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Logística Reversa e Sustentabilidade 26 uma complexa agenda pela frente. De um lado, o desafio de ter uma participação cada vez mais ativa na governabi- lidade dos problemas socioambientais e na busca de uma ambientalização dos processos sociais. De outro, a neces- sidade de ampliar o escopo de sua atuação com enge- nharias institucionais que ampliem seu reconhecimento na sociedade e estimulem o engajamento de novos atores”. Temos, assim, uma introdução à história do movimen- to ambientalista no Brasil. As implicações da ideologia adotada pelo movimento que podemos identificar como uma mistura entre o biocentrismo e o antropocentrismo, identifica-se, por sua vez, nas ações que são realizadas pelo movimento, com o Desenvolvimento Sustentável. A sustentabilidade e a gestão de recursos, como dito aci- ma, são as palavras de ordem para qualquer ação que seja direcionada ao meio ambiente. Principalmente, para que estas possam ser aceitas pelos organismos governa- mentais. Muito da discussão em torno do desenvolvimento sustentável incentiva aparticipação da sociedade civil. Até mesmo, aponta essa participação como essencial na solu- ção da crise ambiental. A variedade de ONGs, movimentos e grupos especializa- dos em ações protecionistas e de cobrança para aplicação das legislações adequadas, criaria aimpressão de um amplo movimento favorável às indicações do Nosso Futuro Co- mum. No entanto, de 1987 a 2005 percebemos que há uma distância muito grande entre o discurso das Nações Unidas e a realidade global. Principalmente, dos países periféricos. Nos países periféricos muito da questão ambiental, mes- mo com as ações dos movimentos ecológicos, perde ênfase ao ser confrontado com os problemas da miséria edistri- buição desigual das riquezas. Os partidos políticos com en- foque ambiental, como oPartido Verde (PV) brasileiro não atinge as camadas da população mais pobres. Mantendo-se como demanda identificada com as classes média. Desenvolvimento Sustentável À princípio, as palavras desenvolvimento e sustenta- bilidade parecem um tanto quanto conflituosas para con- viverem em harmonia no conceito de desenvolvimento sustentável. Hoje, a clássica questão econômica da es- cassez tem um enorme peso sobre oprocesso decisório dos agentes econômicos, sejam famílias ou empresas. Por essa razão, compreender cada um destes conceitos aju- da a explicar a intrincada rede de ações e reações que a sociedade humana criou e as necessidades de construção de um modelo econômico sustentado. Dessa forma, antes de apresentar definições do assunto em foco desta apos- tila, éfundamental desviarmos nosso olhar para os dois conceitos construtores da expressão que tem produzido a maior revolução no uso dos fatores de produção desde a Revolução Industrial. O debate acerca do conceito de desenvolvimento é bastante rico no meio acadêmico, principalmente quanto à distinção entre desenvolvimento e crescimento econômico, pois muitos autores atribuem apenas os incrementos cons- tantes no nível de renda como condição para se chegar ao desenvolvimento, sem, no entanto, se preocuparcomo tais incrementos são distribuídos. Deve-se acrescentar que apesar das divergências existentes entre as concepções de desenvolvimento, elas não são excludentes. Na verdade, em alguns pontos, elas se completam. O desenvolvimento, em qualquer concepção, deve re- sultar do crescimento econômico acompanhado de melho- ria na qualidade de vida, ou seja, deve incluir “as altera- ções da composição do produto e a alocação de recursos pelos diferentes setores da economia, de forma a melhorar os indicadores de bem-estar econômico e social (pobreza, desemprego, desigualdade, condições de saúde, alimenta- ção, educação e moradia). Os debates sobre o desenvolvi- mento econômico foram acirrados no período posterior à segunda grande guerra. Com o término do conflito bélico, que foi resultado de fatores econômicos, políticos e históricos muito profundos, que não cabe analisar aqui, otema foi encarado por todos os países, principalmente os aliados, que visavam livrar omundo, e, obviamente, seus próprios territórios, dos pro- blemas que os perseguiam (e ainda perseguem) nos perí- odos anteriores: guerra, desemprego, miséria, discrimina- ção racial, desigualdades políticas, econômicas e sociais. Essa preocupação revelou os anseios de progresso e de melhoria das condições de vida das nações e regiões,
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