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Prof. Me. Adilson Oliveira Estudos Disciplinares Formação Específica O Modernismo nos Estados Unidos apresenta características semelhantes às desse período das artes e da literatura em várias regiões do mundo. Essa escola foi influenciada pelas vanguardas artísticas europeias, como o Dadaísmo, o Futurismo e o Surrealismo. Todavia, no que compete à literatura estadunidense, é possível verificar não somente influências de movimentos externos, mas também a personalização da escrita moderna. Disponível em http://www.letraslivres.no.comunidades.net. Acesso em: 03 jul. 2014 (com adaptações). Sobre o Modernismo nos Estados Unidos, avalie as afirmativas a seguir. I. Os aspectos convencionais e acadêmicos e a norma padrão foram eliminados dos textos como forma de protesto contra o domínio europeu na literatura. Questão 1 II. O uso do fluxo de consciência foi incorporado como forma de rompimento com o tradicionalismo literário, por mão da livre expressão de sentimentos das personagens. III. A grosseria e a vulgaridade foram eliminadas como temas, com o objetivo de se adequar essa literatura aos padrões acadêmicos. É correto o que se afirma em: a) I, apenas. b) II, apenas. c) I e III, apenas. d) II e III, apenas. e) I, II e III. Questão 1 O Modernismo – movimento artístico que começou, no Brasil, no início do século XX: ruptura com as tradições, as convenções e as perspectivas do pensamento e da produção artística vigentes até então. Tendências surgidas na virada do século XIX para o XX eram reflexo de uma crise de valores na sociedade e nas artes, contra o historicismo e convencionalismo do modelo artístico acadêmico que vinha predominando desde fins do século XVIII, contra os regionalismos e nacionalismos que já não faziam sentido em uma era internacionalista de acelerado progresso tecnológico e que suscitava grandes sonhos de progresso cultural e social. Modernismo Momento histórico: questionados os valores da religião, do Estado, do comportamento burguês e da forma tradicional de se fazer arte, que refletiam uma cultura conservadora e já decadente. Havia uma atmosfera geral de intensa agitação, de comoção social, o que abalava seriamente um universo cultural que estava à beira de um colapso. Modernismo O Modernismo surgiu na Europa e, posteriormente, propagou-se pelos Estados Unidos nos primeiros anos do século XX. Nos Estados Unidos, o movimento apresenta características semelhantes às que teve também em outras regiões do mundo. No entanto, no campo literário, é possível notar que, nos Estados Unidos, o Modernismo também é resultado dos anseios do povo estadunidense, com temáticas voltadas à guerra e à vida do pós-guerra, retratando o povo americano como lutador e guerreiro. Modernismo Exposição (1913) em Nova Iorque: Armory Show, organizada pela Association of American Painters and Sculptors. Essa exposição mostrou a arte moderna internacional ao grande público, acostumado a manifestações artísticas mais “academicistas”. Houve grande repercussão da exposição na cidade de Nova Iorque e, depois, também nacionalmente. Marco inicial nos Estados Unidos Fonte: https://www.newsweek.com/2013/09/27/armory-show-100-how-1913-exhibit- changed-art-world-badge-art-238034.html. Acesso em: 7 fev. 2020. Outro fato importante: Primeira Guerra Mundial. Longe do terror que se abateu sobre a Europa e com uma economia impulsionada fortemente pela indústria, os Estados Unidos saíram fortalecidos da guerra, fato que originou um sentimento de otimismo e autoconfiança, com a arte tratando de garantir certa autonomia cultural com relação à Europa. Marco inicial nos Estados Unidos Grande liberdade de expressão, provavelmente a maior conquista dos modernistas. Ruptura com os cânones clássicos de fazer arte, como o uso de métrica e rima na poesia, por exemplo, demonstra uma nova forma de pensar a criação artística. Valorização do cotidiano, do prosaico, do grosseiro e do vulgar, o que remeteu as obras a assuntos nunca abordados até então. E todo esse processo teve como base um fundo antiacademicista. A linguagem modernista, diferentemente das linguagens de outras estéticas artísticas/literárias, passou a ser espontânea e coloquial, com palavras comuns e até erros gramaticais. Características O fluxo da consciência, embora presente em obras de outras escolas literárias, é muito usado em obras do movimento modernista, como, por exemplo, “A hora da estrela”, de Clarice Lispector, e “Ulisses”, de James Joyce. Ele foi incorporado como forma de rompimento com o tradicionalismo literário, por meio da livre expressão de sentimentos das personagens, é uma espécie de monólogo interior, ou seja, a crítica da mente da personagem que se funde com a mente do narrador. Características Fontes: https://guiadoestudante.abril.com.br/est udo/a-hora-da-estrela-analise-da-obra- de-clarice-lispector/ e https://www.jornalopcao.com.br/colunas -e-blogs/imprensa/portugal-ganha- segunda-traducao-de-ulysses-de- james-joyce-editor-avalia-versao-como- superior-brasileiras-1378/. Acesso em: 7 fev. 2020. I – Afirmativa incorreta. O movimento modernista traz diversas inovações. No entanto, as diferenças da literatura norte-americana do período com relação à produção europeia se dão muito mais pelas diferentes circunstâncias sócio-históricas do que por alguma forma de protesto com relação ao domínio europeu na literatura. É preciso recordar que, enquanto a Europa era tomada por um sentimento de terror pós Primeira Guerra Mundial, os Estados Unidos saem fortalecidos e vivem um clima de otimismo, o que se reflete diretamente nas produções literárias dos dois lados do Atlântico. Análise das afirmativas da questão II – Afirmativa correta. O uso do fluxo de consciência foi incorporado como forma de rompimento com o tradicionalismo literário, por meio da livre expressão de sentimentos das personagens. Análise das afirmativas da questão III – Afirmativa incorreta. A grosseria e a vulgaridade não foram eliminadas como temas. Além disso, trata-se de uma estética literária marcada pela ruptura com os padrões acadêmicos, não pela adequação a eles. Resposta: B Análise das afirmativas da questão INTERVALO Questão 2 Disponível em: https://www.ufmg.br. Acesso em: 28 jul. 2014. TEXTO 1 Questão 2 TEXTO 2 A própria produção literária atual encaminha-se na direção de uma fusão com vários segmentos culturais, de que a chamada cultura de massa, tradicionalmente discutida em sua diferença negativa, constitui tão somente um dos aspectos de negociação em bases renovadas. A defesa exclusiva da literatura clássica e da herança nacional, um casamento expresso e legitimado pela construção e manutenção de repertórios recheados de um saber cultural canônico, no entanto, parece tão problemática quanto a sua rejeição global. Hoje circulam e prevalecem formas culturais mistas, e até os textos canônicos são relidos como pontos de cruzamento de discursos amplos, que transcendem as fronteiras tradicionais da esfera do literário e do horizonte de pertencimento a espaços nacionais linguística e geograficamente circunscritos. OLINTO, H. K. Literatura/cultura/ficções reais. In: OLINTO, H. K.; SCHØLLHAMMER, K. E. Literatura e cultura. Rio de Janeiro: EPUC, 2008, p. 75 (com adaptações). Considerando a imagem e a citação, pode-se afirmar que a relação entre manifestações literárias contemporâneas e cultura formadora da identidade nacional: a) reelabora os valores culturais. Assim, a diversidade é transformada em unidade, à semelhança do que se observa na imagem. b) apresenta começo e fim determinados. Assim, a imagem aponta diversidades culturais que existiram por um período preestabelecido. c) desenvolve a diversidade cultural, à semelhança do que aponta a imagem, mas não transcende os valores canônicos tradicionais da esfera do literário.d) estabelece a fusão entre diversos valores culturais. Os elementos apresentados na imagem são mais ou menos destacados, dependendo da literatura em que são referenciados. e) torna a literatura contemporânea um modismo a partir dos cânones exclusivos das literaturas clássicas. Assim, contrapõe-se à imagem que aponta para diversos elementos culturais não canônicos. Questão 2 De acordo com Olinto (2008), no texto 2 fornecido no enunciado, a produção literária atual encaminha-se na direção de uma fusão com vários segmentos culturais, de que a chamada cultura de massa, tradicionalmente discutida em sua diferença negativa, constitui tão somente um dos aspectos de negociação em bases renovadas. A defesa exclusiva da literatura clássica e da herança nacional (....) parece tão problemática quanto a sua rejeição global. Hoje circulam e prevalecem formas culturais mistas (...) que transcendem as fronteiras tradicionais da esfera do literário e do horizonte de pertencimento a espaços nacionais linguística e geograficamente circunscritos. Relação entre manifestações literárias contemporâneas e literatura Vemos que o autor introduz seu pensamento dizendo que as manifestações literárias da atualidade tendem a expressar a fusão entre valores culturais distintos. No caso do Brasil, tal diversidade de segmentos culturais pode ser representada, pictoricamente, na imagem do texto 1 que inicia a questão. Relação entre manifestações literárias contemporâneas e literatura Disponível em: https://www.ufmg.br. Acesso em: 28 jul. 2014. TEXTO 1 Na imagem apresentada na questão, vemos tipos faciais de grupos étnicos que compuseram nossa miscigenação e, também, observamos variedades de expressões folclóricas típicas e particulares de determinadas regiões do país: o “bumba meu boi” (dança com origem em tradições africanas, indígenas e europeias e bastante comum, sobretudo, no Norte e no Nordeste); a “chula” (dança praticada no Sul, na qual uma lança é colocada no chão e, em um desafio, vence quem realizar a coreografia mais complexa em torno do objeto). Relação entre manifestações literárias contemporâneas e literatura Esses e inúmeros outros elementos que encerram referências e repertórios culturais próprios de segmentos específicos são amalgamados e relidos pela literatura, que os transforma em signos estéticos e os destaca, de modo mais ou menos acentuado, em suas produções. Literatura e elementos culturais A literatura, como toda arte e como a arte da palavra em particular, por meio da língua, parte de elementos da realidade e de objetos culturais, retira-os do seu lócus habitual, transfigura-os e recria-os. Esse processo de reelaboração intrínseco à arte literária não visa à unicidade da diversidade. Como dito por Candido (1972): a arte, e portanto a literatura, é uma transposição do real para o ilusório por meio de uma estilização formal da linguagem, que propõe um tipo arbitrário de ordem para as coisas, os seres, os sentimentos. Nela, se combinam um elemento de vinculação à realidade natural ou social, e um elemento de manipulação técnica, indispensável à sua configuração, e implicando uma atitude de gratuidade. Literatura e elementos culturais Em relação à análise crítica da transformação da diversidade em unidade, segundo Olinto (2008): releitura e/ou dissolução de tradições nacionais de caráter exclusivista transformou-se, então, em mais um motivo de suspeita diante de uma nova homogeneização nas ciências humanas. Diversidade/Unidade Além do mais, os contínuos processos de inovação e transformação em todas as partes do mundo, hoje percebidos e assimilados com mais rapidez, estimularam deslocamentos teóricos, rearticulações, novas fundamentações e reflexões críticas sobre a própria tradição, no cenário ampliado das discussões internacionais sobre procedimentos e estratégias científicas. Em sintonia com essa situação alterada, observamos hoje uma tendência geral a pluralizar as fontes e a aceitar com mais benevolência, e até com simpatia, a concorrência da mídia, por exemplo, dois fatos que, naturalmente, tiveram e terão efeitos significativos sobre os cânones tradicionalmente privilegiados e, também, sobre os cânones nacionais (e nacionalistas) da literatura. Literatura e pluralidade Nesse sentido, o antigo confronto entre a chamada “literatura de massa” e a chamada “literatura erudita” é repensado e revisto e, em uma nova visão de relacionamento entre produções literárias contemporâneas e cultura, transcendem-se as normas estabelecidas pelos valores e padrões canônicos na esfera do literário. Literatura de massa e literatura erudita O surgimento dos meios de reprodução técnico-industriais (jornal, foto e cinema, por exemplo) e dos meios eletrônicos de difusão (rádio e televisão) também corrobora para a dissolução da polaridade entre o popular e o erudito e para o prevalecimento de formas mistas resultantes, segundo Santaella (2010), de “cruzamentos culturais em que o tradicional e o moderno, o artesanal e o industrial mesclam-se em tecidos híbridos e voláteis próprios das culturas urbanas”. Dissolução do popular e do erudito A – Alternativa incorreta. A imagem não mostra unidade, mas destaca a diversidade de formação do povo brasileiro e a variedade das manifestações culturais da nação. O conceito de unicidade implicaria controle de significados do texto literário e noção monolítica de expressão estética. Esse conceito é refutado pelas novas críticas. B – Alternativa incorreta. As concepções de cultura e de literatura variam conforme o tempo e as sociedades. As narrativas literárias são entendidas de formas diferentes de acordo com cada cultura e, mesmo em uma cultura, o significado de literatura não é estável. Análise das alternativas da questão C – Alternativa incorreta. Na alternativa, nega-se a transcendência da literatura canônica. Na verdade, as narrativas atuais transcendem os valores canônicos. D – Alternativa correta. A literatura faz parte das manifestações culturais de uma sociedade e, na contemporaneidade, a cultura converge outras culturas, manipula o sistema digital de comunicação e conta com a participação das pessoas. A literatura, então, funde culturas. E – Alternativa incorreta. Considerar as obras literárias atuais como “modismo” é corroborar uma visão tradicional de cultura, dividida em cultura de massa, erudita e popular, para a qual a cultura erudita é superior às outras. Análise das alternativas da questão INTERVALO Com relação às estéticas literárias brasileiras, avalie as afirmações a seguir. I. A mimese da natureza no Arcadismo é fiel e objetiva, o que caracteriza a busca de realismo absoluto. II. A objetividade é um dos aspectos relevantes da estética realista, que, portanto, rejeita o subjetivismo vindo do Romantismo ou do Arcadismo. III. O cientificismo europeu adotado no Realismo foi o responsável por findar com todo o êxtase do culto à natureza presente no Romantismo, visto que os escritores daquela estética preferiam o ambiente urbano. IV. A noção de natureza romântica é símile à noção árcade: a perfeição e a tranquilidade de um locus amoenus (local ameno), em referência, quase sempre, a ambiente bucólico e pastoril, com o objetivo de amenizar a realidade. Questão 3 É correto apenas o que se afirma em: a) I e II. b) I e IV. c) II e III. d) I,III e IV. e) II,III e IV. Questão 3 As produções literárias são tradicionalmente agrupadas em escolas, de acordo com características temáticas e estéticas, inseridas em determinado contexto. Como produção simbólica, a literatura não pode ser dissociada das condições históricas em que é produzida. Escolas literárias no Brasil Fonte: Adaptado de: https://maisumapagina.com/as-escolas- literarias/. Acesso em> 7 fev. 2020. Era Colonial Era Nacional Quinhentismo 1500-1601 Barroco1601-1768 Arcadismo 1768-1808 Romantismo 1836-1881 Realismo Naturalismo Parnasianismo 1881-1893 Simbolismo 1893-1910 Modernismo 1922-1950 Pós-modernismo 1950-hoje Pré-modernismo 1910-1922 Escolas literárias Período de transição 1808-1836 No Brasil, nos anos de 1500, a produção literária foi dominada por textos informativos, como a carta de Pero Vaz de Caminha, e pela produção jesuítica, especialmente de José de Anchieta. A literatura brasileira começou a ser formada à medida que a vida na colônia foi se estruturando. Para Antonio Candido (2010), nos anos iniciais da colonização, só observamos no Brasil manifestações literárias, sem um corpo definido para ser considerado um sistema. Somente na segunda metade do século XVIII aparecem indícios da literatura como fato cultural configurado. Escolas literárias no Brasil O Arcadismo, também chamado de Neoclassicismo, surgiu no século XVIII, conhecido como Século das Luzes, sob a influência do Iluminismo. Em oposição ao conflito do Barroco, o Arcadismo valorizava o equilíbrio das formas e das emoções e buscava inspiração nas obras renascentistas e na tradição clássica (greco-romana). Segundo Bosi (2006), o Arcadismo no Brasil pode ser analisado em dois momentos. No primeiro, o objetivo é essencialmente poético, com a valorização da natureza e com a presença de figuras da mitologia. No segundo, aparece o teor ideológico, com a crítica da nascente burguesia aos abusos da Igreja e da metrópole. Arcadismo Bucolismo: os refúgios calmos, com a natureza tranquila, são cenários comuns na poesia árcade. Os poetas autointitulavam-se pastores e exaltavam a vida simples e equilibrada, próxima da natureza e longe das cidades (fugere urbem). Uso de pseudônimos: o fingimento poético era marcado pelo uso de pseudônimos pastoris. Ideal do Carpe diem: a expressão latina, que significa “aproveite o dia”, era um lema dos árcades. Marcas do Arcadismo Em Portugal, destacou-se o poeta Bocage. No Brasil, são importantes os nomes de Cláudio Manuel da Costa, Tomás Antônio Gonzaga, Basílio da Gama e Santa Rita Durão. Arcadismo O Romantismo é um movimento artístico do final do século XVII e do início do século XIX, contexto em que a burguesia se consolidava socialmente, o operariado crescia e a nobreza já se encontrava decadente. O Romantismo expressa os sentimentos dos descontentes com as novas estruturas, por isso as atitudes saudosistas ou reivindicatórias pontuam todo o movimento. Romantismo valorização do indivíduo; sentimentalismo exacerbado; presença do amor idealizado; evasão no tempo e no espaço; culto ao nacionalismo e ao passado; presença da natureza no compartilhamento das emoções. Características do Romantismo No Brasil, aponta-se como início oficial do Romantismo a obra “Suspiros Poéticos e Saudades”, de Gonçalves de Magalhães, publicada em 1836. Identificam-se, na nossa poesia romântica, três gerações: 1ª geração – nacionalismo, valorização da natureza e indianismo. 2ª geração – mal do século, também chamado de byronismo ou ultrarromantismo, caracterizada pelo sentimentalismo exacerbado, pelo saudosismo e pelo desejo de morte. 3ª geração – luta social, também conhecida como poesia condoreira. Gerações do Romantismo Minha terra tem palmeiras, Onde canta o Sabiá; As aves, que aqui gorjeiam, Não gorjeiam como lá. Nosso céu tem mais estrelas, Nossas várzeas têm mais flores, Nossos bosques têm mais vida, Nossa vida mais amores. Eu deixo a vida como deixa o tédio Do deserto, o poento caminheiro, - Como as horas de um longo pesadelo Que se desfaz ao dobre de um sineiro. Senhor Deus dos desgraçados! Dizei-me vós, Senhor Deus! Se é loucura... se é verdade Tanto horror perante os céus?! Ó mar, por que não apagas Co'a esponja de tuas vagas De teu manto este borrão?... Astros! noites! tempestades! Rolai das imensidades! Varrei os mares, tufão! Gonçalves Dias, Álvares de Azevedo e Castro Alves Na prosa, o Romantismo foi impulsionado pelos folhetins. O nome mais conhecido é o de José de Alencar, mas também se destacam Joaquim Manuel de Macedo, Bernardo Guimarães e Manuel Antônio de Almeida, cuja obra “Memórias de um sargento de milícias” apresenta características diferentes das presentes na estética romântica. Prosa romântica O Realismo, no final do século XIX, procurou representar o modo de vida da época, denunciando a hipocrisia da moral burguesa e as desigualdades sociais. Deve-se observar que, na época, o cientificismo estava no auge, assim como o pensamento positivista e a teoria darwinista. Com esse olhar analítico e racional, o escritor realista busca a representação impessoal da realidade, explicando ou revelando costumes, conflitos humanos, relações sociais e crises institucionais. Machado de Assis é o principal escritor realista brasileiro. Realismo Objetivismo: o escritor mantém uma relação impessoal com o objeto a ser representado. Descrições objetivas: o detalhamento de cenários e personagens contribui para a construção da referencialidade. Subordinação dos sentimentos aos interesses materiais: o amor e os afetos são dominados pelas questões sociais e financeiras. Presença do herói problemático: os protagonistas realistas apresentam defeitos e fraquezas. Características do Realismo Visão determinista: por questões biológicas ou sociais, os personagens têm um destino traçado, do qual não conseguem fugir. Não idealização da mulher: no Realismo, a mulher não apresenta a imagem ideal romântica. Características do Realismo I – Afirmativa incorreta. O Arcadismo não tem a intenção de representar a natureza de forma realista. A natureza aparece na descrição de um estilo de vida simples, bucólico e feliz. II – Afirmativa correta. O Realismo valoriza a objetividade, em oposição ao subjetivismo romântico, e pretende representar fielmente a realidade. Análise das afirmativas da questão III – Afirmativa correta. Predomina, no Realismo, a representação da sociedade urbana. IV – Afirmativa incorreta. A noção de natureza romântica difere da noção de natureza árcade, pois expressa os sentimentos do eu lírico. Alternativa correta: C. Análise das afirmativas da questão INTERVALO Questão 4 Na literatura de cordel, o texto narrativo funciona como um recurso de sociabilização dos "causos" populares contados através da oralidade e transcritos, com engenhosidade artesanal, pelos "poetas do povo", os quais procuram evidenciar situações que levam tanto à reflexão quanto ao riso, transformando a mentalidade das pessoas e tornando-as mais humanas. O texto a seguir ratifica essa ideia. O poeta é um repórter De pensamento ligado Ouvindo o que o povo diz Fazendo o todo apanhado E sai contando na rua Tudo quanto foi passado. (SILVA, M. C. Manoel Caboclo. São Paulo: Hedra, 2000). Questão 4 A respeito da literatura de cordel e do poema de Manuel Caboclo, analise as afirmações que seguem: I. No texto de literatura de cordel é estabelecida uma relação entre manifestação literária e manifestação cultural. PORQUE II. As situações narradas são capazes de tornar os sujeitos mais lúdicos. A respeito dessas afirmativas, assinale a alternativa correta: a) As asserções I e II são proposições verdadeiras e a II justifica a I. b) As asserções I e II são proposições verdadeiras e a II não justifica a I. c) A asserção I é uma proposição verdadeira e a II é uma proposição falsa. d) A asserção I é uma proposição falsa e a II é uma proposição verdadeira. e) As asserções I e II são proposições falsas. O cordel é uma manifestação da cultura popular característica da região Nordeste, que chegou ao Brasil por meio dos colonizadores portugueses. Sua origem remonta às tradições medievais na Península Ibérica. Literatura de cordel Fonte: https://www.todamateria.com.br/literatura-de-cordel/.Acesso em: 7 fev. 2020. Trata-se de composições em versos com estrutura narrativa, construídas de acordo com base em um vasto repertório de formas poéticas fixas, que delimitam a quantidade de sílabas poéticas, de versos e a disposição das rimas na estrofe. São também denominadas de “folhetos”. A nomenclatura “de cordel” deve-se ao fato de os pequenos livros ficarem pendurados em cordas nas feiras populares. Literatura de cordel Diniz (2012), metalinguisticamente, usa o próprio gênero para defini-lo, como se vê a seguir. Literatura de cordel É poesia popular, É história contada em versos Em estrofes a rimar, Escrita em papel comum Feita para ler ou cantar (...) O cordel é uma expressão Da autêntica poesia Do povo da minha terra Que luta para que um dia Acabem a fome e a miséria, Haja paz e harmonia. Literatura de cordel O cordel é herdeiro da tradição oral e guarda suas marcas. Essa literatura, especialmente comum nas pequenas cidades, reproduz histórias preservadas pela memória coletiva e transmitidas oralmente entre os moradores. O poeta de cordel aproxima-se, em certa medida, do narrador tradicional, apontado por Benjamin (1994), pois retira da experiência o que narra, e os fatos narrados são incorporados à experiência dos ouvintes leitores. Literatura de cordel As narrações de cordel também se aproximam do gênero épico quando abordam grandes feitos, como os de Lampião e de Padre Cícero, figuras míticas na história e no imaginário regional. Literatura de cordel Fonte: <https://www.pintere st.at/pin/690458186 593139601/> e <https://www.pintere st.de/pin/554787247 837785366/>. Acesso em: 7 fev. 2020. Autor desconhecido Ato I No coração do nordeste Num abençoado lugar Fenômenos se sucederam Foram coisas de espantar A mão de Deus se moveu No sertão do Ceará. Cordel em homenagem a Padre Cícero (Ciço) Rouxinol do Rinaré & Klévisson Viana Nosso Deus onipotente Traga-me a luz infinita Para buscar na memória Minha pena precipita Pra falar de Lampião Com sua Maria Bonita. De modo particular Meu gênio poético quis Nestes versos revelar A sina um tanto infeliz Do bravo cabra da peste Aqui do nosso País... Cordel em homenagem a Lampião I – Asserção correta. A literatura de cordel, além de ser considerada uma manifestação da cultura nordestina, expressa outros aspectos culturais em suas narrativas. II – Asserção correta. As narrativas da literatura de cordel apresentam componente lúdico e muitas vezes provocam, no público, a reflexão pelo riso. Análise das asserções da questão O fato de as narrativas serem capazes de tornar os leitores mais lúdicos não é uma causa para que haja relação entre a manifestação literária e a manifestação cultural. Alternativa correta: B. Análise das asserções da questão BENJAMIN, W. Magia e técnica, arte e política: ensaios sobre literatura e história da cultura. São Paulo: Brasiliense, 1994. BOSI, A. História concisa da Literatura brasileira. São Paulo: Cultrix, 2006. CANDIDO, A. Iniciação à literatura brasileira. Rio de Janeiro: Ouro sobre azul, 2010. CANDIDO, A. A literatura e a formação do homem. Ciência e Cultura. 24 (9): 803-809, set, 1972. DINIZ, F. O que é Literatura de Cordel? Disponível em: http://literaturadecordel.vila.bol.com.br. Acesso em 27 ago. 2012. SANTAELLA, L. Culturas e artes do pós-humano: da cultura das mídias à cibercultura. 4. ed. São Paulo: Paulus, 2010. Referências ATÉ A PRÓXIMA!
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