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ORIENTAÇAO-PROFISSIONAL--ABORDAGEM-ANÁLISE-DO-COMPORTAMENTO-E-ABORDAGEM-PSICODINÂMICA-CP

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2 
 
A ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL NO BRASIL 
 
 
http://www.ip.usp.br/portal/index.php?option=com_content&id=4091%3Aescolha-sem-peso-espaco-aberto-n-146-fev-
2013&Itemid=97&lang=pt 
A Orientação Profissional nasceu como uma prática cujos objetivos 
estavam diretamente ligados ao aumento da eficiência industrial. Ela tem suas 
origens situadas na Europa do início do século XX, mais precisamente com a 
criação do Centro de Orientação Profissional de Munique, no ano de 1902 
(Carvalho, 1995). 
Neste momento inicial, o objetivo da Orientação Profissional era o de 
detectar, na indústria florescente, trabalhadores inaptos para a realização de 
determinadas tarefas e, assim, evitar acidentes de trabalho.No entanto, o marco 
oficial de início da Orientação Profissional situa-se entre os anos de 1907 e 1909, 
com a criação do primeiro Centro de Orientação Profissional norte-americano, 
 
3 
 
o Vocational Bureau of Boston, e a publicação do livro Choosing a Vocation, 
ambos sob responsabilidade de Frank Parsons (Carvalho, 1995; Rosas, 2000; 
Santos, 1977; Super & Bohn Junior, 1970/1976). 
Parsons teve o grande mérito de acrescentar à Orientação Profissional 
ideias da Psicologia e da Pedagogia e a preocupação com a escolha profissional 
dos jovens de seu país. Em seu livro, Parsons definia três passos a serem 
seguidos durante o processo de Orientação Profissional: a análise das 
características do indivíduo, a análise das características das ocupações e o 
cruzamento destas informações. Desta forma, a Orientação Profissional 
baseava-se na promoção do autoconhecimento e no fornecimento de informação 
profissional. 
 
http://www.ensinonarede.com.br/netway 
 
Nas décadas de 1920 e 1930, a Psicologia Diferencial e a Psicometria 
passaram a influenciar fortemente a prática da Orientação Profissional, o que se 
 
4 
 
deu devido ao grande desenvolvimento dos testes de inteligência, aptidões, 
habilidades, interesses e personalidade durante as Primeira e Segunda Guerras 
Mundiais (Brown & Brooks, 1996; Carvalho, 1995; Super & Bohn Junior, 
1970/1976). 
A Orientação Profissional passou a ser um processo fortemente diretivo, 
em que o orientador tinha como objetivos fazer diagnósticos e prognósticos do 
orientando e, com base nesses procedimentos, indicar ao mesmo profissões ou 
ocupações apropriadas. Até este momento ainda não havia uma teoria 
propriamente dita que embasasse a prática da Orientação Profissional, mas o 
modelo acima descrito, preocupado com a adequação do homem à profissão, 
costuma ser identificado como Teoria do Traço e Fator. 
 
 
http://pt.slideshare.net/aamandaa/perspectivas-terico 
 
 
5 
 
Importantes mudanças começaram a ocorrer na prática da Orientação 
Profissional a partir da década de 1940 (Brown & Brooks, 1996; Super & Bohn 
Junior, 1970/1976). Em 1942 foi publicado o livro Counseling and 
Psychotherapy: Newer Concepts in Practice, de Carl Rogers. Neste livro, Rogers 
(1942) lançou as bases de sua Terapia Centrada no Cliente, que aproxima os 
conceitos de Psicoterapia e Aconselhamento Psicológico e valoriza a 
participação do cliente no processo de intervenção, que passa a ser não diretivo. 
As ideias de Rogers influenciaram enormemente a Psicologia, a Psicoterapia, o 
Aconselhamento Psicológico e a Orientação Profissional da época, tendo sido 
um importante marco de transformação das práticas de Orientação Profissional. 
A partir da década de 1950, começaram a surgir diversas teorias sobre a 
escolha profissional, que vieram dar continuidade à mudança de paradigma 
iniciada na década anterior. 
 
 
http://diario-de-nerd.blogspot.com.br/2015/04/10-teorias-psicologicas-que-provam-que.html 
 
6 
 
Em 1951 foi publicado o livro Occupational Choice, de Ginzberg, 
Ginsburg, Axelrad e Herma (Brown & Brooks, 1996; Crites, 1969/1974; Pelletier, 
Noiseux & Bujold, 1974/1985), livro este que trouxe à luz a primeira Teoria do 
Desenvolvimento Vocacional. De acordo com esta teoria, a escolha profissional 
não é um acontecimento específico que ocorre num momento determinado da 
vida, mas é um processo evolutivo que ocorre entre os últimos anos da infância 
e os primeiros anos da idade adulta. 
Dois anos mais tarde, foi publicada a Teoria do Desenvolvimento 
Vocacional de Donald Super (Brown & Brooks, 1996). 
 
 
http://gapsestudos.blogspot.com.br/2012/09/desenvolvimento-vocacional.html 
Tal teoria definiu a escolha profissional como um processo que ocorre ao 
longo da vida, da infância a velhice, através de diferentes estágios do 
desenvolvimento vocacional e da realização de diversas tarefas evolutivas 
(Super, 1957, 1963; Super, Savickas & Super, 1996). Em 1959, foi publicada a 
Teoria Tipológica de John Holland (Brown & Brooks, 1996). Para Holland 
(Spokane, 1996; Holland, 1966/1975) os interesses profissionais são o reflexo 
 
7 
 
da personalidade do indivíduo e, sendo assim, podem servir de base para a 
definição de diferentes tipos de personalidade, cujas características definem 
diferentes grupos laborais e correspondem a diferentes ambientes de trabalho. 
Ainda nas décadas de 1950 e 1960, foram publicadas Teorias 
Psicodinâmicas da escolha profissional, baseadas fundamentalmente na Teoria 
Psicanalítica e na Teoria de Satisfação das Necessidades, e Teorias de Tomada 
de Decisão, mais preocupadas com o momento da escolha do que com processo 
em si (Brown & Brooks, 1996; Crites, 1969/1974; Pelletier e colaboradores, 
1974/1985). Internacionalmente, as teorias de Super e Holland estão entre as 
mais pesquisadas e mais utilizadas em processo de intervenção na atualidade 
(Brown & Brooks, 1996). 
 
 
http://www.colegiodascaldinhas.pt/onossocolegio/n2a11/no2/tomada-de-decisao-vocacional-no-9o-ano-a-importancia-
da-escola-e-da-familia/ 
 
A Orientação Profissional brasileira deu um grande salto de 
desenvolvimento a partir da década de 1940. No ano de 1944, foi criada a 
Fundação Getúlio Vargas, no Rio de Janeiro, que estudava a Organização 
 
8 
 
Racional do Trabalho e a influência da Psicologia sobre a mesma (Freitas, 1973; 
Instituto Superior de Estudos e Pesquisas: ISOP, 1990). Em 1945 e 1946, 
ofereceu, com o auxílio do governo brasileiro, o curso de Seleção, Orientação e 
Readaptação Profissional, ministrado pelo psicólogo e psiquiatra espanhol 
Emílio Mira y López (Freitas, 1973; Rosas, 2000). 
O objetivo de tal curso foi a formação de técnicos brasileiros nestas áreas 
de atuação. No ano seguinte, em 1947, foi fundado o Instituto de Seleção e 
Orientação Profissional (ISOP), junto à Fundação Getúlio Vargas na cidade do 
Rio de Janeiro, instituto que reuniu técnicos e estudiosos da Psicologia Aplicada, 
muitos deles formados pelo curso ministrado por Mira y López, que foi seu 
primeiro diretor (Carvalho, 1995; Freitas, 1973; ISOP, 1990; Rosas, 2000; 
Seminário, 1973). 
Quando foi criado, em 1947, os objetivos do ISOP eram: o 
desenvolvimento de métodos e técnicas da Psicologia Aplicada ao Trabalho e à 
Educação, o que foi feito principalmente através da adaptação e da validação de 
instrumentos psicológicos estrangeiros e da criação de instrumentos 
psicológicos brasileiros; o atendimento ao público através dos processos de 
Seleção e Orientação Profissional; e a formação de novos especialistas (Freitas, 
1973; ISOP, 1990; Seminário, 1973). 
No ano de 1948, foi oferecido o primeiro curso de formação em Seleção 
e Orientação Profissional pelo ISOP, cuja aula inaugural foi proferida por 
Lourenço Filho (Lourenço Filho, 1971b). Em 1949, o ISOP passou a publicar a 
revista Arquivos Brasileiros de Psicotécnica, que veiculava muitas das pesquisas 
realizadas dentro da própria instituição (Freitas, 1973; Instituto Superior de 
Estudos e Pesquisas Psicossociais, 1990; Lourenço Filho, 1955/1971a). Entre 
 
9 
 
as décadas de 1940 e 1960, o ISOP foi referêncianão só para os modelos de 
Seleção e Orientação Profissional, mas também para o desenvolvimento da 
Psicologia brasileira, principalmente da Psicometria. 
Desde o seu nascimento, na década de 1920, a Orientação Profissional 
brasileira pautou-se pelo modelo da Teoria do Traço e Fator; isto é, pelas ideias 
de que o processo de Orientação Profissional é diretivo e o papel do orientador 
profissional é o de fazer diagnósticos, prognósticos e indicações das ocupações 
certas para cada indivíduo, o que foi feito, desde o início, com base na Psicologia 
Aplicada, especialmente na Psicometria. Na década de 1960, as mudanças 
ocorridas na Orientação Profissional e as críticas à Teoria do Traço e Fator, que 
despontavam no ambiente internacional desde a década de 1940, eram 
conhecidas no Brasil (Scheeffer, 1966). No entanto, a mudança de paradigma 
da Orientação Profissional brasileira seguiu um caminho diverso e se baseou em 
referenciais teóricos próprios. 
O desenvolvimento da Psicologia enquanto ciência independente e área 
de atuação profissional, que culminou com a promulgação da Lei 4.119 de 27 de 
agosto de 1962 (Brasil, 1962), que criou os cursos de formação em Psicologia e 
regulamentou a profissão de psicólogo, exerceu importante influência nos rumos 
da Orientação Profissional no Brasil. Em primeiro lugar, o desenvolvimento dos 
cursos de graduação em Psicologia levou a uma gradativa modificação dos 
objetivos do ISOP, que, no ano de 1970, tornou-se um órgão normativo da 
Psicologia: teve o nome alterado para Instituto Superior de Pesquisa Psicológica; 
ampliou seu campo de interesses; parou de prestar atendimento ao público; e 
passou a realizar a formação de especialistas, docentes e pesquisadores em 
nível de pós-graduação (Freitas, 1973; ISOP, 1990). 
 
10 
 
 
 
http://www.psicologia10.com.br/artigos/conselheiro-de-profissoes/ 
 
O surgimento dos cursos de Psicologia e a regulamentação da profissão 
de psicólogo não modificaram apenas os objetivos do ISOP, mas influenciaram 
a Orientação Profissional ao vincular esta atividade à Psicologia Clínica e ao 
transferir o processo de intervenção para consultórios particulares (Carvalho, 
1995; Melo-Silva & Jacquemin, 2001; Rosas, 2000). Em termos teóricos, o 
processo de Orientação Profissional realizado por psicólogos brasileiros nesta 
época não foi influenciado pela Teoria do Desenvolvimento Vocacional de Super, 
pela tipologia de Holland ou pelas Teorias Psicodinâmicas da escolha ou de 
Tomada de Decisão profissionais. 
 A Orientação Profissional brasileira realizada por psicólogos foi 
influenciada diretamente pela Psicanálise e, especialmente, pela Estratégia 
Clínica de Orientação Vocacional do psicólogo argentino Rodolfo Bohoslavsky 
 
11 
 
(1977/1996), introduzida no Brasil na década de 1970 por Maria Margarida de 
Carvalho (1995; 2001). 
Carvalho foi a primeira professora da disciplina de Seleção e Orientação 
Profissional do curso de Psicologia da Universidade de São Paulo (USP), 
disciplina que fazia parte do currículo mínimo federal. Além de introduzir as ideias 
de Bohoslavsky no Brasil, ela foi a grande idealizadora do processo grupal em 
Orientação Profissional. 
 
http://www.orientacao-vocacional-artigos.com/ 
Com a abertura do Serviço de Orientação Profissional (SOP) da USP, no 
ano de 1970, houve a necessidade de adaptação do processo de Orientação 
Profissional oferecido por este órgão devido à grande demanda. Nestas 
condições, Carvalho propôs os processos grupais como forma de supri-la, como 
alternativa ao modelo psicométrico e como forma de promoção da aprendizagem 
da escolha. 
De acordo com Carvalho (2001), este modelo de Orientação Profissional, 
baseado na Psicologia Clínica, na Psicanálise e em Teorias de Dinâmica de 
Grupo, assemelha-se à Terapia Breve Focal, cujo foco de trabalho é a escolha 
 
12 
 
profissional. Vários autores brasileiros aceitam esta definição da Orientação 
Profissional como uma Terapia Breve Focal (Levenfus, 1997; Oliveira, 2000), o 
que acaba por subestimar o seu caráter pedagógico, restringir sua prática aos 
psicólogos e limitar o seu alcance de intervenção. 
A Estratégia Clínica de Orientação Profissional foi desenvolvida por 
Bohoslavsky (1977/ 1996) como alternativa ao modelo da Teoria do Traço e 
Fator, chamado por ele de Estratégia Estatística. Ela foi influenciada pela ideia 
de não- diretividade da Terapia Centrada no Cliente de Rogers, pela Psicanálise 
da Escola Inglesa, especialmente por Melanie Klein, e pela Psicologia do Ego 
norte-americana. 
A entrevista clínica aparece como o principal instrumento durante o 
processo de orientação e a primeira entrevista tem por objetivo alcançar o 
diagnóstico de orientabilidade, que permitirá a realização de um prognóstico de 
orientabilidade e a definição de estratégias de trabalho. Bohoslavsky aceita a 
utilização de testes para a realização do diagnóstico, contanto que sejam 
utilizados apenas em seu caráter instrumental. 
Apesar da prevalência da Abordagem Clínica de Orientação Profissional 
proposta por Bohoslavsky, outros modelos teóricos também vêm trazendo 
grandes contribuições para a Orientação Profissional brasileira. Entre eles estão 
os modelos baseados na Teoria do Desenvolvimento Vocacional de Donald 
Super. 
Maria Célia Lassance na Universidade Federal do Rio Grande do Sul 
(UFRGS) vem desenvolvendo a Abordagem Integrada em Orientação 
Profissional (Lassance, 1999), com base nas ideias de Super (Super, 1957; 
 
13 
 
Super, 1963; Super e colaboradores, 1996) e no Modelo de Ativação do 
Desenvolvimento de Pelletier e colaboradores (1974/1985). 
A Abordagem Integrada parte destes autores como referenciais de base, 
mas está aberta a contribuições de outras teorias que possam enriquecer os 
processos de intervenção. Maria da Glória Hissa e Marita Pinheiro 
desenvolveram a Metodologia de Ativação de Aprendizagem, com base nestes 
mesmos autores, em Bohoslavsky, Pichon-Rivière, Perls, Piaget & Paulo Freire 
(Hissa & Pinheiro, 1997; Hissa & Pinheiro, 2002). Ambas abordagens possuem 
um caráter psicopedagógico e têm por objetivo central a aprendizagem da 
escolha. 
Ainda dentro deste referencial teórico foram desenvolvidos trabalhos 
sobre o conceito de maturidade vocacional. A maturidade vocacional mede o 
grau de desenvolvimento vocacional do indivíduo, o lugar que este ocupa 
no continuum do desenvolvimento vocacional (Super, 1957; Super, Crites, 
Hummel, Moser, Overstreet & Warnath, 1957; Super e colaboradores, 1996). No 
Brasil, desde a década de 1970, houve diversas tentativas de adaptação ou 
criação de um instrumento para mensuração da maturidade vocacional 
(Fernandes, 1975; Fernandes & Scheeffer, 1986). 
Em 1994, foi construída, por Kátia Neiva, a primeira versão de uma escala 
brasileira para mensuração da maturidade vocacional, a Escala de Maturidade 
para Escolha Profissional (EMEP) (Neiva, 2002). Tal escala, que foi construída 
para aplicação específica em alunos do ensino médio, com base nos modelos 
de maturidade vocacional de Super e Crites, foi publicada comercialmente no 
ano de 1999 pela Vetor Editora (Neiva, 1998; Neiva, 1999). 
 
14 
 
 
 http://www.espacotvasconcelos.psc.br/orientao-vocacional-profissional 
Outros construtos afins a este paradigma que vêm sendo pesquisados 
são os de exploração e indecisão vocacionais. 
A exploração vocacional é um comportamento de solução de problemas, 
experimentação, descoberta, que promove o autoconhecimento e o 
conhecimento do mundo do trabalho, requisitos fundamentais para a escolha 
profissional (Jordaan, 1963). O Career Exploration Survey, instrumento 
multidimensional para mensuração da exploração vocacional, de Stumpf, 
Colarelli & Hartman (1983), foi traduzido e vem sendo adaptado para alunos do 
ensino médio brasileiro (Frischenbruder, 1999; Frischenbruder, Teixeira, Sparta 
& Sarriera, 2002, Sparta, 2003). Teixeira& Magalhães (2001) desenvolveram a 
Escala de Indecisão Vocacional, que tem por objetivo a mensuração da 
indecisão vocacional enquanto um construto unidimensional contínuo. 
Ela se propõe a realizar uma avaliação genérica do nível de indecisão de 
adolescentes que estejam cursando o ensino médio. Atualmente, tal escala vem 
sendo aperfeiçoada (Teixeira, Bardagi, Sparta & Gomes, 2002). 
 
15 
 
Outro referencial teórico que vem sendo trabalhado no Brasil é a Tipologia 
de Holland. Armando Marocco na Universidade do Vale dos Sinos (UNISINO), 
no Rio Grande do Sul, adaptou para o Brasil um instrumento canadense baseado 
na teoria de Holland: o Teste Visual de Interesses, de Tétreau e Trahan 
(Marocco, Tétreau & Trahan, 1984). 
 
http://blogtek.com.br/tipologia-de-holland-personalidades-vocacionais-e-estilos-interpessoais/ 
 
O TVI é um teste não-verbal para medida de interesses, composto por 
102 dispositivos de atividades profissionais que representam os seis tipos de 
personalidade do modelo de Holland. Este teste foi publicado pela UNISINOS e 
é comercializado na própria Universidade. Recentemente, foi construído o 
Inventário de Levantamento das Dificuldades da Decisão Profissional (IDDP) 
(Primi e colaboradores, 2000). Tal instrumento também é baseado na teoria de 
Holland e prevê que quanto mais indiferenciado o perfil tipológico do orientando, 
maior sua indecisão vocacional. 
 
16 
 
De acordo com esta perspectiva, o ambiente é tão importante quanto o 
indivíduo no processo de escolha profissional, já que esta ocorre na relação do 
indivíduo com o meio sociocultural em que está inserido. O objetivo da 
Orientação Profissional é o de prover o orientando de habilidades pessoais que 
o permitam enfrentar as demandas ambientais no momento de transição entre a 
escolha e o mundo do trabalho; é a promoção de comportamentos adaptativos. 
 
 
http://elidioalmeida.com/2014/01/quero-fazer-um-teste-de-orientacao-vocacional-como-funciona/ 
 
Todas estas perspectivas teóricas, mesmo as de cunho psicopedagógico, 
foram desenvolvidas com base em teorias psicológicas, em geral por psicólogos, 
em instituições psicológicas. Porém, paralelamente, a prática de Orientação 
Profissional também se desenvolveu dentro das escolas, próxima à Pedagogia, 
especialmente da Orientação Educacional. Tal prática também foi discutida por 
pedagogos e novas teorias foram propostas por este campo do conhecimento. 
Desde 1942, com a promulgação da lei Capanema, a Orientação 
Educacional foi incluída nas escolas e a ela foi incumbida a tarefa de auxiliar a 
 
17 
 
escolha profissional dos alunos (Lourenço Filho, 1955/1971a). No entanto, foi 
com a promulgação da Lei 5.692 de 11 de agosto de 1971, que determinou as 
novas diretrizes e bases para os ensinos de primeiro e segundo graus, que a 
Orientação Educacional e o Aconselhamento Vocacional, sob responsabilidade 
dos Serviços de Orientação Educacional (SOE), tornaram-se obrigatórios nas 
escolas (Brasil, 1971). Esta lei tornou a profissionalização no segundo grau 
obrigatória e determinou a sondagem de aptidões no primeiro grau. 
 
 
http://www.psicoplusclinica.com.br/orientacao-vocacional-psicologia-zona-norte-zona-sul-zona-leste-regiao-central 
A partir da década de 1980, alguns autores no âmbito da Educação 
começaram a teorizar sobre os processos de escolha e Orientação Profissional. 
Foi neste momento que Celso Ferretti e Selma Pimenta passaram a tecer uma 
série de críticas às teorias psicológicas de escolha profissional com base no 
agrupamento de tais teorias feito por John Crites (1969/1974). Ferretti 
(1980;1988) apontou a função ideológica de manutenção da sociedade de 
classes capitalista subjacente às teorias psicológicas da escolha profissional e 
 
18 
 
propôs um novo modelo de Orientação Profissional dentro do processo de 
ensino-aprendizagem, capaz de suplantar tal ideologia. 
Pimenta (1981) discutiu a insuficiência das teorias psicológicas da escolha 
profissional para a compreensão da decisão vocacional e propôs a 
fenomenologia existencial como alternativa para esta compreensão. 
Mais recentemente, Silvio Bock (2002), com base nas críticas realizadas por 
Ferretti e Pimenta, propôs uma nova abordagem de Orientação Profissional que 
definiu como além da crítica e chamou de Abordagem Sócio histórica. Sua base 
teórica são as ideias de Vygotsky de que o indivíduo se desenvolve através de 
uma relação dialética com o ambiente sociocultural em que vive. Tal abordagem 
tem um cunho educativo e visa a promoção de saúde, conforme o proposto por 
Ana Bock (Bock & Aguiar, 1995). 
De acordo com a Lei 9.394 de 20 de dezembro de 1996, atual lei das 
diretrizes e bases da Educação nacional, o ensino médio continua a ter como 
um de seus objetivos a preparação básica para o trabalho. No entanto, o ensino 
médio não possui mais o objetivo de profissionalização. O ensino 
profissionalizante de nível médio aparece apenas na condição de curso 
continuado; isto é, não substitui o ensino médio regular, apenas o complementa 
(Brasil, 1996). 
Segundo Uvaldo & Silva (2001), esta lei oferece mais abertura para a 
criação de projetos de Orientação Profissional integrados no currículo escolar. 
Esta ideia está em conformidade com a tendência internacional dos programas 
de Educação de Carreira, programas de cunho pedagógico realizados pela 
escola que pretendem capacitar os estudantes para a transição entre a escola e 
 
19 
 
o mundo do trabalho dentro da nova ordem sócio econômica mundial (Guichard, 
2001). 
 
https://www.tumblr.com/search/orienta%C3%A7%C3%A3o%20vocacional 
No Brasil, a Orientação Profissional pode ser realizada por psicólogos e 
pedagogos, mas infelizmente, como afirmou Soares (1999), a formação de 
orientadores profissionais brasileiros ainda não possui regulamentação ou lei 
que determine conteúdos mínimos a serem ministrados. 
Esta formação fica a cargo de universidades e cursos livres, mas a falta 
de uma regulamentação mais estrita da profissão acaba por diluir boas iniciativas 
e não oferece poder para que a ABOP possa fiscalizar os cursos oferecidos em 
território nacional. Uma das consequências desta situação foi a não inclusão da 
Orientação Profissional no rol de especialidades para psicólogos, de acordo com 
as determinações da Resolução 014/00 do Conselho Federal de Psicologia, que 
dispõe sobre o título de profissional especialista em Psicologia (Conselho 
Federal de Psicologia, 2000). Na prática, psicólogos e orientadores educacionais 
podem exercer a atividade de Orientação Profissional sem qualquer formação 
 
20 
 
específica na área, o que, infelizmente, retarda o seu desenvolvimento e a 
desqualifica. 
Apesar da existência de diversas iniciativas que pretenderam e pretendem 
promover o crescimento teórico e prático desta área de atuação de psicólogos e 
pedagogos, muito ainda falta ser feito para o aprimoramento da competência de 
pesquisadores e profissionais, bem como para a adequação metodológica dos 
processos de investigação e intervenção, para que a Orientação Profissional se 
constitua como uma área do conhecimento autônoma e devidamente 
regulamentada. 
O desenvolvimento teórico e técnico e a formação adequada de 
orientadores profissionais são os grandes desafios para a Orientação 
Profissional brasileira nos próximos anos. 
 
 
http://melaniacostacoach.blogspot.com.br/2013/11/orientacao-vocacional.html 
É importante ressaltar que a influência peculiar da Psicologia Clínica e da 
Psicanálise em nosso meio, que leva muitas vezes à equiparação dos processos 
de Orientação Profissional aos processos de Terapia Breve Focal, merece ser 
futuramente estudada com maior rigor. Por hora, fica apenas a ressalva de que 
 
21 
 
é preciso, acima de tudo, que os profissionais da Orientação Profissional não 
esqueçam que as escolhas de uma profissão, bem como a dúvida e a indecisão, 
fazem partedo desenvolvimento normal dos indivíduos e que o papel do 
orientador profissional é o de servir como instrumento para este 
desenvolvimento. 
A aplicação da Psicologia às relações de trabalho aparece no Brasil na 
década de 20 principalmente em razão da regulamentação dos cursos 
destinados à profissionalização para o comércio, indústria e agricultura. 
Do ponto de vista prático, a primeira experiência de aplicação sistemática 
da Psicologia à organização do trabalho ocorreu em 1924, no Liceu de Artes e 
Ofícios de São Paulo, sob a direção do engenheiro suíço Roberto Mange e 
consistiu na seleção de alunos para o Curso de Mecânica Prática da referida 
escola. A esta experiência muitas outras se seguiram das quais cabe destacar 
as relativas às empresas ferroviárias: em 1930, foi criado o Curso de Ferroviários 
de Sorocaba e o Serviço de Ensino e Seleção Profissional da Estrada de Ferro 
Sorocabana. 
A partir de então, a aplicação da Psicologia ao trabalho teve acelerado 
desenvolvimento, expandindo-se para um grande número de empresas 
(Antunes, 1991). O cenário político-econômico brasileiro era composto pelo 
governo ditatorial de Getúlio Vargas (1930-1945) e pela mudança de um modelo 
de economia agrário-exportadora para uma economia urbano-industrial. 
 
22 
 
 
http://www.comofaz.org/como-fazer-teste-vocacional/ 
 
Ao exame dessa abordagem das origens da Orientação Profissional no 
Brasil é possível notar que ela se constitui no início do século XX como uma 
modalidade estritamente psicométrica. Os empresários foram seus principais 
defensores e os engenheiros os pioneiros neste campo de atuação. Até então, 
a formação de psicólogos se fazia nos cursos de Filosofia, Pedagogia e Ciências 
Sociais, cujos concluintes realizavam estágios em instituições especializadas, 
habilitando-se deste modo, ao exercício profissional. O reconhecimento legal da 
profissão de psicólogo ocorreu no Brasil em 1962. 
No início da década de 60 a metodologia de diagnosticar e aconselhar 
utilizando como instrumentos os testes psicológicos estavam sendo substituída 
pelo auxílio ao autoconhecimento, influência de Rogers nos Estados Unidos, e à 
focalização de aspectos inconscientes, influência de Freud na Europa. 
No Brasil, a Psicologia Clínica só tinha valor de conhecimento científico 
quando conjugada aos estudos experimentais. 
 
 
23 
 
 
http://www.girodeprofissoes.com.br/teste-vocacional 
 
A revista Arquivos Brasileiros de Psicotécnica foi, nos anos 50 e 60, o 
principal instrumento de divulgação dos trabalhos de Orientação Profissional, em 
sua maior parte baseados na Psicometria. 
A partir de 1960 a revista ainda publicou muitos artigos sobre Orientação 
Profissional, porém, com enfoques um pouco mais diversificados. Além dos 
estudos experimentais de testes, apresentava estudos sobre, por exemplo, os 
valores do orientador profissional, as dinâmicas da personalidade, os fatores 
culturais envolvidos na motivação da conduta humana, psicologia aplicada à 
infância e à adolescência, entre outros. 
 No editorial dos Arquivos Brasileiros de Psicotécnica de 1967, ele afirma 
que as análises interpretativas de natureza clínica eram fecundas, mas não 
isentas de perigo e, portanto, deveriam se apoiar em dados experimentais. 
 
 
24 
 
 
http://guiadoestudante.abril.com.br/tudo-sobre/teste-vocacional/ 
Um novo cenário político e econômico foi delineado no período que vai de 
1964 a 1968, quando se implantou o novo regime, o governo militar: foram 
traçados os rumos da política de recuperação econômica, houve repressão e 
contenção dos movimentos estudantis. Houve uma ruptura dos canais de 
participação política e a pretensa participação na estrutura de poder, que antes 
já era garantida a bem poucos foi totalmente eliminada. Toda a visão crítica e 
não-quantitativa foi bloqueada e restaram à Psicologia a abordagem 
experimental e psicométrica (Goulart, 1985). 
Na orientação dos cursos de Psicologia no Brasil, regulamentados em 
1962, portanto, predominou inicialmente a perspectiva técnica e observa-se uma 
significativa influência da perspectiva positivista. Uma direção diversa da 
psicotécnica pode ser observada na iniciativa pioneira de aplicação da Psicologia 
à problemática do trabalho, representada na experiência do Departamento de 
Orientação e Treinamento do Banco da Lavoura de Minas Gerais no início da 
década de 60. Sob a orientação de Pierre Weil e Célio Garcia, entre outros, foram 
 
25 
 
promovidas experiências de Desenvolvimento em Relações Humanas que 
incentivavam a autonomia e a abertura em uma atmosfera democrática; destaca-
se a adoção de uma abordagem psicossociológicas à conduta dos indivíduos em 
grupo. Tratava-se de uma abordagem inovadora no Brasil, que sofreu influência 
tanto da Psicanálise quanto da vertente socioanalítica de origem francesa 
(Campos, 1992). 
Na década de 60 houve um aumento significativo de pretendentes ao nível 
superior. A expansão do ensino superior, contudo, foi realizada via privatização 
o que não implicou democratização do ensino, conforme anunciaram os 
governantes, pois a abertura de mais vagas não modificou significativamente o 
elitismo no ensino superior e a classe trabalhadora ficou de fora desta expansão. 
De certa forma, a permissão para que novas escolas superiores entrassem em 
funcionamento encobriu as reivindicações dos movimentos estudantis que 
clamavam pelo aumento de vagas e verbas para o ensino superior (Goulart, 
1985). 
Após várias manifestações sociais de descontentamento com o ensino 
superior brasileiro, foi instituída, em 1968, a Reforma Universitária que propunha 
a departamentalização das faculdades universitárias. As instituições que 
mantinham cursos de Psicologia promoveram um agrupamento em 
departamentos que reuniam professores de disciplinas afins. Com relação à 
Psicologia Social, disciplina obrigatória do currículo mínimo de Psicologia, a 
tendência foi a formação de departamentos que incluíam, além da disciplina 
Psicologia Social, as disciplinas: Dinâmica de Grupo e Relações Humanas, 
Seleção e Orientação Profissional e Psicologia da Indústria. Contudo, os 
programas da disciplina Seleção e Orientação Profissional pautados no uso 
 
26 
 
excessivo de testes psicométricos, nem sempre se aliavam com os de Psicologia 
Social (Bomfim, 2003). 
Os anos 70, no Brasil, representaram os primeiros anos do processo de 
abertura política e contaram com a reserva do povo que, acostumado ao sistema 
repressivo, evitava as manifestações públicas (Goulart, 1985). 
 
http://zh.clicrbs.com.br/rs/vida-e-estilo/educacao/noticia/2015/04/em-duvida-sobre-que-carreira-seguir-a-orientacao-
vocacional-pode-ajudar-4745303.html 
Nos Arquivos Brasileiros de Psicotécnica houve um maior número de 
publicações sobre outras aplicações da Psicologia e apareceram os primeiros 
artigos sobre Psicologia Social e Dinâmica de Grupo. 
 A padronização de testes, dentre outros tipos de estudos experimentais 
de Orientação Profissional que constituíam a quase totalidade dos artigos 
publicados nos números anteriores da revista, foi substituída pelas publicações 
de Informação Ocupacional (IO): descrições de diferentes ocupações e 
profissões de nível técnico e universitário. A partir desta década, em cada 
 
27 
 
número da revista havia uma publicação que informava sobre alguma ocupação: 
o que é, o que faz o profissional, local de trabalho, estudos e exigências. O 
Centro de Informação e Pesquisa Ocupacional (CIPO) é o principal responsável 
por essas produções. 
A revista Arquivos Brasileiros de Psicotécnica mudou de nome duas 
vezes no período de 1969 a 1979. Em 1969 ela passou a se chamar Arquivos 
Brasileiros de Psicologia Aplicada e a partir de 1979 o nome mudou 
definitivamente para Arquivos Brasileiros de Psicologia. Os títulos anteriores 
eram por demais restritivos para a Psicologia que engendrava novos campos epossibilidades de estudo: Aconselhamento, Psicologia Cognitiva, Psicologia 
Social, etc. A Orientação Profissional deixava de ser o principal objeto de estudo 
e produção científica da Psicologia e passava a ser contemplada por um olhar 
extremamente crítico. 
 
 
http://sapp.pt/consultas-de-aconselhamento/ 
 
28 
 
Rodolfo Bohoslavsky publicou em 1971, na Argentina, seu livro sobre a 
estratégia clínica em Orientação Vocacional que, desde então, passou a exercer 
grande influência nos trabalhos desenvolvidos por brasileiros. Nesse período 
também estão registrados os primeiros trabalhos de Orientação Profissional em 
grupo. Em conversas informais com a Prof. Iris Barbosa Goulart soubemos que 
alguns profissionais realizavam Orientação Profissional em grupo em Belo 
Horizonte, mas não encontramos nenhum artigo sobre essas experiências. O 
trabalho de Bomfim (2003) reafirma que as dinâmicas de grupo se tornaram 
frequentes desde a década de 60, embora não exista registro dessas 
publicações no país, apenas alguns relatórios pessoais. 
O primeiro artigo sobre Orientação Profissional em grupo foi publicado em 
1978 por psicólogos formados pela Universidade Federal do Rio de Janeiro com 
o título: Orientação clínico-vocacional. Eles buscavam uma maneira não-diretiva 
de orientar que se fundamentava pela fenomenologia e pela estratégia clínica 
proposta por Bohoslavsky (Aguiar, F.; Müller, H.; Filho, J. M.;Fontes, I.; Vaz, S., 
1978). 
 
https://consultoriopsicologiabh.wordpress.com/orientacao-vocacional/ 
 
 
29 
 
A Psicologia, no início dos anos 80, buscava se redefinir e as práticas de 
Orientação Profissional também. O momento de transição do regime militar para 
uma democracia estava favorecendo esse questionamento. 
Bosi (1982), por exemplo, incentivava a saída da Psicologia dos consultórios e o 
contato dos alunos de Psicologia com a educação popular, isto é, com as escolas 
públicas. Os ensaios publicados nos periódicos de Psicologia da época 
questionavam os determinantes e a liberdade de escolha profissional e as 
pesquisas tinham a preocupação de validar e adaptar os testes vocacionais para 
o contexto brasileiro. 
 
http://essaseoutras.xpg.uol.com.br/melhores-testes-vocacionais-online-como-escolher-a-profissao-certa/ 
 
Nota-se que, nesse período, o termo vocacional era usado 
preferencialmente, pois remetia à dimensão clínica da Orientação Profissional.. 
Em 1981 ele deixou de ser Instituto de Seleção e Orientação Profissional e 
passou a ser denominado Instituto Superior de Estudos e Pesquisas 
 
30 
 
Psicossociais.A Orientação Profissional em grupo também era objeto de estudo 
nesse período. 
 
ABORDAGENS EMPREGADAS NA ORIENTAÇÃO 
PROFISSIONAL 
 
http://www.ufjf.br/noticias/2016/08/19/cinco-testes-vocacionais-para-ajudar-na-escolha-do-curso/ 
 
Todo o trabalho da orientação profissional deve ser fundamentado e 
referenciado em torno de uma ou mais abordagens. Um requisito importante para 
que seja conduzido um processo dessa natureza, é a necessidade de uma base 
teórica, para direcionar o orientador à realização da prática. Crites (1974), citado 
por Serpa (2003), apresenta as teorias da escolha profissional divididas em três 
grupos: teorias não psicológicas, teorias psicológicas e teorias gerais. As teorias 
não psicológicas consistem na escolha profissional através de fatores externos, 
tais como: remuneração financeira, benefícios que as atividades profissionais 
proporcionam, influências sociais e culturais. 
Nas teorias psicológicas, a escolha profissional ocorre através de fatores 
internos, tais como: habilidades físicas, aptidões, interesses e características 
 
31 
 
pessoais. Por fim, as teorias gerais, denominadas por Crites (1974), consideram 
que as escolhas profissionais se dão às vezes por aspectos psicológicos outras 
por aspectos não-psicológicos, ou seja, socioeconômicos, justapondo-se às 
teorias anteriores. 
As abordagens vêm nascendo de acordo com o desenvolvimento da 
orientação profissional, ou seja, à medida que a orientação profissional cresce, 
as abordagens também vão surgindo ou sendo adaptadas ao processo, de modo 
que serão mostradas suas contribuições, princípios e objetivos a seguir. 
 
http://www.mktvetoreditora.com.br/testes-orientacao-profissional.php 
 
 
Abordagem clínica 
 
De acordo com Rocha (2002), esta abordagem se fundamenta no 
indivíduo e na sua dinâmica familiar, nas profissões as quais essa família 
desempenha, como também se baseia nas influências externas para a formação 
da identidade pessoal e profissional. 
 A abordagem clínica direciona seu trabalho para um período que pode 
ser chamado de transição do adolescente, a ocasião em que se o profissional 
souber criar o“setting” apropriado, o indivíduo terá uma maturidade e 
crescimento para escolher. (SILVA; SOARES, 2001). 
 
32 
 
A abordagem clínica, por meio de teorias diversas, se propõe a uma 
participação do processo junto com o indivíduo para auxiliá-lo na reflexão sobre 
as suas dificuldades de cada um, trabalha os aspectos para facilitar a escolha 
conforme processo de autoconhecimento de seu passado, presente e futuro. 
(LUCCHIARI, 1993 apud TETU et al.,2011). 
 
Abordagem evolutiva – terapia cognitivo-comportamental 
 
Essa abordagem se baseia no modelo cognitivo, que considera os componentes 
afetivos, ou seja, as emoções as quais o indivíduo sente no decorrer do tempo, 
em relação às profissões. 
Ao passar pelo processo de orientação profissional, os sujeitos apresentam por 
diversas formas as suas dificuldades afetivas em relação ao mercado de 
trabalho. Esse processo emprega, então, técnicas condizentes com o perfil de 
um indivíduo que esteja em conflito com sua identidade profissional. 
(LASSENCE, 2005). 
O cerne da tarefa de orientação, nesta abordagem, é direcionado ao significado 
de tudo que envolve o indivíduo, ou seja, a família, filhos, sociedade, o trabalho 
e toda a representação de cada um, na atualidade. Portanto, é uma técnica que 
trabalha com as dificuldades relatadas pelo indivíduo que são importantes para 
o entendimento do seu comportamento perante todos os papéis que 
desempenha junto à sociedade, sendo esse o momento de levantar suas queixas 
e história profissional. (LASSENCE, 2005). 
 
Abordagem desenvolvimentista 
 
Uma perspectiva que visa contribuir para o desenvolvimento do indivíduo, a 
abordagem desenvolvimentista não foca nos déficits e sim nas competências, 
nas potencialidades, com a finalidade de colaborar no desenvolvimento do 
sujeito, o qual entende ser um processo contínuo e ininterrupto. (CARVALHO; 
MARNHO-ARAÚJO, 2010). A abordagem desenvolvimentista trabalha com o 
presente e passado e orienta o futuro, avalia a história, as características e 
dilemas do indivíduo. (TRACTENBERG, 2002). 
 
 
33 
 
Abordagem centrada na pessoa (não-diretiva) 
 
A abordagem não diretiva trabalha com autodesenvolvimento do indivíduo, na 
reorganização do “self” para que tenha uma maior maturidade e autoconsciência 
e, sobretudo, uma motivação para saber conduzir seu papel perante suas 
escolhas. (TRACTENBERG, 2002). É observado que toda a atenção é 
expressamente voltada ao sujeito, a abordagem centraliza suas premissas para 
adquirir informações a partir do que o sujeito traz. Utiliza-se, assim, uma série de 
técnicas de dessensibilização e modelagem em meio à busca de elementos que 
auxiliem o orientador no desempenho de seu papel como condutor desse 
processo. (TRACTENBERG, 2002). 
 
Abordagem neo-reichiana 
 
A abordagem neo-reichiana é caracterizada como uma abordagem que trabalha 
com movimentos corporais, acredita no trabalho em conjunto do corpo e psique 
como processo terapêutico. (AGUIAR; CONCEIÇÃO, 2008). Para tanto, usa de 
técnicas que envolvam corpo e mente em um trabalho que se caracteriza 
exclusivamente pela linguagem que denota do corpo. Esses trabalhos são 
desenvolvidoscom a movimentação do corpo, com o objetivo de gerar no 
orientando uma modificação em sua consciência. (AGUIAR; CONCEIÇÃO, 
2008). 
 
http://www.nartanlemos.com.br/analise-bioenergetica-o-que-e-terapia-reichiana/ 
Abordagem behaviorista 
 
34 
 
 
A metodologia baseada na análise do comportamento é aplicada de forma que 
se proceda à tomada efetiva de outros comportamentos orientados do indivíduo 
para se chegar a uma atitude mais efetiva. O objetivo é o descondicionamento, 
e procede a modelagem para que o indivíduo desempenhe um papel sabendo 
resolver seus próprios problemas. (TRACTENBERG, 2002). 
 
Abordagem psicodinâmica 
 
A personalidade é algo muito importante nas decisões de escolher uma 
profissão, pois, desde a infância, as pessoas se constituem trazendo consigo 
aptidões que ajudarão no direcionamento de sua escolha. O trabalho da 
psicodinâmica é entender esse processo pelo qual passa o sujeito desde a 
infância, trazendo consigo uma bagagem a qual caracteriza sua personalidade. 
A abordagem psicodinâmica acredita que é na relação pessoa e seu meio que 
se forma sua individualidade. (BOCK, 2001). 
 
Abordagem sócio-histórica 
 
Qualquer indivíduo, independentemente de sua classe social, pode escolher sua 
profissão, mesmo sendo de classe menos privilegiada. A abordagem sócio-
histórica sustenta sua ideologia na condição de que todos sem exceção podem 
sonhar e lutar por suas escolhas profissionais. Na perspectiva sócio-histórica 
existe uma possibilidade de mudar. A intervenção ocorre de forma a possibilitar 
ao indivíduo ou ao coletivo intervir em seu contexto social, fazendo com que o 
homem mude sua trajetória e encare os obstáculos que podem ser superados, 
pela sua realidade econômica. (BOCK, 2001). 
 
Abordagem de Traço e Fator 
 
Consiste em uma abordagem que avalia e analisa o indivíduo através de 
instrumentos psicométricos. A abordagem traço e fator trabalha com a finalidade 
do casamento perfeito entre perfil ocupacional e pessoal, vinculada a uma 
concepção do indivíduo e sociedade, tendo como fundamento a psicometria. 
 
35 
 
(TRACTENBERG, 2002). Esta abordagem se fundamenta nos testes 
vocacionais, que ainda fazem parte do processo de orientação profissional para 
se identificar aptidões e traços de personalidade. (BOCK, 2001). 
 
 
 
https://catracalivre.com.br/geral/nutrindo-sonhos/indicacao/testes-vocacionais-on-line-indicam-qual-carreira-combina-
mais-com-voce/ 
 
O AUTO RECONHECIMENTO E A 
INFORMAÇÃO NA ORIENTAÇÃO 
PROFISSIONAL 
Hoje, mais do que nunca, em nossa sociedade, os jovens vivem o grande 
desafio da corrida acelerada na busca da autoafirmação profissional com seu 
engajamento no mercado de trabalho. E, considerando que a escolha 
profissional ocupará dois terços da vida do jovem, uma decisão maquinal e, 
muitas vezes, de cunho emotivo, sem analisar a futura profissão de forma 
 
36 
 
minuciosa, ponderando também questões subjetivas, aumenta a probabilidade 
de frustração quanto à carreira e a realização pessoal. 
 
http://blog.unipe.br/graduacao/a-importancia-do-teste-vocacional-para-o-seu-futuro 
 
A escolha de uma profissão é resultado de toda a bagagem histórica e 
cultural do indivíduo. Desde a fase escolar a criança já faz menção do que almeja 
ser quando crescer, essa escolha está pautada em suas relações familiares e 
sociais, exercendo influência direta em seu futuro, e na forma como constitui sua 
individualidade. 
O mercado de trabalho influencia a escolha de uma profissão ao impor 
vagas que, nem sempre, vem de encontro com a aquilo que o indivíduo se 
identifica realmente. As leis de oferta e demanda de profissões acabam 
influenciando decisões de cunho emocional, visando apenas status social e 
retorno financeiro. A sociedade, as mídias televisivas e a família contribuem 
nessa decisão precipitada, obrigando o jovem a optar por profissões para as 
quais não tem nenhuma aptidão, gerando desgaste, stress e perca de um tempo, 
 
37 
 
que muitas vezes, poderia ser mais bem empregado na busca pela profissão 
almejada. 
O jovem sempre cria uma imagem idealizada de cada profissão. Sílvio 
Bock (2002) chama essa imagem idealizada de “Cara”. 
 “A cara é resultado do contato direto ou não, como já afirmado, que ela teve com 
a área do profissional. Esta cara não é verdadeira nem falsa, não é nem mais 
próxima nem mais distante da realidade, não é correta ou incorreta, é 
simplesmente uma cara que deve ser trabalhada. As pessoas se identificam ou 
não com essas caras. É interessante perceber que essas caras são constituídas 
na interiorização e singularizarão do vivido, por isso são diferentes para cada 
pessoa. (BOCK, Orientação Profissional: A abordagem Sociohistórica, 2002, p. 
81). 
 
http://www.marinareigado.com.br/qual-a-importancia-de-se-fazer-um-teste-vocacional/ 
 
 
 
 
38 
 
A escolha profissional sempre remete a condição social do indivíduo, e 
serve como subsidio para reforçar no jovem sua identidade e posição social. 
Para Sílvio Bock (2002). 
 A Orientação Profissional, nesse contexto de escolha profissional, 
pretende proporcionar ao sujeito, meios de se autoconhecer, pois, segundo ele, 
só desta forma o jovem terá ferramentas necessárias para buscar uma profissão 
numa área com a qual se identifica, seja ela: humanas, exatas ou biológicas. 
Vale ressaltar que, por mais lógica e racional que seja a escolha profissional, 
não se pode afirmar que ela seja totalmente correta ou errada. No meio do 
percurso o indivíduo pode mudar de ideia, e descobrir uma nova profissão com 
a qual se identifica, surge nesse momento uma nova indagação: Mudar ou não 
de profissão? 
 
http://www.orprofissional.com.br/ 
A Orientação Profissional apenas diminui a probabilidade de uma 
frustração, proporcionando ao indivíduo meios para escolher de forma coesa a 
profissão com a qual mais se identifica, e sem ignorar informações relevantes a 
respeito dela, tais como retorno: financeiro, ofertas de vaga no mercado de 
 
39 
 
trabalho, realização pessoal, etc. A esse respeito, Sílvio Bock (2002), afirma que: 
“A melhor escolha profissional é aquela que consegue dar conta do maior 
número de determinações para, a partir delas, construir esboços de projeto de 
vida profissional e pessoal”. 
 
http://www.rafaelabrissac.com.br/reorientacao-profissional.html 
O autoconhecimento e a informação profissional, portanto, usados como 
método de prática da Orientação Vocacional, têm como objetivo auxiliar o sujeito 
quanto à escolha de uma profissão. Pois o mais importante não é apenas 
escolher uma profissão lucrativa, ou em uma área que se tenha afinidade. O 
casamento das duas alternativas é que proporcionará ao indivíduo melhor 
oportunidade de sucesso. Para Silvio Bock (2002), a escolha profissional é 
sempre um ato de coragem. 
Analisando comportamentalmente a "vocação" 
Em primeiro lugar, há que se pensar qual o conceito de "vocação" para a 
Análise do Comportamento. Parece evidente a rejeição do modelo de "vocação" 
como algo inerente a pessoa, determinado internamente e que precisa apenas 
ser desvelado ao seu portador. Partindo de uma visão de homem completamente 
 
40 
 
diferente (Skinner, 1974, 1989), a Análise do Comportamento entende "vocação" 
como uma construção pessoal, ou, como um conjunto complexo de variáveis filo 
e ontogenéticas que se arranjam de forma única para cada indivíduo. Dito de 
outra forma, a "vocação" é um conceito socialmente construído, na medida em 
que existe um conjunto de valores e normas sociais aos quais se espera que as 
pessoas respondam, adequando suas características a padrões de um dado 
momento histórico. 
http://boamente.com/terapias-complementares/orientacao-profissional/ 
Portanto, a "vocação" de uma pessoa é socialmente determinada e 
implicará numa combinação única de sua história genética, pessoal, familiar e 
cultural. O arranjo destas variáveis aolongo da vida do indivíduo irá encaminhá-
lo para o desenvolvimento de interesses e habilidades que deverão se enquadrar 
em um conjunto razoavelmente restrito de opções profissionais (Macedo, 1998). 
Um procedimento de aconselhamento profissional nos moldes comportamentais 
deve: 
 l) levar o indivíduo a discriminar as variáveis destes diferentes contextos 
de controle às quais seus comportamentos de escolher e de decidir estão 
expostos; 
2) proporcionar informação relevante sobre as profissões de interesse, 
discutindo compatibilidades e perspectivas; e 3) aumentar a probabilidade de 
ocorrência de comportamentos relacionados à escolha e/ou à tomada de 
decisão. 
 
41 
 
A DECISÃO COMO UM PROCESSO COMPORTAMENTAL 
 
Segundo Skinner (1989) o comportamento de decidir é essencialmente 
um processo de geração de condições que tornarão um dado curso de ação mais 
provável que outro. O processo pode ser ilustrado por meio do exemplo de 
alguém que se diz decidido a passar as férias na praia, ao contar isso aos 
colegas, a pessoa controla o curso de seu próprio comportamento, reduzindo a 
probabilidade de mudar de ideia. "Decidir-se" é, para Skinner, antes de tudo, um 
"processo", o qual está relacionado a uma classe de estímulos, muitas vezes 
manipulada pela própria pessoa que está se decidindo. 
 
http://www.rafaelabrissac.com.br/orientacao-profissional.html 
Em suma, a prática de orientação profissional sob o enfoque da análise 
do comportamento pressupõe a modelagem de classes comportamentais 
relacionadas à escolha e à decisão que são, em si mesmas "processos". Desse 
modo, o produto ou o conteúdo da escolha são de menor relevância quando 
comparados à primazia da aprendizagem de decidir e/ou escolher, que 
caracteriza o objetivo geral da Orientação Profissional. De acordo com o que foi 
exposto, o processo de escolha requer o oferecimento de classes de estímulos 
que se traduzem pelas chamadas "opções profissionais" a serem consideradas. 
 
 
42 
 
O Comportamento Verbal na Orientação Profissional 
 
http://www.psicologiamsn.com/2014/10/comportamento-verbal-pessoas-que-falam-demais.html 
Tanto quanto a análise do contexto de vida do adolescente, é importante 
o conhecimento das regras às quais ele responde. "Como o orientando 
comporta-se verbalmente durante as sessões?" Essa pergunta levará o analista 
do comportamento a: 
1) identificar pensamentos e sentimentos relativos a escolha profissional; 
2) interpretar como os contextos passado e presente do adolescente 
interferem na tomada de decisão; 
3) identificar (para, posteriormente alterar) regras mantenham relações 
impróprias ou distorcidas com contingências reais que se refiram à escolha 
profissional. 
O orientador avalia com os adolescentes a adequação de algumas regras 
e frequentemente discute com eles regras tais como: "Eu preciso acertar na 
minha escolha porque ela é definitiva e será irreversível" ; "O dano para a minha 
vida será irreparável, caso eu me engane na escolha", "Se eu optar pela carreira 
'certa' eu não encontrarei obstáculos profissionais", as quais impedem a 
consideração de mudanças nos rumos profissionais caso hajam alterações nas 
contingências presentes ou futuras. 
 
43 
 
Contribuições de outras abordagens a compreensão do problema 
Em nossa experiência de Orientação Profissional sob enfoque da Análise 
do Comportamento temos, por meio de leituras de textos clássicos, buscado 
informações oriundas da prática tradicional em Orientação Vocacional. 
Acreditamos que a experiência desses clínicos pode trazer indicações úteis de 
caracterização da população, bem como de recursos e técnicas de intervenção, 
que com algumas modificações venham complementar nossa prática. 
Por exemplo, os modelos psicodinâmicos (Holland, 1971; Roe, 1972; 
Bohoslavsky, 1977) apontam a importância da inclusão de metas voltadas tanto 
para o auto-conhecimento, quanto para o conhecimento das profissões no 
processo de orientação. Esta proposta corresponde a um dos objetivos do 
analista do comportamento que promoverá auto-conhecimento ao analisar 
funcionalmente com o adolescente, as variáveis das quais o comportamento de 
escolha profissional é função. 
 
http://pt.slideshare.net/carolinaguimaraes/schlinger2008 
 
44 
 
Por outro lado, os modelos decisionais (Hilton, 1959; Hershenson e Roth, 
1966; Gati, 1986; Gati, Shenhav e Givon, 1993) têm contribuído ao proporem a 
delimitação de um procedimento sequencial para orientar o processo de tomada 
de decisão, categorizando e sugerindo passos a serem dados em direção a uma 
decisão efetiva. Estabelecendo um paralelo com a intervenção do analista do 
comportamento, este pode valer-se do treino de habilidades básicas, levando o 
orientando a avançar sucessivamente em sua escolha (modelagem) e 
analisando alternativas passo a passo, segundo alguns critérios selecionados 
rumo a uma decisão terminal. 
 
http://behavioristaemacao.blogspot.com.br/2012/12/o-comportamento-verbal.html 
 
O que a Análise do Comportamento tem a oferecer à Orientação 
Profissional? 
Azrin e Besalel (1980) publicaram um programa de reabilitação vocacional 
fundamentado pela análise comportamental. O programa é voltado para pessoas 
desempregadas que buscam recolocar-se no mercado de trabalho e aponta 
vários pressupostos da orientação vocacional que podem nortear intervenções 
com outras populações. 
 
45 
 
Segundo estes autores, a abordagem comportamental ao 
aconselhamento vocacional tem várias características que a diferencia de outras 
abordagens: 
1) as estratégias são prioritariamente orientadas para o resultado: 
encontrar emprego (ou, no caso, decidir-se por uma profissão), 
 2) a intervenção enfatiza a aprendizagem como determinante do 
comportamento ao invés das habilidades ou predisposições inatas, sendo que 
um treinamento adequado pode levar o indivíduo ao alcance das habilidades 
necessárias para uma profissão, e 
3) os conselheiros fazem uso do reforçamento de múltiplas fontes para 
obter mudanças comportamentais e um aumento na motivação para seguir o 
processo de busca de informação. 
 
http://aecpucminasarcos.blogspot.com.br/ 
Desta forma, considera-se que Análise do Comportamento possa 
contribuir com a prática de orientação profissional a medida em que estabelece 
um referencial teórico que coloca a escolha profissional em uma perspectiva 
 
46 
 
abrangente, tornando o orientando sujeito ativo em sua escolha. Além disso, 
dispõe de um conjunto de procedimentos de intervenção que dão conta de 
aspectos centrais da tomada de decisão. Estas contribuições parecem 
suficientemente amplas para abarcar o conjunto de variáveis envolvidas na 
escolha profissional e fornecer ao adolescente o apoio necessário para a 
superação de seus conflitos rumo a uma escolha consciente, baseada em suas 
possibilidades concretas. 
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