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INTRODUÇÃO A dispepsia é caracterizada por presença recorrente ou persistente de dor ou desconforto epigástrico, acompanhada ou não de: Empachamento; Pós-prandial; Sensação de saciedade precoce; Náuseas; Vômitos; Pirose; Regurgitação excessiva; Eructação. Acomete 44% da população adulta e é demanda frequente na APS. Embora cerca de 25% das dispepsias apresentarem uma causa orgânica subjacente, 75% dos casos são decorrentes de dispepsia funcional (idiopática ou não ulcerosa). De acordo com Consenso de Roma IV, é definida como a presença de sintomas dispépticos crônicos na ausência de doença estrutural ou metabólica. Há evidências de que a erradicação da H. Pylori aumenta a efetividade do tratamento. ETIOLOGIAS 75% dispepsia funcional 25% dispepsia orgânica Diagnósticos possíveis: 1. Dispepsia funcional; 2. Úlcera péptica; 3. DRGE; 4. Mais raramente: neoplasias gástricas e esofágicas. AVALIAÇÃO CLÍNICA Anamnese: Início dos sintomas; Frequências dos sintomas; Uso de medicações (AINEs, bifosfonados, antagonistas de cálcio, biguanidas, corticoides, nitratos e teofilina); Correlação com hábitos alimentares, ingestão de álcool e tabagismo. Investigar presença de sintomas que surgiram: Problemas cardíacos; (dor ocasionado pelo esforço físico, irradiação para algum membro, fator de risco para isquemia miocárdica) Problemas biliares; (dor após alimentação copiosa e, geralmente, rica em gordura, pode ter diarreia associada) Descartar sinais de alerta: Disfagia progressiva; (sugere processo obstrutivo enteral ou gástrico) Perda ponderal; Vômitos persistentes; Anemia; Refratariedade ao tratamento; Exame físico: normal na maioria das vezes. Exames complementares: EDA; Testes detecção H. pylori; o Testes respiratório; o Exame sorológico; Obs.: No Brasil, faz-se o tratamento empírico devido à alta incidência da infecção por H. pylori na população! Laboratoriais; o Hemograma; o TGO, TGP, FA, GGT; (para avaliar a parte hepática) Para o diagnóstico de dispepsia funcional (idiopática ou não ulcerosa): Necessita-se de, no mínimo, 3 meses da presença do critério diagnóstico, com sintomas presentes há 6 meses e sem evidências de doença orgânica; Presença de desconforto não aliviado por defecção, e sem alteração na frequência das fezes (para descartar Síndrome do Intestino Irritável); Dispepsia Funcional 1 ou mais dos seguintes sintomas: Plenitude pós-prandial; Saciedade precoce; Dor epigástrica incômoda; Queimação epigástrica incômoda. + Nenhuma evidência de doença estrutural (inclusiva à EDA) + Sintomas presentes nos últimos 3 meses, com início há 6 meses. Dois subtipos de dispepsia funcional foram determinados: 1. Síndrome do Desconforto Pós-prandial Caracterizada por plenitude pós- prandial incômoda e/ou saciedade precoce; 2. Síndrome da Dor Epigástrica Caracterizada por dor epigástrica incômoda ou queimação que não é exclusivamente pós-prandial. INDICAÇÕES ENDOSCOPIA Primeira escolha em pacientes com sinais de alerta; Controverso solicitar em pacientes com mais de 55 anos e sem sinais de alerta; Imediato: sangramento gastrointestinal significativo; Inicial/Eletivo: o Disfagia progressiva; o Perda de peso involuntária; o Massa epigástrica; o Anemia ferropriva; o Vômitos persistentes; o Persistência dos sintomas após tratamento empírico com IBP e H. pylori. Achados endoscópicos em pacientes com dispepsia: 60% sem alterações; 19% esofagite; 5% úlcera gástrica; 5% úlcera duodenal; 5% outros achados; 2% câncer gástrico; 1% câncer de esôfago. ABORDAGEM TERAPÊUTICA 1. Tratamento empírico com inibidor de bomba de prótons (por 4 semanas) Omeprazol 20-40mg; 2. Tratamento empírico do H. pylori (por 14 dias) Amoxicilina 1g 12/12h; Claritromicina 500mg 12/12h; Omeprazol 40mg; PROGNÓSTICO Condição recorrente e intermitente; Estima-se que 50% terão recidiva em 1 ano; 80% recidiva em algum momento da vida; Recomendar modificações hábitos de vida; (alimentação, exercícios, tabagismo, etilismo) Desencorajar automedicação; Manejar medicações em uso (devido à quantidade de medicamentos que podem causar dispepsia). FLUXOGRAMA
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