna de conhecimento. O filósofo 
empirista baseia-se na observação e na experimentação para decidir o 
que é verdadeiro. Chega a conclusões através do emprego do método 
indutivo, baseado no que observou.
27
Unidade 1
EA
D
-1
1-
C
C
 2
.1
o espírito humano deve investigar sobre o que é possível co- –
nhecer, eliminando a busca das causas; 
o conhecimento científico positivo deve buscar a certeza, a –
precisão e a ordem; 
valorização das especializações e horror ao ecletismo. –
Como podemos perceber, a Sociologia surgiu como uma ciência 
social que tinha as ciências naturais como modelo, e os princípios do 
positivismo eram a maior representação disso. No esforço de organizar 
e estabilizar a nova ordem social que surgia, parecia que, quanto mais 
exata, positiva e neutra fosse a ciência, 
melhor seria.
Pense: pode uma ciên-
cia exata e neutra entender 
e explicar a sociedade e 
os homens nas relações 
sociais?
Embora não seja 
desejável traçar linhas 
precisas que dividam 
a Sociologia em outras 
áreas de estudo, ela é uma 
ciência que precisa de métodos 
próprios, na medida em que o seu 
objeto de estudo, ao contrário dos objetos da 
física, está em constante transformação. 
As ciências sociais diferem das ciências naturais em dois aspectos 
essenciais: 
1) consideram que as sociedades são criadas e recriadas pelas ações 
humanas o tempo todo; 
2) entende que a sociedade é historicamente construída.
De 
um modo geral, 
podemos dizer que as ciên-
cias humanas se diferenciam das 
ciências naturais pelo fato de o homem 
ser, ao mesmo tempo, sujeito e objeto da 
investigação. Quando estudamos a sociedade, 
o comportamento social e as várias formas de 
interação social, somos, ao mesmo tempo, os in-
vestigadores da realidade social e os membros 
que compõem esta mesma realidade. 
 Ecletismo: diferentes gêneros ou opiniões. Método que 
reúne teses e sistemas diversos. Método filosófico dos que não se-
guem sistema algum, escolhendo de cada um a parte que lhes parece 
mais próxima da verdade.
28
Sociologia geral
As formas de organização social que existem hoje não foram sem-
pre assim, pois a sociedade não é estática.
Pense, por exemplo, na estrutura familiar do século XIX e na dos 
dias de hoje. Com o passar do tempo, de forma geral, as mulheres con-
quistaram o direito de trabalhar fora e de não mais desempenhar apenas o 
papel de mãe e de esposa dependente do marido. Elas casam mais tarde ou 
nem se casam e muitas optam por não ter filhos. Elas, hoje, podem esco-
lher seus maridos e não mais esperar um casamento arranjado pelos pais. 
Também não é necessário que as uniões sejam legalizadas no casamento 
civil ou que todos os casamentos sejam feitos com cerimônias religiosas. 
É muito mais comum que casamentos infelizes sejam desfeitos, e a mulher 
separada não gera mais tantos comentários perante a sociedade. O mode-
lo de família nuclear clássico composto pelo pai, pela mãe e pelos filhos 
não é mais o modelo predominante. Hoje, é comum escutarmos casos de 
crianças que vivem um pouco na casa do pai e um pouco na casa da mãe. 
Os pais separados formam outras famílias. Os casamentos de homossexu-
ais começam a ser legalizados em alguns países; em outros lugares, nem 
mesmo chegaram a ser condenados ou proibidos. Casais de homossexuais 
adotam crianças e formam uma família.
Você está percebendo como as sociedades mudam suas formas de se 
organizar, seus valores e mesmo suas normas?
A sociedade é construída e modificada pelos seres humanos dia-
riamente. Assim, o ser humano e a sociedade são “objetos” de estudo em 
mutação. Com o passar do tempo, foi-se percebendo que, para estudar as 
sociedades, não era suficiente tratá-las como se fossem coisas.
Imagine o seguinte: você deixa quatro cadeiras na sala de sua casa 
e viaja por dois anos. Quando você chega de volta e abre a porta da sala, o 
que você vê? As quatro cadeiras exatamente no mesmo lugar em que você 
as deixou. Claro que isso vai ocorrer se ninguém entrar na sua casa, se não 
acontecer nenhum terremoto ou outros fatores externos. Agora, imagine uma 
sala com quatro pessoas e você faz o mesmo procedimento: sai para viajar 
por dois anos. Quando você volta, o que terá acontecido? As pessoas estarão 
no mesmo lugar, sem mudar nada, nem fazer nada, como se fossem cadeiras? 
Claro que não, pois as pessoas não são coisas, são seres sociais que transfor-
mam seu ambiente enquanto estabelecem relações sociais entre si.
 Estática: imóvel, parada
29
Unidade 1
EA
D
-1
1-
C
C
 2
.1
Então, a Sociologia, que nasce no século XIX para entender as no-
vas características da sociedade depois das Revoluções Industrial e Fran-
cesa, não poderia continuar sempre entendendo os homens como coisa, 
assim como a química entende os componentes da matéria. Além de seu 
objeto estar sempre mudando, a Sociologia tem outra característica que a 
diferencia das ciências naturais e exatas: o pesquisador (cientista social) 
é também objeto de estudo da sua ciência. Ao mesmo tempo em que o 
sociólogo observa um fenômeno social, procurando compreendê-lo, ele 
está sofrendo influências da sociedade. Ele não é neutro diante de seus es-
tudos, por mais que procure ser objetivo, ou seja, ir direto ao ponto central 
da questão, sem rodeios ou influências de sentimentos pessoais. Quando 
se afirma que o cientista social deve ser objetivo, isso significa que, mes-
mo sendo humanamente possível, ele não deve se deixar influenciar por 
suas próprias crenças e valores. Mas isso é muito difícil, se não impossí-
vel. Por exemplo, se o sociólogo tem preconceitos em relação aos negros, 
fica maior o desafio, para ele, de desenvolver um estudo “neutro” sobre 
o racismo. Se o sociólogo acha que o homossexualismo é uma aberração 
da humanidade, fica mais difícil para ele ser “objetivo” num estudo sobre 
esse tema.
O caminho que liga ser humano e sociedade é um caminho de 
mão dupla: ambos relacionam-se, complentam-se, 
formam-se e tranformam-se.
HOMEM SOCIEDADE
 Os clássicos Ua SociologiaU.7 
As sociologias desenvolvidas por esses autores clássicos são bas-
tante complexas. Não nos cabe, nesse curto espaço, conhecê-las a fundo. 
Você precisa apenas saber quais são os clássicos da Sociologia e o que 
marca suas teorias. É isso que vamos fazer nessa parte do capítulo: dar 
uma “pincelada” em cada uma das teorias clássicas. Se você se interessar 
por conhecer melhor esses clássicos, a bibliografia sobre eles é bastante 
vasta e você pode começar pesquisando os livros indicados ao final da 
apostila.
30
Sociologiageral
Émile DurkheimU.7.U 
O sociólogo francês Émile Durkheim (1858-1917) foi o maior su-
cessor de Augusto Comte e da sociologia positivista. Ele se preocupava 
em conferir à Sociologia status de ciência independente. Seu livro As re-
gras do método sociológico, de 1895, deu uma contribuição à Sociologia 
ao indicar como deveria se dar a abordagem dos problemas sociais, esta-
belecendo as regras a serem seguidas na análise de tais problemas. Sua 
metodologia foi utilizada no estudo sobre o suicídio, publicado em 1897, 
em que, em vez de especular sobre as causas do suicídio (eliminando a 
pesquisa histórica), planejou o esquema de pesquisa, coletou os dados 
necessários sobre as pessoas que se suicidaram e, a partir desses dados, 
construiu sua teoria do suicídio.
REPROduçãO
Émile Durkheim
Durkheim defendia a ideia de que os fatos sociais deveriam ser tra-
tados como “coisas”, no sentido de serem individualizados e observáveis. 
Durkheim distinguiu três características dos fatos sociais:
31
Unidade 1
EA
D
-1
1-
C
C
 2
.1
1. Coerção social: os fatos exercem uma força sobre os indivíduos, 
levando-os a confrontarem-se com as regras da sociedade em que 
vivem, tanto que os indivíduos sofrem sanções ou punições quando 
se rebelam contra essas regras.
2. Exterioridade aos indivíduos: os fatos sociais independem das 
vontades individuais ou da adesão consciente a eles. As regras so-
ciais de conduta, as leis e os costumes já existem quando o sujeito 
nasce e são impostos a ele pela educação.
3. Generalidade: é social todo fato que é geral, ou seja, que se repete 
em todos os indivíduos ou na maioria deles. As formas de habitação, 
de comunicação, os sentimentos e a moral são alguns exemplos. A 
generalidade do fato social garante sua normalidade, ou seja, sua 
aceitação pela coletividade.
Para Durkheim, assim como para os positivistas, o cientista social deve 
guardar certa distância em relação ao seu objeto de estudo, resguardando a 
objetividade de sua análise. Para isso, o sociólogo deve deixar de lado suas pré- 
-noções, isto é, seus valores e sentimentos pessoais. Assim, Durkheim 
diria, por exemplo, que, ao estudar uma briga entre gangues, o sociólogo 
não deve se envolver nem permitir que seus valores interfiram na objetivi-
dade de sua análise.
A sociologia durkheimiana pauta-se prioritariamente em pesquisas 
quantitativas, ou seja, que medem e quantificam dados. Ela usa, portanto, 
estatísticas, equações matemáticas, gráficos e tabelas para apresentar os 
resultados de pesquisa.
Max WeberU.7.2 
Enquanto na França sedimentou-se o pensamento social positivista, 
na Alemanha outras correntes filosóficas influenciaram a Sociologia. 
A Alemanha se unifica e se organiza como Estado nacional mais 
tardiamente que o conjunto das nações europeias, o que atrasou seu 
ingresso na corrida industrial e imperialista da segunda metade do 
século XIX. Esse descompasso em relação às grandes potências 
vizinhas fez elevar no país o interesse pela história como ciência da 
integração, da memória e do nacionalismo. Por tudo isso, o pensa-
mento alemão se volta para a diversidade, enquanto o francês e o 
inglês, para a universalidade. (COSTA, Cristina. Sociologia. Intro-
dução à ciência da sociedade. São Paulo: Editora Moderna, 1997, 
p. 70).
32
Sociologia geral
HuLTOn ARcHIVE / GETTy Im
AGEs
Max Weber
Max Weber (1864-1920) foi o grande sistematizador da sociologia 
alemã. A posição positivista anula a importância dos processos históricos 
particulares, valorizando apenas a lei da evolução, a generalização e a 
comparação entre formações sociais. Weber, no entanto, se opõe a essa 
concepção e entende que a pesquisa histórica – ausente no positivismo – é 
essencial para a compreensão das sociedades.
A pesquisa histórica, feita com a coleta de documentos, permite o 
entendimento das diferenças sociais. Portanto, o caráter particular de cada 
formação histórica deve ser respeitado. Assim, Weber introduz na Socio-
logia a busca de evidências por meio do conhecimento histórico. Weber, 
entretanto, não achava que uma sucessão de fatos históricos fizesse senti-
do por si mesma. Ele propunha o método compreensivo para o estudo dos 
fenômenos sociais. Mas em que consiste esse método?
O método compreensivo consiste num esforço interpretativo do 
passado e de sua repercussão nas características peculiares das sociedades 
contemporâneas. Para decodificar o mundo social, Weber propõe que se 
compreenda a ação dos seres humanos do ponto de vista do sentido e dos 
valores, e não apenas a partir das causas e pressões exteriores. A essa ação 
humana ele chamou de ação social. 
33
Unidade 1
EA
D
-1
1-
C
C
 2
.1
Ação social é a conduta humana dotada de sentido. Assim, o homem 
passou a ter, na sociologia de Weber, uma importância enquanto sujeito 
que atribui sentido aos fatos. É o homem que dá sentido à sua ação social, 
estabelecendo a conexão entre o motivo da ação, a ação propriamente dita 
e seus efeitos. Por estudar as ações sociais, a sociologia weberiana chama 
os homens de atores sociais. 
Mas, se cada indivíduo atribui um sentido às ações, como é que elas 
podem ser sociais?
O caráter social da ação individual decorre da interdependência dos 
indivíduos. Um ator age sempre em função de sua motivação e da cons-
ciência de agir em relação a outros atores, embora não consiga controlar 
todos os efeitos de sua ação. O cientista social deve captar os sentidos e os 
motivos produzidos pelos diversos atores sociais nas sociedades.
Weber distingue ação social de relação social: para haver relação so-
cial, é preciso que o sentido seja compartilhado. Vamos ver um exemplo?
Um sujeito que pede uma informação na rua a outro pedestre realiza 
uma ação social: ele tem um motivo e age em relação a outro indivíduo, 
mas tal motivo não é compartilhado. Ambos os pedestres não chegam a 
travar uma relação social.
Numa sala de aula, onde o objetivo da ação dos vários sujeitos é 
compartilhado (todos estão ali para aprender), estabelece-se uma relação 
social dos alunos entre si e dos alunos com o professor.
Weber argumentava que os fatos sociais não são coisas e que a 
neutralidade do sociólogo é impossível. O cientista social parte de uma 
preocupação com significado subjetivo, pessoal. Sua meta é compreender, 
buscar nexos causais que deem sentido à ação social.
A obra mais conhecida de Max Weber é A ética protestante e o espí-
rito do capitalismo, em que analisa o papel do protestantismo (da religião) 
na formação do comportamento típico do capitalismo ocidental moderno. 
Weber descobre, nesse estudo, que valores do protestantismo como dis-
ciplina, poupança, austeridade, vocação, dever e a propensão ao trabalho 
atuavam de maneira decisiva sobre os indivíduos, formando uma mentali-
dade – ou uma ética – propícia ao capitalismo. 
Weber também se destacou pelo estudo das formas de dominação e 
da burocracia, como partes da racionalização do mundo moderno.
A sociologia weberiana pauta-se em pesquisas de cunho mais quali-
tativo, uma vez que dependem da interpretação subjetiva e da compreen-
são dos fatos sociais.
34
Sociologia geral
Karl MarxU.7.3 
Vimos até agora como a Sociologia nasceu positivista e conserva-
dora, pregando a necessidade de a ciência social colaborar para a manu-
tenção da ordem (Comte e Durkheim), e vimos também como ela reorga-
nizou os fatos sociais à luz da história e da subjetividade (Weber). Agora, 
vamos ver como a Sociologia pode ser também uma teoria do conflito e 
da mudança da ordem.
Falaremos um pouco de outro clássico, também alemão, chamado 
Karl Marx (1818-1883), que fundou o marxismo enquanto movimento 
político e social a favor dos operários (chamados de proletariado). Ele 
tinha ideias revolucionárias e contrárias ao positivismo. Questionou a tese 
da neutralidade e objetividade do cientista social.
AFP ARcHIVEs
Karl Marx
 O pensamento marxiano é um dos mais difíceis e complexos, pois 
Marx produziu muito. Suas ideias se desdobraram em várias correntes

Outros materiais