Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 2 A ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL NO BRASIL http://www.ip.usp.br/portal/index.php?option=com_content&id=4091%3Aescolha-sem-peso-espaco-aberto-n-146-fev- 2013&Itemid=97&lang=pt A Orientação Profissional nasceu como uma prática cujos objetivos estavam diretamente ligados ao aumento da eficiência industrial. Ela tem suas origens situadas na Europa do início do século XX, mais precisamente com a criação do Centro de Orientação Profissional de Munique, no ano de 1902 (Carvalho, 1995). Neste momento inicial, o objetivo da Orientação Profissional era o de detectar, na indústria florescente, trabalhadores inaptos para a realização de determinadas tarefas e, assim, evitar acidentes de trabalho.No entanto, o marco oficial de início da Orientação Profissional situa-se entre os anos de 1907 e 1909, com a criação do primeiro Centro de Orientação Profissional norte-americano, 3 o Vocational Bureau of Boston, e a publicação do livro Choosing a Vocation, ambos sob responsabilidade de Frank Parsons (Carvalho, 1995; Rosas, 2000; Santos, 1977; Super & Bohn Junior, 1970/1976). Parsons teve o grande mérito de acrescentar à Orientação Profissional ideias da Psicologia e da Pedagogia e a preocupação com a escolha profissional dos jovens de seu país. Em seu livro, Parsons definia três passos a serem seguidos durante o processo de Orientação Profissional: a análise das características do indivíduo, a análise das características das ocupações e o cruzamento destas informações. Desta forma, a Orientação Profissional baseava-se na promoção do autoconhecimento e no fornecimento de informação profissional. http://www.ensinonarede.com.br/netway Nas décadas de 1920 e 1930, a Psicologia Diferencial e a Psicometria passaram a influenciar fortemente a prática da Orientação Profissional, o que se 4 deu devido ao grande desenvolvimento dos testes de inteligência, aptidões, habilidades, interesses e personalidade durante as Primeira e Segunda Guerras Mundiais (Brown & Brooks, 1996; Carvalho, 1995; Super & Bohn Junior, 1970/1976). A Orientação Profissional passou a ser um processo fortemente diretivo, em que o orientador tinha como objetivos fazer diagnósticos e prognósticos do orientando e, com base nesses procedimentos, indicar ao mesmo profissões ou ocupações apropriadas. Até este momento ainda não havia uma teoria propriamente dita que embasasse a prática da Orientação Profissional, mas o modelo acima descrito, preocupado com a adequação do homem à profissão, costuma ser identificado como Teoria do Traço e Fator. http://pt.slideshare.net/aamandaa/perspectivas-terico 5 Importantes mudanças começaram a ocorrer na prática da Orientação Profissional a partir da década de 1940 (Brown & Brooks, 1996; Super & Bohn Junior, 1970/1976). Em 1942 foi publicado o livro Counseling and Psychotherapy: Newer Concepts in Practice, de Carl Rogers. Neste livro, Rogers (1942) lançou as bases de sua Terapia Centrada no Cliente, que aproxima os conceitos de Psicoterapia e Aconselhamento Psicológico e valoriza a participação do cliente no processo de intervenção, que passa a ser não diretivo. As ideias de Rogers influenciaram enormemente a Psicologia, a Psicoterapia, o Aconselhamento Psicológico e a Orientação Profissional da época, tendo sido um importante marco de transformação das práticas de Orientação Profissional. A partir da década de 1950, começaram a surgir diversas teorias sobre a escolha profissional, que vieram dar continuidade à mudança de paradigma iniciada na década anterior. http://diario-de-nerd.blogspot.com.br/2015/04/10-teorias-psicologicas-que-provam-que.html 6 Em 1951 foi publicado o livro Occupational Choice, de Ginzberg, Ginsburg, Axelrad e Herma (Brown & Brooks, 1996; Crites, 1969/1974; Pelletier, Noiseux & Bujold, 1974/1985), livro este que trouxe à luz a primeira Teoria do Desenvolvimento Vocacional. De acordo com esta teoria, a escolha profissional não é um acontecimento específico que ocorre num momento determinado da vida, mas é um processo evolutivo que ocorre entre os últimos anos da infância e os primeiros anos da idade adulta. Dois anos mais tarde, foi publicada a Teoria do Desenvolvimento Vocacional de Donald Super (Brown & Brooks, 1996). http://gapsestudos.blogspot.com.br/2012/09/desenvolvimento-vocacional.html Tal teoria definiu a escolha profissional como um processo que ocorre ao longo da vida, da infância a velhice, através de diferentes estágios do desenvolvimento vocacional e da realização de diversas tarefas evolutivas (Super, 1957, 1963; Super, Savickas & Super, 1996). Em 1959, foi publicada a Teoria Tipológica de John Holland (Brown & Brooks, 1996). Para Holland (Spokane, 1996; Holland, 1966/1975) os interesses profissionais são o reflexo 7 da personalidade do indivíduo e, sendo assim, podem servir de base para a definição de diferentes tipos de personalidade, cujas características definem diferentes grupos laborais e correspondem a diferentes ambientes de trabalho. Ainda nas décadas de 1950 e 1960, foram publicadas Teorias Psicodinâmicas da escolha profissional, baseadas fundamentalmente na Teoria Psicanalítica e na Teoria de Satisfação das Necessidades, e Teorias de Tomada de Decisão, mais preocupadas com o momento da escolha do que com processo em si (Brown & Brooks, 1996; Crites, 1969/1974; Pelletier e colaboradores, 1974/1985). Internacionalmente, as teorias de Super e Holland estão entre as mais pesquisadas e mais utilizadas em processo de intervenção na atualidade (Brown & Brooks, 1996). http://www.colegiodascaldinhas.pt/onossocolegio/n2a11/no2/tomada-de-decisao-vocacional-no-9o-ano-a-importancia- da-escola-e-da-familia/ A Orientação Profissional brasileira deu um grande salto de desenvolvimento a partir da década de 1940. No ano de 1944, foi criada a Fundação Getúlio Vargas, no Rio de Janeiro, que estudava a Organização 8 Racional do Trabalho e a influência da Psicologia sobre a mesma (Freitas, 1973; Instituto Superior de Estudos e Pesquisas: ISOP, 1990). Em 1945 e 1946, ofereceu, com o auxílio do governo brasileiro, o curso de Seleção, Orientação e Readaptação Profissional, ministrado pelo psicólogo e psiquiatra espanhol Emílio Mira y López (Freitas, 1973; Rosas, 2000). O objetivo de tal curso foi a formação de técnicos brasileiros nestas áreas de atuação. No ano seguinte, em 1947, foi fundado o Instituto de Seleção e Orientação Profissional (ISOP), junto à Fundação Getúlio Vargas na cidade do Rio de Janeiro, instituto que reuniu técnicos e estudiosos da Psicologia Aplicada, muitos deles formados pelo curso ministrado por Mira y López, que foi seu primeiro diretor (Carvalho, 1995; Freitas, 1973; ISOP, 1990; Rosas, 2000; Seminário, 1973). Quando foi criado, em 1947, os objetivos do ISOP eram: o desenvolvimento de métodos e técnicas da Psicologia Aplicada ao Trabalho e à Educação, o que foi feito principalmente através da adaptação e da validação de instrumentos psicológicos estrangeiros e da criação de instrumentos psicológicos brasileiros; o atendimento ao público através dos processos de Seleção e Orientação Profissional; e a formação de novos especialistas (Freitas, 1973; ISOP, 1990; Seminário, 1973). No ano de 1948, foi oferecido o primeiro curso de formação em Seleção e Orientação Profissional pelo ISOP, cuja aula inaugural foi proferida por Lourenço Filho (Lourenço Filho, 1971b). Em 1949, o ISOP passou a publicar a revista Arquivos Brasileiros de Psicotécnica, que veiculava muitas das pesquisas realizadas dentro da própria instituição (Freitas, 1973; Instituto Superior de Estudos e Pesquisas Psicossociais, 1990; Lourenço Filho, 1955/1971a). Entre 9 as décadas de 1940 e 1960, o ISOP foi referêncianão só para os modelos de Seleção e Orientação Profissional, mas também para o desenvolvimento da Psicologia brasileira, principalmente da Psicometria. Desde o seu nascimento, na década de 1920, a Orientação Profissional brasileira pautou-se pelo modelo da Teoria do Traço e Fator; isto é, pelas ideias de que o processo de Orientação Profissional é diretivo e o papel do orientador profissional é o de fazer diagnósticos, prognósticos e indicações das ocupações certas para cada indivíduo, o que foi feito, desde o início, com base na Psicologia Aplicada, especialmente na Psicometria. Na década de 1960, as mudanças ocorridas na Orientação Profissional e as críticas à Teoria do Traço e Fator, que despontavam no ambiente internacional desde a década de 1940, eram conhecidas no Brasil (Scheeffer, 1966). No entanto, a mudança de paradigma da Orientação Profissional brasileira seguiu um caminho diverso e se baseou em referenciais teóricos próprios. O desenvolvimento da Psicologia enquanto ciência independente e área de atuação profissional, que culminou com a promulgação da Lei 4.119 de 27 de agosto de 1962 (Brasil, 1962), que criou os cursos de formação em Psicologia e regulamentou a profissão de psicólogo, exerceu importante influência nos rumos da Orientação Profissional no Brasil. Em primeiro lugar, o desenvolvimento dos cursos de graduação em Psicologia levou a uma gradativa modificação dos objetivos do ISOP, que, no ano de 1970, tornou-se um órgão normativo da Psicologia: teve o nome alterado para Instituto Superior de Pesquisa Psicológica; ampliou seu campo de interesses; parou de prestar atendimento ao público; e passou a realizar a formação de especialistas, docentes e pesquisadores em nível de pós-graduação (Freitas, 1973; ISOP, 1990). 10 http://www.psicologia10.com.br/artigos/conselheiro-de-profissoes/ O surgimento dos cursos de Psicologia e a regulamentação da profissão de psicólogo não modificaram apenas os objetivos do ISOP, mas influenciaram a Orientação Profissional ao vincular esta atividade à Psicologia Clínica e ao transferir o processo de intervenção para consultórios particulares (Carvalho, 1995; Melo-Silva & Jacquemin, 2001; Rosas, 2000). Em termos teóricos, o processo de Orientação Profissional realizado por psicólogos brasileiros nesta época não foi influenciado pela Teoria do Desenvolvimento Vocacional de Super, pela tipologia de Holland ou pelas Teorias Psicodinâmicas da escolha ou de Tomada de Decisão profissionais. A Orientação Profissional brasileira realizada por psicólogos foi influenciada diretamente pela Psicanálise e, especialmente, pela Estratégia Clínica de Orientação Vocacional do psicólogo argentino Rodolfo Bohoslavsky 11 (1977/1996), introduzida no Brasil na década de 1970 por Maria Margarida de Carvalho (1995; 2001). Carvalho foi a primeira professora da disciplina de Seleção e Orientação Profissional do curso de Psicologia da Universidade de São Paulo (USP), disciplina que fazia parte do currículo mínimo federal. Além de introduzir as ideias de Bohoslavsky no Brasil, ela foi a grande idealizadora do processo grupal em Orientação Profissional. http://www.orientacao-vocacional-artigos.com/ Com a abertura do Serviço de Orientação Profissional (SOP) da USP, no ano de 1970, houve a necessidade de adaptação do processo de Orientação Profissional oferecido por este órgão devido à grande demanda. Nestas condições, Carvalho propôs os processos grupais como forma de supri-la, como alternativa ao modelo psicométrico e como forma de promoção da aprendizagem da escolha. De acordo com Carvalho (2001), este modelo de Orientação Profissional, baseado na Psicologia Clínica, na Psicanálise e em Teorias de Dinâmica de Grupo, assemelha-se à Terapia Breve Focal, cujo foco de trabalho é a escolha 12 profissional. Vários autores brasileiros aceitam esta definição da Orientação Profissional como uma Terapia Breve Focal (Levenfus, 1997; Oliveira, 2000), o que acaba por subestimar o seu caráter pedagógico, restringir sua prática aos psicólogos e limitar o seu alcance de intervenção. A Estratégia Clínica de Orientação Profissional foi desenvolvida por Bohoslavsky (1977/ 1996) como alternativa ao modelo da Teoria do Traço e Fator, chamado por ele de Estratégia Estatística. Ela foi influenciada pela ideia de não- diretividade da Terapia Centrada no Cliente de Rogers, pela Psicanálise da Escola Inglesa, especialmente por Melanie Klein, e pela Psicologia do Ego norte-americana. A entrevista clínica aparece como o principal instrumento durante o processo de orientação e a primeira entrevista tem por objetivo alcançar o diagnóstico de orientabilidade, que permitirá a realização de um prognóstico de orientabilidade e a definição de estratégias de trabalho. Bohoslavsky aceita a utilização de testes para a realização do diagnóstico, contanto que sejam utilizados apenas em seu caráter instrumental. Apesar da prevalência da Abordagem Clínica de Orientação Profissional proposta por Bohoslavsky, outros modelos teóricos também vêm trazendo grandes contribuições para a Orientação Profissional brasileira. Entre eles estão os modelos baseados na Teoria do Desenvolvimento Vocacional de Donald Super. Maria Célia Lassance na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) vem desenvolvendo a Abordagem Integrada em Orientação Profissional (Lassance, 1999), com base nas ideias de Super (Super, 1957; 13 Super, 1963; Super e colaboradores, 1996) e no Modelo de Ativação do Desenvolvimento de Pelletier e colaboradores (1974/1985). A Abordagem Integrada parte destes autores como referenciais de base, mas está aberta a contribuições de outras teorias que possam enriquecer os processos de intervenção. Maria da Glória Hissa e Marita Pinheiro desenvolveram a Metodologia de Ativação de Aprendizagem, com base nestes mesmos autores, em Bohoslavsky, Pichon-Rivière, Perls, Piaget & Paulo Freire (Hissa & Pinheiro, 1997; Hissa & Pinheiro, 2002). Ambas abordagens possuem um caráter psicopedagógico e têm por objetivo central a aprendizagem da escolha. Ainda dentro deste referencial teórico foram desenvolvidos trabalhos sobre o conceito de maturidade vocacional. A maturidade vocacional mede o grau de desenvolvimento vocacional do indivíduo, o lugar que este ocupa no continuum do desenvolvimento vocacional (Super, 1957; Super, Crites, Hummel, Moser, Overstreet & Warnath, 1957; Super e colaboradores, 1996). No Brasil, desde a década de 1970, houve diversas tentativas de adaptação ou criação de um instrumento para mensuração da maturidade vocacional (Fernandes, 1975; Fernandes & Scheeffer, 1986). Em 1994, foi construída, por Kátia Neiva, a primeira versão de uma escala brasileira para mensuração da maturidade vocacional, a Escala de Maturidade para Escolha Profissional (EMEP) (Neiva, 2002). Tal escala, que foi construída para aplicação específica em alunos do ensino médio, com base nos modelos de maturidade vocacional de Super e Crites, foi publicada comercialmente no ano de 1999 pela Vetor Editora (Neiva, 1998; Neiva, 1999). 14 http://www.espacotvasconcelos.psc.br/orientao-vocacional-profissional Outros construtos afins a este paradigma que vêm sendo pesquisados são os de exploração e indecisão vocacionais. A exploração vocacional é um comportamento de solução de problemas, experimentação, descoberta, que promove o autoconhecimento e o conhecimento do mundo do trabalho, requisitos fundamentais para a escolha profissional (Jordaan, 1963). O Career Exploration Survey, instrumento multidimensional para mensuração da exploração vocacional, de Stumpf, Colarelli & Hartman (1983), foi traduzido e vem sendo adaptado para alunos do ensino médio brasileiro (Frischenbruder, 1999; Frischenbruder, Teixeira, Sparta & Sarriera, 2002, Sparta, 2003). Teixeira& Magalhães (2001) desenvolveram a Escala de Indecisão Vocacional, que tem por objetivo a mensuração da indecisão vocacional enquanto um construto unidimensional contínuo. Ela se propõe a realizar uma avaliação genérica do nível de indecisão de adolescentes que estejam cursando o ensino médio. Atualmente, tal escala vem sendo aperfeiçoada (Teixeira, Bardagi, Sparta & Gomes, 2002). 15 Outro referencial teórico que vem sendo trabalhado no Brasil é a Tipologia de Holland. Armando Marocco na Universidade do Vale dos Sinos (UNISINO), no Rio Grande do Sul, adaptou para o Brasil um instrumento canadense baseado na teoria de Holland: o Teste Visual de Interesses, de Tétreau e Trahan (Marocco, Tétreau & Trahan, 1984). http://blogtek.com.br/tipologia-de-holland-personalidades-vocacionais-e-estilos-interpessoais/ O TVI é um teste não-verbal para medida de interesses, composto por 102 dispositivos de atividades profissionais que representam os seis tipos de personalidade do modelo de Holland. Este teste foi publicado pela UNISINOS e é comercializado na própria Universidade. Recentemente, foi construído o Inventário de Levantamento das Dificuldades da Decisão Profissional (IDDP) (Primi e colaboradores, 2000). Tal instrumento também é baseado na teoria de Holland e prevê que quanto mais indiferenciado o perfil tipológico do orientando, maior sua indecisão vocacional. 16 De acordo com esta perspectiva, o ambiente é tão importante quanto o indivíduo no processo de escolha profissional, já que esta ocorre na relação do indivíduo com o meio sociocultural em que está inserido. O objetivo da Orientação Profissional é o de prover o orientando de habilidades pessoais que o permitam enfrentar as demandas ambientais no momento de transição entre a escolha e o mundo do trabalho; é a promoção de comportamentos adaptativos. http://elidioalmeida.com/2014/01/quero-fazer-um-teste-de-orientacao-vocacional-como-funciona/ Todas estas perspectivas teóricas, mesmo as de cunho psicopedagógico, foram desenvolvidas com base em teorias psicológicas, em geral por psicólogos, em instituições psicológicas. Porém, paralelamente, a prática de Orientação Profissional também se desenvolveu dentro das escolas, próxima à Pedagogia, especialmente da Orientação Educacional. Tal prática também foi discutida por pedagogos e novas teorias foram propostas por este campo do conhecimento. Desde 1942, com a promulgação da lei Capanema, a Orientação Educacional foi incluída nas escolas e a ela foi incumbida a tarefa de auxiliar a 17 escolha profissional dos alunos (Lourenço Filho, 1955/1971a). No entanto, foi com a promulgação da Lei 5.692 de 11 de agosto de 1971, que determinou as novas diretrizes e bases para os ensinos de primeiro e segundo graus, que a Orientação Educacional e o Aconselhamento Vocacional, sob responsabilidade dos Serviços de Orientação Educacional (SOE), tornaram-se obrigatórios nas escolas (Brasil, 1971). Esta lei tornou a profissionalização no segundo grau obrigatória e determinou a sondagem de aptidões no primeiro grau. http://www.psicoplusclinica.com.br/orientacao-vocacional-psicologia-zona-norte-zona-sul-zona-leste-regiao-central A partir da década de 1980, alguns autores no âmbito da Educação começaram a teorizar sobre os processos de escolha e Orientação Profissional. Foi neste momento que Celso Ferretti e Selma Pimenta passaram a tecer uma série de críticas às teorias psicológicas de escolha profissional com base no agrupamento de tais teorias feito por John Crites (1969/1974). Ferretti (1980;1988) apontou a função ideológica de manutenção da sociedade de classes capitalista subjacente às teorias psicológicas da escolha profissional e 18 propôs um novo modelo de Orientação Profissional dentro do processo de ensino-aprendizagem, capaz de suplantar tal ideologia. Pimenta (1981) discutiu a insuficiência das teorias psicológicas da escolha profissional para a compreensão da decisão vocacional e propôs a fenomenologia existencial como alternativa para esta compreensão. Mais recentemente, Silvio Bock (2002), com base nas críticas realizadas por Ferretti e Pimenta, propôs uma nova abordagem de Orientação Profissional que definiu como além da crítica e chamou de Abordagem Sócio histórica. Sua base teórica são as ideias de Vygotsky de que o indivíduo se desenvolve através de uma relação dialética com o ambiente sociocultural em que vive. Tal abordagem tem um cunho educativo e visa a promoção de saúde, conforme o proposto por Ana Bock (Bock & Aguiar, 1995). De acordo com a Lei 9.394 de 20 de dezembro de 1996, atual lei das diretrizes e bases da Educação nacional, o ensino médio continua a ter como um de seus objetivos a preparação básica para o trabalho. No entanto, o ensino médio não possui mais o objetivo de profissionalização. O ensino profissionalizante de nível médio aparece apenas na condição de curso continuado; isto é, não substitui o ensino médio regular, apenas o complementa (Brasil, 1996). Segundo Uvaldo & Silva (2001), esta lei oferece mais abertura para a criação de projetos de Orientação Profissional integrados no currículo escolar. Esta ideia está em conformidade com a tendência internacional dos programas de Educação de Carreira, programas de cunho pedagógico realizados pela escola que pretendem capacitar os estudantes para a transição entre a escola e 19 o mundo do trabalho dentro da nova ordem sócio econômica mundial (Guichard, 2001). https://www.tumblr.com/search/orienta%C3%A7%C3%A3o%20vocacional No Brasil, a Orientação Profissional pode ser realizada por psicólogos e pedagogos, mas infelizmente, como afirmou Soares (1999), a formação de orientadores profissionais brasileiros ainda não possui regulamentação ou lei que determine conteúdos mínimos a serem ministrados. Esta formação fica a cargo de universidades e cursos livres, mas a falta de uma regulamentação mais estrita da profissão acaba por diluir boas iniciativas e não oferece poder para que a ABOP possa fiscalizar os cursos oferecidos em território nacional. Uma das consequências desta situação foi a não inclusão da Orientação Profissional no rol de especialidades para psicólogos, de acordo com as determinações da Resolução 014/00 do Conselho Federal de Psicologia, que dispõe sobre o título de profissional especialista em Psicologia (Conselho Federal de Psicologia, 2000). Na prática, psicólogos e orientadores educacionais podem exercer a atividade de Orientação Profissional sem qualquer formação 20 específica na área, o que, infelizmente, retarda o seu desenvolvimento e a desqualifica. Apesar da existência de diversas iniciativas que pretenderam e pretendem promover o crescimento teórico e prático desta área de atuação de psicólogos e pedagogos, muito ainda falta ser feito para o aprimoramento da competência de pesquisadores e profissionais, bem como para a adequação metodológica dos processos de investigação e intervenção, para que a Orientação Profissional se constitua como uma área do conhecimento autônoma e devidamente regulamentada. O desenvolvimento teórico e técnico e a formação adequada de orientadores profissionais são os grandes desafios para a Orientação Profissional brasileira nos próximos anos. http://melaniacostacoach.blogspot.com.br/2013/11/orientacao-vocacional.html É importante ressaltar que a influência peculiar da Psicologia Clínica e da Psicanálise em nosso meio, que leva muitas vezes à equiparação dos processos de Orientação Profissional aos processos de Terapia Breve Focal, merece ser futuramente estudada com maior rigor. Por hora, fica apenas a ressalva de que 21 é preciso, acima de tudo, que os profissionais da Orientação Profissional não esqueçam que as escolhas de uma profissão, bem como a dúvida e a indecisão, fazem partedo desenvolvimento normal dos indivíduos e que o papel do orientador profissional é o de servir como instrumento para este desenvolvimento. A aplicação da Psicologia às relações de trabalho aparece no Brasil na década de 20 principalmente em razão da regulamentação dos cursos destinados à profissionalização para o comércio, indústria e agricultura. Do ponto de vista prático, a primeira experiência de aplicação sistemática da Psicologia à organização do trabalho ocorreu em 1924, no Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo, sob a direção do engenheiro suíço Roberto Mange e consistiu na seleção de alunos para o Curso de Mecânica Prática da referida escola. A esta experiência muitas outras se seguiram das quais cabe destacar as relativas às empresas ferroviárias: em 1930, foi criado o Curso de Ferroviários de Sorocaba e o Serviço de Ensino e Seleção Profissional da Estrada de Ferro Sorocabana. A partir de então, a aplicação da Psicologia ao trabalho teve acelerado desenvolvimento, expandindo-se para um grande número de empresas (Antunes, 1991). O cenário político-econômico brasileiro era composto pelo governo ditatorial de Getúlio Vargas (1930-1945) e pela mudança de um modelo de economia agrário-exportadora para uma economia urbano-industrial. 22 http://www.comofaz.org/como-fazer-teste-vocacional/ Ao exame dessa abordagem das origens da Orientação Profissional no Brasil é possível notar que ela se constitui no início do século XX como uma modalidade estritamente psicométrica. Os empresários foram seus principais defensores e os engenheiros os pioneiros neste campo de atuação. Até então, a formação de psicólogos se fazia nos cursos de Filosofia, Pedagogia e Ciências Sociais, cujos concluintes realizavam estágios em instituições especializadas, habilitando-se deste modo, ao exercício profissional. O reconhecimento legal da profissão de psicólogo ocorreu no Brasil em 1962. No início da década de 60 a metodologia de diagnosticar e aconselhar utilizando como instrumentos os testes psicológicos estavam sendo substituída pelo auxílio ao autoconhecimento, influência de Rogers nos Estados Unidos, e à focalização de aspectos inconscientes, influência de Freud na Europa. No Brasil, a Psicologia Clínica só tinha valor de conhecimento científico quando conjugada aos estudos experimentais. 23 http://www.girodeprofissoes.com.br/teste-vocacional A revista Arquivos Brasileiros de Psicotécnica foi, nos anos 50 e 60, o principal instrumento de divulgação dos trabalhos de Orientação Profissional, em sua maior parte baseados na Psicometria. A partir de 1960 a revista ainda publicou muitos artigos sobre Orientação Profissional, porém, com enfoques um pouco mais diversificados. Além dos estudos experimentais de testes, apresentava estudos sobre, por exemplo, os valores do orientador profissional, as dinâmicas da personalidade, os fatores culturais envolvidos na motivação da conduta humana, psicologia aplicada à infância e à adolescência, entre outros. No editorial dos Arquivos Brasileiros de Psicotécnica de 1967, ele afirma que as análises interpretativas de natureza clínica eram fecundas, mas não isentas de perigo e, portanto, deveriam se apoiar em dados experimentais. 24 http://guiadoestudante.abril.com.br/tudo-sobre/teste-vocacional/ Um novo cenário político e econômico foi delineado no período que vai de 1964 a 1968, quando se implantou o novo regime, o governo militar: foram traçados os rumos da política de recuperação econômica, houve repressão e contenção dos movimentos estudantis. Houve uma ruptura dos canais de participação política e a pretensa participação na estrutura de poder, que antes já era garantida a bem poucos foi totalmente eliminada. Toda a visão crítica e não-quantitativa foi bloqueada e restaram à Psicologia a abordagem experimental e psicométrica (Goulart, 1985). Na orientação dos cursos de Psicologia no Brasil, regulamentados em 1962, portanto, predominou inicialmente a perspectiva técnica e observa-se uma significativa influência da perspectiva positivista. Uma direção diversa da psicotécnica pode ser observada na iniciativa pioneira de aplicação da Psicologia à problemática do trabalho, representada na experiência do Departamento de Orientação e Treinamento do Banco da Lavoura de Minas Gerais no início da década de 60. Sob a orientação de Pierre Weil e Célio Garcia, entre outros, foram 25 promovidas experiências de Desenvolvimento em Relações Humanas que incentivavam a autonomia e a abertura em uma atmosfera democrática; destaca- se a adoção de uma abordagem psicossociológicas à conduta dos indivíduos em grupo. Tratava-se de uma abordagem inovadora no Brasil, que sofreu influência tanto da Psicanálise quanto da vertente socioanalítica de origem francesa (Campos, 1992). Na década de 60 houve um aumento significativo de pretendentes ao nível superior. A expansão do ensino superior, contudo, foi realizada via privatização o que não implicou democratização do ensino, conforme anunciaram os governantes, pois a abertura de mais vagas não modificou significativamente o elitismo no ensino superior e a classe trabalhadora ficou de fora desta expansão. De certa forma, a permissão para que novas escolas superiores entrassem em funcionamento encobriu as reivindicações dos movimentos estudantis que clamavam pelo aumento de vagas e verbas para o ensino superior (Goulart, 1985). Após várias manifestações sociais de descontentamento com o ensino superior brasileiro, foi instituída, em 1968, a Reforma Universitária que propunha a departamentalização das faculdades universitárias. As instituições que mantinham cursos de Psicologia promoveram um agrupamento em departamentos que reuniam professores de disciplinas afins. Com relação à Psicologia Social, disciplina obrigatória do currículo mínimo de Psicologia, a tendência foi a formação de departamentos que incluíam, além da disciplina Psicologia Social, as disciplinas: Dinâmica de Grupo e Relações Humanas, Seleção e Orientação Profissional e Psicologia da Indústria. Contudo, os programas da disciplina Seleção e Orientação Profissional pautados no uso 26 excessivo de testes psicométricos, nem sempre se aliavam com os de Psicologia Social (Bomfim, 2003). Os anos 70, no Brasil, representaram os primeiros anos do processo de abertura política e contaram com a reserva do povo que, acostumado ao sistema repressivo, evitava as manifestações públicas (Goulart, 1985). http://zh.clicrbs.com.br/rs/vida-e-estilo/educacao/noticia/2015/04/em-duvida-sobre-que-carreira-seguir-a-orientacao- vocacional-pode-ajudar-4745303.html Nos Arquivos Brasileiros de Psicotécnica houve um maior número de publicações sobre outras aplicações da Psicologia e apareceram os primeiros artigos sobre Psicologia Social e Dinâmica de Grupo. A padronização de testes, dentre outros tipos de estudos experimentais de Orientação Profissional que constituíam a quase totalidade dos artigos publicados nos números anteriores da revista, foi substituída pelas publicações de Informação Ocupacional (IO): descrições de diferentes ocupações e profissões de nível técnico e universitário. A partir desta década, em cada 27 número da revista havia uma publicação que informava sobre alguma ocupação: o que é, o que faz o profissional, local de trabalho, estudos e exigências. O Centro de Informação e Pesquisa Ocupacional (CIPO) é o principal responsável por essas produções. A revista Arquivos Brasileiros de Psicotécnica mudou de nome duas vezes no período de 1969 a 1979. Em 1969 ela passou a se chamar Arquivos Brasileiros de Psicologia Aplicada e a partir de 1979 o nome mudou definitivamente para Arquivos Brasileiros de Psicologia. Os títulos anteriores eram por demais restritivos para a Psicologia que engendrava novos campos epossibilidades de estudo: Aconselhamento, Psicologia Cognitiva, Psicologia Social, etc. A Orientação Profissional deixava de ser o principal objeto de estudo e produção científica da Psicologia e passava a ser contemplada por um olhar extremamente crítico. http://sapp.pt/consultas-de-aconselhamento/ 28 Rodolfo Bohoslavsky publicou em 1971, na Argentina, seu livro sobre a estratégia clínica em Orientação Vocacional que, desde então, passou a exercer grande influência nos trabalhos desenvolvidos por brasileiros. Nesse período também estão registrados os primeiros trabalhos de Orientação Profissional em grupo. Em conversas informais com a Prof. Iris Barbosa Goulart soubemos que alguns profissionais realizavam Orientação Profissional em grupo em Belo Horizonte, mas não encontramos nenhum artigo sobre essas experiências. O trabalho de Bomfim (2003) reafirma que as dinâmicas de grupo se tornaram frequentes desde a década de 60, embora não exista registro dessas publicações no país, apenas alguns relatórios pessoais. O primeiro artigo sobre Orientação Profissional em grupo foi publicado em 1978 por psicólogos formados pela Universidade Federal do Rio de Janeiro com o título: Orientação clínico-vocacional. Eles buscavam uma maneira não-diretiva de orientar que se fundamentava pela fenomenologia e pela estratégia clínica proposta por Bohoslavsky (Aguiar, F.; Müller, H.; Filho, J. M.;Fontes, I.; Vaz, S., 1978). https://consultoriopsicologiabh.wordpress.com/orientacao-vocacional/ 29 A Psicologia, no início dos anos 80, buscava se redefinir e as práticas de Orientação Profissional também. O momento de transição do regime militar para uma democracia estava favorecendo esse questionamento. Bosi (1982), por exemplo, incentivava a saída da Psicologia dos consultórios e o contato dos alunos de Psicologia com a educação popular, isto é, com as escolas públicas. Os ensaios publicados nos periódicos de Psicologia da época questionavam os determinantes e a liberdade de escolha profissional e as pesquisas tinham a preocupação de validar e adaptar os testes vocacionais para o contexto brasileiro. http://essaseoutras.xpg.uol.com.br/melhores-testes-vocacionais-online-como-escolher-a-profissao-certa/ Nota-se que, nesse período, o termo vocacional era usado preferencialmente, pois remetia à dimensão clínica da Orientação Profissional.. Em 1981 ele deixou de ser Instituto de Seleção e Orientação Profissional e passou a ser denominado Instituto Superior de Estudos e Pesquisas 30 Psicossociais.A Orientação Profissional em grupo também era objeto de estudo nesse período. ABORDAGENS EMPREGADAS NA ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL http://www.ufjf.br/noticias/2016/08/19/cinco-testes-vocacionais-para-ajudar-na-escolha-do-curso/ Todo o trabalho da orientação profissional deve ser fundamentado e referenciado em torno de uma ou mais abordagens. Um requisito importante para que seja conduzido um processo dessa natureza, é a necessidade de uma base teórica, para direcionar o orientador à realização da prática. Crites (1974), citado por Serpa (2003), apresenta as teorias da escolha profissional divididas em três grupos: teorias não psicológicas, teorias psicológicas e teorias gerais. As teorias não psicológicas consistem na escolha profissional através de fatores externos, tais como: remuneração financeira, benefícios que as atividades profissionais proporcionam, influências sociais e culturais. Nas teorias psicológicas, a escolha profissional ocorre através de fatores internos, tais como: habilidades físicas, aptidões, interesses e características 31 pessoais. Por fim, as teorias gerais, denominadas por Crites (1974), consideram que as escolhas profissionais se dão às vezes por aspectos psicológicos outras por aspectos não-psicológicos, ou seja, socioeconômicos, justapondo-se às teorias anteriores. As abordagens vêm nascendo de acordo com o desenvolvimento da orientação profissional, ou seja, à medida que a orientação profissional cresce, as abordagens também vão surgindo ou sendo adaptadas ao processo, de modo que serão mostradas suas contribuições, princípios e objetivos a seguir. http://www.mktvetoreditora.com.br/testes-orientacao-profissional.php Abordagem clínica De acordo com Rocha (2002), esta abordagem se fundamenta no indivíduo e na sua dinâmica familiar, nas profissões as quais essa família desempenha, como também se baseia nas influências externas para a formação da identidade pessoal e profissional. A abordagem clínica direciona seu trabalho para um período que pode ser chamado de transição do adolescente, a ocasião em que se o profissional souber criar o“setting” apropriado, o indivíduo terá uma maturidade e crescimento para escolher. (SILVA; SOARES, 2001). 32 A abordagem clínica, por meio de teorias diversas, se propõe a uma participação do processo junto com o indivíduo para auxiliá-lo na reflexão sobre as suas dificuldades de cada um, trabalha os aspectos para facilitar a escolha conforme processo de autoconhecimento de seu passado, presente e futuro. (LUCCHIARI, 1993 apud TETU et al.,2011). Abordagem evolutiva – terapia cognitivo-comportamental Essa abordagem se baseia no modelo cognitivo, que considera os componentes afetivos, ou seja, as emoções as quais o indivíduo sente no decorrer do tempo, em relação às profissões. Ao passar pelo processo de orientação profissional, os sujeitos apresentam por diversas formas as suas dificuldades afetivas em relação ao mercado de trabalho. Esse processo emprega, então, técnicas condizentes com o perfil de um indivíduo que esteja em conflito com sua identidade profissional. (LASSENCE, 2005). O cerne da tarefa de orientação, nesta abordagem, é direcionado ao significado de tudo que envolve o indivíduo, ou seja, a família, filhos, sociedade, o trabalho e toda a representação de cada um, na atualidade. Portanto, é uma técnica que trabalha com as dificuldades relatadas pelo indivíduo que são importantes para o entendimento do seu comportamento perante todos os papéis que desempenha junto à sociedade, sendo esse o momento de levantar suas queixas e história profissional. (LASSENCE, 2005). Abordagem desenvolvimentista Uma perspectiva que visa contribuir para o desenvolvimento do indivíduo, a abordagem desenvolvimentista não foca nos déficits e sim nas competências, nas potencialidades, com a finalidade de colaborar no desenvolvimento do sujeito, o qual entende ser um processo contínuo e ininterrupto. (CARVALHO; MARNHO-ARAÚJO, 2010). A abordagem desenvolvimentista trabalha com o presente e passado e orienta o futuro, avalia a história, as características e dilemas do indivíduo. (TRACTENBERG, 2002). 33 Abordagem centrada na pessoa (não-diretiva) A abordagem não diretiva trabalha com autodesenvolvimento do indivíduo, na reorganização do “self” para que tenha uma maior maturidade e autoconsciência e, sobretudo, uma motivação para saber conduzir seu papel perante suas escolhas. (TRACTENBERG, 2002). É observado que toda a atenção é expressamente voltada ao sujeito, a abordagem centraliza suas premissas para adquirir informações a partir do que o sujeito traz. Utiliza-se, assim, uma série de técnicas de dessensibilização e modelagem em meio à busca de elementos que auxiliem o orientador no desempenho de seu papel como condutor desse processo. (TRACTENBERG, 2002). Abordagem neo-reichiana A abordagem neo-reichiana é caracterizada como uma abordagem que trabalha com movimentos corporais, acredita no trabalho em conjunto do corpo e psique como processo terapêutico. (AGUIAR; CONCEIÇÃO, 2008). Para tanto, usa de técnicas que envolvam corpo e mente em um trabalho que se caracteriza exclusivamente pela linguagem que denota do corpo. Esses trabalhos são desenvolvidoscom a movimentação do corpo, com o objetivo de gerar no orientando uma modificação em sua consciência. (AGUIAR; CONCEIÇÃO, 2008). http://www.nartanlemos.com.br/analise-bioenergetica-o-que-e-terapia-reichiana/ Abordagem behaviorista 34 A metodologia baseada na análise do comportamento é aplicada de forma que se proceda à tomada efetiva de outros comportamentos orientados do indivíduo para se chegar a uma atitude mais efetiva. O objetivo é o descondicionamento, e procede a modelagem para que o indivíduo desempenhe um papel sabendo resolver seus próprios problemas. (TRACTENBERG, 2002). Abordagem psicodinâmica A personalidade é algo muito importante nas decisões de escolher uma profissão, pois, desde a infância, as pessoas se constituem trazendo consigo aptidões que ajudarão no direcionamento de sua escolha. O trabalho da psicodinâmica é entender esse processo pelo qual passa o sujeito desde a infância, trazendo consigo uma bagagem a qual caracteriza sua personalidade. A abordagem psicodinâmica acredita que é na relação pessoa e seu meio que se forma sua individualidade. (BOCK, 2001). Abordagem sócio-histórica Qualquer indivíduo, independentemente de sua classe social, pode escolher sua profissão, mesmo sendo de classe menos privilegiada. A abordagem sócio- histórica sustenta sua ideologia na condição de que todos sem exceção podem sonhar e lutar por suas escolhas profissionais. Na perspectiva sócio-histórica existe uma possibilidade de mudar. A intervenção ocorre de forma a possibilitar ao indivíduo ou ao coletivo intervir em seu contexto social, fazendo com que o homem mude sua trajetória e encare os obstáculos que podem ser superados, pela sua realidade econômica. (BOCK, 2001). Abordagem de Traço e Fator Consiste em uma abordagem que avalia e analisa o indivíduo através de instrumentos psicométricos. A abordagem traço e fator trabalha com a finalidade do casamento perfeito entre perfil ocupacional e pessoal, vinculada a uma concepção do indivíduo e sociedade, tendo como fundamento a psicometria. 35 (TRACTENBERG, 2002). Esta abordagem se fundamenta nos testes vocacionais, que ainda fazem parte do processo de orientação profissional para se identificar aptidões e traços de personalidade. (BOCK, 2001). https://catracalivre.com.br/geral/nutrindo-sonhos/indicacao/testes-vocacionais-on-line-indicam-qual-carreira-combina- mais-com-voce/ O AUTO RECONHECIMENTO E A INFORMAÇÃO NA ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL Hoje, mais do que nunca, em nossa sociedade, os jovens vivem o grande desafio da corrida acelerada na busca da autoafirmação profissional com seu engajamento no mercado de trabalho. E, considerando que a escolha profissional ocupará dois terços da vida do jovem, uma decisão maquinal e, muitas vezes, de cunho emotivo, sem analisar a futura profissão de forma 36 minuciosa, ponderando também questões subjetivas, aumenta a probabilidade de frustração quanto à carreira e a realização pessoal. http://blog.unipe.br/graduacao/a-importancia-do-teste-vocacional-para-o-seu-futuro A escolha de uma profissão é resultado de toda a bagagem histórica e cultural do indivíduo. Desde a fase escolar a criança já faz menção do que almeja ser quando crescer, essa escolha está pautada em suas relações familiares e sociais, exercendo influência direta em seu futuro, e na forma como constitui sua individualidade. O mercado de trabalho influencia a escolha de uma profissão ao impor vagas que, nem sempre, vem de encontro com a aquilo que o indivíduo se identifica realmente. As leis de oferta e demanda de profissões acabam influenciando decisões de cunho emocional, visando apenas status social e retorno financeiro. A sociedade, as mídias televisivas e a família contribuem nessa decisão precipitada, obrigando o jovem a optar por profissões para as quais não tem nenhuma aptidão, gerando desgaste, stress e perca de um tempo, 37 que muitas vezes, poderia ser mais bem empregado na busca pela profissão almejada. O jovem sempre cria uma imagem idealizada de cada profissão. Sílvio Bock (2002) chama essa imagem idealizada de “Cara”. “A cara é resultado do contato direto ou não, como já afirmado, que ela teve com a área do profissional. Esta cara não é verdadeira nem falsa, não é nem mais próxima nem mais distante da realidade, não é correta ou incorreta, é simplesmente uma cara que deve ser trabalhada. As pessoas se identificam ou não com essas caras. É interessante perceber que essas caras são constituídas na interiorização e singularizarão do vivido, por isso são diferentes para cada pessoa. (BOCK, Orientação Profissional: A abordagem Sociohistórica, 2002, p. 81). http://www.marinareigado.com.br/qual-a-importancia-de-se-fazer-um-teste-vocacional/ 38 A escolha profissional sempre remete a condição social do indivíduo, e serve como subsidio para reforçar no jovem sua identidade e posição social. Para Sílvio Bock (2002). A Orientação Profissional, nesse contexto de escolha profissional, pretende proporcionar ao sujeito, meios de se autoconhecer, pois, segundo ele, só desta forma o jovem terá ferramentas necessárias para buscar uma profissão numa área com a qual se identifica, seja ela: humanas, exatas ou biológicas. Vale ressaltar que, por mais lógica e racional que seja a escolha profissional, não se pode afirmar que ela seja totalmente correta ou errada. No meio do percurso o indivíduo pode mudar de ideia, e descobrir uma nova profissão com a qual se identifica, surge nesse momento uma nova indagação: Mudar ou não de profissão? http://www.orprofissional.com.br/ A Orientação Profissional apenas diminui a probabilidade de uma frustração, proporcionando ao indivíduo meios para escolher de forma coesa a profissão com a qual mais se identifica, e sem ignorar informações relevantes a respeito dela, tais como retorno: financeiro, ofertas de vaga no mercado de 39 trabalho, realização pessoal, etc. A esse respeito, Sílvio Bock (2002), afirma que: “A melhor escolha profissional é aquela que consegue dar conta do maior número de determinações para, a partir delas, construir esboços de projeto de vida profissional e pessoal”. http://www.rafaelabrissac.com.br/reorientacao-profissional.html O autoconhecimento e a informação profissional, portanto, usados como método de prática da Orientação Vocacional, têm como objetivo auxiliar o sujeito quanto à escolha de uma profissão. Pois o mais importante não é apenas escolher uma profissão lucrativa, ou em uma área que se tenha afinidade. O casamento das duas alternativas é que proporcionará ao indivíduo melhor oportunidade de sucesso. Para Silvio Bock (2002), a escolha profissional é sempre um ato de coragem. Analisando comportamentalmente a "vocação" Em primeiro lugar, há que se pensar qual o conceito de "vocação" para a Análise do Comportamento. Parece evidente a rejeição do modelo de "vocação" como algo inerente a pessoa, determinado internamente e que precisa apenas ser desvelado ao seu portador. Partindo de uma visão de homem completamente 40 diferente (Skinner, 1974, 1989), a Análise do Comportamento entende "vocação" como uma construção pessoal, ou, como um conjunto complexo de variáveis filo e ontogenéticas que se arranjam de forma única para cada indivíduo. Dito de outra forma, a "vocação" é um conceito socialmente construído, na medida em que existe um conjunto de valores e normas sociais aos quais se espera que as pessoas respondam, adequando suas características a padrões de um dado momento histórico. http://boamente.com/terapias-complementares/orientacao-profissional/ Portanto, a "vocação" de uma pessoa é socialmente determinada e implicará numa combinação única de sua história genética, pessoal, familiar e cultural. O arranjo destas variáveis aolongo da vida do indivíduo irá encaminhá- lo para o desenvolvimento de interesses e habilidades que deverão se enquadrar em um conjunto razoavelmente restrito de opções profissionais (Macedo, 1998). Um procedimento de aconselhamento profissional nos moldes comportamentais deve: l) levar o indivíduo a discriminar as variáveis destes diferentes contextos de controle às quais seus comportamentos de escolher e de decidir estão expostos; 2) proporcionar informação relevante sobre as profissões de interesse, discutindo compatibilidades e perspectivas; e 3) aumentar a probabilidade de ocorrência de comportamentos relacionados à escolha e/ou à tomada de decisão. 41 A DECISÃO COMO UM PROCESSO COMPORTAMENTAL Segundo Skinner (1989) o comportamento de decidir é essencialmente um processo de geração de condições que tornarão um dado curso de ação mais provável que outro. O processo pode ser ilustrado por meio do exemplo de alguém que se diz decidido a passar as férias na praia, ao contar isso aos colegas, a pessoa controla o curso de seu próprio comportamento, reduzindo a probabilidade de mudar de ideia. "Decidir-se" é, para Skinner, antes de tudo, um "processo", o qual está relacionado a uma classe de estímulos, muitas vezes manipulada pela própria pessoa que está se decidindo. http://www.rafaelabrissac.com.br/orientacao-profissional.html Em suma, a prática de orientação profissional sob o enfoque da análise do comportamento pressupõe a modelagem de classes comportamentais relacionadas à escolha e à decisão que são, em si mesmas "processos". Desse modo, o produto ou o conteúdo da escolha são de menor relevância quando comparados à primazia da aprendizagem de decidir e/ou escolher, que caracteriza o objetivo geral da Orientação Profissional. De acordo com o que foi exposto, o processo de escolha requer o oferecimento de classes de estímulos que se traduzem pelas chamadas "opções profissionais" a serem consideradas. 42 O Comportamento Verbal na Orientação Profissional http://www.psicologiamsn.com/2014/10/comportamento-verbal-pessoas-que-falam-demais.html Tanto quanto a análise do contexto de vida do adolescente, é importante o conhecimento das regras às quais ele responde. "Como o orientando comporta-se verbalmente durante as sessões?" Essa pergunta levará o analista do comportamento a: 1) identificar pensamentos e sentimentos relativos a escolha profissional; 2) interpretar como os contextos passado e presente do adolescente interferem na tomada de decisão; 3) identificar (para, posteriormente alterar) regras mantenham relações impróprias ou distorcidas com contingências reais que se refiram à escolha profissional. O orientador avalia com os adolescentes a adequação de algumas regras e frequentemente discute com eles regras tais como: "Eu preciso acertar na minha escolha porque ela é definitiva e será irreversível" ; "O dano para a minha vida será irreparável, caso eu me engane na escolha", "Se eu optar pela carreira 'certa' eu não encontrarei obstáculos profissionais", as quais impedem a consideração de mudanças nos rumos profissionais caso hajam alterações nas contingências presentes ou futuras. 43 Contribuições de outras abordagens a compreensão do problema Em nossa experiência de Orientação Profissional sob enfoque da Análise do Comportamento temos, por meio de leituras de textos clássicos, buscado informações oriundas da prática tradicional em Orientação Vocacional. Acreditamos que a experiência desses clínicos pode trazer indicações úteis de caracterização da população, bem como de recursos e técnicas de intervenção, que com algumas modificações venham complementar nossa prática. Por exemplo, os modelos psicodinâmicos (Holland, 1971; Roe, 1972; Bohoslavsky, 1977) apontam a importância da inclusão de metas voltadas tanto para o auto-conhecimento, quanto para o conhecimento das profissões no processo de orientação. Esta proposta corresponde a um dos objetivos do analista do comportamento que promoverá auto-conhecimento ao analisar funcionalmente com o adolescente, as variáveis das quais o comportamento de escolha profissional é função. http://pt.slideshare.net/carolinaguimaraes/schlinger2008 44 Por outro lado, os modelos decisionais (Hilton, 1959; Hershenson e Roth, 1966; Gati, 1986; Gati, Shenhav e Givon, 1993) têm contribuído ao proporem a delimitação de um procedimento sequencial para orientar o processo de tomada de decisão, categorizando e sugerindo passos a serem dados em direção a uma decisão efetiva. Estabelecendo um paralelo com a intervenção do analista do comportamento, este pode valer-se do treino de habilidades básicas, levando o orientando a avançar sucessivamente em sua escolha (modelagem) e analisando alternativas passo a passo, segundo alguns critérios selecionados rumo a uma decisão terminal. http://behavioristaemacao.blogspot.com.br/2012/12/o-comportamento-verbal.html O que a Análise do Comportamento tem a oferecer à Orientação Profissional? Azrin e Besalel (1980) publicaram um programa de reabilitação vocacional fundamentado pela análise comportamental. O programa é voltado para pessoas desempregadas que buscam recolocar-se no mercado de trabalho e aponta vários pressupostos da orientação vocacional que podem nortear intervenções com outras populações. 45 Segundo estes autores, a abordagem comportamental ao aconselhamento vocacional tem várias características que a diferencia de outras abordagens: 1) as estratégias são prioritariamente orientadas para o resultado: encontrar emprego (ou, no caso, decidir-se por uma profissão), 2) a intervenção enfatiza a aprendizagem como determinante do comportamento ao invés das habilidades ou predisposições inatas, sendo que um treinamento adequado pode levar o indivíduo ao alcance das habilidades necessárias para uma profissão, e 3) os conselheiros fazem uso do reforçamento de múltiplas fontes para obter mudanças comportamentais e um aumento na motivação para seguir o processo de busca de informação. http://aecpucminasarcos.blogspot.com.br/ Desta forma, considera-se que Análise do Comportamento possa contribuir com a prática de orientação profissional a medida em que estabelece um referencial teórico que coloca a escolha profissional em uma perspectiva 46 abrangente, tornando o orientando sujeito ativo em sua escolha. Além disso, dispõe de um conjunto de procedimentos de intervenção que dão conta de aspectos centrais da tomada de decisão. Estas contribuições parecem suficientemente amplas para abarcar o conjunto de variáveis envolvidas na escolha profissional e fornecer ao adolescente o apoio necessário para a superação de seus conflitos rumo a uma escolha consciente, baseada em suas possibilidades concretas. http://www.ebah.com.br/content/ABAAAArfkAI/aprendizagem 47 BIBLIOGRAFIA BÁSICA ACHTNICH, M. (1991). O BBT, Teste de Fotos de Profissões: Método projetivo para clarificação da inclinação profissional (J. Ferreira Filho, Trad.). São Paulo: Centro Editor de Testes e Pesquisas em Psicologia. (Original publicado em 1979) ADORNO, T. W. (1995). Educação e emancipação. São Paulo, Paz e Terra. AFONSO, L. (2000). Oficinas em dinâmica de grupo: Um método de intervenção psicossocial. Belo Horizonte: Edições do Campo Social. AGUIAR, F.; Müller, H. ; Filho, J. M.; Fontes, I. ; Vaz, S. (1978). Orientação clínico-vocacional. Arquivos Brasileiros de Psicologia Aplicada, 30, 157-161. ANÔNIMO. (1980). I Seminário de Informação Ocupacional do Centro de Informação e Pesquisa Ocupacional (CIPO). Arquivos Brasileiros de Psicologia, 32, 33-148. ANTUNES, M. A. M. (1998). Psicologia no Brasil: Leitura histórica sobre sua constituição. São Paulo: Unimarco Editorial / Educ. BOCK, A. M. B. & Aguiar, W. M. J. (1995).Por uma prática promotora de saúde em orientação vocacional. Em A. M. B. Bock, C. M. M. Amaral & F. F. Silva, A escolha profissional em questão (2ª ed.) (pp. 9-23). São Paulo: Casa do Psicólogo. BOCK, S. D. (2002). Orientação profissional: A abordagem sociohistórica. São Paulo: Cortez. BOHOSLAVSKY, R. (1996). Orientação vocacional: A estratégia clínica (J. M. V. Bojart & W. M. A. Penteado, Trads.). São Paulo: Martins Fontes. (Original publicado em 1977) BOMFIM, E. M. (2003). Psicologia Social no Brasil. Belo Horizonte: Edições do Campo Social. BOSI, E. (1982). Repensando a orientação profissional. Boletim de Psicologia, 34, 24-27. Brasil. (1962). Lei n.4.119, de 27 de agosto de 1962. Dispõe sobre os cursos de formação em psicologia e regulamenta a profissão de psicólogo. Retirado em 17/05/2002, Psicologia Online no World Wide Web: http://www.pol.org.br/normatização/legislação.cfm Brasil. (1971). Lei n.5.692, de 11 de agosto de 1971. Fixa diretrizes e bases para o ensino de primeiro e segundo graus e dá outras providências. Retirado http://www.pol.org.br/normatização/legislação.cfm 48 em 04/01/2003, Presidência da República Federativa do Brasil no World Wide Web: http://www.presidencia.gov.br Brasil. (1996). Lei n.9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Retirado em 25/06/2001, Presidência da República Federativa do Brasil no World Wide Web: http:// www.presidencia.gov.br/ CAMPOS, R. H. F. (1992). Introdução: Notas para uma história das idéias psicológicas em Minas Gerais. Em: CONSELHO REGIONAL DE PSICOLOGIA – 4a REGIÃO Psicologia: possíveis olhares outros fazeres. Belo Horizonte. CARVALHO, M. M. M. J. (1995). Orientação Profissional em grupo: Teoria e técnica. Campinas: Editorial Psy. CARVALHO, M. M. M. J. (2001). Entrevista. Labor: Revista do Laboratório de Estudos Sobre Trabalho e Orientação Profissional, 0, 9-20. Conselho Federal de Psicologia. (2000). Resolução CFP n. 014/00 de dezembro de 2000. Institui o título de profissional especialista em psicologia e dispõe sobre as normas e procedimentos para seu registro. Retirado em 04/01/2003, Psicologia Online no World Wide Web: http://www.pol.org.br/atualidades/ materias.cfm?id_area=14 CRITES, J. O. (1974). Psicologia vocacional (N. Dottori & S. Vetrano, Trads.). Buenos Aires: Editorial Paidos. (Original publicado em 1969) DUSSEL, H. (2000). Ética da libertação. Petrópolis, Vozes. FERNANDES, L. M. (1975). Inventário de Desenvolvimento Vocacional de Super (pesquisa experimental). Arquivos Brasileiros de Psicologia Aplicada, 27(2), 18-42. FERNANDES, L. M. & Scheeffer, R. (1986). A construção do instrumento brasileiro de maturidade vocacional.Arquivos Brasileiros de Psicologia, 38(2), 187-197. FERRETTI, C. J. (1980). O processo de orientação vocacional dentro do processo de ensino-aprendizagem.Prospectiva: Revista de Orientação Educacional, 1(6), 18-33. FERRETTI, C. J. (1988). Uma nova proposta de orientação profissional. São Paulo: Cortez. FIGUEIREDO, J. C. (1980). Problemática de informação ocupacional. Arquivos Brasileiros de Psicologia, 32, 121-131. FREIRE, P. (1996) Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo, Paz e Terra. http://www.presidencia.gov.br/ http://www.presidencia.gov.br/ 49 FREITAS, E. (1973). Origens e organização do ISOP. Arquivos Brasileiros de Psicologia Aplicada, 25(1), 7-76. FRISCHENBRUDER, S. L. (1999). O desenvolvimento vocacional na adolescência: Autoconceito e comportamento exploratório. Dissertação de Mestrado não publicada, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre. FRISCHENBRUDER, S. L., Teixeira, M. A. P., Sparta, M. & Sarriera, J. C. (2002). Levantamento de Exploração Vocacional: Validade e fidedignidade. Trabalho apresentado no I Congresso Brasileiro Psicologia: Ciência e Profissão. São Paulo: Fórum de Entidades Nacionais da Psicologia. GOULART, I. B. (1985). Psicologia da Educação em Minas Gerais: Histórias do vivido. Tese de Doutorado não-publicada, Psicologia da Educação, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, SP. HISSA, M. G. & Pinheiro, M. A. (1997). Aplicação de uma metodologia psicopedagógica em orientação vocacional ocupacional: Três décadas de uma experiência. Em Associação Brasileira de Orientadores Profissionais (Org.),Anais, III Simpósio Brasileiro de Orientadores Profissionais (pp. 1-9). Canoas: ABOP. HOUAISS, A. (2001). Dicionário da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro, Objetiva. Instituto Superior de Estudos e Pesquisas Psicossociais: ISOP. (1990). Sumário das atividades de 1989. Arquivos Brasileiros de Psicologia, 42(2), 141-172. JACQUEMIN, A. (2000). O BBT-Br: Teste de Fotos de Profissões: Normas, adaptação brasileira, estudos de caso. São Paulo: Centro Editorial de Testes e Pesquisas em Psicologia. JACQUEMIN, A. (1982). Novas perspectivas em orientação vocacional e profissional. Arquivos Brasileiros de Psicologia, 34(4), 127-132. LASSANCE, M. C. P. (1999). O trabalho do SOP/UFRGS: Uma abordagem integrada. Em M. C. Lassance (Org.),Técnicas para o trabalho em orientação profissional em grupo (pp. 11-47). Porto Alegre: Ed. Universidade / UFRGS. LEHMAN, Y. P. & Uvaldo, M. C. C. (2001). Proposta de formação de orientadores profissionais em uma estratégia clínica. Labor: Revista do Laboratório de Estudos sobre Trabalho e Orientação Profissional, 0, 51-57. LEVENFUS, R. S. (1997). Orientação vocacional ocupacional: À luz da psicanálise. Em R. S. Levenfus (Org,), Psicodinâmica da escolha profissional (pp. 227-243). Porto Alegre: Artes Médicas. 50 LISBOA, M. D. (2000). Sobre a Associação Brasileira de Orientadores Profissionais: ABOP. Em M. D. Lisboa & D. H. P. Soares (Orgs.), Orientação profissional em ação: Formação e prática de orientadores (pp. 225-228). São Paulo: Summus. LOURENÇO FILHO. (1971a). Orientação em um país latino-americano em rápida industrialização: Brasil. Arquivos Brasileiros de Psicologia Aplicada, 23(3), 63-78. (Original publicado em 1955) LOURENÇO FILHO. (1971b). Orientação e seleção profissional. Arquivos Brasileiros de Psicologia Aplicada, 23(3), 41-53. MANNHEIM, K. (1986). Ideologia e utopia. Rio de Janeiro, Guanabara. MASSIMI, M. (1990). História da psicologia brasileira: Da época colonial até 1934. São Paulo : EPU. MELO-SILVA, L. L. & Jacquemin, A. (2001). Intervenção em orientação vocacional/profissional: Avaliando resultados e processos. São Paulo: Vetor. NEIVA, K. M. C. (1998). Escala de Maturidade para a Escolha Profissional (EMEP): Estudos de validade e fidedignidade. Revista UNIb, 6, 43-61. NEIVA, K. M. C. (1999). Escala de Maturidade para Escolha Profissional (EMEP): Manual. São Paulo: Vetor. OLIVEIRA, I. D. (1997). O Teste Projetivo Ômega no diagnóstico em orientação profissional. Revista da ABOP, 1(1), 35-46. OLIVEIRA, I. D. (2000). Orientação profissional no contexto atual. Em I. D. Oliveira (Org.), Construindo caminhos: Experiências e técnicas em orientação profissional (pp. 35-52). Recife: Ed. Universitária da UFPE. OLIVEIRA, I. D. (2002). Uma abordagem psicodinâmica do Teste Projetivo Ômega. Em R. S. Levenfus, D. H. P. Soares & Cols., Orientação vocacional ocupacional: Novos achados teóricos, técnicos e instrumentais para a clínica, a escola e a empresa (pp.225-238). Porto Alegre: Artmed. PELLETIER, D., Noiseux, G. & Bujold, C. (1985). Desenvolvimento vocacional e crescimento pessoal: Enfoque operatório (4ª ed.) (E. F. Alves, Trad.). Petrópolis: Vozes. (Original publicado em 1974) PIMENTA, S. G. (1981). Orientação vocacional e decisão: Estudo crítico da situação no Brasil (2ª ed.). São Paulo: Loyola. PRIMI, R., Munhoz, A. M. H., Brighetti, C. A., Nucci, E. P., Pellegrini, M. C. & Moggi, M. A. (2000). Desenvolvimento de um inventário de levantamento das dificuldades da decisão profissional. Psicologia Reflexãoe Crítica, 13(3), 451-463. 51 ROSAS, P. (2000). Construindo caminhos: Uma abordagem histórica. Em I. D. Oliveira (Org.), Construindo caminhos: Experiências e técnicas em orientação profissional (pp. 15-34). Recife: Ed. Universitária da UFPE. SOARES, D. H. P. (1999). A formação do orientador profissional: O estado da arte no Brasil. Revista da ABOP, 3(1), 7-21. SPARTA, M. (2003). A exploração e a indecisão vocacionais em adolescentes no contexto educacional brasileiro. Dissertação de Mestrado não-publicada, Programa de Pós-graduação em Psicologia do Desenvolvimento, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, RS. SUPER, D. E. & Bohn Junior, M. J. (1976). Psicologia Ocupacional (E. Nascimento & F. Santos, Trads.). São Paulo: Atlas. (Original publicado em 1970) TEIXEIRA, M. A. P. & Magalhães, M. O. (2001). Escala de indecisão vocacional: Construção de um instrumento para pesquisa com estudantes do ensino médio. Aletheia, 13, 21-26. TRACTENBERG, Leonel. Contribuições para inserção da orientação profissional e educacional nos currículos escolares. 2002.Disponível em:<http://www.senac.br/INFORMATIVO/BTS/282/boltec282f.htm> Acesso em10 set. 2013. UVALDO, M. C. C. & Silva, F. F. (2001). Orientação profissional: Uma experiência na escola. Labor: Revista do Laboratório de Estudos sobre Trabalho e Orientação Profissional, 0, 76-84.
Compartilhar